Tratamento antibiótico neonatal é
fator de risco para
desenvolvimento de chiado no
peito de crianças
(Neonatal Antibiotic Treatment Is a Risk Factor for
Early Wheezing)
Bernt Alm, MD, PhD, Laslo Erdes, MD, Per Mo¨ llborg, MD, Rolf Pettersson,
MD, S. Gunnar Norvenius, MD, PhD, Nils Åberg, MD, PhD, Go¨ ran
Wennergren, MD, PhD.
Department of Pediatrics, Go¨teborg University, Go¨teborg, Sweden; Pediatric Outpatient Clinic,
Skene, Sweden; Central Infant Welfare Bureau, Uddevalla Hospital,
Uddevalla, Sweden; Department of Pediatrics, Skaraborg Hospital, Sko¨vde, Sweden
Pediatrics 2008;121;697-702
Apresentação:Murilo Oliveira de Almeida, Daniel Bitela,
André Cerqueira
Coordenação: Paulo R. Margotto
www.paulomargotto.com.br
22/4/2008
Introdução
O uso de antibióticos na infância está
relacionado a maior prevalência de asma.
A flora intestinal é alterada pelo uso dos
antibióticos antes de um ano de idade.
É difícil relacionar se o uso de antibióticos
leva a chiado no peito ou se a presença
de chiado no peito promove o uso mais
freqüente de medicação antibiótica.
Objetivo
Analisar a presença de fatores de
risco para chiado no peito em
crianças menores de doze meses,
enfatizando o uso de antibióticos no
período como fator isolado de risco.
Para reduzir a chance de confusão, o
foco foi dado sobre o uso de
antibióticos durante a fase neonatal.
Metodologia
Coorte de crianças nascidas no oeste da
Suécia no ano de 2003, foi estudado o
desenvolvimento de chiado no peito.
As famílias foram escolhidas de forma
aleatória
e
responderam
a
um
questionário aos 6 e 12 meses de idade
da criança
A taxa de resposta foi de 68,5.% aos 6
meses e de 68,95 aos 12 meses.
Metodologia
Total de 4921 famílias participaram.
Para a análise estatística foram usadas tabelas
2x2 com o teste x2 e regressão binária logística.
Os riscos foram estimados utilizando odds ratio
com intervalo de confiança maior que 95%.
O estudo teve um p<0,01.
Foi analisado o fato de ter ocorrido um único
episódio de chiado no peito e também se foi
feito o uso de corticosteróides inalatórios.
Resultados
20,2% dos entrevistados tiveram pelo menos um
episódio de chiado no peito na vida.
5,3% tiveram 3 ou mais episódios de chiado no
peito.
4,1% tiveram que receber corticosteróides
inalatórios.
O tratamento com antibiótico ocorreu mais nos
RN prematuros extremos. No entanto, o
antibiótico neonatal aumentou o risco de chiado
no peito tanto em termo como pré-termo (OR
para 33 semanas foi de 2.9 (95% IC: 1.8–4.7),
e para os RN de 37 semanas foi 2.9 (95% IC:
1.7– 4.9
Discussão
O tratamento com antibiótico no período
neonatal é o principal fator independente
para o desenvolvimento de chiado no
peito tratados com corticosteróides
inalatórios.
A força do estudo está no tamanho do
mesmo, com 50% das crianças nascidas
no oeste da Suécia no período e do pouco
tempo de retrospecto (6 a 12meses).
Discussão
O fato de 20,2% das crianças
desenvolverem chiado no peito durante o
primeiro ano de vida é correspondente
com outros estudos já feitos
anteriormente.
O fato de 4,1 % das crianças terem sido
tratadas com corticosteroides é um novo
dado, não possuindo correlação com
nenhum outro estudo já realizado.
Discussão
O fato do uso de antibióticos causar chiado no peito
ser confundido com o uso prematuro de
antibioticoterapia no aparecimento do mesmo,
condição foi minimizado enfatizando somente o uso
de antibióticos durante o período neonatal.
Nesta região da Suécia, entre 2004 e 2007, os RN
que receberam antibiótico, 5% tinham displasia
broncopulmonar (DBP), 18,4% tinham doença da
memebrana hialina e 8,2% tinham pneumonia.
Assim, havia poucos RN com DBP, que é o
principal link com o futuro chiado no peito
A primeira semana de vida é mais importante para a
mudança na flora intestinal. Estudo de Penders J et
al evidenciou que a flora intestinal com 1 mês de
Conclusão
O estudo mostra que o uso de antibióticos
no período neonatal é fator de risco para o
desenvolvimento de chiado no peito. A
mudança da flora intestinal pode levar ao
desenvolvimento de chiado no peito aos 12
meses de idade. Isto pode ser um outro
argumento para evitar o USO
DESNECESSÁRIO de antibiótico no período
neonatal
ABSTRACT
OBJECTIVE. The use of antibiotics in infancy and subsequent changes in
the intestinal bacterial flora have been discussed as risk factors for the
development of asthma. However, it has been difficult to exclude the
possibility that antibiotics have been given in early episodes of wheezing.
As a result, there has been a risk of reverse causation. To minimize the risk
of reverse causation, we have focused on the effect of antibiotics that are
already administered on the neonatal ward.
METHODS. In a cohort study of infants born in western Sweden in 2003, we
studied the development of wheezing. The families of the infants were
randomly selected and sent a questionnaire at child ages 6 and 12 months.
The response rate was 68.5% to the 6-month questionnaire and 68.9% to
the 12-month questionnaire.
RESULTS. At 12 months, 20.2% of infants had had 1 or more episodes of
wheezing, and 5.3% had had 3 or more episodes. Inhaled corticosteroids
had been taken by 4.1% of the infants. Independent risk factors for
wheezing disorder treated with inhaled corticosteroids were neonatal
antibiotic treatment, male gender, gestational age of 37 weeks, having a
mother with asthma, having a sibling with asthma or eczema, and
breastfeeding for 5 months.
CONCLUSIONS. Treatment with antibiotics in the neonatal period was an
independent risk factor for wheezing that was treated with inhaled
corticosteroids at 12 months of age. These results indirectly support the
hypothesis that an alteration in the intestinal flora can increase the risk of
subsequent wheezing.
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Ddos André, Murilo e Daniel
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