Ana Letícia Zanardi de Figueiredo
Diene Schaefer Pereira Martins
INFLUÊNCIA DO TIPO DE TREINAMENTO FÍSICO NA
VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA NO
REPOUSO E NA DINÂMICA DO EXERCÍCIO
SUBMÁXIMO
Juiz de Fora
Faculdade de Fisioterapia
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
2011
Ana Letícia Zanardi de Figueiredo
Diene Schaefer Pereira Martins
INFLUÊNCIA DO TIPO DE TREINAMENTO FÍSICO NA
VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA NO
REPOUSO E NA DINÂMICA DO EXERCÍCIO
SUBMÁXIMO
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado
Fisioterapia
a
da
Faculdade
de
Universidade
Federal de Juiz de Fora, como
requisito
para
aprovação
na
disciplina Trabalho de Conclusão de
Curso II.
Orientadora: Prof.ª Drª Lilian
Pinto da Silva – UFJF.
Juiz de Fora
Faculdade de Fisioterapia
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
2011
Figueiredo, Ana Letícia Zanardi de.
Influência do tipo de treinamento físico na variabilidade da
frequência cardíaca no repouso e na dinâmica do exercício
submáximo / Ana Letícia Zanardi de Figueiredo e Diene Schaefer
Pereira Martins. – 2011.
60 f. : il.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Fisioterapia)—Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora,
2011.
1. Exercício fisíco - Aspectos fisiológicos. 2. Frequência
Cardíaca. I. Martins, Diene Schaefer Pereira. II. Título.
CDU 616.1-056.268
Ana Letícia Zanardi de Figueiredo
Diene Schaefer Pereira Martins
INFLUÊNCIA DO TIPO DE TREINAMENTO FÍSICO NA
VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA NO
REPOUSO E NA DINÂMICA DO EXERCÍCIO
SUBMÁXIMO
O presente trabalho, apresentado como pré-requisito para aprovação na disciplina
Trabalho de Conclusão de Curso II, da Faculdade de Fisioterapia da UFJF, foi
apresentado em audiência pública a banca examinadora e aprovado no dia 11 de julho
2011.
BANCA EXAMINADORA:
________________________________________
Lilian Pinto da Silva
________________________________________
Tatyana d’Agosto
________________________________________
Tiago Peçanha de Oliveira
AGRADECIMENTOS
“Não se aprende bem a não ser pela experiência.” (Francis Bacon)
Gostaríamos de agradecer primeiramente a Deus por nos permitir e
ajudar a passar por essa incrível experiência que é o aprendizado.
Depois agradecemos uma à outra por sermos sempre tão
companheiras sabendo compreender quando a outra pedia socorro.
Em seguida não poderíamos deixar de agradecer aos nossos queridos
familiares e amigos por todo carinho e compreensão com que nos
acolheram durante esse período de dedicação ao TCC e que
provavelmente gerou nossa ausência em algum momento.
O agradecimento “honra ao mérito” vai para nossa querida
orientadora por nos conduzir e nos lapidar durante o processo árduo e
muita das vezes desesperador do TCC. “Noooooooosaaaaa” não
acreditamos que acabou, obrigada Lilian!
Os demais, e não menos importantes, agradecimentos são para os
voluntários, os funcionários do HU/CAS, os amigos da Fisioterapia e
todos que de alguma forma colaboraram com o nosso estudo.
Ainda temos um agradecimento especial para o grupo de estudos de
VFC da UFJF onde demos os primeiros passos no conhecimento a
cerca da VFC e de onde selecionamos a nossa banca avaliadora.
Por falar em banca, agradecemos ao Tiago e Tatyana por todas as
colaborações a nós tão gentilmente concedidas.
Não há mais nada a dizer se não: muito obrigada!
Ana Letícia e Diene.
RESUMO:
Este trabalho avalia a influência do treinamento físico sobre o controle autonômico da
frequência cardíaca, mensurado no repouso e na dinâmica do exercício submáximo,
através de medidas de variabilidade da frequência cardíaca (VFC) nos domínios do
tempo (MNN, SDNN e RMSSD). Participaram 30 voluntários divididos em três grupos
experimentais: Sedentário (n = 11), Aeróbio (n = 10) e Resistido (n = 9). Os
experimentos foram realizados em dois dias distintos: 1) avaliação da potência aeróbia
máxima; 2) exercício submáximo em cicloergômetro (60% consumo máximo de
oxigênio, 45 minutos), precedido por repouso (10 minutos) e seguido de recuperação
(60 minutos). Para as comparações intragrupo foi utilizada a análise de variância para
medidas independentes, enquanto para comparações intergrupo foi utilizada a análise de
variância para medidas dependentes (p<0,05). O grupo aeróbio apresentou MNN
estatisticamente maior quando comparado aos demais grupos durante o repouso. Não
houve diferença estatisticamente significativa na VFC durante o exercício submáximo
ou na recuperação após a reativação vagal plena entre os grupos estudados. Os
resultados demonstram que: a prática regular de exercícios aeróbios ou resistidos não
interfere na modulação autonômica cardíaca no repouso, durante o exercício
submáximo e na recuperação após retomada vagal. Porém, a prática regular de
exercícios físicos aeróbios promove redução da frequência cardíaca de repouso, a
despeito da ausência de modificações do seu controle autonômico.
Palavras-Chave: Variabilidade da Frequência Cardíaca. Treinamento físico. Exercício
submáximo.
ABSTRACT:
This study evaluates the influence of physical training on the autonomic control of heart
rate, measured at rest and submaximal dynamic exercise, by measures of heart rate
variability (HRV) in the time domain (MNN, SDNN e RMSSD). Participated 30
volunteers divided into three groups: Sedentary (n = 11), Aerobic (n = 10) and Strength
(n = 9). The experiments were performed on two different days: 1) evaluation of
maximum aerobic power, 2) submaximal exercise on a cycle ergometer (60% maximum
oxygen consumption, 45 minutes), preceded by rest (10 minutes) and followed by
recovery (60 minutes). For intragroup comparisons were used the analysis of variance
for independent measures, whereas intergroup comparisons were used to the analysis of
variance for dependent measures (p < 0.05). The aerobic group had statistically
significant MNN higher when compared to other groups during rest. There was no
statistically significant difference in heart rate variability during submaximal exercise or
recovery after full vagal reactivation between the groups. The results show that: the
regular practice of aerobic or resistance exercise does not affect the cardiac autonomic
modulation at rest, during submaximal exercise and recovery after vagal recovery.
However, regular aerobic physical exercise causes a reduction of resting heart rate,
despite the absence of modifications of its autonomic control.
Key Words: Heart Rate Variability. Physical training. Submaximal exercise.
SUMÁRIO:
1. INTRODUÇÃO...............................................................................................................
9
2. OBJETIVOS....................................................................................................................
14
2.1 Geral..................................................................................................................
14
2.2 Específicos........................................................................................................
14
3. METODOLOGIA............................................................................................................
15
3.1. Aspectos éticos.................................................................................................
15
3.2. Caracterização da amostra................................................................................
15
3.3. Protocolo experimental....................................................................................
16
3.4. Descrição dos procedimentos experimentais...................................................
17
3.4.1. Anamnese.........................................................................................
17
3.4.2. Avaliação antropométrica................................................................
17
3.4.3. Avaliação do nível de atividade física regular.................................
17
3.4.4. Avaliação da potência aeróbia máxima...........................................
17
3.4.5. Exercício submáximo......................................................................
18
3.4.6. Coleta dos batimentos cardíacos......................................................
19
3.4.7.
Processamento dos sinais de intervalos R-R e análise da VFC......
19
3.5. Análise dos dados.............................................................................................
21
4. ARTIGO..........................................................................................................................
24
1. Introdução...................................................................................................................
25
2. Material e métodos.....................................................................................................
26
2.1. Aspectos éticos.................................................................................................
26
2.2. Caracterização da amostra................................................................................
27
2.3. Protocolo experimental....................................................................................
28
2.4. Processamento dos sinais de intervalos R-R e análise da VFC........................
29
2.5. Análise dos dados.............................................................................................
32
3. Resultados..................................................................................................................
32
4. Discussão....................................................................................................................
34
4.1. Repouso ...........................................................................................................
34
4.2. Exercício...........................................................................................................
35
4.3. Recuperação.....................................................................................................
37
4.4. Deltas Inicial e Final.........................................................................................
38
5. Conclusão e Considerações Finais.............................................................................
39
5. REFERÊNCIAS..............................................................................................................
40
6. ANEXOS.........................................................................................................................
47
9
1 . INTRODUÇÃO
O funcionamento dos diversos órgãos, aparelhos e sistemas que compõem o
organismo humano sofre constantemente a influência do sistema nervoso autônomo
(SNA), que é essencial para a homeostasia e a devida interação com o meio ambiente
(JUNQUEIRA, 1998). Quando esse equilíbrio é violado, respostas orgânicas imediatas,
automáticas e involuntárias tendem a reverter este quadro em prol do restabelecimento
do equilíbrio funcional (PASCHOAL et al., 2006). A estas respostas reguladoras dá-se o
nome de respostas autonômicas, em virtude de serem efetuadas pelo sistema nervoso
autônomo (SNA), o qual é subdividido anatomofuncionalmente em sistema nervoso
simpático (SNS) e sistema nervoso parassimpático (SNP).
