Nº 55 Ano 7 - - Dezem www.da bro 201 2 Membro da sein.com .br Foto: Divulgação Especial Foto: Ricardo Côrrea Após vários estudos, Ricardo Amorim refuta a possibilidade de o Brasil ter uma bolha imobiliária prestes a estourar. Pág. 04 Destaque Dasein Foto: Divulgação “Precisamos entender que não conseguimos mudar a direção dos ventos, mas podemos ajustar as velas e seguir navegando firmes”, por Robson Niering. Pág. 05 ‘A demanda prioritária do setor de óleo e gás é de gestão’ Caio Múcio, superintendente regional da Onip, fala sobre o cenário positivo do setor de Óleo e Gás brasileiro. Segundo ele, o momento é ideal para alavancar o desenvolvimento do país, mas, para isso, ‘temos de mudar as queixas e reclamações para ações e soluções’. Págs. 02 e 03 Tendência Bruno Mello fala sobre o desafio da mudança e garante: ‘Bem-sucedida é a empresa que se reinventa a cada dia para continuar sendo a mesma’. Pág. 06 Fale Conosco: [email protected] Dasein na Mídia Matéria do jornal Diário do Comércio apresenta as propostas de Paulo Ângelo de Souza, conselheiro da Dasein, candidato à presidência da Apimec. Pág. 07 Entrevista DNews - Dezembro l 2012 Óleo e Gás: oportunidade de alavancar o desenvolvimento Para falar um pouco mais sobre o bom momento do setor de Óleo e Gás, o DNews conversou com Caio Múcio Barbosa Pimenta, superintendente regional da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip). Engenheiro químico pela UFMG, Caio construiu uma carreira de 33 anos na Petrobras, aposentando-se, em 1996, como Superintendente da Refinaria Gabriel Passos. Posteriormente, trabalhou como consultor da Bechtel do Brasil, por três anos, até ingressar na Onip, companhia sem fins lucrativos cuja missão é o aumento da competitividade e sustentabilidade da indústria nacional com foco na geração de emprego e renda no setor de Óleo e Gás. Confira a entrevista na íntegra. DNEWS - De acordo com relatório recente da Agência Internacional de Energia (AIE), o petróleo no Brasil tem perspectiva altamente positiva para os próximos anos. A entidade prevê, por exemplo, que a produção diária crescerá 3,5 milhões de barris até 2035, fazendo com que o Brasil se torne um dos maiores produtores mundiais. Como o senhor enxerga isso? Caio Múcio - Penso que os índices são ainda mais favoráveis. Só a Petrobras vai aumentar 2,2 milhões de barris por dia. A OGX, mais um milhão. E olha que essas foram as únicas companhias que informaram os seus planos até 2020. Até 2035 serão mais 15 anos. Temos grandes companhias investindo com boas perspectivas. Estudos do BNDES mostram investimentos de 550 milhões no setor industrial, entre 2011 e 2014. Desse valor, 418 bilhões são para as áreas de Petróleo, Gás e Petroquímica. Além da pressão de demanda do mundo para petróleo, já teremos uma indústria mais madura e com maior capacidade. Os poços de Iara, Tupi e Guará vão aumentar as atuais reservas de 15 bilhões de barris em mais 13 bilhões. Podemos concluir, então, que estamos a caminho de ser um dos maiores produtores mundiais e 2 Foto: Divulgação Crise na Europa, estabilidade no Brasil. O cenário, difícil de imaginar há pouco mais de uma década, mostra o país mais próximo do desenvolvimento. Um dos fatores que impulsionam essa tendência é o setor de Óleo e Gás, sobretudo após a descoberta das camadas do pré-sal em 2007. A perspectiva é de que, em alguns anos, o Brasil esteja entre os maiores produtores mundiais de petróleo, gerando, assim, riquezas para solucionar problemas antigos, como infraestrutura, saúde e educação. em uma região de estabilidade política, o que é uma imensa vantagem. O que gera riqueza permanente não é o petróleo, mas a indústria de transformação que se desenvolve. Isso é que é importante. Para os céticos que duvidam que esses números serão realidade, peço que vejam a história. Em 2001, a Petrobras investiu 3,7 bilhões; em 2010, mais de 40,7 bilhões. Ou seja, um crescimento muito significativo. DNEWS - Em sua opinião, quais serão os principais desafios do setor para os próximos anos? O que deve ser aprimorado para que os índices se mantenham positivos? CM - Temos visto muitos articulistas e consultores duvidando da capacidade nacional. Isso