Texto de apoio ao curso de Especialização
Atividade física adaptada e saúde
Prof. Dr. Luzimar Teixeira
O MAL DE PARKINSON E A PSICOLOGIA
Fatores emocionais são uma parte importante da síndrome de Parkinson. Os efeitos
traumáticos da doença podem gerar uma grande confusão e ansiedade.
Esperamos que este capítulo seja de valia tanto para os pacientes do Mal de Parkinson quanto
para seus familiares, já que ajustes na casa são necessários como parte do programa de
tratamento do Mal de Parkinson.
A importância da atitude (comportamento)
Um diagnóstico do Mal de Parkinson é um acontecimento sério na vida de uma pessoa. O
modo como o paciente interpreta o fato é muito importante. Disso vai depender a maneira como
ele se sente e o que ele faz. Naturalmente, os sentimentos do paciente também afetarão
familiares e amigos.
O Mal de Parkinson é basicamente físico, mas a mente também pode ser afetada. O Mal de
Parkinson exige que o paciente aprenda a lidar com ele mentalmente assim como fisicamente.
A maior parte dos pacientes de Parkinson mantém a capacidade de gozar a vida por longos
períodos de tempo.
Comportamento nos estágios iniciais
Por serem normalmente muito leves, os sintomas do Mal de Parkinson podem passar
despercebidos nos estágios iniciais. Pode haver tremor no polegar, que vem e vai, ou uma
sensação de tremor interno, ou a escrita pode ficar pequena.
Mas, mesmo aqueles que reconhecem sintomas iniciais e procuram ajuda, podem ter suas
preocupações descartadas por médicos que não conseguem diagnosticar a presença do Mal
de Parkinson num estado inicial.
Muitas pessoas relatam que o diagnóstico do Mal de Parkinson em estágio inicial não foi
percebido durante consultas em centros de diagnose excelentes e muito famosos. Não foi por
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culpa dos médicos. Os sinais da doença eram apenas leves demais para um diagnóstico
preciso.
Naturalmente, os diagnósticos não são percebidos na maioria das vezes, quando os sintomas
não aparecem externamente. Tremores internos não são prontamente observáveis. Pessoas
nestas condições são freqüentemente diagnosticadas como neuróticas. Normalmente lhes dão
tranqüilizantes e lhes recomendam psicoterapia.
Por outro lado, há pessoas que percebem tremor em si e acreditam ter o Mal de Parkinson,
mas ao ir ao medico, descobrem que não.
Estas pessoas podem sofrer de algum outro mal que, de alguma maneira, se assemelham ao
Mal de Parkinson. Algumas drogas, por exemplo, produzem efeitos colaterais, que se parecem
com sintomas dele.
Pessoas que ignoram seus sintomas podem adiar o reconhecimento de que portam o Mal de
Parkinson. Quando o diagnóstico é feito, eles ficam surpresos de como puderam deixar de
perceber sua condição até serem forçados a faze-lo.
Em um caso, por exemplo, a doença, num estágio facilmente reconhecível, foi diagnosticada à
distância por um médico que, jogando golfe, observou a passada rápida e o andar arrastado de
um jogador.
_"Você tem o Mal de Parkinson", ele disse. O homem ficou chocado.
_"Como você sabe?" Ele não havia percebido as enormes mudanças em sua postura e seus
movimentos.
Vários pacientes relatam que pessoas observam e comentam que seus braços não balançam,
mas ficam duros dos lados quando andam. Isso é bem típico no Mal de Parkinson.
Adaptações necessárias
Se o diagnóstico for feito logo, no caso das pessoas que prestam atenção a problemas físicos
minoritários imediatamente, ou muito tarde, no caso daqueles que ignoram mesmo os sintomas
mais sérios, torna0se sempre necessário adaptar-se à doença.
Aqueles que aceitam sua condição e procuram informar-se são capazes de melhor programar
sua existência com a doença, inteligentemente.