O coração é capaz de regular seu próprio ritmo, promovendo geração e condução de
estímulos elétricos, com consequente garantia da contratilidade miocárdica por meio de
sua inervação intrínseca. Estas funções são amplamente moduladas pelo SNA a fim de
atender às necessidades metabólicas e teciduais, tanto em repouso, onde existe um
predomínio da atividade parassimpática, quanto durante o exercício e atividades
corriqueiras (GUYTON, 2006) (PASCHOAL et al., 2006).
Sendo assim, como as variações da frequência cardíaca se devem principalmente às
mudanças na atuação simpática e parassimpática sobre o nódulo sinoatrial, sua
quantificação reflete a modulação autonômica sobre o coração. Deste modo, medidas
de variabilidade da frequência cardíaca (VFC) vêm sendo amplamente utilizadas como
ferramenta não invasiva para investigação da modulação autonômica sobre o nódulo
sinoatrial (TASK FORCE, 1996) (RIBEIRO; MORAES FILHO, 2005) (WOODS et al.,
2005).
A gama de possibilidades para o uso, o custo-benefício com a aplicação da técnica e
a facilidade para obtenção de dados, fazem da VFC uma opção com boa aplicabilidade
para interpretações do funcionamento do SNA e uma ferramenta clínica promissora
(VANDERLEI et al., 2009) (ALONSO et al., 1998). A análise das respostas e
adaptações de variáveis cardiovasculares a intervenções fisiológicas ou farmacológicas,
tanto em condições saudáveis quanto patológicas, têm sido utilizadas para estudar os
mecanismos de controle autonômico e validar os métodos de avaliação da VFC. Nesse
contexto, o exercício físico dinâmico é particularmente útil, por permitir uma aplicação
10
de diferentes níveis de estresse, medidos através da carga de trabalho ou das respostas
metabólicas (RIBEIRO; MORAES FILHO, 2005).
As medidas de VFC são calculadas a partir da análise dos intervalos entre as ondas
R do eletrocardiograma (intervalos R-R), as quais podem ser captadas por instrumentos
como eletrocardiógrafos, monitores de eletrocardiografia e cardiofrequencímetros, a
partir de sensores externos colocados em pontos específicos do corpo (Figura 1). A
análise da VFC pode ser realizada por meio de métodos lineares (análises no domínio
do tempo, a partir do cálculo de índices estatísticos e geométricos, e análise no domínio
da frequência – análise espectral) e métodos não lineares (TASK FORCE, 1996).
Figura 1: Ilustração de um registro do sinal de eletrocardiograma, onde P representa a
despolarização atrial, QRS a despolarização ventricular e T a repolarização ventricular. A onda
R
é
a
marca
elétrica
do
batimento
cardíaco.
Adaptado
de
http://fielenfermeiro.files.wordpress.com/2009/09/r-sinusal.png
Muitos estudos investigaram a VFC durante o repouso em indivíduos saudáveis ou
em condições patológicas, como os de Novais et al. (2004), Kunz (2007), Lopes et al.
(2007), Pantoni et al. (2007), Paschoal et al. (2008), Resende et al. (2003) e Zuttin et
al. (2008). Porém, como o sistema cardiovascular em repouso utiliza apenas uma
fração de sua capacidade, os resultados obtidos com a análise da VFC em repouso
podem não caracterizar completamente este sistema ou os seus mecanismos de
regulação (TULPPO et al., 1998). O exercício físico provoca alterações no sistema
cardiovascular e nos reguladores autonômicos, o que imprime um acréscimo na análise
do controle autonômico da frequência cardíaca (FC) permitindo assim, uma gama
11
maior de conhecimento a cerca do SNA e viabilizando aplicações clínicas práticas
(ALONSO et al., 1998) (WILMORE; COSTILL, 1999).
O exercício físico aumenta a atividade simpática e está associado a vários fatores
como a atividade respiratória aumentada, redução de variância e aumento da não
estacionariedade do sinal de intervalos R-R (MALLIANI et al., 1991). Por estes
motivos a análise da VFC durante o exercício, quando existe instabilidade no
comportamento da FC, é mais difícil e exige métodos de processamento de sinais
complexos. A fim de minimizar essa instabilidade de dados, protocolos experimentais
que utilizam exercício com carga constante, o qual gera um estado de equilíbrio, são
mais indicados para investigação da VFC durante o exercício (MALLIANI et al.,
1991) (McARDLE et. al., 2008) (TULPPO et al., 2001).
Os ajustes cardiovasculares, bem como os mecanismos autonômicos envolvidos, em
resposta ao exercício físico são amplamente difundidos. Assim, sabe-se que em
antecipação ao exercício físico ocorre um discreto aumento da FC, decorrente,
principalmente, da inibição vagal mediada pelo comando central. Com o início do
exercício há um aumento da atividade simpática, proporcional à intensidade do mesmo.
Este incremento da atuação simpática, associado à diminuição da atuação
parassimpática, leva a um aumento progressivo da FC. Se o exercício for com carga
constante, o organismo tende a entrar no estado de equilíbrio, no qual a FC se mantém
estável e forma um platô, como mostrado na Figura 2. Imediatamente após o exercício,
há uma diminuição da FC, resultante da reativação vagal e da redução da estimulação
simpática (McARDLE et. al., 2008) (WILMORE; COSTILL, 1999).
12
Figura 2: Comportamento da frequência cardíaca durante e após exercício com carga constante
(modificado de WILMORE, 1999).
A redução da atividade parassimpática sobre o coração durante o exercício promove
uma diminuição das medidas de VFC, devido a redução da variação entre os intervalos
R-R, uma vez que a atividade simpática, com maior expressividade durante o exercício,
promove oscilações lentas do ritmo cardíaco (ALONSO et al., 1998) (TASK FORCE,
1996).
Alonso et al. (1998), ao estudarem o comportamento da VFC durante exercício
progressivo máximo, concluíram que a mesma diminui em fases do exercício nas quais
o aumento da FC é determinado, principalmente, pela retirada vagal. Almeida et al.
(2005) afirmam que a VFC não é completamente anulada em um teste de exercício
máximo, sendo mantida em níveis semelhantes aos do momento do limiar anaeróbico.
Já Perini et al. (2000), ao estudarem a VFC durante exercício submáximo em idosos de
ambos os sexos, concluíram que mudanças de distribuição da análise espectral não
refletiram as mudanças na atividade autonômica, mas sim, modificações do controle
cardiocirculatório e aumento da atividade respiratória que, normalmente, ocorre com
cargas crescentes.
Após o exercício físico, com a reativação vagal e a redução da estimulação
simpática, a VFC retorna aos níveis pré-exercício (TASK FORCE, 1996). Alguns
estudos como o de Guerra (2009) e Mendonça e Ávila (2010) discutem a influência do
treinamento físico na VFC durante a recuperação e concluíram que os indivíduos
treinados possuem melhor reativação vagal quando comparados a indivíduos
sedentários. Apesar disso, os estudos sobre a recuperação da VFC ainda não elucidaram
completamente os mecanismos que envolvem a modulação autonômica cardíaca durante
o período pós-exercício.
Sabe-se que uma boa condição física e a prática regular de exercícios físicos levam a
uma adaptação do sistema nervoso autônomo (TULPPO et al., 1998). Alguns estudos
observaram que o nível de atividade física influencia as respostas autonômicas cardíacas
no início e no final do exercício físico (GOLDBERGER et al., 2006) (GUERRA, 2009)
(D’AGOSTO, 2010). Outros ainda apontam a influencia do tipo de treinamento físico
sobre essas respostas no repouso e na recuperação (ABAD et al., 2010) (TAMBURUS
et al., 2010).
13
Os estudos supracitados investigam a VFC apenas em momentos pontuais dentro da
dinâmica do exercício físico, fato que pode gerar perda na análise da modulação
autonômica cardíaca, uma vez que esta age constantemente em nosso organismo e não
de maneira fracionada. Diante do exposto, observa-se a necessidade de estudar a
modulação do SNA sobre o coração antes, durante e após a prática de exercícios físicos.
Somado a necessidade de estudar o exercício físico em sua integralidade está a de
avaliar o impacto dos diferentes tipos de atividade física sobre a modulação autonômica
cardíaca.
Mediante o exposto, revela-se a importância desse estudo que se propõe a investigar
se a VFC antes, durante e após o exercício submáximo é distinta entre indivíduos
sedentários,
praticantes
de
predominantemente resistidos.
exercícios
predominantemente
aeróbios
ou
14
2 . OBJETIVOS
2.1. Geral
Verificar o comportamento da VFC antes, durante e após exercício físico
submáximo em indivíduos sedentários, com treinamento físico predominantemente
aeróbio e com treinamento físico predominantemente resistido.
2.2. Específicos
Investigar se o comportamento da VFC antes, durante e após exercício físico
submáximo pode ser influenciada pelo tipo de treinamento físico.
Verificar se a modificação dos índices de VFC, em resposta ao exercício
submáximo, pode ser influenciada pelo treinamento físico aeróbio e ou resistido.
Verificar se a modificação dos índices de VFC do exercício em relação aos da
recuperação, após reativação vagal plena, pode ser influenciada pelo treinamento físico
aeróbio e/ou resistido.
