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Comissão Técnica: Cartografia Histórica e História da Cartografia
ATLAS UNIVERSAL DE SELEÇÕES DO READER’S DIGEST
Paulo Márcio Leal de Menezes1
Manoel do Couto Fernandes 1
Cláudio João Barreto dos Santos1,2
Renata Klar Divano3
1
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Igeo - Dep Geografia – Laboratório de Cartografia (GeoCart)
Av Brig Trompowski SN - Cidade Universitária - Rio de Janeiro - RJ - 21941-590
Tel: (21)2598-1880 - Fax: (21)2270-77 73 - E-mail: [email protected]/ [email protected]/
2
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
3
Seleções Reader’s Digest
RESUMO
O Projeto de desenvolvimento do Atlas Universal de Seleções do Reader’s.Digest em português, estava em
cogitação pela empresa desde 2004, vindo efetivamente a ser implantado ao fim de 2006, com lançamento previsto para
meados de 2007.
Um dos grandes problemas vinha a ser a tradução e adaptação dos nomes geográficos, de países, lugares, rios,
montanhas, cidades e outras feições geográficas, cuja maioria encontrava-se em inglês ou romanizadas. Adaptações e
atualizações também eram necessárias, visto que o original possuía dados relativos a 2003.
O Laboratório de Cartografia da UFRJ, GeoCart, do Departamento de Geografia, foi contatado para a realização do trabalho de tradução dos nomes geográficos que efetivamente teriam nomes em português, bem como as adaptações que fossem necessárias, vindo a executar este serviço e outros que se fizeram necessário.
Este trabalho tem por finalidade apresentar a metodologia elaborada pelo Laboratório, baseada inteiramente
em normas e relações oficiais (ONU e Ministério das Relações Exteriores - MRE) e oficiosas (tradição de nomes), que
permitiriam a tradução e adaptação dos nomes geográficos, de forma que o menor número de exônimos fosse criado e
aproveitando-se o maior número possível de endônimos. Os nomes geográficos de tradição na língua foram mantidos.
Mesmo assim, nomes tiveram que ser discutidos, pois apesar da norma indicar um direcionamento, organizações, principalmente a imprensa, apresentam outra forma de grafia, optando-se pela colocação em alguns casos, dos dois nomes.
Será apresentada a metodologia aplicada para o desenvolvimento dos trabalhos, que envolveu a criação de um
banco de nomes geográficos, identificação dos nomes a traduzir e a manter. Foram traduzidos e adaptados cerca de
12000 nomes geográficos, em um universo de aproximadamente 87000 nomes.
PALAVRAS-CHAVE: Atlas Geográfico, nomes geográficos, toponímia, geonímia
ABSTRACT
The release of the Universal Atlas of Reader's.Digest in Portuguese, was in cogitation since 2004, coming indeed to be realized at the end of 2006, with release foreseen for middles of 2007.
One of the greatest problems was the translation and adaptation of geographical names, of countries, places,
rivers, mountains, cities and other geographical features, whose majority was in English or romanized. Adaptations and
updatings were also necessary, because the original was updated only to 2003.
The Laboratory of Cartography of UFRJ, GeoCart, of the Geography Department, was contacted for the accomplishment of the work of translation of all geographical features, which indeed would have names in Portuguese, as
well as the necessary adaptations.
This paper aims to present the methodology developed by the Laboratory, based entirely on norms and official
relationships (UN and Ministry of Exterior Relationship - MRE) and unofficial (names tradition), which would allow
the translation and adaptation of the geographical names, so that the smallest number of exonyms was created and taking advantage of the largest possible number of endonyms. The traditionally known geographical names in the lan-
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guage were maintained. Even so, names had to be discussed, therefore in spite of the norm to indicate a direction, some
organizations, mainly the press, present another orthography form, so, the option was for the placement in some cases,
of the two names.
The applied methodology will be presented for the development of the works, since the development of a geographical names database, and the identification of the names to translate and to maintain. It was translated and adapted
about 12000 geographical names, in an universe of approximately 87000 names.
