CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA Faculdade de Tecnologia da São Sebastião Curso Superior de Tecnologia em Gestão Empresarial VIVIANE ALVES MONTEIRO A Comunicação Institucional na gestão do fortalecimento da marca Souza Cruz São Sebastião 2014 VIVIANE ALVES MONTEIRO A Comunicação Institucional na gestão do fortalecimento da marca Souza Cruz Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Tecnologia de São Sebastião, como exigência parcial para obtenção do título de Tecnólogo em Gestão Empresarial. Orientador: Me. Soraya Mira Reis São Sebastião 2014 VVIANE ALVES MONTEIRO A COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL NA GESTÃO DO FORTALECIMENTO DA MARCA SOUZA CRUZ Apresentação de Trabalho de Graduação à Faculdade de Tecnologia de São Sebastião, como condição parcial para a conclusão do curso de Tecnologia em Gestão Empresarial. São Sebastião, 09 de junho de 2014 BANCA EXAMINADORA _________________________________________________________ Me. SORAYA MIRA REIS _________________________________________________________ Dra. MARIA DO CARMO CATALDI MUTERLE _________________________________________________________ Me. ROSANGELA MOLENTO FERREIRA MÉDIA FINAL: ___________________ Dedico este trabalho à minha mãe Maria Helena e ao meu pai Pedro, que estiveram ao meu lado em todos os momentos ao longo destes três anos. Dando-me forças e ânimo para nunca desistir dos meus objetivos. AGRADECIMENTOS Ao longo desta formação acadêmica, inúmeras pessoas contribuíram para que esta monografia fosse possível. O caminho percorrido foi difícil, mas em nenhum momento estive só, sempre contei com o apoio e ajuda de amigos e familiares que sempre me deram força, e perseveraram junto comigo. Houve momentos em que pensei em desistir, tive meu estimulo abalado, mas acreditei primeiramente em Deus e depois no meu potencial. Aliás, Deus é o primeiro que quero agradecer, pois, em muitas noites em claro senti sua presença ao meu lado. Nada disso seria possível se não fosse pelo carinho e cuidado que minha mãe Maria Helena, desempenhou junto a mim para que o meu objetivo fosse alcançado. Não poderia deixar de citar o meu pai Pedro, pois quero que esta formação represente um orgulho para ele. Outras pessoas também foram muito importantes, como a minha irmã Regiane, que foi a pessoa que me orientou na escolha do tema, juntamente com meu cunhado Gustavo, Regina minha outra irmã também esteve presente em diversos momentos onde me descontraiu em tempos de turbulência. Minha amiga e confidente Néia, que participou dos momentos de fúrias e alegrias, e contribuiu em diversos trabalhos de inglês. Como não citar, Matheus e José, amigos recentes, que muito fizeram por mim nesta caminhada, com destaques importantes nesses últimos meses. Soraya, minha orientadora fashion, que se tornou uma companheira nos últimos dias, merecendo meus parabéns por ter tido tanta paciência comigo. Encerro com imensa gratidão a todos que de alguma forma contribuíram para com a minha formação. “Fácil é sonhar todas as noites. Difícil é lutar por um sonho”. Carlos Drummond de Andrade RESUMO Os administradores de empresas necessitam de uma abrangência no conhecimento da comunicação e para facilitar esta necessidade, a comunicação empresarial tem o intuito de desenvolver melhores práticas e técnicas, que auxiliem nas mudanças tecnológicas e culturais decorrentes do ambiente organizacional. Desta forma, o presente trabalho abordou como tema a comunicação empresarial integrada, mais especificamente a Comunicação Institucional. Diante disso, este trabalho de graduação abordou o assunto, de forma a ressaltar a importância da comunicação institucional na gestão das empresas. Com base nas fontes bibliográficas referentes ao tema, foi aplicado um estudo de caso na empresa de cigarros Souza Cruz, com o objetivo de demonstrar como a pioneira no ramo do tabaco, consegue evidenciar a responsabilidade social em prol da imagem da empresa e fortalecer a marca de cigarros na sociedade. Este trabalho de graduação tem como justificativa relatar a necessidade sobre a importância da comunicação institucional na gestão das empresas e o modo que ela é utilizada para alcançar os objetivos pretendidos pela organização. Como problemática desta monografia pressupõe em que medida a comunicação institucional é aplicada para sustentar a marca da empresa no mercado. Em hipótese ao problema em questão, foi verificado o compromisso de responsabilidade social que a empresa defende de maneira a certificar que a organização é solidária em várias áreas de atuação. Os resultados apresentados hão de conciliar com a teoria de comunicação institucional, que comprova que as empresas devem construir uma imagem de credibilidade com seus públicos de interesse. Este trabalho de graduação foi realizado por meio de pesquisa bibliográfica, estudo de caso, pesquisa descritiva e pesquisa documental, que compõe o site da empresa disponível na internet, com informações sobre toda a trajetória da organização. Palavras-chave: Comunicação Empresarial Integrada. Comunicação Institucional. Responsabilidade Social. Souza Cruz. ABSTRACT The business administrators need a big range in communication knowledge, and to ease this necessity, business communication aims to develop better practices and techniques which help on technological and cultural changes that arise from organizational environment. This way, the actual work approached to join business communication as theme, specifically the institutional communication. So, this final Project approached this subject in order to highlight the importance of the institutional communication in the companies’ management. Based on bibliographical sources related to the theme, it was applied a case study at Souza Cruz cigarettes company, aiming to show how the pioneer in tobacco industry can detach the social responsibility in the company’s image benefit and make the brand stronger in society. This graduation Project reports the need about the importance of institutional communication in the company’s management and the way it is used to reach the objectives intended by the organization. This final project presupposes in balance the institutional communication is applied to support the company’s brand in the market. It was checked, in this specific issue, the commitment of social responsibility that the company holds in order to certify that the company is supportive in several areas of action. The present results will conciliate with the theory of institutional communication, it proves that companies must build an image of credibility with their customers. The survey will be done through bibliographic research, study of case and file search, that composes the company’s web site, with information about all the company’s path. Key-Words: Integrated Business Communication. Institutional Communication. Social Responsibility. Souza Cruz. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABERJE Associação Brasileira de Editores de Revistas e Jornais de Empresas AFUBRA Associação dos Fumicultores do Brasil BOVESPA Bolsa de Valores de São Paulo CCE Código de Conduta Ética FDC Fundação Dom Cabral FIA Fundo para Infância e Adolescência ONU Organizações das Nações Unidas OSCIP Organização da Sociedade Civil de Interesses Públicos SENAR Serviço Nacional de Aprendizagem Rural SINDI TABACO Sindicato da Indústria do Fumo LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Comunicação Organizacional Integrada ...................................... 21 Figura 2 – Comunicação Integrada x Marca .................................................. 23 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9 1.1 JUSTIFICATIVA DO TEMA ................................................................................... 9 1.2 Problema ............................................................................................................ 10 1.2.1 Hipótese ........................................................................................................... 10 1.3 Objetivos ............................................................................................................ 11 1.3.1 Objetivo geral ................................................................................................... 11 1.3.2 Objetivos específicos........................................................................................ 11 1.4 Procedimentos Metodológicos ........................................................................ 12 1.5 Organização do Trabalho ................................................................................. 13 2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................... 14 2.1 A COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL E SUA IMPORTÂNCIA .............................. 14 2.1.1 Comunicação Empresarial Integrada ........................................................... 19 2.1.2 Comunicação Interna ....................................................................................... 24 2.1.3 Comunicação Mercadológica ........................................................................... 27 2.2 COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL ................................................................... 30 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .......................................................... 34 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 37 4.1 APRESENTAÇÃO DO CORPUS DE ANÁLISE ................................................ 37 4.2 SOUZA CRUZ INSTITUCIONAL: IMAGEM CORPORATIVA ........................... 39 4.3 PROJETOS INSTITUCIONAIS EM DESTAQUE .............................................. 47 4.3.1 Agricultura Sustentável e Meio Ambiente .................................................... 48 4.3.2 Desenvolvimento Local Sustentável ............................................................ 49 4.3.3 Participação Cidadã ....................................................................................... 50 4.3.4 Instituto Souza Cruz ....................................................................................... 51 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 53 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 55 ANEXOS ................................................................................................................... 58 ANEXO A – Instituto Souza Cruz – Relatório Novos Rurais ................................ 58 ANEXO B – Instituto Souza Cruz – Empreendedorismo no Sertão .................... 59 ANEXO C – Política de Investimento Social Corporativo .................................... 60 ANEXO D – Participação Cidadã ............................................................................ 63 ANEXO E – Desenvolvimento Local Sustentável ................................................. 64 9 1 INTRODUÇÃO O presente trabalho vem por meio deste capítulo, apresentar os princípios abordados para a realização desta monografia de graduação, bem como, expor os conceitos que fundamentam a estrutura desta pesquisa. A partir desses princípios, o tema a ser desenvolvido será a Comunicação Institucional, na Gestão das Empresas, e a maneira pela qual a Comunicação Empresarial Integrada aborda esta vertente da comunicação. Como fonte de estudo, a empresa a ser explorada será a Souza Cruz, líder do mercado nacional de cigarros, e suas estratégias de Comunicação Institucional, que fortificam sua marca no mercado. A empresa em questão será analisada pelas estratégias que norteiam sua gestão de negócios e sua responsabilidade social, uma vez, a Comunicação Institucional explícita o lado público da organização. 1.1 JUSTIFICATIVA DO TEMA A Comunicação Empresarial Integrada é um conceito que aborda as atividades da empresa como um todo, inter-relacionando todas as funções, ou seja, a junção da Comunicação Mercadológica, Comunicação Interna e Comunicação Institucional. Com base nessas três vertentes da Comunicação Integrada, a Comunicação Institucional é a responsável por construir a identidade da organização e em compartilhar os ideais da empresa junto ao seu público-alvo. Por meio desta pesquisa de graduação, será possível compreender o papel do gestor frente à empresa, como o responsável em coordenar o âmbito que a Comunicação Institucional abrange. Como estudo de caso, referente ao tema escolhido, será apresentada a empresa Souza Cruz, e a forma que ela utiliza a comunicação institucional, a fim de demonstrar o papel de empresa-cidadã e fortalecer a marca da organização. Com intuito de promover as ações que a empresa desenvolve e as práticas de uma organização consciente, a Souza Cruz tem sido a líder no ramo do tabaco. 10 Perante os dados apresentados, o presente trabalho justifica-se, pela necessidade de demonstrar a importância que a comunicação institucional representa na gestão das empresas e a maneira que ela é utilizada para alcançar os objetivos da organização. Com a finalidade de proporcionar um melhor conhecimento da comunidade acadêmica sobre esta vertente da comunicação. 1.2 Problema A Souza Cruz lidera o mercado nacional de cigarros com uma trajetória de sucesso e possui uma forte influência sobre seus consumidores, uma vez que, a empresa possui marcas consolidadas no ramo do tabaco. Porém, não deixa de enfrentar problemas referentes à comunicação áudio visual, impedida pelos arts. 2o e 3o da Lei no 9.294, de 15 de julho de 1996 que são as propagandas que foram proibidas de serem veiculadas na televisão, jornais, revistas, rádio e internet. Além disso, o art. 1o A Lei no 9.294, de 15 de julho de 1996, proíbe o merchandising da empresa e a exposição de qualquer tipo de comunicação escrita ou imagens que veiculem informações da empresa ao público externo. Com o propósito de esclarecer a maneira pela qual a comunicação institucional representa uma parte fundamental na gestão das empresas, a questãoproblema desta pesquisa foi embasada nas bibliografias referentes ao tema, e nos relatórios que a Souza Cruz disponibiliza em sua página na internet. Desta forma, foi elaborada a seguinte questão como problema desta pesquisa: Em que medida a empresa Souza Cruz utiliza-se da comunicação institucional para sustentar a marca da organização? 