COLEGIADO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE Farmácia A AMEAÇA DOS MEDICAMENTOS FALSIFICADOS Kamilla Vieira Santos da Silva Orientador: Francisco José Rocha de Sousa Rio de Janeiro Julho de 2012 KAMILLA VIEIRA SANTOS DA SILVA Aluna do Curso de Farmácia Matrícula: 0823800033 A AMEAÇA DOS MEDICAMENTOS FALSIFICADOS Trabalho de Conclusão de Curso, TCC, apresentado ao Curso de Graduação em Farmácia, da UEZO como parte dos requisitos para a obtenção do grau em Farmacêutico, sob a orientação do Prof. Francisco José Rocha de Sousa Rio de Janeiro Julho de 2012 A AMEAÇA DOS MEDICAMENTOS FALSIFICADOS Elaborado por Kamilla Vieira Santos da Silva Aluna do Curso de Farmácia da Uezo. Esse trabalho de Graduação foi analisado e aprovado com GRAU: Farmacêutico Rio de Janeiro, 04 de Abril de 2012 Membro, Título Acadêmico ______________________________________________ Professor, Título Acadêmico ______________________________________________ Professor Orientador, Título Acadêmico Presidente RIO DE JANEIRO, RJ- BRASIL Julho, 2012 Dedico este trabalho à Deus e a minha família. iii Agradeço a Deus e a minha família, por estarem sempre comigo, possibilitando assim o desenvolvimento do meu trabalho. Agradeço também ao meu orientador Francisco sempre José me o professor por estar auxiliando da melhor maneira possível no desenvolvimento trabalho. iv deste LISTA DE FIGURAS Figura1–Cadeia fornecedora de medicamentos falsificados..................................................................................................................06 Figura 2 – Classe terapêutica dos principais medicamentos falsificados contra disfunção erétil apreendidos pela Polícia Federal no período de 2007-2010 .......... 20 Figura 3 – Estados com maior percentagem de medicamentos falsificados contra disfunção erétil apreendidos pela Polícia Federal no período de 2007-2010 .......... 20 Figura 4 – Principais integrantes das classes de medicamentos para disfunção erétil, por ano apreendidos pela Polícia Federal nos períodos de 2007-2010 ................... 21 Figura 5 – Classe terapêutica dos principais medicamentos contrabandeados apreendidos pela Polícia Federal juntamente com as especialidades Cialis e Viagra falsos. Estados brasileiros, 2000-2010 ..................................................................... 22 Figura 6 – Relatos de medicamentos falsificados por classe terapêutica recebida pela OMS 1999-2002 ................................................................................................................................... 25 v LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Casos de produtos farmacêuticos contrafeitos, identificados por diversas agências de medicamentos em todo o mundo ......................................................... 10 Tabela 2 – Ações da Anvisa decorrentes das investigações de suspeitas de falsificações, fraudes e desvios de qualidade de medicamentos ............................. 12 Tabela 3 – Casos de medicamentos falsificados de 1999 a 2004 ........................... 13 Tabela 4 – Número de lotes de medicamentos falsificados por produto no Brasil 2005-2009 ................................................................................................................ 15 Tabela 5 – Forma farmacêutica mais falsificada ...................................................... 16 Tabela 6 – Número de medicamentos falsos examinados pela perícia da Polícia Federal. Estados Brasileiros 2007-2010 .................................................................. 17 Tabela 7 – Medicamentos antimaláricos falsificados (%), obtido entre fevereiro de 2002 e fevereiro de 2003 .......................................................................................... 23 Tabela 8 – Casos conhecidos de falsificação de medicamentos no país de acordo com a classe terapêutica .......................................................................................... 24 vi LISTA DE ABREVIATURAS ABIFARMA- Associação Brasileira da Indústria Farmacêutica AIDS- Síndrome da Imunodeficiência Adquirida ALAFARPE- Associação do Peru de Laboratórios Farmacêuticos AMS- Assembleia Mundial de Saúde ANVISA- Agência Nacional de Vigilância Sanitária BPF- Boas Práticas de Fabricação CCD- Cromatografia de Camada Delgada CLAE- Cromatografia Líquida de Alta Eficiência EM- Espectrometria de Massa FDA- “Food and Drug Administration” GINVE- Gerência de Investigação GT/FAL- Grupo de Combate à Falsificação HIV- “Human imunodeficiency virus” IFPMA- Federação Internacional das Associações de Fabricantes de Fármacos IMPACT- Combate Internacional à Falsificação de Produtos Farmacêuticos NIR- Espectroscopia no Infravermelho Próximo OMS- Organização Mundial de Saúde OPAS- Organização Pan-Americana de Saúde PANDRHA- Rede Pan-Americana de Harmonização da Regulamentação Farmacêutica PDE-5- Fosfodiesterase 5 PG- Prostaglandinas RMN- Ressonância Magnética Nuclear vii Resumo O mercado farmacêutico cresce exponencialmente a cada ano, com isso vem crescendo o número de casos de falsificações de medicamentos. Apesar de haver legislações e órgãos de vigilância, as falsificações estão ocorrendo com maior freqüência, principalmente em países menos desenvolvidos. Este trabalho relata o porquê da ascendência desse mercado ilegal, traz também a importância dos órgãos como o FDA (Food and Drug Administration, USA) e a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Brasil), responsáveis por fiscalizar a produção e a venda de medicamentos. Finalmente, este trabalho sugere medidas que possam evitar a falsificação de medicamentos. Palavras- chave: medicamento, falsificação, ANVISA, FDA. viii Abstract The pharmaceutical market is growing exponentially each year, with that comes a growth the number of cases for counterfeit medicines. Although there are laws and surveillance organs, the forgeries are occurring with greater frequency, especially in less developed countries. This paper reports the reason for the descent of the illegal market, organs and also brings the FDA (Food and Drug Administration, USA) and ANVISA (National Health Surveillance Agency, Brazil), responsible for overseeing the production and sale of drugs. Finaly, this work suggest procedures that can prevent drug counterfeiting. Keywords: drug, counterfeit, ANVISA, FDA. ix Sumário LISTA DE FIGURAS ..........................................................................................v LISTA DE TABELAS ..........................................................................................vi LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS..............................................................vii RESUMO ...........................................................................................................viii ABSTRACT.........................................................................................................ix 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................01 2 OBJETIVOS ....................................................................................................02 2.1 OBJETIVOS GERAIS ..............................................................................02 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................02 3 REVISÃO DA LITERATURA .........................................................................03 3.1 Medicamento ...........................................................................................03 3.2 Medicamento Falsificado .........................................................................03 3.2.1 Cadeia Fornecedora de Medicamentos Falsificados.............................06 3.3 Contexto Internacional .............................................................................07 3.4 Falsificação de medicamentos no Brasil ..................................................11 3.5 As classes de medicamentos falsificados ................................................18 3.6 Medidas preventivas .................................................................................25 3.6.1 Testes para identificação de medicamentos falsos..........................25 3.6.2 A farmacovigilância na regulamentação de medicamentos.............27 3.6.3 Boas práticas de fabricação, RDC 210 de 4 de agosto de 2003.....28 4 CONCLUSÃO ..................................................................................................30 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁGICAS................................................................31 1 1- INTRODUÇÃO O mercado de falsificações de medicamentos vem crescendo a cada dia. A falsificação de medicamentos pode ocorrer de várias formas, por exemplo: diminuição do princípio ativo; medicamentos ausentes de princípio ativo; modificações no rótulo, embalagem; transporte inadequado do medicamento e outros. Os medicamentos falsificados podem agravar a patologia, visto que estes não oferecem efeito terapêutico, ou a quantidade de princípio ativo apresentado no medicamento está abaixo da quantidade necessária para que haja a eficácia no tratamento e isto pode causar sérios riscos à saúde, podendo levar um indivíduo a morte. Tem se observado um crescente aumento nas falsificações de medicamentos, este mercado ilegal cresce cada vez mais, o que é preocupante, pois inúmeras patologias deixam de ser tratadas e curadas devido a medicamentos falsos. A importância de se estudar a ameaça dos medicamentos falsificados se dá devido aos graves riscos que estes podem ocasionar na saúde da população. Além disso, outros fatores também devem ser levados em conta, pois estes podem causar outros problemas como: medicamentos produzidos ilegalmente sem controle de qualidade e testes de bioequivalência/biodisponibilidade; podem causar resistência de alguns microorganismos dificultando o tratamento e outros. Apesar da existência de legislações vigentes para produção de medicamentos, a fiscalização ainda é ineficiente, faltam políticas governamentais de combate a esse crime. Além disso, os falsificadores têm um baixo custo para produção do medicamento, ao contrário de uma indústria legalizada. Esse baixo custo faz com que os medicamentos sejam mais baratos, o que facilita a sua venda. É de extrema importância estudar a ameaça dos medicamentos falsificados, a fim de combater esse crime, pois esse tipo de falsificação é um dos mais graves, já que pode gerar morte de inúmeros indivíduos. 2 2- OBJETIVOS 2.1- OBJETIVOS GERAL Através de revisão bibliográfica, mostrar a ameaça crescente de medicamentos falsificados, relatando as classes com maior incidência de falsificações e mostrar as medidas preventivas para este problema. 2.2- OBJETIVOS ESPECÍFICOS ▪ Relatar a ameaça dos medicamentos falsificados; ▪ Os danos e riscos que estes podem ocasionar; ▪ Como é realizada a comercialização destes medicamentos; ▪ As medidas que podem ser feitas para evitar esse tipo de fraude 3 3- REVISÃO DA LITERATURA 3.1- MEDICAMENTO O conceito de medicamento segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) é a seguinte: Produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com a finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico1. O efeito do medicamento se deve a uma ou mais substâncias ativas com propriedades terapêuticas reconhecidas cientificamente, que fazem parte da composição do produto, denominadas fármacos, drogas ou princípios ativos. Os medicamentos seguem a normas rígidas para poderem ser utilizados, desde a sua pesquisa e desenvolvimento, até a sua produção e comercialização2. 3.2- MEDICAMENTO FALSIFICADO Medicamentos falsificados são aqueles deliberada e fraudulentamente rotulados de forma incorreta com relação à identificação e/ou fonte. A falsificação pode se aplicar tanto a produtos de marca quanto a genéricos, sendo que os mesmos podem incluir produtos com os princípios corretos ou incorretos, sem princípios ativos, com princípios ativos insuficientes ou com embalagem falsa3. A falsificação de produtos comerciais é uma prática antiga que ocorre em muitos países e é motivada principalmente pelos enormes lucros obtidos. O comércio de medicamentos falsificados parece estar disseminado internacionalmente e afeta, tanto países em desenvolvimento quanto países desenvolvidos. Na última década a questão tem chamado a atenção dos governos e do público, como nunca. A disseminação de medicamentos falsificados é geralmente mais pronunciada em países onde a fabricação, a importação, a distribuição, o fornecimento e a venda de medicamentos são menos regulamentados e o cumprimento das leis pode ser mais fraco. As informações atuais indicam que a falsificação de medicamentos está se tornando cada vez mais sofisticada, o que implica na necessidade das autoridades responsáveis nos Estados Membros manterem a questão sob constante revisão3. 4 A falsificação de medicamentos vem sendo identificada desde o início dos anos 90. Em 1988, foi adotada a resolução 41.16 da Assembléia Mundial da Saúde (AMS), que solicitava ao diretor geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) o início de um programa para detecção e prevenção da importação, exportação e contrabando de produtos farmacêuticos falsificados. Posteriormente, em 1994, criou-se uma resolução suporte para a de 1988, sendo ela de número 47.13, solicitando aos estados membros da organização os esforços para garantir a qualidade dos medicamentos e combate à utilização de medicamentos falsificados4. Produzir ilegalmente medicamentos copiando os seus produtos ativos ou simplesmente omitindo-os não requer instalações nem meios onerosos. Na realidade, quanto mais discretas as instalações, maior a probabilidade de sucesso. Os lucros são grandes, mesmo que os produtos sejam vendidos a preços bem mais baixos do que os dos originais. Existe uma estimativa de que, em 2010, o produto da venda de medicamentos falsificados possa atingir 75 milhões de dólares (50,6 milhões de euros), o que significa um aumento de 95% sobre as estimativas para 20055. O uso de medicamentos falsificados ou com desvios de qualidade pode resultar em pacientes que não recebem a quantidade necessária de princípio ativo e, conseqüentemente, suas enfermidades podem não estar sendo tratadas. A situação piora quando os produtos são adulterados ou