Logística Reversa do Óleo Lubrificante ÉRICA APARECIDA DIAS ([email protected]) RAIMUNDO ANTONIO ALVES SOUSA ([email protected]) VANDERLEI VERSUTE ([email protected]) WILSON FRAUZINO ([email protected]) CENTRO UNIVERSITARIO NOSSA SENHORA DO PATROCINIO FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS CURSO DE TECNOLOGIA EM LOGÍSTICA Resumo: Nos últimos anos houve um grande crescimento na área de logística reversa, seja no âmbito nacional ou internacional, empresas estão dando cada vez mais importância ao assunto. Este artigo tem como finalidade apresentar como a logística reversa é essencial para que o processo de rerrefino do óleo lubrificante usado, desde sua coleta ate o seu processo de purificação na fabrica seja concluído. O objetivo foi apresentar uma visão geral sobre logística reversa, seus conceitos, aplicações e lucros. Dentro desse mesmo tema iremos explorar mais as oportunidades que essa atividade possa propiciar, sendo elas ambientais ou financeiras, através da reciclagem e reaproveitamento do óleo lubrificante usado. O método utilizado de pesquisa foi o qualitativo para uma maior obtenção de conhecimento do tema, através de levantamento bibliográfico sobre o óleo lubrificante e seu rerrefino. Palavras chaves: logística reversa, óleo lubrificante usado, sustentabilidade, rerrefino. 2 1 INTRODUÇÃO O objetivo desse artigo busca observar como as empresas vêm mudando suas formas de atividades, devido à importância da sustentabilidade, examinando as organizações e seus canais de distribuição reversos. O propósito é analisar o impacto econômico estabelecido pela atividade de regeneração do óleo lubrificante usado e fazer chegar a informação correta a um número cada vez maior de pessoas envolvidas, no processo de reciclagem do óleo lubrificante usado. O objetivo geral é identificar as ações do óleo lubrificante à natureza, na conscientização e incentivo da sociedade a geração de lucros. Essa publicação possui como objetivo, colocar a disposição de gerentes e técnicos uma ferramenta de gerenciamento dos produtos gerados em suas unidades produtivas, na forma de informação sobre o manuseio, coleta, armazenamento, transporte e tratamento do óleo lubrificante residual das operações de lubrificação de veículos, maquinas ou equipamentos. As empresas tem se preocupado e se interassado pelas questões da ordem ambiental, em consequência dos danos sofridos e causados por um consumo irresponsável. A logística reversa oferece novas oportunidades de negócios, por meios de planejamento. Para que as empresas pratiquem a logística reversa é necessário que os resultados obtidos sejam positivos, não apenas para o meio ambiente, mas também que obtenham importância econômica para as empresas, pois sua utilização agrega valores. A descartabilidade de um produto é que da inicio ao processo de logística reversa. “O foco de atuação da logística reversa envolve a reintrodução dos produtos ou materiais a cadeia através do ciclo produtivo” (CHAVES e MARTINS, 2005). O óleo lubrificante usado ou contaminado, por não ser biodegradável, leva dezenas de anos para desaparecer do ambiente indevidamente, causa grandes prejuízos, a toda sociedade. e quando descartado 3 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 Conceito e definição da Logística Logística é conjunto de planejamento, operação e controle do fluxo de materiais, serviços e informações da empresa, integrando e racionalizando as funções sistêmicas desde a produção ate a entrega, assegurando vantagens competitivas na cadeia de abastecimento e a consequente satisfação dos clientes. Um dos objetivos mais importantes da logística é conseguir criar mecanismos para entregar os produtos ao destino final num tempo mais curto possível reduzindo os custos. Pra isso os especialistas em logística estudam rotas de circulação, meios de transportes, locais de armazenagens entre outros fatores que influenciam na área. Segundo Ballou (1993), “os estudos de logística permaneciam em estado de dormência, sem uma filosofia guia. As empresas fragmentavam completamente a administração das funções chave da logística”. 