é desconhecer a história. A meta dos 500 mil barris por dia foi atingida com o Programa de Capacitação Tecnológica em Sistemas de Produção para Águas Profundas (Procap 1000) e com a competência das indústrias nacionais, capitaneadas pelas empresas EPCistas (empresas que atuam no mercado de Engineering, Procurement and Construction – Engenharia, Suprimento e Construção), pois o mundo ainda não havia avançado em águas tão profundas. Nosso desafio atual é principalmente de gestão. Os japoneses mostraram ao mundo, no pós-Guerra, a importância da gestão para vencer desafios de qualidade, produtividade e competitividade. “Nosso desafio atual é principalmente de gestão. Os japoneses mostraram ao mundo, no pós-Guerra, a importância da gestão para vencer desafios de qualidade, produtividade e competitividade ” O mundo desenvolvido logo copiou, e hoje temos instituídos, em todos os países desenvolvidos, os prêmios e a busca pela excelência em gestão. Ficamos adormecidos nos chamados anos perdidos e copiamos métodos dos países já construídos, reduzindo quadros como forma de redução de custos. Agora, o crescimento exige gestores competentes que deveriam ter sido formados para atender às novas demandas e substituir os que se aposentam. Para manter esses índices positivos, precisamos trabalhar firme na educação, na formação, na qualificação e na atração de mão de obra estrangeira. DNEWS - Outro ponto animador diz respeito ao pré-sal. Como podemos descrever o pré-sal e como se deu o trabalho da Petrobras para essa descoberta? CM - O O pré-sal é o resultado da inteligência interpretativa dos geólogos da Petrobras e das universidades brasileiras. Esta “tese” tem uns 20 anos ou mais. Os geólogos imaginaram o mundo com a África e o Brasil unidos e o que aconteceu com a separação. Daí nasceu a teoria de que imensas camadas de sedimentos estavam sepultadas e cobertas por uma grande camada de sal e que a existência de rochas geradoras e armazenadoras e condições de pressão e temperatura teriam gerado grandes campos de petróleo protegidos pela impermeável camada de sal. A Petrobras, após longos estudos, bancou o experimento para demonstrar a “tese”. Feita a inovação, o trabalho passou a ser de engenharia. Temos desafios de fazer uma produção segura e competitiva. São grandes desafios de gestão para Entrevista DNews - Dezembro l 2012 Foto: Fotolia inovar, desenvolver a fabricação nacional, escolher alternativas que sejam boas para o país e realizar a produção. DNEWS - Qual a sua expectativa em relação à exploração do pré-sal? O que a produção dessas camadas representa para o setor petrolífero brasileiro? CM - O pré-sal é para o Brasil o que a corrida à Lua foi para os norte-americanos ou o programa espacial para os europeus. Petróleo não gera riqueza permanente. Ele é meio para se desenvolver uma indústria forte e transformadora. A capacidade de inovar, produzir bens e serviços demandados pela sociedade gera riquezas e garante o futuro. Quem fez barcos de madeira e locomotivas a vapor continua fazendo a inovação do mundo e criando tecnologias que fazem a extração com preservação. Se o pré-sal for só produção de petróleo, estaremos repetindo a história de ser o “país do futuro”. Se tivermos políticas consistentes para aproveitar o pré-sal para o crescimento da indústria, estaremos gerando riquezas para diminuir algumas das nossas principais carências, como infraestrutura, saúde e educação. Temos de garantir o futuro copiando modelos de sucesso, como o da Noruega. DNEWS - Muitos gestores têm reclamado da falta de mão de obra qualificada. Você também tem notado essa dificuldade no setor petrolífero? Como encontrar e reter profissionais altamente qualificados? CM - Essa falta já foi anunciada há 10 anos, e a sua existência atual é mais por omissão. Estávamos acostumados com a ideia de um país com mão de obra excedente, pela falta de novos empreendimentos, e a alternativa 3 “O que gera riqueza permanente não é o petróleo, mas a indústria de transformação que se desenvolve ” era sempre valorizar o recrutador, e não o formador. Temos carência, mas temos inúmeras alternativas. Aos pessimistas, peço que leiam um pouco da história