AVALIAÇÃO DA POSTURA ORTOSTÁTICA DE PILOTOS DE HELICÓPTERO: IMPLICAÇÕES DA POSTURA ADOTADA NA CABINE E DE UMA JORNADA DE TRABALHO CÉLIA GARRIDO RODRIGUEZ1,2; CARLOS GOMES DE OLIVEIRA2,3; MARCO ANTONIO GUIMARÃES DA SILVA1; JOÃO SANTOS PEREIRA1. 1 Universidade Castelo Branco (UCB) – Rio de Janeiro – RJ, Brasil 2 Instituto de Ciências da Atividade Física da Aeronáutica (ICAF) 3 Universidade Salgado de Oliveira [email protected] Resumo O piloto de helicóptero é obrigado a manter uma postura assimétrica dentro da cabine da aeronave devido ao posicionamento dos comandos, permanecendo durante todo o vôo, que pode levar horas, na mesma posição, sentado, com o tronco ligeiramente inclinado para frente e rodado para a esquerda, com as quatro extremidades do corpo presas a uma função de pilotar o helicóptero. Desta forma, sua mobilidade se apresenta limitada, impedindo a movimentação normal para diminuir os desconfortos provenientes da própria imobilidade. O exposto é um dos principais fatores etiológicos para a alta incidência de lombalgia nesta classe de trabalhadores, reportado na literatura. Desta forma, este estudo teve como objetivo avaliar a postura ortostática do piloto de helicóptero, tentando identificar a presença de desvios posturais, e se esses têm alguma associação com a postura adotada para pilotar. Além disso, foi avaliado se há alteração postural após uma jornada de trabalho. Para tal, foi utilizado um sistema de analise postural computadorizada, que permite a avaliação de variáveis qualitativas e quantitativas. A amostra foi composta por 41 pilotos de helicóptero do sexo masculino. Foi observada uma alta incidência de algumas alterações posturais na amostra estudada, sendo uma das mais importantes à gibosidade (58,5% à direita e 14,6% à esquerda). Em relação às alterações posturais após uma jornada de trabalho, apenas a abdução e rotação lateral da escápula esquerda apresentaram diferença estatisticamente significativa (p<0,05) ao comparar os resultados de antes com os de após a mesma. Os resultados deste estudo sugerem que há uma associação entre as principais alterações posturais encontradas e a postura do piloto durante o vôo. Palavras chaves: Piloto de helicóptero. Postura corporal. Lombalgia. Introdução Pilotos de helicóptero (PH) estão expostos a vários fatores de estresse provenientes do ato de pilotar, sendo os principais a vibração da aeronave e a manutenção de uma postura assimétrica durante longas jornadas, que conduzem a desordens de saúde, dentre as quais, a principal é a lombalgia, crônica ou passageira (BOWDEN, 1985). Estudos revelam uma maior prevalência de dor na região lombar em PH, quando comparados à população geral (FROOM et al., 1987), e a trabalhadores de escritório (BONGER et al., 1990), atingindo 73%, sendo tipicamente dispersa sobre a região lombar, sem irradiação para membros inferiores. Tal desordem perturba o piloto durante o trabalho, podendo levar ao encurtamento ou recusa das missões, e a reincidiva de dor temporária nesses profissionais terminam por conduzir à dor crônica ou a invalidez dos mesmos (SHANAHAN e READING, 1984). Durante a pilotagem, PH são obrigados a adotar uma postura sentada, inclinada para frente, e discretamente rodada para a esquerda, devido ao posicionamento dos comandos do helicóptero (DE OLIVEIRA et al., 2001; SHANAHAN, 1984). Esta postura deve ser mantida enquanto durar o vôo, o que restringe os movimentos do piloto quando o corpo está cansado da posição em que se encontra. Buscando a etiologia da dor entre esses profissionais, AVALIAÇÃO DA POSTURA ORTOSTÁTICA DE PILOTOS DE HELICÓPTERO: IMPLICAÇÕES DA POSTURA ADOTADA NA CABINE E DE UMA JORNADA DE TRABALHO Shanahan e Reading (1984) simularam as condições vividas na cabine da aeronave UH-1H, com e sem vibração, e propuseram que o principal fator desencadeador da dor lombar, própria do vôo, é a postura sentada adotada pelo piloto. Lopez-Lopez et. al. (2001) hipotetizaram que a dor lombar em PH pode ser devido à assimetria postural associada à fadiga da região lombar em resposta à vibração do helicóptero, e a manutenção