KEYWORDS: Geographical Atlas, Geographical Analysis, geographical names, toponimy, geonimy.
1 - INTRODUÇÃO
Nomes geográficos são os testemunhos históricos do povoamento, descobrimento, conhecimento,
presença, permanência entre outros, sobre e do espaço
geográfico. Através deles é marcada a passagem de
gerações, raças, povos e grupos lingüísticos, na sucessão da ocupação de um território. Desta forma ficam as
passagens assinaladas pelo conhecimento humano e a
expansão do espaço terrestre conhecido e habitado.
O espaço geográfico fica individualizado e
humanizado, ficando, portanto, diferenciado de qualquer local.
Segundo Furtado (1957), os nomes geográficos vêm a constituir a linguagem geográfica essencial,
como se fosse atribuída ao local a sua própria alma,
caracterizada por um grupo de palavras, que por sua
vez também possuem um significado, acepção ou sentido, expressando muito, tanto do terreno nomeado,
quanto do povoamento que foi estabelecido no local.
Através desta abordagem pode-se facilmente
caracterizar a sua importância tanto para a Cartografia
como para a Geografia.
Identificar o vocábulo indicativo do nome geográfico, restaurando o seu termo, significado e correta
expressão, associando o aspecto histórico-temporal,
bem como, as coordenadas geográficas, irão caracterizar a evolução não só do geônimo, mas também uma
riqueza sem par relacionado ao espaço geográfico e
demais características associadas sobre este mesmo
espaço geográfico.
Assim, como é associado a um estudo lingüístico de um vocábulo, o nome geográfico pode refletir a
estrutura vertical ou dialetológica ou ainda a geologia
lingüística (histórica), bem como a estrutura horizontal
ou geográfica do idioma (FURTADO, 1957) .
Os nomes geográficos retratam as nuances da
história, da vida de um povo, da mentalidade da época
e do próprio povo, bem como as suas características
fisionômicas. A ligação espaço-tempo é indissociável e
ao mesmo tempo implícita em cada um deles, por serem marcantes e determinantes, as suas influências
históricas, sociológicas, econômicas, antropológicas e
geográficas (FURTADO, 1957).
Os fósseis linguísticos caracterizam e refletem
línguas, dialetos e estratos lingüísticos das línguas
faladas pelos povos que antecederam, com influência
nas que serão sucedidas, em um determinado lugar.
Pode ser verificado que os topônimos, que são ou serão
fósseis lingüisticos, cientificamente estudados e traduzidos, podem revelar detalhes importantíssimos sobre
aspectos histórico–culturais e mesmo geográficos do
local.
No estado do Rio de Janeiro existe uma grande quantidade de nomes que são oriundos do Tupi:
Niterói (mar morto ou escondido), Carioca, Jacarépagua, Jacuecanga, Parati, Pedra do Açu (Pedra Grande).
Se os engenheiros que projetaram as Usinas de Angra
dos Reis, soubessem que o significado da palavra Itaorna é terra podre, talvez tivessem escolhido outro
local para a sua construção(BOLEO, 1956).
Um outro estrato lingüístico também bastante
presente no Brasil, e no Estado do Rio de Janeiro, em
uma escala um pouco menor, devido a intensa colonização portuguesa, deve-se aos vocábulos de origem
africana.
De uma maneira geral, pode-se, sem sombra
de dúvida, afirmar que não há Geografia sem nomes
geográficos. Há algum tempo atrás, a sustentação da
ciência Geográfica era definida através da Geografia
Descritiva. Em termos de Cartografia não existe a
figura de um mapa ou uma carta muda que não possua
nomes geográficos. Sem esses componentes o mapa
passa a representar um mero cartograma ou um desenho puramente esquemático.
A diacronia dos nomes geográficos, associados agora como geônimos, permite estabelecer o estudo espaço-temporal (histórico–geográfico), tendo no
mapa (visão cartográfica), uma das suas principais
fontes de informação.
