Instrumentos Financeiros e Derivativos Investimentos Temporários Aplicações da Lei 11.638/07, da MP449/08 e do CPC 14 Prof. Dr. Fernando Caio Galdi Fucape Business School Instrumentos Financeiros Não derivativos CDBs, títulos do governo, debêntures, ações, quotas, notas promissórias, etc. Derivativos Contratos futuros, contratos a termo, opções, swaps, caps, floors, etc. Prof. Dr. Fernando Galdi 2 Instrumentos Financeiros Grande número de operações no dia-a-dia das empresas Alta velocidade de realização Podem ser bastante complexos Demandam alto controle Prof. Dr. Fernando Galdi 3 Padrão Contábil Global Aumenta a Transparência e a Comparabilidade Facilita a geração de informações financeiras GAAP Global Redução do Custo de Capital Prof. Dr. Fernando Galdi 4 Lei 11.638/07 e MP 449/08 Quatro grandes pilares: Alterações Poderes imediatas na contabilidade brasileira; ao CPC; Segregação da contabilidade societária da fiscal; Elaboração de demonstrações contábeis (auditadas) para companhias de grande porte. Prof. Dr. Fernando Galdi 5 Investimentos Temporários Lei 6.404/76 Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subseqüente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte; III - em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa; Prof. Dr. Fernando Galdi 6 Investimentos Temporários Lei 6.404/76 Critérios de Avaliação do Ativo Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios: I - os direitos e títulos de crédito, e quaisquer valores mobiliários não classificados como investimentos, pelo custo de aquisição ou pelo valor do mercado, se este for menor...; III - os investimentos em participação no capital social de outras sociedades, ressalvado o disposto nos artigos 248 a 250 (coligadas e controladas), pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para perdas prováveis na realização do seu valor...; IV - os demais investimentos, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para atender às perdas prováveis na realização do seu valor, ou para redução do custo de aquisição ao valor de mercado, quando este for inferior; Prof. Dr. Fernando Galdi 7 Investimentos Temporários Lei 11.638/07 alterada pela MP449/08 Critérios de Avaliação do Ativo Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios: I - as aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, e em direitos e títulos de créditos, classificados no ativo circulante ou no realizável a longo prazo: a) pelo seu valor justo, quando se tratar de aplicações destinadas à negociação ou disponíveis para venda; e b) pelo valor de custo de aquisição ou valor de emissão, atualizado conforme disposições legais ou contratuais, ajustado ao valor provável de realização, quando este for inferior, no caso das demais aplicações e os direitos e títulos de crédito; Prof. Dr. Fernando Galdi 8 Valor justo vs. Valor de mercado A MP 449 corrigiu a redação (conceito) da Lei 11.638/07 Valor de mercado foi alterado para valor justo Principal Diferença: Filosofia Prof. Dr. Fernando Galdi de Mensuração 9 Valor justo – Lei 11.638/07 Dos instrumentos financeiros, o valor que pode se obter em um mercado ativo, decorrente de transação não compulsória realizada entre partes independentes; e, na ausência de um mercado ativo para um determinado instrumento financeiro: 1) o valor que se pode obter em um mercado ativo com a negociação de outro instrumento financeiro de natureza, prazo e risco similares; 2) o valor presente líquido dos fluxos de caixa futuros para instrumentos financeiros de natureza, prazo e risco similares; ou 3) o valor obtido por meio de modelos matemático-estatísticos de precificação de instrumentos financeiros. Prof. Dr. Fernando Galdi 10 Valor justo – CPC 14 É o montante pelo qual um ativo poderia ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes independentes com conhecimento do negócio e interesse em realizá-lo, em uma transação em que não há favorecidos. Prof. Dr. Fernando Galdi 11 Instrumentos Financeiros – CPC 14 Ativo Financeiro É qualquer ativo que é: a) b) c) dinheiro/caixa um título patrimonial (equity) de outra entidade um direito contratual: i) de receber caixa ou outro ativo financeiro de outra entidade ii) de trocar ativos financeiros ou passivos financeiros com outra entidade sob condições que são potencialmente favoráveis à entidade Prof. Dr. Fernando Galdi 12 Instrumentos Financeiros – CPC 14 Passivo Financeiro É qualquer passivo que é: a) obrigação contratual de: i) de entregar caixa ou outro ativo financeiro para outra entidade; ou ii) de trocar ativos financeiros ou passivos financeiros com outra entidade sob condições que são potencialmente desfavoráveis Prof. Dr. Fernando Galdi 13 Instrumentos Financeiros – CPC 14 Derivativo É um instrumento financeiro ou outro contrato com todas as seguintes características: a) b) c) seu valor se altera em resposta às mudanças de uma taxa de juros especificada, do preço de um instrumento financeiro, do preço de commodities, de taxas de câmbio, de um índice de preços ou taxas, de rating de crédito ou índice de crédito, ou outras variáveis, selecionadas no caso de variáveis não financeiras não relacionadas a uma parte do contrato não requer investimento inicial