Abertura Boas Vindas Tema do Congresso Comissões Sessões Programação Áreas Títulos II Congresso Nacional de Formação de Professores XII Congresso Estadual Paulista sobre Formação de Educadores Trabalho Completo FORMAÇÃO DO PROFESSOR PARA O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO NAS SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS Mara Silvia Pasian, Enicéia Gonçalves Mendes, Fabiana Cia Eixo 5 - A formação de professores na perspectiva da inclusão - Relato de Pesquisa - Apresentação Oral RESUMO A realização de estudos na área de Educação Especial está sendo mais efetiva as pesquisas que articulam contextos de redes colaborativas de pesquisa estão sendo incentivadas. O presente trabalho faz parte do Observatório Nacional de Educação Especial (Oneesp), cujo foco é a produção de estudos integrados sobre políticas e práticas direcionadas para a questão da inclusão escolar e avaliar no âmbito nacional o programa de implantação de “Salas de Recursos Multifuncionais” (SRM), referente ao atendimento educacional especializado (AEE). O objetivo é criação de um questionário on line – survey para ser respondido por professores as SRM, para isso foram selecionadas falas retiradas do grupo focal realizado com professores de SRM e através dessas, foram criados objetivos com questões a serem respondidas por professores que participaram ou não do projeto Oneesp de todo Brasil. São apresentada as etapas e o resultado final do questionário relativo a formação do professor da SRM, que será aplicado em rede nacional e espera-se coletar dados de diferentes regiões brasileiras e com isso, melhorar a compreensão dessa nova implantação e as necessidades de adaptações. Palavras chave: educação especial, aprendizagem, necessidades especiais. 9180 Ficha Catalográfica FORMAÇÃO DO PROFESSOR PARA O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO NAS SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS Mara Silvia Pasian; Enicéia Gonçalves Mendes; Fabiana Cia. Universidade Federal de São Carlos. FAPESP. INTRODUÇÃO Na história do Brasil a Educação Especial se organizou como atendimento educacional especializado substitutivo ao ensino comum, em escolas especiais e classes especiais (BRASIL, 2008). Atualmente a opção política é de priorizar a chamada “sala de recurso multifuncional” (SRM), uma espécie de “serviço tamanho único”, quando ele deveria ser apenas mais um dos vários serviços disponíveis no sistema do contínuo dos serviços. Torna-se essencial, a partir dessa realidade, que seja analisada como tem funcionado essa proposta de atendimento educacional especializado e saber como os professores têm planejado e desenvolvido o ensino dos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação para as salas de recursos a partir de sua formação. Verifica-se que na realidade atual, são muitas são as dificuldades encontradas na política atual para a efetivação da inclusão escolar, entre essas a questão que iremos focar nesse artigo, que é a formação dos professores para o atendimento educacional especializado que acontece nas salas de recursos multifuncionais. Formação de professores para a inclusão escolar A formação de professores para a Educação Especial no país assumiu ao longo do tempo diferentes contornos nos diversos estados brasileiros, onde alguns priorizaram os estudos adicionais para professores do ensino regular do nível médio, outros investiram na formação em nível de pós-graduação lato sensu, e outros ainda na formação específica em nível superior (MENDES, 2009). Toda esta diversidade de propostas apontava para um falta de diretriz política para a formação de professores de Educação Especial, embora o MEC tenha feito, possivelmente desde a década de 1970, investimentos sistemáticos tendo em vista a formação de professores para a proposta de integração escolar de estudantes com deficiências, via secretarias estaduais de educação, portanto fora do circuito do sistema de ensino superior que ia pouco a pouco se ampliando no país (MATTOS, 2004). A LDB de 1996, em seu Capítulo V, que dispõe sobre a Educação Especial, no artigo 59 previu que os sistemas de ensino deveriam entre outras coisas, formar dois tipos de professores: “professores com especialização adequada em nível médio ou 1 9181 superior, para atendimento especializado e professores do ensino regular capacitados para a integração desses estudantes nas classes comuns” (BRASIL, 1996, p. 23). No caso específico da formação de professores para a Educação Especial havia no país até o ano 2000, 31 cursos de Pedagogia com habilitação em Educação Especial, e um