II CONGRESSO REGIONAL ELEITORAL DA JSD PORTO Moção Sectorial TURISMO DESCENTRALIZADO E DIFERENCIADO NO DISTRITO DO PORTO JSD CONCELHIA DA MAIA JSD Concelhia da Maia 1.ª Subscritora: Madalena Nogueira dos Santos MOÇÃO AO CONGRESSO REGIONAL ELEITORAL DA JSD PORTO JSD MAIA Turismo descentralizado e diferenciado no Distrito do Porto O Porto desfruta de um fenómeno de turismo em franca ascensão desde, especialmente, o ano de 2009, altura em que se instalaram no Aeroporto Internacional Dr. Francisco Sá Carneiro as companhias low-cost. O Turismo desenvolve diversas vantagens para os locais visitados: os sítios históricos e turísticos são preservados para os turistas e para a comunidade; impulsiona a criação de novas infra-estruturas no intuito de suscitar um melhor serviço aos visitantes; gera emprego em grandes, médios e pequenos investimentos turísticos, locais, gastronómicos e de lazer; desenvolve novas tecnologias no encalço de ferramentas que perpetuem a constante actualização e o interesse; promove a vida social, económica e religiosa das localidades visitáveis; e suscita o intercâmbio de conhecimentos e culturas. A evolução do número de passageiros do Aeroporto Internacional Dr. Francisco Sá Carneiro (aparte: em 2011, foi pelo sexto ano consecutivo considerado o terceiro melhor aeroporto europeu) tem congregado aquelas vantagens na Cidade do Porto ou em destinos de praia nortenha específicos, pese embora a maior infra-estrutura de aviação se localize na Maia e esteja próxima de outros pontos de interesse. Repare-se nos valores obtidos no estudo da estadia média nos estabelecimentos hoteleiros do Grande Porto – tendo em consideração esta área devido à distância em relação ao Aeroporto, mas sem prescindir de estender este raciocínio a todo o Distrito. As estadias são curtas e, além disso, muito localizadas, quando o Distrito do Porto, como em todo o País, garante aos turistas diferentes cenários e ambientes em pequenas distâncias, os quais estão subaproveitados, apesar de o turista tanto passar duas noites no Porto como duas noites na Póvoa de Varzim (se bem que, por exemplo, na Maia e em Matosinhos a média seja inferior, mesmo sendo municípios tão próximos dos que têm melhores médias). Apesar de haver meios de mobilidade à porta do Aeroporto, como autocarros, táxis e o Metro do Porto, ainda assim há uma carência de opções e de instrução para os turistas recémchegados. A imagem de que vários pontos turísticos estão à distância de poucos minutos, fora da Cidade do Porto, necessita de uma exposição concertada logo no átrio do Aeroporto e nas paragens de autocarros e camionetas, à luz do que se vê noutras cidades estrangeiras. A proposta de expedições, programas alternativos e de turismo não concentrado em monumentos e paisagens (turismo industrial, turismo gastronómico, turismo de consumo, turismo de prática desportiva, turismo religioso, entre outros) promoveria a dispersão turística por pontos do Distrito aparentemente esquecidos. A Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal é responsável pela gestão e promoção da área Regional de Turismo do Norte, está sedeada em Viana do Castelo e tem delegações no Porto, em Guimarães, em Chaves, em Bragança e em Braga, cada uma delas responsável pela dinamização de um produto estratégico (sendo eles: turismo de negócios, city & short breaks, gastronomia e vinhos, turismo de natureza, turismo religioso, touring cultural & paisagístico e dos patrimónios e turismo de saúde e bem-estar). Recentemente, esta entidade anunciou a triplicação do investimento da sua missão, o qual deveria ser especialmente aproveitado na franja em redor do Aeroporto Internacional Dr. Francisco Sá Carneiro, tendo em conta o facto de não ser assim tão incomum a própria pendulação humana local entre localidades do Distrito do Porto, que então também pode ser aumentada no âmbito turístico. A intenção desta moção é, em primeiro lugar, sublinhar a potencial diversificação do Turismo no nosso Distrito. Em questionário recente realizado junto dos turistas da Cidade do