“EM DEFESA DO LOBO MAU”: A EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM UM PROGRAMA DE ENRIQUECIMENTO ESCOLAR MACIEL, Miriam de Oliveira – UFSM [email protected] MACHADO, Charline Fillipin – UFSM [email protected] Eixo Temático: Práticas e Estágios nas Licenciaturas Agência Financiadora: não contou com financiamento Resumo O presente trabalho tem como principal objetivo apresentar um relato de experiência na qual foi trabalhada a temática da Educação Ambiental em um Programa de Enriquecimento Escolar. Neste Programa são atendidos alunos com características de Altas Habilidades/Superdotação (BRASIL, 2008) crianças e adolescentes. Os encontros deste Programa acontecem aos sábados e têm duração de uma hora e meia. Desta forma, a metodologia utilizada no trabalho desenvolvido no Programa de Enriquecimento Escolar foi embasada em Pesquisa Ação, visto que além da pesquisa elaborada pelos alunos houve ainda a modificação de uma história com o personagem do “lobo mau”. Com cunho qualitativo, esta experiência apresentou em seus resultados aspectos importantes da Educação Ambiental. Através da leitura de diversas histórias infantis que apresentam o animal lobo como um vilão “lobo mau”, os alunos elaboraram argumentos para defender ou acusar o lobo através de bilhetinhos, bem como alguns alunos modificaram a percepção que tinham com relação ao lobo, após assistirem a um documentário sobre lobos em extinção. Desta forma, por apresentarem grande envolvimento com as tarefas, habilidade a cima da média e criatividade, os alunos com Altas Habilidades/Superdotação, especificamente, os que apresentam a Inteligência Naturalista (GARDNER, 2000) e Ecológica (ANTUNES, 2006) em destaque, por demonstrarem um potencial elevado nesta área, puderam contribuir com a promoção da Educação Ambiental, visto que leram as histórias que apresentam o personagem “lobo mau” e reescreveram a história da Chapeuzinho Vermelho, inventaram novos personagens e fizeram uma discussão acerca da extinção dos lobos. Portanto, proporcionar a Educação Ambiental de forma interdisciplinar, utilizando o lúdico, proporcionando a leitura e a construção de conhecimentos é uma tarefa importante nos processos de educação, bem como nos Programas de Enriquecimento Escolar. Palavras-chave: Educação Ambiental. Altas Habilidades/Superdotação. Histórias sobre o Lobo Mau. 14420 Introdução A Educação Ambiental é uma modalidade da educação á qual deve permear todas as áreas do saber, visto que é interdisciplinar. Esta é uma temática que geralmente é abordada nas escolas. No entanto, no presente relato de experiência expomos a vivência de trabalho sobre esta temática em um programa de enriquecimento escolar, o qual atende crianças e adolescentes de várias escolas do município de Santa Maria/RS, que apresentam características de Altas Habilidades/Superdotação. Neste programa as atividades acontecem nos sábados pela manhã, com duração de uma hora e meia. Os alunos são divididos em pequenos grupos, os quais são denominados Grupos de Interesse. Nestes grupos são trabalhadas diversas temáticas e a que apresentamos no presente trabalho é a experiência que tivemos no Grupo de Interesse em Educação Ambiental. Os alunos participantes deste grupo, como os dos demais grupos, apresentam características de Altas Habilidades/Superdotação que, segundo a Secretaria de Educação Especial (1995): [...] altas habilidades referem-se a comportamentos observados e/ou relatados que confirmem a expressão de “traços consistentemente superiores” em relação à uma média [...] em qualquer campo do saber ou do fazer. Deve-se entender por “traços” as formas consistentes, ou seja, aquelas que permanecem com freqüência e duração no repertório dos comportamentos da pessoa, de forma a poderem ser registrados em épocas diferentes em situações diferentes (BRASIL, MEC/SEESP, 1995, p. 13). Nesta perspectiva, a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008), afirma que: Alunos com altas habilidades/superdotação demonstram potencial elevado em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes. Também apresentam elevada criatividade, grande envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu interesse (BRASIL, 2008, p.15). Desta forma, compreendemos que os alunos que se interessaram em participar do Grupo de Interesse em Educação Ambiental são aqueles que apresentam uma Inteligência Naturalista (GARDNER, 2000) e/ou Ecológica (ANTUNES, 2006) em maior destaque. Para Gardner (2000) a Inteligência Naturalista pode ser percebida em pessoas que possuem uma 14421 atração pelo mundo natural, sendo que apresentam facilidade para identificar paisagens nativas, e até mesmo certo sentimento de êxtase diante do espetáculo da natureza. Antunes (2006), também defende, na mesma perspectiva, uma inteligência a qual, denomina de Inteligência Ecológica. Para este autor, a Inteligência Ecológica é caracterizada por estar ligada à competência que a criança apresenta para perceber a natureza de forma integral, bem como envolver-se com profundidade nos mundos animal e vegetal. Neste sentido, o principal objetivo deste trabalho é o de apresentar os resultados da experiência de Educação Ambiental em um programa de enriquecimento escolar que trabalha co alunos com características de Altas Habilidades/Superdotação. Para tanto, a metodologia utilizada nesta experiência está embasada em pesquisa-ação, e poderá ser melhor compreendida nos tópicos seguintes. Desenvolvimento Conceituando as Educação Ambiental A Educação Ambiental é interdisciplinar e complexa, visto que permeia todos os campos do saber. Esta é uma modalidade da educação, visto que não consta nos currículos escolares como uma disciplina em função de sua complexidade, bem como por apresentar uma visão integral da vida, do planeta e das relações interpessoais. Primando por um ambiente favorável a todos, a Educação Ambiental pode ser compreendida como Um processo no qual os indivíduos tomam consciência do seu ambiente, seja natural ou construído, e adquirem conhecimentos, valores, habilidades, experiências e determinação em busca da prática social a fim de encontrar soluções para os problemas sócio-ambientais, e melhorar as relações entre os seres humanos e a natureza e os seres humanos entre si (STORY, 1998, p. 66). Nesta perspectiva, a Educação Ambiental não se restringe apenas a conceitos de ecologia, ou que abordam a reciclagem do lixo e preservação do meio ambiente. Ao contrário, a Educação Ambiental refere-se também à educação dos comportamentos inadequados, como a violência, o descaso com o planeta e com as pessoas, entre outros. Além disso, esta modalidade da Educação visa o estímulo de valores do homem para com o planeta em que habita e para com os demais seres vivos. 14422 Desta forma, a Educação Ambiental, por ser interdisciplinar e complexa, não está posta nos currículos escolares como uma disciplina, visto que abrange todas as áreas do saber. Caracteriza, portanto, a educação do ser humano. Uma educação além da ofertada em ambientes escolares, pois pode ser ofertada tanto nestes ambientes quanto na família, através de projetos, na sociedade, através da educação não formal. Por abranger todas as áreas do saber, a Educação Ambiental deve ser ofertada aos sujeitos com altas habilidades/superdotação, visto que estes, também necessitam de experiências, oportunidades e desafios para que seus conhecimentos se multipliquem. Neste contexto, o principal objetivo deste trabalho é o de apresentar alguns resultados da oficina de educação ambiental ofertada aos alunos com altas habilidades/superdotação, através de histórias infantis que apresentaram o personagem “lobo mau”. Metodologia A metodologia que foi utilizada em nossa experiência de Educação Ambiental, que foi de cunho qualitativo foi a Pesquisa Ação, visto que ao se trabalhar com Educação Ambiental podemos transformar as concepções e práticas dos envolvidos, promovendo uma mudança de paradigmas. Desta forma, Demo (1995) considera que não existe distinção entre a Pesquisa Ação e a Pesquisa Participante, visto que ambas estão comprometidas com a prática. Para ele, este tipo de Pesquisa caracteriza-se por ser aquela em que se busca, ao mesmo tempo, produzir conhecimento e participação, apostando no conhecimento como instrumento essencial de mudanças. Desta forma, este tipo de pesquisa permitiu um maior envolvimento do grupo (professoras e alunos), bem como uma transformação de possíveis conceitos e valores estipulados à infância através da abordagem clássica das histórias infantis que apresentam o animal lobo como um personagem agressivo, malvado e violento. Para tanto, alguns caminhos metodológicos foram trilhados a fim de direcionar as etapas desta oficina. Tais etapas foram: • Escolha das histórias infantis que