1.2.1 Hipótese Como hipótese a ser testada nesta pesquisa, tem – se que uma vez que a empresa Souza Cruz cria ações e programas de responsabilidade social que, de acordo com documentos divulgados pela empresa, ajudam a demonstrar as 11 benfeitorias que a organização realiza, para fortificar que a marca de cigarros é solidária em várias áreas de atuação; a mesma tem como objetivo o compromisso de conscientização do consumo de seus produtos, desenvolvendo ações e políticas de responsabilidade social, que façam parte dos princípios da empresa. Com todos esses projetos em andamento, a empresa Souza Cruz considera que sua responsabilidade social perante seus consumidores tem sido proveitosa, devido à conscientização de seus colaboradores e gestores. 1.3 Objetivos 1.3.1 Objetivo geral O objetivo principal desta pesquisa é verificar como a multinacional de cigarros Souza Cruz utiliza a comunicação institucional para evidenciar a responsabilidade social em prol da imagem da empresa, por meio de um estudo de caso. 1.3.2 Objetivos específicos Os objetivos específicos desta pesquisa têm a finalidade de: Identificar os pontos fortes e pontos fracos da estratégia de comunicação institucional usada pela empresa Souza Cruz; Apresentar as ações, programas e incentivos de responsabilidade social que a empresa adota; Reconhecer as práticas sustentáveis que se destacam na empresa. 12 1.4 Procedimentos Metodológicos Para elaborar este trabalho de graduação, foram utilizados procedimentos metodológicos cabíveis à escolha do tema e à empresa a ser analisada. Tais procedimentos ajudaram na composição do corpo textual da pesquisa e serviram de orientação para buscar as fontes de informações com mais êxito. Como o foco da pesquisa era demonstrar a Comunicação Institucional e suas estratégias na gestão da empresa Souza Cruz, a pesquisa bibliográfica foi essencial para confrontar as idéias dos principais autores de Comunicação Institucional, com as ações desenvolvidas pela organização. Fonte de informações seguras para o levantamento teórico, a pesquisa bibliográfica reúne as obras que vão ao encontro do tema selecionado. “A pesquisa bibliográfica é a base as demais pesquisas e pode-se dizer que é uma constante na vida de quem se propõe estudar” (FACHIN, 2001, p. 125) Outro procedimento previsto neste trabalho acadêmico é a pesquisa descritiva, que estabelece como técnica registrar, observar, analisar e correlacionar fatos sem modificá-los. “Os dados, por ocorrerem em seu habitat natural, precisam ser coletados e registrados ordenadamente para seu estudo propriamente dito.” (BERVIAN, 2002, p. 66) Sequencialmente é elaborado o estudo de caso proposto neste trabalho, após ter fundamento nas bibliografias apuradas e na situação em que se encontra a empresa a ser avaliada. O estudo de caso por sua vez, é a análise de determinado objeto, representado pelas pessoas ou organizações correspondentes a ele. Assim, considera-se estudo de caso “é a pesquisa sobre um determinado individuo, família, grupo ou comunidade que seja representativo do seu universo, para examinar aspectos variados de sua vida” (BERVIN, 2002, p. 67) Por fim, para confirmar as informações adquiridas de outras fontes de conhecimento, sobre o universo a ser estudado, é feito o uso da pesquisa documental, que considera como documentos da empresa, leis, atas, registros, relatórios, imagens entre outros. Para Fachin (2001) pesquisa documental “É toda informação de forma oral, escrita ou visualizada.” (FACHIN, 2001, p.152) 13 1.5 Organização do Trabalho O presente trabalho de graduação em seu início teve como base a pesquisa bibliográfica, que sustenta todo o corpo teórico dos textos apresentados. Com o levantamento das bibliográficas foi possível identificar os principais autores e fazer o fichamento das ideias centrais, que envolvem a Comunicação Institucional. O passo seguinte foi coletar os dados da empresa a ser estudada, nesta monografia, a companhia de cigarros Souza Cruz, através da pesquisa descritiva, que analisa todas as informações com veracidade. A partir daí, foi elaborado um estudo de caso, que permitiu validar as hipóteses sugeridas no inicio deste trabalho, confrontando as análises com as teorias aplicadas ao tema em questão. Para isso, utilizou-se da pesquisa documental, que disponibilizou informações relevantes para a conclusão desta monografia. 14 2 REFERENCIAL TEÓRICO Este capítulo procura definir os conceitos de Comunicação Empresarial e Comunicação Empresarial Integrada, que serão utilizados nesta pesquisa para a abordagem da Comunicação Institucional. O tema escolhido será referido pelos principais autores da Comunicação Empresarial Integrada, com a finalidade de esclarecer o estudo de caso proposto nesta pesquisa de graduação. 2.1 A COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL E SUA IMPORTÂNCIA A comunicação tem sido uma das maiores conquistas nas organizações, pois é dela que o sucesso da empresa depende, isso porque, para que a troca de informações aconteça, é necessário que se desenvolva a comunicação entre todas as partes envolvidas nos procedimentos organizacionais. De acordo com Pimenta (2010), a palavra comunicação vem do latim, communicatione, que significa tornar comum, fazer com que sua ideia seja compreendida ou interpretada por outra pessoa. Ainda segundo Pimenta (2010), o objetivo da comunicação é a troca de mensagens que se estabelecem entre pessoas, grupos de indivíduos, relações comerciais, de trabalho ou afetivas. Para Kunsch (2003), a importância da comunicação nas empresas tem como princípio seu universo organizacional, a estrutura do fluxo de informações e a capacidade que a organização tem em equilibrar o crescimento organizacional com o ambiente em que ela está inserida. Sob a perspectiva de que o sucesso dos negócios depende do relacionamento da empresa com a sociedade, colaboradores, realização profissional e pessoal, o fluxo de informações da empresa compreende os contextos sociais que afetam diariamente o processo de comunicação. Ainda segundo Kunsch (2003), o processo de comunicação diária numa organização sofre interferências internas e externas, devido ao grande volume de informações que a globalização proporciona. Uma empresa ao comunicar-se, emite 15 e recebe inúmeras informações, e cabe a ela distinguir o que é relevante para sua realidade organizacional. Kunsch (2003, p. 15), ressalta: Assim, o sistema comunicacional é fundamental para o processamento das funções administrativas internas e do relacionamento das organizações com o meio externo. Esse é o primeiro aspecto a ser considerado quando se fala em comunicação nas organizações. (KUNSCH, 2003, p. 15). Bueno (2009) considera a comunicação como parte estrutural da empresa, e por meio dela, a organização busca garantir a socialização das informações, de maneira eficiente e eficaz, para que o compartilhamento de ideias se inicie com os colaboradores e estenda-se aos stakeholders1 interessados como troca de conhecimento. A comunicação pode ser definida ainda, como: “(...) o reflexo da cultura humana, possibilitando a sua construção e disseminação, abrange os valores, costumes, hábitos, crenças etc. de um povo.” (PIMENTA, 2010, p. 29). Com efeito, segundo Bueno (2009), para que a comunicação seja introduzida em geral numa organização, de forma eficiente, todos da empresa devem estar conscientizados de como a comunicação se movimenta instantânea e rapidamente. Em relação a isto, Pimenta (2010) define o conceito de comunicação como o modo de compreender a complexidade que envolve todo o processo comunicativo, onde existem outros componentes que afetam diretamente a comunicação; entre eles estão: emissor, quem transmite a mensagem. E com ele estão três fases da comunicação: concepção da mensagem, elaboração do que vai ser transmitido, pensamento e criação da mensagem. Codificação da mensagem, transformação da ideia em símbolos decifráveis, mensagens. Seleção da mensagem, ato de captar o que foi transmitido e selecionar a ideia principal. Ainda de acordo com Pimenta (2010), outro componente importante no processo de comunicação é o receptor, a quem se destina a mensagem. E com ele estão mais três fases da comunicação: Interpretação da mensagem; o que foi entendido por parte do receptor. Decodificação da mensagem; o processo de 1 O termo stakeholders, em inglês, significa “stake”, interesse; e “holder”, aquele que possui. Na prática são todos aqueles que influenciam uma empresa. São os interessados pelos projetos, gerenciamento, mercado e produtos de uma empresa. Disponível em: <http://www.infoescola.com/administracao_/stakeholders/>. Acessado em: 24 de maio. 2014. 16 identificar a ideia do emissor e da mensagem enviada e feedback; é o retorno da mensagem que foi transmitida pelo emissor, se foi aprovada, compreendida ou não.. Além disso, Pimenta (2010) afirma que podem existir ruídos, que são interferências que dificultam o andamento da comunicação, provindos do ambiente, como excesso de barulho, pouca iluminação, movimentação de pessoal, etc., ou de linguajares diferentes, velocidade na expressão de informação, etc. No processo de comunicação, Torquato (1986) afirma que a comunicação é composta por duas etapas: transmissão da mensagem e recuperação. A primeira, responsável por transmitir a mensagem de forma clara e objetiva, e a segunda direcionada ao controle dos receptores, para que absorvam as informações a eles dirigidas. Essas etapas estão à disposição das organizações para o alcance e cumprimento das metas e objetivos requisitados. Na concepção de Torquato (1986), a relação entre comunicação e empresa é primordial para a integração de informações do ambiente interno e externo. Com isso, a comunicação torna-se um processo vital entre as partes, e propicia poder de expressão a organização. Alinhado aos aspectos de um sistema aberto, a comunicação é o equilíbrio das partes que a formam. Ainda sob o mesmo argumento, Torquato (1986) salienta: Aceitando-se a premissa, pode-se extrair a conclusão: uma empresa se organiza, se desenvolve, enfim, sobrevive, graças ao sistema de comunicação que ela cria e mantém e que é responsável pelo envio e recebimento de mensagens de três grandes sistemas: 1) o sistema sociopolítico, onde se inserem os valores globais e as políticas do meio ambiente; 2) o sistema econômico-industrial, onde se inserem os padrões da competição, as leis de mercado, a oferta e a procura; e 3) o sistema inerente ao microclima interno das organizações, onde estão estabelecidas as normas e políticas necessárias às operações empresariais. (TORQUATO, 1986, p. 16.) Bueno (2009) considera que a comunicação dentro da empresa é importante, porque além de propiciar o fluxo de comunicação empresarial, ela proporciona um relacionamento com a comunidade, onde, é possível transmitir aos distintos públicos da organização a “autêntica cultura da comunicação”, como descreve o autor. Este processo de comunicação, a que se refere Bueno (2009) contribui com a qualidade de vida no trabalho e promove a realização profissional e pessoal do indivíduo. Ainda sob a perspectiva de Bueno (2009), a comunicação é fundamental para que os processos da empresa se desenvolvam adequadamente junto às atividades 17 empresariais exigidas. Com isso, é necessário que os colaboradores sejam capacitados para desempenharem uma comunicação saudável e proveitosa na organização. “Será sempre importante perceber que a comunicação está indissoluvelmente ligada ao processo de gestão (...) e, portanto, à cultura organizacional.” (BUENO, 2009, p. 4.) Definindo o conceito de comunicação nas empresas, Torquato (1986), diz que, a comunicação é a responsável por reunir as diferentes áreas da empresa, e através dela é possível definir condições para um trabalho estruturado e coordenado, que permita aos diretores empresariais atingir suas metas estipuladas. Sobre comunicação Torquato (2009) afirma: Ela defini-se como um processo dinâmico que compreende a existência, o crescimento, a mudança e o comportamento de toda a organização e é determinada pela necessidade, utilidade e conveniência, tanto da parte da empresa como da parte dos que nela estão integrados, direta ou indiretamente. (TORQUATO, 1986, p. 58). Ainda segundo Torquato (1986), a comunicação não é apenas um processo de transferência de ideias entre interlocutores, é uma forte influência sob a tomada de decisões entre todos os níveis empresariais. Uma vez que, para legitimar os processos de recompensa, normas e poder coercitivo, a comunicação é um poder expressivo, que é assimilado ao poder que uma pessoa ou organização têm sobre outrem. Assim, Torquato (1986) explica: O poder expressivo das empresas viabiliza o processo burocrático, adicionando elementos expressivos, emotivos e interferências às rígidas posturas hierárquicas, e tornando o ato de administrar não apenas uma relação mecânica entre posições do organograma, mas uma relação social positiva dentro da visão de que o trabalho é um bem dignificante e de que a economia e a administração não são ciências exatas mas, sobremodo, ciências humanas, temas, aliás, que estão na ordem do dia das atuais questões políticas e econômicas do Brasil. (TORQUATO, 1986, p18) Torquato (1986) refere-se à comunicação como processos e técnicas, que se alinham aos segmentos de mercado, para criar e manter uma identidade, ampliar a dedicação mercadológica, e melhorar a condição de vendas para atingir um maior contato com públicos diferenciados. Com essa percepção, Torquato (1986), afirma que para estabelecer uma proximidade entre a empresa e seu sistema de comunicação, é necessário que toda a estrutura organizacional e sua equipe de 18 colaboradores estejam envolvidas num processo multidisciplinar, fundamentado nos interesses da empresa com seu público-alvo. Bueno (2009) reflete a importância do termo Comunicação Empresarial, e a forma pela qual ele ainda é uma novidade na gestão