XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA BASEADO NA DOMÓTICA Thamara Queiroz de Andrade (UFERSA) [email protected] Leonardo Henrique Nobre Pinto (UFERSA) [email protected] Debora Cristina de Araujo Medeiros (UFERSA) [email protected] Helios Betoven Barbosa Bezerra (UFERSA) [email protected] hugo dantas da silva ribeiro (UFERSA) [email protected] Nos últimos anos o desenvolvimento da informática, aparecimentos de novas necessidades e a agitação do mundo moderno, nos levou a desenvolver vários dispositivos de conforto e segurança residencial. Neste contexto o trabalho aborda a utilização de um sistema Domótico, baseado no uso de CLP, sensores, dispositivos e atuadores, que seriam os responsáveis pela implantação da automação residencial aplicado em uma cozinha, com o intuito de reduzir acidentes envolvendo crianças. Fazendo ainda a aplicação de conceitos do Desdobramento da Função Qualidade (QFD), ciclo de vida do produto, Failure Mode and Effects Analysis (FMEA). Por fim foram ainda apresentadas propostas para sanar tais problemas através da implantação de sistemas automatizados, que visam facilitar as tarefas do cotidiano e também aumentar a segurança no âmbito residencial. Palavras-chave: Domótica, Dispositivos, Segurança. XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. 1. Introdução O sistema Domótico é uma rede de comunicação que permite a interconexão de uma série de dispositivos com o objetivo de obter informações sobre o ambiente residencial, podendo fazer determinadas ações para supervisionar esse local ou gerenciá-lo. O sistema de automação residencial, quando bem integrado e conectado às redes externas de telefonia, TV a cabo, Internet e energia possibilitam aplicações, anteriormente citadas, como: segurança, gestão de energia, comunicação, automação de tarefas domésticas, educação e entretenimento; escritório em casa, conforto ambiental, gerenciamento e supervisão das instalações. (DIAS e PIZZOLATO, 2004). Segundo a Domotics Integration Project (DIP), Domótica ou tecnologia da casa inteligente é a integração dos serviços e tecnologias, aplicados a residências, flats, apartamentos, casas e pequenas construções, com o propósito de automatizá-los e obter aumento em relação à segurança e proteção, conforto, comunicação e gerenciamento técnico. A automação residencial ou Domótica tem aumentado a sua divulgação graças aos benefícios que são oferecidos. Ela facilita tarefas diárias tais como controlar a rega do jardim, ligar a iluminação exterior quando anoitecer, estabelecer níveis de temperatura e iluminação adequados para quando se chega em casa após o trabalho e a utilização de sensores de presença que são colocadas para desligar as luzes quando o cômodo da casa está vazio. Dessa forma, a Domótica tem por objetivo oferecer uma grande contribuição para melhorar os níveis de conforto e, ao mesmo tempo, aumentar a segurança detectando situações de emergência, como por exemplo, incêndios, fuga de gás e água, e evitando gastos energéticos desnecessários. Pelo fato de não se ter estudos relacionados ao uso da Domótica na Cozinha, identificou-se a necessidade de realizá-lo, pois de acordo com os dados do IBGE em 2010, segundo 11.600 internações de crianças com faixa etária de 0 a 10 anos, envolvidas em acidentes domésticos, que custaram R$ 8,2 milhões ao governo. Neste trabalho pretende-se desenvolver um produto baseado na “Domótica: Automação Residencial nas imediações da Cozinha”, visando um ambiente mais seguro que previna o aumento dos índices de acidentes envolvendo crianças. Para isso será mostrado à importância 2 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. de ter uma “Cozinha Inteligente”, que seja programada para evitar possíveis transtornos. Fazendo, também, uma avaliação do próprio sistema baseando-se nos conceitos de Desdobramento da Função Qualidade (QFD), ciclo de vida do produto, Failure Mode and Effects Analysis (FMEA). 