Jornal Valor --- Página 1 da edição "04/02/2014 2a CAD A" ---- Impressa por CCassiano às 03/02/2014@22:24:45
Jornal Valor Econômico - CAD A - BRASIL - 4/2/2014 (22:24) - Página 1- Cor: BLACKCYANMAGENTAYELLOW
Enxerto
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Terça-feira, 4 de fevereiro de 2014 | Ano 14 | Número 3438 | R$ 5,00
União Europeia
perde € 120 bilhões
por ano com casos
de corrupçãoA9
Estiagem já prejudica
o plantio do milho
safrinha no Paraná B12
A holding Brasil
Franchising estuda abrir
o capital, diz
Milano B5
Destaques
Risco de déficit de energia
neste ano já passa de 20%
Usina da Tractebel segue sem gás
O Superior Tribunal de Justiça rejeitou recurso da Tractebel para que a Petrobras volte
a fornecer gás natural à térmica William Arjona, em Campo Grande (MS). O abastecimento está suspenso desde 2005. B2
Parceria no saneamento para Pecém
A Cagece (estatal cearense de saneamento), a francesa Veolia e a PB Engenharia
uniram-se para criar a Utilitas, que prestará serviços a empresas instaladas no Complexo Industrial e Portuário de Pecém. B3
Daniel Rittner, Leandra Peres e Rodrigo
Polito
De Brasília e do Rio
O risco de déficit de energia elétrica
neste ano nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste já ultrapassa os 20%. Déficit,
segundo a metodologia usada pelo
próprio governo, é a falta de eletricidade, por menor que seja, para atender
a demanda ao longo do ano, mesmo depois de ligadas todas as usinas termelétricas. Caso o desequilíbrio seja pequeno, inferior a 5% da carga total, não há
necessidade de racionamento. É possível
reduzir a entrega de energia aos consumidores por meio de medidas “sujas” na
operação, explicou ao Valor um
CCR disputará Ponte Rio-Niterói
O grupo CCR, que administra a Ponte
Rio-Niterói desde 1995, pretende participar da futura licitação do complexo rodoviário. O contrato atual, que não foi renovado, expira em maio do próximo ano. B3
Mobilidade virtual em duas rodas
técnico com longa experiência na área.
A inusual falta de chuvas elevou a possibilidade de racionamento, mas ela ainda é pequena neste momento. Se o nível
de desequilíbrio ficar acima de 5%, segundo o mesmo técnico, já não se pode
“administrar” a demanda e um racionamento pode se tornar inevitável.
O quadro atual dos reservatórios
das hidrelétricas é muito diferente do
previsto pelo Operador Nacional do
Sistema Elétrico. Na primeira semana
do ano, o ONS previa que o nível dos
reservatórios do Nordeste chegaria a
57,9% em 31 de janeiro. As represas da
região, no entanto, terminaram o mês
com 42,6% de armazenamento.
A situação é ainda mais crítica nas re-
Avanço logístico
giões Sudeste e Centro-Oeste, que concentram 70% da capacidade de armazenamento do país. A expectativa do ONS
era que os lagos das usinas das duas regiões chegassem ao fim do mês passado
com 52,7% da capacidade. Mas, no último dia de janeiro, marcavam 40,3%.
O cenário atual indica que o setor elétrico pode se transformar em um dos
maiores riscos fiscais de 2014. Os gastos
com o corte nas tarifas de energia, feito
em 2013, e com o acionamento das termelétricas devem ultrapassar em R$ 10
bilhões o valor previsto no Orçamento
para essa finalidade. A alternativa à pressão fiscal seria o repasse dos custos da
energia para as tarifas, o que agravaria o
problema da inflação. Página A12
Receio na área
fiscal agrava
fragilidades
Teo Takar e Ana Cristina Dib
De São Paulo
A desconfiança em relação à situação fiscal do Brasil está aumentando a
fragilidade do país neste momento de
nervosismo nos mercados internacionais. Para o diretor da Credit Suisse
Hedging-Griffo, Luís Stuhlberger, os
problemas brasileiros não podem ser
creditados apenas ao cenário externo.
