TOXOPLASMOSE CONGÊNITA MANEJO CLÍNICO Liú Campello Porto – ESC/HRAS/HMIB www.paulomargotto.com.br 1 Incidência de Toxoplasmose Congênita no DF por 1000 nascidos vivods , Casos Notificados, de 1996 a 2001 1996 – 41 not, 28 conf. 1997 – 77 not, 30 conf. 1998 – 86 not, 6 conf. 1999- 68 not, 24 conf. 2000- 68 not, 31 conf 2001 – 93 not,17 conf 2,5 2,1 2 1,7 1,8 1,5 1 1,4 0,9 1 0,5 0 1996 1997 1998 1999 2000 2001 05/11/2015 Liú Campello Porto - HRAS ESCS 2 TOXOPLASMOSE CONGÊNITA DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO Orientações básicas -Escolha do teste e do laboratório controle de qualidade (S e E=95% ?) repetir exames no mesmo laboratório acompanhamento de valores de IgG quantificação dos testes 05/11/2015 Liú Campello Porto - HRAS ESCS 3 TOXOPLASMOSE CONGÊNITA DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO MÉTODOS AUTOMATIZADOS MÉTODOS MANUAIS Títulos • Índices ELISA > 300 IF > 1/1024 MEIA RIA QUIMIOLUMINESCÊNCIA ELETROQUIMIOLUMINESCÊNCIA IgM > 0,65 UI/ml IgM > 3,00 UI/ml (> correlação com TC) HI IgG>1/16 IgM + 05/11/2015 Liú Campello Porto - HRAS ESCS 4 TOXOPLASMOSE CONGÊNITA Diagnóstico Sorológico na Gestante 05/11/2015 Interpretação complexa – IgM + até 3 anos (Wilson; Mcauley,1999) – IgM falso -baixa S -transmissão 3º trim – IgM falso + – IgM anti-Ac maternos – “escape placentário” – IgA (+ 18 m) – IgE (+8 m) – Avidez (1º trim) Liú Campello Porto - HRAS ESCS 5 TOXOPLASMOSE CONGÊNITA Definição de caso de toxoplamose gestacional (Lebech, 1996) IgG - IgG + Infecção confirmada Infecção provável IgG IgM + >16 sem Infecção possível IgG + IgM + < 16 sem IgG IgM > 16 sem IgG IgM - + IgG IgM < 16 sem Infecção improvável 05/11/2015 Liú Campello Porto - HRAS ESCS IgG ? 6 TOXOPLASMOSE CONGÊNITA Tratamento Fetal Tratamento intrauterino previne transmissão e sequelas? - SIM- precoce (McLeod R, Kieffer F, 2009) – Inconclusivo (SYROCOT, 2007) – aumento de CR em não tratados (Wilson, 1980; Phan et al, 2008) 05/11/2015 Liú Campello Porto - HRAS ESCS 7 Modelo final ajustado2 Modelo Univariado Variável OR Classificação da gestante Confirmado Provável Possível Improvavel/ Não classificada (ref.) Tratamento prénatal Sim (ref.) Não Não informado Tipo de tratamento Esquema 1 (ref.) Esquema 2 ou 3 Tratado e não informado o tipo Não tratado (somado 20 pacientes que não informaram) Trimestre de início do tratamento 1º trim (ref.) 2º trim 3º trim Não tratados ou não informados Duração do tratamento Completo Outro (ref.) 05/11/2015 IC95% Valor p OR (ajustado) (IC 95%) Valor p Teste 0.002 6.65 1.08 2.22 (2.47a 17.91) (0.53 a 2.20) (0.97 a 5.08) 0.000 0.841 0.058 9.59 1.51 1.97 (341 a 26.94) (0.73 a 3.17) (0.85 a 4.56) <0,001 0.267 1.112 0.002 2.77 2.44 (1.54 a 4.97) (0.66 a 9.08) 0.001 