Programa EcoCafés Novembro de 07 1. Equipa Francisco Ferreira (Supervisão) Ana Rita Antunes (coordenação) Sara Ramos (Eng. do Ambiente) Patrícia Sá Santos (Consultora para Arquitectura) Índice 1. Equipa Índice 2. Resumo Executivo 3. Introdução 4. Objectivos 5. Metodologia 5.1. Fases de desenvolvimento 5.2. Equipamentos Ut ilizados 5.3. Diagnóstico 6. Implementação 6.1. Selecção dos EcoCaf és 6.2. Visitas aos EcoCaf és 6.3. Recolha de dados 7. Resultados 7.1. Caracter iza ção dos EcoCaf és 7.2. Equipamentos eléctr icos e Ilum inação 7.2.1. Caf é 7.2.2. Frio 7.2.3. Outros 8. Análise de consumos globais 8.1. Electricidade 8.2. Gás 8.3. Consumo energético global 8.4. Água 9. Emissões de GEE vs Consumo de Energia 10. Avaliação do pot encial de poupança 11. Recomendações 12. Conclusões 2 3 4 6 8 9 9 9 10 12 12 12 12 15 15 15 17 19 20 22 22 23 24 25 27 28 30 32 2. Resumo Executivo O programa EcoCaf és f oi desenvolvido pela Quercus – Associação Nacional da Conser vação da Natureza, a Câmara Municipal de Oeir as e a OEINERG E, agência de energia do mesm o concelho . Este programa teve como object ivos principais a avaliação do potencial de poupança no sector da restauração , pela alteração de comportamentos e a promoção da ef iciência do consumo energético no sector da restauração. Para este projecto, f oram seleccionados e acompanhados 10 caf és – os EcoCaf és – do concelho de Oeiras. A avaliação do comportamento energético dos EcoCaf é s f oi ef ectuada através da medição real dos consumos dos equipamentos, bem como dos hábitos de ut ilização dos mesmos. Recorreu -se também à medição dos níveis de t emperatura e hum idade dos estabelecimentos e análise das suas caracter ísticas. Foram igualment e ef ectuadas as leituras dos contadores de electricidade, gás e água. O programa EcoCaf és, com dur ação de 6 meses (Fevereiro a Julho de 2007), consistiu n a caracter ização e monitor ização dos consumos energéticos, e avaliação do potencial de redução dos me smos. Foram identif icadas áreas de actuação a níve l comportamental, q ue permitem uma diminuição d os consumos de energ ia. A avaliação f inal do programa teve por base os comportamentos ver if icados e a avaliação do potencial de poupança. O acompanhamento no t erreno f oi f eito mensalmente , conseguindo-se medir 18% dos equipamentos. Dos dados recolhidos e analisados pode af irmar -se que o consumo de energia est á associado ao tip o de actividade desenvolvida no estabeleciment o. Verif icou-se também a existência d e comportamentos correctos, do ponto de vist a de ef iciência energética, nos EcoCaf és, tendo -se identif icado um potencial de redução de consumos , por alteração de comportamentos, inf erior ao expect ável. Assim, os EcoCaf és já aplicam as seguintes medidas: Utilização predominante de lâmpadas f luorescentes compactas, sendo as lâmpadas de halogéneo, apenas, ut ilizadas nos balcões e expositores em que estas já vêm integradas; Apenas um estabelecimento (01LV) possui lâmpadas incandescent es na zona da sala, no en tanto, estas encontram -se em menor número e têm uma baixa potência (25W ); Utilização pref erencial de iluminação nat ural; Apesar da maioria dos estabelecimento possuir equipamentos de climatização (apar elhos de ar condicionado), a utilização é realizada ape nas quando necessár io; A utilização cont ínua de equipament os f az -se, apenas, naqueles em que é necessário, como as arcas congelador as e os f rigoríf icos. A maior ia dos equipamentos presentes nestes estabeleciment os é desligada durante o per íodo em que o caf é se encontra f echado, como máquinas r egistadoras, máquinas de caf é, entre outros. No entanto, ver if ica m-se ainda a existência de algumas situações de utilização inef iciente de equipamentos: As arcas congelador as estarem com gelo, o que aumenta considerav elmente o consumo deste equipamento; Ter a porta aberta quando se está a utilizar o ar condicionado. Para se poder realizar uma avaliação mais complet a do consumo de energia neste sector, e do seu potencial de redução, é necessár io haver mais inf ormação sobre as caracter ísticas dos equipamentos . A regulamentação da sua ef iciência energética ir ia contribuir para a percepção dos consumos dos equipamentos e da existência de alternativas mais ef icientes. Este estudo identif icou uma consciencialização elevada par a a prática de comportamentos energeticamente ef icientes , por parte dos proprietários dos EcoCaf és, que poderá est ar relacionada com dois f actores: o peso da f actura da electr icidade no seu orçamento, e/ou a pró-actividade das autor idades locais na sensibilização para as questões ambientais. 