dos negócios, pois, para algumas empresas o conceito se delimita somente a expressão, comercialização de partes da empresa e não da totalidade das funções da organização, que é o que ela realmente representa. Como citada por Bueno (2009), a Comunicação Empresarial é um conceito novo diante da evolução da sociedade, completou apenas 30 anos no Brasil. Para chegar aos dias atuais com a devida importância, a Comunicação Empresarial passou por várias fases, até se estabelecer. Amparada pela ABERJE (Associação Brasileira de Editores de Revistas e Jornais de Empresas), que representa uma entidade do país que auxilia as empresas na área da comunicação, a Comunicação Empresarial ganhou força e repercussão perante as empresas, que passaram a usufruir os benefícios que esta teoria concede. A Comunicação Empresarial tem representado uma grande importância nas funções administrativas das organizações, visto que, ela é responsável por direcionar as estratégias de negócios e tornar-se um diferencial competitivo nos processos da empresa. Embasado nessa afirmação, Bueno (2009) considera que Comunicação Empresarial é a integração de todas as ações, atividades e articulações que permitem que a organização estabeleça um relacionamento constante e sistêmico com seus respectivos stakeholders. Bueno (2009) define Comunicação Empresarial como: Conjunto integrado de ações, estratégias, planos, políticas e produtos planejados e desenvolvidos por uma organização para estabelecer a relação permanente e sistemática com todos os seus públicos de interesse. (BUENO, 2009, p 4.) Sob esta perspectiva, Bueno (2009) entende que a Comunicação Empresarial, não se limita apenas à comunicação entre as várias áreas que constituem uma empresa, mas, sim, a todos os procedimentos que sustentam a essência do negócio. Desse modo, o objetivo da Comunicação Empresarial, não se restringe apenas ao lucro, já que, a organização desenvolve outras funções de suma 19 importância, todas relacionadas com a estrutura da organização e seus públicos de interesse. A respeito disso, Pimenta (2010) refere-se à Comunicação Empresarial como um conjunto de todas as atividades, que estejam relacionadas com a comunicação da organização e de todos os parâmetros que a comunicação da empresa pode alcançar. Esta concepção é considerada multidisciplinar, porque, abrange todas as técnicas e métodos, de todos os departamentos da empresa. Ainda de acordo com Pimenta (2010), a Comunicação Empresarial, tem como objetivo, participar da construção da imagem da empresa, adequar os trabalhadores às competições de mercado, atender as exigências dos consumidores conscientes de seus direitos, defender os interesses empresariais e encaminhar as questões sindicais e ambientais, aos seus respectivos responsáveis. Bueno (2009) observa que não são todas as empresas que estão aptas a dispor de recursos para que a Comunicação Empresarial se desenvolva, isso porque, ela transforma-se num processo estratégico da organização. Do ponto de vista de Bueno (2009), a Comunicação Empresarial é considerada como um instrumento de inteligência empresarial, porque, por meio dela é possível consolidar as ações e estratégias que a empresa elabora, para atingir os resultados esperados. Logo, para Bueno (2009), a Comunicação Empresarial é uma ferramenta que dá suporte as organizações, com objetivo de adequar o conhecimento e a tática adotados pela empresa, junto ao modelo estratégico de negócios da organização. Desse modo, Torquato (1986) conclui que “Os bons administradores são aqueles que conseguem produzir significações, tanto quanto dinheiro.” (TORQUATO, 1986, p. 18). 2.1.1 Comunicação Empresarial Integrada A Comunicação Empresarial Integrada é uma filosofia que consiste em inteirar todas as áreas da empresa, de modo, a criar uma coesão entre as funções desempenhadas na organização. No entendimento de Kunsch (2003), o conceito de Comunicação Empresarial Integrada está associado à junção da Comunicação 20 Mercadológica, Comunicação Interna, Comunicação Administrativa e Comunicação Institucional, que formam o composto da Comunicação Organizacional. De acordo com Kunsch (2003), a Comunicação Empresarial Integrada, é a responsável por criar uma relação harmoniosa entre as várias áreas que constituem a empresa, e como conseguinte, a união de todas as atividades, com base numa política que agregue as estratégias que direcionam a organização, com ações e táticas de comunicação melhor elaboradas e com maior eficiência. Aberp em 1984, citado por Kunsch (2003, p.151), relata: Acreditamos na comunicação integrada, ou seja, na atuação conjugada de todos os profissionais da área. Não há conflitos entre as diversas atividades: há somatória em beneficio do cliente. (1984, p. 12). Em relação a isto, Bueno (2009) considera a Comunicação Empresarial Integrada uma necessidade que a empresa tem em maximizar sua capacidade de comunicar-se com outras empresas e com a sociedade, o que permiti a integração de todos esses atributos para uma formação íntegra das diretrizes e princípios da organização. Segundo Bueno (2009), Comunicação Empresarial Integrada é o conjunto de todas as áreas ou departamentos que a organização possui e que processam informações sobre qualquer atividade da empresa relacionada ao ambiente interno e externo. Diante deste composto, Bueno (2009), descreve que a Comunicação Empresarial Integrada é um mix global que incorpora a comunicação como função primordial, seguida dos alicerces, políticas, valores, missão, princípios e diretrizes que conceituam a organização, numa interface com os públicos de interesse. Ainda referenciando o mesmo autor, releva-se, que mesmo que exista alguma dissonância na prática que a Comunicação Empresarial Integrada emprega, é necessário manter a integralidade entre as funções exercidas pela empresa e a relação com seu público de interesse. Assim, Bueno (2009) argumenta: Ainda que, operacionalmente, haja uma descentralização, tendo em vista a execução das atividades especificas de comunicação (Relações Públicas, assessoria de imprensa, comunicação interna, propaganda/publicidade, marketing etc.), o planejamento deve ser centralizado. Isso acarreta economia de recursos e de esforços e contribui para a consecução do que devem ser os objetivos maiores da organização: aumentar a vantagem 21 competitiva da empresa ou entidade ante seus concorrentes e consolidar sai imagem (ou reputação) ante a opinião pública. (BUENO, 2009, p. 11) Sob o ponto de vista de Torquato (1986), a Comunicação Empresarial Integrada assume um novo papel na organização, o qual direciona a comunicação a ser organizada em coerência com a visão globalizada da sociedade. Para isso, é necessário que os fluxos de opiniões dos participantes da empresa, consumidores e centros de decisão, sejam uniformes e ordenados a fim de amenizar possíveis riscos operacionais. Kunsch (2003) expressa que, a integração das vertentes da comunicação empresarial integrada, é um mix que caracteriza a totalidade do universo da organização, considerando o ambiente interno e externo. A figura abaixo, retirada da bibliografia de Kunsch (2003, p. 151), representa este mix: Figura 1 – Comunicação Organizacional Integrada Fonte: Margarida Kunsch (2003) 22 Apropriadamente, Kunsch (2003) coloca que, este mix, é considerado de suma importância para o entendimento da Comunicação Empresarial Integrada, pois é nele que consiste a fundamentação da união das atividades da empresa, que são a essência da funcionalidade do negócio. Com isso, o desempenho das modalidades ilustradas acima, torna-se sinérgico, desde que, o conceito seja aplicado em todas as funções organizacionais. Segundo o artigo da Revista Imes2, Trevisan (2003), argumenta que a integração da comunicação é algo fundamental para a execução das tarefas táticas, o que pressupõe a visão abrangente do relacionamento do consumidor com a marca da empresa. Trevisan (2003) relata em seu artigo, a importância que a Comunicação Integrada representa na associação da marca para com o contato com seus clientes, e a forma como as empresas estudadas por ela, usufruem desta vertente da comunicação para se tornarem competitivas. Para Trevisan (2003), a Comunicação Integrada assume o papel de aproximar os consumidores da empresa, principalmente em relação à marca, por meio da solução de problemas de comunicação com o meio externo. Assim, ela ressalta: Comunicar de forma integrada uma marca de produto ou serviço é dar soluções inteligentes, inovadoras e diferenciadas aos seus problemas de comunicação com o mercado, através de quais disciplinas forem. (TREVISAN, 2003, p. 53) Para esta definição, Trevisan (2003), demonstra a seguinte figura: 2 A Revista Imes citada faz parte da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Disponível em: < http://seer.uscs.edu.br/index.php/revista_comunicacao_inovacao/article/view/559/401>. Acessado em:12 de abril. 2014. 23 Figura 2 – Comunicação Integrada x Marca MARCA Comunicação integral, integrada, estrategicamente planejada. - uma imagem única, uníssona - mesma linguagem - valor agregado Fonte: Revista Imes – Universidade Municipal de São Caetano do Sul (2003) Essa interpretação de Trevisan (2003) se aplica nas empresas que buscam unificar o conceito de Comunicação Integrada com a finalidade de uniformizar o conteúdo oferecido pela organização estrategicamente ligada à marca da empresa e a credibilidade que ela proporciona ao seu público-alvo. Embasado na teoria de Kunsch (2003), é possível perceber a evolução que as empresas tiveram ao longo do tempo, enfatizando sempre a importância de uma comunicação composta por todas as áreas que sustentam a organização. A concepção de que as empresas não podem isolar as vertentes comunicacionais, se apóia nas táticas que visam comunicar as ações da empresa e o que ela oferece, com o universo de seus stakeholders e a sociedade de um modo geral. Logo, Bueno (2009) conclui que a Comunicação Integrada faz parte de uma ação voltada para a educação das empresas, no sentido de pôr em prática o verdadeiro significado deste conceito e não somente teorias sem respaldo das organizações. Assim Bueno (2009) define: Vamos ser mais precisos: quando nos referimos à comunicação integrada, não queremos apenas dizer que as atividades de comunicação se tangenciam numa organização, mas que elas se integram umbilicalmente ao processo de gestão, de planejamento, de marketing e obedecem a uma 24 política e diretrizes comuns. A comunicação se integra não na superfície, não é uma questão de epiderme, mas de DNA, de cultura. É pra valer mesmo. (BUENO, 2009, p. 49). Portanto, para Bueno (2009), é uma questão de uniformidade, de conscientizar todas as áreas da empresa que uma atividade é dependente da outra, e que para isso é preciso entender a cultura da organização e assumir uma postura solidária perante as funções que a comunicação propicia nas empresas. 2.1.2 Comunicação Interna Com o propósito de ser um dos princípios dentro da Comunicação Empresarial Integrada, a Comunicação Interna, tende a engajar a participação dos trabalhadores no corpo da empresa, como parte fundamental para a integração da comunicação junto à equipe de trabalho. Esta afirmação, esta fundamentada na teoria de Pimenta (2010), que salienta a tendência em conduzir uma empresa sob a perspectiva da valorização do ser humano, como peça essencial para a integração de uma comunicação eficiente. Essa valorização do capital humano, que a Comunicação Interna aborda passou a ser influente, quando se percebeu que o rendimento dos funcionários era mais satisfatório, durante o tempo em que eles estavam motivados, como comprova a experiência de Hawthorne3, elaborada por Elton Mayo. Partindo desse pressuposto, Pimenta (2010) esclarece que o foco da comunicação, é transmitir a mensagem para todos sem perder o conteúdo e para isso, o envolvimento e comprometimento do trabalhador é indispensável. Diante das tradicionais empresas, muitas vezes burocráticas, Pimenta (2010), observa a falta de espaço para expor os sentimentos, emoções e pensamentos dos colaboradores em prol da organização, o que diminui a motivação nas empresas, comprometendo o rendimento produtivo. 3 A experiência de Hawthorne, realizada por Elton Mayo, de 1927 a 1933, discorre da comunicação interna e da influência motivacional dos funcionários para os negócios da empresa. PIMENTA, Maria Alzira. Comunicação Empresarial. Campinas: Alínea, 2010, p. 161. 