1. IDENTIFICAÇÃO DO SERVIÇO DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL Nome: Instituição de Acolhimento à Criança e ao Adolescente São Rafael de Cândido Mota. CNPJ: 461799580001-92. Endereço: Rua São Paulo nº1075 CEP: 19880-000. Telefone: (18) 3341-2300. Responsável Legal: Zacharias Jabur. 2. APRESENTAÇÃO A Instituição de Acolhimento desenvolve um programa de atendimento previsto no Artigo 92 do “Estatuto da Criança e do Adolescente” (BRASIL, 1990) – que se destina a oferecer proteção especial à criança e ao adolescente vitimizado, cujos direitos reconhecidos na Lei tenham sido violados ou ameaçados, estando, pois, excluídos deste atendimento o vitimizador adolescente infrator. É um programa desenvolvido pela Secretaria Municipal de Assistência Social e devidamente registrado no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e Conselho Municipal de Assistência Social. Segundo as “Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para crianças e adolescente” (Brasil, 2009), cada Estabelecimento deverá ter o seu “Projeto Político-Pedagógico” para nortear o seu funcionamento, “tanto no que se refere ao seu relacionamento interno, quanto seu relacionamento com a rede local, as famílias e a comunidade” (idem, p. 49). Este, ainda, deverá ser elaborado coletivamente, bem como avaliado e aprimorado a partir da prática do dia a dia. 3. JUSTIFICATIVA A criação da Casa de Acolhimento “São Rafael” se fez necessária devido o constante aumento de casos de violação dos direitos da criança e do adolescente constatados na cidade de Cândido Mota. Antes da sua implantação, esses casos eram encaminhados a instituições de 1 municípios vizinhos conveniados. No entanto, visando o seguimento das “Orientações Técnicas” (BRASIL, 2009), bem como as diretrizes gerais do “Estatuto da Criança e do Adolescente” (BRASIL, 1990), a sua implantação veio garantir a preservação e o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários. Assim, a Instituição de Acolhimento à Criança e ao Adolescente São Rafael de Cândido Mota foi criada mediante determinação judicial e inaugurada em 08 de março de 2010. O Processo n° 1064/2006 ordena que se cumpra a abertura da Instituição de Acolhimento no município de Cândido Mota para o atendimento de 10 (dez) crianças e adolescentes, de ambos os sexos de 0 a 17 anos, 11meses e 29 dias, com equipe multiprofissional devidamente capacitada. A Instituição situa-se na área urbana, no centro da cidade de Cândido Mota, localidade de fácil acesso ao hospital, posto de saúde, escolas, creches, centros esportivos e demais entidades de socialização. Ressaltamos que a Casa “São Rafael” foi criada como uma medida de proteção prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA – art. 101 – Inciso VII), tratando-os como sujeitos de direitos em desenvolvimento na busca do exercício de sua cidadania. 4. OBJETIVOS 4.1. OBJETIVO GERAL • Atender crianças e adolescentes do município de Cândido Mota, de ambos os sexos, com suas respectivas mães (caso essas sejam adolescentes), que se encontrem em situação de risco pessoal e social, ofertando proteção integral – em caráter temporário e excepcional, mediante a garantia do acolhimento afetivo e material adequados, atendimento às necessidades básicas de saúde, educação, lazer, alimentação, vestuário, acesso aos recursos comunitários – e promovendo ações para o resgate e fortalecimento de vínculos familiares e sociais; visando, com isso, a possibilidade de reintegração à família de origem (nuclear/extensa) ou, na impossibilidade, à família substituta. 2 4.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Proporcionar atendimento personalizado em pequenos grupos, em ambiente de caráter residencial, contribuindo, assim, para a participação e inserção das crianças/adolescentes na comunidade, incentivando a preservação dos vínculos familiares ou promovendo a integração em família substituta; • Promover o envolvimento da comunidade na manutenção, planejamento e execução dos programas de proteção às crianças e adolescentes, por meio de inserção nos recursos como escolas, creches, postos de saúde, projetos sociais, áreas de lazer, esportivas e outros; • Incentivar o fortalecimento dos vínculos familiares, por meio de visitas semanais dos pais à Instituição de Acolhimento e/ou do transporte da criança e