ISSN 2238-0264 ROSSIELI SOARES DA SILVA SECRETÁRIO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO E QUALIDADE DO ENSINO CALINA MAFRA HAGGE SECRETÁRIA EXECUTIVA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO JOSÉ AUGUSTO DE MELO NETO SECRETÁRIO EXECUTIVO ADJUNTO DE GESTÃO OCEANIA RODRIGUES DUTRA SECRETÁRIA EXECUTIVA ADJUNTA PEDAGÓGICA MARIA DE NAZARÉ SALES VICENTIM SECRETÁRIA ADJUNTA DA CAPITAL ALGEMIRO FERREIRA DE LIMA FILHO SECRETÁRIA ADJUNTA DO INTERIOR DEPARTAMENTO DE PLANEJAMENTO E GESTÃO FINANCEIRA MARIA NEBLINA MARÃES DIRETORA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO FINANCEIRA JANE BETE NUNES RODRIGUES GERENTE DE AVALIAÇÃO E DESEMPENHO EQUIPE TÉCNICA CLÁUDIA MARIA PEREIRA DA COSTA JANDER FREITAS DA SILVA SHIRLENE NORONHA GUIMARÃES PEDAGOGA / PSICÓLOGA MATEMÁTICO ESTATÍSTICO Apresentação ROSSIELI SOARES DA SILVA Secretário de Estado da Educação do Amazonas Com grata satisfação podemos dizer que o Amazonas tem avançado a passos largos em direção à qualidade do ensino. O retrospecto de nossa rede frente às crescentes demandas educacionais e os resultados tangíveis obtidos por nossas escolas no cenário nacional indicam que nosso projeto de educação é promissor e revela-se um modelo eficaz a ser seguido. Amigos EDUCADORES, Somados ao comprometimento de nossos professores e demais educadores, são vários os projetos que, acreditamos estar impulsionando o Amazonas a patamares de referência no cenário nacional. Dentre estes projetos estão, sem dúvida, os mecanismos institucionais de avaliação que permitem o diagnóstico constante de nossas ações com vistas a melhorias. O Sistema de Avaliação do Desempenho Educacional do Amazonas (SADEAM), criado em 2008 pelo Governo do Estado, via Secretaria de Estado da Educação (SEDUC), é um destes imprescindíveis mecanismos que estão corroborando com a qualidade do ensino local e impulsionando nossa rede pública a buscar resultados cada vez mais satisfatórios, favorecendo o desenvolvimento pleno do alunado amazonense, razão de nossas ações. Solidificando-se a cada ano, na última edição (2012) o SADEAM foi aplicado em todos os 62 municípios do Amazonas, abrangendo um total de 201.258 estudantes do 3º, 5º, 7º e 9º ano do Ensino Fundamental, finalistas dos Anos Iniciais, Finais e Ensino Médio da Educação de Jovens e Adultos, 1ª e 3ª série do Ensino Médio e ainda uma amostra na Rede Municipal em todos os municípios. A amplitude da última edição é notada com mais propriedade ao observarmos que, no primeiro ano de sua aplicação (2008), o SADEAM avaliou 81.469, menos de 41% do atual contingente de participantes. Além de ser, como já citamos, um instrumento de diagnóstico, os dados apontados pelo SADEAM revelam-se também uma ferramenta eficaz e útil aos que, no cotidiano do ofício pedagógico e do magistério, estão focados no aprimoramento diário de suas ações. Parabenizando a vocês, educadores, pelos significativos resultados nunca antes constatados em nossa rede pública, aproveitamos a oportunidade em que divulgamos os dados atualizados de nossa avaliação institucional para renovarmos o compromisso em prol do ensino de qualidade, pois somos capazes de juntos, alcançarmos resultados ainda maiores. E vamos alcançá-los! Sumário 12 Avaliação Externa e Avaliação Interna: uma relação complementar página 10 Interpretação de resultados e análises pedagógicas página 16 3 4 Para o Trabalho Pedagógico página 65 Experiência em foco página 71 Os resultados desta escola página 73 Avaliação Externa e Avaliação Interna: uma relação complementar Pensada para o(a) Educador(a), esta Revista Pedagógica apresenta a avaliação educacional a partir de seus principais elementos, explorando a Matriz de Referência, que serve de base aos testes, a modelagem estatística utilizada, a definição dos Padrões de Desempenho e os resultados de sua escola. Apresentando os princípios da avaliação, sua metodologia e seus resultados, o objetivo é fomentar debates na escola que sejam capazes de incrementar o trabalho pedagógico. Matemática - Ensino Médio | SADEAM 2013 As avaliações em larga escala assumiram, ao cada disciplina e organizadas para dar origem aos longo dos últimos anos, um preponderante papel itens que comporão os testes. No entanto, isso não no cenário educacional brasileiro: a mensuração significa que o currículo se confunda com a Matriz do desempenho dos alunos de nossas redes de Referência. Esta é uma parte daquele. de ensino e, consequentemente, da qualidade do ensino ofertado. Baseadas em testes de proficiência, as avaliações em larga escala buscam aferir o desempenho dos alunos em habilidades consideradas fundamentais para cada disciplina e Os resultados das avaliações em larga escala são, então, divulgados, compartilhando com todas as escolas, e com a sociedade como um todo, os diagnósticos produzidos a partir dos testes. etapa de escolaridade avaliada. Com isso, o que se busca é oferecer ao professor Os testes são padronizados, orientados por uma dos alunos em relação aos conteúdos curriculares metodologia específica e alimentados por questões previstos, bem como no que diz respeito àqueles com características próprias, os itens, com o conteúdos nos quais os alunos apresentam um objetivo de fornecer, precipuamente, uma avaliação bom desempenho. da rede de ensino. Por envolver um grande número de alunos e escolas, trata-se de uma avaliação em informações importantes sobre as dificuldades Metodologias e conteúdos diferentes, mas com larga escala. o mesmo objetivo. Tanto as avaliações internas No entanto, este modelo de avaliação não deve em torno dos mesmos propósitos: a melhoria ser pensado de maneira desconectada com o da qualidade do ensino e a maximização da trabalho do professor. As avaliações realizadas em aprendizagem dos alunos. A partir da divulgação sala de aula, ao longo do ano, pelos professores, dos resultados, espera-se prestar contas à são fundamentais para o acompanhamento da sociedade, pelo investimento que realiza na aprendizagem do aluno. Focada no desempenho, educação deste país, assim como fornecer os a avaliação em larga escala deve ser utilizada como subsídios necessários para que ações sejam um complemento de informações e diagnósticos tomadas no sentido de melhorar a qualidade aos fornecidos pelos próprios professores, da educação, promovendo, ao mesmo tempo, internamente. a equidade. Tendo como base os princípios Ambas as avaliações possuem a mesma fonte de conteúdo: o currículo. Assim como as avaliações internas, realizadas pelos próprios professores da escola, a avaliação em larga escala encontra no currículo seu ponto de partida. A partir da criação de Matrizes de Referência, habilidades e competências básicas, consideradas essenciais para o desenvolvimento do aluno ao longo das etapas de escolaridade, são selecionadas para quanto as avaliações externas devem se alinhar democráticos que regem nossa sociedade, assim como a preocupação em fornecer o maior número de informações possível para que diagnósticos precisos sejam estabelecidos, esta Revista Pedagógica pretende se constituir como uma verdadeira ferramenta a serviço do professor e para o aprimoramento contínuo de seu trabalho. 11 12 SADEAM 2013 | Revista Pedagógica Trajetória Desde o ano de sua criação, em 2008, o Sistema de Avaliação do Desempenho Educacional do Amazonas tem buscado fomentar mudanças na educação oferecida pelo estado, vislumbrando a oferta de um ensino de qualidade. Em 2013, os alunos das escolas estaduais do Amazonas foram avaliados no 7º ano do Ensino Fundamental e na EJA (Anos Iniciais e Anos Finais), em Língua Portuguesa e Matemática. Já no Ensino Médio Regular (1ª e 3ª séries) e na EJA Ensino Médio, além dessas duas disciplinas, foram avaliados em Ciências da Natureza, Ciências Humanas e em Produção de Texto. A seguir, a linha do tempo expõe a trajetória do Sadeam, de acordo com os anos, o número de alunos, as disciplinas e as etapas de escolaridade avaliadas. 2011 69,0% percentual de participação alunos previstos: 132.876 alunos avaliados: 91.623 disciplinas envolvidas: Língua Portuguesa, Redação, Matemática, Ciências Humanas (Geografia e História) e Ciências da Natureza (Biologia, Física e Química). rede de ensino avaliada: Estadual séries avaliadas: 3º Ano da Alfabetização / 7º Ano do Ensino Fundamental / 3ª Série do Ensino Médio / EJA Anos Iniciais / EJA - Anos Finais / EJA - Ensino Médio Matemática - Ensino Médio | SADEAM 2013 71,5% percentual de participação alunos previstos: 281.624 alunos avaliados: 201.258 disciplinas envolvidas: Língua Portuguesa, Redação, Matemática, Ciências Humanas (Geografia e História) e Ciências da Natureza (Biologia, Física e Química). rede de ensino avaliada: Estadual e Municipal séries avaliadas: 3º Ano da Alfabetização / 5º Ano do Ensino Fundamental / EJA - Anos Iniciais / 7º Ano do Ensino Fundamental / 9º Ano do Ensino Fundamental / EJA - Anos Finais / 1ª Série do Ensino Médio / 3ª Série do Ensino Médio / EJA - Ensino Médio 2012 2013 66,5% percentual de participação alunos previstos: 173.044 alunos avaliados: 115.092 disciplinas envolvidas: Língua Portuguesa, Matemática, Ciências Humanas (Geografia e História) e Ciências da Natureza (Biologia, Física e Química). rede de ensino avaliada: Estadual séries avaliadas: EJA - Anos Iniciais / 7º Ano do Ensino Fundamental / EJA - Anos Finais / 1ª Série do Ensino Médio / 3ª Série do Ensino Médio / EJA - Ensino Médio 13 14 SADEAM 2013 | Revista Pedagógica O caminho da avaliação em larga escala Para compreender melhor a lógica que rege a avaliação educacional, este diagrama apresenta, sinteticamente, a trilha percorrida pela avaliação, desde o objetivo que lhe dá sustentação até a divulgação dos resultados, função desempenhada por esta Revista. Os quadros indicam onde, na Revista, podem ser buscados maiores detalhes sobre os conceitos apresentados. POR QUE AVALIAR? POLÍTICA PÚBLICA O Brasil assumiu um compromisso, partilhado por estados, municípios e sociedade, de melhorar a qualidade da educação oferecida por nossas escolas. Melhorar a qualidade e promover a equidade: eis os objetivos que dão impulso à avaliação educacional em larga escala. PORTAL DA AVALIAÇÃO 1 Para ter acesso a toda a Coleção e a outras informações sobre a avaliação e seus resultados, acesse o site www.sadeam.caedufjf.net DIAGNÓSTICOS EDUCACIONAIS Para melhorar a qualidade do ensino ofertado, é preciso identificar problemas e lacunas na aprendizagem, sendo necessário estabelecer diagnósticos educacionais. RESULTADOS DA ESCOLA A partir da análise dos resultados da avaliação, um diagnóstico confiável do ensino pode ser estabelecido, servindo de subsídio para que ações e políticas sejam desenvolvidas, com o intuito de melhorar a qualidade da educação oferecida. Página 73 AVALIAÇÃO Para que diagnósticos sejam estabelecidos, é preciso avaliar. Não há melhoria na qualidade da educação que seja possível sem que processos de avaliação acompanhem, continuamente, os efeitos das políticas educacionais propostas para tal fim. EXPERIÊNCIA EM FOCO Para que os resultados alcancem seu objetivo, qual seja, funcionar como um poderoso instrumento pedagógico, aliado do trabalho do professor em sala de aula, as informações disponíveis nesta Revista devem ser analisadas e apropriadas, tornando-se parte da atividade cotidiana do professor. Página 71 Matemática - Ensino Médio | SADEAM 2013 O QUE AVALIAR? CONTEÚDO AVALIADO MATRIZ DE REFERÊNCIA Reconhecida a importância da avaliação, é necessário definir o conteúdo que será avaliado. Para tanto, especialistas de cada área de conhecimento, munidos de conhecimentos pedagógicos e estatísticos, realizam uma seleção das habilidades consideradas essenciais para os alunos. Esta seleção tem como base o currículo. O currículo é a base para a seleção dos conteúdos que darão origem às Matrizes de Referência. A Matriz elenca as habilidades selecionadas, organizando-as em competências. Página 18 COMPOSIÇÃO DOS CADERNOS Através de uma metodologia especializada, é possível obter resultados precisos, não sendo necessário que os alunos realizem testes extensos. Página 21 COMO TRABALHAR OS RESULTADOS? ITENS Os itens que compõem os testes são analisados, pedagógica e estatisticamente, permitindo uma maior compreensão do desenvolvimento dos alunos nas habilidades avaliadas. Página 32 PADRÕES DE DESEMPENHO A partir da identificação dos objetivos e das metas de aprendizagem, são estabelecidos os Padrões de Desempenho estudantil, permitindo identificar o grau de desenvolvimento dos alunos e acompanhá-los ao longo do tempo. Página 31 NÍVEIS DE PROFICIÊNCIA 2 As habilidades avaliadas são ordenadas em uma escala de proficiência dividida em níveis, de acordo com sua complexidade, permitindo verificar o desenvolvimento dos alunos. Página 23 15 Interpretação de resultados e análises pedagógicas Para compreender e interpretar os resultados alcançados pelos alunos na avaliação em larga escala, é importante conhecer os elementos que orientam a elaboração dos testes e a produção dos resultados de proficiência. Assim, esta seção traz a Matriz de Referência para a avaliação do SADEAM, a composição dos cadernos de testes, uma introdução à Teoria da Resposta ao Item (TRI), a Escala de Proficiência, bem como os Padrões de Desempenho, ilustrados com exemplos de itens. Matemática - Ensino Médio | SADEAM 2013 Matriz de Referência Para realizar uma avaliação, é necessário definir A competência na prova escrita demanda algumas o conteúdo que se deseja avaliar. Em uma habilidades, como: interpretação de texto, avaliação em larga escala, essa definição é dada reconhecimento de sinais de trânsito, memorização, pela construção de uma MATRIZ DE REFERÊNCIA, raciocínio lógico para perceber quais regras de que é um recorte do currículo e apresenta as trânsito se aplicam a uma determinada situação etc. habilidades definidas para serem avaliadas. No Brasil, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o Ensino Fundamental e para o Ensino Médio, publicados, respectivamente, em 1997 e em 2000, visam à garantia de que todos tenham, mesmo em lugares e condições diferentes, acesso a habilidades consideradas essenciais para o exercício da cidadania. Cada estado, município e escola tem autonomia para elaborar seu próprio currículo, desde que atenda a essa premissa. Diante da autonomia garantida legalmente em nosso país, as orientações curriculares do Amazonas apresentam conteúdos com características próprias, como concepções e objetivos educacionais compartilhados. Desta forma, o estado visa desenvolver o processo de ensino-aprendizagem em seu sistema educacional com qualidade, atendendo às particularidades de seus alunos. Pensando nisso, foi criada uma Matriz de Referência específica para a realização da A competência na prova prática específica, por sua vez, requer outras habilidades: visão espacial, leitura dos sinais de trânsito na rua, compreensão do funcionamento de comandos de interação com o veículo, tais como os pedais de freio e de acelerador etc. É importante ressaltar que a Matriz de Referência não abarca todo o currículo; portanto, não deve ser confundida com ele nem utilizada como ferramenta para a definição do conteúdo a ser ensinado em sala de aula. As habilidades selecionadas para a composição dos testes são escolhidas por serem consideradas essenciais para o período de escolaridade avaliado e por serem passíveis de medição por meio de testes padronizados de desempenho, compostos, na maioria das vezes, apenas por itens de múltipla escolha. Há, também, outras habilidades necessárias ao pleno desenvolvimento do aluno que não se encontram avaliação em larga escala do SADEAM. na Matriz de Referência por não serem compatíveis A Matriz de Referência tem, entre seus pode-se perceber que a competência na prova fundamentos, os conceitos de competência e escrita para habilitação de motorista inclui mais habilidade. A competência corresponde a um grupo habilidades que podem ser medidas em testes de habilidades que operam em conjunto para a padronizados do que aquelas da prova prática. obtenção de um resultado, sendo cada habilidade com o modelo de teste adotado. No exemplo acima, entendida como um “saber fazer”. A avaliação em larga escala pretende obter Por exemplo, para adquirir a carteira de motorista a qualidade da educação, porém, ela só será uma para dirigir automóveis é preciso demonstrar ferramenta para esse fim se utilizada de maneira competência na prova escrita e competência na coerente, agregando novas informações às já prova prática específica, sendo que cada uma delas obtidas por professores e gestores nas devidas requer uma série de habilidades. instâncias educacionais, em consonância com a informações gerais, importantes para se pensar realidade local. 