A INDÚSTRIA DAS FALSIFICAÇÕES!
É preciso reforçar sempre que falsificação é crime! Não há desculpa. Não se
deve e não se pode relevar. De todas as formas que se enxerga o problema,
todas entregam uma atividade pautada pela contravenção. Temo dizer porém,
que muitas pessoas compram produtos falsificados e tentam diminuir a parcela
de culpa quase classificando pelo tipo de produto. Não. É necessário sermos
verdadeiros e sinceros. Qualquer produto, seja um CD ou uma bolsa de uma
marca de Luxo como a Gucci ou uma camiseta básica com o logo da Nike,
quando copiada, é falsificação e com isso, ilegalidade. Conheço pessoas que
se sentem muito a vontade de dizer que não compram produtos falsificados de
Luxo mas ao mesmo tempo compram camisetas de marcas nas tradicionais
feirinhas. Qual a diferença? Não há pequeno roubo. Não há um pequeno
desvio ético. Não há o meio termo. Será que gostaríamos de ter uma idéia
nossa copiada deliberadamente, exatamente igual e colocada a venda? Como
fica a questão da autoria e do esforço e investimento dedicado à criação e
quem sabe a inovação? E a propriedade intelectual? Há uma indústria de
falsificação tão forte quanto a indústria do original! Estima-se girando em torno
de US$500 bilhões. Crítico. Exige de todos nós uma reflexão profunda e séria.
Ainda me impressiono quando vejo filmes como o recente Ensaio sobre a
Cegueira já colocado a venda nas ruas e calçadas antes mesmo de chegar à
telas de cinema. Quem compra? O interesse de assistir à um filme como este,
não é de quem não tem acesso à informação ou até mesmo à cultura. Ou seja,
estamos diante da cadeia produtiva. Há quem compra. E para isso, há quem
vende e produz. Filmes como o Jardineiro Fiel e Senhor das Armas são
genuínos quando nos apresentam à esta realidade. É necessário lutar contra a
indústria da falsificação. Entretanto, é necessário lutar ainda mais forte contra a
nossa atitude de comprar a cópia. Ações contra a indústria da falsificação têm
ocorrido por todo o mundo. Nos EUA é normal a Polícia apreender volumes
impressionantes. Em Nova York por exemplo, US$ 12 milhões foram
apreendidos há pouco tempo somente de produtos falsificados de uma das
mais importantes marcas de Luxo mundiais, a francesa Louis Vuitton. Sem
duvida alguma que foi uma das maiores apreensões norte-americanas feitas
até hoje. O incrível é reconhecer que até sites renomados se prestam à este
tipo de crime. Vejam o exemplo massivamente divulgado recentemente pela
imprensa mundial, da apreensão de produtos de luxo falso sendo
comercializados no e-bay. As marcas de Luxo estão firmemente
comprometidas a lutar contra a indústria da pirataria. Em 2007, o maior grupo
de Luxo do mundo, a LVMH investiu mais de US$ 16 milhões em investigações
contra a indústria da falsificação. Todo este processo é tão oneroso que muitas
marcas, inclusive que competem diretamente no mercado, unem forças nesta
luta e com isso, dividem a conta = a chamda coligação contra a pirataria. O
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maior desafio porém, é informar o consumidor e conscientizá-lo dos riscos
inerentes de comprar produtos falsos. Há pressão de todos os lados. Das
marcas, das autoridades, das associações de classe. Tem que haver também
dos consumidores.
Há rumores que uma campanha de marketing mundial será lançada em breve,
visando a reeducação dos consumidores com relação aos produtos
falsificados. O principal objetivo será de educar e mudar a atitude do
consumidor frente a estes produtos. O caminho é longo e penoso. Não basta
somente combater o ponto de venda mas, muito mais complexo e necessário,
combater a produção. A China que em 2012 deverá assumir o posto de maior
mercado consumidor de produtos de Luxo, ultrapassando os tradicionais
mercado para este segmento como os EUA e o Japão, é por si só um grande
paradoxo. O país que traz o emblema de maior produtor de pirataria do mundo,
também se tornará o maior consumidor de produtos originais. Em recente
viagem pela China, me impressionei pelo fato de que já é possível encontrar
ruas com agentes comerciais de produtos falsos que vendem através de
apenas catálogos digitais e se movimentam com rádios transmissores. Já não
existe nem mais as prateleiras.
Há pouco tempo o Just-Style apresentou o resultado de um estudo que trazia a
informação de que o consumo de produtos falsos passou a ser socialmente
aceitável. Há de se preocupar. Falsificação é crime organizado. Não podemos
entender isso de outra forma e sequer relevar a seriedade do assunto.
O Brasil, quando analisado pelos resultados mundiais, não é um mercado
produtor e nem sequer consumidor representativo de produtos de Luxo. Espero
que não seja um “até agora”.
Este é o tipo de campeonato ou disputa que realmente não precisamos ter
dianteira.
Agora pensem: qual sua atitude diante de produto pirata, seja Luxo ou não?
Por favor, tolerância zero.
Carlos Ferreirinha – Diretor Presidente da MCF Consultoria & Conhecimento
especializada no Negócio do Luxo e Premium – www.mcfconsultoria.com.br, com
atuação no Brasil e na América do Sul.
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