Marcel Duchamp
• Artista francês, Marcel Duchamp nasceu em
Blainville, França, a 28 de julho de 1887, e morreu
em Nova York, EUA, em 2 de outubro de 1968. Irmão
do pintor Jacques Villon (Gastón Duchamp) e do
escultor Raymond Duchamp-Villon. Freqüentou em
Paris a Academie Julian, onde pintou quadros
impressionistas, segundo ele, "só para ver como eles
faziam isso".
• Entre 1913-1915 elabora os "ready-made", isto
é, objetos encontrados já prontos, às vezes
acrescentando detalhes, outras vezes atribuindolhes títulos arbitrários. O caso mais célebre é o
de "Fonte", urinol de louça enviado a uma
exposição em Nova York e recusado pelo comitê
de seleção. Os títulos são sugestivos ou irônicos,
como "Um ruído secreto" ou "Farmácia". Detalhe
acrescentado em um "ready-made" célebre: uma
reprodução da Gioconda, de Leonardo da Vinci,
com barbicha e bigodes.
• Esses "ready-mades" escondem, na verdade, uma
crítica agressiva contra a noção comum de obra de
arte. Com os títulos literários, Duchamp rebelou-se
contra a "arte da retina", cujos significados eram só,
segundo ele, impressões visuais. Duchamp declarou
preferir ser influenciado pelos escritores (Mallarmé,
Laforgue, Raymond Roussel) - e não pretendia criar
objetos belos ou interessantes. A crítica da obra de
arte se estendia à antítese bom gosto-mau gosto.
As artes de Arthur Bispo
do Rosário
• Com diagnóstico de esquizofrenia-paranóide,
ele viveu recluso por meio século e morreu há
20 anos, mas sua obra atravessou os muros da
instituição psiquiátrica e obteve
reconhecimento
• Arthur Bispo do Rosário perambulou numa delicada
região entre a realidade e o delírio, a vida e a arte.
No refúgio de sua cela no Hospital Nacional dos
Alienados, na Praia Vermelha, o paciente psiquiátrico
produziu mais de mil obras consagradas no mercado
internacional de arte contemporânea. Criou um
universo lúdico de bordados, assemblages,
estandartes e objetos durante os mais obscuros
períodos da psiquiatria – época dos eletrochoques,
lobotomias e tratamentos violentos aplicados para o
controle de crises.
• Sem se dar conta, Bispo não só driblou os
mecanismos de poder no manicômio como
utilizou sobras de materiais dispensados no
hospital para criar suas obras, inventando um
mundo paralelo, feito para Deus.
• A história da “loucura” de Bispo remonta à noite de 22 de dezembro de
1938, quando, aos 29 anos, conduzido por um imaginário exército de
anjos, andou pelas ruas do Rio com um destino certo: ia se “apresentar”
na igreja da Candelária, no centro. Peregrinou pelas várias igrejas
enfileiradas na rua Primeiro de Março e terminou no Mosteiro de São
Bento, onde anunciou a uma confraria de padres que era um enviado,
incumbido de “julgar os vivos e os mortos”. Detalhes dessa narrativa,
meio real meio ficcional, constam de um estandarte bordado por Bispo,
uma das belas peças de sua vasta obra, que mistura autobiografia e
autoficção. É nesse estandarte que Bispo registra a frase-síntese de sua
vida e obra Eu preciso destas palavras – Escrita. A palavra tinha para ele
status extraordinário, por isso seus bordados estão repletos de nomes de
pessoas, trechos poéticos, mensagens.
Cildo Meireles
• Nascido na cidade do Rio de Janeiro, passa sua
infância e adolescência entre Goiânia, Belém do Pará
e Brasília, onde, por influência do pintor peruano
Félix Alejandro Barrenechea, passa a dedicar-se ao
desenho. Por volta de 1966, quando se preparava
para ingressar no curso de arquitetura da UNB, é
convidado por Mário Cravo a expor seus desenhos
no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAMB) em
Salvador, motivo pelo qual não chegou a realizar os
exames de vestibular.
• Em 1967, retorna ao Rio de Janeiro, onde cursa por
um breve período a Escola de Belas Artes, e
freqüenta o ateliê de gravura do MAM. Nesta época,
abandona temporariamente o desenho, e dedica-se
a uma produção de cunho mais conceitual, voltada à
crítica dos meios, dos suportes e das linguagens
artísticas tradicionais. Em 1969, agora como
professor do ateliê do MAM, funda ao lado de
Guilherme Vaz e Frederico Morais a unidade
experimental do museu, da qual passa a ser diretor.
• Nestes anos de censura, medo, e silêncio, que se seguiram à
promulgação do AI-5, Cildo Meireles destacou-se por uma
série de propostas política e socialmente críticas, como por
exemplo, seu trabalho em carimbo em notas de um cruzeiro:
“Quem matou Herzog?”, de 1975. Uma mensagem explícita,
ainda que anônima, de sua visão da arte enquanto meio de
democratização da informação e da sociedade. Motivo pelo
qual costumava gravar em seus trabalhos deste período a
frase: “a reprodução dessa peça é livre e aberta a toda e
qualquer pessoa”, ressaltando a problemática do direito
privado, do mercado e da elitização da arte.
• "A versão da obra Babel ( FIG.1) apresentada em 2006 no
Brasil, reitera a discussão crítica sobre a idéia convencional de
espaço que Cildo Meireles empreende desde o início de sua
trajetória, quer em uma dimensão física, quer em uma
dimensão geopolítica na forma de disputas políticas e
territoriais.
• Composta por uma torre de 5 metros formada por um grande
número de rádios, de épocas, modelos e tamanhos distintos,
sobrepostos em círculos. O título “Babel” reporta-se ao
episódio bíblico da Torre de Babel, que teria sido, segundo o
mito, a causa primeira de todos os conflitos entre
agrupamentos humanos.
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