Introdução à Economia
Profª. Drª. Daniela Kühn
([email protected])
6ª feira – 08:15 até 11:15
Cronograma
• 03/junho/2011
– Apresentação e conversa sobre o decorrer da
disciplina; retomada dos aspectos principais
do conteúdo tratado.
– Discussão sobre Inflação!
• 10/junho/2011
– Introdução à Análise Microeconômica
- Característica de Demanda e Oferta
Cronograma
• 17/junho/2011
– Conceito e aplicações do Ponto de Equilíbrio
• 24/junho/2011
– Conceito e aplicações da noção de Elasticidade
• 01/julho/2011
– Data limite para a entrega da resenha e da lista de exercícios –
20 pontos (10 cada uma).
– Revisão.
• 08/julho/2011
– 2ª Prova/Verificação – 30 pontos
– Conteúdo Parcial/ Individual e sem consulta
OBS: 15/julho – Exame – Conteúdo Integral e sem consulta
INFLAÇÃO
Aumento constante e
generalizado no nível de preços
da economia
Aspectos principais:
• Instabilidade econômica
• De um maneira geral, a inflação desarticula todo
o sistema econômico.
• Mecanismos de tentativa de proteção –
INDEXAÇÃO – Sistema de reajuste de preços,
inclusive de salários e aluguéis, com base numa
inflação passada.
– Problema: Gera expectativa de inflação futura!
Processo Memória Inflacionária
Efeitos da inflação
• 1) Efeito sobre a distribuição de renda
– Redução do poder aquisitivo de classes com
rendimentos fixos – Salários, por exemplo.
– Salário é reajustado sempre a posteriori.
– Quem tem renda baixa, não tem acesso ao
sistema financeiro e bancário para protegerse da perda de poder aquisitivo.
• “Imposto sobre os mais pobres”.
Efeitos da inflação
• 2) Efeito sobre a Balança de Pagamentos
– Inflação – Desvaloriza a moeda nacional
• Estimula a exportação
• Encarece a importação, entretanto, se há
utilização de matéria-prima importada – geração
de déficit na Balança Comercial (preciso de mais
dólares param importar, do que aqueles que
recebo para exportar)
Efeitos da Inflação
• 3) Efeitos sobre os investimentos
Ambiente instável e imprevisível!
Decisão de investimento fica
prejudicada
Rentabilidade:
Invest. financeiro > Invest. produtivo
Instabilidade no nível de geração de emprego.
Efeitos da inflação
• 4) Efeito sobre o mercado de capitais
– Deterioração do valor da moeda
• Desestímulo ao investimento em papéis do
mercado financeiro – que financiam parte da
produção
• Investimento em período inflacionário – terra,
imóveis – Valorizam-se com os demais preços!
Causas da Inflação
• 1) Inflação de Demanda
– Excesso de demanda em relação aos bens e
serviços disponibilizados no mercado.
– Excesso de dinheiro para aquisição da
produção.
– Solução:
• Curto Prazo: Redução da demanda (aumento da
taxa de juros, redução na disponibilidade do
crédito, aumento de impostos)
Causas da Inflação
•
2) Inflação de Custos
– Associada à oferta
– Ocorre devido ao aumento nos custos de
certos insumos – repassados
diretamente ao consumidor.
• Ex.: Petróleo – Choque anos 1970
OBS: Aumento de salário, sem o referido
aumento de produtividade – via imposição do
governo, por exemplo – Pressão
inflacionária!
Solução: Política de Renda – Congelamentos
salários e preços – IMPOPULARES!
Causas da Inflação
• 3) Outras Causas
– Inflação Inercial – Devido aos mecanismos de
indexação formal e informal
• OBS: Memória Inflacionária – Leva a constante
incorporação da inflação aos contratos.
• 1986 – Política anti-inflacionária – Congelamento
» Troca de moeda
Causas da Inflação
• 3) Outras causas
– Inflação de Expectativas
• Processo de espera instável, imagina-se a
desestabilização dos preços devido a algum
evento específico (alguma questão política, por
exemplo)
Causas da Inflação
• 3) Outras causas
– Inflação Estrutural
• Processo inflacionário decorre de conflitos distributivos
– fundamento da instabilidade
– Estrutura Agrária – A agricultura não consegue corresponder
ao crescimento da demanda por alimentos
– Estrutura Oligopólica de Mercados – Gera a manutenção de
altas taxas de lucros.