único curso de nível superior de Licenciatura Plena em Educação Especial que era o da Universidade de Santa Maria (BUENO, 2002). Em 2001 foi aprovada a Resolução Nº 02/2001, do Conselho Nacional de Educação e da Câmara de Educação Básica, que instituiu as “Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica”, reforçando necessidade de prover tanto professores do ensino comum capacitados quanto professores de Educação Especial especializados para o atendimentos às necessidades diferenciadas dos alunos (Artigo 8, inciso I). O documento “Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva” (PNEE-EI) (BRASIL, 2007) especificou a necessidade de garantir entre outras coisas a “formação de professores para o atendimento educacional especializado e demais profissionais da educação para a inclusão escolar” (BRASIL, 2007, p. 8). Analisando a proposta de formação de professores contida neste documento pode-se concluir que a proposta de formação para atuar no AEE é bastante complexa, pois deve envolver habilidades e conhecimentos para trabalhar: • Com todos os tipos de alunos com necessidades educacionais especiais (deficiência intelectual, deficiência física, deficiência auditiva, deficiência visual, deficiência múltipla transtornos globais de desenvolvimento, e talentosos/superdotados). • Em todos os níveis e modalidades de ensino (educação infantil, ensino fundamental, ensino médio, ensino superior, educação do campo, educação tecnológica, educação de jovens e adultos) e • Em todos os tipos de lócus (escolas especiais, classes de recursos, classes hospitalares, ensino domiciliar, exceto nas classes especiais, opção esta vedada pela política). A referência ao papel de docente subjacente a PNEE-EI deixa implícita uma visão de que o professor especializado deverá ser algum professor do ensino comum que acumulará posteriormente uma formação especializada, portanto, como formação continuada, não considerando assim a possibilidade de formação especializada desde o processo de formação inicial. Enfim, a complexa proposta contida neste documento quando contextualizada no atual momento, na qual se observa a escassez de oportunidades de formação inicial em âmbito dos cursos de graduação nas agências que tradicionalmente vem se 2 9182 responsabilizando pela formação em nível superior, permite-nos vislumbrar muitas dificuldades para implementar uma política de Educação Especial na perspectiva da inclusão escolar. Para estudar essa nova realidade implantada, foi criada uma rede nacional de pesquisadores da área de Educação Especial - Observatório Nacional da Educação Especial (Oneesp) com foco na produção de estudos integrados sobre políticas e práticas direcionadas para a questão da inclusão escolar na realidade brasileira. O Oneesp é uma rede colaborativa de pesquisadores que tem como meta potencializar a produção de informações e conhecimentos necessários para melhorar as decisões em matéria de políticas de inclusão escolar dos sistemas educacionais, além de oportunizar o compartilhamento de experiências entre pesquisadores para aperfeiçoar a sistemática de produção de conhecimento e de desenvolvimento de pessoal na área de Educação Especial. Os pesquisadores da rede ONEESP estão coletando dados em 56 municípios junto aos professores de sala de recursos multifuncionais, onde um dos enfoques é sobre a formação de professores para a inclusão escolar. O presente trabalho é uma proposta de continuidade dessa agenda e tem a finalidade de complementar a coleta de dados feita no âmbito dos municípios, tem como objetivo conhecer a opinião dos professores de SRM sobre esse serviço e avaliar se há diferenças entre as opiniões de professores que participaram anteriormente do projeto no âmbito de seus municípios, e daqueles que não tiveram a oportunidade de participar dos encontros reflexivos. Assim, pretende-se avaliar os limites e as possibilidades das salas de recursos multifuncionais como sistema de apoio a escolarização de alunos com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação) na ótica dos professores, e ao mesmo tempo avaliar que impacto em termos de formação teve a participação no projeto para alguns dos professores de SRM. METODOLOGIA O presente trabalho envolve a descrição da etapa de elaboração do survey – questionário on line que será enviado a professores da SRM que participaram e de outros que não participaram do projeto do Oneesp. O survey foi elaborado tomando como base “falas reais” de professores de SRM já coletadas nos municípios investigados advindas de um estudo preliminar que envolveu uma pesquisa