norte-americana na Segunda Guerra. O país não se planejou para um esforço de guerra daquela envergadura e, de um momento para outro, teve de enviar grande parte da sua mão de obra para as frentes de batalha e de qualificar milhões de novos trabalhadores para a gigantesca máquina de produzir aviões, navios, tanques, canhões, etc. E tudo isso com tecnologia e qualidade. No Brrasil, temos 200 milhões de habitantes, e a estimativa de emprego para a área petróleo é de 2 milhões. Temos processos de formação e qualificação testados, excelentes universidades e escolas de formação gerencial em nível mundial. O que falta? Distribuir essa tarefa para o universo das empresas, criar postos de aprendizes e trainees e acabar de vez com o discurso de que não se fazem profissionais como antigamente. Somos um país de uma imensa miscigenação cultural. Fomos construídos por imigrantes e estamos abertos ao mundo. Os desenvolvidos estão em crise e com excedentes de profissionais qualificados. Uma política inteligente de atração de cérebros para postos estratégicos é outra solução. Não se ouve essa queixa de grandes empresas brasileiras, que valorizam o aprendiz e o trainee, lugar em que a educação e a formação fazem parte das atribuições da gerência. DNEWS - Onde estão as principais oportunidades do segmento? Quais setores devem apostar e investir no segmento de Óleo e Gás? Quais as categorias de profissionais serão mais demandadas? CM - A maior demanda é para a área de Engenharia. Além dos desafios da exploração, perfuração, produção, transporte e processamento do petróleo, temos de construir os equipamentos para tais tarefas. Estamos construindo 28 sondas de perfuração marítima, 30 unidades flutuantes de armazenamento e transferência (FPSO), 300 navios e barcos de apoio. O estudo coordenado pela Onip mostra que até 2020 serão investidos U$ 400 bi só nas áreas de Exploração e Produção. Pela amplitude do negócio e pelo volume dos investimentos, a pergunta que precisa ser feita é: existe alguma área que não é afetada pela indústria do petróleo? Saindo da área da Engenharia, temos desafios de Treinamento, Alimentação, Alojamento, Logística, Medicina, Psicologia, Direito, Comunicação, etc. São trabalhos desafiantes e todas as competências serão demandadas. Mas, sem dúvida, a demanda prioritária é a de gestão. Entender os objetivos, analisar o contexto e propor soluções. O Brasil é muito grande, e essa é a nossa oportunidade de alavancar o desenvolvimento. Temos de mudar as queixas e reclamações para ações e soluções. Especial DNews DNews -- Dezembro Dezembro ll 2012 2012 O medo da bolha imobiliária¹ O mercado imobiliário gera paixões. Para muitos, a compra de um imóvel é a decisão financeira mais importante da vida. Para investidores, é um potencial de lucros às vezes fantásticos. Para o país, um poderoso motor de crescimento e geração de empregos. Desde 2008, venho refutando alegações de que o Brasil tem uma bolha imobiliária prestes a estourar. De lá para cá, os preços dos imóveis dobraram, triplicaram ou subiram ainda mais. Impressionado com o ritmo da atividade imobiliária e com a forte elevação dos preços, resolvi atualizar meus estudos sobre o assunto para checar minhas conclusões. Analisei as bolhas imobiliárias de todos os países para os quais consegui dados desde 1900. Ignorei apenas bolhas imobiliárias regionais como, por exemplo, a causada pela busca do ouro no Oeste americano. Algumas conclusões saltam aos olhos. Primeiro, bolhas imobiliárias costumam envolver forte atividade de construção. Para tornar os dados de construção comparáveis entre diferentes países e períodos, analisei o consumo anual de cimento, per capita, em cada país no ano em que a bolha estourou. Não encontrei nenhum estouro de bolha com consumo anual de cimento inferior a 400 Kg per capita. Na Espanha, passou de 1.200 Kg e há casos, como na China atual, de consumo ainda superior, 1.600 Kg, sem estouro de bolha. No Brasil, minha estimativa é de que hoje estamos em 349 Kg. Segundo, uma bolha imobiliária sempre se caracteriza por preços muito elevados em relação à capacidade de pagamento das pessoas. Considerando-se quantos anos de salários são necessários