2.1.1 Logística reversa É o processo que planeja, opera e controla o fluxo, e as informações logísticas, do retorno dos bens de pós-vendas e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, através de distribuição reversa, agregando-lhes valor de diversas naturezas: econômicos, ecológico legal logístico de imagem corporativa entre outras, dessa forma contribui para a consolidação de sustentabilidade no ambiente empresarial. O canal reverso de pós-consumo compreende o reaproveitamento do produto em suas partes principais, sendo substituídas apenas algumas peças tornando-o útil novamente mantendo suas características originais. O produto é desmontado totalmente separando o que serve para reutilizar do que não é mais utilizável, que neste caso será encaminhado para a reciclagem.(LEITE,2009). Encontra se a definição: ”logística reversa: em uma perspectivas de logística de negócios, o termo refere-se ao papel da logística no retorno de produtos, redução na fonte, reciclagem, substituição de materiais, reuso de 4 materiais, disposição de resíduos, reforma, reparação e remanufatura...”.(STOCK, 1998: 20). A logística reversa enfrenta grandes dificuldades para impor novas melhorias como reaproveitamento, reutilização, reprocessamento e reciclagem entre outros, pois as empresas visam a margem lucrativas do plano antes de aplicar. A logística busca por processos de diferenciação focalizando o cliente e fornecedor de modo que uns necessitem do outro mesmo que sigam em direções diferentes, mas que busquem pelo mesmo objetivo que é a satisfação de todos. Além dos fluxos diretos considerados a logística reversa está se preparando para englobar outros ciclos envolvidos como o ciclo de retorno de embalagens ou o retorno do óleo lubrificante para o rerrefino do produto utilizado no mercado e retornado para ser reutilizado novamente além de garantir mais proteção ao meio ambiente. Apresentam ideias ao apoio do ciclo de vida, como um dos objetivos operacionais da logística moderna e refere-se ao seu prolongamento além do fluxo direto dos materiais e a necessidade de considerar os fluxos reversos de produtos em geral. (BOWERSOX e CLOSS (2001:51-52)). A logística reversa integra por meios de seus sistemas operacionais diferentes em cada uma de sua categoria de seu fluxo reverso, pois contém o maior processo de reintegração dos produtos tentando estabelecer o retorno possível dos bens ou dos seus materiais constituintes ao ciclo produtivo ou de negócios, busca agregar o valor econômico, ecológico legal e de localização ao planejar as redes reversas com respectivas informações para que possa operacionalizar todo o fluxo desde a coleta dos bens de pós-consumo ou de pós-vendas, por meio de processos logísticos de consolidação, separação e seleção até a reintegração do ciclo novamente. Logística Reversa pode ser classificada como sendo apenas uma versão contrária da logística como a conhecemos. O fato é que um planejamento reverso utiliza os mesmo processos, que um planejamento convencional. Ambos tratam de nível de serviços, armazenagem, transporte, nível de estoque, fluxo de materiais e sistema de Informação. No entanto a Logística Reversa deve ser vista como um novo recurso para a lucratividade. Existem diferenças fundamentais entre a Logística convencional e seu Sistema reverso, dentre as quais estão: Na Cadeia Logística convencional os 5 produtos são puxados pelo sistema, enquanto que na Logística reversa existe uma combinação entre puxar e empurrar os produtos pela cadeia de suprimentos. Isto acontece, pois há, em muitos casos, uma legislação que aumenta a responsabilidade do produtor. Quantidades de descarte que já são limitadas em muitos países. Os Fluxos Logísticos Reversos não se dispõem de forma divergente, como os fluxos convencionais, mas sim podendo ser divergentes e convergentes ao mesmo tempo o processo produtivo ultrapassa os limites das unidades de produção no sistema de Logística reversa. Os fluxos de retorno seguem um diagrama de processamento definido, no qual os produtos (descartados) são transformados em produtos secundários, componentes e materiais. Os processos de produção aparecem incorporados à rede de distribuição. Ao contrario do processo convencional, o processo reverso possui um nível de incerteza bastante alto. Questões como qualidade e demanda torna-se difíceis de controlar. 2.1.2 Principais razões que levam as empresas a atuarem em logística reversa. Legislação Ambiental que força as empresas a retornarem seus produtos e Cuidarem do tratamento necessário; Benefícios econômicos do uso de produtos que retornam ao processo de Produção, ao invés dos altos custos do correto descarte do lixo; a) A crescente conscientização ambiental dos consumidores; b) Razões competitivas – Diferenciação por serviço; c) Limpeza do canal de distribuição; d) Proteção de Margem de Lucro; e) Recaptura de valor e recuperação de ativos. 