2. Referencial teórico 2.1. Automação residencial A automação residencial refere-se à aplicação de sistemas de controle que se baseiam na automação para as funções que podem ser encontradas no ambiente, fazendo uma integração dos seus acionamentos e visando a praticidade, simplicidade e objetividade dos comandos. Fazer tudo isso sem que a beleza, o conforto e a valorização do ambiente sejam esquecidas. (GDS: AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL, 2013) 2.1.1. Domótica inteligente Domótica é uma palavra advinda da junção da palavra latina Domus (casa) e do termo Robótica (ANGEL, 1993). O significado se relaciona com à instalação de tecnologia em residências, tendo por objetivo melhorar a qualidade de vida, aumentar a segurança e tonar viável o uso racional dos recursos para seus habitantes. (SGARBI; TONIDANDEL, 2005) O sistema é dividido em vários subsistemas, onde cada um deve atuar especificamente em um campo de controle. Esses sistemas são informatizados e computadorizados. Ele também possui, como características fundamentais: memória; noção temporal; facilidade na interação com os habitantes; capacidade de integração de todos os sistemas do ambiente; atua em varias condições; uma grande facilidade para reprogramar e capacidade de autocorreção. A Domótica inteligente deve possuir características de um sistema inteligente, além de interagir com os habitantes que residem no local escolhido, aprendendo, assim, dinamicamente com seus comportamentos, não sendo essas mudanças permanentes, pois esses habitantes mudam constantemente. (SGARBI; TONIDANDEL, 2005). 2.2. Tipos de dispositivos para automação 2.2.1. Sensores Os sensores podem ser entendidos como dispositivos que trabalham com medidas de grandezas físicas, por exemplo: temperatura, pressão, presença, umidade, entre outros. Essas grandezas, que são medidas pelos sensores, são combinadas para que se possa 3 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. obter informações sobre o meio físico onde estão inseridas. De forma geral podemos dizer que os sensores atuam fazendo algumas transformações em uma grandeza física normalmente em um sinal elétrico, que por sua vez pode ser interpretado por certos equipamentos eletrônicos (BORGES & DORES, 2010). 2.2.2. Sensores fotoelétricos Segundo Lino o sensor fotoelétrico é um sensor que através de um feixe de luz detecta objetos. Seu funcionamento é feito por meio de um emissor de luz (led infravermelho, luz visível, etc.) e um receptor para esta mesma luz. Ele pode ser realizado de três formas, vai depender do modelo de sensor utilizado: (LINO, 2013) Difuso: É um tipo de sensor que possui o emissor de luz e o receptor lado a lado e no mesmo corpo. O emissor emite um feixe de luz, se algum objeto entra na frente deste feixe a luz é refletida na superfície do material do objeto e volta para o receptor do sensor, fazendo assim a detecção que é convertida em comutação de contatos NA ou NF ou transistor para corrente alternada ou corrente contínua. A figura 3 ilustra esse tipo de sensor. (LINO, 2013) Barreira: O sensor do tipo barreira é divido em duas partes, o emissor e o receptor. Nessa modalidade o emissor e o receptor são fixados frontalmente, fazendo com que a luz do emissor seja emitida diretamente para o receptor continuamente. Quando um objeto passa no espaço entre os dois, interrompe o feixe de luz, fazendo com que ela não chegue ao receptor. Assim é detectada a presença do objeto e o receptor do sensor comuta sua saída, que pode ser através de contatos NA ou NF ou então transistor para corrente alternada ou contínua. (LINO, 2013). A figura 4 a seguir ilustra esse tipo de sensor. Retroreflectivo: Assim como o modelo difuso, este sensor tem o emissor e o receptor lado a lado, porém funciona como os modelos de barreira. Isso é possível por conta de um espelho prismático fixado frontalmente com o sensor que reflete a luz, a partir daí, atuará como o sensor de barreira, ou seja, o sensor acionará sua saída quando algum objeto passar entre o espelho e o sensor. (LINO, 2013). 