15
3 . METODOLOGIA
3.1. Aspectos éticos:
Todos os voluntários foram esclarecidos e orientados a respeito dos procedimentos
empregados neste estudo e do caráter não invasivo dos mesmos. Eles foram
familiarizados com o ambiente onde ocorreram os experimentos, bem como com os
pesquisadores envolvidos; foram esclarecidos, ainda, de que poderiam desistir de
participar do estudo a qualquer momento. Após concordarem, assinaram o termo de
consentimento livre e esclarecido (TCLE), elaborado de acordo com a resolução no
196/96 do Conselho Nacional de Saúde (Anexo 1) e aprovado pelo Comitê de Ética em
pesquisa do Hospital Universitário da UFJF (parecer no. 0086/2009) (Anexo 2),
considerando-se que o presente projeto está inserido e deu continuidade a um projeto
mais amplo que vem sendo desenvolvido desde o ano de 2009 (MENDONÇA; ÁVILA,
2010) (CARVALHO; CARVALHO, 2010).
3.2. Caracterização da amostra:
Foram recrutados trinta voluntários saudáveis, do sexo masculino, com idades entre
18 e 29 anos, que foram divididos em três grupos experimentais:
1) Grupo sedentário (GS) – constituído de 11 indivíduos que não praticavam atividade
física regular há um período mínimo de seis meses.
2) Grupo Aeróbio (GA) – constituído de 10 indivíduos que praticavam exercícios
físicos, predominantemente aeróbios, há um período mínimo de quatro meses.
3) Grupo Resistido (GR) – constituído de 9 indivíduos que praticavam exercícios
físicos, predominantemente resistidos, há um período mínimo de quatro meses.
Para participação no estudo, além da assinatura do TCLE, os voluntários deveriam
contemplar os seguintes critérios: ausência de tabagismo há pelo menos um ano, não
fazer uso regular de medicações que possam influenciar as variáveis hemodinâmicas e
ou a modulação autonômica cardíaca. Para compor os grupos GA e GR foram
selecionados sujeitos que alcancem pontuação entre 2 e 3 para a primeira modalidade de
treinamento avaliada na questão 9 (prática de esportes/exercícios físicos) do
questionário de Baecke, descrito no Anexo 3 (BAECKE et al., 1982).
16
Foram excluídos da pesquisa os voluntários que apresentaram limitações
cardiovasculares e ou musculoesqueléticas que pudessem interferir na execução dos
exercícios físicos que constituem o protocolo experimental e/ou arritmias detectadas na
monitorização eletrocardiográfica em repouso.
3.3. Protocolo Experimental
O protocolo experimental constou de dois dias distintos, sendo que todos os
experimentos ocorreram no período da manhã, a fim de evitar influências do ritmo
circadiano sobre as variáveis hemodinâmicas avaliadas. As coletas foram realizadas no
Laboratório de Avaliação Física e no Ambulatório de Fisioterapia do Centro de Atenção
à Saúde da Universidade Federal de Juiz de Fora – HU/CAS. Cada dia de experimento
foi separado por um período de intervalo mínimo de 72 horas e máximo de uma semana
em relação ao anterior. Todos os sujeitos foram orientados a buscar sono reparador na
noite que antecede cada experimento, a realizar refeição leve uma hora antes da coleta,
além de não consumir bebidas alcoólicas, cafeína e não praticar exercícios intensos nas
24 horas que antecedem os experimentos.
1º. Dia:
a) Anamnese
b) Avaliação antropométrica
c) Avaliação do nível de atividade física regular
d) Avaliação da potência aeróbia máxima
2º. Dia:
a) Coleta de dados pré-exercício
Antes do exercício os voluntários permaneceram sentados em repouso durante dez
minutos para coleta dos batimentos cardíacos pré-exercício, por meio do monitor de
frequência cardíaca modelo S810i (Polar), para o cálculo da VFC pré-exercício.
b) Coleta de dados durante o exercício submáximo
Durante toda a execução do exercício físico, os voluntários tiveram seus batimentos
cardíacos captados, continuamente, para o cálculo da VFC.
c) Coleta de dados pós-exercício submáximo
Ao término do exercício físico, os voluntários permaneceram sentados em repouso
numa poltrona confortável durante sessenta minutos para recuperação passiva pós-
17
exercício. Neste período os batimentos cardíacos foram captados, continuamente, para o
cálculo da VFC pós-exercício.
3.4. Descrição dos procedimentos experimentais:
3.4.1. Anamnese
Foi realizada a investigação dos hábitos de vida, história de doenças e presença de
fatores de risco para doenças do sistema cardiovascular (Anexo 4).
3.4.2. Avaliação antropométrica
Foi mensurada a estatura, por meio do estadiômetro Asimed e a massa corporal, por
meio da balança Asimed. A estimativa do percentual de gordura corporal foi calculada
por meio da equação proposta por Jackson e Pollock (1978), a partir da adipometria das
dobras cutâneas (peitoral, abdômen e coxa) utilizando um adipômetro Cescorf.
3.4.3. Avaliação do nível de atividade física regular
Todos os voluntários responderam a um questionário (Anexo 3), já validado, para
investigação de seus níveis de atividade física habitual (pontuação total do questionário
de Baecke). A partir do referido questionário foi considerado para análise apenas a
pontuação obtida no escore bruto do domínio exercício físico/esporte (questão 9), que
diz respeito à prática de exercícios físicos regulares, independente dos exercícios
praticados em atividades de locomoção, lazer e ocupacionais.
3.4.4. Avaliação da potência aeróbia máxima
Todos os voluntários foram submetidos a um teste cardiopulmonar para avaliação
da potência aeróbia máxima. Este teste foi realizado em cicloergômetro eletromagnético
(ERGOFIT, ergo 167 cycle), seguindo o protocolo incremental em rampa, com
manutenção de 50 a 60 rotações por minuto (rpm). A coleta e análise dos gases
expirados foi realizada continuamente, pelo analisador metabólico modelo VO2OOO
(MedGraphics, EUA), devidamente calibrado antes de cada teste. A partir deste teste foi
identificado o VO2 no pico do exercício e este foi considerado máximo quando foram
18
observadas as condições: percepção subjetiva do esforço acima de 18 na escala de
categoria de Borg (Anexo 5), quociente respiratório acima de 1,1 e frequência cardíaca
acima de 85% da máxima prevista para a idade. Além disso, durante todo o teste foi
realizada a monitorização eletrocardiográfica em três derivações para acompanhamento
do ritmo cardíaco. O teste foi interrompido, imediatamente, caso o voluntário relatasse
ou apresentasse quaisquer sinais ou sintomas de intolerância ao exercício ou de
sobrecarga cardiovascular excessiva (ex.: arritmia, dor torácica, dispnéia, elevação
exagerada ou redução da pressão arterial, etc.). A aferição da pressão arterial foi
realizada a cada três estágios do teste, por meio do método auscultatório. Esta aferição
foi executada sempre pelo mesmo avaliador, utilizando o esfigmomanômetro de coluna
de mercúrio (Takaoka). As fases I e IV de KorotKoff foram adotadas para identificação
das pressões sistólica e diastólica, respectivamente. Na condição de repouso préexercício e no período de recuperação após o exercício, foi realizada verificação dos
níveis
pressóricos,
por
meio
do
método
oscilométrico,
utilizando
monitor
multiparamétrico (modelo DX 2020, Dixtal): com o indivíduo na posição supina uma
vez antes do exercício e a cada cinco minutos após o exercício).
3.4.5. Exercício submáximo
Os voluntários realizaram
45
minutos de exercício
no
cicloergômetro
eletromagnético (ERGOFIT, ergo 167 cycle) com 60% da potência aeróbia máxima e
60 rotações por minuto. Os intervalos R-R foram registrados continuamente pelo
cardiofrequencimetro e a pressão arterial aferida pelo método auscultatório, a cada dez
minutos. Esta aferição foi executada sempre pelo mesmo avaliador, utilizando o
esfigmomanômetro de coluna de mercúrio (Takaoka). As fases I e IV de KorotKoff
foram adotadas para identificação das pressões sistólica e diastólica, respectivamente.
Na condição de repouso pré-exercício e no período de recuperação após o exercício foi
realizada verificação dos níveis pressóricos, por meio do método oscilométrico,
utilizando monitor multiparamétrico (modelo DX 2020, Dixtal): com o indivíduo na
posição sentada uma vez antes do exercício e a cada cinco minutos após o exercício.
19
3.4.6. Coleta dos batimentos cardíacos
A coleta dos batimentos cardíacos, para o cálculo dos índices da VFC, foi realizada
por meio do monitor de frequência cardíaca modelo S810i (Polar). Os valores pontuais
dos intervalos entre cada batimento cardíaco (iRR) coletados foram direcionados a um
microcomputador, pela transmissão de dados do receptor de pulso para o software Polar
Precision Performance, utilizando-se interface de emissão de sinais infravermelhos. Os
intervalos R-R foram coletados como segue:
1° dia: 10 minutos em repouso na posição supina.
2° dia: 10 minutos em repouso na posição sentada; 45 minutos durante o exercício
submáximo, sendo que a captação ocorreu imediatamente antes do comando verbal para
início do exercício; 60 minutos após o término do exercício, estando o indivíduo na
posição sentada. Deste modo foram gerados três sinais de intervalos R-R, coletados
consecutivamente.
