RESUMO
ISSN 1517-6967
Janeiro/2015 • Ano 24 • nº 01
Produção e vendas internas caem no 4º trimestre de 2014,
enquanto importações sobem
O último trimestre do ano passado teve resultados
negativos em relação aos índices de desempenho de
produção e de vendas internas do segmento de produtos
químicos de uso industrial, conforme informações
preliminares. No final do ano, o volume de vendas
internas teve recuo acentuado, com redução de 8,33% no
índice relativo ao mês de novembro e de 14,50% no de
dezembro, ambos sobre os meses anteriores,
acumulando retração de 21,6% apenas nos últimos dois
meses do ano. Apesar da sazonalidade, típica de final de
ano no setor, chama a atenção o fato de que os dados do
4º trimestre de 2014, sobre os de igual período de 2013,
indicam também recuo expressivo: de -0,65% para o
índice de produção e de -4,03% para o índice de vendas
internas. Nos últimos três meses do ano, no entanto, as
importações exibiram elevação de 4,8%, ocupando parte
expressiva da demanda por produtos químicos, que
cresceu 0,6%. Em igual período de comparação, a
utilização da capacidade instalada ficou em 80%.
Ambiente econômico
Cenário internacional
- Petróleo: incertezas quanto ao impacto da redução
acentuada da cotação do petróleo na economia mundial;
- Área do Euro: Banco Central Europeu anuncia ampliação de
programa de compra de ativos privados;
- Reino Unido: desemprego mantem tendência de queda;
- China: PIB mostrou expansão de 7,4% em 2014,
desacelerando em relação a 2013 (+7,7%);
- Grécia: resultado das eleições parlamentares pode colocar
em risco permanência do país na Área do Euro.
Cenário nacional
- Relatório Focus/Bacen: pela 4ª semana consecutiva houve
aumento do IPCA (mediana de 6,99%) e queda do PIB
(mediana de 0,13%) para 2015;
- Medidas anunciadas pelo Ministério da Fazenda devem
elevar a arrecadação em cerca de R$ 21 bilhões e dar
continuidade ao ajuste fiscal que deve ocorrer neste ano;
- Preocupação com o agravamento da questão energética,
em razão dos baixos níveis dos reservatórios de água, e com
o gás natural, riscos de apagões, prejuízos e custos mais
elevados de tarifas.
(continua na página 2)
(ver mais informações no Ambiente Econômico à página 18)
Principais Índices ABIQUIM-FIPE
Período
Índices Abiquim-FIPE
IGQ-P
IGQ-VI Vendas
IGP Preços
Produção (em
internas (em
(em %)
%)
%)
Consumo
Aparente
Nacional
CAN (em %)
Utilização da
capacidade
(em %)
Outubro 2014
3,59
4,72
2,14
1,8
79
Novembro *
-1,18
-8,33
3,49
3,2
78
Dezembro *
0,89
-14,50
-0,41
-7,7
82
4º trim. 2014 * / 4º trim. 2013
-0,65
-4,03
7,99
0,6
80 (-1 p.p.)
2º sem. 2014 * / 2º sem. 2013
-1,95
-3,61
6,32
2,7
80 (-2 p.p.)
Nov 2014 * / Nov 2013
-0,73
-5,30
10,79
2,2
78 (-2 p.p.)
Dez 2014 * / Dez 2013
-6,31
-9,81
8,59
-6,0
82 (-2 p.p.)
2014 (*) / 2013
-4,50
-3,99
9,15
0,8
79 (-3 p.p.)
* Preliminar.
O Relatório de Acompanhamento Conjuntural contém os dados definitivos de outubro e preliminares de novembro e dezembro de
2014, disponíveis até o fechamento da edição (19.01.2015). A avaliação do desempenho setorial é feita através de números índices de
Fisher de preços e de quantum das vendas internas e da produção, conforme metodologia e amostra de empresas e produtos,
detalhada na edição especial de Fevereiro de 2014.