Observe-se que uma vez, em qualquer pesquisa histórica, ao surgir um nome, existe a necessidade
primeira de localizá-lo no espaço, caracterizando então
a interface História, Geografia e Cartografia.
Para o desenvolvimento de um Atlas, principalmente em se tratando de um Atlas elaborado em
uma outra língua, que não o português, no caso do
Atlas de Seleções, o inglês, um dos principais problemas vem a ser a adoção dos nomes estrangeiros que
serão traduzidos para o português. Alguns nomes são
consagrados, como Londres e não LONDON, Roma e
não ROME, Munique e não Munich ou München.
Porém outros nomes apresentam uma série de dúvidas
que devem ser clarificadas, tais como: New York,
Nova Iorque ou Nova York? Zimbawe, Zimbave ou
Zimbaue?
Este trabalho pretende mostrar os principais
problemas apresentados no desenvolvimento do processo de tradução, bem como da metodologia criada
para o trabalho conjunto de tradução de todos os mapas
simultaneamente.
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Em relação à ONU, o UNGEGN, UN Group
of Experts on Geographical Names, foi criado em
1967, para debater e discutir programas para a padronização de nomes geográficos.
Existem 14 divisões mundiais lingüísticas,
sendo que um país pode pertencer a mais de uma divisão. O Brasil pertence à América do Sul, mas aproxima-se também da África junto com Angola e Moçambique, para criar a divisão de países de língua portuguesa.
Por endônimos são denominados os nomes
geográficos que ocorrem na área onde a feição está
localizada. Por exemplo, London, Wien, München. O
exônimo é a designação ou tradução do nome geográfico para uma determinada língua ou país. Londres,
Viena, Munique, Rússia, Sérvia e Ucrânia são alguns
dos países que utilizam o cirílico; Egito, Arábia, Jordânia, Irã e Iraque são alguns que usam o árabe; O hebreu é utilizado por Israel e o romano pela grande
maioria das demais línguas.
Os três grandes grupos de escrita são as alfabéticas, as silábicas e as logográficas.
As alfabéticas empregam letras individuais,
como sinais estendidos ou não, formando palavras.
Incluídos nessa classificação estão os alfabetos arábico, cirilico. hebreu, romano e thai.
A escrita silábica consiste de conjunto de caracteres que representam o símbolo de uma sílaba.
Como exemplo: amharico, da Etiópia, hatana e higana
japoneses.
A escrita logográfica usa conjuntos ou combinações de símbolos para representar uma palavra. O
chinês, mandarim e o kenji japonês podem ser exemplos deste sistema.
São bastante atuais as discussões sobre a representação de nomes geográficos, principalmente em
relação aos países asiáticos e africanos, árabes e do
extremo oriente.
Para tanto há necessidade de se entender o
correto significado dos termos: tradução, romanização,
transliteração e transcrição, as quais são muitas vezes
utilizadas de forma errada.
Uma afirmação, por exemplo, de uma palavra
que seja tradução de outra em cirílico, possui alguns
erros inclusos. As três premissas básicas que a ONU
orienta que sejam seguidas, são:
•
Manter os exônimos que já são tradicionais para cada país;
•
Evitar a criação de novos exônimos e
•
Utilizar o mais possível endônimos,
utilizado a grafia transliterada e apropriada para o
nome geográfico.
O Brasil não adotou a radicalização
de Portugal, que praticamente aportuguesou a grande
maioria dos nomes geográficos, surgindo palavras só
adotadas lá, tais como: Estugarda, para Stuttgard,
Munchão para Munique, entre outras (COUTINHO,
2003).
Por outro lado, todas essas dúvidas ocorrem
por não ter o País uma autoridade nacional em nomes
geográficos, o que precisa urgentemente ser pensado
pelas autoridades.