“Certas fragilidades, quando há uma
crise, vêm à tona”, advertiu. Ontem, os
mercados viveram mais um dia de forte turbulência, provocada por dados
que mostraram fraqueza na indústria
dos Estados Unidos e da China. O Ibovespa recuou 3,13% e o dólar teve alta
de 1,04%, cotado a R$ 2,43. Página C1
Emergentes oferecem
oportunidade de ganho
A companhia novata de aplicativos Mobliboy desenvolveu uma aplicativo que permite a contratação do motoboy mais próximo para a realização de entregas. Para expandir a operação a todo o país, a “startup”
paulista aposta na formação de joint ventures com empresários de outros Estados. B5
James Kynge
Financial Times
Produção de cerveja recua
Onde o investidor em mercados emergentes pode encontrar abrigo da turbulência? A estratégia mais óbvia, dizem
gestores de fundos, é entender a natureza da tempestade financeira para depois
fugir para um lugar no qual ela pouco incidirá. “Toda vez que os investidores entram em pânico abre-se uma boa oportunidade de compra”, diz Michael Ganske,
diretor do fundo Rogge Global Partners,
responsável por gerir US$ 59 bilhões.
São considerados refúgios relativamente seguros países como México,
Taiwan, Coreia do Sul e Malásia, que devem se beneficiar do renascimento da
demanda nos EUA e na Europa. Mas
A produção de cervejas no país recuou
2,6% em janeiro em relação ao mesmo
mês do ano passado, enquanto a de refrigerantes caiu 2,9%. Apesar da queda, os indicadores surpreenderam positivamente,
devido à base de comparação elevada. B6
Nestlé deixa a nutrição esportiva
A multinacional suíça Nestlé anunciou a
venda de seu negócio de nutrição esportiva,
com as marcas Powerbar e Musashi, para a
americana Post Holdings, terceira maior fabricante de cereais prontos dos EUA. O valor
do negócio não foi informado. B6
eles não são necessariamente baratos.
Para muitos gestores, as melhores pechinchas são os bônus soberanos, em vez
das ações, em parte porque esse mercado
tende a ser dominado por instituições
que atuam de forma mais persistente nos
emergentes que o investidor de varejo.
“[A dívida soberana dos] emergentes se
destaca como a mais vantajosa para fundos de pensão”, diz Jim Craige, da Stone
Harbor, que administra US$ 62 bilhões.
As empresas de segunda linha
(“small caps”) brasileiras também foram injustamente penalizadas, dizem
especialistas. A Arezzo, por exemplo,
perdeu cerca de 40% de seu valor de
mercado em dólares desde que começou a queda da capitalização dos emergentes, no ano passado. Página C2
Calvário da citricultura
Estudo aponta que mais de 60% das
áreas cultivadas com laranja em São Paulo e no Triângulo Mineiro têm baixa produtividade. No interior paulista, desde
2008 a crise no setor já levou à erradicação de mais de 15% da plantação. B12
Em um começo de ano frustrante para o
investidor em bolsa, as corretoras participantes da Carteira Valor concentram
suas apostas para fevereiro em empresas exportadoras, favorecidas pela tendência de valorização do dólar. D1 e D2
STF libera reajuste de IPTU
O Supremo Tribunal Federal (STF) cassou liminares que suspendiam o reajuste do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) nos municípios de São José do
Rio Preto (SP) e Caçador (SC). E1
Justiça estende isenção do Prouni
Liminar do Tribunal Regional Federal da
1 a Região concede a quatro entidades de
ensino privadas a isenção fiscal do Programa Universidade para Todos (Prouni), independentemente do número de bolsas
efetivamente preenchidas por elas. E1
Ideias
Delfim Netto
As incertezas e os movimentos de capitais serão mais fortes quando a inflação
americana der sinal de vida. A2
Gerôncio Rocha e outros
Inclusão do xisto na licitação de campos
de gás foi intempestiva e na contramão
da transparência administrativa. A10
Zínia Baeta
De São Paulo
CLAUDIO BELLI/VALOR
Hedge natural
Empresas gastam 2% da receita na Justiça
A receita da operação brasileira da empresa de entregas DHL já chega a € 1 bilhão. Mas poderia
ser ainda maior se o país participasse mais do comércio internacional, diz Frank Appel. Página B4
Importações começam a desacelerar
Rodrigo Pedroso, Lucas Marchesini e
Marta Watanabe
De São Paulo e Brasília
Descontada a compra de uma plataforma de petróleo de US$ 379 milhões
da China (fato que não deve se repetir
com frequência), as importações caíram 1,6% no mês passado, ao invés do
crescimento de 0,4% frente a janeiro de
Bovespa (03/02/14)
Dólar comercial
-3,13 %
Mercado
R$ 6,8 bi
2,4350/2,4370
(03/02/14)
Dólar turismo
BC
São Paulo
2,4084/2,4090
2,3500/2,5800
(03/02/14)
Euro
Rio
Reais/Euro (BC)
2,4000/2,5500
3,2480/3,2493
(03/02/14)
US$/Euro (BC)
1,3486/1,3488
2013 divulgado ontem pelo governo. A
conta “limpa” mostra que a desvalorização cambial está desacelerando as
importações, dizem os especialistas.