apresentam o personagem “Lobo Mau”; • Leitura em Conjunto destas histórias; • Questionamento sobre as atitudes dos principais personagens; • Formulação de argumentos para defender o personagem “Lobo Mau”; 14423 • Pesquisa sobre os lobos e a extinção dos mesmos; • Reflexão sobre o pensamento e as atitudes dos seres humanos com relação à natureza e aos animais; • Formulação de argumentos para defender os animais e a natureza; • Criação de uma nova história que contem o personagem do Lobo; • Escrita desta história; • Construção de Fantoches; • Encenação da mesma. Estas etapas foram desenvolvidas durante o segundo semestre letivo do ano de 2010, nas datas estipuladas no cronograma do programa de enriquecimento escolar, com encontros semanais aos sábados, as quais tiveram duração de uma hora e meia cada. Desta forma, cada etapa citada acima foi explorada de acordo com o interesse e a criatividade dos alunos participantes, o que facilitou o envolvimento dos mesmos com as tarefas desenvolvidas nesta oficina. Resultados Os alunos fizeram a leitura dos diversos livros de histórias infantis que continham o personagem do “lobo mau”, bem como elaboraram uma discussão a cerca dos fatos ocorridos em cada história. Desta forma, questões de valores, atitudes humanas comparadas às dos animais, como o fato do lobo ser carnívoro e os humanos também, bem como questões referentes a chapeuzinho vermelho morar na floresta e invadir a casa do lobo foram elaboradas pelos alunos, como nos mostra a Figura 1: 14424 Figura 1 – Leitura das histórias infantis Fonte: Fotografia de Charline Fillipin Machado Alguns alunos continuaram percebendo o lobo como um ser mau. No entanto, a maioria dos alunos, responderam que o Lobo era um injustiçado, visto que na verdade os lobos são animais da floresta e a chapeuzinho estava invadindo a “casa” do lobo. Podemos verificar as opiniões dos alunos através de bilhetinhos que os mesmos escreveram. Alguns bilhetes diziam: Aluna A – “Talvez o ‘lobo mau’ não seja mau. O perfil do ‘lobo mau’ foi criado pelos seus instintos de sobrevivência. Mas nós também somos ‘maus’. Nós comemos a carne de outros animais e enganamos as pessoas”. Aluna B – “Uma coisa boa: não consegue pegar ninguém!” Aluno C – “Mau! Esfomiado! Mau Humorado!” Aluno D – “O lobo é mais ou menos bom e mal por que às vezes ele come as coisas e às vezes ele não come as coisas” Neste contexto, foi interessante perceber a discrepância de opiniões que os alunos emitiram a favor ou contra o Lobo. Neste dia uma aluna escreveu um texto no qual defendia o lobo, lembrando que este é um animal que possui necessidades de caça. Neste texto a aluna comparou o lobo com o ser humano, salientando que o homem, assim como o lobo, alimentase da carne de outros seres e que não é mal visto por isso. Nos próximos encontros assistimos o filme: “Deu a Louca na Chapeuzinho Vermelho” e fizemos uma discussão sobre a nova versão da história – apresentada no filme. Assistimos a 14425 um documentário na internet sobre os lobos, seu habitat, suas necessidades de alimentação e sobre a extinção de algumas espécies. Discutimos questões referentes à natureza, à violência e coerência de algumas atitudes dos personagens das diversas histórias com o lobo mau. Em um dos encontros elaboramos uma nova versão da História “Chapeuzinho Vermelho”, a qual foram criados novos personagens como a “Chapeuzinho Verde – Ecologicamente correta”. Após a criação da nova história, os alunos se dividiram em grupos e cada grupo ficou responsável por uma tarefa. Um grupo de alunos fez os desenhos dos personagens, outro grupo fez os Croquis das roupas de cada personagem, outro grupo pensou no cenário, conforme Figura 2 e Figura 3. Figura 2 – Construção dos desenhos, croquis e figurino dos personagens Fonte: Fotografia de Charline Fillipin Machado 14426 Figura 3 – Croqui da roupa da mãe das meninas: Chapeuzinho Verde Ecologicamente Correta e Chapeuinho Vermelho Fonte: Fotografia de Miriam de Oliveira Maciel Por fim, os alunos apresentaram a nova versão da história do “lobo mau”, na qual este era apenas um animal lutando para proteger seus filhotes dos invasores da floresta – a família da chapeuzinho vermelho. Esta apresentação ocorreu através de um teatro de fantoches ofertado aos pais e colegas do programa de enriquecimento escolar. Discussões O lobo mau foi o personagem escolhido, pois era visto como um animal