17 18 SADEAM 2013 | Revista Pedagógica Matriz de referência de Matemática Ensino Médio Tema O Tema agrupa por afinidade um conjunto de habilidades indicadas pelos descritores. Descritores Os descritores associam o conteúdo curricular a operações cognitivas, indicando as habilidades que serão avaliadas por meio de um item. Item O item é uma questão utilizada nos testes de uma avaliação em larga escala e se caracteriza por avaliar uma única habilidade indicada por um descritor da Matriz de Referência. (M090495A9) Sandra vai guardar cubos, com 2 cm de aresta, numa caixa em forma de bloco retangular. Ela já colocou o primeiro cubo, como mostra a figura abaixo. 4 cm 6 cm 10 cm Quantos desses cubos, no máximo, Sandra pode colocar nessa caixa? A) 20 B) 30 C) 40 D) 60 Matemática - Ensino Médio | SADEAM 2013 MATRIZ DE REFERÊNCIA DE MATEMÁTICA - SADEAM 1ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO I. ESPAÇO E FORMA D1 Resolver problemas que envolvam a localização de pontos no plano cartesiano. D2 Reconhecer o seno, o cosseno e a tangente como razões entre os lados de um triângulo retângulo. D3 Resolver problemas envolvendo a lei dos senos e dos cossenos. D4 Relacionar figuras tridimensionais às suas planificações. D5 Reconhecer círculo/circunferência, seus elementos e algumas de suas relações. D6 Utilizar relações e /ou razões trigonométricas do triângulo retângulo para resolver problemas. D7 Utilizar relações métricas do triângulo retângulo para resolver problemas. D8 Resolver problemas utilizando as propriedades dos polígonos ( soma dos ângulos internos, números de diagonais, cálculo da medida de cada ângulo interno nos polígonos regulares). II. GRANDEZAS E MEDIDAS D9 Resolver problema utilizando relações entre diferentes unidades de medida. D10 Resolver problemas envolvendo o cálculo de perímetro de figuras planas. D11 Resolver problema envolvendo o cálculo de áreas de figuras planas. D12 Resolver problema envolvendo noção de volume. III. NÚMEROS E OPERAÇÕES/ÁLGEBRA E FUNÇÕES D13 Reconhecer números reais representados em diferentes contextos. D14 Reconhecer intervalos de crescimento/decrescimento, ponto(s) de máximo/mínimo, e/ou zeros de funções reais representadas em um gráfico. D15 Identificar a representação algébrica ou gráfica que modela uma situação descrita em um texto. D16 Resolver problemas com números reais, envolvendo os diferentes significados das operações ( adição, subtração, multipliação, divisão e potenciação). D17 Identificar a representação algébrica e/ou gráfica de uma função do 1⁰ grau, conhecendo alguns de seus elementos. D18 Identificar a representação algébrica e/ou gráfica de uma função do 2⁰ grau, conhecendo alguns de seus elementos. D19 Associar o gráfico de uma função exponencial à sua representação algébrica ou vice-versa. D20 Resolver problemas que envolvam porcentagem. D21 Resolver problemas que envolvam variação proporcional, direta ou inversa, entre grandezas. D22 Determinar a solução de um sistema de equações do 1⁰ grau. D23 Resolver problemas que envolvam função do 1º grau. D24 Resolver problemas reconhecendo a progressão aritmética como uma função do 1º grau definida no conjunto dos números inteiros positivos. D25 Resolver problemas que envolvam função do 2º grau. D26 Resolver problemas envolvendo função exponencial. D27 Associar o gráfico de uma função logaritmica à sua representação algébrica ou vice-versa. D28 Resolver problemas envolvendo função logaritmica. D29 Resolver problemas que envolvam progressões aritméticas ou geométricas. D30 Determinar no ciclo trigonométrico os valores de seno, cosseno e tangente de um arco no intervalo (0, 2π). IV.TRATAMENTO DA LNFORMAÇÃO D31 Resolver problemas envolvendo interpretação de informações apresentadas em tabelas ou diferentes tipos de gráficos. 19 20 SADEAM 2013 | Revista Pedagógica MATRIZ DE REFERÊNCIA DE MATEMÁTICA - SADEAM 3ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO I. ESPAÇO E FORMA D1 Identificar a planificação de um poliedro ou corpo redondo. D2 Reconhecer triângulos semelhantes usando os critérios de semelhança. D3 Determinar a equação de uma reta no plano cartesiano. D4 Utilizar relações métricas do triângulo retângulo para resolver problemas. D5 Resolver problemas que envolvam razões trigonométricas no triângulo retângulo (seno, cosseno, tangente). D6 Resolver problemas que envolvam a localização de pontos no plano cartesiano. D7 Calcular o número de faces (ou arestas, ou vértices) de um poliedro, usando a relação de Euler. D8 Resolver problemas que envolvam a distância entre dois pontos do plano cartesiano. II. GRANDEZAS E MEDIDAS D9 Resolver problemas envolvendo o cálculo de perímetro de figuras planas. D10 Resolver problemas envolvendo medidas de grandezas. D11 Resolver problema envolvendo o cálculo de áreas de figuras planas. D12 Resolver problema envolvendo a área lateral ou total de um sólido. D13 Resolver problemas que envolvam volume de um sólido (prisma, pirâmide, cilindro, cone, esfera). III. NÚMEROS E OPERAÇÕES/ÁLGEBRA E FUNÇÕES D14 Reconhecer números reais representados em diferentes contextos. D15 Reconhecer intervalos de crescimento/decrescimento, ponto(s) de máximo/mínimo, e/ou zeros de funções reais representadas em um gráfico. D16 Identificar a expressão algébrica de 1º e 2º grau que modela uma situação descrita em um texto. D17 Identificar a representação algébrica de uma função do 1º grau, conhecendo alguns de seus elementos. D18 Associar a solução de um sistema de equações lineares com 2 incógnitas à sua representação gráfica. D19 Resolver problemas que envolvam porcentagem. D20 Resolver problemas que envolvam variação proporcional, direta ou inversa, entre grandezas. D21 Resolver problemas que envolvam progressões aritméticas ou geométricas. D22 Resolver problemas que envolvam função do 1º grau. D23 Resolver problemas reconhecendo a progressão aritmética como uma função do 1º grau definida no conjunto dos números inteiros positivos. D24 Resolver problemas envolvendo função do 2º grau. D25 Resolver problemas envolvendo função exponencial. D26 Resolver problemas de contagem utilizando o princípio multiplicativo ou noções de permutação simples, arranjo simples e/ou combinações simples. D27 Resolver problemas que envolvam sistemas de equações lineares. D28 Relacionar as raízes de um polinômio com sua decomposição em fatores do primeiro grau. D29 Resolver problemas envolvendo o cálculo de probabilidade. IV. TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO D30 Determinar medidas de tendência central (média, moda, mediana) em uma distribuição amostral. D31 Resolver problemas envolvendo interpretação de informações apresentadas em tabelas ou gráficos. D32 Resolver problemas que envolvam a noção de média aritmética. Matemática - Ensino Médio | SADEAM 2013 21 Composição dos cadernos para a avaliação Língua Portuguesa e Matemática 90 itens divididos em Língua Portuguesa 90 x 9 blocos por disciplina com 10 itens cada iiiii iiiiii iiiiii iiiiii iiiii iiiiiii iiiiiii iiiiiii iiiiiiiiiii i iiiiiiiiiii iiiii iiiiii iiiiii iiiiii iiiii iiiiiii iiiiiii iiiiiii iiiiiiiiiii i iiiiiiiiiii Matemática 90 x 2 blocos (20 itens) de cada disciplina formam um caderno com 4 blocos (40 itens) CADERNO CADERNO O CADERN O CADERN 36 x = 1 item Ao todo, são 36 modelos diferentes de cadernos. Teoria de Resposta ao Item (TRI) e Teoria Clássica dos Testes (TCT) O desempenho dos alunos em um teste pode ser analisado a partir de diferentes enfoques. Através da Teoria Clássica dos Testes – TCT, os resultados dos alunos são baseados no percentual de acerto obtido no teste, gerando a nota ou escore. As análises produzidas pela TCT são focadas na nota obtida no teste. A título de exemplo, um aluno responde a uma série de itens e recebe um ponto por cada item corretamente respondido, obtendo, ao final do teste, uma nota total, representando a soma destes pontos. A partir disso, há uma relação entre a dificuldade do teste e o valor das notas: os alunos tendem a obter notas mais altas em testes mais fáceis e notas mais baixas em testes mais difíceis. As notas são, portanto, “testedependentes”, visto que variam conforme a dificuldade do teste aplicado. A TCT é muito 22 SADEAM 2013 | Revista Pedagógica empregada nas atividades docentes, servindo de base, em regra, para as avaliações internas, aplicadas pelos próprios professores em sala de aula. A Teoria da Resposta ao Item – TRI, por sua vez, adota um procedimento diferente. Baseada em uma sofisticada modelagem estatística computacional, a TRI atribui ao desempenho do aluno uma proficiência, não uma nota, relacionada ao conhecimento do aluno das habilidades elencadas em uma Matriz de Referência, que dá origem ao teste. A TRI, para a atribuição da proficiência dos alunos, leva em conta as habilidades demonstradas por eles e o grau de dificuldade dos itens que compõem os testes. A proficiência é justamente o nível de desempenho dos alunos nas habilidades dispostas em testes padronizados, formados por questões de múltiplas alternativas. Através da TRI, é possível determinar um valor diferenciado para cada item. De maneira geral, a Teoria de Resposta ao Item possui três parâmetros, através dos quais é possível realizar a comparação entre testes aplicados em diferentes anos: Parâmetro A Envolve a capacidade de um item de discriminar, entre os alunos avaliados, aqueles que desenvolveram as habilidades avaliadas daqueles que não as desenvolveram. Parâmetro B Permite mensurar o grau de dificuldade dos itens: fáceis, médios ou difíceis. Os itens estão distribuídos de forma equânime entre os diferentes cadernos de testes, possibilitando a criação de diversos cadernos com o mesmo grau de dificuldade. Parâmetro C Realiza a análise das respostas do aluno para verificar aleatoriedade nas respostas: se for constatado que ele errou muitos itens de baixo grau de dificuldade e acertou outros de grau elevado, situação estatisticamente improvável, o modelo deduz que ele respondeu aleatoriamente às questões. A TCT e a TRI não produzem resultados incompatíveis ou excludentes. Antes, estas duas teorias devem ser utilizadas de forma complementar, fornecendo um quadro mais completo do desempenho dos alunos. O SADEAM utiliza a TRI para o cálculo da proficiência do aluno, que não depende unicamente do valor absoluto de acertos, já que depende também da dificuldade e da capacidade de discriminação das questões que o aluno acertou e/ou errou. O valor absoluto de acertos permitiria, em tese, que um aluno que respondeu aleatoriamente tivesse o mesmo resultado que outro que tenha respondido com base em suas habilidades, elemento levado em consideração pelo “Parâmetro C” da TRI. O modelo, contudo, evita essa situação e gera um balanceamento de graus de dificuldade entre as questões que compõem os diferentes cadernos e as habilidades avaliadas em relação ao contexto escolar. Esse balanceamento permite a comparação dos resultados dos alunos ao longo do tempo e entre diferentes escolas. Matemática - Ensino Médio | SADEAM 2013 Níveis de Proficiência Matemática NÍVEIS DA ESCALA DE PROFICIÊNCIA Uma escala é a expressão da medida de uma grandeza. É uma forma de apresentar resultados com base em uma espécie de “régua” construída com critérios próprios. Em uma Escala de Proficiência, os resultados da avaliação são apresentados em níveis, de modo a conter, em uma mesma “régua”, a distribuição dos resultados do desempenho dos alunos no período de escolaridade avaliado, revelando, assim, o desempenho na avaliação. A média de proficiência obtida deve ser alocada na descrição dos intervalos da Escala de Proficiência no ponto correspondente, permitindo a realização de um diagnóstico pedagógico bastante útil. Detalhamento das habilidades presentes nos níveis de proficiência De 250 até 300 pontos 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000 Neste nível, os alunos do Ensino Médio conseguem: »Resolver problemas de cálculo de área com base na contagem das unidades de uma malha quadriculada. »Localizar objeto em um referencial de malha quadriculada a partir de suas coordenadas. »Resolver problema com números naturais de até dois algarismos, envolvendo diferentes significados da adição. De 300 até 350 pontos 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000 Neste nível, os alunos do Ensino Médio conseguem: »Calcular adição com números naturais de três algarismos, com reserva. »Reconhecer a decomposição de um número considerando o seu valor posicional na base decimal. »Reconhecer o valor posicional dos algarismos em números naturais. »Localizar números naturais (informados) na reta numérica. »Ler informações em tabela de coluna única. »Identificar quadriláteros. 