Os que tentam escondê-la das pessoas à sua volta e até de si mesmos enfrentam uma longa
série de episódios mentalmente dolorosos.
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Em tais circunstâncias, a luta para negar o que está realmente acontecendo pode produzir
anos de tensão e ansiedade.
A maneira como o indivíduo rege ao diagnóstico de Mal de Parkinson depende, em grande
parte, da maneira como ele encarava a vida antes da doença.
É importante reconhecer, contudo, que o Mal de Parkinson é uma experiência singular. Não se
pode reagir a ele como se fosse um problema minoritário. Ele não desaparece e pé provável
que piore com o tempo.
Ao passo que alguns casos progridem extremamente devagar, outros se tornam severos muito
rapidamente. Caso algum pode ser previsto com antecedência. O que quer que aconteça, o
paciente do Mal de Parkinson precisa aceita-lo como parte de sua vida.
Principais tipos de adaptação
Algumas vezes é difícil evitar focalizar o elemento desastre do Mal de Parkinson. Mas isso
causa mais dor emocional e pode intensificar os próprios sintomas.
Tanto quanto possível, concentrar-se no lado positivo da vida, adotar a postura "eu vou fazer o
melhor que puder" ajudará o paciente.
Muitos pacientes de Parkinson acham que suas vidas ainda são agradáveis, apesar da doença
não deixa-los agir do modo que agiam antes.
É muito importante que parentes chegados entendam isto, porque sua postura e reações
freqüentemente influenciam o doente.
Uma postura positiva e de aceitação por parte do cônjuge do paciente e de outros membros da
família e amigos pode ajudar a manter um espírito de bem-estar e aliviar muitos dos medos e
ansiedades que podem acometer o paciente de Parkinson.
Postura sobre informações
Pacientes de Parkinson geralmente têm uma dentre três posturas a respeito de obter
informações sobre a doença.
Primeiro a postura de não querer saber sobre a doença de maneira nenhuma, tentando não ter
nada a ver com ela, encobrindo-a. Há um esforço para negar que ela existe.
Segundo, a atitude de deixar as coisas correrem, não tentar encobrir, mas também não tentar
fazer algo positivo, apenas aceitando as coisas como elas vêm.
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A terceira atitude é tentar obter todas as informações possíveis, consultar, planejar de
antemão.
Um exemplo da primeira atitude pode ser a pessoa que no seu trabalho descobre que sua
escrita está diminuindo, ou que não consegue preencher formulários como costumava. Um
homem, um superintendente de uma usina siderúrgica, se aposentou um ou dois anos antes do
que seria necessário, porque estava envergonhado de não poder preencher formulários.
Um outro homem também reagiu tragicamente ao saber que tinha o Mal de Parkinson. Um
mecânico de aviões achou que seu sustento estava em perigo e tentou escapar negando e
escondendo sua condição. Ele não permitia nem mesmo que sua esposa ou seus filhos
mencionassem a palavra "Parkinson" em sua presença. Logo em seguida, ele entrou numa
depressão muito profunda, pela qual teve que ser hospitalizado.
Somente depois do médico dizer a ele, "Você tem que encarar o fato de que você tem o Mal
de Parkinson", ele começou a se reerguer. A partir de então, ele, sua esposa e família
começaram a falar sobre isto.
Estes casos ilustram o quão importante é a postura, quando se lida com uma doença séria
como o Mal de Parkinson. Negar o fato o impede de tirar o melhor proveito.
A postura de "não fazer nada e aceitar as coisas como elas vêm" pode prejudicar o paciente
a longo prazo. Ele pode levar a situações em que informações importantes são obtidas tarde
demais ou atitudes são obtidas tarde demais ou atitudes são adiadas por tempo demais.
Os pacientes de Parkinson precisam ser incentivados a obter as informações que eles
necessitam para planejar e adaptar-se da melhor maneira possível
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Parkinson 6 - Luzimar Teixeira