25 Conforme Pimenta (2010) é válido destacar, que para reverter este cenário, é preciso considerar as condições humanas que estão associadas à estrutura organizacional da empresa; tal como, sociabilizar e confrontar objetivos equivalentes à razão da existência da organização e a importância do fator humano na empresa. Paulo Gaudêncio (1995) citado por Pimenta (2003) reflete: É sabido que colocar o ser humano como centro do processo produtivo não é empreendimento fácil. Complexo, misterioso, emotivo, muitas vezes, imprevisível, parece não ser adequado à racionalização que as empresas requerem. Entretanto, hoje, mais do que nunca, sabe-se que o fator humano é fundamental para o sucesso ou fracasso de qualquer processo. (...) Para isso, o conhecimento sobre a motivação e as necessidades humanas é útil para a definição de melhores estratégias de gestão. (GAUDÊNCIO, 1995, apud PIMENTA, 2003, p. 152.) Ao encontro disso, Bueno (2009) expõe em sua obra, que a Comunicação Interna esta voltada para seu público interno, como são chamados os colaboradores, aqueles que incorporam a organização e são considerados conjuntos de funcionários que colaboram para o rendimento positivo da empresa, no qual ela esta apoiada. Capazes de interagir com os métodos aplicados pela empresa, os colaboradores são a parte vital da organização, que tem a capacidade de transformar as atividades propostas em uma realização concreta do processo produtivo. Bueno (2009) segue afirmando que, os públicos internos têm características e perfis diferentes, apesar de estarem ligados à organização, são considerados vínculos distintos da empresa. Ao participar do ambiente interno de uma organização, as pessoas presentes neste contexto, são consideradas chaves no desenvolvimento dos produtos, ações e estratégias que interajam com os negócios e posteriormente representem uma comunicação da empresa para com a sociedade. De acordo com esta premissa, Kunsch (2003), julga que a Comunicação Interna é uma vertente que influi no comportamento do público interno, pois possibilita uma maior participação dos funcionários na integração das estratégias propostas pela empresa, o que viabiliza uma comunicação que repasse por todas as áreas da organização com maior eficiência e eficácia. Kunsch (2003) aborda a Comunicação Interna da seguinte maneira: 26 Portanto, a comunicação interna corre paralelamente com a circulação normal da comunicação que perpassa todos os setores de organização, permitindo seu pleno funcionamento. Evidentemente, na medida que ela se desenvolve no conjunto de uma comunicação integrada, com políticas globais estabelecidas, estratégias delineadas e programas de ação voltados prioritariamente para todo pessoal interno, tenderá a ser muito mais eficiente e eficaz. (KUNSCH, 2003, p. 154) Segundo Kunsch (2003), na medida em que a Comunicação Interna se desenvolve junto a Comunicação Integrada, a empresa tende a proporcionar um melhor desempenho em suas ações, programas e estratégias, de forma constante e planejada. Para que o relacionamento entre empresa e colaboradores seja compatível, é necessário que ambos estejam focados nos mesmos interesses, por meio de incentivos à participação e interação nos negócios da empresa. Ainda referenciando o mesmo autor, constata-se que a comunicação interna se dirige aos clientes internos, os colaboradores assim chamados, como ponto estratégico incorporado às políticas e objetivos funcionais da organização, que possibilitam agregar o valor humano à estrutura organizacional. Do ponto de vista de Bueno (2009), o funcionário não é apenas mais um integrante da empresa, mas assume um papel relevante no processo de tomada de decisão. Ao considerar que as organizações buscam o sucesso de seus negócios, a Comunicação Interna deve estar presente nas estratégias requisitadas na elaboração da gestão da empresa. Com isso, Bueno (2009) conceitua: Esse novo modelo de comunicação interna exige uma mudança profunda na cultura das organizações; mas, ainda que à revelia de empresários e chefias, ela deverá ocorrer porque as organizações que pretendem tornarse ou manter-se líderes não podem abrir mão da participação efetiva de seus funcionários se desejam plasmar, de verdade, um processo rico de gestão do conhecimento, com o compartilhamento de vivências, saberes e práticas. (BUENO, 2009, p. 96) Desse modo, Kunsch (2003) contempla que a Comunicação Interna tem a incumbência de promover a cidadania e a valorização do homem, o que ocasiona o aperfeiçoamento da comunicação quanto diretriz de valores, que poderão ser incorporados pela empresa, funcionando como porta-voz da organização para o meio externo. A prática da Comunicação Interna tende a assegurar que a empresa 27 se antecipe nas possíveis respostas para atender as necessidades e expectativas que formam a organização. Para Kunsch (2003) a finalidade da Comunicação Interna consiste em beneficiar tanto os empregados quanto a empresa; desde que todas as atividades da organização permaneçam relacionadas a um mesmo objetivo, ou seja, ser uma fração da Comunicação Integrada. Desta forma, ela explana que a comunicação é um fator determinante na integração entre os variados setores que compõe a empresa. Kunsch (2003) acrescenta: A importância da comunicação interna reside sobretudo nas possibilidades que ela oferece de estímulo ao diálogo e à troca de informações entre a gestão executiva e a base operacional, na busca da qualidade total dos produtos ou serviços e do cumprimento da missão de qualquer organização. (KUNSCH, 2003, p. 159) Consequentemente Kunsch (2003) conclui que a Comunicação Interna é a responsável por dispor as informações com rapidez, competência e credibilidade, sempre respeitando as diferenças individuais do publico interno e implantando uma gestão participativa, capaz de estabelecer, quando necessárias, mudanças culturais no corpo da organização. 2.1.3 Comunicação Mercadológica Considerada a responsável por divulgar toda a produção comunicativa da empresa, a Comunicação Mercadológica, representa uma parte do composto da Comunicação Integrada, que se encarrega de demonstrar ao público externo, os produtos ou serviços oferecidos pela organização. Este conceito esta presente na teoria de Kunsch (2003), que relata a importância da Comunicação Mercadológica no que diz respeito a propagar o marketing de negócios, existentes na empresa. De acordo com Kunsch (2003), as ferramentas disponíveis para o desenvolvimento desta vertente, se encontram num mix de comunicação de marketing, que engloba a propaganda, a promoção de vendas e todos os parâmetros que direcionem a empresa a atingir seu público-alvo, com o objetivo de aumentar as vendas. 28 Kunsch (2003) expressa, que a área de marketing está totalmente vinculada à Comunicação Mercadológica, pois, é nela que estão inseridos os elementos necessários para a criação e organização do processo de divulgação publicitária da empresa. É função da área de marketing, fazer as articulações necessárias no que se dispõe a coordenar e direcionar a Comunicação Mercadológica. Precisamente, Kunsch (2003) afirma que as ferramentas mais utilizadas pela Comunicação Mercadológica, são a publicidade e propaganda, para a divulgação de produtos e serviços, e na conquista de mercados-alvo e consumidores. Galindo citado por Kunsch (2003) define Comunicação Mercadológica como um modo que: Compreenderia toda e qualquer manifestação comunicativa gerada a partir de um objetivo mercadológico, portanto, a comunicação mercadológica seria a produção simbólica resultante do plano mercadológico de uma empresa, constituindo-se em uma mensagem persuasiva elaborada a partir do quadro sociocultural do consumidor-alvo e dos canais que lhes servem de acesso, utilizando-se das mais variadas formas para atingir os objetivos sistematizados no plano. (KUNSCH, 2003, p.163) Sob a perspectiva de Kunsch (2003), a Comunicação Mercadológica, tem como propósito ser instrumento na conquista do consumidor, utilizando-se das ferramentas de marketing concedidas pela organização, para divulgar a presença da empresa no mercado e elevar as vendas de seus produtos e/ou serviços. Kunsch (2003) comenta que a hoje, a amplitude para alcançar os objetivos definidos na Comunicação Mercadológica, são bem maiores, e os meios e técnicas para atingir esse fim, estão presentes com mais facilidade na composição da área de marketing, que trabalha exaustivamente todos os seus componentes. Em conformidade com Gaudêncio Torquato do Rego citado por Kunsch (2003), o conceito de Comunicação Mercadológica: objetiva promover a troca de produtos e/ou serviços entre produtor e consumidor, [procurando] atender aos objetivos traçados pelo plano de marketing das organizações, cujo escopo fundamentalmente se orienta para a venda e pode, também, utilizar-se indiretamente, das clássicas atividades da comunicação institucional. (KUNSCH, 2003, p. 163) Desse modo, Kunsch (2003) complementa que a Comunicação Mercadológica da organização é uma peça chave para transmitir aos stakeholders seu portfólio de produtos e/ou serviços, por meio do mix de marketing, que possui 29 várias ferramentas para auxiliar na divulgação publicitária da empresa; tais como propaganda, força de vendas, promoção de vendas, publicidade, marketing direto entre outras. Sendo assim, a importância da Comunicação Mercadológica está voltada para o uso das ferramentas de marketing de maneira a estreitar o relacionamento com o mercado-alvo e os objetivos da empresa. 2.2 COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL Como parte estrutural do mix da Comunicação Empresarial Integrada, a Comunicação Institucional é a responsável por consolidar a construção e formação da imagem e identidade da organização. Conceito este, sustentado pela teoria de Kunsch (2003) que aponta a Comunicação Institucional como uma estratégia de gestão direcionada a ganhar a credibilidade e confiança da sociedade, aperfeiçoando aspectos associados com os principais pontos da existência da organização. Por meio desta vertente da Comunicação Empresarial Integrada, a empresa pode propiciar coerência entre seus programas comunicacionais, e a concepção que imagem e identidade corporativa conseguem influir positivamente nas propostas político-sociais que a organização emprega na sociedade onde está inserida. Na concepção de Kunsch (2003), a Comunicação Institucional enfatiza a compreensão e a prática de uma comunicação que tenha como fundamento, os princípios e políticas da organização, aplicada às estratégias da empresa como modo de influenciar a sociedade. Kunsch (2003) designa: A comunicação institucional está intrinsecamente ligada aos aspectos corporativos institucionais que explicitam o lado público das organizações, constrói uma personalidade creditiva organizacional e tem como proposta básica a influencia político-social na sociedade onde está inserta. (KUNSCH, 2003, p. 164) Bueno (2009) refere-se à Comunicação Institucional, como ativos intangíveis que tem se tornado parte indispensável na relação de valor agregado para as atividades da empresa, o que reflete a importância da informação e do 30 conhecimento, das políticas e diretrizes que a organização defende. O autor ainda ressalta que “A força da marca, a imagem ou reputação, a inovação, (...) a responsabilidade social, entre outros, são hoje, atributos constituintes do valor de uma organização.” (BUENO, 2009, p. 185) Bueno (2009) prossegue “A imagem e a reputação, (...) constituem-se, portanto, em ativos intangíveis, absolutamente fundamentais, e conseguir gerenciálos, avaliá-los ou mensurá-los passa a ser uma questão de sobrevivência.” (BUENO, 2009, p. 187) Sob esta perspectiva, é concebível que as empresas tenham que expressar o processo de competência comunicacional de seus princípios, incluindo, os programas direcionados a esta área da comunicação. Consolidando as palavras de Bueno (2009), a teoria relata que quando mal colocados os conceitos de Comunicação Institucional, a imagem corporativa que a empresa pode causar em seus consumidores, pode acarretar aspectos negativos. O autor exprime: A transparência é a arma das organizações porque estabelecem uma relação de confiança com seus públicos. (...) Não praticá-la significa desrespeitar os públicos com quem se relaciona, o que leva, mesmo que me curto prazo, a abalos que podem ser fatais em sua reputação. (BUENO, 2009, p. 15) Bueno (2009) continua dizendo que a formação da imagem das organizações, está efetivamente ligada à opinião pública, pois a presença das empresas na sociedade é exposta através dos veículos de comunicação, que emitem informações, que algumas vezes, podem modificar o pensamento da comunidade sobre assuntos específicos. Assim, o autor explana: A imagem de uma empresa ou entidade é o somatório das imagens percebidas por diferentes públicos, de tal modo que é possível imaginar que, na prática, uma organização tem varias imagens. (...) A imagem pode, pois, não ser una e, ao avaliá-la, é preciso contemplar as várias possibilidades, tantas quantas os públicos de interesse com que a organização se relaciona. ( BUENO, 2009, p. 66) Do ponto de vista de Bueno (2009), é válido lembrar que as empresas devem trabalhar o conceito de Comunicação Integrada, paralelamente com as metodologias propostas para chegar aos resultados esperados, no que diz respeito, a propagação da organização na sociedade. 31 Para Bueno (2009), a Comunicação Institucional está relacionada diretamente aos seus públicos de interesse e ao processo geral de gestão, o que inclui a forma de se relacionar com o meio externo, a história, a trajetória e o mais importante, o sistema de comunicação presente na estrutura organizacional. Esses atributos se apóiam na confiança que a empresa absolve ao longo do tempo e às boas influências diante da sociedade. Com isso, Bueno (2009) esclarece: O somatório de todos esses atributos ou virtudes é que confere a uma organização sua singularidade, diferenciando-se de qualquer outra. Evidentemente, como reflexo dessa “personalidade” emergem sua imagem (ou imagens) e sua reputação. (BUENO, 2009, p. 188) Kunsch (2003) destaca a percepção que a Comunicação Institucional compreende no sentido de acarretar um conhecimento e compartilhamento dos ideais da empresa, que estejam disponíveis interna e externamente. Para isso, é necessário que a organização estipule estratégias e políticas, que possibilitem uma comunicação clara e objetiva, integrando todas as áreas da empresa. Kunsch (2003) expõe que a Comunicação Institucional não se restringe a emitir marcas sólidas no mercado, como algumas pessoas pensam, seu âmbito é muito maior, é a consolidação das filosofias projetadas para a organização, envolta de uma consciência de credibilidade de suas atividades institucionais. Pascale Weil citada por Kunsch (2003) pondera “a empresa é vista hoje como uma pessoa moral e sujeito pensante de sua produção, senão também como coletividade consciente que se dirige em torno do seu ambiente.” (WEIL, 1992, apud KUNSCH, 2003, p. 165) Para Kunsch (2003) Comunicação Institucional define-se: A comunicação institucional, por meio das relações públicas, enfatiza os aspectos relacionados com a missão, a visão, os valores e a filosofia da organização e contribui para o desenvolvimento do subsistema institucional, compreendido pela junção desses atributos. (KUNSCH, 2003, p. 165) Bueno (2009) contempla que a Comunicação Institucional desempenha importante papel para representar a imagem da organização, como fator persuasivo de aproximar a imagem que a empresa deseja alcançar, da imagem que realmente ela retrata. De maneira sinérgica, a Comunicação Institucional, permeia pela 32 empresa como identidade, demonstrando todas as ações e