AVALIAÇÃO DA NAVEGABILIDADE NA HIDROVIA
PARAGUAI-PARANÁ PARA O TRANSPORTE DE
CARGA
Denise Aparecida Cola Francisco
José Carlos Cesar Amorim
Marcelo de Miranda Reis
AVALIAÇÃO DA NAVEGABILIDADE NA HIDROVIA PARAGUAI-PARANÁ PARA
O TRANSPORTE DE CARGA
Denise Aparecida Cola Francisco
José Carlos Cesar Amorim
Marcelo de Miranda Reis
Mestrado em Engenharia de Transportes
Instituto Militar de Engenharia - IME
RESUMO
A Hidrovia do Paraguai é um dos mais importantes componentes da Bacia do Rio da Prata, interligando quatro
dos cinco membros do MERCOSUL – Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai, e um de seus associados – Bolívia.
Seu potencial de integração em âmbito internacional é alto, visto que facilita o transporte de cargas e, também, o
comércio e intercâmbio entre os países citados. As hidrovias são de grande importância, visto que, através dela
consegue-se transportar grandes quantidades de mercadoria a grandes distâncias. Este trabalho busca estudar,
entender e determinar os entraves sociais, políticos, ambientais e físicos que impedem o crescimento da
Hidrovia, uma vez que, a mesma apresenta potencial real para o transporte de cargas. Serão analisados os quatro
principais trechos da Hidrovia, as principais cargas transportadas, os entraves existentes a navegação e,
finalmente será proposta uma metodologia para viabilizar o aumento da quantidade de cargas a serem
transportadas.
1 INTRODUÇÃO
Transporte hidroviário é o tipo de transporte aquaviário realizado nas hidrovias, que são
percursos pré-determinados para o tráfego sobre águas para transporte de pessoas e
mercadorias. As hidrovias de interior podem ser rios, lagos e lagoas navegáveis que
receberam algum tipo de melhoria/sinalização/balizamento para que um determinado tipo de
embarcação possa trafegar com segurança por esta via.
As hidrovias são de grande importância, visto que, através dela consegue-se transportar
grandes quantidades de mercadoria a grandes distâncias.
A hidrovia Paraguai Paraná possui 3.342 km de extensão total, compreendido de Cáceres Brasil até o estuário do Rio da Prata na Argentina. Possui largura média de 700m, sendo o
período de águas baixas de Julho a Novembro e de águas altas de Dezembro a Abril. Interliga
quatro dos cinco membros do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) - Brasil, Paraguai,
Argentina e Uruguai - e um de seus associados - Bolívia. Seu potencial de integração em
âmbito internacional é alto, visto que facilita o transporte de cargas.
O Sistema de sinalização e balizamento de margem é constituído de placas e faroletes,
indicando o canal de navegação.
O trecho entre Corumbá (MS) e San Nicolas (Argentina) possui 2.525 km de extensão, onde
trafegam comboios com formação 4x4, sendo 16 chatas e um empurrador, isto é, comboios
formados por 4 linhas e 4 colunas de chatas. As embarcações possuem as seguintes
características: chata padrão: 60m de comprimento, 11m de largura, pontal de 3,00m, e o
empurrador padrão: 15 m de comprimento, 8 m de largura e 3,00m de pontal.
Atualmente a Hidrovia Paraguai – Paraná dispõe benefícios constantes no Decreto nº 2.716 de
10/08/98, entre Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai, conhecido como “Tratado da
Hidrovia”. O Tratado é sobre a regulamentação aduaneira, a navegação com segurança, os
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seguros, as condições de igualdade de oportunidades para uma maior competitividade,
solução de controvérsias, e sobre cessação provisória de bandeira.
2 OBJETIVO E JUSTIFICATIVA
O objetivo desta pesquisa consiste em estudar detalhadamente os trechos da Hidrovia
Paraguai-Paraná, visando propor melhorias na via que contribuam para o aumento do
transporte de cargas além de desenvolver uma avaliação técnico-econômica do sistema de
transporte aquaviário na Hidrovia, verificando vantagens e desvantagens em relação as
melhorias propostas.
A Hidrovia Paraguai-Paraná é um dos mais extensos e importantes eixos continentais de
integração, pois corta metade da América do Sul, ligando o interior do continente ao Oceano
Atlântico.
Estende por 3.442 km, em águas de corrente livre, sem barragens e obstáculos para a
navegação, de Cáceres, no Mato Grosso, ao porto flúvio-marítimo de Nueva Palmira, no
Uruguai, passando por dois estados brasileiros: Mato Grosso e Mato Grosso do Sul,
abrangendo cinco países, que são: Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai. Em função
disso é chamada também de “Hidrovia do Mercosul”.