2.2.3. CLP Segundo a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), CLP (Controle Lógico Programável) ou PCL (silga inglesa que significa: Programmable logic controller) é um equipamento eletrônico digital composto por hardware e software compatíveis com aplicações 4 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. industriais. A NEMA apud. WIKIPÉDIA (National Electrical Manufacturers Association) caracteriza esse dispositivo como um aparelho eletrônico digital que utiliza uma memória programável para armazenar internamente instruções e para implementar funções específicas, como: lógica, seqüenciamento, temporização, contagem e aritmética, fazendo o controle, por meio de módulos de entradas e saídas, de vários tipos de máquinas ou processos. 2.2.4. Atuadores Atuador é um equipamento que transforma uma energia em outra, por exemplo, transformando um sinal elétrico em uma grandeza física, movimento, magnetismo, calor entre outros. (BEOCK, 2011) Ainda, segundo Brugnari & Maestrelli (2010), os atuadores atendem a comandos que podem ser estes manuais ou automáticos, baseando-se em uma entrada ou critério a ser seguido. 2.2.4.1. Atuador mecânico Um atuador mecânico converte o movimento rotativo ao deslocamento linear por meio de parafusos / engrenagens ligados a um botão. Um dos exemplos famosos de atuador mecânico é uma tomada de parafuso de um macaco mecânico usado em carros. O atuador mecânico é usado em lasers e em dispositivos ópticos para manipular a posição de montagem de espelho, fases lineares e instrumentos de posicionamento. (BRANCO, 2013) 2.2.4.2. Atuador hidráulico Um atuador hidráulico tem um cilindro oco com um pistão no seu interior. O deslocamento linear controlado do pistão é conseguido através da pressurização / despressurização dos dois lados do pistão. O macaco hidráulico é o exemplo mais comum de um atuador operado manualmente hidráulico. (BRANCO, 2013) 2.2.4.3. Atuador eletromecânico Um acionador linear eletromecânico possui um parafuso, sendo a parte principal do motor. O parafuso de chumbo do atuador não gira e a porca de chumbo é rodada pelo motor. É semelhante ao atuador mecânico, mas um motor elétrico é usado em vez de um botão de controle ou alavanca. Os atuadores lineares modernos vêm em diferentes modelos e cada produção tem seus próprios métodos de propriedade de fazer atuadores. (BRANCO, 2013) 2.3. Acidentes domésticos 5 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. Os acidentes domésticos são muito comuns de acontecerem, ainda que se tenha todo o cuidado, há objetos e situações que podem provocar acidentes. Esse fato é mais recorrente quando falamos das crianças e dos idosos. Algumas situações simples, que aparentemente não geram risco algum, como uma gaveta da cômoda aberta, podem provocar quedas e traumatismos com consequências muito graves. Por vezes, esses acidentes são tão graves que podem levar à morte. Segundo a Defesa Civil (2013) as causas mais frequentes de acidentes domésticos são: Escorregar ao andar sobre pisos molhados, úmidos ou encerados; Andar de meias ou usar chinelos e sapatos mal apertados; Móveis no meio do caminho, principalmente entre o quarto e a casa de banho; Escadas com degraus de tamanhos diferentes; Tapetes nos quartos, casas de banho, corredores e outras divisões da casa; Pouca iluminação; Estar em pé em cima de um banco ou cadeira; Tonturas ao levantar-se; Visão alterada pela idade; Perda do equilíbrio, muitas vezes causada por remédios; Nos mais idosos, enfraquecimento dos ossos e dos músculos; Soleiras das portas não niveladas com o chão. 2.3.1. Acidentes domésticos com crianças Segundo o Ministério da Saúde o Brasil (2012) registrou queda nos óbitos de crianças, com até 10 anos de idade, por acidentes domésticos na última década. O número caiu de 868 no ano de 2000 para 595 no ano de 2010, representando uma redução de 31%. Revelou, ainda, que as principais causas de mortes foram os riscos acidentais à respiração (como sufocação na cama, asfixia com alimentos e outros), seguidos pelos afogamentos e exposição à fumaça, ao fogo e às chamas. Mostrou-se que houve queda nas internações, pois em 2010, foram registradas 11,6 mil internações de crianças por acidentes domésticos, que custaram R$ 8,2 6 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. milhões. Já em 2011, o número de