atribuições que incorporam sua existência. Como cita Bueno (2009), a Comunicação Institucional flui instantaneamente da empresa para o mercado, e do mercado para a sociedade, e repercute no discernimento das pessoas, transformando-se em reputação. Cabe a empresa, articular as melhores estratégias e comunicar de maneira correta, os valores, as filosofias, políticas e os princípios da organização, promovendo a responsabilidade da empresa diante da sociedade. Gaudêncio Torquato do Rego citado por Kunsch (2003) conceitua “a comunicação institucional objetiva conquistar simpatia, credibilidade e confiança, realizando como meta finalista, a influência político-social.” (GAUDÊNCIO, 1985, apud KUNSCH, 2003, p.164) Kunsch (2003) aponta que para que a Comunicação Institucional seja inserida com maior aplicabilidade, ela compõe de alguns instrumentos comunicacionais, entre eles estão as relações públicas, jornalismo empresarial, assessoria de imprensa, marketing social, publicidade/propaganda institucional, imagem e identidade corporativa, marketing cultural e editoração multimídia. Definidos os instrumentos a serem adotados pela empresa, Kunsch (2003) frisa a relevância que as técnicas utilizadas impactam nas políticas da empresa e como a complexidade de um mundo globalizado, exige das organizações estratégias planejadas junto a toda a estrutura organizacional. Por isso, é preciso se posicionar no mercado com bases sólidas de comunicação, que ajudem a empresa a integralizar de forma concisa todas as funcionalidades que constituem a Comunicação Integrada. Bueno (2009) aborda esta definição sobre a imagem das organizações, na Comunicação Institucional “A imagem, portanto, ou as imagens (...) de uma organização são percepções que estão na cabeça dos públicos ou das pessoas individualmente, formadas pelo contato direto ou indireto com ela (...).” (BUENO, 2009, p. 200) Contudo, para Bueno (2009) o que as empresas buscam alcançar com a Comunicação Institucional, é o melhor posicionamento no mercado que tenha respaldo positivo no contexto social, acreditando-se nas premissas designadas pela organização, que fluam adequadamente no conceito de Comunicação Integrada. 33 Convém observar, no que relata Kunsch (2003), que as necessidades a serem supridas pela empresa, referindo-se ao conjunto da Comunicação Institucional, comportam também a opinião pública, que interfere positiva ou negativamente nos negócios da empresa. Consequentemente é fundamental apoiarse em táticas e estratégias realizáveis para a existência da operação comercial da empresa, para que a imagem da organização a ser transmitida não seja difundida da que as pessoas acreditam. Ao explanar o conceito de Comunicação Institucional, Kunsch (2003) conclui que o universo da Comunicação Integrada proporciona um envolvimento total das áreas da empresa, com isso, os fundamentos da organização tendem a valer-se da Comunicação Institucional para sustentar as práticas, políticas, filosofias e objetivos da empresa, que servem de influência no processo de institucionalizar a sociedade. 34 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Esta pesquisa caracteriza-se como documental, de acordo com a natureza dos dados coletados, uma vez que possuem o foco na interpretação de teorias sobre o tema trabalhado e informações obtidas por meio da descrição de ações realizadas pela empresa Souza Cruz, divulgadas em seu site. Para tanto, foram utilizadas técnicas de pesquisa bibliográfica, por utilizar obras de teorias sobre o tema e fontes documentais, disponibilizadas pela empresa, o que possibilitou este trabalho acadêmico. Com o intuito de esclarecer o modo como a metodologia desta pesquisa foi desenvolvida, o primeiro procedimento realizado é o levantamento do referencial teórico, que aborda a pesquisa bibliográfica. Como define Fachin (2001), pesquisa bibliográfica é a captação de conhecimentos humanos que, acumulados por várias obras, proporcionam fundamentação teórica para a realização da pesquisa. Como direcionamento, as bases fundamentais da pesquisa bibliográfica orientam o leitor a determinar o assunto a ser estudado e, com isso, produzir, armazenar, reproduzir, utilizar e comunicar as informações coletadas para desempenhar a produção da pesquisa propriamente dita. Como fonte orientadora, a pesquisa bibliográfica é constituída pelo fato de ler, selecionar, organizar, fichar e arquivar os tópicos essenciais para a pesquisa em questão. Esta afirmação é colocada por Fachin (2001), que agrega que existem fontes secundárias de pesquisa bibliográfica, são algumas delas, literatura de referência, resumos, catálogos, revistas, índices bibliográficos e bibliografias, entre outros. Valendo-me das palavras de Fachin (2001), este trabalho de graduação utiliza-se primeiramente da pesquisa bibliográfica, para levantar as obras mais adequadas ao ponto de vista da Comunicação Institucional, que ressalta a importância desta vertente da comunicação na gestão das empresas, para evidenciar as políticas e princípios institucionais que fortificam a imagem da organização. Focada nesta teoria, o presente trabalho, relata o conceito na estratégia de negócios da empresa de cigarros Souza Cruz. Para a realização deste tipo de pesquisa, Fachin (2001) diz ser necessário fazer o levantamento bibliográfico, que consiste no material selecionado, 35 correspondente a livros e periódicos. Segundo Bervian (2002), a pesquisa bibliográfica busca explicar uma problemática, a partir de referências teóricas existentes em documentos. O levantamento das teorias sobre Comunicação Institucional deu suporte necessário, para que os documentos publicados pela empresa Souza Cruz fossem comparados. Por sua vez, esta análise do processo comunicacional da Souza Cruz destinase a comprovar a importância da Comunicação Institucional, como ponto estratégico na gestão das empresas. A partir do tema escolhido, é possível aplicar uma pesquisa descritiva que, segundo Bervian (2002), é a precisão com que os fatos acontecem, a natureza, relação e conexão com outros fenômenos e as características presentes na sociedade. Com base nesta definição, foram reunidos dados disponibilizados no site da Souza Cruz, que relatam a formação da empresa, seus princípios, políticas, valores, missão e todas as outras diretrizes que conduzem a líder no ramo do tabaco, a manifestar suas ações e filosofias em relação à Comunicação Institucional. Bervian (2002) completa “A pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los.” (BERVIAN, 2002, p. 66). Em consonância com isso, Best citado por Marconi e Lakatos (2010) afirma que este tipo de pesquisa necessita de quatro passos para ser realizada, ao qual fazem parte a descrição, os registros, as análises e a interpretação de fatos atuais. Além do que, a abordagem descritiva, permite identificar com que freqüência um fenômeno acontece e procura conhecer as várias situações e relações que existem na vida social, política, econômica e outros aspectos comportamentais do ser humano. Este trabalho acadêmico tem como objeto de estudo a empresa Souza Cruz, e suas estratégias de Comunicação Institucional. Dai partiu-se o estudo do processo comunicacional da companhia de cigarros, no qual foram confrontadas as teorias com as ações que a empresa apresenta em seu material disponível na Internet, a fim de demonstrar que a empresa está desenvolvendo dentro de sua gestão de negócios, uma Comunicação Institucional eficiente. Outro procedimento científico, empregado neste trabalho de graduação é a pesquisa documental, que consta de toda a informação escrita, oral ou visualizada, que contém técnicas e métodos que simplificam a busca e a identificação dos materiais. O conceito de pesquisa documental sob a ótica de Fachin (2002) pondera: 36 A pesquisa documental consiste na coleta, classificaação, seleção difusa e na utilização de toda espécie de informações, compreendendo também as técnicas e métodos que facilitam a sua busca e a sua identificação. Para a pesquisa documental, considera-se documento qualquer informação sob a forma de textos, imagens, sons, sinais em papel/madeira/pedra, gravações, pintura, incrustações outros. (FACHIN, 2002, p. 152) Os dados apresentados nesta pesquisa foram coletados diretamente de fontes documentais, extraídos do site da empresa Souza Cruz, que procedem de relatórios, balanços, políticas e programas de sustentabilidade que a empresa disponibiliza em sua página oficial na internet. Com a coleta dessas informações, a análise das vertentes comunicacionais foi realizável, pois era necessário confrontar a teoria com a prática, no que se refere à Comunicação Institucional e suas estratégias. 37 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 APRESENTAÇÃO DO CORPUS DE ANÁLISE Como corpus de análise desta pesquisa, a empresa escolhida para fazer a avaliação do caso proposto é a multinacional de cigarros Souza Cruz, que tem uma trajetória no ramo do tabaco há 111 anos. Presente em todo território nacional, com sedes espalhadas nas principais capitais do país, a companhia lidera o mercado de cigarros, com marcas históricas e duradouras no setor. A empresa analisada disponibiliza suas informações, em um site oficial na internet4, com dados, relatórios, programas, carreiras, parcerias, diretrizes e políticas que a companhia defende. Para isso, foram levantados os principais pontos que contribuem com esta pesquisa, a fim de explanar sobre a Comunicação Institucional e a imagem corporativa que a empresa adota em suas atividades. Segundo dados apresentados pela empresa Souza Cruz, em sua página na internet5, a companhia fundou-se em 25 de abril de 1903, no comando do imigrante português Albino Souza Cruz, que foi o pioneiro no Brasil, em introduzir uma máquina que já produzia cigarros enrolados no papel. Com número limitado de apenas 16 funcionários, instalado num sobrado no centro do Rio de Janeiro, Albino Souza Cruz, produziu sua primeira marca de cigarros, chamada Dalila. De acordo com o site, o sucesso nas tabacarias da região, naquele momento, da Capital Federal foi grande e impôs ao fundador da empresa expandir sua produção. Em 1910, a empresa inaugurou sua primeira fábrica, que quatro anos depois, em 1914, necessitou de novas tecnologias e recursos que pudessem acompanhar seu crescimento. Com isso, Albino Souza 4 SOUZA CRUZ. Página Oficial. Disponivel em: < http://www.souzacruz.com.br/group/sites/SOU_7UVF24.nsf/vwPagesWebLive/DO7UVFCY?opendocu ment&SKN=2>. Acessado em: 23 fev. 2014. 5 SOUZA CRUZ. Nossa História. Disponível em: < http://www.souzacruz.com.br/group/sites/SOU_7UVF24.nsf/vwPagesWebLive/DO7V9K2W?opendocu ment&SKN=2>. Acessado em: 23 fev. 2014. 38 Cruz, modificou a empresa para sociedade anônima, transferindo o controle das ações para o grupo British American Tobacco. A partir daí, a companhia produtora de cigarros evoluiu em todos os sentidos, de produção e tecnológicos, e internacionalizou a comercialização de seus produtos. Com o aumento da companhia, em 25 de abril de 2003, era celebrado o primeiro centenário da empresa, com inauguração de mais uma fábrica, em Cachoeirinha, no Rio Grande do Sul. Depois desta inauguração, seguiram mais duas, uma em 2007, descrito no site6 como Centro de Pesquisa e Desenvolvimento, hoje conhecido como Regional Product Centre Americas, considerado um dos mais modernos centros de pesquisa do mundo; e outra em 2009, um Parque Gráfico, no complexo industrial de Cachoeirinha. O portal na web7 menciona sempre a presença do grupo BAT - British American Tobacco, que é o segundo maior grupo de tabaco listado na bolsa de valores, e tem participação de mercado no mundo, vendendo seus produtos em mais de 180 países. Incorporada à Souza Cruz, o grupo acredita que a responsabilidade social da empresa, aliada as estratégias de negócio, possa minimizar os impactos que seus produtos oferecem a saúde. A Souza Cruz líder no mercado nacional de tabaco, como exibe o site8, produz seis, das dez marcas mais vendida no Brasil, no primeiro semestre de 2012, teve um rendimento de 60,1% do total no mercado brasileiro. A empresa é ativa em todas as fases de produção, processamento, fabricação e distribuição de cigarros, atendendo cerca de 300 mil varejos em todo país, atingindo quase cinco mil municípios. A companhia considera-se uma fonte de riqueza, ao declarar em seu site, que gera milhares de empregos, sendo um dos maiores grupos empresariais do Brasil, caracterizando uma empresa de capital aberto, cotada na Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA), junto ao grupo Britsh American Tobacco. Parte do resultado bruto da Souza Cruz, o equivalente a 10%, é investido em 6 SOUZA CRUZ. Nossa História. Disponível em: < http://www.souzacruz.com.br/group/sites/SOU_7UVF24.nsf/vwPagesWebLive/DO7V9K2W?opendocu ment&SKN=2>. Acessado em 23 fev. 2014. 7 SOUZA CRUZ. British American Tobacco. Disponível em: < http://www.souzacruz.com.br/group/sites/SOU_7UVF24.nsf/vwPagesWebLive/DO7V9KSX?opendocu ment&SKN=2>. Acessado em 24 fev. 2014. 8 SOUZA CRUZ. A Empresa. Disponível em: < http://www.souzacruz.com.br/group/sites/SOU_7UVF24.nsf/vwPagesWebLive/DO7V4L37?opendocu ment&SKN=2>. Acessado em 24 fev. 2014. 39 atividades inovadoras e projetos que ajudem a estimular o desenvolvimento do país. Conforme registro do seu portal na internet9, a Souza Cruz, afirma que atua no mercado com a devida responsabilidade social e sustentável, com o intuito de estreitar seu relacionamento com a sociedade. Além do que, a companhia denomina seus funcionários de “ativos”, os mais importantes para organização, há mais de 100 anos. 4.2 SOUZA CRUZ INSTITUCIONAL: IMAGEM CORPORATIVA Apesar de se tratar de uma empresa tabagista, a Souza Cruz demonstra ser uma companhia conscientemente preocupada com a importância que sua responsabilidade social acarreta, nas práticas desenvolvidas no mercado de cigarros. Para que esta conscientização aconteça, a companhia fomenta junto aos seus colaboradores, a importância dos valores corporativos colocados pela empresa, que ajudam na liberdade de expressão no relacionamento com seu ambiente interno. A gestão de seus negócios emprega que seus colaboradores devem ser valorizados e estimulados a concretizar a imagem corporativa da empresa perante a sociedade. Para isso, são desenvolvidos programas de relacionamento com os colaboradores; como PAPO10 (Programa de Assistência Pessoal Orientada), que é destinado a oferecer orientação financeira, jurídica, psicológica e assistência social a seus clientes internos. Com o envolvimento de seus funcionários em projetos sociais, educacionais e ambientais, a Souza Cruz procura expressar na sociedade seus princípios e valores, para que seja possível uma contribuição da empresa para com o desenvolvimento do corpo social. Como afirma Kunsch (2003): 9 SOUZA CRUZ. A Empresa. Disponível em: < http://www.souzacruz.com.br/group/sites/SOU_7UVF24.nsf/vwPagesWebLive/DO7V4L37?opendocu ment&SKN=2>. Acessado em: 26 fev.2014. 