2.1.3 Logística de pós-consumo 6 O sinal de descarte torna-se a cada dia mais evidente. Índices de descarte de alguns produtos como o óleo lubrificante usado, entre outros, comprovam na pratica o motivo da preocupação. No Brasil não é diferente. Os sinais de descarte estão presentes e crescem a cada ano. O aumento do descarte é proporcional à diminuição do ciclo de vida dos produtos. O crescimento do poder de consumo, gerado pelas novas tecnologias de fabricação que barateiam o custo de venda, sistemas logísticos que buscam cada vez mais a qualidade do serviço garantindo a acessibilidade dos consumidores e o Marketing acirrado em função das vendas, são fatores que acarretam ao problema. O perfil do novo consumidor é de preocupação com o meio-ambiente, pois ele tem consciência dos danos que podem causar no futuro. A Logística reversa de resíduos de pós - consumo é a área de atuação da logística reversa responsável pela gestão e operacionalização dos fluxos físicos e de informações correspondentes aos bens descartados depois de finalizada sua Utilização original pelo primeiro possuidor, retornando ao ciclo de negocio ou ao ciclo produtivo (LEITE,2009). A Logística Reversa de pós-consumo vem trazendo o conceito de se administrar não somente a entrega do produto ao cliente, mas também o seu retorno, direcionando-o para ser descartado ou reutilizado. Após chegar ao consumidor final o produto pode seguir em três destinos diferentes: ir para um local seguro de descarte, como aterros sanitários e depósitos específicos, um destino não seguro, sendo descartado na natureza, poluindo o ambiente, ou por fim, voltar a uma cadeia de distribuição reversa. Um canal de logística reversa de pós-consumo tem se tornado necessário é o retorno de produtos altamente nocivos ao meio ambiente como o óleo lubrificante que esta sendo reutilizado no mercado. 2.1.4 Logística de pós venda Com o aumento da velocidade da própria logística, que permite a entrega dos produtos num menor espaço de tempo, segue uma nova forma de consumo, juntamente com uma nova visão de canal de distribuição. Para este novo formato, o fornecedor não se preocupa apenas em garantir o produto para o cliente, no menor tempo possível e com total segurança, mas também em estar pronto para um regresso imediato, caso este seja necessário. O ciclo de vida do produto não termina 7 mais ao chegar ao consumidor final. Parte dos produtos necessita retornar aos fornecedores por razões comerciais, garantias dadas pelos fabricantes, erros no processamento de pedidos e falhas de funcionamento. Empresas que não possuem um fluxo logístico reverso perdem clientes por não possuírem uma solução eficiente para lidar com pedidos de devolução e substituição de produtos. A ação de preparar a empresa para atender estas exigências minimiza futuros desgastes com clientes ou parceiros. A logística reversa de pós-venda segue o propósito da criação deste determinado setor, agregando valor ao produto e garantindo um diferencial competitivo. A confiança entre os dois extremos da cadeia de distribuição pode se tornar o ponto chave para a próxima venda. 2.1.5 Logística reversa no PRM A Logística Reversa entra nas empresas fazendo parte das operações de gerenciamento que compõem o fluxo reverso conhecido por PRM – Product Recovery Management, ou administração da recuperação de produtos. O objetivo do RPM é obter o mais alto nível da recuperação do produto, tanto nas questões ecológica, componentes e materiais. O nível em que estes produtos podem ser recuperados é: nível de produto, módulo, partes e material. As principais áreas de atuação do sistema PRM são: Tecnologia, Marketing, Informação, Organização, Finanças, Logística Reversa e Administração de Operações. À logística cabe o fluxo reverso para a recuperação destes produtos. Enquanto a logística tradicional se preocupa em garantir o fluxo do produto do fabricante ao consumidor, a Logística Reversa se preocupa com o retorno do produto à sua origem, seja ele um lubrificante usado, entre outros. Historicamente, os fabricantes não se consideravam responsáveis pelo que acontecia com seus produtos e embalagens após o seu consumo. Atualmente, com o surgimento de legislações rigorosas sobre proteção ambiental e maior conscientização Ecológica dos consumidores, os fabricantes passaram a se preocupar com o descarte dos Refugos. Gerados em sua linha de produção, bem como com o acompanhamento de todo o ciclo de vida de seu produto, incluindo as embalagens, após a venda. 