adolescente até o local de residência de sua família quando possível; • Informar ao Judiciário, quando se fizer necessário, a integração em famílias substitutas quando visto que se esgotaram as possibilidades de retorno a família de origem. • Incentivar a necessidade do trabalho em rede, com os órgãos públicos (Conselho Tutelar, Vara da Infância e Juventude, Secretarias e outros Órgãos); • Assegurar que as crianças e adolescentes participem na vida comunitária local; • Assegurar a participação da comunidade em suas atividades; • Participar sistematicamente na vida da comunidade local; • Orientar e preparar os pais ou responsáveis para o retorno de seus filhos, bem como para nova convivência familiar; • Acompanhar os casos desacolhidos por um período de 6 (seis) meses, provendo algumas de suas necessidades, bem como, orientações e encaminhamentos diversos. • Inserir as famílias nos projetos sociais desenvolvidos pela Secretaria Municipal de Assistência Social e outras Secretarias do Município; 3 • Facilitar a aprendizagem das crianças e adolescentes para que dominem seus conhecimentos e cresçam como cidadãos plenamente reconhecidos e conscientes de seu papel na sociedade; • Realizar visitas domiciliares da assistente social às famílias dos acolhidos para melhor acompanhamento, compreensão e resolutividade dos casos; • Perceber e respeitar os diferentes pontos de vista nas situações de convívio, utilizando o diálogo e as assembleias de grupos para a solução de problemas; • Preparar as crianças, adolescentes e suas respectivas famílias para o desacolhimento. 5. ORGANIZAÇÃO DO SERVIÇO DE ACOLHIMENTO 5.1. INFRAESTRUTURA Espaço Físico Quantidade Sala da Equipe Técnica e Coordenação 1 Sala de TV 1 Refeitório 1 Copa 1 Cozinha 1 Dormitório para crianças/adolescentes 3 Banheiros para crianças/ adolescentes 2 Banheiro para funcionários 1 Área externa 2 Lavanderia 1 Despensa para produtos de limpeza 1 Despensa para gêneros alimentícios 1 4 6. RECURSOS HUMANOS A equipe técnica do serviço é composta por uma coordenadora, um psicólogo e uma assistente social: a) - Características específicas da coordenadora e da equipe técnica: Coordenadora Nome: Caroline Bianchi Dias do Carmo Formação: ensino superior incompleto (serviço social) Vínculo empregatício: concurso público Carga horária: 40 horas Exclusividade no Serviço de Acolhimento: sim Psicólogo Nome: Waldir Périco (CRP - 06/103442) Formação: ensino superior (graduação em psicologia; aperfeiçoamento profissional em Saúde Coletiva e mestrado em psicologia) Vínculo empregatício: concurso público Carga horária: 30 horas Exclusividade no Serviço de Acolhimento: sim Assistente Social Nome: Michelle Aparecida Leite da Silva (CRESS - 40653) Formação: ensino superior (graduação em serviço social) 5 Vínculo empregatício: concurso público Carga horária: 30 horas Exclusividade no Serviço de Acolhimento: sim b) - A equipe de cuidadores diretos é composta por sete cuidadores, dois auxiliares de serviços gerais e um motorista. Educadora/cuidadora Nome: Eliane I. Godoy Formação: ensino superior incompleto (cursando serviço social e pedagogia) Vínculo empregatício: concurso público Carga horária: 12/36 horas Educador/cuidador Nome: Fábio A. Bueno Formação: ensino médio completo Vínculo empregatício: concurso público Carga horária: 12/36 horas Educador/cuidador Nome: Lucio de G. Ramos Formação: ensino superior (graduação em pedagogia) Vínculo empregatício: concurso público 6 Carga horária: 12/36 horas Educadora/cuidadora Nome: Regina Pereira Silva Formação: ensino médio completo (técnico em enfermagem e contabilidade) Vínculo empregatício: concurso público Carga horária: 12/36 horas Educadora/cuidadora Nome: Silvia Helena Ap. Sebastião Formação: ensino superior incompleto (cursando graduação em Química) Vínculo empregatício: concurso público Carga horária: 12/36 horas Educador/cuidador Nome: Silvio Carlos A. Rado Formação: ensino médio completo Vínculo empregatício: concurso público Carga horária: 12/36 horas Educadora/cuidadora Nome: Tânia dos Santos Formação: ensino médio completo (graduação em Serviço Social) 7 Vínculo empregatício: concurso público Carga horária: 12/36 horas c) - Além da equipe mínima exigida pelas “Orientações Técnicas” (BRASIL, 2009), a Casa de Acolhimento “São Rafael” conta também com dois auxiliares de serviço gerais