AVALIAÇÃO DA VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA PRODUZIDA POR
TECIDOS IMPREGNADOS COM NANOCERÂMICA
1, 2, 3
Luiz Flávio Franqueiro1, Nicézia Vilela Junqueira Franqueiro 2, Nilton
César Pezati Boer3, Luis Augusto Lupato Conrado4, Egberto Munin5
Universidade Camilo Castelo Branco, Unicastelo / Departamento de Medicina , Estrada projetada s/n
Fazenda Santa Rita, Campus Fernandópolis-SP, 15600-000, Brasil.
4, 5
Universidade Camilo Castelo Branco, Unicastelo / Instituto de Engenharia Biomédica
Núcleo do Parque Tecnológico
Estrada Doutor Altino Bondesan, 500. CEP 12247-016 São José dos Campos SP, Brasil
[email protected], [email protected],2: [email protected],
4
5
[email protected] , [email protected]
Resumo- A radiação infravermelha vem sendo empregadas há milênios no tratamento de várias doenças.
Alguns estudos tem mostrado que certos tipos de cerâmicas são capazes de emitir radiação nesta faixa do
espectro eletromagnético. O presente estudo tem como objetivo avaliar o efeito causado pelo uso de roupas
impregnadas com nanocerâmica na variabilidade da frequência cardíaca (VFC) de participantes do sexo
masculino, sedentários e hígidos. Os resultados mostraram não haver diferenças significativas na VFC entre
participantes em uso de roupa impregnada com nanocerâmica e participantes em uso de roupa sem
nanocerâmica, quando utilizados os índices SDNN (desvio-padrão dos intervalos R-R normais) e rMSSD
(raiz quadrada da média do quadrado das diferenças entre intervalos R-R normais adjacentes).
Palavras-chave: radiação infravermelha, nanocerâmica, variabilidade da frequência cardíaca.
Área do Conhecimento: Medicina.
Introdução
A radiação infravermelha, também denominada
radiação térmica, vem sendo empregada à
milênios no tratamento de várias doenças
(VATANSEVER; HAMBLIN, 2012) . A interação
com os tecidos pode ser de natureza térmica ou
fotoquímica, onde os fótons emitidos interagem
diretamente com as moléculas levando á
alterações químicas (ZIEGELBERGER, 2006).
Alguns estudos tem mostrado que certos tipos de
cerâmicas são capazes de emitir radiação
eletromagnética. Quando aquecidas pelo contato
com o corpo humano elas devolvem parte da
energia térmica absorvida na forma de radiação
infravermelha longa. Além disso, elas também
podem refletir parte da radiação infravermelha
emitida pelo próprio corpo humano (CONRADO &
MUNIN, 2010; CONRADO & MUNIN, 2013).
A variabilidade da frequência cardíaca (VFC)
descreve as oscilações dos intervalos entre
batimentos cardíacos consecutivos, resultado da
interação entre múltiplos mecanismos fisiológicos
que regulam a frequência cardíaca (KENNETH et
al, 2006; BUCCELLETTI, 2009). Como estes são
influenciados pela interação entre o sistema
nervoso simpático e parassimpático, a VFC pode
ser usada como uma medida indireta de
avaliação do funcionamento do sistema nervoso
autônomo (SNA) (RAJENDRA ET AL, 2006).
O presente estudo tem como objetivo
avaliar o efeito causado pelo uso de roupas
impregnadas com nanocerâmica na variabilidade
da frequência cardíaca de participantes
sedentários hígidos.
Material e Métodos
Foi realizado estudo duplo-cego, de
maneira cross-over, ou teste pareado, onde 24
participantes foram submetidos à análise da
variabilidade da frequência cardíaca em duas
situações: usando roupa com nocerâmica
incorporada e roupa sem nanocerâmica.
A gravação da frequência cardíaca foi feita
utilizando o computador de treino Polar
RS800CX. Os dados foram analisados em
computador utilizando Kubios HRV- Heart Rate
Variability Software- University of Eastern Finland.
Os índices utilizados foram: a- SDNN- desviopadrão dos intervalos R-R normais gravados em
20 minutos, expresso em ms; b- rMSSD- raiz
quadrada da média do quadrado das diferenças
entre intervalos R-R normais adjacentes,
gravados em 20 minutos, expresso em MS. As
gravações foram realizadas no Laboratório de
Habilidades da UNICASTELO- Fernandópolis.
Este estudo foi aprovado pelo CEP/CONEP da
Universidade Camilo Castelo Branco, protocolo nº
02260612.8.0000.5494.
Encontro de Pós-Graduação e Iniciação Científica – Universidade Camilo Castelo Branco
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Resultados
Na figura 1, observa-se a avaliação da VFC
através do índice SDNN nos alunos com roupa
impregnada com nanocerâmica e com roupa sem
nanocerâmica. Foi observada uma média das
diferenças de 0,621, com um desvio padrão de
19,3. O erro padrão encontrado foi de 3, 94 (IC
95%: -7,5199; 8,762). P=0,876.
Na figura 2, observa-se a VFC utilizando o
índice rMSSD nos dois grupos. A média das
diferenças foi de 5,23, com um desvio padrão de
23,1 e erro padrão de 4,715 (IC 95%: -4,466;
15,04). P=0,2737.
nanocerâmica foi eficaz na diminuição da
sintomatologia da síndrome de Raynauld
(GORDON; BERBRAYER, 2002). O presente
estudo mostrou não haver alterações nos índices
de variabilidade da frequência cardíaca, SDNN e
rMSSD, com o uso das roupas impregnadas com
nanocerâmica. Como o estudo da VFC é um meio
indireto de avaliação do SNA, pode-se inferir que
não há correlação entre o uso destas roupas e
alterações autonômicas.
Conclusão
O uso de roupas impregnadas com
nanocerâmica não mostrou alterações na
variabilidade da frequência cardíaca, quando
foram utilizados na avaliação os índices baseados
no domínio do tempo SDNN e rMSSD.
Referências
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measurements after use of a garment made with
synthetic fibers embedded with ceramic
nanoparticles.
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RR normais.
CONRADO, L.A.L.; MUNIN, E. Reductions in
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containing ceramic nanoparticles: a 4-month
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Figura 2- raiz quadrada da média do quadrado
das diferenças entre intervalos R-R normais
adjacentes.
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Discussão
RAJENDRA, U; ACHARYA K., JOSEPH, P;
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review. Med Bio Eng Comput. 44:1031–1051,
2006.
A radiação infravermelha longa tem sido
empregada para o tratamento de várias doenças.
As roupas impregnadas com nanocerâmica
constituem-se em meios promissores de
aplicação desta forma de terapia com intuito de
produzir uma biomodulação tecidual. Conrado e
Munin (2010) obtiveram redução de medidas
corporais em mulheres com o uso de roupas
impregnadas com pó de alumina, óxido de
magnésio, óxido de titânio e sílica. O uso de luvas
confeccionadas com tecidos impregnados com
VATANSEVER, F.; HAMBLIN, M.R. Far infrared
radiation (FIR): Its biological effects and medical
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2012.
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