ANO 113 – NO 242 R$ 1,00 Página 13 AVIAÇÃO Nova empresa apresenta marca EDUARDO SEIDL Aberta a Feira do Vinho MARIE HIPPENMEYER / ESPECIAL / CP DIEGO VARA PORTO ALEGRE, QUINTA-FEIRA, 29 DE MAIO DE 2008 CAIS DO PORTO FENASUL Ampliar produção de leite é desafio Página central Página 20 Votação que cria a nova CPMF é adiada para dia 3 Caso Detran Dinheiro da Fenaseg foi usado para financiar festas O Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RS) pode estar no centro de mais um escândalo de desvio de dinheiro público. Há dois meses, o Ministério Público Estadual (MPE) apura desvio de dinheiro repassado pela Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg) ao departamento entre 2003 e 2007. Os repasses correspondem a R$ 6 milhões por ano. Oficialmente, o dinheiro é retirado do 1% retido do seguro obrigatório de automóveis e destina-se a campanhas de educação no trânsito nos estados. Uma das suspeitas é que os repasses, na prática, pagaram eventos, festas, bufês, aluguéis de carro e outras despesas pa- ra pessoas físicas e jurídicas escolhidas e indicadas por diretores do Detran-RS. Não está descartada a possibilidade de uso dos recursos em campanhas eleitorais. Ontem, promotores do MPE cumpriram mandados de busca e apreensão em Porto Alegre, em Alvorada e no Rio de Janeiro, onde está localizada a sede da Fenaseg. A mesma investigação deverá apurar a contratação, sem licitação, da empresa Tops Informática como fornecedora de software (programa de computador), serviço que poderia ser prestado pela Companhia de Processamento de Dados do Rio Grande do Sul (Procergs) por custos menores. Levantamento da deputada Stela Farias, do PT, destaca que o projeto da Tops teria custo de R$ 5,8 milhões ao Detran-RS para ser desenvolvido entre maio e novembro de 2007. Os pagamentos começaram em maio, mas só em setembro a Brigada Militar passou a usar os aparelhos, que permitiram acesso de policiais ao sistema informatizado da autarquia. Em novembro, o contrato foi interrompido, mas a Tops já tinha ganhado R$ 1,8 milhão. O MPE não divulgou nomes dos envolvidos, mas os promotores admitiram que alguns deles estão entre os 40 réus do processo aberto pela Justiça Federal contra os supostos participantes do escândalo descoberto pela OperaPágina 2 ção Rodin, da Polícia Federal. A votação do projeto que regulamenta a emenda 29 e cria a Contribuição Social para a Saúde (CSS), a nova CPMF, ficou para o dia 3 de junho, na Câmara dos Deputados. O adiamento foi solicitado pela base do governo e atendido pela oposição. Deputados da oposição informaram que a verdade é que o governo não tem os 257 votos necessários para aprovar a CSS nem apoio para aprovar a iniciativa. O líder do governo, Henrique Fontana (PT-RS), não admitiu falta de apoio, mas deixou escapar a insegurança para aprovar a CSS. Se aprovada, a nova taxa seria de 0,1% e entraria em vigor em 2009. Essa alíquota garantiria arrecadação extra de R$ 10 bilhões. Ontem, parlamentares da oposição realizaram protesto contra o novo imposto. Eles balançaram cofrinhos de lata e levantaram cartazes com dizeres como “Saúde sim, imposto Página 5 não”, “Xô, CPMF, xô, CSS”. ED FERREIRA / AE / CP ANTÔNIO SOBRAL Oposição fez protesto bem-humorado contra o tributo Células-tronco: pesquisas deverão ser liberadas Promotores cumpriram mandados de busca e apreensão em empresa de informática em Alvorada para obter informações sobre procedimentos utilizados neste desvio de recursos O Supremo Tribunal Federal (STF) adiou para hoje a decisão final sobre a constitucionalidade das pesquisas com células-tronco embrionárias. O julgamento, retomado ontem – a primeira sessão foi em março –, foi suspenso com um empate em quatro votos. Apesar disso, os ministros já consideram a disputa definida: o STF deve liberar as pesquisas conforme prevê a Lei de Biossegurança. Dois ministros que ainda não votaram já adiantaram suas posições favoráveis à liberação das pesquisas. Portanto, o placar final deverá mesmo ficar em 6 a 5, com um possível voto do ministro Gilmar Mendes pela liberação das pesquisas, mas com restrições. Após o julgamento, poderão ser iniciados novos estudos com células-tronco embrionárias, empacados em laboratórios à espera da Justiça. Página 7