deliberadamente formulados utilizando substâncias industriais tóxicas, que não podem ser usadas na fabricação de medicamentos, causando danos ainda mais sérios6. O comércio desses produtos é mais difundido em países onde o acompanhamento e a implementação de regulação de medicamentos são pobres, e o fornecimento de medicamentos essenciais é baixo ou irregular6. Os medicamentos falsificados não têm necessariamente a qualidade que sustentam ter e podem envolver rótulos incorretos no que diz respeito à identificação e/ou fonte. Podem ser importados, contrabandeados ou fabricados localmente por grandes consórcios em grandes fábricas e estabelecimentos equipados com os mais modernos equipamentos, ou por operadores de curto prazo em instalações menores, geralmente menos equipadas3. medicamentos falsificados incluem: Alguns exemplos de tipos de 5 ▪ produtos que não contêm nenhum dos princípios ativos especificados, apesar de declará-los em seu rótulo; ▪ produtos que contêm outros princípios ativos que não sejam os especificados em seus rótulos; ▪ produtos que contêm a potência correta dos princípios ativos especificados, mas cuja fonte é diferente da que foi declarada; ▪ produtos que contêm os princípios ativos especificados, mas em potência diferente da que foi declarada; podem também conter diferentes impurezas ou diferente quantidade das mesmas. Embora seja difícil obter números precisos, estima-se que os medicamentos falsificados representam mais de 10% do mercado farmacêutico mundial. Embora esta prática exista em todas as regiões, os países em desenvolvimento são os que carregam o peso, cerca de 25% dos fármacos consumidos nos países em desenvolvimento foram falsificados. Considera-se que em alguns países, esse número sobe para 50%7. O faturamento do setor farmacêutico no Brasil chega a US$ 11 bilhões por ano, e o número de falsificações continua aumentado de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), sendo que cerca de 10% de todo esse faturamento está sendo desviado para a indústria da fraude8. Ainda segundo esses mesmos dados da OMS, são vendidos 20 medicamentos falsos em cada lote de 100. Tais evidências numéricas são recrudescidas ao levar-se em consideração declarações e reconhecimento do presidente da Associação Brasileira da Indústria Farmacêutica – ABIFARMA, prestados a Edward e Cardoso (1998), de que os Laboratórios geralmente exageram na publicidade e muitas vezes preferem calar-se a denunciar fraudes em seus produtos9. Segundo a Federação Internacional das Associações de Fabricantes de Fármacos (IFPMA) no ano de 2005, 7% dos medicamentos vendidos mundialmente eram falsificados, representando mais de 30 bilhões de dólares. Em 2006, a OMS noticiou que a indústria de medicamentos falsificados contava com um faturamento 6 anual de mais de U$ 40 bilhões. Para o ano de 2010, a OMS acredita que este valor pode ter alcançado U$ 75 bilhões, um aumento de 90% em cinco anos, de acordo com a estimativa publicada pelo “Center for Medicine in the Public Interest in the United States of America”10. A indústria farmacêutica suíça Novartis estima que as falsificações atingiram mundialmente um montante de 25 bilhões de dólares. A Confederação Internacional de Indústrias Farmacêuticas calcula que os remédios falsificados já atingem 7% do mercado mundial. A maior parte dos casos (70%) ocorre em países em desenvolvimento, principalmente na África9. 3.2.1- CADEIA FORNECEDORA DE MEDICAMENTOS FALSIFICADOS Finally, 2011. Figura 1: Mostra como o medicamento falsificado chega ao consumido. Relata desde a sua produção até a sua chegada ao local de comercialização. 7 3.3- CONTEXTO INTERNACIONAL Desde 1948, com a criação da Organização Mundial da Saúde (OMS), existe a preocupação com a qualidade dos medicamentos em nível internacional. Em vários documentos são expressas recomendações para a prevenção e o combate a medicamentos falsificados incluindo a cooperação inter-institucional e internacional. 4 O aumento do comércio internacional de medicamentos e as vendas pela internet que facilitam a entrada de produtos falsificados na cadeia levaram a OMS a lançar em 2006 a primeira força-tarefa internacional de combate à Falsificação de produtos farmacêuticos (IMPACT), formada pela Interpol, Organização de Propriedade Intelectual, agências e associações de países desenvolvidos e em desenvolvimento de forma a dividir conhecimento, identificar problemas, buscar soluções e coordenar as atividades. Os grupos de trabalho da IMPACT são direcionados às áreas nas quais ações são necessárias, a saber: infra estrutura regulatória e legislativa, implementação regulatória, cumprimento, tecnologia e comunicação. 11 Nas Américas, o tema de falsificação foi incluso na II Conferência PanAmericana da OPAS/OMS em 1999 quando foram criadas a Rede Pan-Americana de Harmonização da Regulamentação Farmacêutica (PANDRHA) e o grupo de combate à falsificação (GT/FAL), coordenado pela ANVISA. Durante o primeiro encontro do grupo (2001), foi introduzida uma pesquisa sobre a situação de medicamentos falsificados nas Américas e Caribe. O GT/ FAL concluiu que vários países não apresentavam definição e mecanismos para prevenção e combate à falsificação e foi elaborada uma proposta de plano de ação conjunta para prevenção e combate à falsificação, aprovado durante a III Conferência Pan-Americana de Harmonização de Regulamentação Farmacêutica (2002). Em 2003, durante o segundo encontro do grupo, foram definidos a missão e objetivos do GT e na terceira reunião foi discutida a proposta de curso regional de capacitação das autoridades sanitárias. Na IV Conferência (2005), foram aprovados os documentos Rota Crítica, com a proposta de desenvolvimento por país de um plano de ação de forma a identificar medicamentos falsificados, o documento Unidade Executora, com a proposta de criação de uma unidade flexível (parte da Autoridade Sanitária) para monitorar e controlar a qualidade e segurança dos medicamentos disponíveis no 8 país, os documentos Indicadores, que contém os indicadores para monitorar e avaliar as ações no país, tais como manejo das denúncias e capacidade de resolução de problemas e o documento Programa Educativo, com a proposta de curso para treinamento dos recursos humanos para prevenção e combate à falsificação de medicamentos. 