Bloco de Esquerda Grupo Municipal de Lisboa Moção Por uma solução para o projecto cultural dos Artistas Unidos Considerando que: 1. Veio a publico que o projecto cultural dos Artistas Unidos estaria a atravessar dificuldades que podem inclusive por em causa a sua permanência nas instalações que ainda ocupa no Teatro da Politécnica; 2. Os Artistas Unidos formaram-se a partir do grupo que estreou, em 1995, “António, um Rapaz de Lisboa” de Jorge Silva Meio e desde então para cá representa um contributo importante para a cultura nacional; 3. Numa carta aberta subscrita por diversas personalidades das artes e da cultura, lê-se: “Foi com muita apreensão que soubemos que a Universidade de Lisboa dá por terminado o contrato que permitiu a actividade dos Artistas Unidos no Teatro da Politécnica pondo fim a um percurso de três anos em que a companhia transformou um espaço abandonado numa das referências culturais da cidade. Essa revelação é particularmente inesperada por recordarmos que as longas negociações para a cedência deste espaço pela Universidade de Lisboa foram então minuciosamente acompanhadas pelo Ministério da Cultura, pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e pela Câmara Municijal de Lisboa, que apostaram no Teatro da Politécnica para este fim espec(fico, acreditando num projecto cujas expectativas nos parecem ter sido até excedidas pela companhia.” 4. Também numa petição pública intitulada “Em defesa do projecto cultural dos Artistas Unidos”, subscrita por várias dezenas de cidadãos, pode-se ler: “Nós, espectadores, artistas, produtores, programadores ou simplesmente cidadãos que reconhecem na cultura uma dimensão maior da nossa vida em sociedade, sentim o-nos ameaçados por mais uma terrível perda num tempo de destruição da cultura nacionaL Nesse sentido, seria importante que Universidade de Lisboa tratasse a companhia como um verdadeiro parceiro, não desistindo tão facilmente de um espaço de cultura e de cidadania, não limitando as actividades, que vão muito para além da produção teatral própria dos Artistas Unidos, e evitando a asfixia de um projecto com múltz~las valências que o tornam indispensável na cultura portuguesa Não Proc. i 1 ENT~SGIDAOSM/GMM/ -\4 DATA.~5J2iJS9Yt ponto que sublinhamos e de que partimos para um apelo lógico: que se dê uma oportunidade a um compromisso de onde todos universidade, companhia e cidadãos podem sair vencedores; que se faça da renovação do contrato com os Artistas Unidos uma prioridade, para que se mantenha o Teatro da Politécnica como o imprescindível espaço de cultura que se tornou, onde criação, divulgação e formação coexistem, cumprindo uma luta que se espera ser também a de uma instituição universitária. Que não se desfaça por tão pouco o que tão exemplarmente se construiu” — — 5. Dadas a gravidade e urgência da situação, não podem a Câmara Municipal, nem esta Assembleia Municipal de Lisboa ficarem silenciosas. Pois, exige-se uma posição pública de apoio para que se encontre uma solução à situação dos Artistas Unidos, exigindo responsabilidade à tutela, nomeadamente do Secretário de Estado da Cultura; 6. Lisboa e as suas instituições devem zelar pela manutenção e qualidade dos equipamentos culturais de serviço público da cidade, pelo que o silêncio do Executivo da CML não será compreensível, nem aceitável. O Grupo Municipal do Bloco de Esquerda propõe à Assembleia Municipal de Lisboa, reunida no dia 30 de Setembro de 2014, delibere: 1. Manifestar a sua solidariedade e o seu apoio público ao projecto cultural dos Artistas Unidos; 2. Apelar a uma iniciativa política da tutela que cautele a sobrevivência do projecto cultural dos Artistas Unidos, resolvendo o estrangulamento financeiro em que se encontra; 3. Instar a Câmara Municipal de Lisboa para que envide todos os esforços junto da tutela para garantir para além da manutenção em pleno funcionamento do projecto cultural dos Artistas Unidos, também e sobretudo suas viabilidade e sustentabilidade financeiras. 4. Enviar esta deliberação aos órgãos de soberania, aos Artistas Unidos, bem como publicita-las junto dos órgãos de comunicação social. O Grupo Municipal do Bloco de Esquerda casimiro Lisboa, 29 de Setembro de 2014 2