23 24 SADEAM 2013 | Revista Pedagógica De 350 até 400 pontos 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000 Neste nível, os alunos do Ensino Médio conseguem: »Identificar a localização de um número natural representado por um ponto especificado da reta numérica graduada em intervalos unitários. »Identificar figuras planas a partir de sua imagem pelos lados e pelo ângulo reto. »Identificar a forma ampliada de uma figura simples em uma malha quadriculada. »Calcular o resultado de uma subtração com números de até quatro algarismos, com reserva. »Reconhecer composição e decomposição de números naturais em dezenas e unidades, considerando o seu valor posicional na base decimal. »Efetuar multiplicação com reserva, tendo por multiplicador um número com um algarismo. »Ler informações em tabelas de dupla entrada. »Resolver problemas: relacionando diferentes unidades de uma mesma medida para cálculo de intervalos (dias e semanas, horas e minutos) e de comprimento (m e cm); e envolvendo soma de números naturais ou racionais na forma decimal, constituídos pelo mesmo número de casas decimais e por até três algarismos. »Interpretar um gráfico de colunas, por meio da leitura de valores do eixo vertical. »Reconhecer a planificação de um cone e de um cubo a partir de sua imagem. De 400 até 450 pontos 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000 Neste nível, os alunos do Ensino Médio conseguem: »Identificar localização ou movimentação de objetos em representações gráficas, com base em referencial diferente da própria posição. »Interpretar dados num gráfico de colunas por meio da leitura de valores no eixo vertical. »Estabelecer relações entre medidas de tempo (horas, dias, semanas) e efetuar cálculos utilizando as operações a partir delas. »Calcular resultado de subtrações mais complexas com números naturais de quatro algarismos e com reserva. »Efetuar multiplicações com números de dois algarismos e divisões exatas por números de um algarismo. »Diferenciar, entre os diversos sólidos, os que têm superfícies arredondadas. »Reconhecer o princípio do valor posicional do sistema de numeração decimal. »Decompor um número natural em suas ordens e vice-versa. »Resolver problemas simples envolvendo as operações, usando dados apresentados em gráficos ou tabelas, inclusive com duas entradas. »Resolver problema de subtração de números racionais escritos na forma decimal com o mesmo número de casas decimais. »Identificar gráfico (barra/coluna) correspondente a uma tabela e vice-versa. Matemática - Ensino Médio | SADEAM 2013 »Localizar um ponto no plano cartesiano a partir de suas coordenadas apresentadas através de um par ordenado. »Identificar o gráfico de setor correspondente a uma tabela e vice-versa. De 450 até 500 pontos 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000 Neste nível, os alunos do Ensino Médio conseguem: »Reconhecer a lei de formação de uma sequência de números naturais, com auxílio de representação na reta numérica. »Identificar os lados e, conhecendo suas medidas, calcular a extensão do contorno de uma figura poligonal dada em uma malha quadriculada. »Identificar propriedades comuns e diferenças entre sólidos geométricos (número de faces). »Resolver uma divisão exata por número de até dois algarismos e uma multiplicação cujos fatores são números de até dois algarismos. »Localizar informações em gráficos de colunas duplas. »Resolver problemas que envolvem a interpretação de dados apresentados em gráficos de barras ou em tabelas. »Ler gráficos de setores. »Identificar o número natural que é representado por um ponto especificado da reta numérica graduada em intervalos. »Identificar figuras planas, dentre um conjunto de polígonos, pelo número de lados. »Identificar quadriláteros pelas características de seus lados e ângulos. »Calcular o perímetro de figuras sem o apoio de malhas quadriculadas. »Identificar gráfico de colunas que corresponde a uma tabela com números positivos e negativos. »Localizar dados em tabelas de múltiplas entradas. De 500 até 550 pontos 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000 Neste nível, os alunos do Ensino Médio conseguem: »Calcular expressão numérica (soma e subtração), envolvendo o uso de parênteses e colchetes. »Calcular o resultado de uma divisão por um número de dois algarismos, inclusive com o resto. »Identificar algumas características de quadriláteros relativas aos lados e ângulos. »Identificar planificações de um cubo e de um cilindro dada em situação contextualizada (lata de óleo, por exemplo). »Reconhecer alguns polígonos (triângulos, quadriláteros, pentágonos e hexágonos) e círculos. »Reconhecer que a medida do perímetro de um polígono, em uma malha quadriculada, dobra ou se reduz à metade, quando os lados dobram ou são reduzidos à metade. »Calcular porcentagens simples. »localizar números racionais na forma decimal na reta numérica. »Reconhecer o gráfico de colunas correspondente a dados apresentados de forma textual. 25 26 SADEAM 2013 | Revista Pedagógica »Identificar o gráfico de colunas correspondente a um gráfico de setores. »Resolver problemas de contagem em uma disposição retangular envolvendo mais de uma operação. »Identificar a planificação de um cubo e de um cilindro em situação contextualizada. »Reconhecer e efetuar cálculos com ângulos retos e não retos. »Localizar números inteiros e números racionais, positivos e negativos, na forma decimal, na reta numérica. Resolver problemas: »realizando cálculo de conversão de medidas: de tempo (horas/ minutos e dias/anos), de temperatura (identificando sua representação numérica na forma decimal), comprimento (m/km) e de capacidade (mL/L); »de soma, envolvendo combinações, e de multiplicação, envolvendo configuração retangular em situações contextualizadas; De 550 até 600 pontos 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000 Neste nível, os alunos do Ensino Médio conseguem: »Identificar as posições dos lados de quadriláteros (paralelismo). »Identificar poliedros e corpos redondos, relacionando-os às suas planificações. »Resolver problemas que envolvem proporcionalidade requerendo mais de uma operação. »Reconhecer diferentes planificações de um cubo. »Calcular a medida do contorno (ou perímetro) de uma figura geométrica irregular formada por quadrados justapostos desenhada em uma malha quadriculada. »Localizar pontos no plano cartesiano. »Identificar as coordenadas de pontos plotados no plano cartesiano. »Identificar equações e sistemas de equações de primeiro grau que permitem resolver problemas. »Calcular o valor numérico de uma expressão algébrica simples. »Reconhecer o gráfico de linhas correspondente a uma sequência de valores ao longo do tempo (com valores positivos e negativos). »Calcular o valor numérico de uma expressão algébrica, incluindo potenciação. »Identificar a localização aproximada de números inteiros não ordenados em uma reta cuja escala não é unitária. »Solucionar problemas de cálculo de área com base em informações sobre os ângulos de uma figura. »Resolver problemas envolvendo o cálculo de uma porcentagem de uma quantidade inteira. »Identificar as raízes de uma função real através do gráfico dessa função. Resolver problemas: »estimando medidas de grandezas, utilizando unidades convencionais (L); »simples de contagem, envolvendo o princípio multiplicativo; »utilizando o conceito de progressão aritmética (P.A.), calculam uma probabilidade simples. Matemática - Ensino Médio | SADEAM 2013 De 600 até 650 pontos 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000 Neste nível, os alunos do Ensino Médio conseguem: »Realizar conversão e soma de medidas de comprimento e massa (m/km e g/kg). »Identificar elementos de figuras tridimensionais. »Calcular o volume de sólidos a partir da medida de suas arestas. »Ordenar e comparar números inteiros negativos e localizar números decimais negativos com o apoio da reta numérica. »Identificar a equação do primeiro grau adequada para a solução de um problema. Solucionar problemas: »envolvendo propriedades dos polígonos regulares inscritos (hexágono), para calcular o seu perímetro; »envolvendo porcentagens diversas e suas representações na forma decimal; »envolvendo o cálculo de grandezas diretamente proporcionais e a soma de números inteiros. »Identificam crescimento e decrescimento em um gráfico de função. »Calculam o resultado de uma divisão em partes proporcionais e conseguem identificar o termo seguinte em uma sequência dada (P.G.). »Resolvem problema envolvendo o cálculo de volume de um sólido geométrico. »Resolvem problema envolvendo o cálculo de um valor assumido por uma função afim. De 650 até 700 pontos 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000 Neste nível, os alunos do Ensino Médio conseguem: »Calcular a ampliação, a redução ou a conservação da medida (informada inicialmente) de ângulos, lados e área de figuras planas. »Localizar pontos em um referencial cartesiano. Resolvem problemas: »Envolvendo o teorema sobre a soma dos ângulos internos de um triângulo. »Envolvendo variação proporcional entre mais de duas grandezas. »Envolvendo porcentagens diversas e suas representações na forma fracionária (incluindo noção de juros simples e lucro). »De adição e multiplicação, envolvendo a identificação de um sistema de equações do primeiro grau com duas variáveis. Além disso, conseguem: »Classificar ângulos em agudos, retos ou obtusos de acordo com suas medidas em graus. 27 28 SADEAM 2013 | Revista Pedagógica »Realizar operações e estabelecer relações utilizando os elementos de um círculo ou circunferência (raio, diâmetro, corda). »Identificar a inequação do primeiro grau adequada para a solução de um problema. »Calcular expressões numéricas com números inteiros e decimais positivos e negativos. »Solucionar problemas em que a razão de semelhança entre polígonos é dada, por exemplo, em representações gráficas envolvendo o uso de escalas. »Ler informações fornecidas em gráficos envolvendo regiões do plano cartesiano. »Analisar gráficos de colunas representando diversas variáveis, comparando seu crescimento. »Resolver problema contextualizado cuja modelagem recai em uma equação do primeiro grau. »Calcular a medida do perímetro de um polígono formado pela justaposição de figuras geométricas. »Identificar as coordenadas de três pontos, plotados no plano cartesiano, sendo dois deles pertencentes a eixos coordenados. Neste nível, os alunos também: »Calculam o valor numérico de uma função e conseguem identificar uma função do 1° grau apresentada em uma situação-problema; identificar o gráfico de uma reta, dada sua equação; calcular a probabilidade de um evento em um problema simples. »Resolvem problema envolvendo o cálculo da posição de um termo em uma progressão aritmética. De 700 até 750 pontos 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000 Neste nível, os alunos do Ensino Médio conseguem: »Resolver problemas envolvendo ângulos, inclusive utilizando a lei angular de Tales e aplicando o teorema de Pitágoras. »Identificar propriedades comuns e diferenças entre figuras bidimensionais e tridimensionais, relacionando as últimas às suas planificações. »Identificar o sólido que corresponde a uma planificação dada; »Reconhecer a proporcionalidade entre comprimentos em figuras relacionadas por ampliação ou redução. »Calcular volume de paralelepípedo. »Calcular o perímetro de polígonos sem o apoio de malhas quadriculadas. »Calcular ângulos centrais em uma circunferência dividida em partes iguais. »Calcular o resultado de expressões envolvendo, além das quatro operações, números decimais (positivos e negativos, potências e raízes exatas). »Efetuar cálculos de divisão com números racionais (forma fracionária e decimal, simultaneamente). »Calcular expressões com numerais na forma decimal com quantidades de casas diferentes. »Obter a média aritmética de um conjunto de valores. »Analisar um gráfico de linhas com sequência de valores. »Determinar a razão de semelhança entre dois triângulos, com apoio das figuras. »Determinar as coordenadas de um ponto de intersecção de duas retas. Matemática - Ensino Médio | SADEAM 2013 »Resolver uma equação exponencial por fatoração de um dos membros. »Identificar os zeros de uma função quadrática através do gráfico dessa função. Resolvem problemas: »utilizando propriedades dos polígonos (número de diagonais, soma de ângulos internos, valor de cada ângulo interno ou externo), inclusive por meio de equação do 1º grau; »envolvendo o cálculo da área lateral de um prisma triangular. »Envolvendo a conversão de metro quadrado em litro; »que recaem em equação do 2º grau; »de juros simples; »usando sistema de equações do primeiro grau. De 750 até 800 pontos 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000 Neste nível, os alunos do Ensino Médio conseguem: »Calcular o número de diagonais de um polígono. »Resolver problemas utilizando propriedades de triângulos e quadriláteros. »Utilizar propriedades de polígonos regulares. »Calcular a área de figuras simples (triângulo, paralelogramo, retângulo, trapézio). »Aplicar as propriedades da semelhança de triângulos na resolução de problemas. »Reconhecer que a área de um retângulo quadruplica quando seus lados dobram. »Resolver problemas envolvendo círculos concêntricos. »Resolver problemas com números inteiros positivos e negativos não explícitos com sinais. »Localizar frações na reta numérica. »Resolver problemas envolvendo relações métricas no triângulo retângulo. »Identificar a forma fatorada de um polinômio do segundo grau. Eles ainda: »Usam as razões trigonométricas para resolver problemas simples. »Conhecem e utilizam a nomenclatura do plano cartesiano (abscissa, ordenada, quadrantes) e conseguem encontrar o ponto de interseção de duas retas. »Identificam a função linear ou afim que traduz a relação entre os dados em uma tabela. »Resolvem problemas envolvendo funções afins e resolvem uma equação do 1°grau que requer manipulação algébrica. »Resolvem expressões envolvendo módulo. »Resolvem equações exponenciais simples. »Identificam no gráfico de uma função, intervalos em que os valores são positivos ou negativos e os pontos de máximo ou mínimo. »Reconhecem o grau de um polinômio, identificam suas raízes na forma fatorada e os fatores do primeiro grau de um polinômio dado. 29 30 SADEAM 2013 | Revista Pedagógica »Distinguem progressões aritméticas de geométricas. »Determinam a solução de um sistema de equações lineares com três incógnitas e três equações. »Identificam a equação reduzida de uma reta a partir de dois de seus pontos. »Resolvem problemas de contagem envolvendo permutação e calculam a probabilidade de um evento, usando o princípio multiplicativo para eventos independentes. Acima de 800 pontos 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000 Neste nível, os alunos do Ensino Médio conseguem: »Reconhecem a proporcionalidade dos elementos lineares de figuras semelhantes. »Aplicam o teorema de Pitágoras em figuras espaciais. »Resolvem problemas envolvendo o ponto médio de um segmento e calculam a distância de dois pontos no plano cartesiano. »Reconhecem a equação de uma reta tanto a partir do conhecimento de dois de seus pontos quanto a partir do seu gráfico. »Determinam o ponto de interseção de uma reta, dada por sua equação, com os eixos. »Calculam a área total de uma pirâmide regular. »Calculam o volume de um cilindro. »Identificam a expressão algébrica que está associada à regularidade observada em uma sequência de figuras. »Reconhecem que o produto de dois números entre 0 e 1 é menor que cada um deles (interpretam o comportamento de operações com números reais na reta numérica). »Aplicam proporcionalidade inversa. »Associam o sinal do coeficiente angular ao crescimento/decrescimento de uma função afim e interpretam geometricamente o coeficiente linear. »Associam as representações algébrica e geométrica de um sistema de equações lineares e o resolvem. »Utilizam a definição de P.A. e P.G. para resolver um problema. »Reconhecem uma função exponencial dado o seu gráfico e vice-versa e aplicam a definição de logaritmo. »Distinguem funções exponenciais crescentes e decrescentes. »Resolvem problemas simples envolvendo funções exponenciais. »Reconhecem gráficos de funções trigonométricas (sen, cos) e o sistema associado a uma matriz. »Conseguem resolver problemas de contagem mais sofisticados, usando o princípio multiplicativo e combinações simples. »Calculam as raízes de uma equação polinomial fatorada como o produto de um polinômio de 1º grau por outro de 2º grau. »Identificam a representação algébrica de uma função do 1º grau, dado o coeficiente linear e a imagem de um ponto. »Determinam a mediana de uma distribuição amostral simples. »Utilizam a relação de Euler para determinar o número de faces vértices e arestas. »Identificam a representação algébrica de uma função do 1º grau, dado o coeficiente linear e as coordenadas de um ponto da reta. Matemática - Ensino Médio | SADEAM 2013 Padrões de Desempenho Estudantil Abaixo do Básico Básico Proficiente Os Padrões de Desempenho são categorias definidas a partir de cortes numéricos que agrupam os níveis da Escala de Proficiência, com base nas metas educacionais estabelecidas pelo SADEAM. Esses cortes dão origem a quatro Padrões de Desempenho, os quais apresentam o perfil de desempenho dos alunos: Abaixo do Básico Avançado Além disso, as competências e habilidades agrupadas nos Padrões não esgotam tudo aquilo que os alunos desenvolveram e são capazes de fazer, uma vez que as habilidades avaliadas são aquelas consideradas essenciais em cada Básico Proficiente Avançado etapa de escolarização e possíveis de serem avaliadas em um teste de múltipla escolha. Cabe aos docentes, através de instrumentos de observação e registros Desta forma, alunos que se encontram em um Padrão de utilizados em sua prática cotidiana, Desempenho abaixo do esperado para sua etapa de escolaridade identificarem outras características precisam ser foco de ações pedagógicas mais especializadas, de apresentadas por seus alunos e modo a garantir o desenvolvimento das habilidades necessárias ao que não são contempladas nos sucesso escolar, evitando, assim, a repetência e a evasão. Padrões. Isso porque, a despeito Por outro lado, estar no Padrão mais elevado indica o caminho para o êxito e a qualidade da aprendizagem dos alunos. Contudo, é preciso salientar que mesmo os alunos posicionados no Padrão mais elevado precisam de atenção, pois é necessário estimulá-los para que progridam cada vez mais. dos traços comuns a alunos que se encontram em um mesmo intervalo de proficiência, existem diferenças individuais que precisam ser consideradas para a reorientação da prática pedagógica. São apresentados, a seguir, exemplos de itens* característicos de cada Padrão. *O percentual de respostas em branco e nulas não foi contemplado na análise. 