2 - NOMES GEOGRÁFICOS ESTRANGEIROS
O trabalho com Atlas, cartas e mapas regionais e globais, implica conseqüentemente, na necessidade de se lidar com nomes geográficos estrangeiros.
Para o país, o PCN (Parâmetros Curriculares
Nacionais), prevê este conhecimento. Por outro lado,
existem no Brasil, nomes de origem estrangeira, notadamente espanhola, alemã, suíça, holandesa, inglesa,
etc, em decorrência das épocas das correntes imigratórias.
A estrutura atual, de intensa globalização, faz
também necessária o conhecimento de nomes geográficos referentes às línguas com alfabetos inteiramente
diferentes e com diferentes estruturas lingüísticas.
Os nomes oriundos de países com alfabetos
cirílico, arábico ou oriental, tipicamente simbólico, ou
mesmo os que não possuem alfabeto próprio, sendo
apenas transmitidos oralmente, é colocado um questionamento de como ficaria a grafia e a pronúncia do
nome e português. Para esses nomes no Brasil, todos
sem exceção foram totalmente aportuguesados. No
Estado do Rio de Janeiro um exemplo pode ser dado
pela cidade de Nova Friburgo. Dick (1999) classifica
este nome, como um nome transplantado, imigrado por
colonizadores suíços quando vieram para o Brasil e se
instalaram na serra, tendo como nome origem, a cidade
de Fribourg.
Por outro lado a grafia tanto dos nomes estrangeiros, dos países, como o nome das cidades e
feições geográficas, não são padronizados. Diga-se de
passagem, que não o são também os nomes nacionais,
por não existir uma autoridade nacional reguladora,
para os nomes geográficos.
O próprio Ministério das Relações Exteriores
apresenta problemas com a grafia dos nomes de alguns
países, havendo uma proposta de normatização desenvolvida por Coutinho (2003). No entanto é grande a
diversidade de escritas que podem ser encontradas,
todas com justificativas plausíveis, como por exemplo,
para a cidade de Singapura e Cingapura. Diversos
autores consideram Cingapura como a grafia correta,
porém a Academia Brasileira de Letras e O Ministério
das Relações Exteriores consideram a grafia correta
como Singapura. Se em relação aos nomes de cidades
apresentam-se esses problemas, o que dizer dos nomes
de feições geográficas diversas, tais como rios, planaltos, planícies, montes, montanhas, entre outros?
O massacre de MY LAI, ocorrido na guerra
do Viet Nam, foi causado devido à existência de seis
diferentes MY LAI no país e a sua errada identificação.
O que dizer do Mar do Japão ou da Coréia? Beiging ou
Pequim? Nova York, Nova Iorque ou New York? San
Francisco ou São Francisco; São Diego ou San Diego?
São Cristóvão e Nevis ou St. Kitts e Nevis?
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Uma língua ou linguagem mostra
como ela é falada, enquanto o sistema de escrita apresenta a sua forma de escrita e de representar a língua
falada. A língua escrita em russo utiliza o alfabeto
cirílico, enquanto o português e a maioria das línguas
de origem européia utilizam o alfabeto romano.
Afirmar que KIEV é a tradução de
na
linguagem cirílica, aponta para os seguintes erros
(RANDALL, 2001):
•
Kiev não é tradução, mas a forma em
inglês conversacional de
.
•
Cirílico não é uma língua, mas um
sistema de escrita (com diferentes formas);
•
Como fica em português? Assumimos a forma inglesa escrita, mas não pronunciada,
Quiéve e não Quiive.
A tradução é a expressão de uma tradução na
acepção da palavra, assumindo e o nome traduzido
como forma padrão da expressão do nome geográfico.
A tradução de Buenos Ayres seria Bons Ares! Schwarzwald é traduzido por Floresta Negra,. que já é um
tradicional exônimo na língua portuguesa, por tradução.
A transliteração é o procedimento de converter as letras dos vários alfabetos escritos não romanos,
para as letras de um alfabeto romano.
