Influenza A H1N1 Caroline Dias Residente em Pediatria –HRAS/HMIB/SES/DF www.paulomargotto.com.br Brasília, 25/9/2012 S H1N1- Introdução S Final de março de 2009: infecções por vírus Influenza A H1N1 no México e casos subsequentes em outros países. S Em junho de 2009: World Health Organization (WHO) – declarou pandemia em nível 6, incluindo ao menos dois continentes S A pandemia foi declarada encerrada em agosto de 2010 H1N1- Etiologia S A pandemia foi causada pelo vírus Influenza A H1N1, formado por quatro tipos de cepas virais – duas suínas, uma humana e outra aviária S Alguns episódios prévios de infecções por cepas suínas já havia ocorrido: 1918/1976/1958-2008 H1N1 - Etiologia S Influenza: infecção com 1 de 3 tipos básicos de vírus influenza – A, B ou C – que são classificados na família do Orthomyxoviridae S Vírus RNA de fita única são estruturalmente e biologicamente parecidos, mas variam com o antígeno. H1N1 - Etiologia S RNA: 8 segmentos de genes rodeados por um revestimento de 10 (influenza A) ou 11 (influenza B) proteínas S As proteínas de superfície mais significativas incluem hemaglutinina e neuraminidase – nomeação (um subtipo H3N2 de influenza A expressa hemaglutinina 3 e neuraminidase 2) H1N1 - Epidemiologia Durante a pandemia foram estimados: S Nos EUA: 61 milhões de casos; 12.470 mortes S No Brasil: Até abril/2010 foram confirmados 58.178 casos, com 2.101 mortes *Ministério da Saúde-Brasil Casos de SRAG hospitalizados segundo vírus identificado e por semana epidemiológica do início dos sintomas. Brasil, até SE 34/2012 Fonte: SINAN. Dados atualizados em 28/08/2012, sujeitos à alteração. Total de casos de SRAG/ Fonte: SINAN - Acesso 28/08 . Óbitos por SRAG hospitalizados segundo vírus identificado e por semana epidemiológica do início dos sintomas. Brasil, até SE 34/2012. Fonte: SINAN. Dados atualizados em 28/08/2012, sujeitos à alteração. Taxa de mortalidade para SRAG H1N1 - Epidemiologia Os casos envolveram nos EUA principalmente indivíduos maiores de 24 anos: S 0-17 anos – 20 milhões de casos; S 18-64 anos – 35 milhões; S Maior ou igual a 65 anos – 6 milhões; Distribuição dos vírus respiratórios identificados nas unidades sentinelas de SG por faixa etária. Brasil, 2012 (até a SE 34/2012*). Fonte:SIVEP Gripe/SVS/MS. Dados atualizados em 27/08/2012, sujeitos à revisão.* SE 34/2012 encerrou em 25/08/2012 H1N1 - Transmissão S A transmissão é dada através de gotículas espalhadas por tosse e espirros S Durante a pandemia foi observada a transmissão pessoa- pessoa (grande número de pessoas infectadas em um curto período ao longo do mundo) H1N1 - Transmissão S A transmissão ocorre desde um dia antes dos sintomas até cinco a sete dias após; até mais dias em indivíduos imunocomprometidos S O período de transmissão diminui para no máximo 5 dias quando se faz o uso de oseltamivir nos primeiros dias da doença H1N1 - Transmissão S Período de incubação: aproximadamente de 1.5 a 3 dias S Durante a pandemia foram evidenciadas transmissões em ambiente familiar (2.6 dias), escolas, hospitais. S Obs: Não há clareza em como foi passado o vírus para humanos H1N1 - Morbidade e mortalidade S Pacientes sem comorbidades: formaram 1/3 dos pacientes hospitalizados S Pacientes com comorbidades: mais propensos às complicações da influenza *Pacientes com HIV em bom controle tiveram as mesmas taxas de complicações do que pacientes sem comorbidades H1N1 – Clínica S Definição de casos pelo Centers for disease Control and Prevention (CDC): Suspeito: é definido como febre (37.8 e mais) e mais tosse e/ou amigdalite sem outro diagnóstico possível ; Confirmado: sintomas acima e mais comprovação por PCR ou cultura viral H1N1 – Clínica S Definição de severidade: - Leve ou não complicada: febre, tosse, amigdalite, rinorréia, dores musculares, cefaléia, calafrios, mal estar, diarréia e vômitos; - Moderada: Sintomas referidos acima e ainda dor no peito, baixa oxigenação (taquipnéia, dispnéia, hipóxia), insuficiência cardíaca, desidratação, alterações do SNC, exacerbação de doenças crônicas H1N1 – Clínica S Definição de severidade: - Grave: Sintomas do trato respiratório inferior (hipóxia, radiografia de tórax anormal, necessidade de ventilação mecânica), alterações do SNC (encefalite, encefalopatia), choque hipovolêmico, miocardite, rabdomiólise, infecção bacteriana invasiva secundária H1N1 – Clínica S Assintomática: observada em indivíduos contaminados por contatos domiciliares que comprovaram infecção apenas laboratorialmente S Sintomáticos: semelhante a influenza sazonal, apenas com maior frequência de sintomas gastrointestinais H1N1 – Clínica S Em adultos e adolescentes: febre, tosse, amigdalite, mal estar, cefaléia, vômitos e diarréia S Crianças: febre, tosse, irritabilidade, náuseas e vômitos. Também rinorréia e hipoxemia *Podem apresentar somente febre e prostração, sem sintomas respiratórios/ Mais complicações menores em <5 anos H1N1 - Complicações S Observadas principalmente em extremos de idades S Respiratórias: pneumonia rapidamente progressiva, insuficiência respiratória, Síndrome da