da postura assimétrica. Entretanto, De Oliveira e Nadal (2004) não observaram relação entre a atividade da musculatura eretora da coluna e vibração do helicóptero, nem reflexo da postura na atividade dessa musculatura. Em um corpo saudável, para a manutenção de uma postura, mesmo que não haja tensão muscular contínua, quando ocorre desconforto por compressão articular, tensão ligamentar ou oclusão circulatória, uma nova postura é adotada para sanar o desconforto. Para o piloto de helicóptero em vôo, isto não é possível, pois tanto os membros superiores quanto os inferiores estão envolvidos na função do controle da aeronave. Neste sentido, vale ressaltar que desvios posturais podem atingir até 90% de indivíduos aparentemente saudáveis, cuja conseqüência é a dor, a qual situa-se predominantemente na região lombar (BRICOT, 1999). A manutenção de posturas inadequadas, por sua vez, tem sido associada a uma alta prevalência e incidência de patologias na coluna vertebral, podendo promover mudanças estruturais na musculatura estriada esquelética e no tecido conjuntivo, como forma de adaptação funcional (ROSA, 2002). Apesar da postura de PH ser proposta como uma das causas importantes de desenvolvimento de lombalgia e desordens da coluna entre os mesmos, parece não haver na literatura estudo avaliando se esta postura se reflete em alterações de sua postura ortostática. Desta forma, o objetivo deste estudo foi avaliar a postura ortostática de PH, observando a possível associação entre algum desvio encontrado e a posição que o mesmo é obrigado a manter na cabine da aeronave. Além disso, este estudo testou se há alteração postural após uma jornada de trabalho. Material e métodos Foram avaliados 41 pilotos de helicóptero civis, do sexo masculino, sendo 26 comandantes e 15 co-pilotos, com idade entre 23 e 58 anos, massa corporal entre 53 e 110 Kg e altura entre 1,55 e 1,85 m. Os pilotos foram divididos em dois grupos, 24 que voaram (grupo experimental) e 16 que não voaram (grupo controle). O protocolo experimental foi aprovado pelo Comitê de Ética de Estudos e Pesquisa em seres humanos da UCB e todos os pilotos foram voluntários e assinaram um termo de consentimento. Para a avaliação postural, foi utilizado o Software Da Vinci (Micromed Biotecnologia, Brasil), que consiste na aquisição de imagem estática que é transferida para um computador, fornecendo uma análise quantitativa de medidas lineares e angulares, além de permitir análises qualitativas. Antes das medições, foi feita uma calibração, através de um prumo e de um sistema de referência, constituído de dois pontos, distanciados de 0,20 m entre si. As imagens foram tomadas por uma câmera de vídeo da marca Sony (CCD-TRV67), que foi posicionada em frente a um simetrógrafo, a uma distância de 3,12 m a partir da borda da base do mesmo, e que estava de frente para a câmera. A distância da câmera ao chão foi de 0,76 m. Os pilotos foram avaliados antes do primeiro vôo, quando eram afixados sobre a pele, em pontos anatômicos, marcadores reluzentes, os quais eram contornados com a caneta dermográfica, sendo estes procedimentos realizados por uma única pessoa. Os pontos anatômicos foram: glabela, trago, bordo externo do acrômio, cicatriz umbilical, espinha ilíaca ântero superior, côndilo femoral externo e interno, maléolo interno e externo, área triangular da espinha da escápula. As filmagens foram feitas com os pilotos sobre o simetrógrafo nas posições de frente, de perfil direito, de costas e de perfil esquerdo. Ao final da jornada de trabalho, os pilotos retornavam para nova avaliação, sendo recolocados os marcadores reluzentes, posicionados nos limites demarcados pela caneta dermográfica, quando foram novamente filmados nas quatro posições. Durante esta fase, foi observada a presença ou não 2 CÉLIA GARRIDO RODRIGUEZ - 2006 de gibosidade, por meio de exame clínico, realizado por um fisioterapeuta experiente em avaliação postural, e que não tinha conhecimento do objetivo deste estudo. A avaliação qualitativa foi feita no modulo visual do sistema computadorizado, sempre pelo mesmo usuário