Avaliação da formação de Promotores de Municípios Saudáveis em Pernambuco e em países da América Latina e PALOPS Ronice Franco de Sá NUSP\UFPE Formação de Promotores de Municípios Saudáveis : A formação para promotores de municípios saudáveis iniciou-se com oficinas de capacitação para facilitadores e supervisores do Projeto “Municípios Saudáveis no Nordeste do Brasil” e a aceitação e demanda foram tão grandes que a proposta foi sendo modificada. A necessidade de criação de estratégias de sustentabilidade mediante aumento de equipes locais convenceu o parceiro japonês a apoiar a formalização do curso. O curso constitui-se hoje num dos dois eixos estruturadores da Rede Pernambucana de MS e foi recomendado pelo governo japonês para ser difundido na América Latina e na África de língua portuguesa, o que já vem sendo feito desde 2009. Foram formados mais de 600 promotores de MS desde 2004. Hoje a RPMS é constituída por 21 municípios e não nasceu de iniciativa governamental, mas de demanda populacional pós-projeto. A participação no curso constitui um dos critérios para a inclusão do município na Rede. AÇÕES REFLEXIVAS E NOVOS CONHECIMENTOS Empowerment MACRO Democracia Consciência do papel social Articulação sociedadegestores locais Intersetorialidade MÉSO Participação MICRO Pesquisas e Monitoramentos Promoção da saúde Redes sociais Intersetorialidade Ambientes saudáveis Avaliação Método Bambu Integração Universidade, Governos e Sociedade Civil Governo federal: apoio para a formação específica e para pesquisas avaliativas Governo estadual: articulação entre as Secretárias, parceria com a universidade, difusão da Rede e capacitações. Sociedade civil/ comunidades: Participação nos cursos, Encontros e Seminários, articulação com a gestão local, organização das oficinas Bambou, monitoramento das ações Municipalidades: adesão à Rede, manutenção dos Espaços, apoio às atividades, articulação com a sociedade Universidade : construção da metodologia (método Bambu), nivelamento conceitual, Formação específica (Promotores de Municípios Saudáveis), formações, vulgarização, monitoramento e avaliação Fragmentos de entrevistas sobre a formação A singularidade dele ter envolvido pessoas com baixa escolaridade e pessoas com maior escolaridade, de ter envolvido pessoas de segmentos sociais diversos, e não havia critério de idade, a gente tinha jovens e tinha idosos participando. Envolveu todos os ciclos de vida. Eu acho que causou um grande impacto, um grande reboliço né? A valorização das subjetividades, num momento em que as pessoas procuram ser tão racionais, de um modo geral, e você chegar nos municípios, falando de felicidade, resgatando solidariedade, resgatando afeto, alguns valores que estavam um pouco esquecidos no dia a dia. Formação de Promotores de Municípios Saudáveis • • -600 promotores capacitados (certificação da UFPE) - 31 Planos de Municípios Saudáveis na RPMS - 8 Encontros da Rede Pernambucana de Municípios Saudáveis - 7 Seminários TCTP = convênio UFPE e JICA. Formação para promotores de municípios saudáveis para países da América Latina e África lusófona: 2009-2013 35 promotores capacitados em 2009 e 2010 CONSEQUÊNCIAS Ampliação de carga horária Interesse do governo japonês Consultoria para governo de Santa Cruz de La Sierra – Bolívia (a pedido do governo local) Interesse do Ministério da Saúde Evidências Indicação pelo governo japonês para difusão para terceiros países Participação de consultor do Ministério da Saúde como aluno do curso com avaliação muito boa e solicitação posterior para difundi-lo nacionalmente PESQUISA Pós-formação Sondagem - Foram realizadas 72 entrevistas telefônicas com Promotores de Municípios Saudáveis do tipo sondagem sobre a temática da pesquisa para definir os grupos focais. Foram aplicados 152 questionários, sendo que 55,2% dos questionários foi respondido por Promotores de Municípios Saudáveis, 7,2% por gestores (municipais, estadual ou federal), 19,1% por trabalhador de área não governamental e 18,5% por cidadã(o). Dos 55,2% de Promotores de Municípios Saudáveis, 33,5% eram Promotores que realizaram e concluíram a formação específica, 7,9% participaram e não concluíram e 13,8% são Promotores que não realizaram a formação específica. Foram realizados 5 grupos focais com participação de 45 pessoas após sondagem (PMS que se sentem