líquido ou requer um investimento inicial líquido que é menor do que seria necessário no caso de outros contratos com respostas similares às mudanças nos fatores de mercado; e será liquidado em data futura. Prof. Dr. Fernando Galdi 14 Instrumentos Financeiros – CPC 14 Categorias Tipos de Classificação: - - - Prof. Dr. Fernando Galdi Ativo financeiro ou passivo financeiro mensurado ao valor justo por meio do resultado (VJPR) Investimento Mantido até o Vencimento (MAV) Empréstimos e Recebíveis (E&R) Ativo financeiro disponível para venda (DPV) Passivos financeiros não mensurados ao valor justo (Custo Amortizado) 15 Classificações dos Ativos Financeiros Exemplo – Qual a classificação? (a) Contas a receber que não é mantido para negociação. (b) Investimento em um título patrimonial cotado em um mercado ativo e que não é mantido para negociação. (c) Investimento em um título patrimonial que não é mantido para negociação, não é cotado em um mercado ativo e seu fair value não é confiavelmente mensurável. (d) Um título de dívida adquirido que não é cotado em um mercado ativo e não é mantido para negociação. Instrumentos Financeiros – CPC 14 Mensuração Inicial Na realização da transação: Prof. Dr. Fernando Galdi Valor Justo Para itens VJPR os custos de transação são imediatamente reconhecidos como despesa. Para outras categorias: Valor justo + custos de transação. 17 Instrumentos Financeiros – CPC 14 Mensuração Inicial No caso de contas a receber/pagar decorrentes de vendas a prazo de produtos,mercadorias ou serviços que sejam classificadas dentro do grupo de E&R, pode-se reconhecer o ativo/passivo financeiro pelo seu valor nominal, desde que a diferença para o seu valor justo não seja material. Nestes casos não há mensuração subsequente. Prof. Dr. Fernando Galdi 18 Mensuração Inicial Exemplo: - Empresa X compra 100 ações por $124/ação. Há o pagamento de $100 de corretagens e emolumentos. Se a empresa X classifica as ações como VJPR: D – Ativos Financeiros classificados como VJPR 12.400 D – Despesas com corretagem e emolumentos 100 C – Caixa 12.500 Mensuração Inicial Exemplo: - Empresa X compra 100 ações por $124/ação. Há o pagamento de $100 de corretagens e emolumentos. Se a empresa X classifica as ações como DPV: D – Ativos Financeiros classificados como DPV 12.500 C – Caixa 12.500 Mensuração Inicial Exemplo: - Empresa A emite um commercial paper e capta $17.100. Os custos de colocação do papel (banco de investimento, advogados e auditores) são de $300. Se a empresa A classifica o commercial paper como VJPR: D – Caixa 16.800 D – Custos de colocação 300 C – Commercial Paper 17.100 Mensuração Inicial Exemplo: - Empresa A emite um bond e capta $18.100. Os custos de colocação do papel (banco de investimento, advogados e auditores) são de $500. Se a empresa A classifica o bond como custo amortizado: D – Caixa 17.600 C – Bonds 17.600 Instrumentos Financeiros – CPC 14 Mensuração Subsequente Instrumento Mensuração Mudanças no Valor Justo Valor justo DRE MAV Custo Amortizado (TJE) Não considerada E&R Custo Amortizado (TJE) (ao menos qdo há impairment) DPV Valor justo PL Passivos Financeiros @ VJPR ou designados como tal Valor justo DRE Custo Amortizado Não relevante Valor justo DRE Ativos Financeiros @ VJPR Outros Passivos Derivativos (ao menos qdo há impairment) Não considerada (ao menos qdo há impairment) 23 Mensuração Subseqüente Custo Amortizado - Exemplo A empresa Y emite o seguinte bond no início de 20X5: Principal = $ 100.000 Cupom = 5,5% ao ano Custos de Colocação = $900 Valor Captado = $ 95.000 Prazo de Vencimento = 5 anos Pagamentos anuais + Principal ao Final Qual a contabilização se a empresa o classifica como passivo financeiro mensurado pelo custo amortizado? Mensuração Subseqüente Custo Amortizado - Exemplo Principal Cupom ao ano Valor Captado (-) Custo de Colocação =Valor Líquido Captado Pagamentos de Cupom Número de Pagamentos Taxa Efetiva ao ano 100.000 5,5% 95.000 (900) 94.100 5.500 5 6,94% Mensuração Subseqüente Custo Amortizado - Exemplo (A) (B) (C) = 6,94% X (A) (D) = (C) - (B) (E) = (A) + (D) Início do Período Pagamento de Juros Taxa Efetiva Variação da Fim do Período Ano Custo Amortizado 5,5% de Cupom Despesa Financeira Dívida (Principal) Custo Amortizado 20X5 94.100 5.500 6.527 1.027 95.127 20X6 95.127 5.500 6.599 1.099 96.226 20X7 96.226 5.500 6.675 1.175 97.400 20X8 97.400 5.500 6.756 1.256 98.657 20X9 98.657 105.500 6.843 (98.657) 0 Mensuração Subseqüente Custo Amortizado - Exemplo Na emissão da dívida: D – Caixa C – Bonds 94.100 94.100 No final de 20X5: D – Despesa Financeira C – Caixa C – Bonds 6.527 5.500 1.027 Mensuração Subseqüente Custo Amortizado - Exemplo No final de 20X6: D – Despesa Financeira C – Caixa C – Bonds 6.599 5.500 1.099 No final de 20X7: D – Despesa Financeira C – Caixa C – Bonds 6.675 5.500 1.175 Mensuração Subseqüente Custo Amortizado - Exemplo No final de 20X8: D – Despesa Financeira C – Caixa C – Bonds 6.756 5.500 1.256 No final de 20X9: D – Despesa Financeira D – Bonds C – Caixa 6.843 98.657 105.500 Instrumentos Financeiros e Derivativos Investimentos Temporários Aplicações da Lei 11.638/07, da MP449/08 e do CPC 14 Prof. Dr. Fernando Caio Galdi Fucape Business School