3. Introdução Portugal tem uma elevada dependência energética exterior. Em 2005 a importação de combustíveis fósseis era cerca de 87,2%. Em relação à produção de energia eléctrica, a produzida através de fontes renováveis é maioritariamente hídrica, havendo por isso uma elevada dependência do nível de pluviosidade1. Em Portugal, entre 2000/2005 o consumo de energia final sofreu um aumento de 12,0%, tendo o consumo de electricidade neste período sofrido um aumento de 19,2% (MEI, 2008). O consumo de electricidade tem crescido aproximadamente 5,7% ao ano (média de três anos do crescimento do consumo anual, 2002-2005).2 Em 2007,este crescimento foi de 2,8%. O sector dos serviços é já responsável por 13% da energia final consumida, ficando em quarto lugar, logo atrás do sector doméstico (Figura 1). 6,3% 13,4% 28,4% Industria Transportes Doméstico 16,5% Serviço Outros 35,4% F i g u r a 1 – P e s o d o c o n s u m o d o s p r i n c i p a i s s e c t o r e s d e a c t i vi d a d e e c o n ó m i c a r e l a t i va m e n t e a o c o n s u m o f i n a l d e e n e r g i a ( D G E G , 2 0 0 5 ) O consumo energético do sector da restauração, hotelaria e similares, entre os anos de 2000 e 2005, cresceu na ordem dos 9 %. Nesta análise temos de ter em consideração a elevada heterogeneidade das actividades deste sector que resulta numa procura de energia muito diversificada nos vários edifícios, consoante se trate de um pequeno comércio ou de um hotel (Figura 2)3. No ano de 2005, este sector foi responsável por um consumo de 4,7% do total de energia produzida4. 1 C a r a c t e r i za ç ã o E n e r g é t i c a N a c i o n a l , D i r e c ç ã o G e r a l d e E n e r g i a e G e o l o g i a ( D G E G ) www.dgge.pt 2 R e d e E l é c t r i c a N a c i o n a l , 2 0 0 6 . D a d o s Té c n i c o s – w w w . r e n . p t e 3 E f i c i ê n c i a E n e r g é t i c a n o s E d i f í c i o s , D G E ( a c t u a l D G E G ) , F e ve r e i r o d e 2 0 0 2 4 DGEG - www.dgge.pt F i g u r a 2 - C o n s u m o s e s p e c í f i c o s d e e n e r g i a p o r t i p o d e e d i f í c i o d e s e r vi ç o s ( D G E , 1994) Atendendo ao elevado aument o de consumos no sector serviços , a Quercus em parceria com a Câmara Municipal d e Oeiras e a OEI NERGE criaram o programa EcoCaf és. O projecto EcoCaf és é um projecto pioneiro onde se pretende conhecer e avaliar se há pot encial de poupança energética pela alter ação de comportamentos nos caf és. 4. Objectivos O programa EcoCaf és f oi def inido com os seguintes objectivos principais: - Avaliar o potencial de poupança no sector de hotelaria pela alteração de comportamentos ; - Promover a ef iciência do consumo energético no sector da r estauração. Para conhecer o pot encial de poupança destes e st abelecimentos f oi necessário, em prim eiro lugar, conhecer os consumos energéticos e caracter izá- los. Por isto, outro dos object ivos f oi o da caracterização dos consumos energéticos. No ent anto, não é pretensão dest e pr ograma caracter izar os consumos de e nergia do sector de restauração. Este programa inovador contou a colaboração voluntár ia de 10 caf és, no concelho de Oeiras. Atingir uma redução de consumos pela ef iciência energética , através do aconselhamento de alterações de comportamento dos colabor adores sem interf erir , na medida do possível, com o f uncionamento dos estabeleciment os f oi a metodologia adoptada. A procura de equipamentos mais ef icientes do ponto de vista energético f ez também parte dos objectivos deste est udo. 5. Metodologia O programa EcoCaf és desenvolveu -se entre Fevereiro e Julho de 2007, realizando-se uma visita mensal a cada estabelecimento . 