31 32 SADEAM 2013 | Revista Pedagógica Abaixo do Básico 0 50 100 150 200 250 1ª série 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000 até 450 pontos Neste Padrão de Desempenho as habilidades matemáticas que se evidenciam são as relativas aos significados dos números nos diversos contextos sociais. Constata-se que neste Padrão que os alunos reconhecem um número maior de figuras bidimensionais, além de identificar a localização e movimentação de objetos em representações do espaço, tomando como referência a própria posição. No Campo Grandezas e Medidas, esses alunos determinam a medida da área de uma figura poligonal construída sobre uma malha quadriculada, demonstrando também coordenarem as ações de contar, bem como estabelecem relações entre as unidades de medidas de comprimento (metro e centímetro) e entre as unidades de medida de tempo. No Campo Numérico, eles demonstram compreender os algoritmos da adição, subtração e multiplicação, além de reconhecer e utilizar características do Sistema de Numeração Decimal, tais como princípio do valor posicional, escrita por extenso de números e sua composição ou decomposição em dezenas e unidades. Eles, também, identificam na reta numérica esses números. Percebemos ainda neste Padrão que os alunos já demonstram conhecimentos básicos relativos à Literacia Estatística. Eles conseguem ler e interpretar informações elementares e explícitas em um gráfico de colunas, por meio da leitura de valores do eixo vertical, além de identificar um determinado gráfico de barras (ou colunas) com a tabela de dados correspondentes e vice-versa. Matemática - Ensino Médio | SADEAM 2013 Carla vendeu 5 m de tecido durante um dia de trabalho. Quantos centímetros desse tecido ela vendeu nesse dia? A) 5 B) 50 C) 500 D) 5 000 (M060025BH) Esse item avalia a habilidade de os alunos resolverem problemas envolvendo a conversão entre as unidades de medida de comprimento. Para resolvê-lo, eles devem reconhecer o metro como unidade padrão de medida de comprimento e o centímetro como seu submúltiplo. Dessa forma, para obter a medida em centímetros, basta multiplicar por 100 a medida informada em metros. Os alunos que marcaram a opção C demonstram ter desenvolvido a habilidade avaliada pelo item. Os alunos que marcaram a opção A, possivelmente, não estabeleceram uma relação entre as unidades envolvidas no contexto. Já aqueles que escolheram as alternativas B ou D, provavelmente, reconheceram o centímetro como submúltiplo do metro, porém equivocaram-se ao estabelecer os critérios de conversão, adotando como divisão decimal ou . Como esta é uma habilidade trabalhada desde os anos escolares iniciais, é esperado que os alunos do 1º ano do Ensino Médio já a tenham desenvolvido. É importante que eles percebam que os prefixos “deci”, “centi” e “mili” do Sistema Métrico correspondem a , e , respectivamente. Conhecer essas relações pode facilitar as conversões entre unidades de medidas, evitando que os alunos decorem nomenclaturas por não compreenderem o significado desses prefixos. Também é importante que os alunos aprendam a diferenciar contextos em que os números estão sendo usados para contar daqueles em que estão sendo usados para medir, pois a comparação entre números em cada um desses contextos tem significados distintos. Por exemplo, 5 é menor que 500, mas 5 m é igual a 500 cm e maior que 50 cm. 43 43,2% de acerto A B C D 15,5% 26,1% 43,2% 13,4% 33 34 SADEAM 2013 | Revista Pedagógica 1ª série Básico 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000 de 450 a 550 pontos Neste Padrão de Desempenho, constata-se uma ampliação das habilidades relativas aos quatro campos da Matemática (Geométrico, Medidas, Numérico e Tratamento da Informação). No Campo Geométrico, esses alunos identificam propriedades comuns e diferenças entre sólidos geométricos (número de faces), identificam a localização ou movimentação de objetos em representações gráficas, situadas em referencial diferente da própria posição, identificam quadriláteros pelas características de seus lados e ângulos, identificam planificações de um cubo e de um cilindro dada em uma situação contextualizada, reconhecem e efetuam cálculos com ângulos retos e não retos, além de associarem uma trajetória representada em um mapa à sua descrição textual e reconhecer alguns polígonos e o círculo. Esses alunos também identificam pontos no plano cartesiano, dado o par ordenado. No que tange os conhecimentos relativos a Grandezas e Medidas, os alunos deste Padrão determinam a medida do perímetro de figuras em malhas quadriculadas, mas avançam na direção de calcular essa medida para figuras sem o apoio da malha. Também realizam conversões entre metros e quilômetros, comparam áreas de figuras poligonais em malhas quadriculadas, mas não conseguem determinar a medida da área de uma figura sem o apoio da malha. No trabalho com capacidade, estabelecem relações entre litros e mililitros, mas ainda não conseguem resolver problemas envolvendo a ideia de volume. Em relação à grandeza tempo, esses alunos realizam transformações entre as unidades de medida de tempo (dias, meses, anos), determinam intervalos de tempo e realizam cálculos simples com essas medidas. Neste Padrão os alunos demonstram atribuir significado ao conjunto dos números racionais. Eles compreendem o significado de fração, localizam números racionais (positivos e negativos) na forma decimal na reta numérica, resolvem problemas envolvendo porcentagem e subtração de decimais em diversos contextos sociais, além de demonstrarem uma maior compreensão das ações operatórias envolvendo o algoritmo da divisão e da multiplicação de números naturais de até dois algarismos. Ainda neste Padrão, os alunos localizam dados em tabelas de múltiplas entradas e leem dados em gráficos de setores, demonstrando um ganho neste Padrão em relação ao anterior. Além disso, com a compreensão da relação existente entre dados e informações são capazes de resolver problemas que envolvem a interpretação de dados apresentados em gráficos de barra ou em tabelas. Matemática - Ensino Médio | SADEAM 2013 Observe abaixo o desenho de um jogo de botões, com os jogadores representados por pontos dispostos em um plano cartesiano. (M090297ES) y 7 6 5 P Q 4 3 S R 2 1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 x Qual jogador está posicionado no ponto de coordenadas (8,3)? A) P. B) Q. C) R. D) S. Esse item avalia a habilidade de os alunos resolverem problemas envolvendo a localização de pontos no plano cartesiano. Para resolvê-lo, eles devem compreender que, convencionalmente, o primeiro número representado no par ordenado se refere a um valor do eixo x e o segundo ao eixo y. Dessa forma, devem reconhecer que (8, 3) são as coordenadas do ponto de interseção das retas x=8 e y=3. A escolha da alternativa C indica que esses alunos, possivelmente, desenvolveram a habilidade avaliada pelo item. Os alunos que marcaram a alternativa A, possivelmente, relacionaram de forma equivocada o número 3 à abscissa do ponto, não atribuindo significado à ordenada 5 do ponto P. Aqueles que indicaram a opção D reconheceram o número 3 como ordenada do ponto, porém confundiram-se ao indicar a abscissa 6 ao invés de 8. Ao analisarem os pontos plotados no plano cartesiano, as dificuldades mais frequentes dos alunos estão relacionadas à orientação positiva e negativa dos eixos coordenados ou a representação do ponto, observando que a primeira coordenada refere-se ao eixo x e a segunda ao eixo y, que são frequentemente invertidas. Essas foram as prováveis causas que levaram os alunos a marcarem as alternativas incorretas. 68 68,6% de acerto A B C D 10,0% 8,2% 68,6% 11,2% 35 36 SADEAM 2013 | Revista Pedagógica (M100059A9) Alberto comprou uma televisão por R$ 750,00 para pagar em duas parcelas. A primeira parcela que corresponde a 40% do preço da televisão, ele pagou à vista. Quanto Alberto pagou pela primeira parcela? A) R$ 280,00 B) R$ 300,00 C) R$ 450,00 D) R$ 710,00 Esse item avalia a habilidade de os alunos resolverem problemas envolvendo porcentagem. Para acertá-lo, eles devem observar que a primeira parcela corresponde ao pagamento feito à vista, o que equivale a 40% do preço da televisão. Assim, podem relacionar 40% de 750,00 ao cálculo de ou outras estratégias em que obtenham o mesmo resultado. Os alunos que marcaram a alternativa B demonstram ter desenvolvido a habilidade avaliada. Os avaliados que marcaram a alternativa C, possivelmente, utilizaram a ideia de fator de desconto, que neste caso corresponde a uma multiplicação por 0,6, e não terminaram de efetuar a operação. Já aqueles que assinalaram a opção D, provavelmente, não atribuíram significado ao conceito de porcentagem, relacionando apenas a diferença 750,00 – 40. O estudo de porcentagem é primordial devido às suas diversas aplicações em situações do cotidiano. Portanto, o processo de ensino deve levar os alunos a compreender os diferentes significados que os números racionais assumem em nossa sociedade, bem como saber manipulá-los de forma efetiva. Calcular porcentagem, por exemplo, é uma habilidade presente em muitas situações de compra e venda de produtos. Saber calcular determinados percentuais, compará-los ao longo do tempo e verificar as vantagens e desvantagens de uma operação financeira é uma exigência básica no cotidiano de qualquer cidadão. 35 35,6% de acerto A B C D 22,2% 35,6% 23,7% 16,3% Matemática - Ensino Médio | SADEAM 2013 Segue abaixo um exemplo de item que caracteriza esse padrão de desempenho. (M090476A9) Observe a reta numérica representada abaixo, ele está dividida em segmentos de mesma medida. 4,6 4,8 M O número correspondente ao ponto M é A) 4,69 B) 4,70 C) 4,91 D) 5,50 Esse item avalia a habilidade de os alunos identificarem números racionais na reta numérica. 37 37,7% de acerto A B C D 37,7% 26,3% 16,9% 17,5% 37 38 SADEAM 2013 | Revista Pedagógica 1ª série Proficiente 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000 de 550 a 650 pontos As habilidades pertinentes ao Campo Geométrico aparecem neste Padrão, demonstrando que os alunos identificam elementos de figuras tridimensionais, resolvem problemas envolvendo as propriedades dos polígonos regulares, além de identificarem figuras geométricas por meio das coordenadas cartesianas de seus vértices, apoiadas em representações gráficas. Identificam poliedros e corpos redondos, relacionando-os às suas planificações. Os alunos demonstram também neste Padrão determinar a medida do perímetro de figuras em malhas quadriculadas com ou sem esse suporte, inclusive com figuras compostas por outras figuras. Também sabem determinar a medida do perímetro do hexágono regular, e estabelecem relações entre metros e quilômetros. Conseguem determinar a medida da área de quadrados e retângulos, mas não de outras figuras planas. Em relação ao conceito de volume, esses alunos conseguem determinar a medida do volume do cubo e do bloco retangular pela contagem de cubos ou pela multiplicação das medidas de suas arestas. Fazem estimativas utilizando o litro como unidade e realizam conversões entre litro e mililitro e também relacionam as unidades de massa grama e quilograma. Evidencia-se também neste Padrão uma maior expansão do Campo Numérico. Os alunos localizados neste Padrão de Desempenho demonstram compreender o significado de números racionais em situações mais complexas, que exigem deles uma maior abstração em relação a esse conhecimento. Eles resolvem problemas com números racionais envolvendo as operações aritméticas fundamentais, estabelecem relações entre frações próprias e impróprias, além de resolverem problemas envolvendo porcentagem ou o conceito de proporcionalidade. No que tange o Conhecimento Algébrico, os alunos neste Padrão demonstram calcular o valor numérico de uma expressão algébrica e identificar equações e sistemas de equações de primeiro grau que permite resolver um problema, e ainda, identificam as raízes de uma função real, dado o gráfico dessa função. O ganho, desse nível, no Campo Tratamento da Informação consiste basicamente na familiarização com outros tipos de gráficos e não somente os de barras, de colunas ou de setores. O gráfico de linhas passa a ser reconhecido como a forma gráfica mais apropriada para apresentar uma sequência de valores ao longo do tempo. Esses alunos também determinam a moda de uma distribuição amostral simples. Matemática - Ensino Médio | SADEAM 2013 (M100019A9) A figura abaixo é formada pelo pentágono regular ABCDE e pelo quadrado AEFG. C B D x A y G E F A soma das medidas dos ângulos x e y, indicados nessa figura é A) 108o B) 198o C) 210o D) 270o Esse item avalia a habilidade de os alunos quadrado, entretanto, apresentam dificuldades para identificarem a soma das medidas de dois ângulos obter o ângulo interno do pentágono regular. internos de polígonos regulares. Compreender as propriedades relativas à Para resolvê-lo, eles devem valer-se da propriedade soma dos ângulos internos de um triângulo é na qual a soma dos ângulos internos de um fundamental para que os alunos construam os pentágono regular qualquer é 540º, bem como do conhecimentos relativos aos demais polígonos. fato de que em um quadrado cada ângulo interno Eles devem ser levados a perceber que, traçando mede 90º. Assim, com o auxílio dessas informações, as diagonais, a partir de um dos vértices de um o avaliando pode verificar que a medida do ângulo polígono, fica visível a formação de triângulos e que, x é 108º (540 ÷ 5), y = 90º e dessa forma, x + y = conforme aumentamos os lados de um polígono, 198º. Os alunos que optaram pela alternativa B, a quantidade de triângulos também aumenta. possivelmente, desenvolveram a habilidade avaliada Assim, a consolidação das propriedades relativas ao pelo item. triângulo facilita o processo de generalização para Os alunos que assinalaram a alternativa A, provavelmente, consideraram equivocadamente apenas a medida do ângulo x. Já aqueles que marcaram a alternativa C, possivelmente, consideraram a medida do ângulo x igual a 120º e somaram a 90º. Os que optaram pela alternativa D, provavelmente, consideraram o ângulo x igual a 180º e o adicionaram ao ângulo de 90º. Mediante tais possibilidades, podemos perceber que os avaliados conseguem identificar o ângulo de 90º no os demais polígonos. 31 31,7% de acerto A B C D 29,5% 31,7% 24,4% 12,5% 39 40 SADEAM 2013 | Revista Pedagógica (M090495A9) Sandra vai guardar cubos, com 2 cm de aresta, numa caixa em forma de bloco retangular. Ela já colocou o primeiro cubo, como mostra a figura abaixo. 