3.4.7. Processamento dos sinais de intervalos R-R e análise da VFC
A fim de utilizar sinais de intervalos R-R de curta duração e estacionárias,
conforme recomendado pelas Sociedades Européia e Americana de Cardiologia, os
sinais coletados foram transferidos para o aplicativo Matlab, versão 6.0 para seleção
automática dos cinco minutos de menor variância, por meio de rotina previamente
implementada (LOPES et al. 2007). Todos os sinais coletados no repouso (Figura 3A),
durante o exercício submáximo (Figura 3B) e durante a recuperação após a reativação
vagal plena (Figura 3C), descrita adiante, foram submetidos a este procedimento
previamente ao cálculo das medidas de VFC.
Além disso, para investigação da reativação vagal, foi calculado o RMSSD a cada
30 segundos (RMSSD30s) a partir dos sinais de intervalos R-R coletados no período de
recuperação após o exercício, por meio da rotina previamente implementada no
aplicativo matlab (MENDONÇA; ÁVILA, 2010). A média dos RMSSD30s, calculados a
partir dos sinais de intervalos R-R coletados nos primeiros 5 minutos de repouso préexercício, serviu de parâmetro para obtenção da reativação vagal plena, a saber: o ponto
20
a partir do qual o RMSSD30s após o exercício não foi estatisticamente diferente do
RMSSD30s médio de antes do exercício foi chamado de reativação vagal plena.
Para o cálculo da VFC de repouso antes do exercício, foi realizado o seguinte préprocessamento dos dados: seleção automática dos cinco minutos de menor variância, a
partir do sinal de intervalos R-R coletados durante 10 minutos.
Para o cálculo da VFC durante o exercício, foi realizado o seguinte préprocessamento dos dados: a partir da identificação visual do platô de FC, indicativo do
estado de equilíbrio, foi realizada a seleção automática dos cinco minutos de menor
variância. Este procedimento permitiu a extração do trecho estacionário do sinal e a
análise da modulação autonômica cardíaca na fase de equilíbrio do exercício
submáximo.
Figura 3: Representação de sinais de intervalos entre os batimentos cardíacos. Os quadrados
laranjas representam os 5 minutos de menor variância selecionados. A: Sinal de 10 minutos
coletado durante o repouso. B: Sinal de 45 minutos coletado durante exercício. A seta azul
representa o ponto a partir do qual foi considerado, visualmente, que o voluntário atingiu o
estado de equilíbrio. C: Sinal de 60 minutos de recuperação. A seta verde representa momento
em que ocorreu a reativação vagal plena.
Fonte: os autores
21
Para o cálculo da VFC após o exercício, foi realizado o seguinte pré-processamento
dos dados: a partir da reativação vagal plena, foi realizada a seleção automática dos
cinco minutos de menor variância. Este procedimento permitiu a extração do trecho
estacionário do sinal e a análise da modulação autonômica cardíaca no período da
recuperação em que a atuação parassimpática encontrava-se semelhante ao repouso.
As séries temporais com duração de cinco minutos selecionadas foram transferidas
para o software Kubios HRV Analysis, versão 2.0 (TARVAINEN; NISKANEN, 2008),
para o cálculo das medidas de VFC no domínio do tempo descritas na Tabela 1.
Tabela 1: Descrição das medidas de VFC calculadas no domínio do tempo e suas
correspondentes atuações fisiológicas relacionadas à modulação autonômica cardíaca.
Índice
Descrição
Interpretação Fisiológica
MNN
Média dos intervalos RR normais
(iNN)
Inversamente proporcional a
frequência cardíaca
SDNN
Desvio padrão dos iNN
RMSSD
Raiz média quadrática das diferenças
entre INN sucessivos
Modulação simpática e vagal
sobre o coração
Modulação vagal sobre o coração
Fonte: Adapatado de Task Force, 1996.
A fim de caracterizar a modificação da VFC decorrente do exercício foi calculada a
diferença entre as medidas de VFC (MNN, SDNN, RMSSD) do exercício e as do
repouso (delta inicial) para cada indivíduo, a partir dos dados coletados no 2° dia.
Com a finalidade de caracterizar a recuperação da VFC após o exercício foi
calculada a diferença entre as medidas de VFC (MNN, SDNN, RMSSD) do exercício e
as do período após reativação vagal plena (delta final), previamente definido, para cada
indivíduo, com os dados coletados no 2° dia.
3.5. Análise dos dados
Todos os dados coletados foram submetidos a análise estatística descritiva e
posteriormente a métodos estatísticos (descritos a seguir) para análise comparativa.
22
Para identificar se houve diferença entre as medidas de VFC dos grupos (GA, GR
e GS) foram comparados os dados (MNN, SDNN e RMSSD) do repouso, exercício e
após a reativação vagal plena, coletados no 2° dia.
Para a verificação da normalidade das variáveis foi utilizado o teste de Shapiro
Wilk. Para verificação de possíveis diferenças entre os grupos foi utilizada a análise de
variância (ANOVA-one way) seguido do teste post-hoc de Tuckey. Para comparação
dos dados de RMSSD30s após o exercício e durante o repouso (reativação vagal plena)
foi utilizada a ANOVA para medidas repetidas. Foi considerado um nível de
significância de  = 0,05, sendo utilizado o programa Statistic, versão 6.0, para a
análise dos dados.
23
A versão referente ao Trabalho de Conclusão de Curso II (TCC II) será
apresentada em formato de artigo científico, na próxima sessão, e nela constarão os
resultados e discussão dos achados. O artigo será enviado para publicação na HU
Revista e, portanto, encontra-se de acordo com as normas exigidas por esta revista
(Anexo 6).
24
4 . ARTIGO
INFLUÊNCIA DO TIPO DE TREINAMENTO FÍSICO NA VARIABILIDADE DA
FREQUÊNCIA CARDÍACA NO REPOUSO E NA DINÂMICA DO EXERCÍCIO
SUBMÁXIMO
INFLUENCE OF TYPE OF PHYSICAL TRAINING ON HEART RATE
VARIABILITY AT REST AND SUBMAXIMAL DYNAMIC EXERCISE
Palavras chave: Variabilidade da Frequência Cardíaca. Treinamento físico. Exercício
submáximo.
Autoras:
Ana Letícia Zanardi de Figueiredo – Fisioterapeuta, Graduada pela Universidade
Federal de Juiz de Fora.
Diene Schaefer Pereira Martins - Fisioterapeuta, Graduada pela Universidade Federal
de Juiz de Fora.
Lilian Pinto Silva – Fisioterapeuta, graduada pela Universidade Estadual Paulista Júlio
de Mesquita Filho (1995), mestre em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual
de Campinas (1999) e doutora em Ciências em Engenharia Biomédica pelo Instituto
Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (COPPE) da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (2009).
25
1 INTRODUÇÃO
O funcionamento dos diversos sistemas que compõem o organismo humano sofre
constantemente a influência do sistema nervoso autônomo (SNA), que é essencial para a
homeostasia e a devida interação com o meio ambiente, este é subdividido
anatomofuncionalmente em sistema nervoso simpático (SNS) e sistema nervoso
parassimpático (SNP) (PASCHOAL et al., 2006) (JUNQUEIRA, 1998). Deste modo, as
variações da FC se devem, principalmente, às mudanças na atuação simpática e
parassimpática sobre o nódulo sinoatrial e sua quantificação reflete a modulação
autonômica sobre o coração. Neste contexto, medidas de Variabilidade da Frequência
Cardíaca (VFC) vêm sendo amplamente utilizadas como ferramenta não invasiva para
investigação da modulação autonômica sobre o nódulo sinoatrial. Tais medidas são
calculadas a partir da análise dos intervalos entre as ondas R do eletrocardiograma
(intervalos R-R). (TASK FORCE, 1996) (RIBEIRO; MORAES FILHO, 2005).
Como o sistema cardiovascular em repouso utiliza apenas uma fração de sua
capacidade, os resultados obtidos com a análise da VFC em repouso podem não
caracterizar completamente este sistema ou os seus mecanismos de regulação (TULPPO
et al.,1998). Neste contexto o exercício físico dinâmico é particularmente útil, por
permitir uma aplicação de diferentes níveis de estresse, medidos através da carga de
trabalho ou das respostas metabólicas (RIBEIRO; MORAES FILHO, 2005).
O exercício físico aumenta a atividade simpática e está associado a vários fatores
como a atividade respiratória aumentada, redução de variância e aumento da não
estacionariedade do sinal de intervalos R-R. A fim de minimizar essa instabilidade de
dados, protocolos experimentais que utilizam exercício com carga constante, a qual
26
gera um estado de equilíbrio, são mais indicados para investigação da VFC durante o
exercício (MALLIANI et al., 1991).
Uma boa condição física e a prática regular de exercícios físicos levam a uma
adaptação do sistema nervoso autônomo (TULPPO et al., 1998). Alguns estudos
observaram que o nível de atividade física influencia as respostas autonômicas cardíacas
no início e no final do exercício físico (GOLDBERGER et al., 2006) (GUERRA, 2009)
(D’AGOSTO, 2010). Outros ainda apontam a influência do tipo de treinamento físico
sobre essas respostas no repouso e na recuperação (ABAD et al., 2010) (TAMBURUS
et al., 2010).
Os estudos supracitados investigam a VFC apenas em momentos pontuais dentro da
dinâmica do exercício físico, fato que pode gerar perda na análise da modulação
autonômica cardíaca, uma vez que esta age constantemente em nosso organismo e não
de maneira fracionada. Diante do exposto, observa-se a necessidade de estudar a
modulação do SNA sobre o coração antes, durante e após a prática de exercícios físicos.