e um motorista exclusivos para atender às demandas dos usuários. Auxiliar de Serviços Gerais Nome: Cleide Ap. Dias da Silva Formação: ensino médio completo Vínculo empregatício: concurso público Carga horária: 40 horas Auxiliar de Serviços Gerais Nome: Flávia Oliveira Jorge Formação: ensino médio completo Vínculo empregatício: concurso público Carga horária: 40 horas Motorista Nome: Marcelo Augusto Vitor Formação: ensino médio completo Vínculo empregatício: concurso público 8 Carga horária: 40 horas 7. ORGANOGRAMA 8. ATIVIDADES PSICOSSOCIAIS As atividades realizadas visam à garantia do atendimento às necessidades básicas e específicas das crianças e adolescentes atendidos. Para o desenvolvimento integral, a dignidade e o bem-estar são propiciadas aos acolhidos todas as condições necessárias para que participem de várias atividades, ampliando o seu repertório de experiências em creches, escolas, projetos, passeios, acesso e fruição aos bens culturais. A Instituição de Acolhimento desenvolve atividades psicossociais, visando trabalhar questões complementares quanto a autoestima, resiliência, autonomia, educação e orientações quanto aos cuidados pessoais. No que diz respeito às famílias de origem, são desenvolvidas atividades psicossociais visando à preservação e fortalecimento de vínculos e reintegração familiar. Todo o trabalho é desenvolvido em estrita observância à legislação vigente, cujos principais marcos normativos e regulatórios estão expressamente citado neste Projeto Político-Pedagógico e é disponibilizado pela Instituição a todos os profissionais, além das “Orientações Técnicas” específicas para o Serviço de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes. 9 8.1. FORMAS DE ATUAÇÃO JUNTO AOS ACOLHIDOS O trabalho consiste em proporcionar um ambiente para os acolhidos em caráter de excepcionalidade, provisoriedade e transitoriedade, visando à garantia de direitos, em especial a convivência familiar e comunitária, mediante resgate e fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários. Ao sermos comunicados acerca de um novo acolhimento, há a preocupação em comunicar anteriormente os funcionários e os que já se encontram acolhidos para chegada do novo integrante e preparação do ambiente. O acolhimento é realizado pela Coordenadora da Instituição, sendo uma recepção acolhedora buscando oferecer um tratamento afetuoso e respeitoso de forma a permitir a expressão de sentimentos e a compreensão das manifestações (silêncio, choro, agressividade, etc.). Neste momento, é feita a apresentação do espaço físico da Instituição e o espaço privado (cama, armário, objetos de higiene pessoal) ao novo acolhido. Por meio de observação e diálogo, posteriormente, a equipe técnica tem maior conhecimento sobre os fatos que desencadearam a situação, colocando à criança e/ou ao adolescente os motivos que os levaram ao acolhimento institucional. Esta informação é de fundamental importância para que possa compreender a sua própria situação, afirmando sua condição inalienável de sujeito de direitos. A coordenação comunica formalmente o acolhimento à Vara da Infância e Juventude em até 24 horas. Assim, além de cumprir as disposições legais, é possível à equipe técnica, através de reuniões com o Setor Técnico do Poder Judiciário e Rede Intersetorial de Políticas Públicas, obter informações mais detalhadas sobre os fatos e realizar trabalho conjunto para melhor atender os acolhidos e suas famílias. O contato com os acolhidos são efetuados pela equipe técnica através de entrevista mantendo o diálogo e de modo a esclarecer todas as suas dúvidas, promovendo segurança e apoio. No período de permanência da criança ou adolescente no Serviço de Acolhimento Institucional, são realizados estudos sociais, visitas domiciliares para leitura da realidade de vida das famílias e suas necessidades, levantamento socioeconômico, trabalhos interdisciplinares, encaminhamentos para a rede de proteção, bem como a elaboração relatórios psicossociais. A proposta de trabalho consta do Plano Individual de Atendimento (PIA) ou Plano de Atendimento Individual e Familiar (PAIF), como atualmente denominado, elaborado em conjunto com a Rede Intersetorial de atendimento do Município e que reúne os dados da 10 história trazidos pelo órgão encaminhador e obtidos pela equipe técnica, bem como as