12 Na última reunião, realizada em 2006, foi estabelecido um novo plano de trabalho de 2007 e 2008. Foi realizado um piloto da Jornada de Discussão de Ferramentas e Geração de Propostas para Prevenção e Combate da Falsificação de Medicamentos em 2008, sendo definidas ações prioritárias. Solicitado pelo Panamá, o projeto piloto foi realizado na Cidade do Panamá no período de 5 a 8 de agosto de 2008.13 A Ásia é responsável pela maior fatia do mercado das falsificações, ficando a África em segundo lugar. Pesquisas apontam a Índia como líder entre os países na produção e exportação de medicamentos falsificados, sendo responsável por aproximadamente 35% das vendas em todo o mundo. A Nigéria ocupa o segundo lugar com 23,1%, seguida pelo Paquistão, com 13,3%. Outros países asiáticos, excluindo a Índia e Paquistão são responsáveis por 14,6%. A “United States Food and Drug Administration (FDA, USA)” estima que as falsificações representem mais de 10% do mercado mundial de medicamentos e estão presentes tanto em países industrializados como em desenvolvimento, porém são significantemente maiores nas regiões onde a regulamentação e a supervisão legal são fracas. Dos 151 países que pertencem a OMS, cerca de 20% possuem legislação de combate as falsificações regulamentada, cerca de 50% possui legislação parcial ou insuficiente implementação e os 30% restantes não possuem sequer legislações ou têm condições de implementar uma.10 Em países industrializados (como por exemplo, os Estados Unidos, a maior parte da Europa, a Austrália e o Japão), com sistemas rigorosos e eficazes de fiscalização, além do controle de mercado, as falsificações representam menos de 1 % do mercado de medicamentos. Nos países em desenvolvimento a escala do problema é desproporcionalmente maior, estima-se que as vendas de medicamentos falsificados representem cerca de 10 a 30% do mercado. Segundo a OMS, diversos países da África, parte da Ásia e da América Latina possuem áreas com estimativas ainda maiores, superando os 30%.14 9 No Peru, a venda de medicamentos falsificados aumentou de uma estimativa de 40 milhões em 2002 para 66 milhões atualmente, segundo a Associação do Peru de Laboratórios Farmacêuticos (ALAFARPE). Estes valores incluem medicamentos que entraram no país como contrabando, vencids, falsificados, adulterados, com rótulos alterados ou ausentes e aqueles roubados dos armazéns do Ministério da Saúde, das forças armadas e farmácias ilegais dedicados à da polícia. Em falsificação de Lima, só o número de medicamentos aumentou de uma estimativa de 200 em 2002 para um número atual de 1.800 lojas. A Direção Geral de Medicamentos, Suprimentos e Drogas do Ministério da Saúde apreendeu cerca de 460.000 medicamentos adulterados e vencidos somente em 200515. O Departamento de Saúde Pública da República Dominicana informou que 50% das farmácias no país operam de forma ilegal e 10% dos medicamentos que chegaram ao país eram falsos. No Quênia, uma pesquisa feita pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade de Laboratórios descobriu que quase 30% dos medicamentos no Quênia Departamento Nacional eram falsificados. de Direitos Na Autorais Angola, de segundo o Crime Intelectual da Polícia Econômica, aproximadamente 70% dos medicamentos utilizados pela população angolana eram falsificações. Na Nigéria, o Ebonyi Força-Tarefa Estadual sobre Drogas de Falsificação informou que aproximadamente 48% dos medicamentos importados para o país estavam abaixo do padrão ou era falsificado. No Camboja, uma pesquisa do Ministério da Saúde realizado em 2002 revelou que 13% dos medicamentos no mercado interno eram falsificados ou abaixo do padrão, incluindo medicamentos anti-malária e antibióticos. O Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da China baseado na Associação Farmacêutica estima que cerca de 8% dos medicamentos vendidos na China são falsificados. Companhias farmacêuticas da Índia sugerem que nas grandes cidades da Índia, um em cada cinco medicamentos vendidos são falsificados15. 10 Tabela 1: Casos de produtos farmacêuticos falsificados, identificados por diversas agências de medicamentos em todo o mundo. País e ano Turquia,1993 Falsificação Farmacêutico foi preso após exportar medicamentos para a África. medicamentos em causa Os apenas continham fermento em pó. Nigéria, 1995 Medicamentos usados contra a meningite apenas continha água Quênia, 1998 Medicamentos anti-maláricos não apresentavam qualquer efetividade. Nigéria, 2002 A NAFDAC medicamentos reporta em que os circulação são falsificados, de má qualidade ou fora do prazo de validade. China, 2002 Foram identificados medicamentos falsificados no valor de 57 milhões de dólares. Estados Unidos, 2002 Autoridades Americanas (FDA) reportam a detecção do Combivir falsificado África do Sul, 2008 Autoridades Sul- Africanas analisaram duas marcas de genéricos produzidos por um laboratório indiano. Testes feitos por diversas agências demonstraram inadequadas concentrações das substâncias ativas Fonte: Adaptado de Porto, 2011 De acordo com as citações acima, fica evidente que nos paises menos desenvolvidos os casos de falsificação de medicamentos ocorre com maior frequência do que nos países desenvolvidos, o que pode ser justificado pela falta de um orgão de fiscalização ou até mesmo pela fiscalização ineficiente. 11 3.4- FALSIFICAÇÕES DE MEDICAMENTOS NO BRASIL No ano de 1999, há a criação da ANVISA foi determinante para o processo de fiscalização no país. Este órgão é uma autarquia especial de administração pública direta e independente, com estabilidade dos dirigentes e autonomia financeira, entre outras atribuições coordena o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. Nos anos posteriores a ANVISA visou a fiscalização e recolhimento de todos os medicamentos que não correspondiam ao descrito. Através das regulamentações, esse órgão determina a utilização de novas tecnologias para a segurança e rastreamento de medicamentos10. O primeiro caso de falsificação no Brasil foi registrado em 1877 (água inglesa). Posteriormente, em 1991, foi verificado que de 11 marcas do antibiótico tetraciclina, 9 eram falsificadas. No período de 1997 e 1998, a prática de falsificação se agravou, sendo registrados 172 casos de falsificação pelo Ministério da Saúde. Entre estes, está a falsificação pela máfia de medicamentos do produto Androcur, indicado para o tratamento de câncer de próstata, da empresa Schering do Brasil, levando ao agravamento da doença e a óbito pelo menos 5 pacientes que utilizavam o medicamento13. Em 22 de junho de 1998, o Ministério da Saúde determinou a retirada do mercado do anticoncepcional Microvlar, do laboratório Schering do Brasil. Também ordenou a paralisação da produção e, posteriormente, interditou a fábrica. A medida foi tomada após ter sido revelado que chegaram ao mercado pílulas feitas com farinha e serem registrados casos de gravidez indesejada de consumidoras. No dia 30 de junho daquele ano, o laboratório afirmou que produziu mais de 600 mil cartelas com o material para testar uma máquina, mas não sabia quantas foram parar em farmácias17. Outro caso de irregularidade aconteceu com o medicamento Pramil, um medicamento produzido no Paraguai que, supostamente, possui a substância sildenafila como princípio ativo, e que não poderia ser comercializado no país porque não possui licença da ANVISA. O Pramil é fabricado pelo laboratório paraguaio Novophar e teve sua apreensão em todo o território nacional determinada pela Agência desde 6 de maio de 200218. Em 2003, o colírio Methyl Lens Hypac 2%, foi indicado como o medicamento suspeito de ter causado cegueira em 12 pacientes submetidos a operações de 12 catarata em hospitais do Rio, pois possuía licença irregular. De acordo com os dados recolhidos sobre o caso, o número de registro do colírio no Ministério da Saúde correspondia a outro medicamento e o laboratório Lenssurgical Oftalmologia não teria licença para fabricá-lo9. Também em 2003, a Gerência