4 cm 6 cm 10 cm Quantos desses cubos, no máximo, Sandra pode colocar nessa caixa? A) 20 B) 30 C) 40 D) 60 O item avalia a habilidade de os alunos resolverem problema envolvendo o volume de um prisma. Para resolvê-lo, primeiramente, eles devem perceber que para determinar a quantidade máxima de cubos que cabem na caixa, é necessário relacionar seus volumes. Assim, devem calcular o volume do cubo, a partir de suas dimensões (2 x 2 x 2 = 8 cm³), e também calcular o volume da caixa (10 x 6 x 4 = 240 cm³). Logo, para verificar quantas vezes o cubo “cabe dentro” do bloco retangular, basta dividir 240 cm³ por 8 cm³. Os alunos que marcaram a alternativa B, possivelmente, desenvolveram a habilidade avaliada pelo item. Os alunos que marcaram as alternativas C ou D calcularam o produto da medida de duas das dimensões do bloco retangular, demonstrando não compreender o conceito de volume. Aqueles que escolheram a opção A, provavelmente, não se apropriaram do contexto do item e calcularam o volume do prisma, considerando equivocadamente para esse cálculo a soma de suas dimensões (4 cm + 6 cm + 10 cm = 20 cm3), o que sugere um desconhecimento sobre os procedimentos para calcular o volume desses sólidos. Ao analisar a habilidade avaliada por esse item, constata-se que os alunos apresentam dificuldade em compreender a relação existente entre altura, largura e comprimento de um objeto tridimensional. Para lançar os fundamentos para a compreensão de como calcular o volume dos prismas retangulares, bem como entender a relação existente entre altura, largura e comprimento, os alunos precisam já ter se apropriado do significado de capacidade, por meio de experiências com materiais manipuláveis. Em etapas iniciais de 27 27,5% de acerto A B C D 40,9% 27,5% 18,6% 11,3% Matemática - Ensino Médio | SADEAM 2013 escolarização, os alunos podem usar esses materiais (cubinhos, água, areia, arroz, etc.) para preencher recipientes e medir a quantidade utilizada. Em etapas subsequentes, eles devem perceber que na representação de um tipo especial de recipiente (prisma retangular com dimensões a, b, c), como mostra o desenho abaixo, a base (uma camada) pode ser preenchida por (a x b) cubos de 1 unidade cúbica de medida, para então reconhecer que há c dessas camadas na estrutura vertical. Portanto, o volume do prisma retangular pode ser dado por (a x b) x c. Observe abaixo mais alguns exemplos de itens representativos desse padrão. O chão retangular de uma cozinha foi revestido de placas quadradas de porcelanato. O chão da cozinha tem 6 m de comprimento e 4 m de largura e cada placa de porcelanato tem 0,5 m de lado. Quantas placas de porcelanato, no mínimo, foram usadas para revestir totalmente o chão dessa cozinha? (M080387E4) A) 10 B) 24 C) 48 D) 96 Esse item avalia a habilidade de os alunos resolverem problema envolvendo o cálculo de área de figuras planas. 12 12,1% de acerto A B C D 27,5% 33,3% 25,7% 12,1% 41 42 SADEAM 2013 | Revista Pedagógica (M120365B1) Para construir a maquete da igreja de sua cidade, João necessita que a torre tenha o formato de um cone acoplado a um cilindro, como na figura abaixo. O cilindro utilizado na maquete da torre dessa Igreja tem apenas a base inferior. A planificação desse sólido é A) B) C) D) E) Esse item avalia a habilidade de os alunos relacionarem figuras tridimensionais às suas planificações. 25 25,5% de acerto A B C D E 20,6% 7,2% 25,5% 34,7% 10,6% Matemática - Ensino Médio | SADEAM 2013 1ª série Avançado 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000 acima de 650 pontos As habilidades matemáticas características deste Padrão envolvem a resolução de problemas envolvendo o campo Algébrico e Geométrico. No Campo Geométrico há um avanço significativo. Os alunos resolvem problemas envolvendo as relações métricas do triângulo retângulo, propriedades dos polígonos regulares, Lei angular de Tales, triângulos semelhantes usando os critérios de semelhança. Eles também identificam sólidos correspondentes a uma planificação dada e reconhecem figuras geométricas por meio das coordenadas cartesianas de seus vértices, sem o apoio de representação gráfica. No que tange o Campo Grandezas e Medidas, conseguem determinar a medida da área de quadrados e retângulos e de outras figuras planas, tais como triângulo, paralelogramo e trapézio. Em relação ao conceito de volume, esses alunos conseguem determinar a medida do volume do cubo e do paralelepípedo pela multiplicação das medidas de suas arestas, e realizam conversões entre metro cúbico e litro. Neste Padrão os alunos demonstram resolver problemas envolvendo equação do 2° grau, identificam o gráfico de uma função quadrática dada a forma algébrica dessa função e os zeros de uma função do 2º grau dado o seu gráfico, além de identificar a expressão algébrica correspondente ao gráfico de uma função do 2º grau que possui uma única raiz real. Resolvem problemas envolvendo o sistema de equações do 1° grau, modelagem de inequação do 1° grau e problemas envolvendo juros simples e o cálculo de termos de uma progressão aritmética, além de localizar frações na reta numérica. Esses alunos identificam o intervalo de decrescimento de uma função afim definida por várias sentenças, identificam a representação algébrica de uma função do 1º grau dado o coeficiente linear e as coordenadas de um ponto da reta ou o coeficiente linear e a imagem de um ponto, bem como a razão correspondente ao seno, cosseno ou a tangente de um ângulo, dados os lados de um triângulo retângulo. No Padrão Avançado, os alunos utilizam o raciocínio matemático de forma mais complexa, conseguindo identificar e relacionar os dados apresentados em diferentes gráficos e tabelas para resolver problemas ou fazer inferências. Analisam gráficos de colunas representando diversas variáveis e conseguem calcular a média aritmética de um conjunto de valores e determinar a mediana de uma distribuição amostral simples. Embora o cálculo da média aritmética requeira um conjunto de habilidades já desenvolvidas pelos alunos em séries escolares anteriores, que utilizam, na prática, essa ideia para compor a nota bimestral ou em outros contextos extra-escolares, esse conceito básico de estatística, combinado com o raciocínio numérico, só é desempenhado pelos alunos neste Padrão. 43 44 SADEAM 2013 | Revista Pedagógica (M120367ES) O gráfico abaixo representa uma função f: [ – 5, 5] IR. y 6 5 4 3 2 1 –5 –4 –3 –2 –1 0 –1 1 2 3 4 5 x Qual é o intervalo de crescimento dessa função? A) [ – 5, – 2] B) [ – 5, 0] C) [ – 2, 2] D) [ 0, 3] E) [ 2, 5] Esse item avalia a habilidade de os alunos analisarem crescimento de funções reais apresentadas em gráficos. Para resolvê-lo, os alunos devem identificar a parte do gráfico que possui o crescimento e associá-la ao intervalo no domínio no qual ela está definida. Nesse caso, eles devem associar o intervalo de crescimento da função ao intervalo [2, 5]. Os alunos que assinalaram a alternativa E, provavelmente, desenvolveram a habilidade avaliada pelo item. Os alunos que marcaram as alternativas A ou C, provavelmente, não se apropriaram do significado de crescimento de uma função, confundindo com seu decrescimento (alternativa A) ou com o conceito de função constante (alternativa C). Aqueles que assinalaram a alternativa B, possivelmente, não compreenderam o comando do item, marcando o intervalo não positivo do domínio. Já os que marcaram a alternativa D podem ter marcado um intervalo do contradomínio, no qual a função não possui imagem. Um campo de grande aplicabilidade como o de funções deve ser explorado de forma a trazer um sentido mais amplo para o aluno, pois uma compreensão deficiente desse conceito pode trazer complicações para estudos posteriores na Matemática. A ideia de função está presente inclusive em modelos matemáticos utilizados em outros campos de conhecimento. O professor pode aproveitar essa grande variedade de temas para motivar a aprendizagem e, assim, torná-la mais significativa. 18 18,9% de acerto A B C D E 22,3% 15,1% 30,4% 12,2% 18,9% Matemática - Ensino Médio | SADEAM 2013 (M110380E4) Observe o triângulo retângulo abaixo. 20 15 β α 25 De acordo com os dados apresentados, o sen α é A) 15 25 B) 15 20 C) 20 25 D) 25 20 E) 25 15 Esse item avalia a habilidade de os alunos identificarem a razão trigonométrica correspondente ao seno de um ângulo, dados os lados de um triângulo retângulo. Para resolvê-lo, eles devem reconhecer que, em um triângulo retângulo, o seno de um ângulo corresponde à razão entre a medida do lado oposto a esse ângulo e a medida da hipotenusa. Considerando o triângulo no suporte desse item, os respondentes devem perceber que . Portanto, aqueles que marcaram a alternativa A, possivelmente, desenvolveram a habilidade avaliada pelo item. A opção pelas demais alternativas sugere que esses alunos consideraram o seno como sendo o cosseno ou a tangente, ou ainda inverteram o numerador com o denominador ao estabelecer a razão entre as medidas. A trigonometria é um importante campo da Matemática, no qual há uma convergência das relações geométricas e dos procedimentos algébricos. Entretanto, as razões trigonométricas têm sido geralmente ensinadas de forma que os alunos as memorizem, inclusive com uso de “macetes” para facilitar esse processo. Mais do que conhecer as 15 15,2% de acerto A B C D E 15,2% 17,2% 44,5% 11,5% 10,6% 45 46 SADEAM 2013 | Revista Pedagógica razões trigonométricas, é necessário que os alunos percebam como elas podem ser usadas para medir distâncias inacessíveis – desde que se conheçam as medidas dos ângulos internos do triângulo retângulo e pelo menos a medida de um de seus lados – e que, juntamente com as relações métricas, constituem as principais ferramentas para a resolução de problemas, seja na Geometria Plana ou na Geometria Espacial. Além disso, a compreensão destas relações é fundamental para a introdução que é feita, ainda no Ensino Médio, sobre as funções trigonométricas, as quais modelam os fenômenos periódicos em diversos campos científicos. (M120179ES) Duas caixas d’água iguais e cúbicas, cujas dimensões medem 4 dm, foram instaladas no sistema de vasos comunicantes, ligadas por canos no fundo. Esse sistema iguala o nível de água das duas caixas. Entre as caixas existe um registro que permite a passagem de água quando aberto. Com esse registro fechado a primeira caixa d’água foi completamente cheia (Desenho 1). Depois o registro foi aberto e o nível da água nas duas caixas equilibrou (Desenho 2), conforme ilustração abaixo. Desenho 1 Desenho 2 registro registro Desprezando a quantidade de água nos canos, o volume de água em cada uma das caixas após o equilíbrio no nível da água ilustrado no desenho 2 é A) 8 dm3 B) 16 dm3 C) 32 dm3 D) 64 dm3 E) 128 dm3 Esse item avalia a habilidade de os alunos resolverem problema envolvendo o cálculo do volume do cubo. Para resolvê-lo, eles devem primeiramente calcular o volume de água na primeira caixa do Desenho 1. Como essa caixa d’água está completamente cheia, tem formato cúbico e suas dimensões medem 4 dm (desprezando sua espessura), então o volume de água corresponde ao volume do cubo, isto é, 64 dm³. Em seguida, como o nível de água nas duas caixas se equilibrou no Desenho 2, então os alunos devem perceber que o volume de água em cada caixa é igual à metade daquele que estava na primeira caixa, ou seja, 32dm³. Logo, os alunos que escolheram a alternativa C, provavelmente, desenvolveram a habilidade avaliada pelo item. 16 16,9% de acerto A B C D E 41,9% 27,6% 16,9% 8,2% 4,2% Matemática - Ensino Médio | SADEAM 2013 A opção pela alternativa B sugere que os respondentes não se apropriaram do contexto do item e, além disso, utilizaram o conceito de área. Dessa forma, eles consideraram a área da base da primeira caixa do Desenho 1 (4 dm x 4 dm = 16 dm³) como se fosse seu volume e entenderam que esse era o dado requerido na resolução do problema. Aqueles que optaram pela alternativa A, possivelmente, seguiram essa mesma linha de raciocínio, mas entenderam que era necessário calcular a metade do volume inicial para encontrar o volume de água em cada caixa no Desenho 2 (16 dm³ ÷ 2 = 8 dm³). Por outro lado, os alunos que marcaram a alternativa D utilizaram corretamente o conceito do volume do cubo, mas não se apropriaram do enunciado do item. É possível que eles tenham entendido que o enunciado requeria apenas o volume inicial. Já os que assinalaram a alternativa E, provavelmente, entenderam que o volume de água nas caixas do Desenho 2 foi dobrado (64 dm³ x 2 = 128 dm³). Medir é uma ação essencial no cotidiano, na Matemática e nas demais ciências em geral, portanto é evidente que os alunos devem compreender não somente como medir, mas também o que significa medir. Sendo assim, conhecer os conceitos e procedimentos matemáticos, bem como a relação entre eles são elementos fundamentais para uma aprendizagem significativa. Nos anos iniciais de escolarização, é interessante que o conceito de volume1 seja intuitivamente introduzido aos alunos, a partir do conceito de capacidade2. Por exemplo, podem ser propostas atividades investigativas nas quais eles devem discutir como medir a quantidade de água e a quantidade de cubos necessários para preencher recipientes com diferentes formatos. Já em etapas posteriores de escolarização, com essas mesmas atividades, os alunos podem observar a existência de padrões para medir a quantidade de água e cubos em recipientes com formatos de poliedros (fórmulas para o cálculo de volume) e discutir quais características são necessárias para que dois recipientes tenham o mesmo volume (Princípio de Cavalieri). 1 Volume descreve a medida da quantidade de espaço delimitada por uma forma tridimensional. É medido em unidades cúbicas. 2 Capacidade descreve a quantidade de líquido (ou de outras substâncias, tais como cereais, arroz ou areia) que preenche o espaço que um objeto tridimensional pode conter. Sua unidade é geralmente o litro. 47 48 SADEAM 2013 | Revista Pedagógica Observe abaixo outros itens que caracterizam esse padrão de desempenho. (M090760A9) A figura abaixo representa o pátio da escola de Márcia. Quanto mede a área desse pátio? A) 38 m2 B) 90 m2 C) 126 m2 D) 150 m2 Esse item avalia a habilidade de os alunos resolverem problema envolvendo o cálculo de áreas. 20 20,7% de acerto A B C D 25,0% 29,6% 20,7% 22,6% (M11514SI) O diretor de uma escola resolveu melhorar sua biblioteca. Para tanto, pediu aos alunos que o ajudassem trazendo para a escola no primeiro mês 2 livros, no segundo mês 3 livros, no terceiro 4 livros e, assim, sucessivamente. Quantos livros os alunos deveriam trazer no décimo segundo mês? A) 11 Dado: B) 12 an = a1 + (n – 1)r C) 13 38,3% de acerto D) 22 E) 24 Esse item avalia a habilidade de os alunos resolverem problema envolvendo uma progressão aritmética. 38 A B C D E 17,0% 16,3% 38,3% 11,2% 16,1% Matemática - Ensino Médio | SADEAM 2013 Abaixo do Básico 0 50 100 150 200 250 3ª série 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000 até 500 pontos As habilidades matemáticas evidenciadas nesse Padrão de Desempenho demonstram o salto cognitivo percebido em relação à identificação de figuras geométricas planas e espaciais. Os alunos além de reconhecerem as formas geométricas, identificam suas propriedades através de seus atributos, como o número de lados em figuras planas e o número de faces em figuras espaciais. É consolidada também, nesse Padrão, a localização de pontos no plano cartesiano através das coordenadas dos pontos dados. No Campo Tratamento da Informação, a diferença reside no fato de que, nesse Padrão, os alunos são capazes de ler informações não somente em tabelas de coluna única ou de dupla entrada, mas também quando estas são compostas por múltiplas entradas. Os alunos conseguem ler dados em gráficos de setores e em gráficos de colunas duplas. Além de identificar, os alunos, nesse Padrão, interpretam os dados ao resolverem problemas utilizando os dados apresentados em gráficos de barras ou em tabelas. No Domínio Grandezas e Medidas, os alunos demonstram estimar medidas usando unidades convencionais e não convencionais. Desenvolvem tarefas mais complicadas em relação à grandeza tempo como, por exemplo, as relacionadas ao mês, bimestre, ano, bem como estabelecem relações entre segundos e minutos, minutos e horas, dias e anos. Em se tratando do Sistema Monetário, resolvem problemas de trocas de unidades monetárias que envolvem um número maior de cédulas e em situações menos familiares. Calculam a medida do perímetro em uma figura poligonal dada em uma malha quadriculada ou mesmo sem o apoio da mesma quando todas as suas medidas são explicitadas. Comparam e calculam a área de figuras poligonais em malhas quadriculadas. No Campo Numérico, os alunos, nesse Padrão, conseguem resolver problemas com mais de uma operação, além de resolverem problemas envolvendo subtração de números decimais com o mesmo número de casas. 