8 2.1.6 Reciclagem È o canal reverso de reciclagem que tem como maior interesse reintegrar os materiais constituintes dos bens de pós-consumo, seja como substitutos de matérias-primas na fabricação de outra matéria utilizando o canal reverso que além de recolher todos os produtos descartados pelas empresas criam uma margem significativa de lucros para a elas agregando maiores valores aos seus produtos reintegrado no mercado. Muitas vezes, as pessoas desconhecem a lei e acabam agindo de maneira contrária a ela, vendendo o óleo lubrificante usado para outros fins que não o refino. O objetivo do programa de conscientização é transformar os responsáveis pelas fontes geradoras de óleos lubrificantes usados em verdadeiros parceiros, apresentandolhes os benefícios que podem ser alcançados com a destinação correta para esse resíduo. Além disso, a preocupação é despertar o senso de responsabilidade dos envolvidos em relação aos riscos de contaminação da natureza. O refino resolve o problema da contaminação do meio ambiente, permite que economizemos os recursos naturais do Brasil e ainda transforma resíduo perigoso em produtos nobres. Para que se obtenham resultados importantes o país conta com a colaboração das empresas em alguns aspectos que ajude a diminuir a poluição ocorrida pelo óleo lubrificante. “Reciclagem é o canal reverso de revalorização em que os materiais constituintes dos produtos descartados são extraídos industrialmente, transformando-se em matérias primas secundarias ou recicladas que serão incorporados a fabricação de novos produtos (LEITE, 2003).” Ao fazer uma simples troca de óleo lubrificante no veículo em um estabelecimento qualquer, o consumidor quase nunca imagina que a iniciativa pode significar um ato que pode gerar graves consequências para o meio ambiente. Caso o estabelecimento escolhido para o serviço não faça parte do sistema nacional de recolhimento de óleo usado e contaminado, seu descarte incorreto pode resultar em contaminação química e os danos podem ser irreversíveis. Sabe-se que apenas 1 litro de óleo lubrificante usado ou contaminado pode sujar um milhão de litros de água e a queima indiscriminada pode gerar 9 emissões atmosféricas prejudiciais ao meio ambiente. Aquosa (forma uma camada superficial tóxica que dificulta a passagem de luz e as trocas de oxigênio, causa a queda da fotossíntese aquática e a morte da fauna e da flora). A água contaminada é facilmente absorvida pelos organismos e mata tudo à sua volta, causando grandes danos em áreas mananciais e a todos os habitantes. Fonte: SINDIRREFINO (Sindicado Nacional da Indústria do Rerrefino de Óleos Minerais) A combustão de 1 litro, libera no ar 1 grama de metais pesados, e 1,5 mg/m³ de chumbo são considerados um nível excessivo, prejudicando totalmente o solo atingido, tanto para a agricultura, quanto para a edificação gerando poluição hídrica superficial e causando impacto no lençol freático e aquíferos ( reserva de água potável do futuro). Por conter diversos elementos tóxicos (exemplo cromo, cádmio, chumbo e arsênio), causa danos à saúde dos trabalhadores que o manuseiam e a população vizinha com a contaminação do ar, água, solo e alimentos e causam ainda diversos problemas graves, como respiratórios, cancerígenos e efeitos adversos na reprodução e desenvolvimento do feto. Por motivos como esses, o CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) determina pela Resolução nº 362 10 que o refino é a única destinação legal para o óleo lubrificante usado ou contaminado. O refino é importante para o desenvolvimento sustentável do país, pois devolve nobreza ao óleo lubrificante usado, que pode ser reutilizado. O óleo básico refinado retorna ao mercado por meio das diversas distribuidoras e formuladoras de óleo lubrificante acabado do país. Os Óleos Lubrificantes Usados ou Contaminados, conhecido como óleo queimado, são considerados um resíduo tóxico persistente e perigoso não só para o meio ambiente, como também para a saúde humana. A prática técnica recomendada para evitar a contaminação química