de Investigação (Ginve) recebeu 2.149 notificações envolvendo suspeitas de irregularidades com medicamentos, que geraram processos de investigação, sendo confirmadas 117 irregularidades, das quais 35 eram produtos sem registro, nove eram empresas sem autorização de funcionamento, duas eram medicamentos falsificados e 71 eram relativas a desvio de qualidade. De 1999 a 2004, foram confirmados oito casos de medicamentos falsificados. Foi confirmada também a falsificação de dois preservativos, em 2002, e de dois cosméticos e uma escova dental, em 20036. Tabela 2- Ações da Anvisa decorrentes das investigações de suspeita de falsificações, fraudes e desvio da qualidade de medicamentos. Descrição 2002 2003 Apreendidos e inutilizados 73 72 Interditados/ suspensos de comercialização 43 39 Total 116 117 Fonte: Adaptado de Anvisa, 2004 13 Tabela 3- Casos de medicamentos falsificados de 1999 a 2004. Medicamento 1 2 3 Ampicilina cap. 500 mg Keflex susp. oral 250 mg KytilandePatch adesivo Princípio ativo Lote Ampicilina Todos Cefalexina 244994 K Lovostatina Todos Fabricante do medicamento original Lab. Bramer Ltda/ SC Eli Lilly do Brasil/ SP Bayer Corporation – Consumer Care Division – New Jersey, USA Procter & Gamble do Brasil e Cia Ltda 4 Vick Vaporub lata de 12 mg Mentol e Cânfora 1094 P 5 Inalador Vick Vaporub, tubo plástico 0,5 mg Mento e Cânfora 0096 P Procter & Gamble do Brasil e Cia Ltda 6 Inalador Vick Vaporub, pote de 40 mg Mentol e Cânfora 1341 P Procter & Gamble do Brasil e Cia Ltda 7 Vick Vaporub, lata de 12 gramas Mentol e Cânfora 1328 PK 1993 P Procter & Gamble do Brasil e Cia Ltda 8 Cefalen Cefalexina 05632 LaborbrasLaboratórios Brasileiros Ltda 9 Hemogenin 500 mg comprimidos Oximetolona 88 Aventis Pharma Ltda Resolução 23/11/1999 4/2000 2/2002 Resolução RE n°1.202, de 10 de julho de 2002 D.O.U de 24/07/2002 Resolução RE n°1.303, de 23 de julho de 2002 D.O.U de 24/07/2002 Resolução RE n°1.007, de 18 de junho de 2002 D.O.U de 23/06/1993 Resolução RE n°1.159, de 17 de julho de 2003 D.O.U de 18/07/2003 Resolução RE n°771, de 13 de maio de 2004 D.O.U de 14/05/2004 Resolução RE n°1.193, de 13 de julho de 2004 D.O.U de 26/06/2004 Fonte: Adaptado de Anvisa, 2010 Em 2004 a ANVISA em conjunto com a OPAS/OMS promoveu o Fórum Nacional de Prevenção e Combate à Falsificação e Fraude de Medicamentos que contou com a participação de vários representantes de instituições e entidades. Em 14 2006 o trabalho foi ampliado com o treinamento de 105 técnicos das vigilâncias estaduais e municipais e outros 90 de instituições parceiras também receberam capacitação, para intensificar o Combate a Falsificação. Essas ações resultaram no ano de 2008, na apreensão de 20 toneladas de medicamentos falsificados ou sem registro e comercializados por meio de empresas clandestinas. De janeiro a março de 2009, foram apreendidas 170 toneladas, um volume quase nove vezes maior do que todo ano passado. Dos medicamentos apreendidos este ano, 90% são fabricados no Brasil e não têm registro, 5% são produtos oriundos de contrabando e os outros 5% são falsificados8. O Presidente do Conselho Nacional de Combate à Pirataria, André Barcelos, afirmou que entre 10% e 20% dos medicamentos vendidos, em todo o mundo, são contrabandeados. No Brasil, o volume de apreensões feitas, com o apoio da Polícia Federal, passou de 40 toneladas de medicamentos, em 2008, para 316 toneladas, em 200919. Em 2009, as autoridades sanitárias prenderam 57 donos de farmácias, de fábricas clandestinas ou ainda pessoas envolvidas em esquemas de falsificação, contrabando ou venda de medicamentos sem registro. Presas em flagrante, essas pessoas passam a responder pelo crime hediondo de falsificar e comercializar medicamentos e, se condenadas, podem pegar de 10 a 15 anos de prisão, além de multa administrativa no valor de R$ 1,5 mil a R$ 2 milhões18. A maior parte dos pirateados vem do Paraguai e da Bolívia, não tendo sido encontrados até o momento fabricantes de produtos falsificados no Brasil. Nessas cópias há substâncias tóxicas e inócuas o que pode gerar sérios danos à saúde19. Na tabela abaixo, são apresentados os medicamentos cujos lotes foram falsificados no período de 2005 a 2009; pode-se concluir que os produtos Cialis (29/56) e Viagra (13/56) foram os medicamentos mais falsificados no período15. 15 Tabela 4- Número de lotes de medicamentos falsificados por produto no Brasil 20052009. Produto 2005 2006 2007 2008 2009 Total geral Cialis(tadalafila) 1 5 4 Deca Durabolin 6 13 1 29 1 (decanoato de nandrolona) Dibeta(fosfato 1 1 dissódico de betametasona, dipropionato de betametasona) Duratestom( 4 1 5 isocaproato de testosterona, decanoato de testosterona, fempropionato de testosterona, propionato de testosterona Fluarix(vírus 1 1 contra a gripe) Glivec( mesilato 1 1 de imatinibe) Hemogenin( 4 4 oximetolona) Levitra( 1 1 cloridrato de vardenafila) Viagra( Citrato 8 2 1 2 13 14 9 12 20 56 de sildenafila) Total geral 1 Fonte: Adaptado de Lotes de Medicamentos Falsificados disponível no site da ANVISA Imprensa Nacional www.in.gov.br www.anvisa.gov.br e da 16 Quando se avalia por forma farmacêutica, a mais falsificada foi a de comprimidos (48/56), seguida de produtos injetáveis (8/56), estes são ilustrados na tabela abaixo17. Tabela 5- Forma farmacêutica mais falsificada Categoria 2005 2006 2007 2008 2009 Total geral Comprimidos 1 Injetáveis Total geral 1 13 8 7 19 48 1 1 5 1 8 14 9 12 20 56 Fonte: Adaptado de Lotes de medicamentos falsificados disponível no site da ANVISA www.anvisa.gov.br e na Imprensa Nacional www.in.gov.br As apreensões de medicamentos inautênticos geraram 42 solicitações periciais em 2007, 84 em 2008, 132 em 2009 e 113 até setembro de 2010, totalizando 371 laudos e 610 medicamentos declarados falsos após análises laboratoriais e visuais feitas por peritos criminais federais. O número de medicamentos falsificados encaminhados à perícia aumentou mais de 200,0% entre janeiro de 2007 e dezembro de 2009; até setembro de 2010, esse aumento foi superior a 100,0%20. Nos estados do Paraná, São Paulo e Santa Catarina foi produzido o maior número de laudos de medicamentos falsificados. A unidade do Paraná foi a que mais realizou exames em medicamentos falsos: 31% do total de laudos de medicamentos falsificados elaborados pela Polícia Federal em 2007, aproximadamente 49,0% em 2008, 59,0% em 2009 e 62,0% em 2010. O Paraná apreendeu 50,0% dos medicamentos falsificados, São Paulo, 16,6%, e Santa Catarina, 6,2%. As regiões Sul e Sudeste apresentaram o maior número de especialidades farmacêuticas falsificadas apreendidas pela Polícia Federal. A região Sul representou 35,6% das apreensões totais em 2007, aumentando para 63,0% em 2008 e 2009 e chegando a 70,3% em 201021. Na tabela 6 abaixo se encontra dados referentes à apreensão e analise de medicamentos falsificados entre os períodos de 2007-2010. 