49 50 SADEAM 2013 | Revista Pedagógica (M120226D3) Em um campeonato interescolar de futsal, as vitórias valiam 3 pontos, os empates valiam 2 pontos e o time derrotado recebia 1 ponto de participação. A tabela abaixo apresenta os números das cinco turmas participantes de uma escola nesse campeonato. Turmas Vitórias Empates Derrotas 5º ano 0 7 0 6º ano 1 3 2 7º ano 3 0 4 8º ano 1 6 0 9º ano 2 2 3 Qual dessas cinco turmas teve melhor desempenho nesse campeonato, considerando os valores citados? A) 5º ano. B) 6º ano. C) 7º ano. D) 8º ano. E) 9º ano. O item avalia a habilidade de os alunos resolverem Já aqueles que optaram pela alternativa E, problemas envolvendo interpretação de possivelmente, ordenaram pelos valores informações apresentadas em tabelas. apresentados na primeira coluna, demonstrando Para resolvê-lo, eles devem analisar cada uma das linhas da tabela, multiplicando o número de desconsiderar os dados apresentados para a resolução do problema. vitórias, empates e derrotas pelas suas respectivas Aprimorar a habilidade de leitura e interpretação pontuações e somando os resultados. Em seguida, de dados contidos em tabelas e gráficos se faz eles devem observar que a turma que teve o melhor cada vez mais necessário devido à utilização dessa desempenho é aquela que apresenta a maior linguagem nas mídias (jornais, revistas, internet) dessas somas. Portanto, os alunos que marcaram e em alguns registros financeiros (companhia a alternativa D, provavelmente, desenvolveram a de energia e água, cartões de crédito, bolsa de habilidade avaliada pelo item. valores, etc). O desenvolvimento dessa habilidade A escolha da alternativa A indica que os alunos consideraram o maior valor absoluto da tabela (7), demonstrando não compreenderem a ideia multiplicativa implícita no contexto do item. Aqueles que optaram pela alternativa C, possivelmente, desconsideraram as pontuações referentes ao número de empates e derrotas, demonstrando não compreenderem o enunciado do problema. Os respondentes que escolheram a alternativa B, provavelmente, não se apropriaram do comando para resposta do item e indicaram a turma com menor pontuação. permite aos alunos avaliarem criticamente essas informações, ao mesmo tempo em que os ajuda a tomar decisões baseadas em interpretações estatísticas adequadas. 48 48,7% de acerto A B C D E 13,6% 6,7% 18,4% 48,7% 11,5%’ Matemática - Ensino Médio | SADEAM 2013 3ª série Básico 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000 de 500 a 600 pontos Os alunos, nesse Padrão de Desempenho, resolvem problemas mais complexos envolvendo as operações, usando dados apresentados em gráficos e tabelas de múltiplas entradas. O gráfico de linhas passa a ser reconhecido como a forma gráfica mais apropriada para apresentar uma sequência de valores ao longo do tempo. No Campo Geométrico, os alunos são capazes de identificar poliedros e corpos redondos e os relacionam com suas planificações. Eles também identificam as coordenadas de pontos plotados no plano cartesiano. Nesse Padrão, os alunos reconhecem que o perímetro de um polígono, em uma malha quadriculada, é proporcional às medidas dos lados e conseguem calcular o perímetro de uma figura poligonal irregular, cujos lados se apoiam em uma malha quadriculada. Eles sabem, também, estabelecer relações entre metro e quilômetro. Resolvem problemas de cálculo da área com base na contagem das unidades não inteiras (meio “quadradinho” da malha) de uma malha quadriculada, além de determinarem a medida da área de quadrados e retângulos. Em relação às medidas de capacidade, conseguem estimar medidas de grandezas utilizando o litro, e fazem a conversão entre litro e mililitro. Conseguem resolver problemas envolvendo o cálculo de intervalos de tempo em horas e minutos. No Domínio Números e Operações, os alunos são capazes de resolver problemas com um grau de complexidade um pouco maior, envolvendo mais operações. Os alunos reconhecem e aplicam em situações simples o conceito de porcentagem e calculam o resultado de uma expressão algébrica, com parênteses e colchetes, inclusive com potenciação. Calculam uma probabilidade simples e identificam fração como parte do todo, sem o apoio de figura e identificam uma equação de 1° grau adequada para a resolução de um problema. 51 52 SADEAM 2013 | Revista Pedagógica Para escolher o orador da turma na formatura, os estudantes realizaram um sorteio. Ana, Beatriz, Anderson, Caroline, Cássio, Álvaro, Amanda, Cláudia, Camila e André escreveram seus nomes em filetes de papel e colocaram em uma caixa. Qual é a probabilidade de o estudante sorteado ter o nome iniciado pela letra C? (M120330ES) A) 2 5 B) 3 5 C) 2 3 D) 5 3 E) 5 2 Esse item avalia a habilidade de os alunos resolverem problemas envolvendo a probabilidade de um evento em um espaço amostral equiprovável. Para resolvê-lo, eles precisam relacionar a probabilidade de um evento com a razão entre o número de casos favoráveis à sua ocorrência e , o número de casos possíveis, ou seja, devem reconhecer a razão que representa o número de pessoas cujos nomes iniciam com a letra C (4) em relação ao total de candidatos a orador da turma (10). Em seguida, devem encontrar a fração irredutível , equivalente a 25 25,6% de acerto . Os alunos que marcaram a alternativa A, provavelmente, desenvolveram a habilidade avaliada pelo item. Os alunos que optaram pelas alternativas B ou D, possivelmente, fizeram uma interpretação equivocada e relacionaram a quantidade de candidatos cujo nome não inicia com a letra C com o total de candidatos para orador. Porém, os respondentes que marcaram a alternativa D se encontram em um estágio de desenvolvimento mais crítico do que aqueles que marcaram a alternativa B, pois além de considerarem o número de candidatos cujos nomes “não” iniciam com a letra C, relacionaram os casos favoráveis à ocorrência de um evento ao denominador e o número de casos possíveis ao numerador da fração, o que indica uma não apropriação dos conceitos básicos de probabilidade. Os alunos que assinalaram a alternativa C, possivelmente, consideraram corretamente que o número de casos favoráveis é a quantidade de pessoas com nomes que iniciam com a letra C, porém equivocaram-se ao considerar a quantidade de candidatos a orador cujos nomes não iniciam com a letra C (6) como número de casos possíveis. Já aqueles que marcaram a alternativa E, A B C D E 25,6% 26,0% 21,2% 16,6% 9,5% Matemática - Ensino Médio | SADEAM 2013 provavelmente, inverteram a relação casos possíveis crítico para tomadas de decisões. As situações de e casos favoráveis, considerando assim os casos aprendizagem que possibilitam a discussão das possíveis como numerador e os casos favoráveis diferentes ideias3 que envolvem probabilidade e como denominador. proporcionam a articulação dessas com a análise Ao analisar a habilidade de resolver problemas envolvendo probabilidade, constata-se que os combinatória e estatística contribuem para o desenvolvimento do pensamento probabilístico. alunos apresentam dificuldades em compreender a relação existente entre os casos favoráveis e possíveis do espaço amostral equiprovável, demonstrando não compreenderem esses conceitos. A teoria das probabilidades é um dos ramos da Matemática que cria, elabora e pesquisa modelos para experimentos ou fenômenos aleatórios, além de ajudar no desenvolvimento do senso 3 Existem algumas ideias intrinsecamente relacionadas ao conceito de probabilidade, tais como, a ideia objetiva ou normativa, apoiada na teoria dos conjuntos (impõe que os sucessos sejam equiprováveis e corresponda a um espaço amostral finito); perspectiva subjetivista (as probabilidades expressam grau de crença ou percepção pessoal); concepção clássica do cálculo de probabilidade apresentada por Laplace (a probabilidade é definida pela razão entre números de casos favoráveis em relação ao número total de casos possíveis, desde que esteja explícito que todos os resultados são igualmente prováveis). O reservatório de uma usina possui capacidade para armazenar 975 000 mL de água e está completamente vazio. Para encher esse reservatório, utiliza-se um recipiente que comporta 65 L de água. Quantos desses recipientes, completamente cheios, são necessários para encher totalmente esse reservatório? A) 1,5 B) 15 C) 150 D) 1 500 E) 15 000 (M120421E4) Esse item avalia a habilidade de os alunos resolverem problemas envolvendo a conversão de unidades de medida de capacidade. Para resolvê-lo, eles devem estabelecer a relação entre litro e mililitro, percebendo que 1L equivale a 1 000 mL, portanto, 65 L equivalem a 65 000 mL. Em seguida, devem dividir a capacidade do reservatório (975 000 mL ou 975 L) pela capacidade do recipiente (65 000 mL ou 65 L) para encontrar a quantidade de recipientes necessários para encher totalmente o reservatório. Os alunos que marcaram a alternativa B, provavelmente, desenvolveram a habilidade avaliada pelo item. 21 21,4% de acerto A B C D E 8,3% 21,4% 21,4% 24,2% 23,7% 53 54 SADEAM 2013 | Revista Pedagógica A opção pelas demais alternativas sugere que os alunos realizaram a divisão da capacidade do reservatório pela capacidade do recipiente para enchê-lo, porém confundiram a relação entre as unidades de medida, considerando 1 L = 10 000 mL ou 1 L = 100 mL ou 1 L = 10 mL, ou ainda, 1 L = 1 mL, demonstrando assim não perceberem a relação existente entre os múltiplos e submúltiplos do litro. Nas conversões entre unidades do Sistema Métrico, é importante que os alunos percebam que os prefixos “kilo”, “centi” e “mili” correspondem a 1000, e , respectivamente. Conhecer essas relações pode facilitar as conversões entre unidades de medidas, evitando que os alunos decorem nomenclaturas por não compreenderem o significado desses prefixos. Também é importante que os alunos aprendam a diferenciar contextos em que os números estão sendo usados como quantidades daqueles em que são usados como medidas, pois a comparação entre números em cada um desses contextos tem significados distintos. Por exemplo, 1 é menor que 2, mas 1 L é maior que 2 mL. Observe abaixo mais alguns itens representativos desse padrão de desempenho. (M090152A8) O irmão de Suzana tem 10 reais a mais que ela, e os dois juntos têm 17 reais. Chamando de V o valor que Suzana tem, qual é a equação que permite resolver esse problema? A) V + V + 10 = 17 B) V + 10V = 17 C) V + 17 – V = 10 D) V – 17 + V = 10 Esse item avalia a habilidade de os alunos reconhecerem a equação do 1º grau que expressa um problema. 23 23,5% de acerto A B C D 23,5% 46,3% 17,3% 10,4% Matemática - Ensino Médio | SADEAM 2013 (M120390ES) Aline comprou um panetone que veio em uma embalagem no formato de um tronco de pirâmide pentagonal, conforme a representada no desenho abaixo. A planificação que melhor representa esse sólido é A) B) C) D) E) Esse item avalia a habilidade de os alunos reconhecerem a planificação de um prisma pentagonal. 34 34,6% de acerto A B C D E 7,8% 18,9% 31,4% 5,9% 34,6% 55 56 SADEAM 2013 | Revista Pedagógica 3ª série Proficiente 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000 de 600 a 700 pontos Nesse Padrão de Desempenho, os alunos reconhecem figuras planas fora da posição prototípica e elementos de figuras tridimensionais, tais como vértices, faces e arestas, além de estabelecer relações utilizando os elementos de um círculo ou circunferência (raio, diâmetro, corda). Eles também solucionam problemas em que a razão de semelhança entre polígonos é dada, como por exemplo, em representações gráficas envolvendo o uso de escalas. Classificam os ângulos de acordo com suas medidas e resolvem problemas envolvendo o cálculo da ampliação, redução ou conservação de ângulos, lados e área de figuras planas. Nesse Padrão fica evidenciado o trabalho com a Matemática dentro do contexto escolar. Esses alunos resolvem problemas evolvendo a soma dos ângulos internos do triângulo e identificam a representação gráfica de uma reta, dada sua equação. No Campo Grandezas e Medidas, as habilidades que se evidenciam são as relativas às soluções de problemas envolvendo as operações com horas e minutos, incluindo transformações de diferentes unidades de medida. Os alunos também calculam o perímetro de figuras retangulares sem o apoio de figuras, bem como de polígonos formados pela justaposição de figuras geométricas, inclusive nos casos em que nem todas as medidas aparecem explicitamente. Eles também calculam a área de figuras retangulares sem o apoio de figuras, além de solucionarem problemas envolvendo o cálculo do volume de um sólido geométrico através de suas arestas. Além das habilidades descritas nos Padrões anteriores sobre o Domínio Tratamento de Informação, os alunos analisam gráficos de colunas representando diversas variáveis, comparando seu crescimento. No Campo Números e Operações, os alunos calculam o valor numérico de uma função e a identificam em uma situação-problema, além de identificarem os intervalos de crescimento e decrescimento de uma função a partir de seu gráfico. Resolvem problemas envolvendo o cálculo da posição de um termo em uma progressão aritmética. Efetuam cálculos de raízes quadradas e reconhecem as diferentes representações de um número fracionário. Resolvem problemas envolvendo porcentagem, incluindo situações de acréscimos e decréscimos e calculam expressões numéricas com números inteiros e decimais, positivos e negativos. Matemática - Ensino Médio | SADEAM 2013 (M120382ES) Um fazendeiro fabricava queijos utilizando 512 litros de leite diariamente. Para diminuir a intensidade do trabalho decidiu, de forma gradativa, parar de fabricar queijos e revender o leite. Na primeira semana, após essa decisão, ele vendeu 8 litros de leite por dia; na segunda semana, 16 litros por dia; na terceira semana 32 litros por dia; e assim por diante, até que todos os 512 litros fossem totalmente vendidos por dia. Mantendo o mesmo padrão nas vendas de leite, em quantas semanas o fazendeiro conseguiu substituir totalmente a produção de queijos pela venda do leite? A) 3 B) 6 C) 7 D) 33 E) 64 Esse item avalia a habilidade de os alunos resolverem problemas envolvendo progressão geométrica. Para resolvê-lo, eles devem perceber que a quantidade de litros de leite vendida por dia dobra a cada semana, seguindo uma sequência: 8, 16, 32,... Dessa forma, os alunos precisam reconhecer que o problema em questão pode ser resolvido como uma progressão geométrica finita, na qual 2 é a razão, 8 é o primeiro termo e 512 é o último termo. Além disso, eles devem identificar no enunciado do item que o número de semanas está relacionado com o número de termos dessa progressão geométrica. Logo, utilizando a fórmula que relaciona o termo geral de uma progressão geométrica, isto é, 512=8.2n-1, os avaliados verificam que o tempo decorrido foi de 7 semanas. Os alunos que assinalaram a alternativa C, possivelmente, desenvolveram a habilidade avaliada pelo item. A escolha da alternativa A indica que esses alunos, apesar de reconhecerem a sequência como uma PG, subtraíram os dois primeiros termos (q=16-8=8) para encontrar a razão, ao invés de dividi-los. Em seguida, fizeram 512=8.8n-1 n=3. Os respondentes que escolheram as alternativas B ou D, provavelmente, reconheceram a sequência como uma PG de razão 2, porém, na aplicação da fórmula, consideraram 512=8.2n n=6 (alternativa B) ou realizaram procedimentos algébricos inadequados para calcularem o número n de semanas ao considerarem (alternativa D). Nesse último caso, os alunos demonstram dificuldades na resolução de uma equação exponencial, habilidade essencial para a manipulação da fórmula do termo geral da PG. Já aqueles que optaram pela alternativa E, possivelmente, não se apropriaram do contexto do item e reconheceram de forma equivocada a sequência como uma PA de razão 8, fazendo: 512=8+(n-1).8 n=64. 