do sistema. Os parâmetros qualitativos analisados foram: projeção anterior de cabeça, rotação da cintura escapular e pélvica. A avaliação quantitativa envolveu duas etapas. A primeira delas tomou os valores medidos pelo sistema para fins de comparação entre as avaliações feitas antes e depois da jornada de trabalho. As variáveis envolvidas nesta avaliação e sua metodologia de medida estão apresentadas na tabela I. A segunda etapa consistiu em considerar ou não a presença de desvio postural, tomando-se como critério para a existência ou não do mesmo os limites de tolerâncias apresentadas na tabela I. A comparação entre os valores obtidos antes e após a jornada, para o grupo controle e o grupo experimental, foi feita através do teste t para amostras dependentes, sendo o nível de significância adotado de 0,05. Tabela 1 - Método de medida dos parâmetros avaliados e respectivas tolerâncias. D) Direito, E) Esquerdo. Parâmetro Medida Pontos Tolerância Alinhamento de Ângulo Bordo externo do acrômio D + 2o ombros horizontal eE Alinhamento Ângulo Espinha ilíaca antero + 2o pélvico horizontal superior D e E Valgo e Varo dos Diferença entre Côndilo do fêmur interno D e + 4 cm joelhos pontos E, e maléolo interno D e E Elevação/depressã Ângulo T3 e espinha da escápula + 10o o da escápula horizontal Rotação da Ângulo vertical Espinha e ângulo inferior da + 10o escápula escápula Abdução/Adução Distância Espinha da escápula e + 4 cm da escápula processo espinhoso Resultados A comparação entre os dados de antes e depois da jornada revelou que foram observadas diferenças significativas apenas entre as variáveis rotação medial (p=0,049) e abdução (p=0,042) da escápula esquerda para o grupo experimental, mas não para o grupo controle, enquanto que as demais variáveis não apresentaram diferenças significativas para ambos os grupos. Quando considerando todos os pilotos, as avaliações qualitativas revelaram uma grande incidência de projeção anterior da cabeça (82,7%), rotação da cintura escapular para a esquerda e rotação pélvica para a esquerda (figura 1). Enquanto que 26,8% dos pilotos não apresentaram gibosidade, 58,5% tinham gibosidade à direita e 14,6 à esquerda. Já a avaliação quantitativa revelou as maiores incidências de alteração ocorreram nos joelhos (61,5% valgos e 19,5 varos), na abdução e depressão da escápula esquerda (figura 2). 3 AVALIAÇÃO DA POSTURA ORTOSTÁTICA DE PILOTOS DE HELICÓPTERO: IMPLICAÇÕES DA POSTURA ADOTADA NA CABINE E DE UMA JORNADA DE TRABALHO 100 % 80 D E S 60 40 20 0 CE PE Figura 1 – Resultados da avaliação da rotação da cintura escapular (CE) e pélvica (PE). Rotação à direita (D), à esquerda E) e sem rotação (S). Valores percentuais em relação aos 41 pilotos. 100 90 80 % 70 60 A B N 50 40 30 20 10 0 IO IP ED/ED EE/ED ED/R EE/R ED/AA EE/AA Figura 2 – Resultados da avaliação da inclinação do ombro - IO: para direita (A), para esquerda (B) -; inclinação da pelve - IP: para direita (A), para esquerda (B) -; elevação/depressão da escápula direita - ED/ED: elevação (A), depressão (B) - e esquerda EE/ED -; rotação da escápula direita - ED/R: lateral (A), medial (B) - e esquerda (EE/R); abdução/adução da escápula direita - ED/AA: abdução (A), adução (B) - e esquerda (EE/AA). Sem alteração (N). Valores percentuais em relação aos 41 pilotos. Discussão Ao relatar a grande parcela da população que sofre de dor nas costas, Cailliet (1979) afirma que a mesma acomete primordialmente indivíduos que trabalham em máquinas, sentados em posições incorretas, realizando movimentos causadores de alta tensão na estrutura da coluna vertebral, ou produzindo torções no tronco ou na cabeça, indicando que posturas inadequadas parecem ser grandes responsáveis por dores nas costas. Apesar da postura do piloto de helicóptero ser extensivamente mencionada como um dos causadores de lombalgia em pilotos de helicóptero, este estudo parece ser o primeiro a realizar uma avaliação da postura ortostática nestes profissionais, pois não foi encontrado na literatura pesquisa com esta abordagem. Por outro lado, este tipo de avaliação tem sido objeto de