5.1. Fases de desenvolvimento - Selecções dos caf és – seleccionar am -se os estabelecimentos de acordo com a localização dos mesmos. - Fase de diagnóst ico – caracter ização e monitor ização dos consumos energéticos e avaliação do potencial de redução dos mesmos . A f ase de diagnóstico consistiu na car acterização dos caf és, em que se f ez: avaliação de consumos electr icidade, gás e água , pela análise dos dados dos respect ivos contadores; medição de equipam entos eléctr icos , ut ilizando aparelhos de medição específ icos ; medição de temper atura e hum idade , através de um equipamento específ ico; avaliação da tensão que passa a nível dos dif erentes disjuntor es, utilizando pinças amperim étr icas. 5.2. Equipamentos Utilizados No Programa Eco Caf és f oram utilizados aparelhos para a medição de consumos eléctricos e registo de valor es de temperatura e hu midade, dentro de cada estabelecimento . A seguir descrevem -se os aparelhos utilizados. Energy Check (Figura 3) – Permite a leit ura de consumos eléctricos em cada tomada, para um ou mais aparelhos; capacidade de leitura e registo até 99 dias, com arm azenagem de dados. Figura 3 – Energy Check utilizado na medição e registo de consumo de energia eléctrica de equipamentos Pinças amperimétri cas (multimétricas) (Figura 4) – Permit em medir da tensão em cada disj unto r, através de um dispositivo que abraça o condut or. Figura 4 – Pinça Amperimétrica (multimétrica) utilizada na medição 5.3. Diagnóstico No decorrer das visitas, de per iodicidade mensal , realizou- se a caracter ização e monitor izaçã o dos consumos energéticos dos EcoCaf és. Para esta avaliação recorreu -se a equipamentos de medição, bem como ao preenchimento de uma check- list que incluía os equipament os existent es e o tempo aproximado de utilização. Ef ect uaram -se, também, as leituras do s contadores de electricidade, gás e água. Medição de consumo de equi pamentos. Através de aparelhos de medição de consum os eléctricos – Ener gy Check – realizaram -se medições no maior númer o possível de equipamentos existentes nos estabeleciment os. Medição da corrent e eléctrica . Utilização de pinças amper imétricas que permitem medir a corrente que passa no f io condutor. Regist o dos consumos globais de energia. Os consumos globais monitor izaram -se através das leituras dos cont adores e da análise das f acturas de electr icidade e gás. Registaram -se, também as leit uras de consumo de água, por terem implicação directa no consumo de energia, pela necessidade de aquecimento. Levantamento dos hábitos de consumo. Através de um questionár io desenvolvido para carac terização dos hábitos de consumo f oi solicit ado aos responsáveis pelos EcoCaf és que identif icassem qual o per íodo de utilização de cada equipamento consumidor de energia, bem como tempos de ut ilização e identif icação de permanência ou não dos equipamentos em stand-by. Os levantamentos e medições descr it os f oram ef ectuados através das visitas dos técnicos, a cada Eco Caf é. Na Tabela 1 resume-se o delineamento previst o para as visitas aos EcoCaf és. T a b e l a 1 – D e l i n e a m e n t o p r e vi s t o p a r a a m o n i t o r i z a ç ã o d o s c o n s u m o s e n e r g é t i c o s em cada EcoCafé Monitorização Forma de Monitorização Periodicidade Número de aparelhos previsto Consumos globais de electricidade, gás e água Leitura de contadores Mensal - Consumos dos equipamentos eléctricos e consumos em Stand-by Energy checks 1 Equipamento/mês 1/Estabelecimento Hábitos de Consumo Questionário Em cada visita - 6. Implementação 6.1. Selecção dos EcoCafés A realização deste projecto teve como parceiros a Câmar a Municipal de Oeiras e a Agência Municipal de Energia de Oeiras (OEINERGE). Por este motivo, os estabelecimentos seleccionados encontram -se, na sua totalidade, neste concelho. Os caf és f oram seleccionados de acordo com proxim ida de entre eles. a sua localização e Após selecção a am ostra f icou const ituída por 4 caf és em Linda -a-Velha, 4 em Algés e 2 em Mir af lores. 