Questão 01) A independência, porém, pregou uma peça nessas elites. Um ano após ser convocada, a Assembleia Constituinte foi dissolvida e em seu lugar, o imperador designou um pequeno grupo para redigir uma Constituição “digna dele”, ou seja, que lhe garantisse poderes semelhantes aos dos reis absolutistas. Um exemplo disso foi a criação do Poder Moderador (...) (Mary del Priore e Renato Venancio, Uma breve história do Brasil) Esse poder a) ampliava os direitos das Assembleias Provinciais, restringia a ação do Imperador no tocante à administração pública e a ação do Senado. b) permitia que o Imperador reformasse a Constituição por decreto-lei e que escolhesse parte dos deputados provinciais. c) sofria de uma única limitação institucional, pois o Estado brasileiro não tinha direito de interferir nos assuntos relacionados com a Igreja Católica. d) proporcionava ao soberano poderes limitados, o que permitiu alargamento da autonomia política e econômica das províncias do Império. e) oferecia importantes prerrogativas ao Imperador, como indicar presidentes de províncias, nomear senadores e suspender magistrados. Questão 02) Resulta daí que a Independência se fez por uma simples transferência pacífica de poderes da metrópole para o novo governo brasileiro. E na falta de movimentos populares, na falta de participação direta das massas neste processo, o poder é todo absorvido pelas classes superiores da ex-colônia, naturalmente as únicas em contato direto com o regente e sua política. Fez-se a Independência praticamente à revelia do povo; e se isto lhe poupou sacrifícios, também afastou por completo sua participação na nova ordem política. A Independência brasileira é fruto mais de uma classe que da nação tomada em conjunto. (Caio Prado Jr. Evolução política do Brasil: Colônia e Império.) A partir do texto, é correto afirmar que o processo de emancipação do Brasil a) preservou as estruturas oriundas do período colonial. b) trouxe mudanças profundas na organização social. c) foi semelhante ao processo de independência do Haiti. d) seguiu o modelo político e social dos Estados Unidos. e) foi liderado por setores sociais que representavam a classe média. Questão 03) Os grupos provinciais acabaram se envolvendo com a construção do Estado, mas ao fazê-lo impuseram uma organização institucional que preservava o controle de cada um deles sobre sua província e, ao mesmo tempo, lhes conferia poder de influência no governo central. Miriam Dolhnikoff. O pacto imperial. São Paulo: Globo, 2005, p. 285. O texto trata do processo de formação do Estado brasileiro na primeira metade do século XIX e destaca a) o confronto entre o modelo federativo de inspiração norte-americana e o modelo unitário que prevaleceu na constituição dos Estados nacionais na América Hispânica. b) a combinação de elementos unitários e federalistas, que assegurou simultaneamente a unidade nacional e a manutenção dos poderes oligárquicos locais. c) o isolamento das oligarquias locais, que conseguiram reforçar seu poder dentro das províncias, mas não interferiam nas decisões de caráter nacional. d) a vitória dos defensores de um Estado nacional federativo e fragmentário e a derrota de todas as propostas de unificação das províncias. e) a derrota definitiva dos projetos autonomistas das províncias e o fracasso dos ideais de centralização política, que eram incapazes de assegurar a unidade nacional. Questão 04) O Brasil assistiu, nos últimos meses de 1822 e na primeira metade de 1823, a) ao reconhecimento da Independência brasileira pelos Estados Unidos, pela Inglaterra e por Portugal. b) ao esforço do imperador para impor seu poder às províncias que não haviam aderido à Independência. c) à libertação da Província Cisplatina, que se tornou independente e recebeu o nome de Uruguai. d) à pacífica unificação de todas as partes do território nacional, sob a liderança do governo central, no Rio de Janeiro. e) à confirmação, pelas Cortes portuguesas e pela Assembleia Constituinte, do