metas propostas para o caso, considerando suas peculiaridades, na perspectiva da reintegração familiar e comunitária. A forma como a equipe comunica os encaminhamentos e decisões do Poder Judiciário são planejadas e construídas em conjunto com a criança e/ou adolescente acolhido para que não gere comportamentos depressivos ou de revolta em relação à Instituição de Acolhimento ou em relação à própria família. As crianças e adolescentes realizam atividades diárias, tais como: frequentar a escola, participar de atividades esportivas, culturais e de lazer, passeios recreativos e culturais, além de atividades religiosas, conforme suas crenças, garantindo assim o que preconiza o ECA; e, quando necessários, atendimentos psicossociais, terapêuticos e psicológicos. Aos adolescentes são ofertadas, ainda, ações com vistas à promoção de sua autonomia, com a inserção em cursos profissionalizantes para integração – tão crítica e singularmente possível – ao mercado do trabalho. Quando necessário, as famílias são orientadas quanto ao acesso à documentação civil e benefícios socioassistenciais. O papel do educador dentro do serviço, sendo o que mais permanece em contato direto com os acolhidos, é o de mediador dos conflitos e responsáveis por encaminha-los para atividades externas (escolas, cursos, esportes e lazer, entre outros), como também de garantir a organização das tarefas de rotina, do ambiente, manutenção dos objetos de uso pessoal e coletivo, fazer orientações, com o objetivo de organizar um ambiente seguro e previsível, porem com flexibilidade e espaço para novas formas de atuação que incluam a participação das crianças e adolescentes de modo a facilitar seu desenvolvimento. A preparação para o desligamento é prioridade no Serviço de Acolhimento Institucional, desde a entrada da criança ou adolescente. Para tanto, são desenvolvidos ações em Rede para a viabilização da reintegração familiar (nuclear, extensa) ou colocação em família substituta, prevendo um acompanhamento posterior ao desligamento. Mas, principalmente considerando o desejo e o interesse da criança e do adolescente. Neste contexto, é muito importante a atuação em Rede, inclusive com as Secretarias Municipais, Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS), Conselho Tutelar, e Políticas Públicas setoriais, nas questões que envolvem o acolhimento das crianças e adolescentes, de forma a 11 contribuir na qualidade do atendimento e investimento na família para o breve retorno da criança ou adolescente ao seio familiar e, na impossibilidade, a inserção em família substituta. 8.2. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS Como forma de garantir a participação dos acolhidos na vida comunitária, estes são encaminhados às atividades recreativas e pedagógicas ofertadas por Entidades do Município. Cabe ressaltar que muitas vezes é respeitado o vínculo do acolhido com a Entidade que frequentava anteriormente ao acolhimento, buscando mantê-los o mais próximo possível de seu contexto de origem. 8.2.1. CENTRO VOCACIONAL DA CRIANÇA E ADO ADOLESCENTE DE CÂNDIDO MOTA – FREI PAULINO1: a) Programa de Complementação Educacional: • Biblioteca; • Cidadania; • Brinquedoteca; • Jogos pedagógicos; • Educação ambiental; • Oficina de reciclagem; • Projeto florescer; • Parque e casa da boneca; • Oficina de artes; • Pingue-pongue • Oficinas de teatro, dança e música; • Projeto karatê; 1 Todos os projetos e atividades são supervisionados pelas Assistentes Sociais da referida Entidade. 12 • Atividades recreativas; • Projeto de atletismo. b) Cursos Profissionalizantes • Confeccionador de Móveis; • Eletricista Instalador; • Instalador de Alarme de Cerca Elétrica; • Informática; • Curso de Auxiliar Administrativo (Preparatório para o Adolescente Aprendiz); • Curso de Manicure e Pedicure; • Curso de Auxiliar de cabeleireiro; • Curso de Artes. c) Atividades Oferecidas às Famílias • Atendimento Familiar e Visitas Domiciliares; • Reuniões com Pais; • Encaminhamentos à Dentistas – Projeto: Devolva o sorriso à uma criança; • Encaminhamentos à Oftalmologista – Projeto: Veja Bem; • Projeto Horticultura; • Curso de Instalador de Hidráulica; • Curso de Pedreiro; • Curso de Pacth work. 13 8.2.2. ASSOCIAÇÃO METODISTA DE AÇÃO SOCIAL – AMAS • Vídeos Motivacionais; • Artesanato; • Aulas de Canto; • Aulas de Dança e Coreografia; • Oficinas de Teatro; • Informática; • Aulas de Karatê; • Oficinas de Cidadania; • Atividades Recreativas; • Educação Ambiental e Reciclagem; • Atividades Livres; • Aniversariante do Mês; • Fortalecimento de vínculos com a família; • Hora da leitura; • Dinâmicas de Grupo; • Atendimentos Individualizados e Visitas Domiciliares realizados pelo Serviço Social da Entidade. 