Somado a necessidade de estudar o exercício físico em sua integralidade está a de
avaliar o impacto dos diferentes tipos de atividade física sobre a modulação autonômica
cardíaca.
Mediante o exposto, revela-se a importância desse estudo que se propõe a investigar
se a VFC antes, durante e após o exercício submáximo é distinta entre indivíduos
sedentários,
praticantes
de
predominantemente resistidos.
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Aspectos éticos:
exercícios
predominantemente
aeróbios
ou
27
Todos os voluntários foram esclarecidos e orientados a respeito dos procedimentos
empregados neste estudo e do caráter não invasivo dos mesmos. Após concordarem,
assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), elaborado de acordo
com a resolução no 196/96 do Conselho Nacional de Saúde e aprovado pelo Comitê de
Ética em pesquisa do Hospital Universitário da UFJF (parecer no. 0086/2009).
2.2 Caracterização da amostra:
Foram recrutados 30 voluntários saudáveis, do sexo masculino, com idades entre 18
e 29 anos, divididos em três grupos experimentais: Grupo Sedentário (GS) – constituído
de 11 indivíduos, Grupo Aeróbio (GA) – constituído de 10 indivíduos e Grupo
Resistido (GR) – constituído de 9 indivíduos. O critério considerado para ser
classificado como treinado era alcançar pontuação entre 2 e 3 para a primeira
modalidade de treinamento avaliada na questão 9 (prática de esportes/exercícios físicos)
do questionário de avaliação do nível de atividade física de Baecke (BAECKE et al.,
1982).
Os
critérios
de
inclusão
foram:
prática
regular
de
exercício
físico
predominantemente aeróbio ou resistido há pelo menos 4 meses (GA e GR) ou não ter
praticado exercício físico regular por pelo menos 6 meses (GS), assinatura do TCLE,
ausência de tabagismo há pelo menos um ano, não fazer uso regular de medicações que
possam influenciar as variáveis hemodinâmicas e ou a modulação autonômica cardíaca.
Foram excluídos da pesquisa os voluntários que apresentaram limitações
cardiovasculares e/ou musculoesqueléticas que pudessem interferir na execução dos
exercícios físicos que constituem o protocolo experimental e/ou arritmias detectadas na
monitorização eletrocardiográfica em repouso.
28
2.3 Protocolo Experimental
Constou de três dias distintos em cujas coletas ocorreram no período da manhã, a
fim de evitar influências do ritmo circadiano sobre as variáveis hemodinâmicas
avaliadas. As coletas foram realizadas no Laboratório de Avaliação Física e no
Ambulatório de Fisioterapia do Centro de Atenção à Saúde da Universidade Federal de
Juiz de Fora – HU/CAS. Cada dia de experimento foi separado por intervalo mínimo de
72 horas e máximo de uma semana em relação ao anterior. Todos os sujeitos foram
orientados a buscar sono reparador na noite que antecede cada experimento, a realizar
refeição leve uma hora antes da coleta, além de não consumir bebidas alcoólicas,
cafeína e não praticar exercícios intensos nas 24 horas que antecedem os experimentos.
O 1º. Dia foi composto por: a) Anamnese: realizada a investigação dos hábitos de
vida, história de doenças e presença de fatores de risco para doenças do sistema
cardiovascular.
b)
Avaliação
antropométrica:
Foram
mensuradas
a
estatura
(estadiômetro Asimed) e a massa corporal (balança Asimed). A estimativa do percentual
de gordura corporal foi realizada pela adipometria (adipômetro Cescorf) das dobras
cutâneas peitoral, abdômen e coxa por meio da fórmula proposta por Jackson e Pollock
(1978). c) Avaliação do nível de atividade física regular: Todos os voluntários
responderam ao questionário de Baecke do qual foi considerado para análise apenas a
pontuação obtida no escore bruto do domínio exercício físico/esporte (questão 9), que
diz respeito à prática de exercícios físicos regulares. d) Avaliação da potência aeróbia
máxima: através de um teste cardiopulmonar realizado em cicloergômetro
eletromagnético (ERGOFIT, ergo 167 cycle), seguindo o protocolo incremental em
rampa, com manutenção de 50 a 60 rotações por minuto (rpm). A coleta e análise dos
29
gases expirados foi realizada continuamente, pelo analisador metabólico modelo
VO2OOO (MedGraphics, EUA), devidamente calibrado antes de cada teste. O teste foi
considerado máximo quando foram observadas as condições: percepção subjetiva do
esforço acima de 18 na escala de categoria de Borg, quociente respiratório acima de 1,1
e frequência cardíaca acima de 85% da máxima prevista para a idade.
O 2º. Dia continha: a) Coleta de dados pré-exercício: Antes do exercício os
voluntários permaneceram sentados em repouso durante dez minutos para coleta dos
batimentos cardíacos por meio do monitor de frequência cardíaca modelo S810i (Polar).
b) Exercício submáximo e coleta de dados: os voluntários realizaram 45 minutos de
exercício no cicloergômetro eletromagnético (ERGOFIT, ergo 167 cycle) com 60% da
potência aeróbia máxima e 60 rotações por minuto. Durante toda a execução do
exercício físico, os voluntários tiveram seus batimentos cardíacos captados,
continuamente. d) Coleta de dados pós-exercício submáximo: ao término do exercício
físico, os voluntários permaneceram em repouso sentados em poltrona confortável
durante 60 minutos para recuperação passiva pós-exercício. Neste período os
batimentos cardíacos foram captados, continuamente e a pressão arterial aferida pelo
método auscultatório, a cada dez minutos.
2.4 Processamento dos sinais de intervalos R-R e análise da VFC
A fim de utilizar sinais de intervalos R-R de curta duração e estacionárias,
conforme recomendado pelas Sociedades Européia e Americana de Cardiologia, os
sinais coletados foram transferidos para o aplicativo Matlab, versão 6.0 para seleção
automática dos cinco minutos de menor variância, por meio de rotina previamente
implementada (LOPES et al. 2007). Todos os sinais coletados no repouso (Figura 3A),
durante o exercício submáximo (Figura 3B) e durante a recuperação após a reativação
30
vagal plena (Figura 3C), descrita adiante, foram submetidos a este procedimento
previamente ao cálculo das medidas de VFC.
Além disso, para investigação da reativação vagal, foi calculado o RMSSD a cada
30 segundos (RMSSD30s) a partir dos sinais de intervalos R-R coletados no período de
recuperação após o exercício, por meio da rotina previamente implementada no
aplicativo matlab (MENDONÇA; ÁVILA, 2010). A média dos RMSSD30s, calculados a
partir dos sinais de intervalos R-R coletados nos primeiros 5 minutos de repouso préexercício, serviu de parâmetro para obtenção da reativação vagal plena, a saber: o ponto
a partir do qual o RMSSD30s após o exercício não foi estatisticamente diferente do
RMSSD30s médio de antes do exercício foi chamado de reativação vagal plena.
Para o cálculo da VFC de repouso antes do exercício, foi realizado o seguinte préprocessamento dos dados: seleção automática dos cinco minutos de menor variância, a
partir do sinal de intervalos R-R coletados durante 10 minutos.
Figura 3: Representação de sinais de intervalos entre os batimentos cardíacos. Os quadrados
laranjas representam os 5 minutos de menor variância selecionados. A: Sinal de 10 minutos
coletado durante o repouso. B: Sinal de 45 minutos coletado durante exercício. A seta azul
representa o ponto a partir do qual foi considerado, visualmente, que o voluntário atingiu o
estado de equilíbrio. C: Sinal de 60 minutos de recuperação. A seta verde representa momento
em que ocorreu a reativação vagal plena.
31
Fonte: os autores
Para o cálculo da VFC durante o exercício, foi realizado o seguinte préprocessamento dos dados: a partir da identificação visual do platô de FC, indicativo do
estado de equilíbrio, foi realizada a seleção automática dos cinco minutos de menor
variância. Este procedimento permitiu a extração do trecho estacionário do sinal e a
análise da modulação autonômica cardíaca na fase de equilíbrio do exercício
submáximo.
Para o cálculo da VFC após o exercício, foi realizado o seguinte pré-processamento
dos dados: a partir da reativação vagal plena, foi realizada a seleção automática dos
cinco minutos de menor variância. Este procedimento permitiu a extração do trecho
estacionário do sinal e a análise da modulação autonômica cardíaca no período da
recuperação em que a atuação parassimpática encontrava-se semelhante ao repouso.
As séries temporais com duração de 5 minutos selecionadas foram transferidas para
o software Kubios HRV Analysis, versão 2.0 (TARVAINEN; NISKANEN, 2008), para
o cálculo das medidas de VFC no domínio do tempo: MNN (média dos intervalos R-R
normais), SDNN (desvio padrão dos intervalos R-R normais) e RMSSD (raiz média
quadrática das diferenças entre os intervalos R-R normais consecutivos).
A fim de caracterizar a modificação da VFC decorrente do exercício foi calculada a
diferença entre as medidas de VFC do exercício e as do repouso (delta inicial) para cada
indivíduo, a partir dos dados coletados no 2° dia.
Com a finalidade de caracterizar a recuperação da VFC após o exercício foi
calculada a diferença entre as medidas de VFC do exercício e as do período após
reativação vagal plena (delta final), previamente definido, para cada indivíduo, com os
dados coletados no 2° dia.
32
2.5 Análise dos dados
Todos os dados coletados foram submetidos, inicialmente, a análise estatística
descritiva e ao teste de normalidade de Shapiro Wilk.