10 PAPO é um programa utilizado pela empresa Souza Cruz, direcionado aos seus colaboradores, estas informações foram retiradas do material de Recursos Humanos, produzido pela empresa. 40 A comunicação institucional está intrinsecamente ligada aos aspectos corporativos institucionais que explicitam o lado público das organizações, constrói uma personalidade creditiva organizacional e tem como proposta básica a influência político social na sociedade onde está inserta. (KUNSCH, 2003, p. 164). Princípios esses, que estão relacionados nos documentos disponíveis no site11 da empresa. Alguns destes princípios podem ser destacados em tópicos de acordo com a teoria que Kunsch (2003) defende: • Credibilidade e Confiança Com relação a este tópico, a companhia Souza Cruz parte do princípio de que todos os colaboradores têm que estar comprometidos com as diretrizes da empresa; que acredita que a responsabilidade social propaga influências na sociedade e no modo como a empresa desempenha suas atividades produtivas. Com isso, os valores e princípios da Souza Cruz, estão atrelados ao grupo BAT (British American Tobacco), ao qual a companhia faz parte, como dispõe em seu site12. Conforme salienta Kunsch (2003), a Comunicação Institucional é um processo de institucionalização na sociedade, que adere credibilidade e confiança ao seu público dirigido. Para concretizar tais princípios, a Souza Cruz utiliza de seus projetos e programas para expor seu posicionamento em relação à sustentabilidade da comunidade; no intuito de esclarecer à população em geral, que seus funcionários incluindo a alta gestão, estão engajados neste conceito. Contextualizando seus princípios de responsabilidade social, a Souza Cruz mantém seus projetos de Agricultura Sustentável e Meio Ambiente, que se prontificam a auxiliar os produtores rurais a se adequarem as épocas de plantio e colheita, especialização de adubagem, reflorestamento de matas nativas, 11 SOUZA CRUZ. Governança Corporativa. Disponível em: < http://www.souzacruz.com.br/group/sites/SOU_7UVF24.nsf/vwPagesWebLive/DO7X7LTJ?opendocu ment&SKN=2>. Acessado em: 8 março. 2014. 12 SOUZA CRUZ. Valores e Princípios. Disponível em: < http://www.souzacruz.com.br/group/sites/SOU_7UVF24.nsf/vwPagesWebLive/DO89WNAC?opendoc ument&SKN=2>. Acessado em: 24 março. 2014. 41 diversificação de grãos, capacitação do pequeno agricultor, entre outras atividades que seguem em seu site.13 Outros projetos incorporados à empresa são: Desenvolvimento Local Sustentável, que tem como objetivo reforçar a cultura de responsabilidade social da empresa, e estreitar o relacionamento com a comunidade. Pois, estes projetos se direcionam a ações sociais que beneficiem a população, como apresenta seu site. Entre eles estão: Voluntários Souza Cruz, onde seus funcionários participam de trabalhos voluntários na sociedade, como arrecadação de mantimentos, brinquedos, roupas, cobertores e produtos de higiene e limpeza, para doações a entidades sem fins lucrativos. O Projeto Computador Social, que junto às prefeituras, sindicatos, federações e escolas do meio rural, tentam erradicar o trabalho infantil, criando núcleos de informática nas escolas rurais, com a doação de computadores recondicionados pela Souza Cruz. E ainda, o Projeto Frota Social, que em parceria com entidades beneficentes de todo pais, faz doações de veículos usados de sua frota. A empresa ainda mantém o projeto Participação Cidadã como forma de representar seus valores na comunidade, que defende a importância da educação infantil e a alfabetização de crianças e adolescentes, em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC) e o Fundo para Infância e Adolescência (FIA). • Coerência Neste outro item citado por Kunsch (2003), pode ser relacionado o fato de que toda a aplicabilidade da responsabilidade social da empresa Souza Cruz, pode ser verificada em seu Relatório de Sustentabilidade 2012, disponível em seu site14. Relatório este, que contém informações sobre o grupo British American Tobacco (BAT), ao qual a empresa pertence, e as questões relativas ao tabaco e a nicotina. Ainda neste documento, têm-se as definições de administração sustentável da BAT e a forma como ela lida com as regulamentações, marketing de combate ao 13 SOUZA CRUZ. Sustentabilidade. Disponível em: < http://www.souzacruz.com.br/group/sites/SOU_7UVF24.nsf/vwPagesWebLive/DO7V9P7F?opendocu ment&SKN=2>. Acessado em: 24 maio. 2014. 14 SOUZA CRUZ. Relatório de Sustentabilidade 2012. Disponivel em: < http://www.souzacruz.com.br/group/sites/SOU_7UVF24.nsf/vwPagesWebLive/DO7V9PWB?opendocu ment&SKN=2>. Acessado em: 24 maio. 2014. 42 comércio ilegal de tabaco e cigarros, responsabilidade ambiental e respeito aos direitos humanos. Ao encontro deste relatório de Sustentabilidade, a companhia se certifica de um programa de Diálogo Contínuo com a Sociedade. Este programa é formado por grupos compostos por autoridades da área da saúde, empresários, entidades de classe, parlamentares, representantes do Governo, reguladores e organizações nãogovernamentais, com o objetivo de debater as ideias que envolvem o ramo do tabaco. Essas discussões permitem que a Souza Cruz integre aos seus processos, as informações e expectativas das partes interessadas, citadas acima, formando indicadores de desempenho para avaliação, guiando a formação das metas da organização. É exatamente neste processo de sistematização que envolve os demais setores da sociedade, que a empresa se legitima por ser socialmente responsável. Assim, a relação teoria e prática ficará ainda mais evidenciada no conceito de comunicação Institucional usado pela Souza Cruz, que se sustenta pela teoria de Kunsch (2003), que aflora: (...) a modalidade da comunicação institucional é formada pelas subáreas ou pelos instrumentos que convergem para formatar uma comunicação da organização em si, como sujeito institucional, perante seus públicos, a opinião pública e a sociedade em geral. (KUNSCH, 2003, p. 166). Normalmente as questões levantadas no programa de Diálogo Contínuo com a Sociedade são: prevenção do fumo entre jovens menores de 18 anos, o fornecimento de informações adicionais sobre o cigarro aos consumidores; além das já divulgadas pela lei, o problema da concorrência desleal no mercado de cigarros, a importância da responsabilidade social e questões relacionadas ao meio ambiente. Todo este material pode ser acessado na página15 virtual da empresa. Seguindo na mesma direção, a Souza Cruz, estabelece seus princípios no Código de Conduta Ética – CCE da companhia, que está à disposição há muitos anos, constantemente atualizado, com o intuito de promover melhores práticas e uma melhor governança corporativa, este pode ser visualizado no 15 SOUZA CRUZ. Diálogo Contínuo com a Sociedade. Disponível em: < http://www.souzacruz.com.br/group/sites/SOU_7UVF24.nsf/vwPagesWebLive/DO7V9PZA?opendocu ment&SKN=2>. Acessado em: 24 maio. 2014. 43 portal da empresa na web16. Este Código de Conduta Ética está fundamentado em três princípios básicos: Princípio do Beneficio Mútuo, que procura construir um relacionamento com os diversos públicos que influenciam direta ou indiretamente seu negócio. Princípio da Gestão Responsável do Produto, que é a forma como o produto é desenvolvido, manufaturado e comercializado de maneira sustentável, atendendo as demandas do consumidor por um produto lícito, porém com riscos a saúde, que são tratados de modo a desenvolver produtos com menor percentual de substâncias tóxicas a saúde. E por fim, Princípio da Boa Conduta Corporativa/Empresarial: é a base sobre o qual está fundamentado seu negócio, que traz consigo obrigações de altos padrões de comportamento e integridade, em todas as atividades e locais onde se opera e não devem ser comprometidos em função dos resultados. Baseada neste código de conduta ética, a empresa compromete-se com a manutenção desses princípios, orientada a ser transparente, honesta e a prestar contas para com a sociedade. Ela utiliza dos princípios citados acima, para superar as expectativas éticas do seu universo empresarial, incluindo acionistas e a comunidade em geral. Fazendo menção à teoria de Kunsch (2003), sobre comunicação institucional, a empresa Souza Cruz relata ser uma obrigação informar através de uma comunicação precisa, ágil e clara, seus públicos de interesse (stakeholders), com os quais ela interage e deseja transmitir o correto entendimento de suas estratégias e políticas de negócio, e dos resultados financeiros alcançados. Com a determinação de oferecer aos seus clientes os melhores produtos de tabaco, e continuar sendo uma empresa de sucesso no mercado em que atua, ao mesmo tempo, a companhia assume o compromisso de conscientizarse da responsabilidade social que deve estar aplicada ao consumo de seus produtos, uma vez que, eles estão associados estatisticamente a riscos de saúde. Dados esses, retirados do portal17 online da organização, que vão ao encontro da teoria de Bueno (2009), quando alega que as conseqüências de 16 SOUZA CRUZ. Código de Conduta Ética. Disponivel em: < http://www.souzacruz.com.br/group/sites/sou_7uvf24.nsf/vwPagesWebLive/DO7V9PXB/$FILE/medM D99FRAZ.pdf?openelement>. Acessado em: 24 maio. 2014. 17 SOUZA CRUZ. British American Tobacco. Disponível em: < http://www.souzacruz.com.br/group/sites/SOU_7UVF24.nsf/vwPagesWebLive/DO7V9KSX?opendocu ment&SKN=2>. Acessado em: 8 março. 2014. 44 uma comunicação institucional bem exercida, traz benefícios positivos na construção da imagem da empresa e no sucesso empresarial. As políticas de produto, distribuição, preço e promoção, ou seja, a comunicação mercadológica, da empresa consiste em estudos levantados junto a seus clientes finais e varejistas, para identificar e atender da melhor maneira possível as expectativas de seu público-alvo. Nessa mesma direção, a Souza Cruz empenha-se em conscientizar o comércio varejista sobre a importância de coibir a venda de cigarros para menores de 18 anos, tendo como premissa que seus produtos se destinam a adultos já fumantes. A companhia pressupõe que legal e incontestavelmente, os adultos são capazes de decidir por si próprios, dessa forma, ela se empenha em viabilizar informações imprescindíveis sobre os produtos fabricados e comercializados, adequando-se às expectações de seus clientes potenciais. Em uma das definições apresentadas por Kunsch (2003), ela salienta que a organização deve assumir e fundamentar seus processos em práticas que possibilitem conhecer a estrutura da empresa, a Souza Cruz compartilha essa filosofia, quando adota princípios de conduta ética e responsável, para conduzir os negócios da companhia, com o objetivo de guiar a comunicação da empresa numa interface com o mais variados públicos. As estratégias expostas no site18 da produtora de cigarros fazem parte de parâmetros internacionais, determinadas pelo grupo British American Tobacco, com adaptações às legislações brasileiras e às necessidades e características do mercado local. Os segmentos de orientações estratégicas que a companhia partilha com o grupo internacional citado, estão inclusos na cultura corporativa da British American Tobacco, valores corporativos, princípios de negócio e princípios de gestão de pessoas, são alguns exemplos. A liderança no mercado de cigarros exige algumas posturas proativas, que são esperadas pela sociedade, num mundo cada vez mais preocupado com o desenvolvimento social e ambiental. Por ser uma tendência fortemente 18 SOUZA CRUZ. Valores e Princípios. Disponível em: < http://www.souzacruz.com.br/group/sites/SOU_7UVF24.nsf/vwPagesWebLive/DO89WNAC?opendoc ument&SKN=2>. Acessado em: 9 março. 2014. 45 requisitada pela sociedade, em sua página19 na web, a empresa divulga que a responsabilidade social que predomina na Souza Cruz, são padrões de comportamento e crenças da companhia, que foram desenvolvidos a partir de três princípios de negócios: Beneficio Mútuo, Gestão Responsável do Produto e Boa Conduta Empresarial. Todas essas técnicas utilizadas para expor os compromissos da empresa com o corpo social onde ela está inserida comprovam o que diz Kunsch (2003), quando denota que a comunicação institucional é a junção de todos os atributos que compõe a organização, tais como missão, visão, valores, filosofia e políticas. A Souza Cruz participa de questões mundiais, como ela expõe em seu site20, nas quais estão envolvidos o Global Compact, uma convenção da ONU (Organização das Nações Unidas) que institui 10 princípios trabalhistas de proteção ambiental, anticorrupção e direitos humanos, que devem ser implantados pelas empresas na busca por um mundo melhor. A companhia foi uma das 500 primeiras a assinar esta aliança, se comprometendo a enviar anualmente o Comunicado de Progresso, que descreve as ações em progresso, apropriadas aos princípios da convenção. A empresa também se compromete com a divulgação da Declaração do Milênio, um projeto aprovado em setembro de 2000, pela ONU, que é um conjunto formado por oito objetivos: valores e princípios, paz, segurança e desarmamento, desenvolvimento e erradicação da pobreza, proteção do nosso ambiente comum, direitos humanos, democracia e boa governação, proteção dos grupos vulneráveis, respostas às necessidades especiais de África, reforço das Nações Unidas; a serem alcançados até o ano de 2015, com a meta de desenvolver ações concretas da sociedade e do governo, por um planeta sustentável. Ao associar suas atividades comunitárias com seus princípios de negócio, a líder tabagista acredita explicitamente que “Nós acreditamos em agregar valor às comunidades onde operamos.” – palavras expressadas para definir o quão a 19 SOUZA CRUZ. Princípios de Negócios. Disponível em: < http://www.souzacruz.com.br/group/sites/SOU_7UVF24.nsf/vwPagesWebLive/DO83FNDW?opendocu ment&SKN=2>. Acessado em: 9 março. 