para comprar um imóvel de preço médio nas principais cidades do mundo, nenhuma cidade brasileira está hoje entre as 20 mais caras. Por outro lado, Brasília, Rio de Janeiro, Salvador e Balneário Camboriú estão entre as 100 mais caras. Entretanto, mesmo por esse parâmetro, Brasília, a mais cara do país, ainda é duas vezes e meia mais barata do que Rabat, no Marrocos, a mais cara do mundo. O ar que infla qualquer bolha de investimento, imobiliária ou não, é sempre uma abundante oferta de crédito. Ela possibilita que investidores comprem algo que não poderiam apenas com suas rendas. Todas as bolhas imobiliárias que encontrei estouraram quando o total do crédito imobiliário superava 50% do PIB e, em alguns casos, passava de 130% do PIB. Nos EUA, Foto: Ricardo Côrrea * Ricardo Amorim em 2006, um ano antes de os preços começarem a cair, era de 79% do PIB. No Brasil, apesar de todo o crescimento dos últimos anos, esse número é hoje de 5% do PIB. Aliás, é sempre uma súbita ruptura na oferta de crédito, normalmente associada a uma forte elevação do custo desse crédito, que faz com que bolhas estourem. No Brasil está acontecendo exatamente o contrário. O crédi- “Todas as bolhas imobiliárias que encontrei estouraram quando o total do crédito imobiliário superava 50% do PIB e, em alguns casos, passava de 130% do PIB. Nos EUA, em 2006, um ano antes dos preços começarem a cair, era de 79% do PIB. No Brasil, apesar de todo crescimento dos últimos anos, este número é hoje de 5% do PIB ” to imobiliário está em expansão e o seu custo em queda. Por tudo que pesquisei, concluo que é bastante improvável que haja um estouro de bolha imobiliária no Brasil, pelo menos em breve. Se você vem adiando o sonho da casa própria por esse medo, relaxe. Então os preços dos imóveis continuarão subindo no ritmo dos últimos anos? Dificilmente. Os preços atuais já estão mais elevados; em casos específicos, até altos para padrões internacionais. O mais provável, são altas mais modestas, às vezes bem mais modestas. Em alguns casos, até pequenos ajustes de preços para baixo são possíveis e salutares. São exatamente eles que garantiriam que bolhas não estourem em um futuro mais distante. “Por tudo que pesquisei, concluo que é bastante improvável que haja um estouro de bolha imobiliária no Brasil, pelo menos em breve. Se você vem adiando o sonho da casa própria por este medo, relaxe ” (1) Artigo originalmente publicado na edição de julho da Revista Istoé.. * Ricardo Amorim é economista, consultor, apresentador do programa Manhattan Connection da Globonews, colunista da revista IstoÉ e presidente da Ricam Consultoria. Realiza palestras em todo o mundo sobre perspectivas econômicas e oportunidades em diversos setores. É o único brasileiro na lista dos melhores e mais importantes palestrantes mundiais do site inglês Speakers Corner, além de economista mais influente do Brasil e um dos dez mais influentes do mundo, segundo o site americano klout.com. 4 Destaque Dasein DNews - Dezembro l 2012 Você não será um campeão se for um ‘chorão’ O título acima foi parafraseado do grande ícone da literatura sobre vendas, o excêntrico americano Jeffrey Gitomer. Ao ler seus livros e artigos, Gitomer me faz recordar os ensinamentos de meu pai, que sempre me diz: “Pare de reclamar. Isso não resolve nada. Vá lá e faça o que precisa ser feito”. Sábios conselhos que sempre me guiaram para as conquistas alcançadas até hoje. Waldez Ludwig, em uma de suas brilhantes explanações na TV Cultura, aconselhou aos profissionais que ficam se lamentando por julgarem que não recebem um salário condizente com sua atividade a trabalhar ainda com mais afinco e mostrar todo o seu potencial. Ludwig dá o exemplo do jogador de futebol em início de carreira, que recebe um salário mínimo do clube. “Mesmo assim o jogador recém-contratado não sai fazendo gol contra, muito pelo contrário: ele mostra seu talento, sua capacidade, para que futuramente seja visto por algum olheiro e daí sim venha a fazer grandes contratos”, destaca Ludwig. Se fizermos um paralelo com as crises pelas quais passamos e aquela que se desponta na Europa, podemos mudar o personagem, mas não a atitude. Aqui, o jogador