investigação em outras populações profissionais, principalmente quando a assimetria postural 4 CÉLIA GARRIDO RODRIGUEZ - 2006 está envolvida. LÉO et al. (1999), objetivando identificar os fatores de risco biomecânicos em três diferentes setores produtivos (manual, semi-automatizado e automatizado) de uma empresa, verificaram que as atividades profissionais realizadas em níveis de automatização podem ser mais prejudiciais à saúde dos trabalhadores do que aquelas executadas manualmente. O ritmo da tarefa passa a ser ditado pela máquina, obrigando o sujeito a adotar posturas inadequadas e realizar movimentos com grande freqüência para acompanhar a velocidade da máquina. HOLDERBAUM et al. (2002) realizaram uma avaliação postural em 19 trabalhadores de limpeza com o objetivo de verificar se as más posturas adotadas no ambiente de trabalho podem favorecer o surgimento de desvios posturais. Em suas conclusões, os autores sugerem que a atividade profissional, quando executada em posturas inadequadas, aliadas a movimentos repetitivos e unilaterais, durante um período de tempo prolongado, favorece o surgimento de desvios posturais e desequilíbrios musculares. Excluindo-se os resultados de valgo/varo de joelhos, as demais variáveis obtidas a partir de valores quantitativos mostraram que a maioria dos pilotos se apresentou dentro de faixas que foram classificadas como normais. Entretanto, esta classificação levou em consideração níveis de tolerância elevados, o que pode ter diminuído a sensibilidade da avaliação para classificar anormalidades. Em relação aos principais desvios posturais encontrados, grande parte os indivíduos apresentou rotação da cintura escapular e pelve para a esquerda, e projeção anterior da cabeça. Além disso, as incidências de inclinação de ombros e pélvica foram predominantemente à esquerda. Estes resultados parecem ser compatíveis com a postura adotada pelo piloto de helicóptero, que é caracterizada por uma inclinação à frete e para a esquerda, com ligeira rotação para a esquerda (DE OLIVEIRA et al., 2001; SHANAHAN, 1984). O alto índice de indivíduos com valgo de joelho, embora seja um dado relevante, é difícil de ser associado à postura do piloto, pois não há na literatura referência ao posicionamento dos membros inferiores. Os resultados do presente estudo sugerem que após uma jornada de trabalho, os pilotos apresentam a escápula esquerda mais abduzida e rodada lateralmente. Uma primeira explicação para estes achados seria a própria postura descrita com "corcunda de helicóptero" (BOWDEN, 1985, e BONGERS,1990). Uma outra explicação estaria relacionada ao fato dos pilotos manterem os membros superiores à frente do tronco. De acordo com Rasch e Burke (1987), a abdução da escápula, como efeito da postura, resulta, quase sempre de um trabalho continuo com os braços mantidos à frente do tronco, que tende, gradualmente, a encurtar os músculos anteriores, de um modo permanente, enquanto alonga os músculos posteriores, o que leva a desviar a escápula de sua posição normal, cuja correção torna-se gradualmente mais difícil. Outro dado relevante é que o termo "corcunda de helicóptero", usado empiricamente para descrever a posição cifótica e torcida do tronco que o piloto assume durante o vôo, de uma certa forma, pode ser comprovada pela alta incidência de gibosidade, principalmente à direita, encontrada no presente estudo. Conclusão Este estudo observou diversas alterações posturais em pilotos de helicóptero que parecem estar associadas à postura assimétrica que o mesmo mantém durante o vôo. A alta incidência de gibosidade principalmente à direita parece fundamentar o termo “corcunda de helicóptero”, utilizado por diversos autores para descrever a postura dos pilotos. Futuros estudos devem ser desenvolvidos para investigar a relação de causa e efeito entre a postura ortostática e a postura do vôo de pilotos de helicóptero. Agradecimentos Este estudo foi financiado pelo Programa de Cooperação Técnica da Organização de Aviação Civil Internacional. Os autores agradecem aos pilotos e funcionários da Líder Táxi Aéreo pela sua gentil colaboração que tornou este estudo possível. 