Dessa forma pode-se escrever corretamente
que:
A capital da Ucrânia é conhecida em português por Kiev, forma convencional vindo do inglês. A
forma falada em ucraniano cirílico é é
.
O nome romanizado para o inglês de acordo
com o sistema BGN/ PGGN, da ONU, o resultado é
KYYIV, o que em português corresponderia a palavra
QUIIVE.
Outro exemplo pode ser aplicado à capital do
Egito. A transliteração fornece o nome AL QÃHIRAH,
cuja pronúncia correta em português seria AL CÃRRIRA, no entanto, a forma convencional em português
é expressa pela palavra Cairo.
Como observação, um dos grandes problemas
enfrentados pelos países que fazem parte da força de
ocupação do Afeganistão e do Iraque é exatamente a
definição e conhecimento dos nomes das localidades.
tando a localização geográfica de cada um dos nomes
(coordenadas de página);
- 104 (cento e quatro) arquivos em formato
PDF, relativos à 196 (cento e noventa e seis) mapas.
Não estão considerados aqui os mapas das páginas de
descrição dos continentes;
- tabelas de códigos UNICODE, ANSI e
ISSO, para letras, países, continentes, lugares etc.
- gazeteer – glossário geográfico, com a versão anterior;
- Relação dos países e informações a atualizar.
O primeiro grande problema verificado foi a
cerca da repetição dos nomes geográficos e a sua presença no glossário: o nome aparece apenas uma única
vez no glossário, no entanto aparecendo em uma série
de páginas, das quais não se tinha a informação das
ocorrências.
Por outro lado a inexistência de uma autoridade nacional em nomes geográficos, a falta de padronização e grande diversidade de nomes diferentemente
colocados, levou o grupo a tomar uma série de decisões, as quais deveriam ser técnica, científica e linguisticamente embasadas.
Para isso foram procurados o Ministério das
Relações Exteriores, a Academia Brasileira de Letras,
Instituto Antonio Houaiss, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Departamento de Lingüística, da
Faculdade de Ciências e Letras da USP, entre outras.
Foi estabelecido assim, critérios de tradução ou não
dos nomes geográficos, com a devida chancela de
pesquisadores, técnicos e cientistas voltados para esse
tipo de estudo.
Verificou-se a necessidade de desenvolvimento de um banco de dados que permitisse a consulta
sobre os nomes geográficos, nomes originais, traduzidos, ocorrências nas páginas e localização em cada
uma delas.
Assim foi desenvolvida a metodologia que foi
aplicada ao projeto.
4 - METODOLOGIA
A metodologia desenvolvida e aplicada foi
estabelecida pelas seguintes fases:
Fase 1 – Tradução
a - Definição dos nomes a traduzir;
b - atribuição de critério de tradução;
c – carga no banco de dados;
d – elaboração dos arquivos de apoio de cada mapa;
e – validação, atribuição de Unicode e geração de
arquivo excell de cada mapa.
3 – O DESAFIO – QUANTIFICAÇÃO
O Laboratório de Cartografia do Departamento de Geografia da UFRJ – GeoCart, foi contato pela
Seleções do Reader´s Digest, para realizar a tradução
dos nomes geográficos do Atlas, bem como da revisão
técnica das informações, revisão do Glossário Geográfico (Gazeteer) e atualização das informações gerais
sobre dados dos países e continentes.
Em termos quantitativos, foram levantadas as
seguintes informações:
- foi recebida uma tabela geral de uma versão
anterior, com cerca de 93527 nomes geográficos, cons-
Fase 2 – Revisão
Nesta fase foram recebidas as provas, com os nomes
conforme deveriam ser impressos. As etapas foram as
seguintes:
a – Revisão do mapa e excell;
b – Validação;
c – Atualização das informações sócio-econômicas dos
países e glossário;
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para cada nome repetido no Atlas, consulta a topônimo
original, a topônimo traduzido, página dupla, página
exportação, página traduzida e local, que fornece através do código a página e as coordenadas da grade.
d – Revisão final.