recém-contratado passa a ser o próprio funcionário ou o empresário que reclamam do momento difícil e cruzam os braços, aguardando a intervenção divina ou, pior, colocando a culpa nos outros. Abro um parêntese para citar uma frase que me guia diariamente e se ajusta como uma luva ao momento em que discorremos este texto: “Você pode perder várias vezes na vida, mas só será realmente um fracassado quando começar a colocar a culpa nos outros”. Todos nós sabemos que, após a tempestade, sempre vem o bom tempo - e que o contrário é verdadeiro. Se estivermos à frente de empresas que dependam de nossa competência, precisamos ter consciência de que isso faz parte do jogo. Como diria o conhecido comentarista esportivo: “A regra é clara”. Precisamos entender que não conseguimos mudar a direção e a intensidade dos ventos, mas podemos ajustar as velas e seguir navegando, firmes em direção ao rumo certo, ao destino que traçamos, e, acima de tudo, deixar de lado o pessimismo e enxergar as coisas pelo ângulo da oportuni- Foto: Divulgação * Robson Niering dade. Isso é fundamental para o sucesso de qualquer organização. Um fórum de marketing do qual participei contou com a ilustre presença de Philip Kotler, o papa do marketing. Na ocasião, Kotler falou sobre as crises, mas deixou muito claro que são nesses momentos que precisamos focar nas oportunidades, e não na recessão. Ele enfatizou que é na hora da crise e da dificuldade que necessitamos pensar grande e tirar proveito das oportunidades. O Brasil é um exemplo de superação, basta analisarmos o histórico do país. Vamos perceber que os momentos críticos fazem parte do nosso portfólio de mutação, ou seja, o brasileiro está apto a sair de crises sempre mais forte do que antes. Em uma edição da revista Exame, li uma reportagem que apresentava uma pesquisa realizada com os participantes de um seminário em São Paulo. Ela apontou que 17% deles acham que os planos de investimentos de suas empresas estão sendo ampliados, enquanto 23% acreditam que as companhias estão reduzindo os investimentos. Para 60% deles, os recur- “Precisamos entender que não conseguimos mudar a direção e a intensidade dos ventos, mas podemos ajustar as velas e seguir navegando, firmes em direção ao rumo certo, ao destino que traçamos, e, acima de tudo, deixar de lado o pessimismo e enxergar as coisas pelo ângulo da oportunidade ” sos continuam os mesmos. Essa mesma reportagem apontava que, em períodos turbulentos, empresas que mantiveram e/ ou aumentaram suas verbas de marketing ganharam novos mercados, superaram suas vendas e se tornaram mais sólidas quando a economia voltou a girar. Empresários de sucesso utilizam os períodos de crise para fortalecer suas marcas e ganhar uma fatia significativa de mercado, enquanto seus concorrentes diminuem ou até mesmo cortam os investimentos de marketing. E o consumidor, seja ele atuante no mercado B2C ou B2B, percebe isso claramente e muda de marca. É fato que o marketing e as estratégias globais de gerenciamento, antes de mais nada, são questões culturais. Mas há que se considerar a necessidade de quebrar paradigmas e trabalhar acima dessa linha, fomentando, acima de tudo, a crença de que a inovação e a criatividade exercem papel fundamental no desempenho das empresas, mesmo em meio às crises e dificuldades que vivemos diariamente. É necessário ter um olhar mais apurado e transformar o marketing em uma ferramenta estratégica de solidificação e crescimento. Como diria meu pai: pare de reclamar e faça o que precisa ser feito. Seja um campeão. * Robson Niering é coordenador de Marketing do Grupo RUST & RESINAR e pós-graduado MBA em Marketing pela Fundação Getulio Vargas (FGV). 