Área Científica - Medicina do Adolescente Referência: 13SPP-51196 - Ácido Úrico e risco Cardiovascular numa população de adolescentes Jean-Pierre Gonçalves1 ; Elisabete Ramos1 ; Milton Severo1 ; Max C.Y. Wong2 ; Ken K. Ong3 ; David B. Dunger3 ; Carla Lopes1 1- Instituto Superior de Saúde Pública do Porto, Universidade do Porto; Departamento de Epidemiologia Clínica, Medicina Preditiva e Saúde Pública da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto; 2- Department of Paediatrics, University of Cambridge, Cambridge, United Kingdom; 3- Medical Research Council Epidemiology Unit, Cambridge, United Kingdom; Department of Paediatrics, University of Cambridge, Cambridge, United Kingdom Introdução: Diversos marcadores inflamatórios, tal como ácido úrico (AU), tem sido investigados e apontados como possíveis agentes causais na via da lesão vascular associada à obesidade. O presente estudo tem como objectivo avaliar a associação entre o AU e risco cardiovascular (CV) em adolescentes. Métodos: Incluídos no estudo 1286 adolescentes, com 17 anos, pertencentes à coorte EPITeen (Epidemiological Investigation of Teenagers Health in Porto). Os participantes foram agrupados em classes de risco cardiovasculares através da análise de clusters (normal mixture model). Nesta análise diferentes factores biológicos de risco CV foram avaliados (perímetro abdominal, tensão arterial sistólica e diastólica, glucose, insulina, triglicerídeos, colesterol total e HDL. O número de classes de risco CV foi definido usando o Bayesian Information Criterion (BIC). A associação entre AU sérico e risco CV foi determinada através de modelos de regressão logística multinomial. Resultados: Identificados três classes de risco CV (baixo, médio e alto). Cerca de 5,6% dos adolescentes pertecem a classe de alto risco e apresentam, comparativamente aos adolescentes das classes de risco CV baixo e médio, média menor de clolesterol HDL e maior média para as restantes variáveis biológicas avaliadas. Verificou-se aumento progressivo no AU à medida que aumenta a classe de risco CV em ambos os sexos. Após ajustamento para possíveis confundidores a associção positiva foi apenas significativa no sexo feminino. Nos adolescentes do sexo feminino vericou-se que: a) cada aumento de 1 mg/L no AU está associado a um risco 1.07 vezes superior de alto risco CV (OR=1.07, 95%CI: 1.02-1.12); b) cada aumento de quartil de AU aumento o risco alto risco CV em 1,58 (OR=1.58, 95%CI: 1.10-2.27). Conclusão: Há uma associação positiva e significativa entre o AU e o alto risco CV nesta população de adolescentes. Os participantes com alto risco CV representam provavelmente os indivíduos com síndrome metabólica. Apesar destes resultados, no sentido de perceber se o AU é factor de risco ou apenas marcador de risco CV novos estudos com abordagem longitudinal são necessários. clusters, risco cardiovascular, ácido úrico