17 Tabela 6- Números de medicamentos falsos examinados pela perícia da Polícia Federal. Estados brasileiros, 2007-2010. Fonte: Ames, J.; Souza, D. Z., 2012 Uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) publicada no Diário Oficial da União proíbe a venda do medicamento MabThera 500mg/50ml (rituximabe) do Lote B6038 em todo o país. O lote tem validade de 12/2012 e fabricação em 06/2010. Segundo a ANVISA, o medicamento deste lote está proibido por se tratar de uma falsificação. Além da venda, foi proibida também a distribuição do referido lote. A ANVISA pede ainda a apreensão e inutilização imediata dos medicamentos. A comunicação de suspeita de falsificação foi feita pela empresa Roche, que é a fabricante e detentora do registro do medicamento. A Roche informou que o lote original desta numeração foi fabricado em 2008 e tinha vencimento em 2010 e que, portanto, unidades com datas diferentes são consideradas como falsificação22. 18 Um caso bem recente sobre falsificação de medicamentos ocorreu no Rio de Janeiro, no final do ano de 2011. Policiais da Delegacia de Repressão aos Crimes contra Propriedade Imaterial prenderam dois homens que vendiam medicamentos falsificados para impotência sexual nos arredores da Central do Brasil, no centro do Rio de Janeiro. De acordo com os agentes, com os dois suspeitos foram apreendidos 1.320 medicamentos falsificados. Segundo o delegado Alessandro Thiers, os suspeitos vendiam os remédios falsificados contra impotência sexual em uma barraca do camelódromo da Central do Brasil e guardavam a mercadoria em um bar23. O mercado farmacêutico rende bilhões por ano, por ser um mercado tão lucrativo, a cada dia cresce o mercado de falsificações de medicamentos, contudo medidas preventivas e corretivas devem ser realizadas. Há legislações específicas que tem como finalidade evitar a fraude de medicamentos. Os órgãos de vigilância sanitária atuam fiscalizando as indústrias, farmácias a fim de se evitar esse tipo de fraude, que pode gerar sérios danos a saúde, podendo em alguns casos levar o indivíduo à morte. 3.5 AS CLASSES DE MEDICAMENTOS FALSIFICADOS Os maiores alvos de falsificação são os medicamentos de volume grande de vendas e os de maior valor agregado; segundo a OMS, o maior número de relatos de falsificação envolve antibióticos, antiprotozoários, hormônios e esteróides. De acordo com a Interpol, que é um dos membros da força-tarefa no combate à falsificação de medicamentos da OMS (IMPACT), os medicamentos mais pirateados em 21 países, incluindo o Brasil, são os para disfunção erétil, seguido por medicamentos para obesidade13. No Brasil, até cinco anos atrás, predominavam no comércio ilegal psicotrópicos, opióides e estimulantes. Atualmente, concorrem com estes as drogas para emagrecimento, para tratamento de câncer e, principalmente, aquelas para tratamento da disfunção erétil. Os medicamentos de maior valor agregado, ou seja, os mais caros são os alvos favoritos dos criminosos. Segundo a ANVISA, nos últimos três anos, cerca de 80% das apreensões de medicamentos falsos no Brasil eram compostos por remédios para disfunção erétil18. 19 Os principais medicamentos falsificados apreendidos pela Polícia Federal de 2007 a 2010 foram os contra a disfunção erétil masculina e os esteróides anabolizantes. Tais dados confirmam informações divulgadas pela ANVISA de que os medicamentos inautênticos com maior número de apreensões no Brasil nos últimos anos pertencem a essas classes terapêuticas. Isso pode ser explicado pela maior demanda desses grupos farmacêuticos por parte da população brasileira e por seus altos preços. Essa predominância não se repete em países como os Estados Unidos, em que o Instituto de Segurança Farmacêutica registrou aumento da falsificação de produtos terapêuticos alimentícios (57%), anti-infecciosos (48%), com ação no sistema músculo-esquelético (35%), citostáticos (32%), com ação no sistema nervoso central (28%) e contra distúrbios cardiovasculares (23%) em 200921. De acordo com os dados divulgados pela Polícia Federal, dentre os medicamentos falsificados, 69% pertenciam à categoria dos inibidores seletivos da fosfodiesterase 5 (PDE-5), mais conhecidos como medicamentos que auxiliam no tratamento da disfunção erétil masculina (Viagra®e Cialis®), seguidos pelos esteróides anabolizantes (Durateston®, Hemogenin®, Deca Durabolin® - 26,0% das apreensões), pelos inibidores de prostaglandinas (Cytotec® - 3,5%) e por outros medicamentos (Glivec®, Xenical®, Peb one® e Peb two®- 0,7%). No Brasil, os estados do Paraná, São Paulo e Santa Catarina foram os estados que realizaram maior número de apreensões e exames em medicamentos falsificados contra disfunção erétil (cerca de 50,0%)21. A figura abaixo apresenta as classes terapêuticas medicamentos falsificados entre os anos de 2007-2010. dos principais 20 Fonte: Ames, J.; Souza, D. Z. (2012) Figura 2: Classe terapêutica dos principais medicamentos falsificados apreendidos pela Polícia Federal. Estados brasileiros, 2007-2010. Fonte: Ames, J.; Souza, D. Z. (2012) Figura 3: Estados com maior percentagem de medicamentos falsificados contra disfunção erétil apreendidos pela Polícia Federal no período de 2007-2010. 21 Fonte: Ames, J.; Souza, D. Z. (2012) Figura 4: Principais integrantes da classe de medicamentos para disfunção erétil, por ano apreendidos pela Polícia Federal nos períodos de 2007-2010. Houve aumento no número de apreensões de medicamentos contrabandeados juntamente com os falsificados: os medicamentos contra disfunção erétil e esteróides anabolizantes predominaram. Dos 610 medicamentos falsos, 67,0% foram apreendidos com no mínimo um medicamento contrabandeado, totalizando 954 medicamentos contrabandeados. Medicamentos contrabandeados apreendidos junto com as especialidades Cialis® e Viagra®somaram 762. Cerca de 49,0% dos medicamentos contrabandeados eram de indústria paraguaia 21. Abaixo segue uma figura que demonstra as principais classes de medicamentos contrabandeados no período de 2007-2010. 22 Fonte: Ames, J.; Souza, D. Z. (2012) Figura 5: Classe terapêutica dos principais medicamentos contrabandeados apreendidos pela Polícia Federal juntamente com as especialidades Cialis e Viagra falsos. Estados brasileiros, 200-2010. Em alguns países desenvolvidos, hormônios e esteróides representam a maioria dos casos relatados. Geralmente, o volume alto (alto consumo) e medicamentos caros são os principais alvos24. O comércio de medicamentos falsificados é responsável por aumentar a resistências de certas drogas, principalmente das doenças infecciosas, incluindo a malária, tuberculose e HIV / AIDS. A razão é que a maioria das falsificações de medicamentos contem níveis incorretos de ativo de uma droga, isso faz com que as cepas mais fracas sejam mortas e as cepas resistentes à droga se multipliquem e se adaptem. Um estudo de 2004 constatou que 53% dos antimaláricos vendidos no sudeste da Ásia continham níveis incorretos do ingrediente ativo, enquanto estimase que, tanto quanto 85% dos medicamentos contra a malária na Nigéria são ineficazes. Isto tem contribuído para a duplicação das mortes por malária, nos últimos 20 anos (para mais de 1,5 milhões de pessoas por ano, 90% deles crianças). Além de antimaláricos, um crescente comércio de falsificação de medicamentos antiretrovirais para o HIV / SIDA na África fez com que o vírus se tornasse cada vez mais resistente a terapias de primeira