8.2.3. INSTITUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - ICA a) Adolescentes • Encontro de acolhimento aos participantes; • Encontros temáticos pertinentes aos objetivos do grupo e de interesse do grupo, como família, a comunidade como espaço de convivência, drogadicção, sexualidade, cidadania, meio ambiente, qualidade de vida, saúde e higiene, o mercado de consumo, trabalho, escola, entre outros; 14 • Atividades lúdicas dirigidas; b) Família • Encontro acolhimento; • Encontros temáticos: pais e filhos, cidadania, trabalho, qualidade de vida, saúde e higiene, política publicas, a família como espaço de socialização, função materna e paterna, entre outros. • Troca de experiências. • Oficinas artesanais. A participação nestas atividades que destacamos acima, ocorre sempre durante a semana, nos períodos anteriores ou posteriores às atividades escolares dos acolhidos. Também aqueles que desejam participam de atividades religiosas como catequese, crisma, grupos de oração e outros. No momento em que retornam das atividades escolares, cursos, atividades de lazer e religiosas, geralmente por volta das 18 horas, assim são orientados pelos monitores a realizarem as tarefas escolares e higiene pessoal. Posteriormente podem realizar atividades livres, como assistir televisão, brincar, ouvir música, e demais atividades de descontração. Não podemos deixar de destacar que os monitores são orientados a acompanhar e dar o suporte necessario em quaisquer atividades quando solicitado pelos acolhidos ou orientados pela Coordenação e Equipe Técnica. Ainda neste sentido, é realizada a Análise do Diário da Casa, que é um caderno que os monitores relatam o que aconteceu durante o seu turno de trabalho, informando sobre cuidados relativos a saude, vida escolar, comportamento, visitas recebidas, entre outros, possibilitando que monitor que atuará no próximo turno tenha a oportunidade de refletir sobre os possíveis eventos ocorridos e atitudes dos acolhidos e conduzir seu plantão com maior tranquilidade. Nos finais de semana, os acolhidos que permanecem na Instituição auxiliam nas atividades da casa, realizam atividades livres, recebem visitas dos familiares, amigos e também passeios quando programados pela coordenação ou também com pessoas que possuam vínculos na comunidade. Também como forma de estreitamento de vínculos, os 15 acolhidos, dependendo de cada caso, são encaminhados à família de origem e extensa para passar os finais de semana. Importante destacar que a coordenação solicita autorização judicial para que os acolhidos possam realizar passeios e passar finais de semana com familiares e pessoas com as quais possuam vínculos de afetividade. 8.3. FORMAS DE ATUAÇÃO JUNTO ÀS FAMÍLIAS Com as famílias, as formas de atuação se concretizam pelo trabalho realizado pela equipe técnica (assistente social e psicólogo) logo após o acolhimento da criança/adolescente, sendo feito um primeiro atendimento, com o objetivo de conhecer a família e colher dados e informações, bem como a elaboração de propostas para o Plano Individual de Atendimento – PIA, visando à superação das questões que contribuíram para o afastamento do convívio familiar e reinserção e retorno a familia. Também são realizadas orientações e reflexões em relação à situação de afastamento de seus filhos, fortalecendo-as para a retomada do convívio e exercício de seu papel de proteção e cuidados. Para a preservação e estreitamento dos vínculos, são agendadas visitas, a serem realizadas pelas famílias das crianças e adolescentes. Levando em consideração a realidade de cada família e dificuldades de acesso, são flexibilizados os horários das visitas. Considerando as novas configurações familiares, é perceptível a fragilidade e vulnerabilidade social vivenciadas, cabendo à equipe técnica oferecer um atendimento com capacidade de se reportar às suas origens, buscando identificar os fatores que levaram à sua formação, bem como às transformações que