resposta inflamatória sistêmica. Após falência respiratória observou-se profunda hipoxemia, refratária a ventilação mecânica necessitando de medidas extremas H1N1 - Complicações S Superinfecção bacteriana: dos pulmões. A causa mais comum ocorreu por Streptococcus pneumoniae. Outros patógenos foram identificados: S. Pyogenes, S. Mitis, Staphylococcus aureus e Haemophilus influenzae. *MRSA H1N1 - Complicações S Sinais clínicos que sugerem pneumonia por infecção bacteriana secundária: -Febre após período de defervescência; -Consolidação lobar em Rx tórax -Leucocitose; -Novo comprometimento respiratório após quatro a sete dias do início dos sintomas -Gram ou cultura mostrando organismo bacteriano H1N1 - Complicações S Neurológicas: principalmente convulsões em crianças S Outras: miocardite, insuficiência renal, rabdomiólise, síndrome hemofagocítica, falência de órgãos multissistêmica H1N1 - Diagnóstico S Achados laboratoriais: -Aumento de TGO e TGP; -Anemia; -Leucopenia; -Leucocitose; -Trombocitopenia; -Trombocitose; -Elevação total de biblirrubinas H1N1 - Diagnóstico S Imagem: Infiltrado intersticial difuso; também pode ser visto consolidação, opacidade em vidro fosco com ou sem consolidação associada S A predominância do acometimento é em lobos inferiores e em região perihilar ou central. H1N1 - Diagnóstico S PCR: reação de cadeia da polimerase- é o teste mais sensível e específico (colhido por swab nasofaríngeo ou de faringe ou aspirado nasofaríngeo). Positivo em média por 6 dias (1-17 dias) S Cultura: também é útil, porém é demorada e a sua negatividade não exclui a infecção viral H1N1 - Diagnóstico S Teste rápido e Teste de imunofluorescência: ambos podem distinguir entre Influenzae A e B, porém não especifica entre H1N1 ou outros. Sensibilidade e especificidade não tão altas S Sorologia: úteis para identificar pacientes já em resolução do quadro, mas sem confirmação laboratorial H1N1 - Tratamento Indicações pelo CDC: S Crianças, adolescentes, adultos com infecção suspeita e/ou confirmada e qualquer das características abaixo: -Hospitalização; -Doença progressiva, severa, complicada; independente de estado de saúde prévio H1N1 - Tratamento S Também é recomendado quando há risco de complicações maiores: -Crianças menores de 5 anos, principalmente menores de 2 anos; -Adultos maiores de 65 anos; -Mulheres grávidas e até duas semanas após o parto; -Indivíduos com comorbidades H1N1 - Tratamento S Oseltamivir e Zanamivir: inibidores da neuroaminidase de uso oral. Iniciada com 48h após sintomas. Duração: 5 dias. Pesoano) Dose Frequência (>1 Menos de 15 Kg 30 mg Duas vezes ao dia De 15 a 23 kg 45 mg Duas vezes ao dia De 23 a 40 kg 60 mg Duas vezes ao dia Acima de 40 kg 75 mg Duas vezes ao dia H1N1 - Tratamento S Zanamivir intravenoso: para aqueles com resitência ao oseltamivir ou não puderam fazer medicações de uso oral. Introdução precoce após falha com oseltamivir melhora o prognóstico S Peramivir: Inibidor da neuraminidase de uso intravenoso. Usado adultos hospitalizados e em estado de saúde crítico H1N1 – Tratamento S Eficácia: O tratamento com esses medicamentos mostraram diminuição da severidade da infecção e da mortalidade dos pacientes S Eficácia em crianças: Um estudo na Espanha com crianças hospitalizadas com infecção por H1N1 mostrou que naquelas em que o início do tratamento ocorreu após 72 horas do início dos sintomas, houve maior necessidade de cuidados intensivos do que naquelas que receberam tratamento previamente H1N1 - Tratamento S Antimicrobianos: Tratar conforme pneumonia comunitária no caso de suspeita de infecção bacteriana secundária S Oxigenação extracorpórea por membrana: apenas em centros especializados, com benefícios na taxa de mortalidade H1N1 - Tratamento S N acetil cisteína: antioxidante – atenua a intensa produção de citocinas que ocorre na infecção por influenza. Usado como adjuvante ao tratamento de infecções severas *Necessita de mais estudos S Glicocorticóides: Resultados conflitantes, necessita de mais estudos H1N1 - Profilaxia S Indicações: Após exposição em adultos e crianças que tiveram contato com caso confirmado ou suspeito e também apresenta: -Alto risco de complicações com Influenza; -Mulheres grávidas ou em pós parto; -Crianças com menos de 5 anos; -Profissionais de saúde. H1N1 - Profilaxia S Deve ser usado tanto oseltamivir quanto Zanamivir oral S Duração: 02 semanas H1N1 - Observações S Resistência a medicamentos: durante a pandemia de 2009- 2010 houve susceptibilidade das infecções a oseltamivir e zanamivir S Já estão registradas mutações: H274Y e S247N. H1N1 - Vacinação S Pelo CDC deve ser aplicada em todos a partir dos 6 meses de vida S Imunização cruzada: no início não foi considerada a imunidade cruzada entre vacinas para influenza sazonal e H1N1, porém em alguns estudos foi visto que pode existir *Up to date Bibliografia S Ministério da Saúde. Disponível em: <Portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/boletim_influenz a_se_47.pdf>. Acesso em 19/09/12. S Up to Date. Disponível em: www.uptodate.com. Acesso em 19/09/2012.