29 29,6% de acerto A B C D E 12,7% 16,5% 29,6% 19,6% 20,6% 57 58 SADEAM 2013 | Revista Pedagógica O estudo das progressões aritmética e geométrica tem como fundamento a observação de padrões numéricos. Nos primeiros anos do Ensino Fundamental, a partir dos conhecimentos sobre contagem, os alunos devem desenvolver habilidades para descobrir qual é o próximo termo ou o termo que está faltando em progressões aritméticas simples (de 1 em 1, de 2 em 2, etc.). Quando os alunos se apropriam das operações aritméticas, devem ser capazes de reconhecer sequências mais complexas, inclusive progressões geométricas (por exemplo, a sequência dos divisores de um número natural). No Ensino Médio, há uma sistematização dessas ideias, com a finalidade de que sejam utilizadas como ferramentas na resolução de problemas mais sofisticados, e são introduzidos os termos progressão aritmética, progressão geométrica, razão e os procedimentos (fórmulas) para cálculo do termo geral e da soma dos elementos. Portanto, espera-se que os alunos no nível Proficiente sejam capazes de reconhecer os padrões numéricos que subjazem certos problemas e de aplicar os procedimentos sobre as progressões em sua resolução. (M110148CE) Na aula de matemática, a professora Rita desenhou no quadro o sólido abaixo. Quantos vértices e faces, respectivamente, tem esse sólido? A) 5 e 8. B) 5 e 11. C) 7 e 4. D) 9 e 9. E) 9 e 10. Esse item avalia a habilidade de os alunos reconhecerem o número de vértices e faces de um poliedro. Para resolvê-lo, os alunos devem reconhecer que esse poliedro é formado pela reunião de 9 regiões poligonais planas, correspondentes às faces, de tal forma que as interseções dos lados de algumas dessas faces determinam as arestas do poliedro. Além disso, devem reconhecer que esse poliedro possui 9 vértices, que são os pontos determinados no encontro de três ou mais arestas. A escolha da 30 30,3% de acerto A B C D E 21,0% 12,8% 18,7% 30,3% 16,3% Matemática - Ensino Médio | SADEAM 2013 alternativa D indica que esses alunos, possivelmente, desenvolveram a habilidade avaliada pelo item. A escolha das demais alternativas de resposta sugere que esses respondentes reconhecem o que são vértices e faces do poliedro, porém equivocaram-se na contagem de algum desses elementos. Os alunos que optaram pela alternativa C, possivelmente, consideraram apenas as faces e os vértices visíveis. Os que escolheram a alternativa E, provavelmente, consideraram que o sólido é formado pela justaposição de uma pirâmide e de um prisma e, assim, contabilizaram a “suposta base da pirâmide”4 como uma face que compõe o poliedro. A escolha das alternativas A ou B indica que esses alunos desconsideraram os vértices que compõe a base desse sólido e, ainda, desconsideram a base do poliedro (alternativa A) ou realizaram um procedimento análogo ao da alternativa E, porém contaram duas vezes a “suposta face comum”, uma como base da pirâmide e outra como face do prisma (alternativa B). A visualização espacial engloba um conjunto de capacidades relacionadas com a forma como os alunos percepcionam o mundo que os rodeia e com a sua capacidade de interpretar, modificar e antecipar transformações dos objetos. Alguns alunos apresentam muita dificuldade em visualizar figuras tridimensionais que estão projetadas num plano ou mesmo dificuldade em projetá-las. Dessa forma, faz-se necessário um trabalho que possibilite aos alunos ultrapassar tais dificuldades perceptuais e compreender as propriedades que envolvem os desenhos de figuras tridimensionais. 4 Por “suposta base da pirâmide” queremos dizer que essa face não está presente no poliedro do suporte, pois as faces são elementos do exterior de um poliedro. 59 60 SADEAM 2013 | Revista Pedagógica 3ª série Avançado 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000 acima de 700 pontos No Padrão Avançado, o que se percebe como salto qualitativo é a ampliação da capacidade de análise do aluno e do maior discernimento e perspicácia na leitura dos dados e informações explícitos, conduzindo para a interpretação e inferências de informações implícitas. Nesse Padrão, os alunos demonstram habilidade em analisar gráficos de linha e conseguem estimar quantidades baseadas em diferentes tipos de gráficos; além disso, conseguem obter a média aritmética de um conjunto de valores. No Campo das Medidas, os alunos conseguem calcular o perímetro de polígonos sem o apoio de malhas quadriculadas; resolvem problemas de cálculo da área com base na contagem das unidades de uma malha quadriculada, cuja unidade de medida de área é uma fração do “quadradinho” da malha, além de calcularem a medida da área de figuras simples e de figuras formadas pela composição das mesmas sem uso da malha quadriculada. Eles também calculam o volume de paralelepípedos e de cilindros, bem como a área total de alguns sólidos, além de relacionarem corretamente metros cúbicos com litros. No Campo Algébrico e Numérico, esses alunos calculam o resultado de expressões numéricas mais complexas; resolvem equações do 1º grau, 2º grau e exponenciais, além de problemas que recaem em equações do 1º e 2º graus; identificam o gráfico de uma função, intervalos em que os valores são positivos e negativos e pontos de máximo ou mínimo; interpretam geometricamente o coeficiente angular e linear de uma função afim e associam as representações algébricas e geométricas de um sistema de equações lineares; calculam probabilidades de um evento usando o princípio multiplicativo; resolvem problemas envolvendo grandezas inversamente proporcionais, juros simples, P.A. e P.G., princípio multiplicativo e combinações simples. No Campo Geométrico, os alunos são capazes de calcular o número de diagonais de um polígono, além de utilizarem as diferentes propriedades de polígonos regulares; resolvem problemas envolvendo semelhança, relações métricas e razões trigonométricas no triângulo retângulo; identificam a equação da reta a partir de dois pontos num plano cartesiano, além de determinarem o ponto de intersecção entre duas retas. Matemática - Ensino Médio | SADEAM 2013 (M100124CE) O desenho abaixo representa a planta do salão de festas de um prédio. A medida da área, em metros quadrados, desse salão de festas é igual a A) 22 B) 27 C) 31 D) 51 E) 81 Esse item avalia a habilidade de os alunos resolverem problemas envolvendo área de figuras planas. Para resolvê-lo, eles podem, inicialmente, decompor a figura apresentada no suporte em dois retângulos, o primeiro de dimensões 3m x 9m e o segundo de dimensões 6m x 4m. Em seguida, eles podem calcular a área de cada um dos retângulos e, ao final, somá-las para obter a área do polígono dado. Os alunos que assinalaram a alternativa D, possivelmente, desenvolveram a habilidade avaliada pelo item. A escolha da alternativa A sugere que esses alunos não se apropriaram do contexto do item e apenas adicionaram as medidas explícitas no suporte. Os que escolheram a alternativa C, provavelmente, confundiram o conceito de área com o de perímetro, porém desconsideraram, no cálculo do perímetro, o segmento paralelo ao lado que mede 4 m. Aqueles que optaram pela alternativa E, provavelmente, não reconheceram que o salão possui o formato de um hexágono irregular, pois consideraram para o cálculo da medida da área o quadrado cujo lado mede 9 m. Já aqueles que marcaram a alternativa B podem ter decomposto a figura em dois retângulos, porém consideraram apenas a área do retângulo cuja base mede 3 m e altura mede 9 m. O desenvolvimento da habilidade avaliada pelo item se constituirá mediante o entendimento da noção de superfície, a qual os alunos constroem ao longo do tempo. Muitos deles, ao serem questionados sobre o que entendem por área de uma figura plana, respondem que é “base x altura”, o que demonstra uma apropriação de um 13 13,3% de acerto A B C D E 49,4% 10,4% 17,2% 13,3% 8,8% 61 62 SADEAM 2013 | Revista Pedagógica procedimento para o cálculo da área do retângulo, completamento7 também precisam ser exploradas, mas um desconhecimento do conceito de área pois, diante de situações como aquela apresentada como medida de uma superfície. Portanto, é nesse item, o uso da contagem não possibilita a necessário haver um trabalho que permita a eles resolução do problema. perceberem que área é a medida de quanto uma superfície é coberta por uma forma bidimensional Medir é uma ação essencial no cotidiano, na (regular ou não). Matemática e nas demais ciências em geral, Nos anos iniciais de escolarização, os alunos, compreender não somente como medir, mas geralmente, utilizam a ideia da contagem com uso também o que significa medir. Sendo assim, da malha quadriculada para calcular a medida conhecer os conceitos e procedimentos de uma superfície. Entretanto, as ideias de matemáticos, bem como a relação entre eles são decomposição5, decomposição e recomposição6 e elementos fundamentais para uma aprendizagem portanto é evidente que os alunos devem significativa. 5 Decomposição indica a ação de separar a figura em partes cujas áreas podem ser calculadas com facilidade. 6 Decomposição e recomposição indica a ação de separar a figura em partes e, em seguida, recompor essas partes em uma figura cuja área seja conhecida. Essa ideia é muito utilizada no cálculo de áreas circulares. 7 Completamento indica a ação de completar uma figura de modo que se obtenha uma forma cuja área seja conhecida. Calcula-se a área dessa forma e, em seguida, desconta-se a área que foi acrescentada. Um time de futsal tem 5 jogadores com as idades 16, 17, 20, 20 e 22 anos. Qual é a média aritmética das idades dos jogadores desse time de futsal? (M090065CE) A) 22 B) 20 C) 19 D) 15 Esse item avalia a habilidade de os alunos calcularem a média aritmética simples de um conjunto de elementos. Para resolvê-lo, eles devem somar as idades dos jogadores e depois dividir por cinco, que é a quantidade de jogadores. Os alunos que marcaram a alternativa C, provavelmente, desenvolveram a habilidade avaliada pelo item. Os alunos que marcaram as demais alternativas, possivelmente, confundiram média com a mediana ou moda, ou de fato não compreenderam o conceito de média inserido no contexto do item. Por exemplo, aqueles que assinalaram a alternativa A podem ter pensado que a média aritmética é determinada pelo maior elemento do conjunto. 31 31,5% de acerto A B C D 19,0% 34,0% 31,5% 12,5% Matemática - Ensino Médio | SADEAM 2013 Para o desenvolvimento da habilidade avaliada por esse item, sugere-se que, durante o processo de ensino, sejam discutidas as características que conceituam cada medida de tendência central para que haja por parte dos alunos a compreensão sobre qual medida caracteriza melhor a distribuição dos dados de uma determinada amostra. Observe abaixo mais alguns exemplos de itens representativos desse padrão de desempenho. (M120064A9) Um turista viu o topo da Torre Eiffel com um binóculo na posição A, como na figura abaixo. Dados: sen 60º = 3; 2 cos 60º = 1 ; 2 tg 60º = 3. Desconsiderando-se a altura da pessoa, qual é a altura h, em metros, da Torre Eiffel? A) 92,5 B) 185 3 3 C) 185 3 2 D) 185 3 E) 370 Esse item avalia a habilidade de os alunos resolverem problema envolvendo razões trigonométricas no triângulo retângulo. 19 19,2% de acerto A B C D E 15,1% 14,5% 26,9% 19,2% 23,5% 63 64 SADEAM 2013 | Revista Pedagógica (M120785A9) A representação gráfica do sistema A) B) C) D) { x + y = 14 é 2x + y = 18 – 32 E) 14 9 7 0 7 14 32 Esse item avalia a habilidade de os alunos associarem a solução de um sistema de equações lineares com 2 incógnitas à sua representação gráfica. 26 26,4% de acerto A B C D E 26,4% 22,0% 20,6% 16,6% 13,1% Para o Trabalho Pedagógico A seguir, apresentamos um artigo cujo conteúdo é uma sugestão para o trabalho pedagógico com uma competência em sala de aula. A partir do exemplo trazido por este artigo, é possível expandir a análise para outras competências e habilidades. O objetivo é que as estratégias de intervenção pedagógica ao contexto escolar no qual o professor atua sejam capazes de promover uma ação focada nas necessidades dos alunos. 66 SADEAM 2013 | Revista Pedagógica O ESTUDO DAS FUNÇÕES DO PRIMEIRO GRAU Em nosso cotidiano escolar é comum que muitas vezes essas representações podem sugerir professores questionem o porquê dos alunos conteúdos diferentes, pois em cada uma delas há “não aprenderem” determinados conteúdos procedimentos próprios para seu tratamento. matemáticos, mesmo após inúmeras explicações. Às vezes temos a impressão que o conteúdo não foi ministrado, uma vez que, os alunos parecem não reconhecê-lo em determinadas situações Assim, as habilidades propostas nos permitem visualizar com clareza as diferentes representações que se pode ter do mesmo objeto matemático apresentadas. (no caso a função do primeiro grau), com a clara Porém, o problema pode estar além da questão cada representação usa procedimentos e tem de entendimento, na verdade as dificuldades enfoque diferenciado. apresentadas pelos alunos podem estar associadas à mobilização de conteúdos matemáticos, ou seja, ao reconhecimento de um mesmo objeto matemático quando representado de formas diferentes. Devemos considerar que a Matemática possui uma linguagem própria em que o mesmo conteúdo pode ser representado de formas distintas, por exemplo, graficamente, algebricamente, simbolicamente e por meio de outras representações. percepção de que apesar de ser o mesmo objeto Mencionamos enfoques diferentes porque estudar uma representação gráfica é distinto de se estudar uma representação algébrica da mesma função. Isso consequentemente resulta em diversas formas de aquisição e manifestação do conhecimento adquirido pelos alunos nas aulas de Matemática. Os procedimentos usados em cada representação são diferentes e a simbologia utilizada também. O tema funções está inserido no bloco de conteúdos da álgebra e a competência que pretendemos discutir com esse texto é a de utilizar procedimentos algébricos. Essa competência apresenta as seguintes habilidades: • Resolver problema envolvendo função do 1° grau. • Analisar crescimento/decrescimento, zeros de funções Neste texto vamos tratar didaticamente o ensino de funções do primeiro grau, destacando competências e habilidades referentes a esse tema. O conceito de função de primeiro grau pode ser explorado de diversas maneiras e se utiliza de diferentes representações que, às vezes, para os educandos representam outro conteúdo, ou seja, uma função de primeiro grau pode aparecer em forma de sentença algébrica ou de gráfico e reais apresentadas em gráficos. • Reconhecer o gráfico de uma função polinomial de 1° grau por meio de seus coeficientes. • Reconhecer a representação algébrica de uma função do 1° grau dado seu gráfico. Matemática - Ensino Médio | SADEAM 2013 Explorando o tema No primeiro registro, o algébrico, para determinar a O tema função de primeiro grau pode ser explorado de várias maneiras dependendo da habilidade que se pretende desenvolver. Quando a habilidade é resolver problemas que envolvem função de primeiro grau, o importante é que se identifique no função de um determinado valor x, basta substituir x pelo seu valor numérico e calcular algebricamente o valor da função. Ou seja, se x=1, temos 3 (1) -1= 3-1=2; se x = 3, temos 3 (3) -1=9-1=8; se x = 5, temos 3 (5) – 1 = 15 – 1 = 14. texto do problema uma função do primeiro grau e No segundo caso, o Diagrama de Venn, cada que se transforme a linguagem textual apresentada elemento do conjunto A se corresponde com no enunciado numa linguagem algébrica que um elemento do conjunto B por meio de uma represente esta função. No caso da função do função, no caso, da função f(x) = 3x – 1. Temos primeiro grau existem algumas representações que x, ao assumir os valores 1, 3 e 5, e que y distintas desse mesmo tema que, frequentemente, recebe os valores de 2, 8 e 14 respectivamente, são trabalhadas nas aulas de Matemática, mas, calculados algebricamente por meio das operações muitas vezes sem a percepção de que é o mesmo determinadas na sentença algébrica que determina assunto. Na Figura 1 apresentamos como exemplo a função do primeiro grau. a função y = 3x -1, aqui escrita na forma algébrica, em duas outras representações: como diagrama de Venn e com a representação gráfica. No terceiro caso, a função seria representada por uma reta, se estivéssemos no conjunto dos números reais, mas foi representada por pontos, Vale a pena destacar que na representação pois consideramos apenas alguns valores para x. gráfica a função é representada por pontos se No entanto se unirmos esses pontos, teremos a considerarmos x como elemento do conjunto dos imagem de uma reta. números naturais e seria apresentada por uma reta se x fosse elemento do conjunto dos números reais. Muitas vezes se observa que uma função de primeiro grau proposta algebricamente é mais clara Figura 1: Representações diferentes da mesma para os alunos do que a mesma função proposta função de primeiro grau por meio de um gráfico, pois cognitivamente essas duas formas de representar a mesma função exigem diferentes tipos de procedimentos para 14 13 1 2 3 8 5 14 resolução. Essas situações se referem a duas 12 11 habilidades diferentes, uma envolvendo registro 10 f(x) = 3x – 1 A B 9 8 7 gráfico e a outra abarcando registro algébrico e estão claramente definidas nas habilidades 6 5 4 propostas para esse tema: Reconhecer o gráfico 3 de uma função polinomial de 1° grau por meio de 2 1 0 Representação Algébrica Diagrama de Venn 1 2 3 4 5 6 7 8 Representação gráfica É possível perceber que cada registro apresenta um tratamento próprio com suas especificidades. seus coeficientes e Reconhecer a representação algébrica de uma função do 1° grau dado seu gráfico. 