– Estrutura do Comércio Internacional
» Necessidade constante de desvalorização da moeda para
a manutenção da competitividade no mercado
internacional.
» Processo de comprar produtos caros e vender produtos
baratos.
Fenômenos Inflacionários
• ESTAGFLAÇÃO
– Aumento de preços sem crescimento
econômico.
• DEFLAÇÃO
– Queda constante e generalizada do nível
de preços!
• HIPERINFLAÇÃO
– Aumento constante das TAXAS de
inflação!
•
•
•
•
•
•
Brasil - Convivência com a
inflação
Corrida ao supermercado – Comprar hoje já que
amanhã já estará mais caro – Resultado:
supermercados lotados nos dias de pagamento.
“Fuga” dos remarcadores.
Fim de 1990: Faltou talão de cheque, já que as pessoas
não retiravam o dinheiro do banco para fazer as
compras.
Impossibilidade de realizar compras a prazo: juros muito
altos e as lojas não tinham nenhum interesse.
Escassez de alguns produtos não essenciais
Negociação de contratos muito mais complexas – como
estabelecer valores e prazos dada a incerteza.
Brasil:
• Entre janeiro e março de 1990 o leite subiu
245%.
• Operações de overnight – aplicações
financeiras que rendiam, de um dia para outro,
um percentual muito próximo da inflação – Para
quem tinha conta em banco, forma de manter o
valor do dinheiro.
• Compra de dólares – comuns na estrutura
familiar para transações de maior valor e com
um prazo mais longo.
Histórico
• Meados dos anos 1970 –Economia fechada;
sem restrições aos gastos públicos; instituição
de mecanismos de correção monetária.
• Choque do petróleo
• Governo Sarney: Descontrole das contas
públicas, financiamento de déficit via emissão
de dinheiro.Economia fechada e indexada.
Taxas de Inflação no BR
Ano
Inflação (%)
Ano
Inflação (%)
1950
12,41
1967
25,02
1951
12,34
1968
25,5
1952
12,72
1969
19,21
1953
20,51
1970
19,27
1954
25,87
1971
19,48
1955
12,15
1972
15,73
1956
24,57
1973
15,53
1957
6,95
1974
34,56
1958
24,38
1975
29,33
1959
39,44
1976
46,27
1960
30,46
1977
38,79
1961
47,79
1978
40,81
1962
51,6
1979
77,24
1963
19,97
1980
99,25
1964
92,12
1981
95,62
1965
34,22
1982
104,72
1966
39,11
1983
164,01
Ano
Inflação (%)
1984
215,26
1985
242,23
Ano
1986
79,66
2000
5,97
1987
363,41
2001
7,67
1988
980,21
2002
12,53
1989
1972,91
2003
9,3
1990
1620,97
2004
7,6
1991
472,7
2005
5,69
1992
1119,1
2006
3,14
1993
2477,15
2007
4,46
1994
916,46
2008
5,9
1995
22,41
2009
4,31
1996
9,56
1997
5,22
1998
1,65
1999
8,94
Inflação
(%)
An
o
19
52
19
55
19
58
19
61
19
64
19
67
19
70
19
73
19
76
19
79
19
82
19
85
19
88
19
91
19
94
19
97
20
00
20
03
20
06
20
09
Anos
Evolução da taxa de inflação no BR (1950- 2009)
3000
2500
2000
1500
1000
500
0
%
Padrão Monetário no Brasil
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Até 1833 – Real
1833 / 1942 – Mil-Réis
1942 / 1964 – Cruzeiro
1964 /1967 – Cruzeiro – sem os centavos
1967 / 1970 – Cruzeiro – Novo – volta dos centavos
1970 / 1984 – Cruzeiro
1984 / 1986 – Cruzeiro – eliminando centavos
1986 / 1986 – Cruzado
1989 / 1990 – Cruzado Novo
1990 / 1993 – Cruzeiro
1993 / 1994 – Cruzeiro Real
1994 / Atual - Real
Planos Econômicos
• Plano Cruzado – Fevereiro de 1986
– Cruzeiro – Cruzado : corte de 03 zeros.