5 Tendência DNews - Dezembro l 2012 O desafio da mudança Sempre tive uma inquietação com o status quo. Por que não fazer diferente? Por que não vamos por ali? Por que não mudar? É alterando as perguntas, as respostas, os caminhos, que nos transformamos em pessoas, empresas, marcas, produtos e serviços melhores. Para mim, a mudança sempre foi presente e acabou se transformando em rotina. Mas o cenário mudou depois de 12 anos de carreira, em especial dos seis últimos à frente do portal Mundo do Marketing. Mudar, agora, está mais difícil. Começo a entender um pouco as multinacionais e as empresas grandes e centenárias. Porém, não há uma regra. Há diversos casos que mostram que a consistência leva ao sucesso – acredito muito nessa filosofia de gestão. O que não significa abrir mão da mudança. Bem-sucedida é a empresa que se reinventa a cada dia para continuar sendo a mesma. Coca-Cola e Louis Vuitton são exemplos. “ Poucos têm a astúcia de um jovem e a coragem de um empreendedor. Convencer líderes calejados, e muitas vezes refratários à mudança, é difícil. ‘Para que mudar se sempre foi assim e deu certo?’ Alterar um processo requer paciência e, sobretudo, persistência ” Foto: Divulgação * Bruno Mello Por outro lado, também existem casos de mudanças abruptas que levaram ao sucesso. São casos de reposicionamento, como o da Havaianas. A regra mais implacável, no entanto, é aquela em que a empresa parada no tempo fica para contar história. Para elas, deixar de se mexer custou a vida. Algumas tiveram erros de gestão, fraude. Mas a imensa maioria, na verdade, carece de um ambiente propício à mudança. “Tenho a consciência e busco diariamente seguir a célebre frase de Albert Einstein: ‘Não há maior sinal de loucura do que fazer uma coisa repetidamente do mesmo jeito e esperar a cada vez um resultado diferente’ ” Mudar requer persistência É um grande desafio criar essa atmosfera, que também está suscetível ao erro. Ninguém quer colocar a sua cabeça na guilhotina. Poucos têm a astúcia de um jovem e a coragem de um empreendedor. Convencer líderes calejados, e muitas vezes refratários à mudança, é difícil. “Para que mudar se sempre foi assim e deu certo?” Alterar um processo requer paciência e sobretudo persistência. Quanto maior ou mais tempo a empresa e seus profissionais têm, maior é a dificuldade de pensar no novo e de agir para uma nova rota. Estamos muitos assoberbados com a rotina do dia a dia. Apagamos incêndios diariamente. O planejamento de médio e longo prazo foi atropelado pelas metas trimestrais. Construir algo está se restringindo apenas às empresas mais inovadoras, como a Apple ou mesmo a brasileira Tecnisa. Entre as pioneiras, tem crescido o volume de investimento destinado à inovação. Seja em produto, serviço ou em comunicação, como faz a filial nacional da Fiat. Parte de sua verba de marketing é destinada a projetos inovadores. É assim também, já há algum tempo, na Coca-Cola. Para mudar, no entanto, não existe receita. Eu mesmo, acostumado a mudanças, tenho confessado a amigos mais próximos que estou um pouco cansado de tanta mudança. Há de se notar que todas foram fundamentais em minha jornada, algumas planejadas, outras desejadas, umas necessárias, mas todas bem-sucedidas: seja porque deram certo, seja porque deram errado e me propiciaram aprendizado. Ao mesmo tempo, tenho a consciência e busco diariamente seguir a célebre frase de Albert Einstein: “Não há maior sinal de loucura do que fazer uma coisa repetidamente do mesmo jeito e esperar a cada vez um resultado diferente”. * Bruno Mello é formado em Jornalismo pela FACHA e com MBA em Gestão de Marketing pela UFRJ. Trabalhou no Jornal de Turismo, na Rádio Carioca cobrindo economia, em sites e revista sobre automobilismo e no site da TVE Brasil, hoje TV Brasil. Fez Planejamento de Comunicação e Assessoria de Imprensa para ONG, para piloto de Stock Car e para a Organização Hélio Alonso de Educação e Cultura. É editor executivo do portal Mundo do Marketing. A Dasein Executive Search é membro da Association of Executive Search Consultants (AESC), a principal associação mundial para a profissão de executive search, presente em 74 países. Como uma empresa membro da AESC, a Dasein está comprometida com os altos padrões internacionais de prática profissional. www.aesc.org 6 Dasein na Mídia DNews - Dezembro l 2012 No dia 21 de novembro, o repórter Leonardo Francia, do jornal Diário do Comércio, fez uma matéria especial destacando as propostas de Paulo Ângelo de Souza, candidato à presidência da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec). Entre outras coisas, o executivo, que é conselheiro da Dasein e presidente do Instituto Mineiro de Mercado