Redes Colaborativas Liberdade e Configurações de Ativismo Flávia Frossard Redes Colaborativas Unir esforços de maneira participativa, produzindo complementaridade aos trabalhos que vão sendo desenvolvidos, em torno de propósitos comuns. Com interações entre as várias células, que podem estar interligadas de diversas maneiras. Peer to Peer P2P “A Economia Política da Produção entre Pares” Michel Bauwens • Produção de valor de uso através da cooperação livre entre produtores que têm acesso a capital distribuído. O seu produto não reside num valor de troca destinado ao mercado mas num valor de uso dirigido a uma comunidade de utilizadores. Administração pela comunidade de produtores e não por mecanismos de alocação do mercado ou por uma hierarquia empresarial. Este é o modo de autoridade P2P ou 'terceiro modo de autoridade'. Disponibilizar livremente o valor de uso segundo um princípio de universalidade, através de novos regimes de propriedade comum. Este é o seu 'modo de propriedade distribuída ou entre pares’, diferente da propriedade privada ou da propriedade pública, estatal. Napster, criado por Shawn Fanning, foi o programa de compartilhamento de arquivos em rede P2P que protagonizou o primeiro grande episódio na luta jurídica entre a indústria fonográfica e as redes de compartilhamento de música na internet. The Pirate Bay (TPB) é o auto intitulado "O maior tracker BitTorrent do mundo“ Blogs - revolucionaram a publicação online Mashups- estão revolucionando o desenvolvimento web possibilitando a qualquer um combinar dados de fontes, São diversas possibilidades criativas de produção e distribuição de informação e opinião • Internet + dinâmicas de produção e consumo de portais: transformou a rede num enorme laboratório da publicidade • Modelo informacional das mídias, que privilegia a acumulação quantitativa proprietária de elementos audio-visuais Modelo “Tudo é meu” Fazer os conectados livres permanecer dentro de limites programáveis e de conexões pré-estabelecidas, para recolher destes toda a sua produção social. A exclusividade de que se investe a INFOGLOBO será oponível mesmo contra o próprio colaborador, que não poderá reproduzir a obra cedida ao Projeto “EuRepórter”. (Termos de Uso, Globo Online) MOVIMENTO LIVRE • Inflar a liberdade na rede • Disseminação de dispositivos que aceleram a socialização e o compartilhamento de conhecimentos, informação e dados • Novos modelos de direito público, abrindo um conflito com a governança capitalista da liberdade na rede. Modelo comunicacional das multi-mídias, que privilegia a coordenação da ação coletiva nos movimentos sociais Disputa pelo controle dessa produção comum, protegida e partilhada pelos usuários da internet: • X • computação em nuvem X indústria do licenciamento • cultura da colaboração p2p X cultura da permissão do direito autoral Configurações de Ativismo • Web ativismo: Ativistas + internet • Uso da tecnologia para divulgar idéias, encontros, manifestações em qualquer parte do mundo. Os ativistas conseguem uma propagação rápida e eficaz através da internet. • troca de informação mútua, globalização dos fatos, localização de testemunhas/fontes, relatos multimídia de registros do cotidiano, promoção de ideologias, conversação social e agendamento da mídia. • colaborar com a paisagem das multi-mídias que excedem a “infra-censura” dos controles e bloqueios da rede #Iranelection Em 12 de junho, após derrota nas urnas, Hossein Mousavi reinvindica a vitória, acusando governo de fraudar as eleições, beneficiando assim o candidato da situação, Ahmadinejad. Um dia após o resultado, ao mesmo tempo, nas ruas de Teerã, enquanto os apoiadores de Ahmadinejad comemoram a vitória, os de Mousavi, convocados via sms e Twitter, entram em choque com a polícia. O resultado dos conflitos, no outro dia, é a suspensão da rede de internet e de telefonia móvel, numa tentativa de desacelerar o processo de socialização e mobilização dos militantes. No contra ataque, hackers passam a oferecer endereço de proxy via direct message no Twitter, reconectando a cibercultura iranianal. A partir daí a internet torna-se o locus da informação e do compartilhamento de opinião sobre a insurgência iraniana. No Twitter a multidão coopera adotando a hashtag #iranelection. São 220 mil tweets/dia usando a palavra-chave, distribuindo fotos, vídeos, textos, áudios, enfim, todo uma gama de registros históricos que nenhum grupo de mídia detinha. pls everyone change your location on tweeter to IRAN inc timezone GMT+3.30 hrs #Iranelection cont....5:24 p.m. June 16 (persiankiwi) ok - tonight twitter is full of gov usernames. all users IGNORE all post except from reliable sources #Iranelection 3:36 p.m. June 16 (persiankiwi) #cnnfail • Ciberativismo não reduziu a força policial contra os manifestantes. • Teerã: os protestos se tornaram ainda mais violentos, após uma semana do fim das eleições. E o ativismo na rede, idem. A rede virou um campo de batalha entre os verdes e o governo de Ahmadinejad, que não vai inovar em nada no modo em que o poder é exercido na internet e fora dela, sobretudo, quando os governos (democráticos ou não) são afrontados pela inteligência de enxame da rede. • Mortes #FichaLimpa • o Projeto de Lei Complementar nº 518 de 2009, conhecido popularmente como Lei Ficha Limpa. tornaria inelegível o candidato condenado por um período de 8 anos além da pena, e valeria também para políticos no poder, mesmo que o político renuncie ao cargo, como muitos envolvidos em escândalos espertamente fizeram para figurar novamente no Congresso após a eleição seguinte. • Quando manobras para adiar a votação do projeto pelo Congresso começaram a ser articuladas, foram enviados mais de 41.000 e-mails para cada deputado federal em exercício por pessoas comuns. Não havia como a grande mídia ficar de fora, e a cobertura foi ostensiva. carlotamaga Mais um voto p/ o projeto #FichaLimpa. E vamos mandar e-mail hoje e amanhã para nosso queridíssimo presidente. Projeto precisa ser APROVADO! No Twitter, já são cinco perfis dedicados à proposta, responsáveis por mais de 6000 seguidores: @LeiFichaLimpa, @fichalimpa_ja, @fichalimpapb, @fichalimpabauru e @FICHALIMPA2010. Os tuiteiros também aproveitam hashtags como #leifichalimpa e #fichalimpa para comentar o movimento. “A atuação social, a mobilização e o engajamento viraram um valor da rede, contrapondo aquele pensamento de felicidade eterna da web comercial, que contaminava a economia e a política” (Bifo, 2005) Redes Colaborativas [email protected] @flaviafrossard