hospitalizações caiu para 10,2 mil, custando R$ 6,9 milhões. As principais vítimas são as crianças menores de 1 ano. Em 2000, foram 376 mortes em crianças dessa faixa, contra 253 em 2010. O site do Ministério da Saúde traz recomendações da diretora de Análise de Situação em Saúde, Déborah Malta, onde a mesma faz uma alerta à vigilância dos pais e responsáveis. "A criança não tem o conhecimento do risco. Cabe aos adultos evitar as situações perigosas. Janelas devem ter grade ou tela. Todo o cuidado deve ser tomado ao manipular o fogão, deixando panelas ou vasilhas quentes em lugares que a criança não possa alcançar. Com materiais de limpeza a recomendação é a mesma para evitar intoxicações". 2.4. Desdobramento da função qualidade (QFD) O QFD tem a função de converter as necessidades do consumidor em parâmetros técnicos. (FILHO, 2010) Segundo Filho (2010) o planejamento do produto deve-se considerar quatro estágios, são eles: Desenvolvimento de uma matriz para conversão e características desejadas pelos consumidores em parâmetros técnicos – inicialmente lista-se todas as necessidades do consumidor e colocando-as nas linhas, no lado esquerdo da matriz. Em seguida as colunas são preenchidas com as técnicas do produto, que são necessárias para a satisfação dos clientes. Pode ser usados, ainda, códigos para avaliar as relações, que podem ser tanto positivas como negativas. (FILHO, 2010) Os produtos que já existem no mercado são analisados e colocados na ordem de satisfação dos consumidores e desempenho técnico – a análise é feita de duas maneiras, na primeira os consumidores devem fazer uma avaliação dos produtos concorrentes, de acordo com os requisitos do consumidor; na segunda a equipe de projeto faz uma avaliação dos produtos concorrentes usando os requisitos técnicos do projeto. (FILHO, 2010) Algumas metas quantitativas são fixas para cada atributo técnico o produto – nesse ponto os produtos irão comparar-se entre si, tanto em relação ao ponto de vista do consumidor, como do ponto de vista técnico. (FILHO, 2010) 7 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. As metas estabelecidas são priorizadas, a fim de orientar os esforços de projeto – nessa fase avaliação o que é mais importante. Essa fase esta bem ilustrada na figura 1 e 2. (FILHO, 2010) Figura 1 - Cálculo dos pontos para cada requisito técnico. Fonte: FILHO, 2010. Figura 2 - Avaliação da importância dos diversos requisitos o projeto 8 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. Fonte: FILHO, 2010. 2.5. Failure mode effects analysis - FMEA A técnica FMEA é uma das técnicas mais utilizadas. Desenvolvida pela NASA nos anos 60 e tinha por meta buscar maior confiabilidade nos projetos da indústria aeroespacial. Todavia a implementação dessa técnica veio com a Ford, em 1960, para que as falhas potenciais fossem identificadas nos projetos de desenvolvimento de projeto dos produtos em geral. A partir desse momento, muitas medidas corretivas preventivas foram introduzidas. (FILHO, 2013) Segundo Filho (2010) essa técnica pode ser definida como uma técnica analítica para fazer a identificação e documentação de forma sistemática falhas potenciais, para que elas 9 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. possam ser eliminadas ou reduzir a ocorrência, através de um processo de aplicação estruturado. Ainda segundo Filho (2010) existem três tipos de FMEA, são eles: FMEA de sistema – é usada para fazer uma análise de sistemas e subsistemas na fase de concepção; FMEA de projeto – é usado quando o detalhamento do projeto está disponível; FMEA de processo – é usada para fazer um analise nos processo de fabricação como o todo e montar, conduzidos quando o processo de produção já está bem definido. São identificadas falhas que poderão ocorrer durante a vida útil do produto. Para isso o ideal é que se tenha representantes de várias áreas da empresa envolvidas no desenvolvimento do produto. Além do mais, devem-se fazer reuniões regulares periódicas para registro e análise de falhas. Para analisar e registrar as falhas é utilizada uma planilha, para possibilitar as ações nas falhas que são prioritárias.