se processaram em seu âmbito ao longo do tempo. Assim, mediante o conhecimento do contexto familiar, é possível realizar uma intervenção mais qualificada, propiciando condições para o rompimento do ciclo de sofrimento vivenciado, resgate e fortalecimento de vínculos. O Serviço se organiza da seguinte forma para melhor atender a família: • Flexibilidade nos horários de visitas – são acordados com a família de origem e, em alguns casos, com a família extensa, horários e periodicidade das visitas à criança e ao adolescente, sendo levado em conta a realidade familiar e dificuldade de acesso. • Visitas domiciliares – a equipe técnica realiza visitas domiciliares com o objetivo de orientar e realizar um trabalho com as famílias, para que haja a reintegração da criança/adolescente ao seio familiar. 16 • Participação da família na organização e comemoração de aniversários e outras datas comemorativas – quando é comemorado o aniversário de uma criança/adolescente, a família é convidada a participar da festa, estreitando o vínculo familiar, como tambem em outras datas comemorativas. • Saídas das crianças e adolescentes para finais de semana com os familiares – sendo emitida uma ordem judicial para esse fim, são realizados acompanhamentos e monitoramentos, orientações com a família, criança e/ou adolescente. • Participação dos familiares nas reuniões da escola do filho e consultas de saúde – compartilhar com a família de origem a responsabilidade para com a criança e/ou adolescente, resgatando dessa forma o necessário acompanhamento. • Encaminhamentos a projetos: encaminhar os familiares interessados a projetos os quais são oferecidos na Rede Socio assistencial. Busca-se, nesse contexto, favorecer a aproximação entre a família e criança e/ou adolescente, frisando a importância dos vínculos familiares a serem restabelecidos e efetivados na sua plenitude. 17 9. FLUXOGRAMA 10. AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO DO SERVIÇO Em relação ao Serviço e atendimento: são realizadas reuniões mensalmente, com toda equipe, para a discussão e avaliação do serviço, bem como propostas para melhorar e manter a qualidade do atendimento ofertado aos acolhidos e familiares. Em relação ao Plano Individual de Atendimento: A avaliação do plano, no que se refere a sua evolução e cumprimento das propostas às famílias e aos acolhidos, são realizadas 18 reuniões com a Rede de acompanhamento. Posteriormente realizamos relatório psicossocial à Vara da Infância e Juventude e também reavaliamos propostas de atuação para o caso. Em relação aos Acolhidos perante o Serviço de Acolhimento: São realizadas reuniões com os acolhidos para avaliar o Serviço e elencar propostas para melhorar o atendimento na Instituição. Na oportunidade também realizam sugestões de atividades de Lazer, passeios e outras. Em relação aos familiares/ Serviço de Acolhimento: Através dos contatos com as famílias, levantamos questões relacionadas ao atendimento no Serviço de Acolhimento, com a possibilidade dos mesmos elencar críticas e propostas para melhorias do Serviço de Acolhimento. Em relação ao Pós desligamento: A avaliação é feita em conjunto com a família nos contatos, no período correspondente ao acompanhamento, principalmente sobre dificuldades no retorno familiar e trabalho desenvolvido. A Instituição recebe ainda a visita de avaliação do Poder Judiciário, na qual conta com a presença do Juiz da Vara da Infância e Juventude e Equipe Técnica. São avaliados na ocasião: Infraestrutura, processo de trabalho, espaço físico, quadro funcional, atendimento prestado, documentação e prontuários individualizados, saúde, educação, alimentação e vestimentas. Para a avaliação são entrevistados os acolhidos, funcionários, equipe técnica e coordenação. Após a análise é enviado ao órgão gestor relatório com os apontamentos e sugestões direcionados ao Serviço de Acolhimento. 11. REGRAS DE CONVIVÊNCIA Inspiradas no Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990), as regras de convivência básicas envolvem direitos e deveres entre os sujeitos acolhidos na Casa “São Rafael”: Entre os direitos, preza-se: Respeito mútuo; Vida; Saúde; Educação; Cultura; Lazer; Esporte; Alimentação; Liberdade; Convivência Familiar e Comunitária; Profissionalização; Cuidado especial; Preservação de sua história de vida; Preservação de sua individualidade. Entre os deveres, preza-se: Tratar bem a todos; Não falar palavras de baixo calão; Dormir na hora certa; Cuidar de seus materiais escolares; Cuidar de seus pertences pessoais; 19 Respeitar a todos que o cercam; Respeitar os mais velhos; Não brigar com os amigos; Realizar diariamente as atividades de higiene: escovar os dentes, tomar banho, entre outros. 