Para identificar se houve diferença nas medidas de VFC entre os grupos
experimentais foram comparados os dados (MNN, SDNN e RMSSD) do repouso,
exercício e após a reativação vagal plena, coletados no 2° dia, por meio da análise de
variância (ANOVA-one way) seguido do teste post-hoc de Tukey.
Para comparação dos dados de RMSSD30s após o exercício e o repouso foi utilizada
a ANOVA para medidas repetidas. Para todos os teste foi considerado um p < 0,05,
sendo utilizado para a análise dos dados o programa Statistic versão 6.0.
3 RESULTADOS
Características demográficas, físicas, hemodinâmicas e do nível de atividade física
de cada grupo estão apresentadas na tabela 1.
Tabela 1. Caracterização da amostra. Valores descritos como média ± desvio padrão.
Grupo Sedentário
Grupo Aeróbio
Grupo Resistido
(N=11)
(N=10)
(N=9)
Idade (anos)
23,6 ± 2,2
23,3 ± 3,5
21,5 ± 1,1
IMC (Kg/m²)
24,6 ± 3,2
23,0 ± 1,3
24,3 ± 2,5
Gordura corporal (%)
17,0 ± 7,3
13,1 ± 6,4
15,0 ± 6,3
PAD (mmHg)
67,0 ± 8,0
65,0 ± 10,0
64,0 ± 8,0
PAS (mmHg)
117,0 ± 9,0
119,0 ± 13,0
124,0 ± 11,0
VO2 máximo
(mL/Kg/min)
EBE
37,3 ± 9,5
38,9 ± 12,2
34,2 ± 8,4
0,7 ± 0,8
6,4 ± 2,8*
5,2 ± 1,5*
ET
7,1 ± 1,8
11,2 ± 3,0*
10,1 ± 2,6*
33
IMC - índice de massa corporal; PAD - pressão arterial diastólica; PAS - pressão
arterial sistólica; EBE - escore bruto do domínio exercício físico/esporte; ET - escore
total do questionário de Baecke.
* = Diferença significativa (p < 0,05) em relação ao grupo sedentário.
Fonte: Os autores (2011).
Apenas a variável MNN apresentou diferença estatisticamente significativa entre os
grupos, sendo maior no grupo aeróbio (GA), em comparação aos demais, no período
pré-exercício e no delta inicial (tabela 2).
Tabela 2. Medidas de variabilidade da frequência cardíaca, calculadas a partir dos
sinais coletados nos experimento realizados no 2º. dia do protocolo experimental.
MNN
GRUPO
Repouso
Sedentário 796,6 ± 100,1
Exercício
Recuperação
Delta Inicial
Delta Final
416,5 ± 47,7
674,1 ± 89,6
391,5 ± 109,4
257,6 ± 63,7
Aeróbio
934,7 ± 147,3*
407,3 ± 44,1
700,4 ± 108,6
527,4 ± 125,1*
293,1 ± 87,3
Resistido
760,8 ± 91,1
397,9 ± 23,9
622,8 ± 55,1
362,9 ± 93,8
224,9 ± 36,4
SDNN
GRUPO
Repouso
Exercício
Recuperação
Delta Inicial
Delta Final
Sedentário 48,9 ± 26,0
4,4 ± 2,3
25,0 ± 8,7
48,8 ± 26,8
20,3 ± 9,1
Aeróbio
58,2 ±23,7
3,2 ± 1,8
28,6 ± 13,6
58,5 ± 21,6
27,1 ± 12,0
Resistido
40,8 ± 14,6
4,0 ± 3,0
25,6 ± 9,2
36,8 ± 14,1
21,6 ± 7,4
RMSSD
GRUPO
Repouso
Exercício
Recuperação
Delta Inicial
Delta Final
Sedentário 41,5 ± 24,2
3,7 ± 1,5
17,8 ± 7,6
42,4 ± 24,5
14,2 ± 8,3
Aeróbio
60,4 ± 31,2
3,5 ± 2,3
22,3 ± 17,7
61,2 ± 28,9
20,1 ± 16,2
Resistido
37,1 ± 17,3
4,4 ± 5,5
16,1 ± 7,6
32,7 ± 16,2
11,6 ± 6,8
MNN - média dos intervalos RR normais (iNN); SDNN - desvio padrão dos iNN;
RMSSD - raiz média quadrática das diferenças entre iNN sucessivos.
* Diferença estatisticamente significativa (p < 0,05) em comparação aos grupos
sedentário e resistido.
34
Fonte: Os autores (2011).
4. DISCUSSÃO
No presente estudo foi verificado que o treinamento físico, seja ele
predominantemente aeróbio ou resistido, não foi determinante para causar modificações
significativas da modulação autonômica cardíaca. Pois, as medidas de VFC analisadas
não foram estatisticamente diferentes entre os grupos experimentais quando comparadas
nos períodos repouso pré-exercício, exercício, recuperação e nos deltas inicial e final.
A discussão foi subdividida em períodos do protocolo (repouso, exercício e
recuperação), em um tópico para os deltas (inicial e final) e deve ser acompanhada da
observação da tabelas 2.
4.1 Repouso
A partir da diferença significativa da variável MNN, entre o grupo aeróbio (GA) e
os grupos sedentário (GS) e resistido (GR), durante o período de repouso pré-exercício,
pode-se concluir que o GA apresentou menor FC basal. Este achado é justificado pelo
fato das variáveis MNN e FC serem inversamente proporcionais e corrobora outros
resultados descritos na literatura, os quais relatam que o treinamento físico aeróbio
promove bradicardia em repouso (ALMEIDA E ARAÚJO, 2003) (SHIN et al., 1995)
(TULPPO et al.,1998).
Embora tenha encontrado que atletas de ciclismo apresentam a variável SDNN
elevada, em comparação a sedentários, em repouso, Martinelli et al. (2005) afirmam que
adaptações intrínsecas do nódulo sinoatrial podem ser as responsáveis por esta resposta,
considerando-se que as medidas de VFC investigadas no domínio da freqüência não
35
foram diferentes entre os atletas e sedentários. Sendo assim, este trabalho sugere ainda
que, o treinamento físico aeróbio não foi associado com alterações nas respostas
autonômicas cardiovasculares durante o repouso em adultos jovens do sexo masculino.
Cooke e Carter (2004) estudaram o efeito do treinamento resistido com duração de oito
semanas sobre a VFC de repouso e concluíram que este tipo de treinamento físico não
interferiu na modulação autonômica cardíaca em indivíduos jovens saudáveis,
corroborando com nossos achados.
Em contrapartida, Shin et al. (1995), ao estudarem a VFC em repouso através da
análise no domínio da frequência, observaram que atletas possuem maior VFC quando
comparado a não atletas saudáveis.
Os resultados do presente estudo confirmam aqueles de estudos que avaliaram
indivíduos treinados (COOKE E CARTER, 2004) (GUERRA, 2009) (D’AGOSTO,
2010), ao invés de atletas que possuem VO2 máximo significativamente maior que
indivíduos sedentários e treinados (SHIN et al.,1995) (MARTINELLI et al., 2005).
Além disso, os voluntários treinados (GA e GR) investigados no presente não
apresentaram potência aeróbia máxima diferente dos voluntários sedentários (GS).
4.2 Exercício
No presente estudo não foi encontrado nenhum efeito do treinamento físico sobre a
modulação autonômica cardíaca durante o exercício, considerando-se que os grupos
investigados não foram estatisticamente diferentes em relação às medidas de VFC
durante o exercício.
Por outro lado, Hagerman et al. (1996) estudaram a VFC em indivíduos saudáveis
durante exercício submáximo moderado e constataram redução do componente de baixa
36
frequência (LF) da análise espectral, que representa a atuação predominantemente
simpática sobre o nodo sinoatrial. Esta redução se manteve durante o exercício, apesar
do aumento do drive simpático, refletido pelo aumento acentuado da frequência
cardíaca. Em contrapartida, o componente de alta frequência (HF), que representa a
atuação vagal sobre o nodo sinoatrial, não se alterou significativamente durante o
exercício.
Tulppo et al. (1998) concluiu que indivíduos de meia idade (35 a 46 anos) com boa
aptidão aeróbia possuem maior modulação vagal da FC durante exercício físico quando
comparados a indivíduos na mesma faixa etária com aptidão aeróbia reduzida. O
confronto destes resultados com os do presente estudo não indica, diretamente, uma
controvérsia de resultados. Diferentemente do estudo de Tulppo et. al. (1998), os
sujeitos treinados e sedentários do presente estudo não apresentaram diferença
significativa quanto a potência aeróbia máxima.
Além disso, trabalhos sobre modulação autonômica da freqüência cardíaca durante o
exercício são escassos, controversos e em sua maioria analisam a VFC no domínio da
frequência, o que se diferencia da análise no domínio do tempo realizada neste estudo.
De acordo com a literatura, embora as análises da VFC no domínio do tempo e no
domínio da frequência sejam amplamente empregadas para estudo não invasivo da
modulação autonômica sobre o coração, talvez não sejam as mais adequadas devido a
não linearidade do comportamento da FC, principalmente durante o exercício. Uma
nova proposta de análise se baseia na comparação de dados estacionários, gerados por
métodos otimizados a partir dos sinais originais coletados durante o exercício, incluindo
integrais de correlação e uma medida de irreversibilidade do tempo (BRAUN et al.,
1998) (TULLPO et al., 2001).