4.1 – Banco de Dados
O banco de dados foi desenvolvido com a
utilização do Microsoft Access, devido a ser um banco
de consulta simples e permitir o trabalho com a quantidade de nomes geográficos que se iria tratar.
O conteúdo inicial do banco veio com o material fornecido pela Seleções do Reader´s Digest. Os
campos constantes no banco foram devidos como:
Código (COD) - Nome Original (Map_name) - Nome no Glossário (Índex_name) - Nome em português (nome_pt) - Nome no Glossário português (Índex_pt) e Justificativa.
Foram criadas tabelas auxiliares, com a ligação
entre
código e
número
de página
de
pertinência
4.2 – Arquivos PDF
Os arquivos PDF recebidos apresentavam
apenas a toponímia associada, como pode ser observado na figura 1.
Figura 1 – Exemplo de um arquivo PDF
O trabalho inicial em cada mapa foi a identificação de
cada topônimo que deveria ser traduzido em cada mapa, gerando-se um novo arquivo PDF e um arquivo em
Excell, com o código do topônimo e sua tradução, bem
como a justificativa dessa tradução. Figura 2.
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Figura 2 – Mapa em PDF, com todos os nomes sujeitos a tradução marcada.
4.3 – Carga no Banco de Dados
Após os nomes em todos os mapas terem sido
marcados, foi iniciada a carga no banco de dados,
durante a qual foi verificada a existência do nome, o
número de cada página que continha o nome, o grid de
indicação e no caso a adição de um novo nome, caso
não estivesse incluso no banco original.
Ao término da carga foi possível a identificação da tradução de 13568 nomes, caracterizando-se
ainda a adição de mais 3745 nomes que não constavam
na versão do Atlas enviada para trabalho.
Praticamente todos os países sofreram algum
tipo de atualização, inclusive a própria base de países,
com a separação da Sérvia e Montenegro.
As atualizações foram todas baseadas nas
páginas The World Factbooks, Banco Mundial, BIRD,
entre outras, com a obtenção dos dados mais atualizados.
Desta forma a edição brasileira é a mais atualizada existente no momento, entre todos os Atlas
Mundiais lançados no presente ano.
5 – CONCLUSÕES
O trabalho desenvolveu-se durante o período
de dezembro de 2006 à junho de 2007, sendo que até
abril de 2007 ocorreu a fase de tradução e o restante
para a revisão.
O desenvolvimento deste projeto, pelo Laboratório de Cartografia – GeoCart, do Departamento de
Geografia, foi extremamente gratificante, tanto em
termos de experiência profissional, como de aquisição
de conhecimento científico, em relação a linha de pesquisa de Nomes Geográficos, que o Laboratório desenvolve junto com o Programa de Pós-Graduação em
Geografia.
Pelo menos três trabalhos técnicos foram
levados a publicação, subsídios para uma tese de doutorado e quatro trabalhos de iniciação científica.
4.4 – Continuidade do Trabalho
Após a carga no banco de dados, foi desenvolvido uma nova etapa de revisão interna, para
verificação da consistência dos dados e informações.
Uma vez terminado o trabalho em cada mapa,
revisto, era enviado para a sede, já para a realização da
primeira prova.
4.5 – Fase 2
Os trabalhos da fase 2, forma realizados mais
a título de revisão sobre os mapas, textos e informações sócio econômicas sobre os países e regiões citadas
no Atlas.
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Inc. Lanham, Mariland and London. 2001
RELPH, E – Place and Placenessless. Pion. London.1976
O Laboratório agradece de público a confiança que a Seleções do Reader´s Digest depositou em
seus componentes para a realização do projeto.
Dispõe-se então o Brasil, com o lançamento
do GRANDE ATLAS MUNDIAL DE SELEÇÕES, de
uma edição atualizada e com informações de grande
interesse para o grande público, podendo ser utilizado
em todas as faixas de ensino, como para consulta sobre
os mais palpitantes assuntos de caráter geográfico.
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