Com o registro da plataforma, a balança comercial teve o pior déficit mensal
da sua história, de US$ 4,05 bilhões.
A desvalorização do real frente ao
dólar também não está melhorando a
rentabilidade das exportações. No ano
passado, essa rentabilidade teve crescimento praticamente irrelevante, de
apenas 0,2% em relação a 2012, de
acordo com a Funcex. Em alguns setores, como produtos alimentícios, agricultura, pecuária e extração de petróleo, houve perda de rentabilidade, o
que neutralizou os ganhos obtidos por
outros segmentos, como o de fabricantes de manufaturados. Página A3
Ferrovia nos
Acidentes e atrasos afetam
Andes busca
as seguradoras de estádios
sócio brasileiro
Daniel Rittner
De Brasília
Indicadores
As empresas brasileiras estão presentes em 83% das ações judiciais que tramitam no país e gastam quase 2% do que faturam para se defender ou entrar com
processos na Justiça. Levantamento do
Apesar dos problemas na Argentina,
um dos maiores grupos empresariais
do país, a Corporación América, resolveu levar adiante um projeto para construir uma travessia ferroviária pelos Andes e busca um sócio brasileiro. “Pode
ser tanto uma operadora como uma
construtora”, diz Martín Eurnekián, da
família controladora da Corporación
América. Só na primeira fase, a obra está orçada em US$ 3,5 bilhões. Página B1
Thais Folego
De São Paulo
A expectativa das seguradoras de
que fariam bons negócios com os seguros da construção ou reforma dos estádios para a Copa do Mundo está se frustrando. Acidentes e atrasos nas obras já
geraram indenizações elevadas.
Por conta da grande concorrência
entre as seguradoras, os prêmios cobrados às construções foram baixos,
muitas vezes até abaixo do limite técnico para que a seguradora tenha
equilíbrio financeiro na operação — é
o chamado risco de subscrição. Em alguns casos, o valor contratado cobriu
as despesas com a indenização.
Dos 12 estádios para a Copa, pelo
menos oito já tiveram problemas —
como acidentes, greves, morte de operários, troca de construtoras ou danos
causados por chuvas — que provocaram algum atraso. Um dos casos mais
emblemáticos foi o acidente ocorrido
com um guindaste nas obras do futuro estádio do Corinthians, o “Itaquerão”, no fim do ano passado. O Valor
apurou que o prejuízo nesse caso já
chega a R$ 35 milhões. Página C12
escritório Amaral, Yazbek Advogados, a
partir da análise de balanços de 7.485
empresas e de 21.647 processos, mostra
que esses custos somaram R$ 110,9 bilhões em 2012. Naquele ano, havia 74,3
milhões de ações nas quais empresas litigavam. As grandes companhias estavam
presentes em 53,4% delas. Página E1
BC aciona
magistrado
que atua no
caso Oboé
Eduardo Campos
De Brasília
O Banco Central está disposto a ir às
últimas consequências para responsabilizar, civil e criminalmente, os empresários do grupo cearense Oboé e o desembargador do Tribunal de Justiça do
Ceará, Jucid Peixoto do Amaral. Segundo o BC, o magistrado tem, reiteradamente, proferido decisões favoráveis às
empresas financeiras do grupo, em liquidação desde 2011, passando por cima até de decisões da Justiça Federal.
A procuradoria do BC já protocolou
representação contra o desembargador no Conselho Nacional de Justiça.
Uma das alegações da autarquia é de
que Amaral reeditou liminares já caçadas para favorecer os acionistas do
grupo. José Newton Lopes de Freitas,
controlador, disse que as suspeitas de
desvio de recursos não procedem e
que a Polícia Federal já buscou esse dinheiro e não o encontrou. Procurado
pelo Valor, o desembargador não retornou as ligações. Página C11
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