37
4.3 Recuperação
Embora a reativação vagal plena tenha ocorrido em momentos diferentes nos três
grupos: GA na 19ª janela (9min e 30s), GR na 14ª janela (7min) e GS na 47ª janela
(23min30s), conforme resultados já demonstrados por Mendonça e Ávila (2010), não
houve diferenças estatisticamente significativas na VFC de recuperação entre os grupos.
Este fato já seria esperado uma vez que as medidas utilizadas foram calculadas após a
reativação vagal plena. Porém, a diferença estatisticamente significativa da medida
MNN do grupo aeróbio em relação aos grupos resistido e sedentário encontrada durante
o repouso não foi identificada na recuperação. Possivelmente seja necessário um tempo
maior de recuperação para que tal diferença reapareça, reforçando a hipótese aventada
por Martinelli et al. (2005) de que mecanismos de controle intrínseco da FC estejam
envolvidos neste processo.
Cole et al. (1999) ao analisarem o comportamento da FC, no período pós-exercício,
concluíram que uma menor redução da mesma pode ser resultante de um déficit de
controle parassimpático e preditor de mortalidade. Shin et al. (1995) observaram
maiores valores da potência HF (análise no domínio da frequência) no período pósexercício em atletas, quando comparado a não-atletas. Além disso, a recuperação da FC
foi mais rápida em atletas do que em não atletas e estes autores concluíram que a
atividade vagal foi reforçada pelas mudanças adaptativas na regulação neural produzida
pelo treinamento físico. Porém, os trabalhos citados acima investigaram a VFC logo
após o término do exercício físico por 15 minutos e não após o restabelecimento da
atuação vagal, como no presente estudo.
38
Abad et al. (2010) desenvolveram um trabalho, cujo protocolo experimental é
bastante distinto dos estudos citados anteriormente e do presente estudo. Estes autores
encontraram maiores valores de VFC após o exercício submáximo aeróbio, em
comparação ao resistido, em indivíduos jovens e saudáveis. Nesse estudo, realizaram
exercício aeróbio os indivíduos treinados nesta modalidade de exercício e, realizaram
exercício resistido os indivíduos que praticavam exercícios de musculação,
diferentemente do presente estudo que analisou todos os sujeitos com mesmo tipo de
exercício submáximo.
O fato de terem sido investigadas apenas medidas de VFC no domínio do tempo não
limita os achados do presente estudo, pois Goldberger et al. (2009) constataram que a
análise da VFC no domínio do tempo foi altamente correlacionada com a análise no
domínio da frequência. Estes autores analisaram o efeito da mudança no controle
simpático-vagal que ocorre durante a recuperação do exercício, através de medidas de
VFC no domínio do tempo e no domínio da frequência, utilizando bloqueio
farmacológico autonômico seletivo.
4.4 Deltas inicial e final
O delta inicial foi estatisticamente maior no grupo aeróbio, em comparação aos
demais grupos, concordando com o achado de que os maiores valores de MNN
encontrados neste grupo no repouso não se mantiveram durante o exercício. Deste
modo, pode-se inferir que a capacidade de adaptação ao exercício realizado foi
semelhante entre os grupos, justificado pelo fato de que a prática regular de exercícios
físicos, aeróbios ou resistidos, pode não ter gerado efeitos suficientes para causar
39
respostas distintas entre os grupos. Porém, o delta final para esta mesma variável não foi
diferente entre os grupos, possivelmente, devido ao breve tempo de recuperação.
Não há relatos ou referências na literatura sobre o uso da comparação entre os
períodos de repouso, exercício e recuperação semelhante ao que este estudo chama de
deltas inicial e final, sendo assim, a formulação de tais deltas abre vertentes para a
realização de novos estudos.
5. CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS
A prática regular de exercícios aeróbios ou resistidos não interfere na modulação
autonômica cardíaca no repouso, durante o exercício submáximo e na recuperação após
retomada vagal. Porém, a prática regular de exercícios físicos aeróbios promove
redução da frequência cardíaca de repouso, a despeito da ausência de modificações do
seu controle autonômico.
40
5. REFERÊNCIAS
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47
6. ANEXOS
ANEXO 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)
Titulo da pesquisa: Influência do tipo de treinamento físico sobre a variabilidade da
freqüência cardíaca no repouso e pós-exercício e sobre a
resposta
hipotensora
aguda
pós-exercício
dinâmico
submáximo
Responsáveis: Profa. Dra. Lilian Pinto da Silva (coordenadora)
Prof. Dr. Mateus Camaroti Laterza (colaborador)
Comitê de Ética: Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário da
Universidade Federal de Juiz de Fora.
Rua Catulo Breviguieri, s/n, Bairro Santa Catarina, CEP: 36036-110. Tel. (32) 40095187
E-mail: [email protected]
Endereços e telefones da pesquisadora responsável:
Profa Lilian Pinto da Silva
Rua Min. Amarílio Lopes Salgado, 50 / apto 102, Cascatinha. Tels. (32) 2102.3843 / 91035053
Informações ao participante:
1. O presente termo tem por finalidade esclarecer que você fará parte de uma
pesquisa sobre a influência do tipo de treinamento físico na resposta da pressão
arterial e na atuação do sistema nervoso sobre o coração após uma única sessão de
exercício físico em pessoas sedentárias, pessoas que fazem exercícios para o
aumento da força muscular e pessoas que fazem exercícios aeróbios (ex.:
caminhada, corrida, natação, etc.).
2. Para esta pesquisa serão realizadas coletas de dados em três dias diferentes:
1º. dia
Será aplicado um questionário para a avaliação do seu nível de atividade física.
Além disso, você responderá a uma entrevista para investigação dos seus hábitos de
vida, história de doenças e presença de fatores de risco para doenças do sistema
cardiovascular, bem como passará por um breve exame físico, onde será feita uma
avaliação antropométrica (peso, altura, composição corporal), verificação da pressão
arterial de repouso e coleta dos seus batimentos cardíacos para o estudo indireto da
atuação do sistema nervoso sobre o seu coração.
A coleta dos batimentos cardíacos será realizada por meio do uso de uma cinta
torácica que emite dados para um relógio de pulso que funciona como receptor
(monitor de frequência cardíaca). Estes dados serão coletados em repouso, na
posição deitada, durante aproximadamente dez minutos.
Em seguida será realizado um teste físico na bicicleta ergométrica para
avaliação da sua capacidade aeróbia máxima. O teste será executado com
monitorização eletrocardiográfica, para acompanhamento do ritmo cardíaco, e
48
aferição da pressão arterial. Este teste será interrompido imediatamente, caso você
apresente ou relate quaisquer sinais ou sintomas indesejados.
2º. dia
No segundo dia de coleta você permanecerá sentado em repouso durante dez
minutos para coleta dos batimentos cardíacos e aferição da pressão arterial antes do
exercício. Posteriormente você realizará 45 minutos de exercício submáximo na
bicicleta ergométrica. Durante todo o exercício a frequência cardíaca e a pressão
arterial serão monitorizadas.
Após o término do exercício físico, você permanecerá sentado em repouso
numa poltrona confortável durante sessenta minutos de recuperação. Neste período
os batimentos cardíacos serão captados, continuamente, por meio do monitor de
freqüência cardíaca e a pressão arterial será aferida a cada cinco minutos.
3º. dia
Você será submetido a uma sessão controle, na qual você permanecerá
sentado na bicicleta ergométrica em repouso por 45 min e todos os procedimentos
realizados no segundo dia de coleta serão repetidos.
Todos os experimentos descritos ocorrerão sempre no período da manhã no
Centro de Atenção à Saúde da Universidade Federal de Juiz de Fora – HU/CAS.
3. A sua participação não implicará em receber bônus, como também não terá ônus.
Caso o tenha, se comprovado for, será ressarcido pelos pesquisadores responsáveis.
4. Você poderá perguntar aos pesquisadores todas as dúvidas que tiver a respeito da
pesquisa e dos procedimentos aos quais será submetido. As suas dúvidas serão
prontamente esclarecidas pelos mesmos.
5. Você pode desistir de participar da pesquisa em qualquer momento, não havendo
penalizações para tal.
6. Os dados obtidos na pesquisa serão armazenados em total sigilo, sua identidade
não será revelada em hipótese alguma e os dados coletados serão de uso exclusivo
dos pesquisadores para a divulgação científica dos resultados da pesquisa.
Eu, _____________________________________________, portador do RG nº
__________________, residente à _________________________________________
na cidade de _______,tel:________________________________ certifico que, tendo
lido as informações prévias e sido suficientemente esclarecido pelos responsáveis
sobre todos os itens, estou plenamente de acordo com a realização do estudo,
autorizando a minha participação no mesmo, como voluntário.
Juiz de Fora, ______ de ______________ de ________.
__________________________________________________
Voluntário
_________________________________________________
Acadêmico (a)
_________________________________________________
Profa. Lilian Pinto da Silva
1ª via – voluntário da pesquisa / 2ª via – arquivamento com os pesquisadores
49
ANEXO 2
50
51
ANEXO 3
52
53
54
ANEXO 4
FICHA DE ANAMNESE
Projeto de Pesquisa: Influência do tipo de treinamento físico sobre a variabilidade da
freqüência cardíaca no repouso e pós-exercício e sobre a resposta hipotensora aguda
pós-exercício dinâmico submáximo.