colaborativa a partir de uma série de encontros reflexivos de um pesquisador com os professores de SRM, foi usada a técnica de grupo focal com questões disparadoras. As falas dos professores foram filmadas e posteriormente 3 9183 transcritas. Em seguida as falas foram categorizadas pelos pesquisadores responsáveis pela condução do estudo em seu respectivo município. No presente, o projeto tem um acervo de dados brutos (relatos transcritos) dos encontros em cinco municípios (Rio Claro-SP, São Carlos -SP, Feira de Santan – Ba, Catalão-GO, Marília-SP), além dos dados tratados (em categorias) que resultam em quatro diferentes sistemas de categorização. Tomando esse corpus de dados a construção do instrumento foi feita através dos seguintes procedimentos: a) Compatibilização dos cinco diferentes sistemas em um único sistema de categorização; b) Seleção de excertos de falas reais representativas de cada categoria para compor itens do questionário; c) Criação um objetivo a ser atendido por cada questão formulada; d) Definição do sistema de resposta, após discussão entre pesquisadores optou-se pelo questionário tipo likert e) Submissão a juízes para validação de conteúdo; f) Aplicação piloto com três professores de SRM para validação semântica. Local Este estudo é de âmbito nacional, envolve o universo dos professores de SRM. É desenvolvido na Universidade Federal de São Carlos e o questionário será disponibilizado na internet aos participantes. O questionário para a survey será hospedado no sitio do Oneesp para que os professores tenham acesso e possam responder ao mesmo. Participantes O questionário será aplicado em larga escala, portando pretende-se coletar dados junto a 1500 professores de SRM das redes municipais de ensino. O recrutamento será feito pelos pesquisadores envolvidos no Oneesp e via divulgação em folder, com instruções sobre como ter acesso ao site e endereço eletrônico. Os participantes recrutados receberão uma senha de acesso ao questionário e deverão assinar o termo de consentimento livre e esclarecido que também será disponibilizado pelo site. RESULTADO Será apresentado o resultado advindo da etapa de construção do survey, as questões que foram extraídas das falas dos professores e os objetivos a serem atingidos a partir de cada questão referente a formação do professor da sala de recursos. A 4 9184 construção dos objetivos a serem alcançados e as questões referentes aos mesmos foi uma etapa importante do projeto, pois o survey será utilizado para coletar informações de 56 municípios espalhados pro todo território nacional. A forma como foi composta essa díade, objetivos – questões, são o resultado das análises das falas dos próprios professores da sala de recursos multifuncionais, o que foi importante para uma proximidade com o que ocorre na realidade da formação desses professores. A seguir são apresentados alguns exemplos dos extratos das transcrições do relato dos professores na forma “bruta”, isto é, a fala deles sobre tópicos da formação dos professores da SRM que foram a base para a construção das questões e dos objetivos a serem atingidos. No total foram selecionados sessenta “trechos de falas”, aqui serão expostos alguns exemplos. Tabela 1: Extrato das falas dos professores É um privilégio trabalhar na Educação Especial porque a gente sempre tem incentivo, sempre somos chamados para cursos, capacitação, parcerias com universidades. Eu acho que isso nos torna com um diferencial com relação aos outros professores. No curso de pedagogia é passado as deficiências de forma bem superficial, deficiência visual, deficiência física e outras, a gente não aprofundou em nenhuma especialidade. Quando você vai pra uma sala de aula e se depara com o aluno na situação real, dá vontade de fugir. Pode ter estudado muito, achar que está preparado, mas quando chega no dia a dia com o aluno, nas orientações que você tem que dar para o professor e para a família é bem diferente, é muito complicado. Fui trabalhar em sala de recursos e o enfoque era trabalhar com todas as deficiências, foi chocante, tive que trabalhar com um deficiente auditivo e eu nunca tinha visto um deficiente auditivo na minha vida. Acho nós temos uma base conceitual, mas depois você tem que aprender muito ainda, é uma área que não dá para parar de estudar nunca. Fiz cursos no decorrer da minha carreira que me ajudaram muito, porque estavam vinculados às minhas necessidades. No curso você pode colocar suas dúvidas, perguntar para professora, discutir o que pode fazer. Uma coisa que eu penso é que nós trabalhamos com inclusão dentro de escolas, a gente não tem que saber lidar só com o nosso aluno na sala de recursos, nós temos que saber lidar também com os outros professores. É bem difícil ter uma boa relação com os professores, alguns são muito resistentes. Os professores da sala de recursos se relacionam com toda a escola, com os coordenadores, com a direção, com os alunos. Eu aprendi a me relacionar com o meu aluno e com a família também. 