atuando) Redução de iniquidades 5 4 Apoio à execução do Plano MS 3 Proteção ambiental 2 1 Promoção de cultura de paz e prevenção da violência Apoio às ações dos promotores de MS Acesso universal a serviços de saúde e educação Discorda totalmente = 1; Discorda = 2, Nem concorda, nem discorda = 3; Concorda = 4; Concorda totalmente = 5 Figura 01 - Opinião sobre Políticas Públicas e Ação da Gestão Local nos municípios Engajamento da Gestão Local na RPMS 5 Tentativa de parcerias locais, estaduais, nacionais, internacionais pela equipe técnica de suporte à RPMS 4 3 Parceria entre ONG/Sociedade civil e Governo 2 1 Tentativa de parcerias locais pelo promotor de MS Parceria entre Setor Privado e Governo Parceria entre setor privado e ONG/sociedade civil RPMS = Rede Pernambucana de Municípios Saudáveis Dis corda totalmente = 1; Dis corda = 2, Nem concorda, nem dis corda = 3; Concorda = 4; Concorda totalmente = 5 Figura 02 – Evidências de realização de atividades de Municípios Saudáveis (MS) Mobilização da comunidade para melhoria da qualidade de vida 5 Participação em reuniões com promotores de outros municípios para troca de experiências 4 Articulação entre a comunidade e a gestão local 3 2 Participação em estudos na área de municípios saudáveis ou promoção da saúde Participação nas escolas promotoras de saúde 1 Utilização do método Bambu nas ações de mobilização, planejamento e monitoramento Utilização dos ensinamentos recebidos na formação de promotores de municípios saudáveis Nada = 1; Pouco = 2, Mais ou menos = 3; Muito = 4; Extremamente = 5 Figura 03 – Grau de participação do promotor nas atividades de Municípios Saudáveis (I) Vigilância de agrotóxicos 5 4 3 Ações de habitações saudáveis 2 Geração de trabalho e renda 1 Ações de saúde e segurança no trabalho Proteção ambiental Nada = 1; Pouco = 2, Mais ou menos = 3; Muito = 4; Extremamente = 5 Figura 04 – Grau de participação do promotor nas atividades de Municípios Saudáveis (II) Atividade física para a comunidade 5 Redução de comportamentos vinculados a riscos sexuais e reprodutivos 4 3 Incentivo à alimentação saudável 2 1 Controle do tabaco e ambiente livre de fumo Incentivo a hábitos saudáveis Controle do álcool e outras drogas Nada = 1; Pouco = 2, Mais ou menos = 3; Muito = 4; Extremamente = 5 Figura 05 – Grau de participação do promotor nas atividades de Municípios Saudáveis (III) Características da prática • • • • • • • • • • • • Agente da intersetorialidade Prática reflexiva como elemento transformador Espelho para sociedade local Além da política partidária local – ato de cidadania Compromisso com o empoderamento social e pessoal Compromisso com os DSS Ação no campo dos valores e dos desejos Ação no campo dos DSS Sempre alerta Soluções à frente dos problemas Integralidade Liderança comprometida Desafios da prática dos PMS • • • • • • • • Motivação institucional Visão temporal e setorial X visão ampliada Institucionalização – debate de opiniões Espaço físico apropriado Maior visibilidade Atualização no nível macro Comunicação Necessidade de sistematização das ações Importância da prática dos PMS • Diferença na implementação da ação intersetorial e territorial • Ponte que liga as pessoas • Conscientização a varejo • Alteridade em destaque • Influência direta • Atividades apontadas como inerentes à prática dos PMS • • • • • • • Diversidade de ações saudáveis Lixo e limpeza dos entornos Construção e fortalecimento de PPS Mudança de hábitos Articulação com gestão Sustentabilidade ambiental Segurança e prevenção da violência • Como estes novos atores sociais têm atuado após a realização do Curso de Formação de Promotores de Municípios Saudáveis? • Os PMS têm atuado em diferentes frentes afeitas ao campo da Promoção da Saúde, como: intersetorialidade, participação social, empoderamento, metodologias participativas de mobilização, planejamento e avaliação (método bambu©), desenvolvimento local integrado e sustentável, prevenção de violências e cultura de paz, estilos de vida saudáveis. • Possuem reconhecimento por parte da população e orgulho de sua formação e atuação. Se autodefinem como responsáveis por dar exemplos, como “os olhos e os ouvidos” da comunidade, pessoas que atuam politicamente, mas acima dos partidarismos políticos, cidadãos, incentivadores do empoderamento e agentes da intersetorialidade.