0.182 3.01 2.68 (1.61 a 5.64) (0.68 a 10.56) 0.001 0.159 0.005 0.22 (0.03 a 1.68) 0.144 0.19 (0.02 a 1.51) 0.115 0.63 (0.08 a 5.02) 0.663 0.43 (0.05 a 3.76) 0.444 2.25 (1.23 a 4.10) 0.008 2.36 (1.24 a 4.46) 0.008 0.004 2.15 3.89 (0.54 a 8.55) (1.02 a 14.89) 0.279 0.048 2.13 3.34 (0.52 a 8.67) (0.85 a 13.17) 0.291 0.085 6.07 (1.83 a 20.14) 0.003 6.24 (1.83 a 21.22) 0.003 0.001 0.35 (0.19 a 0.65) 0.001 0.33 (0.17 a 0.64) Liú Campello Porto - HRAS - ESCS 0.001 8 TOXOPLASMOSE CONGÊNITA Diagnóstico clínico 90% assintomáticos Coriorretinite – 40% dos assintomáticos (Porto, 2009) – 85% infância 40% adolescência (Wilson,1980) 05/11/2015 Liú Campello Porto - HRAS ESCS 9 TOXOPLASMOSE CONGÊNITA Diagnóstico Clínico 05/11/2015 DOENÇA NEONATAL SEVERA (10%) MICRO/MACROCEFALIA CORIORRETINITE MACULAR BILATERAL Liú Campello Porto - HRAS ESCS 10 TOXOPLASMOSE CONGÊNITA Manejo Clínico RN Caso Suspeito Mãe IgM + RN Sintomático IgG+ Assintomático IgM + 05/11/2015 Sorologia para toxoplasmose (IgG e IgM), teste de triagem neonatal Hemograma Completo Fundo de olho Exame de LCR Rx de crânio US de crânio Liú Campello Porto - HRAS ESCS 11 TOXOPLASMOSE CONGÊNITA Acompanhamento ambulatorial Mãe IgM + Ex.Físico testagem 1 e 2 meses Sintomático e/ou Ac ascendentes Assintomático e Ac decrescentes Suspender medicação 05/11/2015 Manter testagem aos 3,5,8 e 12 meses até a negativação Liú Campello Porto - HRAS ESCS Iniciar /manter tratamento 12 TOXOPLASMOSE CONGÊNITA Acompanhamento ambulatorial Sintomático IgG + Assintomático IgM + Manter tratamento por 12 meses 05/11/2015 TC de crânio FO 3/3m:pré-escolar 6/6m: em diante HC mensal NT < 500-espiramicina NT< 1000 - Ác. folínico Liú Campello Porto - HRAS ESCS Testagem aos 13 meses Confirmação de caso Notificação 13 TOXOPLASMOSE CONGÊNITA Tratamento pós-natal DROGA DOSE TEMPO PIRIMETAMINA 1 mg/Kg/dia Assintomático Sintomático 2 meses 6 meses SULFADIAZINA 1 mg/Kg/dia 2a-4a-6a Até 1 ano 80-100 mg/Kg/dia 1 ano 12/12 h ÁC.FOLÍNICO 10mg/dia 2a-4a-6a 1 ano PREDNISONA 1 a 2 mg/kg/dia Processo inflamatório 05/11/2015 Liú Campello Porto - HRAS ESCS 14 TOXOPLASMOSE CONGÊNITA Tratamento pós-natal PROCESSO INFLAMATÓRIO DROGA RETINOCOROIDITE PREDNISONA 1 a 2 mg/kg/dia (repetir FO a cada 7 dias) HIPERPROTEINORRAQUIA (> 1 g/dL) PREDNISONA 1 a 2 mg/kg/dia (repetir PL a cada 7 dias) 05/11/2015 Liú Campello Porto - HRAS ESCS 15 TOXOPLASMOSE CONGÊNITA PREVENÇÃO PRIMÁRIA: teste sorológico precoce,orientação higieno-dietética SECUNDÁRIA: investigação e tratamento da gestante TERCIÁRIA: investigação (testes sorológicos, triagem neonatal) e tratamento do RN 05/11/2015 Liú Campello Porto - HRAS ESCS 16 TOXOPLASMOSE CONGÊNITA Prevenção primária VERDURAS CRUAS 80% SIM Londrina (Lopes et al, 2009) DF (Porto L, 2010) CARNE MAL 20% COM FEZES DE GATO SIM (Porto L, 2010) 05/11/2015 Liú Campello Porto - HRAS ESCS 17 05/11/2015 Liú Campello Porto - HRAS ESCS 18 TOXOPLASMOSE CONGÊNITA Casos Clínicos TOXOPLASMOSE CONGÊNITA Caso Clínico 1 P.J.N. Admitido aos 32 dias de vida Tratamento: esquema tríplice anti-toxoplasma ANTEC DA CRIANÇA: RNT+AIG; assintomático Exames realizados ao nascimento Sorologia IgG = 490 IgM = neg 05/11/2015 US= normal FO = normal Liú Campello Porto - HRAS ESCS 20 TOXOPLASMOSE CONGÊNITA Caso Clínico 1 ANT. GESTACIONAIS Infecção Provável G3 P3 Ao consultas PN> 6 sem registro de sorologia para toxoplasmose em gestações anteriores Tratamento: espiramicina do 4º mês até o parto 05/11/2015 Liú Campello Porto - HRAS ESCS 21 TOXOPLASMOSE CONGÊNITA Caso Clínico - 1 05/11/2015 Evolução : assintomático Conduta: alta para atenção primária Liú Campello Porto - HRAS ESCS 22 TOXOPLASMOSE CONGÊNITA Caso Clínico 2 P.L.O.N. Admitido aos 20 dias Medicação: sem esquema tríplice anti-toxoplasma ANTEC DA CRIANÇA: RNT+AIG; assintomático EXAMES REALIZADOS ao nascimento Sem queixas. 05/11/2015 Sorologias – IgG = 430 – IgM = 0,3 FO= normal Rx crânio= normal Teste de triagem neonatal = negativo Liú Campello Porto - HRAS ESCS 23 TOXOPLASMOSE CONGÊNITA Caso Clínico 2 ANTECEDENTES Caso confirmado GESTACIONAIS G4 P4 Ao PN= 3X sem registro de sorologia para toxoplasmose em gestações anteriores Tratamento: espiramicina do 5º mês até o parto 05/11/2015 Liú Campello Porto - HRAS ESCS 24 TOXOPLASMOSE CONGÊNITA Caso Clínico 2 Mantido sem medicação Evolução : assintomático SOROLOGIA TOXO 1 mês 5 meses 8 meses IgG (VR=10 UI/ml) 155 26 14 IgM (VR=0.65 UI/ml) NEG Conduta: alta para atenção primária 05/11/2015 Liú Campello Porto- HMIBESCS 25 TOXOPLASMOSE CONGÊNITA Caso Clínico 3 I.F.C.S. Medicação: usando esquema tríplice desde nascimento ANTEC DA CRIANÇA: RNT+AIG Assintomático EXAMES REALIZADOS ao nascimento -Sorologia IgG = 68 UI IgM = negativo 05/11/2015 - Resultado de IgM 22 dias de vida = 4,3 UI/ml -FO = normal -US = normal -RX CRÂNIO = normal -LCR = normal Liú Campello Porto - HRAS ESCS 26 TOXOPLASMOSE CONGÊNITA Caso Clínico 3 Antec Obstétricos G2 P0 C2 Ao Medicação: 3º mês ao parto 05/11/2015 Caso confirmado Liú Campello Porto - HRAS ESCS 27 TOXOPLASMOSE CONGÊNITA Caso Clínico 3 Acompanhamento Multidisciplinar Tratamento por 12 meses com esquema tríplice -HC mensal -FO trimestral 05/11/2015 Liú Campello Porto - HRAS ESCS 28 TOXOPLASMOSE CONGÊNITA Caso Clínico 4 L.M.T.A.O Admitido aos 32 dias ANTEC DA CRIANÇA: RNT+AIG; Assintomático EXAMES REALIZADOS ao nascimento Sorologia – IgG = 2923 (VR=3) – IgM 0,19 (VR= 0,8) Medicação= sem esquema tríplice anti-toxoplasma Sem queixas. 