TERCEIRIZAÇÃO NA MANUTENÇÃO – O DEBATE CONTINUA! – Parte 5 Alan Kardec Pinto A abordagem desta importante ferramenta estratégica será feita em cinco partes, de modo a torná-la bem abrangente e, ao mesmo tempo, ser de leitura mais didática, assim dividida: - Parte 1: Histórico, competitividade / sustentabilidade da manutenção e da empresa e classificação das atividades; - Parte 2: A correta terceirização, modalidades básicas, vantagens, desvantagens, condições para terceirizar; - Parte 3: A terceirização de atividades de manutenção, a manutenção no segmento industrial, a terceirização versus primeirização; - Parte 4 – Aspectos legais; - Parte 5: Considerações Finais. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 5.1- Considerações Finais Após tudo o que já foi dito nas partes 1 a 4, estamos, com este Capítulo 5, encerrando nossa abordagem sobre esta importante ferramenta. Vamos, nesta conclusão, destacar alguns aspectos que julgamos fundamentais. Seqüelas existentes a má prática da Terceirização, por parte da grande maioria das empresas, ocorrida nos anos “90”, deixou seqüelas muito fortes e que tem influenciado, até hoje, os questionamentos legais e sindicais, agravado, ainda atualmente, pela prática inadequada do processo por várias empresas. Redução de custo a qualquer custo: esta prática incorreta de gestão levou, e ainda leva, ao uso indiscriminado dos contratos tipo “Mão de Obra” que, salvo os casos previstos em lei, traz inúmeros problemas, conforme já visto no Capítulo 2, item 2.2.1: mão de obra de menor qualificação e mais barata, produtividade baixa, Supervisão Direta por parte da contratante, prática da Pessoalidade, serviços de menor qualidade, piora na segurança, etc. Terceirização correta x Prática incorreta observa-se ainda que, mesmo em contratos do tipo “Serviço” que seguem os princípios da boa gestão, conforme visto no Capítulo 2, item 2.2.2, uma parte da Fiscalização da Contratante ainda adota práticas incorretas nos quesitos Pessoalidade e Supervisão Direta. Acredito que isto seja fruto de uma cultura anterior e ultrapassada, mas que, infelizmente, ainda predomina em determinados Fiscais. Cabe ao bom gestor de manutenção coibir esta má prática. Lembre-se: o que é praticado é tão importante quanto o que foi contratado, e em uma auditoria estes dois aspectos são analisados. Alan Kardec, é autor e co-autor de vários livros, dentre os quais “Gestão Estratégica e Terceirização”, “Gestão Estratégica e Avaliação Empresarial” e “Manutenção – Função Estratégica”; é conferencista, consultor, ex-presidente da Abraman e da Petrobras Biocombustível. 2013 – Alan Kardec Pinto– TECÉM TECNOLOGIA EMPRESARIAL LTDA – www.tecem.com.br Otimização de custo: ao contrário da redução de custo a qualquer custo, a otimização de custo é resultado de uma correta gestão da manutenção que tem como foco os resultados estratégicos que, como vimos anteriormente, são: confiabilidade, disponibilidade, segurança operacional e pessoal, atendimento, preservação ambiental e otimização de custos (não confundir com redução de custos). O uso correto da ferramenta “Terceirização” contribui com esta estratégia. Fatores de Questionamento como resultado, principalmente, das lacunas citadas, os principais questionamentos, tanto por parte dos Sindicatos como por parte dos Juristas, tem se concentrado em quatro fatores: Caracterização da atividade de manutenção como Atividade-Fim ou não; Pessoalidade por parte da contratante; Supervisão direta por parte da contratante; Precarização das condições de trabalho dos contratados. Gestão Estratégica Cabe aos gestores da empresa e da manutenção adotarem procedimentos e práticas corretas que inibam a ocorrência destes quatro aspectos citados. Sem querer ser repetitivo, sugiro atentar para o que já foi explicitado no Capítulo 4: Atividade Meio x Atividade Fim: ver item 4.2.1; Pessoalidade e Supervisão Direta: ver item 4.2.2; Precariação das Condições de Trabalho: ver item 4.2.3. Todos estes aspectos, felizmente, já têm sido trabalhados por várias empresas que utilizam a “Terceirização” como uma ferramenta estratégica, conforme abordado no Capítulo 2 – A Correta Terceirização. Cabe ao bom gestor a observação e prática das diversas recomendações que, certamente, contribuirão para o alcance dos resultados estratégicos pretendidos, como a confiabilidade, a disponibilidade, a maior segurança operacional e pessoal, o melhor atendimento, a preservação ambiental e a otimização de custos. 5.2- CONCLUSÃO É oportuno entender que a Terceirização não é, sozinha, uma solução para a execução de uma boa manutenção, ela é, apenas, parte da solução já que, conforme visto no Capítulo 2, ela apresenta Vantagens e Desvantagens. A seleção de atividades que podem ser contratadas passa por uma análise estratégica, conforme visto no Capítulo 3, item 3.2 – A Terceirização versus Primeirização. Aos leitores, comunico que estou às ordens para receber comentários, contribuições e questionamentos que venham enriquecer a compreensão do que é a correta Terceirização. ([email protected]) A minha mensagem final é reafirmar que considero a Terceirização uma ferramenta estratégica muito importante para a produtividade e para a competitividade empresarial; todavia, é necessário que seja utilizada corretamente, para trazer ganhos para todas as partes envolvidas: Contratante, Contratada e Trabalhadores. A minha expectativa é que, com este trabalho em cinco Capítulos, eu tenha dado uma pequena contribuição para lançar mais luz sobre esta importante ferramenta de gestão. 2013 – Alan Kardec Pinto– TECÉM TECNOLOGIA EMPRESARIAL LTDA – www.tecem.com.br