linha, obrigando as autoridades de saúde de 23 recorrer à segunda linha anti-retrovirais, que são mais tóxicos do que os de primeiralinha25. No Reino Unido, foi emitido um alerta sobre a falsificação de um medicamento cardiovascular. Já em abril de 2007, nos Estados Unidos a Food and Drug Administration (FDA) emitiu um alerta sobre um anti-retroviral que estava sendo suspeito de falsificação26. No território continental sudeste da Ásia, uma droga antimalárica vital, é comumente falsificado. Um estudo internacional realizado por Nick White e seus colegas e publicado na revista Medicina Tropical e Saúde Internacional em 2004 descobriu que 53% das embalagens de comprimidos desse medicamento vendidos na região não continha o princípio ativo26. A malária é uma doença potencialmente fatal, no entanto com um rápido diagnóstico e medicamentos apropriados, pode ser rapidamente controlada. Usualmente os medicamentos antimaláricos adulterados não contem substâncias ativas e os pacientes correm o risco de desenvolver a doença e consequentemente morrer27. Em zonas endêmicas para malária, os medicamentos antimaláricos são os mais susceptíveis de falsificação, visto serem os mais solicitados pelos pacientes que moram nessas regiões. Em cada 12 medicamentos usados para combater a malária, cerca de 8 medicamentos são contrafeitos (67%)28. A tabela abaixo apresenta dois tipos de medicamentos anti-maláricos e a sua respectiva porcentagem em medicamentos falsificados, num estudo realizado em diversos países do Sudoeste Asiático27. Tabela 7- Medicamentos antimaláricos falsificados (%), obtido entre Fevereiro de 2002 e Fevereiro de 2003. Medicamento Tailândia Artesunato 3/11 (27) Laos 25/46 Camboja Myanmar Vietnam 5/22 (23) 10/48 56/61 99/188 (21) (92) (53) (54) Mefloquina 0/2 (0) Fonte: Adaptado de Dondorp et al, 2004. 0/2 (0) 1/10 (10) 3/10 (10) s/n Total 4/44 (9) 24 A população brasileira está entre as que mais consomem medicamentos falsos em todo o mundo. Os destinados para disfunção erétil são os mais pirateados. Estes produtos além de não funcionarem no organismo, podem causar danos à saúde por conter substâncias inócuas ou por sua toxidade 29. Os medicamentos para disfunção erétil são um dos mais populares. O aumento de seu consumo gera um crescimento no número de casos de adulteração e falsificação destes remédios. No qual, os homens que, na ilusão de se tornarem mais viris ou de superar problemas de ereção, recorrem a esses medicamentos. Como não sabem o que estão consumindo, há casos em que o princípio ativo é turbinado pelos laboratórios clandestinos, 75% das apreensões no país era composta por remédios para tratamento da disfunção erétil30. A tabela a seguir exibe o percentual de casos conhecidos de falsificação de medicamentos no País de acordo com a classe terapêutica30. Tabela 8- Casos conhecidos de falsificação de medicamentos no País de acordo com a classe terapêutica. Medicamentos Porcentagem Analgésico/Antipirético 15,7 Antibacteriano 11,4 Antiinflamatório 7,8 Anti-helmíntico 7,2 Antiulceroso 4,2 Antihipertensivo 3,6 Descongestionante nasal 3,6 Anestésico local 2,4 Antifúngico 2,4 Gastrocinético 2,4 Antimicótico 1,8 Outros 37,5 Fonte:Adaptado de ANVISA,disponível em: http://www.anvisa.gov.br/DIVULGA/public/projeto_inspecao.pdf 25 Abaixo segue uma figura, que mostra de acordo com a OMS as classes de medicamentos mais falsificadas. Figura 6: Relatos de medicamentos falsificados por classe terapêutica recebida pela OMS 1999-200232. A partir dos dados fornecidos acima pode-se concluir que no Brasil, a classe de medicamentos para disfunção erétil é a mais falsificada devido ao alto consumo dos medicamentos desta classe. Já segundo dados dos órgãos internacionais os antibióticos são os mais falsificados, fato que pode agravar a patologia, já que poderá haver a formação de cepas resistentes visto que o medicamento não funcionará da maneira adequada e ao contrário dos medicamentos para disfunção erétil, a falsificação de antibióticos pode levar um indivíduo à morte. 3.6- MEDIDAS PREVENTIVAS 3.6.1- TESTES PARA IDENTIFICAÇÃO DE MEDICAMENTOS FALSOS A falsificação de medicamentos cresce em todo mundo, por isso medidas preventivas devem ser feitas para evitar que esses medicamentos não cheguem à 26 mão dos consumidores. Alguns testes podem ser realizados para verificar se há fraude no medicamento. Atualmente, a primeira etapa para a detecção de medicamentos falsificados é a avaliação da aparência física e marcas de segurança da embalagem, além dos textos inseridos na bula das amostras suspeitas em comparação com o produto genuíno. São analisadas as impressões a laser que deverão ser nítidas e conter os seguintes dados: data de fabricação, validade do produto e o número do lote. Além disso, é observada a presença de lacre de segurança e tinta reativa. Contudo, esta inspeção visual, muitas vezes, se torna insuficiente devido à sofisticação na falsificação de muitos medicamentos32. Para assegurar a identificação é importante a realização de testes laboratoriais, que variam desde técnicas simples como testes colorimétricos e cromatografia em camada delgada (CCD) até metodologias mais avançadas como a cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE), a espectrometria de massa (EM), os espectroscópios vibracionais (Raman ou infravermelho) e a ressonância magnética nuclear (RMN). Utilizando esses métodos analíticos juntos é possível identificar a composição química e quantificar os ingredientes, verificar a presença de impurezas e identificar medicamentos de baixa qualidade. Estes sistemas são utilizados não somente para identificação de falsificados, mas também de sub-padronizados e degradados. Se for necessária apenas a determinação se é uma falsificação ou não, métodos colorimétricos ou de propriedades físicas serão suficientes. Porém, se for necessária avaliação que forneça dados como a composição química ou impurezas presentes deve-se optar por técnicas sofisticadas como a EM, conduzidos por órgãos competentes, como a ANVISA32. A colorimetria é uma técnica comumente utilizada para avaliar a qualidade do medicamento em situações em que não há disponibilidade de sistemas sofisticados de identificação. Trata-se de técnica simples e de baixo custo para a identificação rápida dos medicamentos falsificados, visto que pode ser empregada em vários lugares e não necessita de instrumentação sofisticada. Utiliza-se de uma reação de cor proporcional à quantidade do fármaco que possibilita a medida semi-quantitativa através de um espectrofotômetro. Já foram descritos diversos testes colorimétricos para a detecção de medicamentos como os anti-maláricos como a artemisina10. 