6.2. Visitas aos EcoCafés No per íodo do estudo, Fevereiro a Julho de 2007, realizaram -se 7 visitas aos EcoCaf és. No decorrer d as visitas, realizou-se a monitorização dos consumos de energia dos estabelecimentos, como descr ito na Tabela 2. T a b e l a 2 – C a r a c t e r i z a ç ã o d o t i p o d e m o n i t o r i z a ç ã o r e a l i z a d o e m c a d a vi s i t a . Data 09-02-2007 16-02-2007 23-03-2007 30-04-2007 10-05-2007 19-06-2007 31-07-2007 Forma de monitorização Leitura de contadores X X X X X X X Consumos dos equipamentos Hábitos de consumo X X X X X X X X X X X 6.3. Recolha de dados Como descr ito no capítulo 5, a recolha de dados ef ectuou -se com o auxílio de equipamentos de medição Energy Check , Termohigrómetros e pinças amperimétr icas, e t ambém pelo registo dos contador es de electr icidade, gás e água. O número de equipamentos med idos neste project o f oi muito inf erior ao esperado (Figura 5) , tendo-se conseguido medir 18% dos equipamentos . Este f acto deve-se principalmente a condicionant es de ordem técnica: a potência máxima que os Energy Ch eck permitem medir é 3000W , e pela maior ia dos equipam entos est arem ligados ao sistema eléctr ico ou ligados em tomadas de dif ícil acesso . Assim, f icou de f ora a possibilidade de medir vár ios equipamentos específ icos deste sector de actividade, como máquinas de caf é, f ornos, tostadeiras e torradeiras industriais. Estes equipamentos são os que têm maior contributo para o consumo de energia dos EcoCaf és. 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Equipamentos Existentes Categoria Outros Máquinas de lavar Frio Entretenimento Cozinha Climatização Equipamentos Medidos Caf é Nº de equipamentos Em casos muito pontuais os r esponsáveis dos caf és seleccionados dif icultaram o acesso aos equipamentos. E mbora os caf és participantes f ossem todos voluntários e esta situação tenha ocorrido em pequeno número, dif icultaram em algumas situações o trabalho. F i g u r a 5 – N ú m e r o d e e q u i p a m e n t o s e x i s t e n t e s vs m e d i d o s Para colmatar a impossibilidade de medição dos equipamentos com potência super ior a 3000W , realizar am -se medições com pinças amperimétr icas para obter o consumo instantâneo destes equipamentos . No entanto, esta avaliação revelou -se im possível por vários motivos: Condutores (c abo ou f io) de dif ícil acesso; Disjuntores mal identif icados; Disjuntores não identif icados. Outra dif iculdade encontrada f oi a baixa f iabilidade dos valores, dado que as medições f oram realizadas nu m per íodo de tempo r eduzido , não correspondendo ao perf i l normal de consumo. 7. Resultados 7.1. Caracterização dos EcoCafés A maioria dos EcoCaf és ser ve r ef eições conf eccionadas no próprio estabeleciment o (Tabela 3). De not ar que um dos EcoCaf és tem f abrico próprio de pas telaria (02LV). Tabela 3 – Caracterização dos EcoCafés EcoCafé 01LV Área total 2 (m ) 60 Número de lugares sentados 32 Restauração/Bebidas/ Misto Misto 02LV 03LV 04LV 05ª 06ª 07ª 08ª 9M 10M 160 150 100 60 50 25 110 32 60 30 58 38 16 22 12 41 12 22 Misto Misto Misto Misto Bebidas Bebidas Misto Misto Misto 7.2. Confecção de refeições/Fabrico de Pastelaria Confecção de refeições Confecção de refeições/Fabrico de Pastelaria Confecção de refeições Confecção de refeições Confecção de refeições Refeições confeccionadas noutro local Refeições confeccionadas noutro local Confecção de refeições Equipamentos eléctricos e Iluminação Como ref erido no capítulo da metodologia , realizou-se uma caracterização dos equipamentos existentes nos vár ios estabelecimentos, tendo sido identif icados 42 equipamentos dif erentes. Como era de esperar, existem equipamentos comuns a todos os caf és, como a máquina e moinho de caf é, e os balcões f rigoríf icos , entre o utros. A maioria d os estabelecimentos possui aparelhos de ar condicionado (70%), arcas de gelados e congeladoras (70%), f orno (80%) e microondas (90%) (Figura 6). Televisão Tostadeira Torradeira Moinho de café Microondas Insectocutores Máquina registadora Máquina de tabaco Máquina de lavar loiça Máquina de gelo Máquina de café Liquidificador Leiteira Balcão frigorifico Forno Compressor de cerveja Balança Arca de gelados Arca congeladora Aparelhagem Aparelho de ar condicionado Percentagem 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Equipamento Figura 6 – Taxa de presença dos equipamentos nos EcoCafés Os equipamentos identif icados f oram agrupados nas seguint es categorias: Caf é, Climatização, Cozinha, Entretenim ento, Fr io, Máquinas de lavar e Outros (Tabela 4). Tabela 4 – Distribuição