5 9185 Outra demanda de formação hoje pro professor que atua em sala de recursos é lidar com a questão da comunidade escolar, porque as vezes a gente sofre mesmo muita pressão da comunidade escolar não sabemos como lidar com isso. Os alunos têm direitos e existe uma cobrança grande de orientar o professor, mas tem professor que não que ser orientado e como é que você faz? Uma nova demanda é aprender a lidar melhor com o grupo de professores e com a comunidade escolar. Tem professor da sala de aula que fica altamente ansioso quando recebe um aluno com deficiência, fica muito ansioso, um me relatou que nem dormiu a noite de pensar que no outro dia ia se deparar com esse aluno. Vem buscar ajuda, apoio e orientação no professor de educação especial. Como é que eu lido também com isto? Porque que é uma demanda pra gente. O atendimento no Estado é muito ruim, não sabem definir quem é o aluno e qual sua necessidade, não sabem a definição do papel do professor de Educação Especial e nem a definição do aluno a ser atendido por aquela sala. Temos a necessidade de aprender mais para trabalhar na sala de recursos, como fazer adaptação e confecção de material e também como fazer a adequação curricular. Pelo que estou vivendo hoje, sinto uma necessidade de aprender sobre Educação Física adaptada, porque cada dia aqui é uma coisa. Os professores questionam algumas coisas que eu não sei responder pra eles essa questão. Sinto necessidade de aprofundar conhecimentos para a atuação com aluno com autismo, que eu acho que é uma área que eu tenho maior defasagem e é muito difícil de trabalhar. Vejo necessidade de ser trabalhado mais a questão da relação interpessoal com os demais membros da comunidade escolar, de aprender como lidar com o outro sobre a questão da inclusão. Pode ser oferecido tudo para a escola, para o professor, o melhor curso de formação, os melhores recursos, os equipamentos ideais que você precisa, oferecido ajuda para conversar se você precisar, mas se não tiver certo interesse, se não gostar daquilo que ele faz, não vai adiantar. O professor de educação especial pode ter boa vontade, se esforçar, mas se não tiver formação, nem pedagogia, não dá certo. Por exemplo, passar de educador de creche para professor não funciona, pois a formação, as técnicas são importantes, o conhecimento específico. Tenho formação em pedagogia, quando assumi ser professora de educação especial fiz várias especializações na área de educação especial e continuo fazendo mais cursos de formação. 6 9186 Fui parar em sala de recursos sem saber o que era, fui fazer o curso preparatório e comecei a gostar, aprender o que é a sala de recursos multifuncionais. Não me imagina trabalhar na educação especial, não era minha área de interesse, mas a partir do momento que eu fui estudando, gostando, fui aprendendo e quero ficar. O professor de AEE deveria se especializar em uma deficiência, por exemplo, tenho aluno autista, aluno com AVC, com transtorno emocional, síndrome de Down, alunos com diferentes deficiências. Como lidar com tantos tipos de deficiências e ao mesmo tempo fazer um bom trabalho? Eu acredito que seria o ideal o professor de AEE se especializar em uma deficiência. Uma das grandes dificuldades da gente na escola não são os alunos, são os colegas de trabalho, que não trabalham em conjunto. Nossos alunos perdem muita coisa porque não temos feedback dos nossos colegas, acham que nosso trabalho com o aluno é brincadeira, que vão pra lá para brincar no computador. Quando li a legislação e as atribuições do professor do AEE achei muita. Comecei a buscar tudo, todos os cursos, formação para dar conta do que está estabelecido nas normas. Encontrei materiais de LIBRAS, Braille, Deficiência Física, estudei um pouco de cada coisa, mas ainda não me sinto apta. Para o planejamento das atividades dos alunos, do que propor, de como orientar o professor na sala regular é necessário tempo. É preciso discutir, estudar o caso, a situação do aluno, quais os atendimentos que ele tem e conversar com os profissionais que atendem esse aluno e conversar com a família. Acho que deveria ter capacitações em todas as áreas. Por exemplo, eu sou formada em deficiência mental, mas