O transporte hidroviário proporciona o frete mais barato e, apesar de exigir maior tempo, pode
ser compensado por ter maior eficiência energética, maior capacidade de concentração de
cargas, tem menor consumo de combustível, de emissão de poluentes, congestionamento de
tráfego, custo da infraestrutura, acidentes, custos operacionais, impactos ambientais e emissão
de ruído. Assim sendo, é oportuno o estudo da potencialidade de utilização da hidrovia.
3 METODOLOGIA DA PESQUISA
Para atingir o objetivo proposto serão realizados estudos, conforme as etapas a seguir:
Etapa 1 – Revisão bibliográfica;
Etapa 2 – Identificação das restrições à navegabilidade na Hidrovia;
Etapa 3 - Levantamento da capacidade do transporte de cargas atual;
Etapa 4 – Proposta de melhorias para a navegabilidade da Hidrovia visando o aumento do
transporte de cargas;
 Etapa 5 - Análise técnico-econômica das melhorias propostas no aumento da capacidade
do transporte de carga da Hidrovia;
 Etapa 6 – Análise dos resultados;
 Etapa 7 – Conclusões e recomendações;
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4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Artigos acadêmicos publicados tratam a questão do transporte hidroviário no Brasil como um
assunto de extrema importância no sistema logístico de transportes.
Atualmente vários programas governamentais tem citado o transporte aquaviário como um
modal de transporte que merece investimentos pois, tem maior capacidade de concentração de
cargas e consequentemente, menor custo operacional, maior eficiência energética, maior
segurança da carga e controle fiscal, maior vida útil dos equipamentos, embarcações e
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infraestrutura da via, menor consumo de combustível e emissão de poluentes, menor impacto
ambiental e emissão de ruído, enor congestionamento de tráfego, menor número de acidentes
e menor custo de infra-estrutura.
Conforme relatório técnico do Plano Nacional de Integração Hidroviária (ANTAQ, 2013),
importantes questões sobre a movimentação atual da hidrovia foram discutidas durante
reunião havida em Corumbá (MS) no dia 29 de Novembro de 2011, onde estavam presentes e
representantes do setor produtivo (mineração e operadores fluviais), representantes de setores
ligados ao meio ambiente e representantes da ANTAQ e do LabTrans/UFSC, além da
movimentação de cargas futuras. No entanto, de acordo com a opinião geral, o crescimento da
movimentação de produtos supracitados na hidrovia, está condicionado a melhorias da
infraestrutura desta e dos seus acessos. O grande potencial de crescimento da região
relacionado à extração de minério de ferro e outros minérios e, em menor escala, à agricultura
local, foi destaque entre as afirmações dos empresários da região.
De acordo com o Plano Hidroviário Estratégico (Ministério dos Transportes, 2013), que tem
como objetivo viabilizar o transporte hidroviário interior em larga escala de forma a torna-lo
uma alternativa para o escoamento de cargas e deslocamento de pessoas, contribuindo para a
redução de custos no país, a Hidrovia do Paraguai foi selecionada pois, o transporte
hidroviário ao longo do Rio Paraguai já é importante para o Brasil, bem como para outros
países, como Paraguai e Argentina. O minério de ferro e manganês já são transportados pela
hidrovia, desde Cáceres (Brasil) até os portos marítimos no Rio da Prata. Existe ainda a
perspectiva de crescimento em ritmo constante dos fluxos de transporte nesta região, de
acordo com as estimativas utilizadas no referido plano.
5. RESULTADOS ESPERADOS
De acordo com a ANTAQ (2010), a Hidrovia Paraguai-Paraná é um eixo estratégico na
Integração do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL). Ela permite a ligação fluvial direta do
Centro-Oeste brasileiro com o oceano Atlântico. Em particular, o Rio Paraguai apresenta as
melhores condições de navegação por ser um típico rio de planície e tem como característica
uma excelente regularidade de seu regime hídrico, com um período curto de águas baixas e
pequena declividade (cerca de 2,5 centímetros por quilômetro).
Assim sendo, espera-se, como resultado deste trabalho, estudar, entender e determinar os
entraves sociais, políticos, ambientais e físicos que impedem o crescimento da Hidrovia, uma
vez que, a mesma tem um potencial real para o transporte de carga.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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http://www.periodicos.capes.gov.br/. Acesso em: Março/2014.
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Disponível em: http://www.cnt.org.br/Paginas/Pesquisas_Detalhes.aspx?p=4. Acesso em:
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