poder constitucional do imperador. Questão 05) A história da construção do Estado brasileiro na primeira metade do século XIX foi a história da tensão entre unidade e autonomia. Por outro lado, no interior do Estado, de elites com fortes vínculos com os interesses de sua região de origem e ao mesmo tempo comprometidas com uma determinada política nacional, pautada pela negociação destes interesses e pela manutenção da exclusão social, marcou não apenas o século XIX, como também o século XX. Através do parlamento essas elites regionais têm imposto uma determinada dinâmica para o jogo político que se materializa na imensa dificuldade de empreender reformas sociais profundas. Dolhnikoff, Miriam. O pacto imperial. As origens do federalismo no Brasil. São Paulo: Globo, 2005, p. 1112. De acordo com o ponto de vista apresentado no texto, a) a história brasileira é marcada por práticas de tolerância política acentuadas nas últimas décadas com a redemocratização do país. b) o parlamento é a única instituição política imune aos interesses e ao controle das elites regionais brasileiras. c) as profundas reformas sociais só foram possíveis graças às transformações políticas ocorridas na primeira metade do século XIX no Brasil. d) a dinâmica política do Estado nacional se constituiu com base em negociações entre as elites regionais e a exclusão social de outros setores. e) as características descritas sobre o Estado revelam a supremacia do Poder Judiciário sobre o Poder Legislativo na história política brasileira. Questão 06) Sobre o reinado de D. Pedro I (1822-1831), é possível afirmar que ele, embora tendo o apoio a) dos grandes proprietários de terra, perdeu a sustentação política por governar como um monarca absolutista, o que acabou gerando a abdicação em favor de seu filho D. Pedro de Alcântara. b) das camadas mais desprivilegiadas da sociedade, perdeu o apoio dos portugueses e dos proprietários em virtude das reformas sociais que procurou empreender no Brasil após a independência. c) das potências europeias, contava com a oposição dos comerciantes, soldados e analfabetos que não tinham direito a voto, segundo a Constituição de 1824, o que acabou gerando um desgaste político. d) das camadas média e baixa no Brasil, considerou ser mais vantajoso abdicar e assumir o trono em Portugal como D. Pedro IV, em virtude das denúncias de corrupção que as elites fizeram de membros do seu governo. e) dos portugueses e liberais exaltados, passou a contar com o ódio da maioria dos brasileiros em virtude de ter encomendado a morte do jornalista Libero Badaró, o que acabou gerando a Noite das Garrafadas com repressão do imperador à população. Questão 07) A renúncia de D. Pedro I em 07 de abril de 1831 foi resultado de uma série de acontecimentos que provocaram um descontentamento geral no Império brasileiro. Como causas do descontentamento do povo brasileiro com D. Pedro I, são apontadas as seguintes: I. Dissolução da Assembléia Constituinte por D. Pedro I bem como a nomeação de uma comissão dirigida por ele mesmo para redigir um novo projeto constitucional. II. Atitude de passividade e tolerância de D. Pedro I com os grupos das províncias do Norte e Nordeste que estavam insatisfeitos com o desempenho de suas ações políticas na condução do Império. III. Participação direta de D. Pedro I na questão da sucessão do trono após a morte de D. João VI, dedicando grande parte de seus esforços à disputa política que ocorria em Portugal. É realmente causa do descontentamento do povo brasileiro o apontado nos itens a) I e II, apenas. b) I, II e III. c) II e III, apenas. d) I e III, apenas. Questão 08) O fechamento da Assembleia Constituinte, por D. Pedro I, em novembro de 1823, a) impediu a tentativa de recolonização portuguesa e eliminou a influência política da Igreja Católica. b) isolou politicamente o imperador e determinou o imediato final do Primeiro Reinado brasileiro. c) representou a centralização do regime monárquico e provocou reações