Data: ____/____/____
1) Identificação:
Nome:_____________________________________ Data nascimento: ___/____/____
Endereço:_____________________________________________________________
Bairro: _______________________________ Cidade: ______________________
UF: ______ Telefone(s): _______________________________
Profissão: __________________________
2) Hábitos de Vida
Sono: (
(
) Reparador
) Não fumante (
Etilista: (
) Sim
(
) Não Reparador
) Ex – fumante: há quanto tempo parou de fumar?___________
(
) Não
Qual(is) bebida(s) faz uso: ______________________
Quantidade semanal: ______________________ Bebe café ou chá: ____xícaras/dia
Já foi atleta? Sim (
) Não (
)
Há quanto tempo: _________ Modalidade: ______________
3) Fatores de Risco para Doença Aterosclerótica Coronariana
Hipertensão arterial: Sim (
) Não (
Diabetes: Sim (
)
) Não (
Obesidade: Sim (
) Não (
Dislipidemia: Sim (
Estresse: Sim (
)
) Não (
) Não (
)
)
)
4) Sinais e Sintomas Relacionados com Alterações do Sistema Cardiovascular
Lipotímia: (
Síncope: (
Palpitação: (
) Sim (
) Sim (
) Sim (
Dor Precordial: (
Dispnéia: (
) Não
) Não
) Sim (
Há quanto tempo: _________________________
) Não
) Sim (
) Não
Há quanto tempo: __________________________
Há quanto tempo: _________________________
) Não Há quanto tempo: _________________________
Há quanto tempo:_________________________
55
5) Doenças Cardiovasculares:
(
) Sim
(
) Não
Qual (is)?_____________________________________________________________
6) História Patológica Pregressa:
_____________________________________________________________________
7) Filho de pais hipertensos? ( ) Pai ( ) Mãe
8) Medicações em uso
Descrição
Concentração
Posologia
9) Avaliação física
Massa corporal: ________Kg
IMC: __________Kg/m2
Estatura: ________m
PA: ____ / ____ mmHg ( Início da coleta da VFC- Em supino - Método Oscilométrico)
PA: ____ / ____ mmHg ( Final da coleta da VFC - Em supino - Método Oscilométrico)
Dobras cutâneas:
Média:
- Peitoral: __________ mm ___________ mm ___________mm ___________mm
- Abdômen: _________mm ___________mm ___________mm ___________mm
- Coxa: ____________ mm ___________mm ___________mm ___________mm
10) Monitorização eletrocardiográfica (supino):
DI: ____________________________
DII: _________________________________
DIII: ___________________________ AVR:_________________________________
AVL: __________________________ AVF: _________________________________
V1: ___________________________ V2: __________________________________
V3: ___________________________ V4: __________________________________
V5: ___________________________ V6: __________________________________
Qualidade do traçado: (
) ótima
(
) boa
(
) regular
(
) ruim
Considerações: ________________________________________________________
11) O voluntário está apto para participar do estudo? (
) Sim
(
) Não
Justificativa:
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
56
ANEXO 5
ESCALA DE BORG PARA CLASSIFICAÇÃO DO ESFORÇO PERCEBIDO
6
7 Muito, muito leve
8
9 Muito leve
10
11 Ligeiramente leve
12
13 Um pouco difícil
14
15 Difícil
16
17 Muito difícil
18
19 Muito, muito difícil
20
57
ANEXO 6
Normas de Publicação
A HU Revista, ISSN 0103-3123, é uma revista publicada trimestralmente pelo Hospital
Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora e indexada pelo LILACS, Index
Medicus Latino Americano e Latindex.
A revista publica artigos originais, comunicações breves/short communications artigos
de revisão/artigos de atualização (quando solicitados pelo Conselho Editorial), cartas ao
editor e ensaios clínicos, em português, espanhol e inglês.
A submissão de um manuscrito requer que este seja conciso e consistente no estilo, não
tenha sido publicado anteriormente (exceto na forma de resumo) e que não esteja sendo
considerado para publicação em outra revista. As ideias, os conceitos emitidos, a
veracidade das informações e das citações são de responsabilidade exclusiva dos
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Os manuscritos serão analisados por pelo menos dois pareceristas; a aprovação dos
trabalhos será baseada no conteúdo científico e na apresentação. Os manuscritos que
não estiverem de acordo com estas instruções serão devolvidos.
O manuscrito (incluindo tabelas e referências) deve ser preparado em um software para
edição de textos, com espaçamento duplo entre linhas, fonte Times New Roman
tamanho 12 e paginado. As margens devem ser de pelo menos 3 cm e o tamanho do
papel, A4 (210 mm x 297 mm). Para serem submetidos aos consultores, os artigos
deverão ser enviados pelo Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas (SEER),
disponível no endereço http://ojs.hurevista.ufjf.br, e não podem apresentar identificação
de autoria no conteúdo e nas prioridades do arquivo. Os autores devem apresentar
também as tabelas, ilustrações e folha de rosto sob forma de documentos suplementares
na mesma submissão. A folha de rosto deve apresentar o título em português, o título
em inglês, o nome completo de todos os autores, suas respectivas filiações
institucionais, além de e-mail e endereço do autor para contato. Clique aqui para ver o
modelo de folha de rosto.
O manuscrito deve conter título (com até 250 caracteres), título em inglês, resumo (com
até 250 palavras), palavras-chave (entre três e seis, separadas por ponto), abstract e
keywords. Os tópicos variam de acordo com o tipo do trabalho (artigo de revisão,
artigo original e caso breve). Todos os tópicos devem conter texto, mesmo aqueles que
se dividem em subtópicos.
As palavras-chaves e seus respectivos keywords devem ser descritores existentes no
DeCS-Bireme.
58
As referências citadas no texto deverão ser apresentadas no último tópico, organizadas
em ordem alfabética, segundo as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT), a NBR 6023.
Tabelas e ilustrações deverão ser inseridos no texto, sendo que os arquivos destes dois
últimos devem ser enviados também como documentos suplementares no formato em
que foram criados. Todas as ilustrações devem possuir legenda, citação no texto e estar
em formato tiff ou jpg com resolução mínima 300dpi. As tabelas deverão seguir as
normas do IBGE, ter preferencialmente 7,65 cm de largura e não deverão ultrapassar 16
cm. Ilustrações em cores podem ser submetidas, entretanto, caso publicadas, estas serão
em tons de cinza.
Exemplos de referências
Livro: 1 autor
COSTA, E. A. Manual de fisiopatologia e nutrição. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 2009.
Livro: 3 autores
ROLLNICK, S.; MILLER, W. R.; BUTLER, C. Entrevista motivacional na unidade
de saúde: ajudando pacientes a mudar o comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2009.
Livro: mais de 3 autores
BARRETO, S. S. N. et al. Pneumologia. Porto Alegre: Artmed, 2009.
Parte de livros
SARTI, F. M. Avaliação de custos em projetos de economia da saúde. In: NITA, M.
E. et al. Avaliação de tecnologias em saúde: evidência clínica, análise econômica e
análise de decisão. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 316-329.
Dissertações e teses
ALEXANDRINO, D. F. L. O corpo representado por mulheres atletas de body
building. 2010. Dissertação (Mestrado em Educação Física)–Universidade Federal de
Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2010.
ABE, I. L. M. Prevalência de acidente vascular cerebral em área de extensão social
na cidade de São Paulo, Brasil: utilizando questionário validado para sintomas. 2010.
Tese (Doutorado em Educação e Saúde)–Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010.
Artigos
MOURA, R. O corpo entre a ação e a contemplação na sociedade laboratório. ProPosições, Campinas, SP, v. 21, n. 2, p. 37-49, maio/ago. 2010.
RUBIN, A. S.; CARDOSO, P. F. G. Termoplastia brônquica em asma. Jornal
Brasileiro de Pneumologia, Brasília, DF, v. 36, n. 4, p. 506-512, jul./ago. 2010.
59
KLEBANOFF, M. A. et al. Personal hygienie behaviors and bacterial vaginosis.
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Documentos eletrônicos
INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER (Brasil). Estimativa 2006: incidência de
câncer no Brasil. Rio de janeiro, 2006. Disponível em: <http://www.inca.gov.br/>.
Acesso em: 4 ago. 2007.
Destacamos que, nas referências, todos os autores consultados devem ser citados,
os nomes dos periódicos devem ser escritos por extenso e deverão existir os locais
de publicação dos mesmos.
Citações no texto
As citações serão indicadas no corpo de texto, entre parênteses, com as seguintes
informações: entrada da autoria em caixa alta, vírgula, data da publicação, vírgula,
abreviatura de página (p.) e o número desta(s) (NBR 10520).
Exemplo: (ABREU, 2010) (BRASIL, 2011) (JORNAL DO BRASIL, 2011)
Para dois autores, usar ponto-e-vírgula para separá-los (OLIVEIRA; SILVA, 2010) e,
em caso de mais de três autores, citar o sobrenome do primeiro autor seguido por et al.
(ALVES et al., 2010).
As notas explicativas, restritas ao mínimo indispensável, deverão ser apresentadas no
final do texto.
Para mais informações e obter exemplos de como realizar as citações, consulte material
específico disponível em www.hurevista.ufjf.br.
Os artigos deverão ser enviados pelo SEER e o acompanhamento de sua avaliação será
realizado pelo sistema eletrônico: http://ojs.hurevista.ufjf.br.
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influência do tipo de treinamento físico na variabilidade da