Tem a Palavra SECÇÃO REGIONAL DO CENTRO © Foto: www.parkinson.dk Doença de Parkinson… uma nova esperança! Paulo Pereira Enfermeiro A doença de Parkinson é provocada por uma alteração no funcionamento cerebral, uma perturbação degenerativa no sistema nervoso, do qual resultam sintomas como a rigidez muscular, o tremor e lentidão na iniciação de movimentos (Santos, 2012). Estas dificuldades anunciadoras da doença surgem na maior parte dos casos perto dos 60 anos e a sua incidência aumenta com a idade. O tratamento mais frequente inclui medicamentos com dopamina (mediador químico que falta no organismo e faz surgir a doença) ou, em estados mais avançados, a cirurgia (Santos, 2012). A doença de Parkinson, tratando-se de uma doença neurológica e degenerativa, que não apresenta uma cura na atuali- 6 | Enfermagem e o Cidadão dade, confere ao portador da mesma uma limitação na qualidade de vida, que o impede de exercer uma função laboral na sua plenitude, com repercussão a nível psicossocial. Desde 2002 que no Hospital de São João no Porto se pratica uma técnica cirúrgica inovadora baseada na estimulação profunda do cérebro. A cirurgia consiste em colocar profundamente no cérebro dois elétrodos (um em cada hemisfério), em que cada um controla o lado oposto do qual está colocado. Os elétrodos vão depois provocar múltiplas pequenas descargas elétricas no núcleo profundo do cérebro, o núcleo subtalâmico. Os dois elétrodos estão ligados por cabos (que ficam debaixo da pele), a uma bateria, que funciona como gerador de corrente, colocada no tórax, abaixo da clavícula (figura 1). A bateria dura