é o envio do resíduo para a regeneração e recuperação por meio do processo industrial chamado de rerrefino. Ao promover o refino de óleos lubrificantes usados, uma empresa especializada economiza em recursos naturais preciosos não renováveis, além de evitar a poluição que poderia ser gerada pelo descarte do resíduo no meio ambiente. O óleo lubrificante é um produto derivado de petróleo, recurso natural não renovável, o que significa que pode se esgotar. Segundo a legislação, depois de usado, o óleo é considerado como um produto altamente poluente se descartado de forma inadequada no meio ambiente. A Legislação brasileira, através da Resolução e Portarias da ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PETRÓLEO (ANP), diz que todo óleo lubrificante usado deve ser refinado. Descartá-lo de qualquer outra forma é incorrer em crime ambiental. Segundo o Sindirefino – Sindicato das Indústrias de Refino –, o Brasil gera mais de 500 milhões de litros de óleo lubrificante usados, porém, só metade desse volume é direcionada ao refino. A outra metade não é encaminhada para a coleta, sendo muitas vezes destinada para usos ilegais, principalmente para queima indiscriminada do óleo lubrificante usado. O presente artigo tem como objetivo analisar as principais características das pesquisas sobre a logística reversa, mais especificamente no âmbito de aumentar a rentabilidade das empresas que pratica ações com a reciclagem de resíduos poluentes, bem como a conscientização na boa utilização da logística reversa como 11 forma de colaborar com o meio ambiente. Foi realizado pesquisas em estabelecimentos que vende fluidos, óleos industriais e fazem trocas de óleos automotivos. Conforme levantamento da pesquisa é possível visualizar que todo processo acontece de forma natural e dentro das normas exigida, o óleo depois de ser retirado dos veículos, considerado óleo queimado, é armazenado em reservatórios internos com capacidade que varia de acordo com a necessidade de cada estabelecimento. Quando os reservatórios estão completos é solicitado para empresas que fazem o processo de rerrefino, a retirada do material que será transportado por caminhões específicos e encaminhada para a reciclagem, se isso ocorrer corretamente, os olucs, óleo queimado, serão transformados novamente em óleo lubrificante, numa proporção de 75% a 80% de aproveitamento. Os produtores e importadores são obrigados a coletar todo óleo disponível ou garantir que tal seja realizado através do custeio de toda a coleta de óleo lubrificante usado ou contaminado efetivamente realizada, na proporção do óleo lubrificante acabado que colocarem no mercado. Os Ministérios de Meio Ambiente e de Minas e Energia, por sua vez, têm a atribuição de acompanhar, de acordo com as suas competências legais, o cumprimento das metas mínimas de coleta de óleos lubrificantes usados. Nesse sentido, a Portaria MMA/MME n 464/2007definiu o percentual mínimo nacional de coleta de óleos lubrificantes usados ou contaminados. Para o ano de 2011, o percentual geral do país foi de 35,9% do volume de óleo lubrificante acabado comercializado no país. Regiões Ano Nordeste Norte 2008 19% 17% Centro-Oeste Sudeste 27% 42% Sul Brasil 33% 33,40% 2009 21% 20% 29% 42% 34% 34,20% 2010 23% 23% 31% 42% 35% 35,00% 12 2011 25% 24% 31% 42% 35% 35,90% Fonte : Portaria interministerial MME/MMA nº464 de 29/08/2007 Embora o óleo lubrificante usado ou contaminado provenha de inúmeras fontes dispersas no território nacional, e apesar de existir uma concorrência desleal e clandestina do uso ilegal do resíduo para finalidades diversas daquela estabelecida pela Resolução, a atividade de coleta, responsável pelo encaminhamento do resíduo para sua destinação ambientalmente adequada, encontra-se organizada no país, em especial nas regiões sul e sudeste. O óleo lubrificante usado é um resíduo de característica tóxica e persistente, portanto, perigoso para o meio ambiente e para a saúde humana, se não gerenciado de forma adequada. A prática tecnicamente recomendada para evitar a contaminação ambiental, a única legalmente possível, é o envio do resíduo para regeneração e recuperação de seus componentes úteis por meio de um processo industrial conhecido como rerrefino. A finalidade é possibilitar a utilização das sobras do processo de produção, bem como retirar do local aquilo que não tenha aproveitamento, deixando a área livre e