(FILHO, 2010) 2.6. FTA (Fault tree analysis) – Análise de árvore de falhas Segundo Filho (2010) esse diagrama é utilizado para determinar como uma anomalia que acontece em um sistema que poderá ser causada pelas falhas e combinações de falhas de seus subsistemas e componentes. Essa análise acontece de cima para baixo, o chamado topdown, e tem por objetivo encontrar as causas fundamentais ou básicas de uma anomalia. 3. Metodologia Por meio de levantamento bibliográfico identificou-se uma solução, planejamento, por fim a montagem do sistema. 3.1. Montagem do sistema O CLP será colocado próximo ao fogão e conectado a dois sensores fotoelétricos, que estarão dispostos de forma a ficarem no mesmo alinhamento, sendo um a altura de 90 cm e o outro a altura de 1,40 m, que quando acionados ativam o dispositivo sonoro, gerando um barulho para alertar os pais, e o atuador – que fechará a válvula que libera o gás do botijão, desligando, consequentemente o fogo do fogão. Uma chave liga/desliga será colocada antes da corrente elétrica entrar no sistema de forma que possibilite ligar e desligar o sistema. 10 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. Foram consideradas três situações, são elas: Situação 1 – Quando não há nenhuma detecção dos sensores o sistema opera normalmente, como ilustrada na figura 3. Figura 3 - SPDA para não acionamento Fonte: Autoria Própria Situação 2 – Quando um adulto vai para o fogão os dois sensores são acionados, e não acontece nenhuma variação no sistema. Como ilustrado na figura 4. Figura 4 - SDPA para adulto Fonte: Autoria Própria 11 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. Situação 3 – Quando uma criança vai ao fogão um sensor, apenas, é acionado, ativando o CLP que toca a corneta, manda informações para o atuador, desligando-o, impedindo a saída de gás para o fogão. Como ilustrado na figura 5. Figura 5 - SDPA para criança Fonte: Autoria Própria 3.2. Orçamento Tabela 1 - Orçamento para montagem do sistema 12 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. Fonte: Autoria Própria A elaboração desse sistema levou em consideração algumas análises de requisitos do cliente e do produto, assim como análise e identificação de possíveis falhas. Nos requisitos/necessidades para um SPA, foi elaborada uma tabela considerando três níveis. Em seguida outra tabela foi elaborada para comparar os requisitos do cliente e do produto. Comentários O sistema será de grande ajuda na prevenção dos acidentes com crianças em fogões. Acreditasse que os dados obtidos sejam reduzidos depois da utilização desse sistema. O maior problema é quanto ao preço para aquisição do sistema completo que é de R$ 399,00. 4. Resultados e Discursões Primeiramente será usado um CLP que estará conectado a dois sensores fotoelétricos e terá como saída um dispositivo sonoro e um atuador que irá funcionar como um fechamento do gás. O CLP para automação residencial utilizado nesse trabalho foi o CLP PIC Aut. R. que possui ao todo 8 entradas e 6 saídas. Onde teremos 2 sensores fotoelétrico conectados nas entradas do CLP e 2 saídas a ela conectadas, que será o dispositivo sonoro e o atuador pneumático conectado ao botijão de gás. 13 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. Os sensores serão colocados na cozinha bem perto do fogão. O primeiro sensor estará disposto a uma altura de 90 cm do chão e outro sensor no mesmo alinhamento do primeiro, sendo que a uma altura de 1,40 m. O sensor fotoelétrico utilizado esta ilustrado na Figura 16. O CLP pode ser programado em linguagem C e BASIC, o CLP será programado de forma que o sistema só será acionado quando apenas o sensor fotoelétrico de baixo for acionado e o segundo não for, fazendo interpretação de que a criança está muito perto do fogão, mandando, assim, corrente para o acionamento do atuador pneumático para fechar o gás e o acionamento do dispositivo sonoro para alertar os pais. Os sensores utilizados no trabalho são sensores fotoelétricos, que detectam a pessoa quando o feixe de luz é obstruído por alguma coisa, que é o modo barreira. Então são enviadas