Escola Superior da Amazônia – ESAMAZ Curso Superior de Farmácia Parasitologia – Toxoplasmose Professor MSc. Eduardo Arruda Introdução Infecção mais comum no mundo (10 – 68%); Prevalência da doença é baixa; Felídeos: Hospedeiro definitivo (parasito intestinal); Demais animais: Hospedeiros intermediários (parasito tecidual); Introdução Toxoplama gondii; 1908: Splendore (Brasil) / Coelhos de laboratório; 1908: Nicolle e Manceaux (Tunísia) / Roedor Ctenodactylus gondii; 1909: Franceses Gênero: Toxoplasma / T.gondiiI; Charles Nicolle & Manceaux Introdução Durante muitos anos foi esquecido; Imunodeprimidos: grande importância. Morfologia Hospedeiro intermediário: pode ser encontrado em vários tecidos e células, além dos líquidos orgânicos (saliva, leite, líquido peritoneal, sangue – leucócitos); Hospedeiro definitivo: células do epitélio intestinal (felídeos jovens não imunes); Morfologia Taquizoíto; Bradizoíto; Oocisto. Morfologia Taquizoíto: Forma de arco, banana ou meia lua; 04 – 08 mm C / 02 – 04 mm L; Núcleo esférico ou oval; Podem estar livres nos líquidos orgânicos ou dentro de vacúolo parasitóforo das células infectadas. Morfologia Taquizoíto: Também chamado trofozoíto ou forma livre; Encontrado na fase aguda; Forma proliferativa; Taquizoíto: corpo rápido (reprodução Endogenia); Foi a primeira forma vista e descrita; Morfologia Bradizoíto: Também chamado cistozoíto ou forma de latência; Forma de um pequeno taquizoíto; Encontrado dentro de “cistos” em células de diversos tecidos; Morfologia Bradizoíto: Bradizoíto: corpo lento; Os cistos medem de 20 - 200 mm; Viáveis por décadas; 1 cisto = 3000 bradizoítos. Morfologia Oocisto: Forma ovalada com 12,5 mm; Fezes dos gatos; Liberam os esporozoítos no intestino; Permanece viável por mais de 1 ano em condições úmidas, sombreadas de temperatura 0 – 35 ºC. Oocisto imaturo Oocisto maduro Transmissão Predação (carnivorismo) e a ingestão de oocistos: infectam 300 espécies; Em humanos: Ingestão de carne crua ou mal cozida; Ingestão de oocistos (caixa de areia, jardins, parques, veiculadas por mosca, vento etc.); Congênita ou Transplacentária; Transmissão Cistos Oocistos Transmissão Em humanos (menor incidência): Ingestão de taquizoítos no leite cru (cabra); Leite materno (controverso); Saliva de animais (lambedura); Taquizoítos no esperma; Acidentes de laboratório. Ciclo Biológico Fase assexuada (hospedeiro intermediário); Taquizoítos é destruído no estômago, mas pode penetrar na mucosa oral; Os cistos e os oocistos liberam os bradizoítos e os esporozoítos no intestino > penetram na mucosa; Cerca de 8h após a ingestão, estão dentro de células e iniciam a reprodução assexuada (endodiogenia)> rompe a célula > taquizoítos penetram em outras; SI (5 – 15 dias) acaba a fase aguda: some os taquizoítos; Formam- se os cistos com centenas de bradizoítos, que são encontrados no SNC, músculos e retina (fase crônica). Ciclo Biológico Fase sexuada / Fase Coccidiana (hospedeiro definitivo); Taquizoítos, bradizoítos ou esporozoítos penetram na mucosa do intestino > multiplicação > origem aos merozoítos > rompe a célula e libera os merozoítos > penetram em novas células > formam os gametas masculinos móveis (microgametas) e os gametas femininos imóveis (macrogametas) > ovo ou zigoto > oocisto > rompe a célula e libera os oocistos imaturos> fezes > meio externo 4 dias > oocisto maduro com 4 esporozoítos. Patogenia De casos benignos até lesões graves; Deve- se : Virulência da cepa; Via de infecção (congênita: mais grave); Estado imunológico e idade do paciente. Patogenia Toxoplasmose pós- natal ou adquirida: Após o nascimento; Período de incubação variável; Imunocompetente: passa desapercebida; Imunodeprimido (AIDS): lesões graves; Patogenia Toxoplasmose pós- natal ou adquirida: Casos clínicos: Forma ganglionar ou febril: mais freqüente, onde há comprometimento ganglionar e febre. Benigno; Ocular: Retinocoroidite ( 30 – 60% por T.gondii); Cutânea: Lesões generalizadas na pele. Rara e fatal; Meningoencefálica: Lesões cerebrais. Imunocompetente (25 – 26%). Toxoplasmose congênita: Mãe na fase aguda ou reagudização da doença; Gravidade Trimestres 10 15% 49% 20 54% 30 65% Taxa de transmissão 7% 0% Coriorretinite Déficit Mental Microcefalia Diagnóstico Clínico: Difícil de ser feito; Através da anamnese “pedir exames laboratoriais específicos”. Diagnóstico Parasitológico: Útil na fase aguda; Identificação de taquizoítos no sangue, saliva, líquor, placenta, leite, escarro e biópsia de linfonodos; Fase crônica é muito difícil encontras os cistos nos tecidos. Diagnóstico Imunológico: Pesquisa de Ac IgM e IgG; Elisa, Fixação do complemento, RIFI etc.; Toxoplasmose congênita: pesquisa de IgM no soro da criança ou IgG em elevação; IgM- /IgG- Sem infecção ou início. IgM+ /IgG - Infecção aguda. IgM+ /IgG+ Infecção aguda ou persistência. IgM- /IgG+ I.pregressa/ convalescença. Diagnóstico Imunológico: Toxoplasmose adquirida: pesquisa de IgM e IgG; Toxoplasmose ocular: pesquisa de IgA e IgG no humor aquoso + IgM e IgG no soro + exame de fundo de olho; Toxoplasmose cerebral (imunodeprimidos): pesquisa de ac + ressonância/tomografia. Epidemiologia Infecção mais difundida no mundo; Infecta todos os mamíferos e aves; A doença é rara; Forma de transmissão: oocisto (fezes de gatos), cistos (carne crua) e taquizoítos (leite e gestantes); Via de penetração: boca e placenta. Epidemiologia País Porcentagem Autor Chile 36,9 Contreras et al., 1996 Canadá 38,0 Dubey & Beattie, 1988 Irã 51,5 Assmar et al., 1997 Venezuela 53,5 Bonfante-Garrido et al., 1984 Argentina 62,7 Canto, 1996 França 90,0 Beaman et al., 1996 Brasil 70,0 Nogueira et al., 1996 55,0 Frahia Neto, 1983 Amazônia Belém 78,0 Bichara, 2001 Epidemiologia País Brasil Porcentagem Goiânia São Paulo Rio de Janeiro Brasília Belém 1,7 1,6 1,4 0,9 2,6 Autor Viggiano et al., 1991 Castilho, 1976 Coutinho et al., 1983 Kaniak, 1991 Bichara, 2001 Profilaxia Evitar ingerir carne crua ou mal cozida; Higiene pessoal (lavar as mãos e alimentos); Gestantes com acompanhamento sorológico; Controlar a população de gatos de rua ou abandonados. Tratamento Medicamentos atuam apenas na fase aguda (taquizoítos); Fase crônica (cistos) não possui tratamento; Paciente gestante (risco de toxicidade para o feto); Sulfadiazina, sulfapirazina, pirimetamina, clindamicina, dapsona e atovaquona.