– Fim da correção e congelamento dos preços
– Gatilho salarial
Planos Econômicos
• Plano Cruzado II – novembro de 1986
– Liberação dos preços
– Aumento de impostos
Planos Econômicos
• Plano Bresser – junho de 1987
•
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•
Congelamento de preços e salários
Fim do gatilho
Aumento de impostos
Suspensão de obras públicas
Planos Econômicos
• Plano Verão – janeiro de 1989
• Troca do cruzado pelo cruzado novo,
corte de três zeros.
• Congelamento de preços
• Mudança nos indexadores da economia
Planos Econômicos
• Plano Collor – março de 1990
• Confisco de depósitos e aplicações
financeiras acima de Cr$ 50 mil por 18
meses.
• Moeda volta a ser chamada de cruzeiro
• Preços e salários são congelados com
reajustes pré-fixados.
Planos Econômicos
• Plano Real – fevereiro de 1994
– Implantado gradualmente:
• Julho de 1993: governo corta três zeros do
cruzeiro e transforma-o em cruzeiro real.
Fev/1994 – Criação da Unidade Real de Valor (URV)
Servia como referência – conversão do cruzeiro
real para URV.
Alinhamento dos preços de forma gradual.
Controle severo dos gastos – redução do déficit
público.
CURIOSIDADE:
• Em 07 anos no Brasil, 10 milhões passaram a
valer 0,01 centavo, como?
•
•
•
•
Cruzeiro – 10.000.000
Fev/1986 – Cruzado – 10.000
Jan/1989 – Cruzeiro – 10
Agos/1993 – Cruzeiro Real – 0,01
•
Fonte: Zero Hora, Caderno Dinheiro – 28/fev/2010
Índices de Inflação no Brasil:
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IGP – Índice Geral de Preços – FGV –
Índice ponderado – IPC,IPA,INCC
IPA - Índice de Preços por Atacado - FGV
IGP DI – Índice Geral de Preços
Disponibilidade Interna – Identifica
variações mensais – mês fechado - FGV
IGP M – índice Geral de Preços do Mercado
– 21 até 20 - FGV
IGP 10 – Índice Geral de Preços - 11 até 10
– FGV
IPC RJ – Índice de Preço ao Consumidor
RJ – FGV – variação de preços com base
no gasto de famílias com renda até 33
salários mínimos.
IPCA – Índice de Preço ao Consumidor
Amplo – IBGE – Famílias até 40 salários
mínimos.
IPC FIPE – USP – custo de vida das
famílias com renda até 20 salários mínimos
em São Paulo.
•
•
•
•
•
IPC IEPE - UFRGS – preço de 281 itens
com grande freqüência de compra. Mede o
custo de vida em Porto Alegre.
ICV DIEESE – Índice de Custo de Vida –
Custo médio de vida para a família com
renda até R$2.800 em SP.
INPC – Índice Nacional de Preço ao
Consumidor – Calculado pelo IBGE nas 09
regiões metropolitanas do país nas famílias
com renda entre 01 e 06 salários mínimos.
(POF)
INCC – Índice Nacional de preços da
Construção Civil. IBGE.
CUB – Custo Unitário Básico – Indicador da
construção civil. Reflete evolução dos
preços do material e da mão-de-obra.
Regime de Metas de Inflação
BACEN
• Desde 1999
• Fundamento: Estabilidade do mercado
– Figura do Presidente do Banco Central
– Gestão baseada na transparência
• Relatórios – Atas COPOM – Comitê de Política
Monetária
• Informes na imprensa
• Site do BACEN – www.bacen.org.br
• Previsibilidade: Meta de inflação – em torno 4,5%
• Variação entre bandas – valores máximos e
mínimos.
Regime de Metas de Inflação BACEN
• Foco da política monetária – Inflação
• Combate à inflação com o menor custo social
possível.
• Desenvolvimento de modelos de análise com
previsão de impacto em todas as variáveis do
modelos, bem como previsão temporal do
esgotamento da medida de política econômica.
• Ex.: Alteração da SELIC – 06 meses para
esgotamento do impacto na economia.
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Aula_03_j - 6ª Turma adm-2011