violento, “ruim” pela maioria dos alunos. Desta forma, com a sugestão dos alunos surgiu o Grupo de Interesse em Educação Ambiental, no qual o intuito foi o de pesquisar nas histórias, livros e documentários sobre o animal lobo, bem como sobre o personagem lobo mau, a fim de compreender se havia relação ou não entre um e outro. Neste Grupo, foi realizado um resgate das histórias infantis que apresentam o personagem “lobo mau” a fim de que a partir dessas histórias pudéssemos trabalhar questões de Educação Ambiental e estimulação de processos argumentativos dos alunos. Neste sentido, o personagem “lobo mau” foi o ponto de partida, ou seja, o tema gerador, que utilizamos para desenvolver, estimular e enriquecer habilidades em todas as áreas do conhecimento, enfatizando a Educação Ambiental como temática interdisciplinar, a qual abrange muitas áreas do saber. Neste sentido, compreendemos que o personagem “lobo mau” está relacionado à Educação Ambiental no sentido de que esta se propõe à mudança de paradigmas; à 14427 preservação de espécies em extinção como o animal lobo; a não violência, entre outras questões importantes para a convivência harmoniosa e saudável entre os seres humanos e a natureza, bem como os seres humanos entre si. Citamos a não violência visto que em muitas histórias infantis o lobo é violento, maldoso e ardiloso, usa de estratégias para “assassinar” os três porquinhos ou a Chapeuzinho Vermelho. Nesta perspectiva, desde cedo as crianças escutam histórias, visualizam suas imagens nas quais o animal lobo é um vilão. Desta forma, questionamos: Como poderemos ensinar que a extinção de animais é algo negativo se estes animais, muitas vezes são considerados malévolos nas histórias? Conclusão No decorrer da execução das atividades propostas no programa de enriquecimento escolar, especificamente do Geupo de Interesse em Educação Ambiental, os alunos demonstraram um grande envolvimento e muita criatividade, o que é característico dos sujeitos com Altas Habilidades/Superdotação. Desta forma, os resultados que geralmente são esperados e apresentados somente no fim dos encontros foram percebidos desde o processo de elaboração, execução e apresentação dos mesmos. Nesta perspectiva, a questão considerada a principal pelo Grupo – o lobo – não foi a única pensada e discutida pelos alunos. A criação da Chapeuzinho Verde – Ecologicamente Correta, a discussão referente ao habitat do lobo e das pessoas, a discussão referente à mentiras, alimentação inadequada e poluição, ultrapassaram as expectativas até mesmo dos pais presentes na apresentação final dos resultados. Outra reação inesperada foi a iniciativa dos alunos em pensar na continuidade das pesquisas sobre a temática ambiental para o ano de 2011. Enfim, apesar do “faz de conta” inerente à idade das crianças participantes do Grupo, as mensagens de valores, contra a agressividade e hábitos equivocados de se portar no planeta foram enfatizados na nova versão da história. Isto nos surpreendeu em alguns momentos, visto que a construção dos personagens e do enrredo da história foi elaborado pelos alunos. No entanto, conhecendo as características das Altas Habilidades/Superdotação e da Inteligência Naturalista e Ecológica, compreendemos que o envolvimento com as tarefas, a habilidade a cima da média geral e a criatividade são peculiares a estes sujeitos. Desta forma, não poderíamos esperar algo superficial no trabalho desenvolvido pelos alunos, visto que a 14428 Inteligência Naturalista acentuada de alguns alunos facilitou a compreensão da amplitude da pesquisa que estes desenvolveram sobre os lobos. Além disso, por serem curiosos e envolvidos com as tarefas a que se dispõem estes alunos expressaram o interesse de continuar pesquisando sobre o meio ambiente, animais, plantas, lixo, entre outros. Por outro lado, por serem criativos, estes alunos já expressaram idéias de criação de livros e filmes com a história inventada e dramatizada na oficina. Portanto, sendo a Educação Ambiental interdisciplinar, ou seja, uma modalidade da educação á qual deve permear todos às áreas do saber, deve ser ofertada a todos. Neste sentido, os alunos com Altas Habilidades/Superdotação também necessitam desta educação, bem como são, além de consumidores, produtores de conhecimento e disseminadores dos mesmos. REFERÊNCIAS ANTUNES, C elso. 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