5 AVALIAÇÃO DA POSTURA ORTOSTÁTICA DE PILOTOS DE HELICÓPTERO: IMPLICAÇÕES DA POSTURA ADOTADA NA CABINE E DE UMA JORNADA DE TRABALHO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BONGERS, P. M., HULSHOF, C. T. J., DUKSTRA, L., BOSHUIZEN, H.C. Back pain and exposure to whole body vibration in helicopter pilots. Ergonomics, v.33, n. 8, p. 10071026, 1990. BOWDEN, T. Back pain in helicopter aircrew: a literature review. 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Thus, their mobility is limited and their normal movements to decrease the discomfort of the immobility itself is not possible. This is one of the main etiological factors reported in the literature for the high incidence of low 6 CÉLIA GARRIDO RODRIGUEZ - 2006 back pain in such workers. This study performed a postural evaluation of helicopter pilots in the orthostatic posture, aiming at identify the presence of postural deviation in such professionals, and if this has any relationship with the posture adopted during the flight. Moreover, any postural alteration after a work journey was evaluated. A computerized analysis system was employed for such assessment, which allows for quantitative and qualitative evaluation. The sample comprised 41 male helicopter pilots. A high incidence of some postural alteration was observed in the sample, being one of the most important the gibosity (58.5% on right and 14.6% on left hand side). Regarding the postural alterations after a work journey, only abduction and lateral rotation of the scapula presented statistical significance difference (p<0,05) when comparing the results of before with after the journey. The results of the present study suggest an association between the main postural alterations found and the in-flight pilot posture the pilot. RESUMEN AVALUACIÓN DE LA POSTURA ORTOSTÁCTICA DE PILOTOS DE HELICÓPTERO: IMPLICACIONES DE LA POSTURA ADOPTADA EN LA CABINA Y DE UNA JORNADA DE TRABAJO Número de palabras: 278 El piloto de helicóptero es obligado a mantenerse en una postura asimétrica dentro de la cabina del helicóptero por culpa del posicionamiento de los comandos, el piloto permanece mientras toda la misión de vuelo, que puede llevar horas, en la misma posición, eso es decir, asentado con el tronco ligeramente inclinado para delante y rodado para la izquierda, con las cuatro extremidades del cuerpo presas a una función de pilotar el helicóptero. De manera que su movilidad se presenta limitada e impide la movilización normal para disminuir la sensación inconfortable proveniente de la propia inmovilidad. El expuesto es uno de los principales factores etiológicos para la alta incidencia de lumbalgia en esta clase de trabajadores, reportado en la literatura, relatados por los autores, para la alta incidencia de lumbalgia en esta clase de trabajadores. De esa manera, ese estudio tubo como objetivo valuar la postura ortostáctica del piloto de helicóptero, intentando identificar la presencia de desviaciones posturales y si tales tienen alguna asociación con la postura adoptada para pilotar. También fue valuado se hay alteraciones posturales después de una jornada de trabajo. Para eso fue utilizado un sistema de análisis postural computadorizada que permite la avaluación de los variables cualitativos y cuantitativos. La muestra fue compuesta por 41 pilotos de helicópteros, de sexo masculino. Fue observada una alta incidencia de algunas alteraciones posturales en la muestra estudiada, sendo una de las más importantes a la gibosidad (58,5% a la derecha y 14,6% a la izquierda). Con relación a las alteraciones posturales después de una jornada de trabajo, sólo la abducción y rotación lateral de la escápula izquierda presentaron diferencia estadísticamente significativa (p < 0,5) al compararse los resultados de antes con los de después a la misma. Los resultados de ese estudio sugieren que hay una asociación entre las principales alteraciones posturales encontradas y la postura del piloto durante el vuelo. Palabras claves: Piloto de helicóptero, postura corporal, lumbalgia. 7