separatistas. d) ampliou a força política dos estados do nordeste e facilitou o avanço dos projetos federalistas. e) assegurou o caráter liberal da nova Constituição e aumentou os poderes do judiciário. Questão 09) As medidas políticas de D. Pedro I não agradavam à boa parte da população. Em Pernambuco, por exemplo, articulou-se a Confederação do Equador, em 1824, que: a) negava a importância do liberalismo, mas planejava a independência do Brasil. b) divulgava a importância de suas idéias em órgãos da imprensa atuante na época. c) conseguiu a autonomia do Nordeste, graças à coragem do líder e militar Cipriano Barata. d) tinha princípios democráticos, embora não possuísse apoio militar para seguir suas ações. e) estimulou a rebeldia dos escravos, projetando o fim dos latifúndios e das oligarquias. Questão 10) A Constituição Imperial de 1824 estabeleceu a divisão dos poderes em Legislativo, Executivo, Judiciário e Moderador. O poder Moderador era exercido pelo imperador e tinha caráter centralizador. Pode-se afirmar que o poder Moderador a) impediu o imperador de nomear membros vitalícios do Conselho de Estado. b) garantiu independência e autonomia aos magistrados do poder Judiciário. c) oficializou ao Legislativo o exercício de controlar o Estado. d) garantiu prerrogativas para o imperador controlar a política do país. e) garantiu ao Executivo a suspensão dos atos imperiais. Questão 11) O fragmento textual abaixo remete a uma conjuntura da história brasileira no século XIX. “Quando se sabe que muitas das antigas queixas das províncias se voltavam contra a centralização monárquica, pode parecer estranho o surgimento de tantas revoltas nesse período. Afinal de contas, [se] procurava dar alguma autonomia às Assembléias Provinciais e organizar a distribuição de rendas entre o governo central e as províncias. Ocorre porém que, agindo nesse sentido, [...] acabaram incentivando as disputas entre elites regionais pelo controle das províncias cuja importância crescia. Além disso, o governo perdera a aura de legitimidade que bem ou mal tivera enquanto um imperador esteve no trono”. FAUSTO, Boris. História concisa do Brasil. São Paulo: EDUSP, Imprensa Oficial do Estado, 2002. p. 89. Nesse fragmento, o historiador Boris Fausto refere-se às a) rebeliões regenciais, que se opunham à pretensão de D. Pedro I de unir as coroas portuguesa e brasileira, o que implicaria a recolonização do Brasil por Portugal. b) revoltas militares decorrentes do fortalecimento do Exército após a Guerra do Paraguai, um dos principais fatores para que se abreviasse o regime monárquico brasileiro. c) rebeliões de independência que eclodiram em Minas Gerais e na Bahia após a chegada da Família Real, em 1808, e que ameaçaram seriamente a unidade política nacional. d) revoltas provinciais, após a renúncia do Imperador D. Pedro I, em 1831, que significaram uma ameaça à centralização do poder e à unidade política do Império. Questão 12) O Império do Brasil representou um momento único na história brasileira. Sobre a dinâmica e a identidade política nesse contexto, é correto afirmar que: I. as câmaras e os juizados municipais, durante o Primeiro Reinado e as Regências, defenderam os interesses centralizadores das elites do Rio de Janeiro, o que se articulava aos projetos do Estado Imperial. II. o combate à autonomia municipal era recorrente, gerando conflitos em muitas circunstâncias (as revoltas regenciais, por exemplo), as quais a Monarquia reprimia duramente. III. o voto era um direito de poucos, uma prática política relacionada ao sexo masculino, à idade e às condições financeiras. IV. A escravidão tanto era parte constitutiva da cena política quanto uma indicação de seus limites, visto que, para mantê-la, o Estado mobilizava grande esforço na legitimação pública de uma propriedade particular. Estão corretas: a) I, II e III. b) II, III e IV. c) I, II e IV. d) I, III e IV. e) III e IV. Questão 13) A emancipação política brasileira é um processo que se iniciou bem antes de 