PROGRAMAS DA REDE DE SEGURANÇA SOCIAL NOS ESTADOS UNIDOS Sessão 5: Financiamento de Programas da Rede de Segurança Social (RSS) nos Estados Unidos Martha Burt, Instituto Urbano Demetra Nightingale, Universidade Johns Hopkins Instituto Urbano, 2005 Metas da Sessão • Apresentar uma visão geral da estrutura administrativa intergovernamental dos programas da rede de segurança social nos EUA • Descrever os diferentes mecanismos de financiamento utilizados nos programas da rede de segurança social Instituto Urbano, 2005 Parcela do Orçamento Federal dos EUA dedicada aos Programas da RSS • A parcela dos gastos públicos dos EUA dedicada aos programas da RSS dobrou entre 1954 e 2005 • Em 2005, aposentadoria, saúde e seguro de renda representaram 50% dos desembolsos federais • 80% dos desembolsos da rede de segurança social são dedicados ao Seguro Social (para os idosos) e à saúde (para os idosos, os portadores de necessidades especiais e os pobres) Instituto Urbano, 2005 Composição do Orçamento Federal dos Estados Unidos Instituto Urbano, 2005 Estrutura Administrativa Intergovernamental para os Programas da RSS dos EUA • A estrutura administrativa da rede social federal reflete o esforço de conseguir um equilíbrio entre: – As obrigações do governo nacional de preservar o “bem-estar público” – O respeito aos “direitos dos estados” • Diferentes modelos administrativos para programas federais: – Programas com financiamento e regras federais, administrados pelos estados – Parcerias federal/ estadual (financiamento conjunto) – Doações federais em bloco com mais discrição estadual/ local Instituto Urbano, 2005 Papéis do Governo Federal • Para a maioria dos programas da rede social, o governo federal: – Estabelece a missão e o escopo dos principais programas da rede social (TANF, food stamps); – Fornece financiamento; – Estabelece as regras e regulamentos do programa; – Supervisiona e tem responsabilidade pelo programa. • O governo federal também possui responsabilidade direta pelo financiamento e administração de alguns programas, especialmente os voltados para os idosos (ex.: Seguro Social, SSI, Medicare) e aqueles que operam por meio do sistema de imposto de renda (ex.: EITC) Instituto Urbano, 2005 Papel dos governos estaduais e locais • Os estados são responsáveis por administrar os programas com financiamento federal • Algumas legislaturas designam a responsabilidade administrativa e operacional pela rede social aos órgãos do governo do estado, do condado ou do município • As legislaturas estaduais determinam como cumprir a parcela de financiamento do estado, quando a parcela do estado deve receber recursos federais; algumas também exigem uma parcela de financiamento local • Os poderes legislativo e executivo (governadores) dos estados são responsáveis por coordenar leis estaduais, programas e regras, com programas e regras federais • Dependendo do programa e do estado, as agências estaduais e/ou locais operam os programas e prestam os serviços Instituto Urbano, 2005 Papel dos Governos Estaduais e Locais no Bem-Estar Social • Supervisão e administração do estado – é do governo do estado a responsabilidade pela supervisão e provisão de serviços humanos, utilizando funcionários do estado trabalhando no nível local • Supervisão do estado e administração local – o estado mantém a supervisão geral dos serviços, mas delega a responsabilidade pela provisão dos serviços ao nível local (geralmente condados, algumas vezes cidades, vilarejos) Instituto Urbano, 2005 Mecanismos de Financiamento • • • Transferências federais diretas: recursos federais distribuídos aos estados e/ou jurisdições locais, ou ONGs beneficiárias que recebem financiamento federal (varia por programa). – Limitado: o financiamento é estabelecido em um nível específico (determinado pelo Congresso) Contra-partida de doações: (financiamento federal e estadual conjunto): os estados devem fornecer uma contrapartida específica a fim de receber os recursos federais – Sem limite: financiamento disponível para todos aqueles que são elegíveis – Limitado: limites de financiamento estabelecidos em um nível específico Doações em Bloco: recursos federais fornecidos sem necessidade de contrapartida – Limitado: limites de financiamento estabelecidos em um nível específico – Geralmente distribuídas aos estados por uma fórmula que depende da população, níveis de pobreza, outros fatores Instituto Urbano, 2005 Mecanismos de financiamento variam entre programas da rede social Habilitações sem limite de tempo: • Totalmente financiadas pelo governo federal, não são exigidos recursos estaduais – Benefícios Food Stamps – SSI – Bem-estar da criança – incentiva pagamento de serviços • Contrapartida do estado exigida – Medicaid e SCHIP (a contrapartida do estado varia de acordo com o estado; fontes federais fornecem 50-76% dos recursos, dependendo