informações ao CLP. O dispositivo sonoro será uma sirene corneta, que será acionado pelo CLP, quando o programa que tiver rodando nele detectar a informação que tem uma criança na cozinha. Para que através do aviso sonoro os pais entendam que a criança está próximo ao fogão. O atuador pneumático será fixado de uma forma, onde ficará conectado ao botijão, para que ao ser acionado, ele fechará o registro do gás, empurrando a válvula que vai está levantada. Desta forma desligando o fogão. Uma chave ligada/desliga será colocada antes da corrente elétrica entrar no CLP para que seja possível ligar e desligar o sistema. Também será possível, para quando os aparelhos forem ativados, eles possam ser desligados e em seguida ligados para retornarem o funcionamento. Após a elaboração do sistema algumas análises do produto, utilizando QFD, FMEA, FTA e ciclo de vida, foram realizados obtendo os seguintes resultados abaixo. Tabela 2 - Tabela dos requisitos/necessidades para uma SPA 14 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. Fonte: Autoria Própria Figura 6 - Árvore de falhas para o sistema 15 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. Fonte: Autoria Própria Comentários: Como observado as três falhas principais são quanto ao funcionamento do CLP, do atuador e não detecção correta dos sensores, os quais foram distribuídos por mais seis problemas que constituem as falhas básicas do sistema são elas: CLP quebrado, mal contato no CLP, fuga de ar pelo solenoide, fuga de ar pela tampa, mal contato nos sensores e distância irregular dos sensores. 16 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. Tabela 3 – Análise de falhas para o sistema Fonte: Autoria Própria Comentários: É possível perceber que os principais problemas a serem verificados são: - Mal contato da parte elétrica da sirene; - Não envio de sinal para sirene; - Falha no CLP; - Fuga de ar do atuador; - Problema elétrico do atuador. Com base nessas informações pode-se criar planos de ação, como o 5W2H para melhorar a eficiência do produto. 17 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. Tabela 4 – Primeiro desdobramento do funcionamento da qualidade do sistema Fonte: Autoria Própria Tabela 5 - Segundo desdobramento do funcionamento da qualidade do sistema 18 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. Fonte: Autoria Própria Comentários: Através das tabelas de QFD, ficou evidente que a qualidade mais exigida foi a de peças acessíveis no mercado, mostrando uma preocupação dos clientes com relação à facilidade de se encontrar peças de reposição o sistema. É visto também que a característica da qualidade que ficou mais evidente foi a de assistência técnica. 5. Conclusão O sistema domótico se relaciona com a instalação de tecnologia em residências, tendo por objetivo melhorar a qualidade de vida, aumentando a segurança e tonando viável o uso racional dos recursos para seus habitantes (SGARBI, TONIDANDEL, 2005). Baseando-se nesse conceito foi elaborado um sistema que, provavelmente, diminuísse os acidentes com crianças na cozinha de uma residência. Já que dados do IBGE mostra que acidentes com crianças com faixa etária de 0 a 10 anos, em 2010, resultaram em 11.600 internações. A partir desses dados foi elaborado um sistema com combinação de CLP, sensor fotoelétrico e atuador, que funcionam de forma a desligar a válvula que libera o gás do botijão para o fogão, consequentemente desligando o fogo. Por fim o objetivo desse artigo que foi formular um sistema, com a automação, para prevenção de acidentes com crianças na cozinha por queimaduras em fogões, foi atingido. 19 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. 6. Referências Acidentes Domésticos com Crianças. Disponível em: http://www.portaldocidadao.pt/PORTAL/pt/Dossiers/DOS_saiba+como+prevenir+acidentes+dom++233+sticos +e+profissionais.htm?passo=3 . Acesso em: 23 de março de 2013. ANGEL, P.M. Introducción a la domótica; Domótica: Controle e automação. Escuela Brasileño – Argentina de Informática. EBAI. (1993) BEOCK, Leandro Rodrigo Preis. 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