Variabilidade da frequência cardíaca na síndrome metabólica XI Salão de Iniciação Científica PUCRS Andressa Silveira de Oliveira1, Denielli da Silva Gonçalves Bós1, Liliane Appratto de Souza1, Karina Rabello Casali2, Ana Maria Pandolfo Feoli1, Fabrício Edler Macagnan1 1 Faculdade de Enfermagem, Nutrição e Fisioterapia, PUCRS 2Fundação Universitaria de Cardiologia, no Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul Introdução As principais alterações que aumentam o risco cardiovascular na síndrome metabólica (SM) estão intimamente ligadas à deposição de gordura abdominal e à resistência à insulina.(Diretriz Brasileira para Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica,2004,Lakka,2002,Haffner,2003) No entanto, o aumento da pressão arterial (PA) observado nesses indivíduos parece estar associado ao desequilíbrio na modulação autonômica deflagrado principalmente pela redução da variabilidade da frequência cardíaca (VFC).( Lakka,1998, Kleider,2005, Lahiri,2008, Anil,2008) Com isso, o objetivo desse trabalho é avaliar se a deposição de gordura abdominal e a resistência à insulina estão relacionadas à alteração da VFC na SM. Métodos No total 122 voluntários, entre 30 e 59 anos, participaram do estudo: SM (n=91) e controle (n=31). Os voluntários foram submetidos a uma coleta de sangue, em jejum de 10h a 12h para análises laboratoriais. A partir de um trecho estacionário do eletrocardiograma (ECG) com 200 batimentos, a VFC em repouso foi analisada no domínio tempo e no domínio da frequência, determinadas a partir do intervalo R-R do ECG e dos componentes espectrais de baixa frequência (LF), alta frequência (HF), que representam a modulação simpática e vagal, respectivamente. O balanço simpatovagal foi expresso pela relação LF/HF. A coleta de sangue foi realizada em jejum de 10h a 12h. A comparação dos valores da VFC entre os grupos foi realizada através do teste não paramétrico de Mann-Whtiney e a correlação entre XI Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 09 a 12 de agosto de 2010 474 circunferência abdominal (CA), resistência à insulina (HOMA) e VFC foi determinado pelo teste de Pearson. Resultados Comparado ao grupo controle, observamos que nos voluntários com SM a VFC no domínio tempo foi 37% menor, a modulação simpática (LF) 80% maior, a modulação vagal (HF) 23% menor e o balanço simpatovagal (LF/HF) 46% maior (todos significativamente diferentes em relação ao grupo controle, p<0,01). Na análise de correlação observamos que VFC está inversamente correlacionada com CA e HOMA (r=- 0,35 e p<0,01 e r=-0,24 e p<0,01 respectivamente). Conclusão A SM altera a VFC, tanto no domínio tempo quanto no domínio frequência, desviando o balanço simpatovagal em direção ao predomínio simpático sendo que, essas alterações parecem depender mais do aumento da CA do que do aumento da resistência à insulina. Referências 1. DIRETRIZ BRASILEIRA PARA DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA SÍNDROME METABÓLICA. Hipertensão. Vol.7,N°4( 2004),pp.121-163. 2. LAKKA,H.M, et al. The metabolic syndrome and total and cardiovascular disease mortality in middle-aged men. JAMA. Vol.288, N°21 ( 2002),pp.2709-2716 3. HAFFNER,S,et al. Epidemic obesity and the metabolic syndrome. Circulation. Vol.108, N°13 (2003),pp.1541-1545. 4. LAKKA,J.P, et al. Reduced Heart Rate Variability and New-Onset Hypertension. Insights Into Pathogenesis of Hypertension: The Framingham Heart Study. Hypertension. Vol.32,N°12 (1998),pp.293-297. 5. KLEIGER,R.E,et al. Heart rate variability: Measyrement and clinical utility. Ann Noninvasive Electrocardiol. Vol.10 ( 2005),pp.88-101. 6. LAHIRI,M.K, et al. Assessment of autonomic function in cardiovascular disease: Physiological basis and prognostic implications. J Am Coll Cardiol Vol.51, N°10 (2008), pp.1725-1733. 7. ANIL,K,et al. A Twin Study of Metabolic Syndrome and Autonomic Tone. Journal of Cardiovascular Rlectrophysiology (2008). XI Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 09 a 12 de agosto de 2010 475