2014. 20 SOUZA CRUZ. Tradição em Responsabilidade Social. Disponível em: < http://www.souzacruz.com.br/group/sites/SOU_7UVF24.nsf/vwPagesWebLive/DO7V9NKW?opendocu ment&SKN=2>. Acessado em: 14 março. 2014. 46 empresa investe na política social corporativa, retiradas do portal21 da companhia na web. Em função disto, a Souza Cruz define investimento social corporativo como: atividades voluntárias – em espécie ou em produtos – estejam além das obrigações legais e comerciais, que contribuam para uma economia sustentável, social e ambiental dos países e comunidades onde a companhia opera. Esses procedimentos alinhados aos princípios de negócios e à colaboração dos stakeholders da organização permitiram que o grupo Britsh American Tobacco e a Souza Cruz incorporassem três áreas de atuação para fazer o investimento social corporativo: Agricultura Sustentável e Biodiversidade, Desenvolvimento Local Sustentável e Participação Cidadã. De acordo com Bueno (2009), essas técnicas de investimento corporativo, correspondem ao valor dos ativos intangíveis que a Comunicação Institucional proporciona. Tais investimentos são possíveis, pois a empresa está presente em todo o mundo, e com isso as vantagens para comunicar-se com seus públicos de interesse são maiores. A abordagem de investimento corporativo feita no Brasil destacou algumas prioridades da empresa, que se engajam em formular com seus stakeholders, sistemas integrados de produção e a valorização das atividades realizadas por seus funcionários, incluindo a qualidade de vida da comunidade. Nos documentos exibidos em sua página22 na internet, a companhia frisa que sua comunicação com o consumidor tem algumas restrições impostas pelo governo, que são as leis art. 1o A Lei no 9.294, de 15 de julho de 1996 e arts. 2o e 3o da Lei no 9.294, de 15 de julho de 1996, que baniram dos meios de comunicação a publicidade de qualquer produto derivado do tabaco. Com estas restrições, a Souza Cruz utiliza-se de outras formas de comunicação permitidas, para chegar até seu público-alvo. Seus programas, projetos e políticas sociais, são meios que a companhia encontrou de levar aos seus consumidores as informações necessárias sobre suas atividades e a fabricação de seus produtos. m o consumidor 21 SOUZA CRUZ. Política de Investimento Social Corporativo. Disponível em: < http://www.souzacruz.com.br/group/sites/SOU_7UVF24.nsf/vwPagesWebLive/DO7V9NWS?opendocu ment&SKN=2>. 15 março. 2014. 22 SOUZA CRUZ. Visão de Marketing. Disponivel em:< http://www.souzacruz.com.br/group/sites/SOU_7UVF24.nsf/vwPagesWebLive/DO7V9HYN?opendocu ment&SKN=2>. 15 março. 2014. 47 A preocupação de manifestar as ideologias e a caracterização da marca no corpo social está exposta na obra de Kunsch (2003), que argumenta que as empresas devem articular suas estratégias e políticas com finalidade de integrar toda a organização, valendo-se da imagem corporativa que é passada para a sociedade. Por fim, a Souza Cruz, deixa claro que é uma empresa anônima de capital aberto, com credibilidade na Bolsa de Valores e que tem rendimentos satisfatórios em seus exercícios financeiros, como exibe o site23 da organização, o que conserva sua tradição corporativa. Globalmente alinhada ao mercado interno, a companhia direciona seus valores e princípios à responsabilidade social e em crenças que valorizem os funcionários, admitindo contribuições de seus públicos de interesse. Tudo isso para garantir a imagem corporativa, aplicada a comunicação insituticonal que a empresa exerce em função da sustentabilidade da sociedade. Como finaliza Bueno (2009) “A identidade corporativa pode ser entendida, de modo simplificado como a “personalidade” da organização (...)” (BUENO, 2009, p. 188) 4.3 PROJETOS INSTITUCIONAIS EM DESTAQUE Diante de todas as questões éticas apresentadas pela Souza Cruz, a fim de evidenciar sua responsabilidade social no mercado em que atua, a companhia ainda destaca a importância de seus projetos. Esses direcionados às várias áreas de atuação: agricultura, cidadania, sustentabilidade, gestão de pessoas e meio ambiente. Como dispõe o site24 da empresa na web, segue a relação de alguns projetos institucionais criados pela empresa. 23 SOUZA CRUZ. Governança Corporativa. Disponível em:< http://www.souzacruz.com.br/group/sites/SOU_7UVF24.nsf/vwPagesWebLive/DO7X7LTJ?opendocu ment&SKN=2>. 29 março. 2014. 24 SOUZA CRUZ. Política de Investimento Social Corporativo. Disponível em:< http://www.souzacruz.com.br/group/sites/SOU_7UVF24.nsf/vwPagesWebLive/DO7V9NWS?opendocu ment&SKN=2>. 29 março. 2014. 48 4.3.1 Agricultura Sustentável e Meio Ambiente Alguns dos projetos envolvidos na agricultura e meio ambiente, de acordo com o site25 da empresa, estão elencados abaixo: Plante milho e feijão após a colheita do fumo. Este projeto encontra-se em parceria com as Secretarias Estaduais de Agricultura de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul e entidades estaduais de pesquisa e extensão rural. Os produtores são orientados pela Souza Cruz a fazer o plantio da colheita dos grãos após o término da colheita do fumo. O objetivo deste projeto é diferenciar as culturas, proteger o solo, aproveitar a adubação residual do fumo e elevar a receita das pequenas propriedades rurais. Projeto Sol Rural Apoiado com o SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) dos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, este programa consiste em inserir ações que promovam melhorias das propriedades e da qualidade de vida dos produtores, junto do acompanhamento da crescente demanda qualitativa do mercado de tabaco. Programa Reflorestar Este programa incentiva os mais de 30 mil produtores de fumo secado em estufa a praticar o reflorestamento das florestas de uso energético, para a eliminação do uso da lenha da mata nativa. Isso porque a lenha representa a fonte de energia mais econômica para a secagem do fumo, portanto, a empresa concede materiais educativos, orientação técnica e financiamento para adquirir mudas oriundas de viveiristas certificados. 25 SOUZA CRUZ. Agricultura Sustentável e Meio Ambiente. Disponivel em:< http://www.souzacruz.com.br/group/sites/SOU_7UVF24.nsf/vwPagesWebLive/DO7V9P7F?opendocu ment&SKN=2>. Acesso em: 5 abril. 2014. 49 Parque Ambiental de Cachoeirinha Situado no município de Cachoeirinha, em Porto Alegre (RS), este projeto foi entregue a população da região, pela Souza Cruz, com o objetivo de ser um parque de preservação e recuperação da biodiversidade da região, que contém espécies nativas da flora e da fauna regionais, resgatando animais e espécies botânicas que se encontram em processo de extinção. 4.3.2 Desenvolvimento Local Sustentável Para o desenvolvimento local sustentável foram elaborados os seguintes projetos, conforme exposto na página26 da empresa na web: Voluntários Souza Cruz Inspirado nas experiências bem-sucedidas dos grupos voluntariados já existentes na companhia, este projeto disponibiliza recursos, ferramentas e informações para incentivar o trabalho voluntário de seus colaboradores e garantir o sucesso destas iniciativas da empresa. O projeto correlaciona a cultura de responsabilidade social da companhia com o aprimoramento do relacionamento com a comunidade. Uma das campanhas de voluntárias é: Sorrisão – Dia Nacional do Voluntariado Souza Cruz, esta campanha acontece anualmente no último domingo de agosto, promovendo ações de cidadania em organizações sociais sem fins lucrativos, como arrecadações de mantimentos, roupas, cobertores, entre outros, em todo Brasil. Projeto Computador Social Junto de federações, sindicatos, prefeituras e escolas do meio rural, a Souza Cruz aplica este programa como uma ferramenta complementar para a eliminação da mão-de-obra infantil e adolescente das lavouras de fumo. Com a doação de computadores, recondicionados pela empresa, as escolas rurais criam núcleos de 26 SOUZA CRUZ. Desenvolvimento Sustentável. Disponivel em:< http://www.souzacruz.com.br/group/sites/SOU_7UVF24.nsf/vwPagesWebLive/DO7V9PHF?opendocu ment&SKN=2>. Acessado em: 5 abril. 2014. 50 informática, onde os jovens têm a possibilidade de serem informatizados e consequentemente iniciando o contato com a tecnologia. Projeto Frota Social A fim de contribuir com o desenvolvimento local das comunidades, a Souza Cruz estabelece parcerias com entidades beneficentes por todo país, fazendo a doação de veículos usados da frota da empresa. 4.3.3 Participação Cidadã Dentre os projetos apoiados na participação cidadã da Souza Cruz, divulgados no site27, destacam-se: Responsabilidade Social: Aqui tem Programa desenvolvido em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC), objetiva a conscientização e educação, dos parceiros e varejistas, quanto ao comportamento de responsabilidade social. Uma das metas desse programa é a de cumprir a lei 10.702/2003, que proíbe a venda de cigarros para menores de 18 anos. O Futuro é Agora! Realizado em parceria com a Associação dos Fumicultores (Afubra) e o Sindicato da Indústria do Fumo (Sindi Tabaco), este projeto procura banir o trabalho infantil e adolescente das lavouras de fumo, por meio da conscientização dos produtores rurais e de seus filhos sobre a importância de estudar. Estão a disposição ferramentas de trabalho que são materiais informativos, utilização de orientadores agrícolas e encontros com a comunidade, para ajudar os pais na mudança de comportamento. 27 SOUZA CRUZ. Participação Cidadã. Disponível em:< http://www.souzacruz.com.br/group/sites/SOU_7UVF24.nsf/vwPagesWebLive/DO7V9PMY?opendocu ment&SKN=2>. Acessado em: 6 abril. 2014. 51 Jornada Escolar Ampliada A proposta deste projeto é erradicar o trabalho infantil, usufruindo da educação como ferramenta de apoio. Desde 2002, 1% do imposto de renda devido é doado ao Fundo para a Infância e Adolescência (FIA) de municípios que estejam engajados com a exclusão do trabalho infantil e desenvolvam projetos da mesma ideologia. 4.3.4 Instituto Souza Cruz Além de todos os projetos e/ou programas que a Souza Cruz realiza em todo o país, a empresa ainda compõe um instituo não governamental, sem fins lucrativos, no território brasileiro. Fundado em julho de 2000, e reconhecido pelo Ministério da Justiça, como uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), a fundação é formado por estratégias integradas de sustentabilidade, do mesmo modo, que a empresa Souza Cruz, a fundação focaliza suas prioridades no campo, com ações voltadas para uma agricultura familiar sustentável. É possível averiguar o conceito do instituto da companhia, navegando em sua página28 na internet. Composto de ferramentas empresariais, dispondo de uma equipe qualificada para atuar no trabalho no campo, o Instituto Souza Cruz, exerce suas atividades de forma cooperativa com organizações rurais, inserindo inovações e aperfeiçoando seus métodos de intervenção social. A fundação acredita, numa visão moderna e empreendedora nos territórios rurais, os quais se integram nas áreas humanas, técnicas e gerenciais registrados no site29 da empresa. O instituto investe numa educação contextualizada, onde, os jovens são o principal alvo, sendo qualificados para produzir inovações na agricultura, criar canais de comercialização e viabilizar o acesso a novos mercados; com habilidade de inserir atividades rurais não agrícolas e novas profissões rurais. 28 SOUZA CRUZ. Instituto Souza Cruz. Disponível em:< http://www.institutosouzacruz.org.br/groupms/sites/INS_8BFK5Y.nsf/vwPagesWebLive/DO8BGDPS?o pendocument&SKN=1>. Acessado em: 5 abril. 2014. 29 SOUZA CRUZ. Instituto Souza Cruz. Disponível em:< http://www.institutosouzacruz.org.br/groupms/sites/INS_8BFK5Y.nsf/vwPagesWebLive/DO8BGDPS?o pendocument&SKN=1>. Acessado em: 6 abril. 2014. 52 Todas as propostas e história do Instituto Souza Cruz são publicadas no site da empresa Souza Cruz, na internet. 53 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Com a finalidade de encerrar este trabalho de graduação, após conceituar a comunicação institucional e suas inferências na sociedade e na estrutura empresarial, é preciso resgatar o objetivo desta pesquisa, que verifica o modo pelo qual a empresa de cigarros Souza Cruz utiliza a Comunicação Institucional para evidenciar sua responsabilidade em prol da imagem da organização. Embasado nas bibliografias relacionadas ao tema escolhido, este trabalho estudou o universo da Comunicação Institucional e seus atributos, enfatizando a importância da imagem corporativa das organizações e o respaldo que isso causa na sociedade. Ponderando os pontos predominantes explorados nesta pesquisa, o confronto de idéias dos principais autores pautados interagiu com os princípios e filosofias em que a companhia de cigarros acredita. Apesar de ser uma empresa que produz cigarros, a Souza Cruz prontifica-se a desenvolver programas de responsabilidade social e sustentabilidade, que representem a empresa na sociedade e deem a ela credibilidade em suas atividades. Advindos da Comunicação Institucional, todos os projetos estabelecidos pela organização, de acordo com seu site, deixa clara, a existência desta vertente da Comunicação Integrada em que a empresa se apóia. O foco deste trabalho não se encontra em atestar se a empresa realmente põe em prática os projetos nomeados por ela, mas sim, constatar a preocupação que a Souza Cruz tem em desenvolver na sociedade programas voltados para a comunidade, como meio de tornear a associação que seu produto tem com os riscos relacionados à saúde. Mesmo com alguns pontos negativos identificados ao longo do caso analisado, que convém da reputação e/ou identidade que a empresa possa constituir na “cabeça” de seus stakeholders, ou seja, o pensamento crítico sobre a funcionalidade da organização; as manifestações que a companhia propõe destacam-se por ser uma Comunicação Institucional centralizada em ações sociais paralelamente agregadas aos valores da Souza Cruz. Desse modo, conclui-se que a Comunicação Institucional da empresa Souza Cruz é atrelada aos conceitos de Comunicação Integrada – Institucional, e faz parte dos programas e projetos que a companhia desenvolve, com intuito de proporcionar 54 na comunidade ações que possibilitem a compreensão da responsabilidade social que a empresa emprega. 