05/11/2015 -FO = normal -US = normal -RX CRANIO = normal -LCR = não realizado -TC = não realizada Liú Campello Porto - HRAS ESCS 29 TOXOPLASMOSE CONGÊNITA Caso Clínico 4 ANTECEDENTES GESTACIONAIS G3 P3 C0 A0 PN= 5X sem registro de sorologia para toxoplasmose em gestações anteriores Tratamento: não 05/11/2015 Liú Campello Porto- HMIBESCS 30 TOXOPLASMOSE CONGÊNITA Caso Clínico 4 ANTECEDENTES GESTACIONAIS Caso Provável G3 P03C0A0 n. consultas PN= 5X sem registro de sorologia para toxoplasmose em gestações anteriores Tratamento: não 05/11/2015 Liú Campello Porto - HRAS ESCS 31 TOXOPLASMOSE CONGÊNITA Caso Clínico 4 ACOMPANHAMENTO: Assintomático Suspensa medicação aos 2 meses 05/11/2015 Liú Campello Porto- HMIBESCS 32 TOXOPLASMOSE CONGÊNITA Caso Clínico 5 D.D.P.B Medicação: usando esquema tríplice desde nascimento 05/11/2015 ANTEC DA CRIANÇA: RNT+AIG EXAMES REALIZADOS ao nascimento Sorologia IgG> 300 IgM = neg -FO = normal -US = dilatação biventricular 4.5 mm -RX CRÂNIO = normal -LCR = normal Liú Campello Porto - HRAS ESCS 33 TOXOPLASMOSE CONGÊNITA Caso Clínico 5 Antec Obstétricos G1 P1 C0 Ao Medicação: espiramicina do 7º mês até o parto 05/11/2015 Caso Possível Liú Campello Porto - HRAS ESCS 34 TOXOPLASMOSE CONGÊNITA Caso Clínico 5 Acompanhamento Assintomático Suspensa medicação aos 2 meses 05/11/2015 Liú Campello Porto- HMIBESCS 35 TOXOPLASMOSE CONGÊNITA Caso Clínico 6 M.I.R.S Medicação = nega uso 05/11/2015 ANTEC DA CRIANÇA RNT+ GIG; assintomático EXAMES REALIZADOS ao nascimento Sorologia – Triagem neonatal IgM reag. ELISA : 2,06 UI/ ml Liú Campello Porto - HRAS ESCS 36 TOXOPLASMOSE CONGÊNITA Caso Clínico 6 Antec Obstétricos G3 P1 C2 Sem tratamento 05/11/2015 Liú Campello Porto- HMIBESCS 37 TOXOPLASMOSE CONGÊNITA Caso Clínico 6 Acompanhamento – Presença de nistagmo. Não fixa o olhar – Baço = palpável a 1 cm RCE – Fígado= palpável a 2 cm RCD FO: OD= CR macular cicatrizada OE= condensação vítrea em foco peripapilar, sem vitreíte Solicito TC de crânio e HC Esquema tríplice para toxoplasmose 05/11/2015 Liú Campello Porto- HMIBESCS 38 TOXOPLASMOSE CONGÊNITA Caso Clínico 6 Acompanhamento – 2 meses aos 4 meses – – – – Presença de nistagmo. Não fixa o olhar Baço = não está mais palpável Fígado= impalpável Reflexos presentes . Resultado de TC de crânio Hiperatenuações corticais medindo 03 mm Sistema ventricular de dimensões normais. (Toxoplasmose calcificada?) 05/11/2015 Liú Campello Porto- HMIBESCS 39 MUITO OBRIGADA !!! [email protected] Liú Campello Porto - HRAS ESCS 40 Nota do Editor do site, Dr. Paulo R. Margotto Consultem também em www.paulomargotto.com.br (Infecções Perinatais Crônicas) Toxoplasmose congênita Autor(es): Liu Campello Porto Do livro Assistência ao Recém-Nacido de Risco, ESCS, Brasília,3a Edição, 2013,