67 68 SADEAM 2013 | Revista Pedagógica Assim, é importante não confundir o objeto matemático (no nosso caso a função do primeiro grau) e sua representação, pois objeto e representação são coisas distintas. do x, ou seja, se esse coeficiente for um número positivo a reta que representa a função é crescente e se o coeficiente de x for um número negativo, a reta que representa essa função é decrescente. A exploração dos zeros da função a partir de seu gráfico é uma atividade essencial em que os alunos devem perceber que em determinado momento a reta encontra o eixo x, ou seja, quando y=0 e em outro momento encontra o eixo y, quando x – 0. No exemplo dado, y=3x-1, os zeros da função são O objeto matemático se refere a um conceito, a (0,-1) e (1/3,0), ou seja, se estivéssemos trabalhando uma ideia. O mesmo objeto matemático pode ser no conjunto dos números reais e o gráfico dessa representado por meio de registros diferentes, função “cortaria” o eixo do x no ponto -1 e o eixo neste caso a representação algébrica e a dos y no ponto 1/3. representação gráfica. Quanto à habilidade de resolução de equação de A primeira habilidade destacada no parágrafo primeiro grau, o trabalho com esse tema é feito no anterior requer que os alunos reconheçam o registro algébrico, como no exemplo a seguir: gráfico de uma função do primeiro grau explorando os coeficientes dados, ou seja, na função y = 3x- 3x + 1 = 1 1, o coeficiente de x é 3 e y é determinado pela 3x = 1-1 função 3x-1, substituindo x por valores numéricos 3x = 0 e calculando o valor de y pela sentença proposta x = 0:3 como foi explorado no texto. A segunda habilidade requer o raciocínio reverso e é mais complicada para os alunos que, mediante o gráfico de uma reta num plano cartesiano, devem determinar pares ordenados (x, y) e relações entre esses elementos a fim de construir a função que permite a construção do gráfico, mas em sua representação algébrica. Nesse caso os alunos devem determinar a sentença x=0 No exemplo apresentado fica evidente que o alunoinicia a resolução das tarefas no registro algébrico e toda a resolução se desenvolve do mesmo modo. No entanto, todas as passagens requerem operações que muitas vezes acontecem no quadro aritmético e os erros que os alunos algébrica referente ao gráfico dado. cometem são muito mais erros decorrentes de Ainda com relação às habilidades destacadas neste exemplo acima, em alguns momentos, podemos texto, há outra relativa ao estudo dos gráficos de notar que os alunos fazem 0:3=3, portanto acertam função de primeiro grau: Analisar crescimento/ os procedimentos de resolução da equação, mas decrescimento e zeros de funções reais erram numa divisão aritmética. Neste caso, os apresentadas em gráficos. Esta habilidade se refere professores não se dão conta desse procedimento apenas aos gráficos e o que o alunodeve explorar utilizado pelo aluno e atribuem o erro dele à falta é se a função cresce ou decresce e qual é a relação de domínio dos procedimentos de resolução de do crescimento ou decrescimento com o coeficiente equações do primeiro grau. procedimentos aritméticos do que algébricos. No Matemática - Ensino Médio | SADEAM 2013 Nas atividades em que o aluno deve resolver um não é de leitura e interpretação de textos, como problema por meio de uma equação de primeiro comumente é salientado, mas de converter um grau, parte-se do registro na língua natural e texto em linguagem natural para uma linguagem requer do aluno fazer uma conversão para o algébrica, simbólica e própria desse tema. Os registro algébrico, construindo a equação que termos matemáticos que fazem parte do enunciado resolve o problema e depois resolver o problema do problema devem ser compreendidos pelos manipulando a equação. Isso significa, portanto, o alunos que precisam convertê-los no registro aluno usar procedimentos próprios de resolução de algébrico, como no exemplo: o triplo deve ser equação que ele constrói para encontrar o valor da entendido como 3x. raiz, como no exemplo a seguir: O quádruplo de um número menos 2 é igual ao triplo de 10. Outro tipo de atividade diz respeito à passagem da Em um problema deste, que acabamos de representação gráfica apresentada a seguir: apresentar, o aluno deve, primeiramente, encontrar uma equação que traduza o significado do enunciado do problema para depois resolver a equação como trazemos no quadro a seguir: escrita algébrica de uma equação ou função à sua Represente graficamente a função: y = x + 2 Neste exemplo o aluno parte do registro algébrico para resolver a tarefa no registro gráfico. Como já O quádruplo de um número menos 2 é igual ao triplo de 10. foi dito, esse tipo de atividade é mais explorada em 4x -2 =3.10 inversa (da representação gráfica para a algébrica) 4x-2=30 4x=2+30 4x=32 x=32:4 sala de aula e nos livros didáticos do que a atividade apresentada no exemplo a seguir. O gráfico abaixo representa a variação da produção de uma indústria ao longo dos dias trabalhados. Qual é a função que origina esse gráfico? x=8 O texto do problema está em língua natural e após a compreensão do significado do enunciado, que usa termos matemáticos como nesse exemplo, o triplo, o aluno deve construir a equação que permite resolver o problema. Esse tipo de atividade refere-se à habilidade: 14 13 12 11 10 9 8 7 6 resolver problema envolvendo equação do 1° grau, 5 4 presentes em livros didáticos e desenvolvidos 3 em sala de aula. Embora seja uma atividade 1 muito comum, os alunos encontram dificuldades diversas ao longo de sua resolução. Nem sempre o professor percebe que a dificuldade dos alunos 2 0 1 2 3 4 5 6 7 8 69 70 SADEAM 2013 | Revista Pedagógica Esses dois tipos de exemplos envolvem as Os comentários feitos até aqui podem ajudar na habilidades de reconhecer o gráfico de uma função elaboração de sequências didáticas que façam polinomial de 1° grau por meio de seus coeficientes evoluir a concepção dos alunos em relação às e de reconhecer a representação algébrica de uma noções de função de primeiro grau. O trabalho com função do 1° grau dado seu gráfico. Eles devem representações gráficas, de suma importância com ser trabalhados de forma concomitante para que o esse tópico matemático precisa ser mais explorado aluno perceba que o objeto matemático é o mesmo em sala de aula e as atividades com representações e que às vezes ele é tratado com representação gráficas e algébricas (nos dois sentidos) precisam algébrica e outras vezes com representação gráfica. ser mais exploradas. Algumas considerações Com base nas considerações realizadas podemos entender melhor porque algumas tarefas apresentam um grau de dificuldade maior e o motivo real que faz com que alunos tenham dificuldades para resolver esses tipos de tarefas. Quando um aluno não resolve determinada tarefa, não quer dizer exatamente que não saiba o conteúdo, talvez ele não reconheça o objeto matemático naquela representação. A aprendizagem só ocorre de fato quando o aluno consegue mobilizar conhecimentos a fim de representar e reconhecer, o mesmo objeto matemático em pelo menos duas representações distintas. Matemática - Ensino Médio | SADEAM 2013 Experiência em foco UM COMPROMISSO CONSTANTE COM A QUALIDADE A educação é um processo contínuo. Para a professora de Matemática, Ilza Valoá de Souza Pitoli, essa é uma verdade inquestionável. Licenciada em Matemática e pósgraduada em Ensino da Matemática, ela largou o curso de Engenharia para dedicar-se ao magistério e, há 17 anos, vem ensinando e aprendendo nas salas de aula. Em sua rotina escolar, ela observa situações complexas que devem ser enfrentadas pelo professor. “Muitos dos alunos não se mostram compromissados em aprender mais e melhor, para serem bem preparados para a competitividade do mercado de trabalho que os aguarda”, pontua. No retrato da sociedade atual, entre os fatores ligados aos problemas de aprendizagem, está a família que, por motivos diversos, não se propõe mais a acompanhar a vida escolar dos filhos, além da situação socioeconômica em que vivem, principalmente as famílias de baixo poder aquisitivo. “O déficit de aprendizagem é muito grande”. A instituição de ensino onde Ilza atua atende 507 alunos de Ensino Médio, nos turnos matutino e vespertino, e conta com 23 professores. Para administrar os desafios que surgem, a equipe considera essencial o suporte oferecido pela avaliação externa. “Ela dá uma noção confiável de que estamos caminhando corretamente. As avaliações proporcionam um caráter norteador da escola e apontam os caminhos que devemos seguir, visando o sucesso educacional”, reflete. No que se refere à disciplina que leciona, Ilza comenta que a dificuldade vem desde as séries iniciais e, para superá-la, é preciso realizar um trabalho integrado entre os professores. 71 72 SADEAM 2013 | Revista Pedagógica “Os alunos têm pouco domínio de conteúdos básicos e ainda não têm o hábito prazeroso de estudar”, analisa. De acordo com a educadora, é preciso resgatar essa interface aluno-professor para enfrentar a situação. Acostumada a refletir sobre os próprios procedimentos pedagógicos, Ilza reconhece a função estratégica do sistema avaliativo. “Quando o professor identifica essas situações, ele tem que rearticular todo o seu planejamento para o período, na busca de soluções para a deficiência pontual dos alunos”, afirma, ressaltando que as avaliações externas sinalizam o diagnóstico, entretanto, o tratamento do problema pede que cada um crie suas próprias alternativas. A professora acredita que a escola tem o dever de harmonizar o projeto pedagógico e curricular com as diretrizes e orientações traçadas pelos Órgãos Setoriais. “Os relatórios se somam com as dinâmicas de cada professor e contribuem para o melhor rendimento do aluno”. Ações diversas são realizadas para seguir este rumo e melhorar os índices continuamente: reforço escolar, além do horário de aula, é oferecido aos alunos três vezes por semana; “aulões” potencializam melhor a assimilação e o domínio dos conteúdos; e a realização de reuniões, para o replanejamento de ações existentes e implementação de novas ideias. A Matemática, por sua natureza, exige compreensão e domínio de conteúdo familiarizado com regras, fórmulas e teoremas específicos, e que favorecem aqueles que mais os exercitam. “Por esta razão, priorizo, costumeiramente, a resolução de listas de exercícios para ambientar o aluno com essa atividade e dar-lhe a sensação de segurança para encontrar suas próprias potencialidades”, finaliza. Os resultados desta escola Nesta seção, são apresentados os resultados desta escola no SADEAM 2013. A seguir, você encontra os resultados de participação, com o número de alunos previstos para realizar a avaliação e o número de alunos que efetivamente a realizaram; a média de proficiência; a distribuição percentual de alunos por Padrões de Desempenho; e o percentual de alunos para os níveis de proficiência dentro de cada Padrão. Todas estas informações são fornecidas para o SADEAM como um todo, para a Coordenadoria a que a escola pertence e para esta escola. 74 SADEAM 2013 | Revista Pedagógica Resultados nesta revista 1 Proficiência média Apresenta a proficiência média desta escola. É possível comparar a proficiência com as médias do estado e da Coordenadoria. O objetivo é proporcionar uma visão das proficiências médias e posicionar sua escola em relação a essas médias. 2 Participação Informa o número estimado de alunos para a realização dos testes e quantos, efetivamente, participaram da avaliação no estado, na Coordenadoria e nesta escola. 3 Percentual de alunos por Padrão de Desempenho Permite acompanhar o percentual de alunos distribuídos por Padrões de Desempenho na avaliação realizada. 4 Percentual de alunos por nível de proficiência e Padrão de Desempenho Apresenta a distribuição dos alunos ao longo dos intervalos de proficiência no estado, na Coordenadoria e nesta escola. Os gráficos permitem identificar o percentual de alunos para cada nível de proficiência em cada um dos Padrões de Desempenho. Isso será fundamental para planejar intervenções pedagógicas, voltadas à melhoria do processo de ensino e à promoção da equidade escolar. MAIS RESULTADOS Para uma visão ainda mais completa dos resultados de sua escola, acesse o endereço eletrônico www.sadeam.caedufjf.net. Lá, você encontrará os resultados da TCT, com o percentual de acerto para cada descritor e os resultados da TRI para cada aluno. 1 Percentual de acerto por descritor Apresenta o percentual de acerto no teste para cada uma das habilidades avaliadas. Esses resultados são apresentados por Coordenadoria, escola, turma e aluno. 2 Resultados por aluno É possível ter acesso ao resultado de cada aluno na avaliação, sendo informado o Padrão de Desempenho alcançado e quais habilidades ele possui desenvolvidas em Matemática para o Ensino Médio. Essas são informações importantes para o acompanhamento de seu desempenho escolar. REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA HENRIQUE DUQUE DE MIRANDA CHAVES FILHO COORDENAÇÃO GERAL DO CAEd LINA KÁTIA MESQUITA DE OLIVEIRA COORDENAÇÃO TÉCNICA DO PROJETO MANUEL FERNANDO PALÁCIOS DA CUNHA E MELO COORDENAÇÃO DA UNIDADE DE PESQUISA TUFI MACHADO SOARES COORDENAÇÃO DE ANÁLISES E PUBLICAÇÕES WAGNER SILVEIRA REZENDE COORDENAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO RENATO CARNAÚBA MACEDO COORDENAÇÃO DE MEDIDAS EDUCACIONAIS WELLINGTON SILVA COORDENAÇÃO DE OPERAÇÕES DE AVALIAÇÃO RAFAEL DE OLIVEIRA COORDENAÇÃO DE PROCESSAMENTO DE DOCUMENTOS BENITO DELAGE COORDENAÇÃO DE DESIGN DA COMUNICAÇÃO HENRIQUE DE ABREU OLIVEIRA BEDETTI COORDENADORA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM DESIGN EDNA REZENDE S. DE ALCÂNTARA Ficha catalográfica AMAZONAS. Secretaria de Estado da Educação e Qualidade do Ensino do Amazonas. SADEAM – 2013/ Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação, CAEd. v. 1 (jan./dez. 2013), Juiz de Fora, 2013 – Anual. Conteúdo: Revista Pedagógica - Matemática - Ensino Médio. ISSN 2238-0264 CDU 373.3+373.5:371.26(05)