12. CAPACITAÇÃO DOS PROFISSIONAIS A Instituição possibilita a participação da equipe em seminários, fóruns e palestras promovidas pelo Sistema de Garantia de Direitos, de modo a promover um intercâmbio de experiências, além de fortalecer a articulação entre os agentes. Diante da impossibilidade da participação de toda a equipe de forma simultânea, há um revezamento e posteriormente o conteúdo é disseminado nas reuniões de equipe que ocorrem mensalmente, podendo haver em menor espaço de tempo, caso haja a necessidade, onde são discutidos os casos e formas de condução dos mesmos numa construção de consensos, reavaliação e melhoria da metologia de forma individual e em equipe. Também iniciamos mensalmente as rodas de conversa com a supervisão de uma equipe de consultoria contratada pelo Município, onde são estabelecidos assuntos diversos de forma a trabalhar o desenvolvimento humano aliado a própria vida, potencializando a compreensão no que se refere ao acolher humanizado, criando estrategias e açoes que qualifiquem a equipe para o cumprimento da função descrita nesse PPP, num processo contínuo de aperfeiçoamento. Com o educadores/cuidadore, adotamos o encontro diário nos momentos de troca de plantões, onde os profissionais trocam informações e cooperam uns com os outros e contam sempre com a orientação e apoio da equipe técnica e coordenação, como também nos momentos em que há pouca ou nenhuma demanda de acolhimento a equipe é convidada a visitar outras Instituições de Acolhimento com o fim de experimentar uma troca de experiência e acrescer, assim, na formação dos profissionais. Investir na capacitação e acompanhamento de todos os profissionais é indispensável para se alcançar qualidade no atendimento e serviços prestados. Sendo assim, esta equipe está sempre em contato com a Secretaria do Bem Estar Social buscando recursos para este fim, com o intuito de garantir conhecimento técnico adequado a todo o quadro de profissionais. 13. REGIME DE FUNCIONAMENTO O Atendimento da Instituição é semelhante a uma residência com funcionamento ininterrupto (24 horas). 20 14. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BERNARDI, Dayse C. F. (org.) Cada caso é um caso: estudos de caso, projetos de atendimento. 1ª. ed. São Paulo: Associação Fazendo História, NECA, 2010. BENELLI, Silvio José; COSTA-ROSA, Abílio. Paradigmas diversos no campo da Assistência Social e seus estabelecimentos assistenciais típicos. Revista Psicologia USP, v. 23, n.4. p. 609-660. 2012. Disponível em: < http://www.readcube.com/articles/10.1590/S010365642012000400002 >. BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990. BRASIL. Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes. 2. ed. Brasília: CNAS, Conanda, 2009. BRASIL. Lei nº 8.742, de 07/12/1993, consolidada em suas alterações – Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS). BRASIL. Resolução CNAS nº 145, de 14/10/2004 – Política Nacional de Assistência Social (PNAS). BRASIL. Resolução Conjunta CNAS e CONANDA nº 1, de 13/12/2006 – Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária. BRASIL. Resolução CNAS nº 109, de 11/11/2009 – Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais. BRASIL. Lei nº 12.101 de 27/11/2009, consolidada em suas alterações. BAPTISTA. Myrian Veras (coord.) Abrigo: comunidade de acolhida e socioeducação. 2ª. ed. São Paulo: NECA, 2010. Cândido Mota, 26 de Agosto de 2014. _____________________________ Caroline Bianchi Dias do Carmo Coordenadora da Casa São Rafael - RG: 40.571.884-6 SSP/SP _____________________________ Michelle Ap. Leite da Silva Assistente Social da Casa São Rafael – CRESS: 40.653 21 _____________________________ Waldir Périco Psicólogo da Casa São Rafael – CRP: 06/103.442 _____________________________ Solange Camargo Souza de Oliveira Prado Gestora Municipal da Assistência Social – RG: 30.324.471-9 SSP/SP _____________________________ Zacharias Jabur Prefeito Municipal RG: 4.311.735-1 SSP/SP 22