55 REFERÊNCIAS ABERJE - Associação Brasileira de Relações Públicas. Perfil da Entidade. Disponível em: <http://www2.abrpsp.org.br/index.php/>. Acessado em: 14 fev. 2014. ABERJE - Associação Brasileira de Comunicação Empresarial. 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Nossa trajetória de 13 anos de atuação no meio rural nos permite corroborar a ideia de que a próxima geração de agricultores, responsável por semear o futuro, precisa ser preparada para assumir a agricultura familiar brasileira. Vislumbrando esse horizonte, o Instituto Souza Cruz criou o programa Novos Rurais, com o objetivo de fomentar estratégias de diversificação produtiva e comercial entre jovens do Ensino Médio e egressos de entidades rurais de educação formal e organizações do campo. Ao conciliar módulos de formação e implantação de Unidades de Referência com função pedagógica, a metodologia confirmou a capacidade inovadora da agricultura familiar a partir das novas culturas introduzidas pelos rapazes e moças em suas propriedades. Além de beneficiar as próprias famílias, o programa impactou também as comunidades rurais onde os jovens estão inseridos, já que os resultados práticos motivaram outros agricultores a buscar na diversificação o caminho para a geração de renda e a segurança alimentar. Os resultados, consolidados neste relatório, reforçam a nossa convicção de que o desenvolvimento depende, sobretudo, das ações de jovens, organizações, educadores e agricultores que constroem, diariamente, uma nova realidade para o meio rural brasileiro. 59 ANEXO B – Instituto Souza Cruz – Empreendedorismo no Sertão 1.1.2 Empreendedorismo no Sertão 09/04/2014 - Da Redação O 1º Prêmio A Nova Cara do Sertão, patrocinado pelo Instituto Souza Cruz, foi lançado essa semana, na região do Médio Curu, no interior do Ceará, pela Agência de Desenvolvimento Econômico Local (Adel) . A ação tem como objetivo reconhecer empreendedores rurais da região que se destacam tanto pelo negócio que empreendem quanto por sua contribuição para o desenvolvimento econômico e social de suas comunidades. + O Instituto Souza Cruz também é parceiro da Adel no programa Novos Rurais. Saiba mais. A iniciativa é dirigida a jovens rurais dos municípios do Médio Curu, que possuem ou liderem empreendimentos individuais ou em grupos, formalizados ou não, e participam do Programa Jovem Empreendedor Rural (PJER), da Adel. A ideia é dar visibilidade a projetos criativos de empreendedorismo no campo, evidenciando exemplos de sucesso que inspiram e estimulam outros jovens do Ceará e do Brasil a empreender e realizar os seus sonhos. Como funciona A Adel receberá inscrições até o dia 30 de abril, e se darão pelo envio da ficha de inscrição para o e-mail [email protected] ou entregue impresso na sede da organização, localizada na Rua Francisco Nunes, 318, Acampamento, Pentecoste. Serão premiados três jovens, a partir dos critérios de criatividade; mobilização; aprendizado; resiliência; articulação com o desenvolvimento local; visão de futuro e sustentabilidade. Os vencedores receberão recursos financeiros para investir na melhoria ou expansão do negócio, notebooks e tutoria em aceleração de comunicação estratégica e marketing. A entrega dos prêmios será realizada no dia 29 de maio, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), em Fortaleza. O Prêmio A Nova Cara do Sertão é realizado pela Adel, com o apoio do Instituto Souza Cruz, Oi Futuro, Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), Rummos e Movimento Nós Podemos Ceará. Em seus objetivos gerais, visa contribuir para o desenvolvimento sustentável no semiárido cearense através do protagonismo e empreendedorismo dos jovens. 60 ANEXO C – Política de Investimento Social Corporativo Agricultura sustentável e meio ambiente 1.1.2.1 Plante milho e feijão após a colheita do fumo Em parceria com as Secretarias Estaduais de Agricultura de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul e entidades estaduais de pesquisa e extensão rural, a Souza Cruz estimula e orienta seus produtores para o plantio de grãos após a colheita do fumo. O objetivo é diversificar as culturas, proteger o solo, aproveitar a adubação residual do fumo e aumentar a renda das pequenas propriedades rurais. 1.1.2.2 Festa do Milho & Feijão Realizada de forma itinerante em municípios do Vale do Rio Pardo, no Rio Grande do Sul, a festa ajuda a promover a diversificação na pequena propriedade por meio do plantio destes dois grãos na entre safra de fumo. É uma grande festa na qual participam produtores, familiares, autoridades e técnicos agrícolas de toda a região. 1.1.2.3 SOL Rural Desenvolvido em parceria com o SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) dos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, este programa visa a implementar ações que promovam a melhoria da propriedade e da qualidade de vida do produtor e o acompanhamento da crescente demanda qualitativa do mercado de fumo. 61 1.1.2.4 Programa Reflorestar Como a lenha representa a fonte de energia mais econômica para a secagem do fumo, o objetivo deste programa é incentivar os mais de 30 mil produtores de fumo secado em estufa à prática do reflorestamento com florestas de uso energético, eliminando o uso da lenha de mata nativa. Para tanto, a empresa fornece materiais educativos, orientação técnica e financiamento para a aquisição de mudas oriundas de viveiristas certificados. 1.1.2.5 Parque Ambiental de Cachoeirinha Em 2004, nas comemorações do primeiro aniversário da sua moderna fábrica no município de Cachoeirinha, na Grande Porto Alegre (RS), a Souza Cruz entregou à população o Parque Ambiental de Cachoeirinha - com espécies nativas da flora e da fauna regionais -, que ocupa 90% dos 208 hectares da planta industrial reservados à preservação. O parque tem como objetivo principal a preservação e recuperação da biodiversidade da região, resgatando espécies botânicas e animais que estavam praticamente em processo de extinção. 1.1.2.6 Parque Ambiental de Uberlândia Em 2008, a Fábrica de Uberlândia comemorou 30 anos. Na cerimônia, foi lançado o Parque Ambiental Souza Cruz Uberlândia, o terceiro da Companhia. Uma parceria com a Universidade Federal de Uberlândia, o parque abrange uma área de 40 hectares, formando um cinturão verde no entorno da fábrica. Destinado à preservação ambiental de espécies nativas do cerrado, o parque também é aberto a pesquisadores, a visitação pública e a ações de educação ambiental. 62 1.1.2.7 Parque Ambiental de Santa Cruz do Sul Integrado à Usina de Processamento de Fumo de Santa Cruz do Sul, está o Parque Ambiental da Souza Cruz, que ocupa uma área de aproximadamente 65 hectares e é considerado um dos espaços de preservação ambiental com a maior diversidade de espécies do Rio Grande do Sul. Concebido para harmonizar e integrar a planta industrial da empresa com o meio ambiente, o parque possui mais de cinco mil árvores e arbustos plantados, de 600 espécies diferentes, divididas em coleções que podem ser conferidas através de um passeio por trilhas ecológicas. O espaço beneficia diretamente os colaboradores da unidade, estudantes e produtores, proporcionando preservação, convivência harmoniosa com a natureza e desenvolvimento de pesquisas, além de ações de educação ambiental. Junto ao Parque também está localizado o Jardim Escultórico, um espaço de interação entre arte, cultura e meio ambiente. No local, que abriga um anfiteatro ao ar livre com capacidade para 300 pessoas - considerado o segundo maior do Rio Grande do Sul – , também podem ser admiradas as obras Paisagem Gaúcha, de Paulo Backes; Caminho das Águas, de Irineu Garcia; e Flora, de Rogério Pessôa. 63 ANEXO D – Participação Cidadã 1.1.2.8 Responsabilidade Social: Aqui Tem O Programa Responsabilidade Social: Aqui Tem, desenvolvido pela Souza Cruz em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC), tem o objetivo de conscientizar e educar seus parceiros, os varejistas, quanto ao comportamento socialmente responsável. Para isso, a empresa também tem firmado parcerias com entidades representativas do setor a fim de que seja atingida a maior quantidade de varejos. A Souza Cruz acredita que apenas adultos conscientes e bem-informados acerca dos riscos associados ao consumo de cigarros podem optar por consumi-los. Por isso, um dos objetivos do Programa é zelar pelo cumprimento da lei 10.702/2003, que proíbe a venda de cigarros a menores de 18 anos. 1.1.2.9 O Futuro é Agora! Realizado em parceria com o Sindicato da Indústria do Fumo (SindiTabaco) e a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), este programa busca a erradicação do trabalho infantil e adolescente na lavoura de fumo através da conscientização dos produtores rurais e de seus filhos sobre a importância de estudar. As ferramentas do trabalho são materiais informativos, encontros com a comunidade e a utilização de orientadores agrícolas, que atuam diretamente com os pais para a mudança de comportamento. O programa, pioneiro no setor, teve início em 1998 e, a partir de 2008, foi iniciada a criação de uma Rede Social composta por agentes públicos e privados, além de representantes da indústria beneficiadora de fumo e entidades representativas dos produtores. A rede tem como principal objetivo debater questões relativas ao trabalho infantil e adolescente nas lavouras de fumo. 64 ANEXO E – Desenvolvimento Local Sustentável 1.1.2.10 Voluntários Souza Cruz O programa "Voluntários Souza Cruz" foi inspirado nas experiências bem-sucedidas dos grupos de voluntariado já existentes na Companhia. Com esse programa a Companhia disponibiliza ferramentas, informações e recursos para estimular o trabalho voluntário de seus colaboradores e assegurar o sucesso destas iniciativas, ao mesmo tempo em que reforça a cultura de responsabilidade social da Companhia e aprimora seu relacionamento com a comunidade. São duas campanhas realizadas anualmente, além do Sorrisão e do apoio financeiro a cerca de 40 projetos de voluntariado desenvolvidos por seus colaboradores nas comunidades ao longo do ano. Em 2009, foram realizadas cerca de 220 ações voluntárias em todo o país, entre os 38 projetos desenvolvidos por voluntários e apoiados financeiramente pela empresa e as atividades realizadas nas campanhas: de Inverno, Sorrisão e Natal. Essa iniciativas engajaram cerca de três mil voluntários em uma rede de solidariedade que, em 2009, foi responsável por beneficiar mais de 25 mil pessoas, arrecadando e doando cerca de 15 toneladas de alimentos e mais de 30 mil itens entre roupas, cobertores, brinquedos e produtos de higiene e limpeza. 1.1.2.10.1 Sorrisão – Dia Nacional do Voluntariado Souza Cruz Realizado sempre no último domingo de agosto em áreas públicas e/ou em organizações sociais sem fins lucrativos, é o dia em que alguns dos colaboradores da companhia se mobilizam para promover ações sociais em todo o Brasil. 1.1.2.11 Projeto Computador Social Através da parceria entre Souza Cruz, sindicatos, prefeituras, federações e escolas do meio rural, esse programa busca ser uma ferramenta complementar para a erradicação da mão -de-obra infantil e adolescente nas lavouras de fumo. 65 A partir da doação de computadores, recondicionados pela Souza Cruz, são criados núcleos de informática em escolas do meio rural. 1.1.2.12 Projeto Frota Social Com o intuito de contribuir para o desenvolvimento local das comunidades, a Souza Cruz promove parceria com entidades beneficentes de todo o país, a partir da doação de veículos usados de sua frota. 1.1.3 Empreendimentos em Canguçu (RS) 10/12/2013 - Andrea Guedes e Helen Janata Chegou a hora de colocar os aprendizados em prática. Os quinze jovens participantes do programa Novos Rurais, aplicado pelo Instituto Souza Cruz na Escola Técnica Estadual de Canguçu (RS), começam a concretizar os empreendimentos que planejaram durante a primeira fase do programa. + Saiba mais sobre o programa Novos Rurais. Conheça alguns dos projetos que estão contribuindo para a diversificação da agricultura familiar na região: 66 Allan Silveira e Maicon Ortiz vivem na sede do município de Canguçu, mas enxergam no campo a sua realização profissional. Ao participar do programa Novos Rurais, eles decidiram investir, juntos, na criação de ovelhas naturalmente coloridas para produção de pelegos (pele do carneiro com a lã), atividade que aprenderam durante a formação técnica na Escola. Os jovens iniciaram a produção com algumas matrizes e, futuramente, pretendem vender o produto em feiras e lojas de produtos agropecuários, além de pousadas da região, que utilizam as peles curtidas como artesanato (tapetes, colchas). Thomas Morello, residente em Pelotas, município vizinho a Canguçu, optou em profissionalizar uma atividade que já desenvolvia na propriedade, para o suprimento da família e comercialização aos vizinhos: fabricação de vinhos. Desta forma, o jovem está investindo mais na produção de uvas e agregando valor à bebida, muito apreciada na região. A família do Jones Valadão decidiu retornar ao campo depois de passar 13 anos na cidade. O jovem não se arrepende da decisão, pois enxerga no regresso ao meio rural a possibilidade de uma vida melhor. Com a habilidade manual, Jones decidiu investir no artesanato de forma profissional. Com o recurso destinado pelo programa, ele comprou máquinas e ferramentas e já produziu seus primeiros trabalhos com o porongo (cabaça) e cuias para comercializar no comércio da região.