desimpedida. Um subproduto do processo de fabricação e logística é o refugo. Se esse material não puder ser utilizado para produzir outros produtos, deve ser removido de alguma maneira. Qualquer que seja o subproduto, a logística é responsável por seu manuseio, transporte e armazenamento. Segundo Alberto Pardo Diaz: A finalidade da educação ambiental é, de fato, levar à descoberta de certa ética, fortalecida por um sistema de valores, atitudes, comportamentos, destacando, entre os primeiros, questões como a tolerância, a solidariedade ou a responsabilidade. A educação ambiental também deveria permitir o progresso na busca dos valores mais adequados a um verdadeiro desenvolvimento (desenvolvimento sustentável). (DÍAZ, 2002: 37). 2.1.5 Análise O ponto crítico de todo o processo do rerrefino, é a coleta. De acordo com a Resolução ANP Nº 20, de 18.6.2009 – D.O.U 19.6.2009, “art.3º A atividade de óleo 13 lubrificante usado ou contaminado somente poderá ser exercida por pessoa jurídica, constituída sob as leis brasileira, que possuir autorização da ANP.” Atualmente, 42 empresas são autorizadas pela ANP para coletarem óleo lubrificante usado ou contaminado em todo o país. Gráfico 1, mostra a quantidade de municípios que possuem coleta, por região, totalizando 77% dos municípios brasileiros. Para cumprir a legislação ambiental é necessário que a atividade de coleta atinja todos os municípios do Brasil. Gráfico 1 Fonte: Sindirrefino 14 Fonte: ANP As Empresas citadas acima representam o maior numero de participação no mercado do recolhimento do óleo lubrificante para o processo do rerrefino. 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Concluímos que a logística reversa é uma ferramenta fundamental na coleta do óleo lubrificante usado, desde o local de descarte ate o local apropriado, onde será feito o rerrefino, em seguida esse produto retornará ao mercado consumidor participando ativamente da economia. Contribuindo assim a meta de coletar todo o volume de óleo lubrificante vendido no mercado nacional evitando o seu despejo na natureza colocando em risco todo o meio ambiente e aqueles que dela necessitam. O principal objetivo deste artigo é a conscientizar a população em geral, onde cada cidadão colabore de forma adequada no descarte do óleo lubrificante usado, após ser efetuada sua troca em seu veiculo ou equipamento. Os estudos e gráficos apresentados neste trabalho mostram com maior clareza a preocupação das empresas em dar um destino final ao óleo lubrificante usado. Após a implantação de leis, normas técnicas para a coleta e também todo o processo de rerrefino a partir do ano de 1991, favoreceram o aumento gradual em porcentagem sobre o volume comercializado, além de estabelecer quais tipos de agentes estariam habilitados há efetuar esse processo. Como este artigo trata sobre a logística reversa, cita-se apenas uma rápida passagem sobre os efeitos nocivos que o despejo do óleo lubrificante usado pode causar ao meio ambiente e seus habitantes em geral, deixa-se uma sugestão a um novo estudo sobre esses danos, e também cidades, como: São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, são as principais cidades que estão engajadas a contribuir para a ambição de tratar a totalidade de óleos colocados no mercado, auxiliando 15 com um planeta ecologicamente mais correto, por serem as maiores consumidoras do óleo lubrificante no país. 4 Referencias BALLOU, Ronald H. Logística empresarial. São Paulo: Edit. Atlas, 1992. BOWERSOX, Donald J. CLOSS, David J. Logística empresarial. São Paulo: Edit. Atlas, 2001 DIAS, Alberto Pardo – Educação Ambiental como projeto. Segunda edição, Porto Alegre, 2002. LEITE, Paulo Roberto. Logística Reversa – Meio Ambiente e Competitividade. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2003. LEITE, Paulo Roberto. Canais de distribuição reversos: Revista tecnologística, São Paulo, março. 1998ª Reciclagem – Disponível em: www.pacerlogistica.com.br, acessado em: 18 de maço de 2012. LOGÍSTICA REVERSA, São Paulo: Editora. Publicare ano XVIII – N 199 – junho/2012. Conselho Nacional do Meio Ambiente, Disponível em: www.mma.gov .br, acessado em 15 de outubro de 2012. Sindicato Nacional da Indústria do Rerrefino de Óleos Minerais. Disponível em: www.sindirrefino.org.br. acessado em 05 de agosto de 2012 Agencia Nacional do petróleo. Disponível em:www.anp.gov.br. acessado em 22 de julho de 2012