Porto, numa escala de 1 a 7, os turistas consideravam um regresso àquela cidade em 6,8. Cabe aos portugueses permitir experiências diferentes por cada visita, de modo a que queiram voltar uma terceira e quarta vez, tendo a certeza de que será sempre diferente e fascinante. Note-se que muitos turistas que usam as vias low-cost, que muitas vezes viajam sem planos concretos, certamente sentir-se-iam motivados a aproveitar essa exposição concertada de diferentes experiências à chegada de Portugal. A capacidade de disponibilizar diferentes experiências turísticas, por si só, é do conhecimento geral e seria redundante ficarmos por essa constatação. Para atingir, sim, um nível superior nas pretensões do sector terciário nacional, há que pensar mais além – há que pensar num turismo inovador. O Parque da Ciência e Tecnologia da Maia (TECMAIA) e o seu Centro de Excelência e Inovação na Indústria Automóvel, em 2009, desenvolveram um carro eléctrico encomendado pela Noruega que envolveu 20 mil horas de engenharia e 30 técnicos das mais diversas áreas (designers, engenheiros de produto e processo, especialistas de prototipagem, montagem e acabamento) e têm-no mostrado às delegações estrangeiras, que mostram sempre um claro interesse e ânimo, como um prototipo imerso em potencialidade.1 Estendendo a pretensão de estimular o comércio local e regional por meio do Turismo, a promoção da deslocação dos turistas em carros eléctricos seria um claro incentivo à preservação do ambiente, à inovação e à habituação (com eliminação de mitos errados) da utilização desse meio de transporte – ou seja, em potência há um impacto a médio-longo prazo de correcção de conduta cidadã, assim como o florescer de um mercado verde que urge incentivar. Para tal, será necessária a articulação de diferentes entidades do Distrito, nomeadamente, as Universidades e outros centros de investigação, no propósito de garantir a completação mecânica do prototipo, tendo, como efeito lateral, o incitamento da ciência e da investigação portuense em prol de outros sectores como a mobilidade e transporte e, claro, o Turismo, com efeitos imediatos e mediatos na Região. Em jeito de contextualização, acresce-se a informação de que a rede nacional de mobilidade eléctrica nasceu em grande parte na Maia, resultante do consórcio entre EFACEC (Maia), EDP Inovação, Novabase, Critical Software (Maia - Tecmaia) e o Centro de Excelência e Inovação na Indústria Automóvel. É ainda da responsabilidade deste último a solução de carregamento de veículos. Portanto, dar os primeiros passos a partir da Maia – e do Aeroporto, que se situa na Maia – é tão natural quanto promissor, mas sempre com o ensejo de se alargar por todo o Distrito. 1 Perante esta conjugação de factos e ideias, a JSD MAIA propõe: 1 – A sensibilização para a descentralização do turismo no Distrito do Porto, tendo em consideração o facto de não ser aproveitada a pequena distância entre municípios, a partir do Aeroporto do Porto (Maia); 2 – A promoção do turismo não monumental e paisagístico, no sentido de atrair turistas para zonas aparentemente pouco atractivas do nosso Distrito; 3 – A concertação de expedições, programas turísticos, promoção de actividades com potencial turístico e da mobilidade dos turistas dentro do Distrito do Porto, com sensibilização de entidades públicas e privadas; 4 – A aposta na inovação como atracção especial do turismo do Porto enquanto Distrito, nomeadamente, com diferentes meios de transporte amigos do ambiente, fazendo a diferença a nível internacional. Somos grandes à escala nacional e somos pequenos à escala internacional. Por um lado, temos capacidade de aprofundar a dinamização do Distrito por via do Turismo, distinguindo o Porto como já acontece noutras áreas; por outro lado, a especialização de um turismo inovador e concertado trará benesses muito positivas para a atracção de estrangeiros. Fontes: Relatório sobre o Estado do Ordenamento do Território 2012, Novembro de 2013, Câmara Municipal da Maia Notícias do Porto Canal de 30 de Novembro de 2013