1822 e foi além. Com a chegada da família real em 1808, surgem as primeiras insatisfações e, uma vez conquistada a independência, iniciou-se longa luta pela sua consolidação. Assinale a única alternativa CORRETA. a) Uma das causas da independência é a recusa lusitana em aceitar que os parlamentares brasileiros, nas Cortes Lusas, defendessem seus interesses, além de querer reduzir o Brasil a sua antiga condição de colônia. A determinação das Cortes, em fins de 1821, para que Pedro I retornasse a Portugal só acelerou o processo. b) O Dia do Fico (9 de janeiro de 1822) não é causa da ruptura entre brasileiros e portugueses. Ao insistir em ficar, Pedro I assumia a defesa dos interesses de Portugal no Brasil. c) O ato da independência era desnecessário. Em maio de 1822 o rei de Portugal anuiu a ordem de Pedro I de não aceitar os decretos vindos da Corte de Lisboa e não fez menções contra a convocação da Assembléia Constituinte no Brasil. d) Como os movimentos pró-independência eram constitucionalistas, Pedro I encerrou agitações sociais ao convocar a Assembléia Constituinte dias após o ato da independência, dando plenos poderes para um Conselho de Estado redigir o projeto constitucional. e) A Confederação do Equador, de 1824, não se relaciona com as insatisfações frente ao autoritarismo do imperador Pedro I. Os revoltosos queriam criar, no Brasil, uma república federativa tal qual a dos Estados Unidos da América. Questão 14) Sobre o I Império (1822 – 1831) e a formação do Estado no Brasil, assinale o que for correto. 01. Esse período, além de marcar a organização do Estado, caracterizou-se pela disputa pelo controle político nacional entre o Imperador e a aristocracia rural brasileira. 02. Em 1824, em Pernambuco, eclodiu a Confederação do Equador, um movimento de protesto contra o autoritarismo de D. Pedro I e que pretendia separar as províncias do norte e do nordeste do restante do país. 04. A Constituição de 1824 estabeleceu o voto censitário que exigia que o eleitor e/ou candidatos tivessem uma renda mínima permanente, o que excluiu a maior parte da população brasileira do cenário político ao longo de todo o Império. 08. Na prática, o Poder Moderador, instituído pela Constituição de 1824, dava grandes poderes ao Imperador. 16. A presença de um considerável grupo de portugueses ocupando cargos importantes no Estado brasileiro produziu um grande desgaste entre D. Pedro I e a aristocracia rural brasileira. Questão 15) Com a Abdicação de D. Pedro I, romperam-se os elos entre Brasil e Portugal. Consolidou-se, assim, o poder dos latifundiários, os quais conseguiram moldar uma monarquia liberal-escravista de acordo com seus interesses e expectativas. Nessa perspectiva, é CORRETO afirmar. 01. A Abdicação foi resultado de um conflito que vinha de antes da Independência, o conflito entre lusitanismo e a classe dominante nacional. 02. Para a classe dominante nacional, o absolutismo de D. Pedro I representava a garantia da manutenção de uma ordem que ajustava os seus principais interesses. 04. Economicamente, o Brasil vivia um longo hiato intercíclico, não havendo nenhum produto de exportação que se salientasse. 08. A Abdicação de D. Pedro I deve ser vista, exclusivamente, pela sua motivação em favorecer sua filha D. Maria da Glória. 16. A monarquia logrou impor o centralismo unitarista acima de federalismo, criando uma unidade nacional. Questão 16) Brasileiros! salta aos olhos a negra perfidia, são patentes os reiterados perjuros do imperador, e está conhecida nossa ilusão ou engano em adoptar-mos um systema de governo defeituoso em sua origem, e mais defeituoso em suas partes componentes. As constituições, as leis e todas as instituições humanas são feitas para os povos e não os povos para elas. Eia, pois, brasileiros, tratemos de constituir-nos de um modo analogo ás luzes do seculo em que vivemos; o systema americano deve ser identico; desprezemos instituições oligarchicas, só cabidas na encanecida Europa. (TEIXEIRA, p. 202). De acordo com a análise do texto e os conhecimentos sobre a Confederação do Equador, pode-se afirmar que aquele movimento 01. se constituiu um protesto aos promotores da Revolução de 1817, em Pernambuco. 