de Capitais (IMMC), defendeu que o país não pode ter uma Bolsa de Valores tão acanhada e que é preciso resgatar valores como ética e dignidade. Leia a matéria abaixo: Mineiro é candidato à presidência da Apimec Paulo Ângelo de Souza, conselheiro da Dasein e presidente do IMMC, defende maior integração das entidades do setor “O país não pode ter uma Bolsa de Valores acanhada, com 400 empresas listadas, o que é pouco comparado a outras bolsas mundiais, apesar de a Bovespa ter um alto valor de mercado ” Segundo ele, a quebra do banco nova-iorquino Lehman Brothers, em setembro de 2008, que levou à crise econômica mundial durante 2009, e as atuais crises financeiras na Europa e nos Estados Unidos afastaram a confiança dos investidores no mercado de capitais, que passa por um período de estagnação. No Brasil, continua Paulo, que também é presidente do Instituto Mineiro de Mercado de Capitais (IMMC), cujo objetivo é promover e estimular a entrada de empresas mineiras no mercado de capitais, ainda há espaço para a entrada de investidores no segmento. “O país não pode ter uma Bolsa de Valores acanhada, com 400 empresas Foto: David Braga Começar a formar poupança de longo prazo no país por meio do mercado de capitais e fortalecer a integração de entidades ligadas ao setor. É com esse pensamento que o candidato à presidência da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec) da Chapa Integração, Paulo Ângelo Carvalho de Souza, pretende atrair investidores e empresas para fazer operações na Bolsa de Valores. “Nosso objetivo é unir forças para não ficarmos reféns de São Paulo, mas também sem excluir este Estado importante das decisões de estímulo ao segmento ” listadas, o que é pouco comparado a outras bolsas mundiais, apesar de a Bovespa ter um alto valor de mercado”, afirma. E o objetivo, uma vez à frente da Apimec, é implantar uma direção plural, capaz de integrar todas as regionais da Apimec para incentivar as empresas a ingressarem no mercado de capitais. “Por isso o nome da chapa é ‘Integração’. Formamos um grupo forte, com analistas de todo o Brasil reunidos com o objetivo de unir forças para não ficarmos reféns de São Paulo, mas também sem excluir esse Estado importante das decisões de estímulo ao segmento”, explica Paulo. “Temos que resgatar valores como a ética e a dignidade, que sempre pautaram as operações no mercado de capitais ” Uma das frentes que deve receber atenção é o estímulo à formação de poupança tanto a pública quanto a privada, que ainda é baixa. A ideia é que, a partir do crescimento da poupança, a oferta de capitais de longo prazo também aumentaria, e esse dinheiro poderia ser redirecionado para economia através do mercado de capitais. Educação - Outra área que deve receber atenção é a implementação de programas de educação continuada junto a analistas, investidores e universidades. “Temos de resgatar valores como a ética e a dignidade, que sempre pautaram as operações no mercado de capitais”, acrescenta Paulo. O executivo revela também que os integrantes da chapa definiram três pilares estratégicos de diretrizes que serão incorporados ao programa de gestão: a instituição de um Plano Diretor Dinâmico do Mercado de Capitais, a instituição de um Programa Educacional para o Mercado de Capitais e a criação de um processo permanente, sistemático e sistematizado, de estímulo às boas práticas de mercado e de governança. 7 DNews - Dezembro l 2012 Não perca tempo, acesse e faça parte das mídias sociais da Dasein: >> http://twitter.com/dasein_search >> http://www.facebook.com/#!/profile.php?ref=profile&id=100000959608911 >> http://www.youtube.com/user/DaseinExecutive >> http://br.linkedin.com/in/daseinexecutivesearch Expediente Produção Editorial Link Comunicação Empresarial l www.linkcomunicacao.com.br Edição: Ewerton Martins l Produção: Eron Rodrigues Projeto Gráfico: Danielle Marcussi l Diagramação: Danielle Marcussi Gestão Dasein Executive Search Gerente Geral: David Braga - [email protected] O DNEWS é uma publicação da Dasein Executive Search Avenida Raja Gabaglia, 3117, cj. 116 - São Bento - Belo Horizonte - MG l +55 31 3291-5100 Av. 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