me interessei e preciso de outras capacitações. Cada ano tem uma criança diferente, então é preciso uma capacitação contínua, fazer cursos de acordo com o que você pegou aquele ano. Sinto-me apta para atuar porque eu conheço as deficiências de forma geral, só que, na prática você precisa de uma preparação para atender determinada demanda. Após esse levantamento, esses extratos foram levados a um grupo de juízes, formado por 15 pesquisadores entre mestrandos, doutorandos e professores da Universidade Federal de São Carlos que fizeram sugestões para que, a partir desse material, fossem formuladas as questões e os objetivos a serem alcançados sobre a formação do professor da SRM para compor o survey. Abaixo, é apresentado o resultado dessa etapa: os objetivos a serem atingidos com as respectivas questões que serão disponibilizadas na forma do questionário on line (survey) para que os professores respondam. 7 9187 Os resultados da criação do questionário são fundamentais para a etapa seguinte, coletar dados advindos dos professores relativos da relação de sua formação com seu trabalho na SRM em todo território nacional. Tabela 2: Questões para a construção do survey sobre formação do professor as SRM e os objetivos a serem atingidos. OBJETIVO QUESTÃO Verificar se há incentivo 1. Na minha escola, a formação continuada do professor de a formação continuada Educação Especial é incentivada, pois somos chamados do professor de EE para cursos, capacitações e parcerias com universidades. Avaliar formação inicial 2. Na minha formação inicial, as informações sobre inclusão do professor do AEE escolar e educação especial foram abordadas superficialmente. Verificar a relação 3. Acho que nós temos uma base teórica, mas não é formação inicial com suficiente para trabalhar na prática da SRM. prática Complementar formação 4. Na prática, como professor de SRM, precisei recorrer a professores mais experientes para complementar minha formação. Verificar a avaliação da 5. Fiz cursos no decorrer da minha carreira que me qualidade da formação ajudaram, continuada Avaliar porque estavam vinculados às minhas necessidades com professor de SRM. se oportunidade há 6. Faço curso baseado na necessidade específica dos meus de alunos de SRM, por exemplo, se tenho um aluno com DV, formação continuada sob faço curso de baixa visão. demanda. Avaliar demanda de 7. Uma demanda de formação que sinto necessidade como formação na relação professora de SRM é com outros professores colaboração com os outros professores da escola. aprender como trabalhar em Avaliar instabilidade na 8. Sinto necessidade de trabalhar mais tempo em um mesma função e relação com escola para desempenhar melhor meu papel na SRM. qualidade do trabalho Complementar formação 9. Tenho necessidade de aprender mais sobre adequação curricular para trabalhar na SRM. Avaliar compreensão da 10. função do AEE Tenho dificuldade em compreender o que significa a função do AEE 8 9188 de complementar e suplementar a escolarização dos alunos público alvo da Educação Especial. Verificar a necessidade 11. Sinto necessidade de aprofundar conhecimentos para a capacitação atuação do aluno com autismo. Avaliar motivação para 12. Aproveito sempre as oportunidades que me são formação continuada oferecidas (como cursos, oficinas e congressos) para melhorar minha formação. Verificar a relação da 13. Acho as atribuições do professor do AEE definidas pela teoria com a prática. Avaliar o senso legislação, complexa demais. de 14. Sinto-me apta a ensinar qualquer tipo de aluno do público autoeficácia do professor Verificar o índice alvo da Educação Especial. de 15. Sinto que com mais prática e formação terei condições autoeficácia do professor de ensinar qualquer tipo de aluno do público alvo da Educação Especial. Verificar o preparo 16. Eu acho que o profissional para trabalhar na SRM, além específico do professor de ter a graduação, precisa ser especialista na categoria (deficiência, transtorno global do desenvolvimento ou altas habilidades/superdotação). Avaliar o índice de 17. Não acredito que um único profissional de AEE consiga autoeficácia do professor dar conta de todas as especificidades que aparecem para ser atendidas na SRM. Avaliar a capacitação 18. Acho que o professor de SRM deve ter capacitações e geral ensinar todas os tipos de alunos, seja com deficiências, altas habilidades/superdotação ou transtorno global do desenvolvimento. Avaliar como sente o 19. Sinto-me solitária na condução do trabalho na SRM. professor Avaliar o trabalho 20. No HTPC da minha escola temos tempo para discutir coletivo de