02. foi uma reação às arbitrariedades do Imperador, que se expressou na outorga da Constituição de 1824. 04. reagiu negativamente às propostas de federação herdadas dos Estados Unidos e divulgadas no Brasil pelos representantes da Corte. 08. caracterizou o I Reinado de “um sistema defeituoso de governo”, devido à descentralização administrativa imposta pelas leis e pela Constituição de 1824. 16. defendeu o poder Moderador como instrumento capaz de minimizar as divergências entre brasileiros e portugueses residentes no país. Questão 17) Apesar de sua participação na Independência do Brasil, D. Pedro I não conseguiu tornar-se um governante popular. Nesse sentido, podemos lembrar a Confederação do Equador, que foi um dos movimentos de reação ao autoritarismo do imperador. Por ocasião desse movimento, os rebeldes participantes: 01. criticaram a Constituição de 1824, considerando-a centralizadora. 02. buscaram, com sucesso, contar com o apoio das províncias vizinhas. 04. eram radicalmente contra a escravidão. 08. formaram brigadas populares para radicalizar a luta. 16. contaram com a ajuda de membros do clero local. Questão 18) Ao reconhecer a terra indígena Raposa Serra do Sol, situada em Roraima, [...], o Supremo Tribunal Federal (STF) estabeleceu 19 condições que podem criar um cenário preocupante para os índios da região e para futuros casos de demarcação e homologação de terras indígenas. Uma delas prevê que os índios não precisariam ser consultados pela União caso haja interesse do usufruto das riquezas naturais. Essa determinação é conflitante com as normas da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que o Brasil ratificou. Quando o país aceita as proposições de acordos e tratados internacionais, consequentemente incorpora na sua legislação as recomendações desses documentos. Entre as normas da OIT, está estabelecido que os índios devem ser consultados antes que seja feita a exploração das riquezas de onde vivem.[...] Para Ana Valéria Araújo, advogada e coordenadoraexecutiva do Fundo Brasil de Direitos Humanos, o Supremo Tribunal Federal extrapolou o seu poder e criou leis que deveriam ter sido discutidas no âmbito do poder legislativo. “Neste caso, o Supremo atropelou a competência do Congresso Nacional”, considera. A advogada ressalta que é no Congresso que os diversos setores da sociedade podem debater e defender os seus interesses e a lei representa o resultado dessa discussão. “O STF não foi eleito e ele não foi delegado pela sociedade para legislar. O que aconteceu é grave”, avalia. (AO RECONHECER..., 2010). A divisão da estrutura política em três poderes ocorreu a partir de um lento processo histórico, cujas características variaram conforme o tempo histórico e o espaço, como pode ser constatado a) na Constituição brasileira de 1824, na medida em que a criação do Poder Moderador se sobrepôs aos poderes executivo, legislativo e judiciário, possibilitando, na prática, o exercício do poder de uma forma autocrática. b) no Período Regencial, época em que a forma republicana passa a vigorar, no Brasil, estabelecendo um perfeito equilíbrio entre os três poderes e a autonomia das províncias, em relação ao governo central. c) no Movimento Iluminista, quando Jean Jacques Rousseau defendeu a existência de uma divisão de poderes que pudesse viabilizar a posse da propriedade privada pelos trabalhadores e a construção de uma sociedade socialista. d) no Marxismo, que defendeu o modelo tripartide como uma conquista burguesa a ser incorporada pelos operários na construção da sociedade comunista, etapa necessária para o advento do anarquismo. e) no Movimento Revolucionário Francês, durante a fase jacobina, quando o radicalismo político estabeleceu a supremacia do legislativo sobre os demais poderes, consolidando a democracia