Relatório de Acompanhamento Conjuntural (RAC)
Janeiro/2015 • Ano 24 • nº 01
RESUMO PRINCIPAIS INDICADORES DO RAC
2014
Indicadores
2007
IGQ Produção Abiquim-FIPE (1)
2008
2009
2010
2011
2012
2013
128,8
118,1
125,1
128,7
130,8
126,3
124,8
125,9
124,9
(-8,30%)
121,6
(+2,99%)
130,1
(+1,58%)
(+6,96%)
(-3,83%)
(+2,89%)
(+1,60%)
(+3,59%)
(-1,18%)
(+0,89%)
(-4,50%)
Outubro
Novembro
(*)
Dezembro
(*)
2014 (*)
IGQ Vendas Internas AbiquimFIPE (2)
115,5
104,3
108,9
116,5
117,1
122,1
111,9
95,7
112,4
(-9,67%)
105,2
(+0,84%)
113,4
(+1,14%)
(+7,77%)
(-4,00%)
(+7,01%)
(+0,52%)
(+4,72%)
(-8,33%)
(-14,50%)
(-3,99%)
IGP Abiquim-FIPE (%)
1,85
5,87
-20,58
22,23
10,17
17,67
7,76
+2,14
+3,49
-0,41
+8,59 (8)
Preços médios reais das
vendas internas (3)
153,9
159,1
145,5
153,3
161,3
166,1
170,4
169,4
166,2
(+3,37%)
124,2
(-21,92%)
133,3
(-0,23%)
(+7,37%)
(+9,09%)
(+5,38%)
(+5,23%)
(+1,70%)
(+2,57%)
(-0,54%)
(+3,02%)
Utilização da capacidade (%)
87
81
80
83
80
81
82
79
78
82
13,30
-2,50
11,50
10,60
7,00
7,36
13,0
-
-
-
-
Indicadores
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
Outubro
Novembro
Dezembro
2014
IPA-Ind. Transf. (%) (tradable)
4,60
10,89
-3,47
7,38
3,14
7,08
6,14
0,43
0,89*
0,13*
4,08*
IPC-FIPE (%) (non-tradable)
4,37
6,17
3,65
6,41
5,80
5,11
3,89
0,37
0,69
0,30
5,21
INPC-IBGE (%) (non-tradable)
5,16
6,48
4,11
6,47
6,08
6,20
5,56
0,38
0,53
0,62
6,23
IPCA-IBGE (%) (non-tradable)
4,46
5,90
4,31
5,91
6,50
5,84
5,91
0,42
0,51
0,78
6,41
-17,15
31,95
-25,48
-4,32
12,58
8,94
14,64
-0,28
4,74
3,75
13,39
Taxa média do dólar (R$/US$)
1,9479
1,8357
1,9991
1,7608
1,6737
1,9532
2,1579
2,4508
2,5475
2,6419
Variação do euro (%) (5)
-7,51
24,13
-22,57
-11,16
9,25
10,73
19,70
-1,23
4,39
1,12
-2,78
Taxa média do euro (R$/EUR)
2,6644
2,6752
2,7709
2,3363
2,3270
2,5092
2,8664
3,1048
3,1749
3,2527
3,1192 (9)
Nafta Petroquímica (%) (6)
29,77
-54,11
83,20
16,62
15,54
21,21
15,20
-11,39
-7,16*
n.d.
n.d.
Tarifa média energia elétrica –
segmento eletro intensivo
(US$/Mwh) (7)
64,1
65,8
60,5
72,7
84,4
79,5
66,2
78,3
65,1
62,8
71,3 (9)
Petróleo Brent (US$/b)
72,5
97,0
61,6
78,7
94,8
94,3
98,2
84,0
74,3
58,7
92,9 (9)
Petróleo Cesta OPEP (US$/b)
69,4
95,4
60,5
78,0
108,1
109,6
106,0
85,8
75,6
60,1
96,4 (9)
Variação do PIB (%)
6,1
5,1
-0,6
7,5
2,7
0,9
2,5
0,7 (10)
-
-
-
Rentabilidade do patrimônio
(%) (4)
Variação do dólar (%)
(5)
79
(9)
2,3542
(9)
n.d. = não disponível. (*) Preliminar.
Highlights: 2007: apreciação do real em relação ao dólar; resultados favoráveis na balança comercial brasileira; anúncio do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento; redução dos juros; melhora geral da atividade
econômica; 2008: manutenção do ritmo de crescimento da atividade econômica brasileira; retomada da elevação da taxa de juros para conter possíveis altas da inflação; pressão na balança comercial; agravamento da
crise financeira nos Estados Unidos e no mundo, com fortes impactos sobre os índices de ações de diversos países, inclusive no Brasil; final do ano com fortes flutuações no valor do dólar, para cima, em relação ao real;
e redução nos indicadores de demanda de um modo geral; 2009: impacto da crise internacional no País nos principais indicadores econômicos; redução dos juros até julho; concessão de isenções de impostos a fim de
conter a queda ainda maior da demanda; valorização do real em relação ao dólar; 2010: melhora no ritmo de atividade econômica, com elevação expressiva do PIB; elevação acentuada da parcela de produtos
importados; apreciação do real em relação ao dólar; aumento dos preços do petróleo e da nafta no mercado internacional; 2011: preocupação com a crise no Oriente Médio e com o terremoto, seguido de tsunami, no
Japão, com impactos nos preços dos energéticos no mercado internacional; apagão de energia no Nordeste do País, em 4/fev, com fortes efeitos na atividade industrial da região; melhora na competitividade da
indústria química americana, com o advento do shale gas; Presidente Dilma Roussef lança, em 2/ago, o Plano Brasil Maior, cujo objetivo é a elevação dos investimentos, principalmente em inovação, e a melhora do
ambiente de competitividade da indústria nacional, com estímulos ao desenvolvimento de alguns segmentos industriais; agravamento da crise internacional, com impactos sobre a atividade econômica brasileira; 2012:
Presidente Dilma lança os Conselhos de Competitividade no dia 3/abr, dentre os quais o de Química; redução da taxa de juros no mercado interno; valorização do dólar e do euro no mercado interno, em relação ao real;
Governo divulga pacote de incentivos a investimentos privados em infraestrutura e também o início da retirada de alguns encargos que incidem sobre a energia elétrica. Em setembro, divulgação do REIF, Regime
Especial de Incentivo ao Desenvolvimento da Infraestrutura da Indústria de Fertilizantes; ganhos elevados de competitividade da indústria química americana, por conta do shale gas; 2013: incertezas econômicas tanto
no ambiente interno, quanto externo; expectativa quanto à redução dos custos de energia elétrica. 2013: incerteza geral interna e externa; redução dos custos de energia elétrica (em alguns encargos) no início do ano; a
partir de abril, Banco Central inverte trajetória de redução da taxa de juros. Na química, conversão da MP 613, que desonera de PIS/Cofins a compra de matérias-primas petroquímicas da primeira e da segunda geração,
na Lei 12.859, o que deverá trazer modificações nos padrões de competitividade do setor; 2014: preocupação com a questão energética e riscos de racionamento de água e de luz; elevação da inflação e da taxa de
juros; anúncio do pacote de estímulos a economia, ao final de junho, que inclui: medidas tributárias (desoneração permanente da folha de pagamentos e Reintegra permanente, além de desonerações tributárias e Refis
remodelado), medidas financeiras e creditícias (PSI-BNDES e leasing, incentivos a abertura de capital de empresas de porte médio), além de outras medidas diversas (compras governamentais, política de conteúdo local,
Pronatec 2, marco regulatório da biodiversidade e programa Brasil sem Burocracia); 2015: Medidas anunciadas pelo Ministério da Fazenda devem elevar a arrecadação em cerca de R$ 21 bilhões e dar continuidade ao
ajuste fiscal, que deve ocorrer neste ano; preocupação com o agravamento da questão energética, em razão dos baixos níveis dos reservatórios de água, e com o gás natural, riscos de apagões, prejuízos e custos mais
elevados de tarifas; elevação dos juros básicos da economia.
(1) Base: Dezembro 1998 = 100; (2) Base: 1997 = 100; (3) Deflacionado pelo IPA-Indústria de Transformação, col. 12, da FGV. Base: Dezembro 1998 = 100; (4) Fonte: “Análise de Balanços – 2013”, publicação da Abiquim,
novembro de 2014; (5) Em relação ao real; (6) cotação internacional “Europa Spot”, média mensal, em US$/t, convertida em reais, utilizando-se a taxa média mensal do dólar; (7) Fonte: Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel); (8) Acumulado de janeiro a dezembro; (9) Média de janeiro a dezembro; e (10) Fonte: IBGE. Variação dos últimos quatro trimestres até 3º trimestre de 2014 em relação aos quatro trimestres
imediatamente anteriores, que por setores, foi: agropecuária: 1,1%, indústria: -0,5% (transformação: -1,8%) e serviços: 1,2%.
2
Relatório de Acompanhamento Conjuntural (RAC)
Janeiro/2015 • Ano 24 • nº 01
O Relatório de Acompanhamento Conjuntural é elaborado pela Equipe de Economia e Estatística da
ABIQUIM. A edição completa, com dados adicionais e informações sobre diversos segmentos da
indústria química, é distribuída mensalmente aos associados da ABIQUIM e também pode ser
adquirida por assinatura, por e-mail ou pelos telefones (11) 2148-4766/4767.
RAC–RELATÓRIO DE ACOMPANHAMENTO CONJUNTURAL, ISSN 1517-6967, Ano 24, 22 p. (edição completa), janeiro de 2015. Periodicidade mensal. Equipe de Economia
e Estatística – Fátima Giovanna Coviello Ferreira, Elaine Andreata Azeituno, Rita de Cássia Rodrigues, Paula Yuri Tanaka e Alessandra de Sousa Moura. CEDOC-Centro de
Documentação: Graciele Marim e Gleice Pastro Martins (estagiária).
Críticas e Sugestões poderão ser encaminhadas pelo fax (11) 2148-4739 e/ou [email protected]
Assinaturas: [email protected]
ABIQUIM – Associação Brasileira da Indústria Química – Av. Chedid Jafet, 222 – Bloco C – 4º andar – CEP: 04551-065 – São Paulo – SP
Tel.: (11) 2148-4732 – Fax (11) 2148-4739 – www.abiquim.org.br
Próxima divulgação do RAC: 25/02/2015
Copyright ABIQUIM  2015. Proibida a reprodução total ou parcial, para fins comerciais, salvo mediante autorização expressa da Abiquim
3
Download

Produção e vendas internas caem no 4º trimestre de 2014