interação com os outros professores sobre os alunos da SRM. Avaliar valorização do 21. O trabalho que faço da SRM sempre é valorizado pelos trabalho do prof. da SRM profissionais da escola. pela escola Avaliar valorização do 22. O trabalho que faço na SRM sempre é valorizado pelas trabalho do professor da famílias dos alunos. SRM pelas famílias 9 9189 Esse é o resultado da construção do survey sobre a formação do professor da SRM com os objetivos a serem atingidos, o mesmo será aplicado a professores de diferentes regiões brasileiras com professor que participaram e que não participaram da etapa de grupo focal do Oneesp, assim poderá ser analisado se houve alguma mudança com a intervenção realizada. Estudos que abordam a formação do professor de educação especial para o trabalho na sala de recurso multifuncional são essenciais para que seja possível verificar o que está sendo viabilizado e as dificuldades encontradas, e assim obter conhecimento dessa nova realidade proposta na educação brasileira para os alunos público alvo da educação especial e o que precisa ser melhorado e requer mais investimento. CONCLUSÕES As escolas são chamadas a se reestruturarem para atender a proposta da inclusão escolar. Tal perspectiva nem sempre é fácil de ser posta em prática, tendo em vista a realidade complexa, histórica e cultural das escolas. É importante salientar que a diversidade de serviços oferecidos, assim como novas propostas podem favorecer a o processo de inclusão escolar, Baptista (2011, p. 72) ressalta a importância dessa diversidade de serviços colocando que “A ênfase em um serviço não deveria ser confundida com a defesa de um modelo único para o país.” Para isso, torna-se importante que haja pesquisas desenvolvidas na área para que possamos identificar a realidade dos sistemas escolares, os avanços e as lacunas, que temos no processo de inclusão escolar para os alunos que são o público alvo da educação especial. Fica evidente a necessidade de mais pesquisas visando contribuir para um melhor conhecimento dessa nova realidade. Porém, nessa constatação é preciso considerar que a SRM é um processo que está em formação, mas que vislumbra muitos resultados positivos ou não, que deverão ser descritos futuramente na literatura, como colocado por Baptista (2011, p. 70): Com relação aos estudos que analisam a sala de recursos, no contexto brasileiro, podemos afirmar que não são muito numerosos. O motivo é simples: não se pode investigar algo que não existe. Se há poucos estudos é porque a existência desses espaços esteve restrita a alguns contextos. O histórico investimento em classes especiais e em escolas especiais reduzia a suposta necessidade de sala de recursos. O incremento numérico dessas salas deverá provocar novas pesquisas que nos mostrarão como têm sido ‘interpretadas’ as diretrizes para tais dispositivos. 10 9190 O ONEESP vem de encontro com essa necessidade, sendo que diversos estudos estão em andamento com o intuito de aprofundar conhecimento, incluindo o survey, que irá gerar dados sobre a formação dos professores da SRM em diferentes contextos de todo Brasil e, com isso, melhorar a compreensão dessa nova implantação e as necessidades de adaptações. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BAPTISTA, C. R. Ação pedagógica e educação especial: a sala de recursos como prioridade na oferta de serviços especializados. Revista brasileira de educação especial, Marília, v.17, p.59-76, 2011. BRASIL. Política de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva. Disponível em http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf. Ministério da Educação/ Secretaria de Educação Especial. 2007. BRASIL. Decreto nº 6.571, de 17 de setembro de 2008. Dispõe sobre o atendimento educacional especializado. Presidência da República/Casa Civil/Subchefia para Assuntos Jurídicos. Brasília. 2008. BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 23 de dez. 1996. Seção 1. 1996. BRASIL. Resolução Nº 02/2001. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Brasília. Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Básica. 2001. BUENO, J. G. S. A educação especial nas universidades brasileiras. 1. ed. Brasília: MEC-Secretaria de Educação Especial, 2002 MATTOS. Nelson Dagoberto de. Cidadania, Deficiência e Política Educacional no Estado de Sergipe: 1979-2001. 2004. 300 f. Tese (Doutorado em Educação Especial. (Educação do Indivíduo Especial)) - Universidade Federal de São Carlos MENDES, E. G. . A formação do professor e a política nacional de Educação Especial. 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