27 Propriedades de Granel consiste em verificar as medidas de peso, densidade, solubilidade, viscosidade, refração da taxa e rotação óptica, além de descrição física do medicamento. É uma medida simples e de baixo custo realizada em equipamento robusto. Os sistemas de CLAE são amplamente utilizados na caracterização dos medicamentos falsificados e são considerados padrão ouro para as análises de fármacos polares, não voláteis ou termo ativos. Além disso, acoplada a espectrômetros de massa permite não apenas a quantificação do ingrediente ativo, mas também a identificação de impurezas e substâncias adulterantes10. A espectroscopia no infravermelho próximo (NIR) é baseada na absorção da região do comprimento de onda de 780-2500 nm, correspondente a sobreposição harmônica vibracional e a compensação de bandas. Tecnologia versátil, que discrimina medicamentos originais dos falsificados. Não necessita de preparo de amostra, é rápida, com custo aceitável e pode ser utilizada por pessoas treinadas ou especializadas10. 3.6.2- A FARMACOVIGILÂNCIA NA REGULAMENTAÇÃO DE MEDICAMENTOS A farmacovigilância desempenha papel especializado e fundamental na garantia contínua da segurança de medicamentos. Esta deve ter acesso à informação sobre a qual foi feita a determinação original de riscos e danos. Arquivos pré-registro, incluindo-se as orientações e opiniões dos analistas originais dos dados, são essenciais para decisões equilibradas e clinicamente pertinentes. Além da reação aos eventos e dos relatos da mídia, a investigação ativa e exame clínico detalhado são ferramentas essenciais desse trabalho33. Para obtenção de aprovação pela autoridade regulatória nacional, um novo medicamento deve atender a três exigências: a demonstração de evidências suficientes de que o novo medicamento seja de boa qualidade; ser eficaz; ser seguro para o objetivo ou objetivos para os quais é proposto. Enquanto os dois primeiros critérios devem ser atendidos antes de qualquer consideração, quanto à aprovação, a questão da segurança é menos exata34. A farmacovigilância atua visando a segurança dos medicamentos, portanto esta é uma ferramenta importante no combate à falsificação de medicamentos, através dos serviços da farmacovigilância é possível rastrear e identificar o possível problema do medicamento34. 28 A farmacovigilância atua como uma ferramenta que pode auxiliar na descoberta de medicamentos falsificados. As notificações sobre as RAMs (reações adversas a medicamentos), feitas para o setor de farmacovigilância podem ajudar a identificar uma possível reação que o medicamento pode estar provocando e assim verificar o que pode estar gerando esse efeito adverso, esta pode verificar também se o medicamento esta de acordo com exigências exigidas pelos órgãos de fiscalização. Por isso é importante sempre notificar qualquer sintoma diferente dos descritos na bula, para a empresa responsável pelo medicamento para que esta possa verificar se esta havendo algum problema no medicamento 33. 3.6.3- BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO- RDC 210 DE 4 DE AGOSTO DE 2003. Esta resolução tem como objetivo atualizar as Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos, com o objetivo de acompanhamento do desenvolvimento de novas tecnologias, nos últimos anos, e a relevância de documentos nacionais e internacionais a respeito do tema35. Os medicamentos registrados somente devem ser produzidos por fabricantes licenciados, detentores de Autorização para Fabricação, que tenham suas atividades regularmente inspecionadas pelas Autoridades Sanitárias Nacionais competentes. Este Regulamento de Boas Práticas de Fabricação (BPF) deve ser tomado como referência na inspeção de instalações da fábrica, dos processos de produção e controle de qualidade e como material de treinamento dos inspetores na área de medicamentos, assim como, no treinamento de profissionais responsáveis pelo processo de produção e de Controle de qualidade nas indústrias. As BPF são aplicáveis a todas as operações envolvidas na fabricação de medicamentos, incluindo aqueles medicamentos em desenvolvimento destinados a ensaios clínicos35. Esta resolução é importante, pois, a produção de qualquer medicamento que não cumpra as exigências contidas nela é considerada irregular, tornando assim, o medicamento falso. Através desta resolução os órgãos de vigilância sanitária padronizaram a produção de medicamento, possibilitando assim fiscalizar as indústrias e reprimir qualquer tipo de irregularidade na produção de medicamentos. Abaixo seguem algumas propostas que podem auxiliar no combate a falsificação de medicamento6: 29 - A importância do fortalecimento e integração de sistemas de informação - A necessidade de melhoria da comunicação - A necessidade de harmonização do conceito de falsificados e outros termos complementares - A busca de mecanismos para melhorar o cumprimento da legislação - Notificação de qualquer problema que apareça no medicamento responsabilização da pessoa jurídica - Realização de assistência farmacêutica - Trabalho conjunto de todos os profissionais da saúde A luta contra a falsificação de medicamentos somente poderá ser vencida com o fortalecimento dos mecanismos de cooperação interinstitucional e com a participação da comunidade, que por sua vez necessita ser mais bem esclarecida, receber a retroalimentação das suas denuncias e exercer um forte controle social 6. 30 4- CONCLUSÃO A falsificação de medicamentos é uma ameaça que cresce a cada dia em todo mundo. Este mercado ilegal é muito lucrativo, contudo, ao contrário dos outros tipos de falsificações, a falsificação de medicamento pode causar risco à saúde da população, podendo levar um indivíduo à morte, por isso juntamente com os órgãos de fiscalização é dever dos profissionais da saúde, principalmente do farmacêutico, estar atento a qualquer tipo de fraude presente no medicamento notificando a ANVISA qualquer tipo de fraude, para que esta adote as medidas necessárias pra intervenção do produto falsificado. 31 5- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1- Medicamentos- conceitos técnicos. Disponível em <http://www.anvisa.gov.br/medicamentos/conceito.htm#1.2> Acesso em 10 de Novembro de 2011) 2- DUTRA, C.Y; SIMÕES, P; TAVEIRA, R. A.; RIBAS, S; et.al (2010). AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - O que devemos saber sobre medicamentos. 3- Organização Mundial de Saúde. Medicamentos Falsificados. Diretrizes para desenvolvimento de medidas de combate a medicamentos falsificados. 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Cap. 1, 3, p. 22, 49. 7- Medicamentos falsificados, nota descritiva OMS 275. Disponível em http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs275/es/index.html (Acesso em 14 de Dezembro de 2011) 32 8- FARIA, J. C. A. S. N. (2008); Ações no combate e na prevenção da falsificação de medicamentos. Universidade Pontifícia de Goiás conveniada com o Instituto de Estudos Farmacêutico/IFAR 9- PORTUGAL, B., PAULINO A. M.; Falsificação de medicamentos e Vigilância Sanitária. Universidade Católica de Goiás. Instituto de Estudos Farmacêuticos. 10- GUIDOLIN, C. (2011). Medicamentos falsificados. Universidade FeevaleHamburgo. 11-IMPACT. Internacional Medical Products Anti- Counterfeiting TaskForce. Frequently Asked Questions. Disponível em: http://www.who.int/impact/impact_q-a/en/index.html. Acesso em 10 de janeiro de 2012. 12- Organização Mundial de Saúde/ Organização Pan- Americana de Saúde. World Health Organization. Working Group for Prevention and Combat Drug Couterfeiting. 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