do nível de pobreza do estado e de outros fatores) Instituto Urbano, 2005 Mecanismos de financiamento variam entre programas da rede social Financiamento limitado: • Doações em bloco com contrapartida do estado ou “manutenção de esforço” exigidos – TANF: doações em bloco distribuídas aos estados por fórmula; exige que o estado mantenha o nível de gastos préTANF – Serviços de bem-estar das crianças: doação em bloco com financiamento de contrapartida do estado exigido • Outros mecanismos, contrapartida não exigida – Moradia: distribuído como doações diretas aos órgãos públicos de habitação, com o fim de fornecer subsídios aos pobres e como “número de unidades”, e não como valor em dólares Instituto Urbano, 2005 Exemplo de Financiamento: Reforma Social aumentou liberdade de ação política e fiscal no nível estadual e local • Quando a política social mudou, em 1996, de um benefício sem limite de tempo (AFDC) para uma doação em bloco (TANF): – Aumentou a discrição fiscal do estado, visto que as doações em bloco têm menor supervisão federal ou mecanismos de responsabilização – Aumentou o poder de formulação de políticas no nível do estado, levando a muitas alterações nas políticas e opções de financiamento e a uma maior variação no desenho do programa – Passou a ser exigida uma re-autorização periódica do Congresso para a continuação do financiamento Instituto Urbano, 2005 Reforma Social aumentou liberdade de ação política e fiscal no nível estadual e local • Entretanto, a estrutura fundamental e a administração do sistema de bem-estar social AFDC/TANF permanecem relativamente inalteradas – Os estados são os principais responsáveis e estabelecem as regras – As agências estaduais ou administram os programas sociais ou delegam a maior parte da responsabilidade pelo TANF para os municípios – No nível do beneficiário, o TANF ainda é operacionalizado em conjunto com outros programas de benefício, principalmente o Food Stamps e o Medicaid/SCHIP, o que significa que os custos administrativos e os de serviços de alguns funcionários são divididos entre os programas Instituto Urbano, 2005 Reforma Social envolveu novas provisões federais sobre responsabilidade • Penalidades e bônus vinculados a determinadas prioridades e objetivos federais: – Os estados devem atingir certos níveis, estabelecidos em nível federal, de participação no trabalho (por exemplo, 50% dos clientes devem estar trabalhando ou estar engajados em uma atividade de trabalho definida em nível federal) – Os estados podem receber bônus pelo alto nível de: • Desempenho (por exemplo, taxas de participação no trabalho) • Redução na taxa de natalidade de filhos de mães solteiras • Manutenção de esforço: os estados devem manter seus gastos com serviços e programas relacionados ao bem-estar social no mesmo nível em que estavam em 1996 (para evitar a substituição de recursos federais por gastos estaduais) Instituto Urbano, 2005 Financiamento do Bem-Estar Social está sujeito a revisão mais regular pelo Congresso • A lei do bem-estar social, de 1996, autorizou o financiamento anual para um período de cinco anos (até 2001) • O Congresso deve “reautorizar” o bem-estar social, mas até agora tem aprovado somente “resoluções de continuação” e não uma reautorização completa • O processo de reautorização do financiamento fornece uma oportunidade de exame amplo das provisões da TANF: – – – – Taxas de participação Exigências de manutenção de esforço Bônus e penalidades Ênfase aumentada em algumas prioridades (por exemplo, promoção do casamento) Instituto Urbano, 2005 Implicações do Financiamento da Reforma do Bem-Estar Social • Grande diversidade estadual e local nos programas – estruturas administrativas, financiamento, populações alvo, critérios de elegibilidade, prioridades • A variedade de programas e as formas de financiamento apresentam desafios de provisão de serviços tanto para os administradores quanto para os clientes Instituto Urbano, 2005 Lições dos EUA sobre mecanismos de financiamento e processo orçamentário • • Os programas com benefícios sem limite de tempo possuem um financiamento mais estável de um ano para outro, visto que o nível de financiamento federal está garantido Os programas com financiamento limitado enfrentam, potencialmente, menor estabilidade no financiamento de um ano para o outro, visto que o Congresso deve aprovar os recursos anualmente – Alguns programas são autorizados por lei para mais de um ano (p. ex. 3 anos); após esse período, o Congresso deve “reautorizar” os recursos – Programas com financiamento limitado ou doações em bloco estão sujeitos a uma maior revisão política, visto que o financiamento deve ser aprovado, o que representa um maior risco de redução orçamentária ou de eliminação do programa (devido a restrições fiscais ou novas orientações políticas) Instituto Urbano, 2005