na França revolucionária. Questão 19) Ao retornar para Lisboa, em abril de 1821, o rei D. João VI deixou para trás dois brasis inteiramente diferentes. De um lado, havia um país transformado pela permanência da corte nos trópicos, já com os pés firmes no turbulento século XIX, bem informado das novidades que redesenhavam o mundo na época e às voltas com dilemas muito semelhantes aos conflitos que agitavam a nascente opinião pública na Europa e nos Estados Unidos. Esse era um Brasil muito pequeno, de apenas alguns milhares de pessoas, que tinha seu epicentro no Rio de Janeiro, o modesto vilarejo colonial de 1807 convertido numa cidade com traços e refinamentos de capital europeia nos 13 anos seguintes. De outro lado, modorrava um território vasto, isolado e ignorante, não muito diferente do lugar selvagem e escassamente povoado que Pedro Álvares Cabral havia encontrado trezentos anos antes ao aportar na Bahia. Esses dois brasis conviviam de forma precária e se ignoravam mutuamente. (GOMES, L. 1822: como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram D.Pedro a criar o Brasil, um país que tinha tudo para dar errado. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010.) O “turbulento século XIX”, referido no texto, diz respeito às transformações econômico-sociais e políticas, ocorridas na Europa, que também repercutiram no Brasil. No âmbito político, essa turbulência se expressou no recém-organizado país, entre outros, a) na eclosão de uma epidemia de cólera, que dizimou grande parte da população escrava, no recôncavo baiano e em Salvador. b) na abertura dos portos brasileiros às nações amigas, em 1808, pela Carta Régia do Príncipe D.João. c) nas revoltas escravas ocorridas no recôncavo baiano e em Salvador, que resultaram no enfraquecimento do tráfico de escravos. d) na expulsão dos jesuítas do Brasil, como desdobramento da crise ocorrida em Portugal. e) na presença de ideias republicanas, como as registradas na Revolução Pernambucana de 1817 e na Confederação do Equador, em 1824. Questão 20) A dois séculos de distância, o espetáculo ainda é assombroso (...) Que de tão longe uma Rainha enlouqueça e venha a morrer no cenário final do drama; que os sonhos dos Inconfidentes se cumpram depois de tantas sentenças; e que o Brasil se torne independente dali a 31 anos, e a República seja proclamada exatamente ao cumprir-se um século sobre aquelas prisões – tudo parece impregnado de um mistério claro, desejoso de revelar-se e de se fazer compreender. (Cecília Meireles. “Como escrevi o Romanceiro da Inconfidência”, anexo a Romanceiro da Inconfidência. São Paulo: Global, 2012. p. 255) É correto afirmar que a independência do Brasil realizou os sonhos dos Inconfidentes, como afirma Cecilia Meireles, no que diz respeito a) à participação massiva do povo na luta política pela soberania do país, uma vez que a adesão popular não aconteceu a tempo, durante a Inconfidência, dado que o movimento foi desbaratado em seu início. b) ao combate à escravidão, perspectiva presente no movimento mineiro e que, logo após a independência, foi uma bandeira assumida como prioridade pela princesa Isabel. c) ao rompimento dos vínculos coloniais com Portugal, pondo fim ao ônus da pesada tributação imposta, que cerceava o desenvolvimento econômico nacional, bem como ao poder da coroa portuguesa em decidir os rumos do país. d) à instituição de um Estado soberano, independente, unificando toda a Nação sob a égide do governo da província de Minas Gerais, legitimado pelos símbolos pátrios consagrados, como a bandeira e o hino nacional. e) ao fim da situação de atraso no país, pois, com a abertura dos portos após a Independência, o comércio e as exportações sofreram grande impulso, atraindo, principalmente, investimentos ingleses. GABARITO: 1) Gab: E 2) Gab: A 3) Gab: B 4) Gab: B 5) Gab: D 6) Gab: A 7) Gab: D 8) Gab: C 9) Gab: B 10) Gab: D 11) Gab: D 12) Gab: B 13) Gab: A 14) Gab: 31 15) Gab: 21 16) Gab: 02 17) Gab: 27 18) Gab: A 19) Gab: E 20) Gab: C