dos equipamentos por categorias Categoria Café Climatização Cozinha Entretenimento Frio Máquinas de Tipo de equipamento Máquina de café Balança comercial Leiteira Fiambreira Microondas Termoventilador Aparelho de ar condicionado Panela de sopa Forno Exaustor Fritadeira Televisão Aparelhagem de som Balcão frigorífico Frigorífico Arca congeladora Compressor de cerveja Máquina de lavar loiça Torradeira Tostadeira Liquidificador Máquina de sumos Moinho de café Ventoinha Grelhador Fogão Estufa Robot cozinha Rádio Montra vertical Mesa refrigeradora Arca de gelados lavar Outros Máquina registadora Termoacumulador Extractor de fumos Secador de mãos Máquina de tabaco Insectocutores Depurador de água Laminador Exaustor (WC) 7.2.1. Café De acordo com a divisão dos e quipamentos realizada, identif icaram -se 10 tipos dif erentes de equipamentos pertencentes à categoria Caf é, na qual se incluem os aparelhos específ icos dest e sector de actividade. ( Tabela 5). T abel a 5 - T ipo d e eq uip am ento s da cat eg ori a C af é p r e sen te s n os E co Ca fé s Categoria Café Tipo de equipamento Máquina de café Balança comercial Leiteira Fiambreira Microondas Torradeira Tostadeira Liquidificador Máquina de sumos Moinho de café Dentro desta categor ia f oi possível medir os consumos dos seguintes equipamentos: Torradeir a, Tostadeir a, Moinho de caf é e Micr oondas. Consumo (kWh/ano) Uma vez que a tostadeir a e a torradeira t ê m f unções semelhantes , os resultados são apr esentados em conjunto ( Figura 7). 600 500 400 300 200 100 0 06A (22ls) Tostadeira 08A(41ls) Tostadeira 09M(12ls) Torradeira 03LV(58ls) Torradeira EcoCafés Figura 7 - Consumo de torradeiras e tostadeiras dos EcoCafés Pela análise da Figura 7 verif ica-se uma grande discrepância no consumo das tostadeiras nos dif erentes caf és . Este f acto justif icar -se- á pela grande dif erença de potências dos equipamentos em causa (cerca de 1000W ) , mas também pelo maior volume de consumidores , como é o caso do caf é 08A. Relativamente às tor radeiras, a situação é semelhante pois t ambém existe alguma dif erença de potência entre dos equipamentos (cerca de 350 W ) de volume de consumidores (caf é 03LV). 80 70 60 50 40 30 20 10 0 500 400 300 200 100 Potência (W) Consumo (kWh/ano) Os moinhos de caf é estão presentes em t odos os caf és e é uma peça essencial nos mesmos. Neste caso f oi só possível realizar a medição em 4 moinhos de caf é (Figura 8). Consumo (kWh/ano) Potência (W) 0 10M(22ls) 02LV(30ls) 04LV(38ls) 08A(41ls) EcoCafé Figu r a 8 – Con su mo dos mo inh os d e ca fé dos Ec oC afé s O baixo consumo do moinho do EcoC af é 02LV justif ica -se por se tratar de um moinho de dicado ao caf é descaf einado, sendo por isso menos utilizado. O moinho do EcoCaf é 04LV tem uma potência comparat ivamente aos restantes caf és (quase o dobr o) . muito elevada No caso dos caf és 08A e 10M, apesar de os moinhos terem potências idênticas, os caf és têm um número de lugares sentados muit o díspares: o caf é 08A tem o dobr o do número de lugares do 10M. Um das queixas mais f requentes dos clientes diz r espeito ao ruído deste tipo de equipamento. Inf elizmente o ruído não f az p arte da análise deste estudo, mas esperamos que f uturamente os f abricantes também tomem em atenção a este f actor. Em 6 EcoCaf és f oram medidos os consumos de microondas (Figura 9). 03LV(58ls) 08A(41ls) 10M(22ls) 06A(22ls) 05A(16ls) 09M(12ls) Consumo (kWh/ano) 2500 2000 1500 1000 500 0 EcoCafés Figu r a 9 – Con su mo d os m ic ro ond as do s E coC af é s Apesar das potências dos vár ios equipamentos serem semelhantes, é notório o elevado consumo de energia por parte dos microondas do estabeleciment o 05A e 08A. Just if ica -se estes consumos elevados pela elevada utilização destes eq uipamentos nestes caf és. O microondas do 03LV tem a potência superior, no entanto é utilizado por um per íodo mais curto. 7.2.2. Frio Esta categoria é constituída por todos os equipament os que têm a f uncionalidade de ref rescar ou congelar. Foram identif icados 7 t ipos dif erentes de equipamentos nos EcoCaf és ( Tabela 6). Tabela 6 - Tipo de equipamentos da categoria Frio presentes nos EcoCafés Categoria Tipo de equipamento Balcão frigorífico Montra vertical Frigorífico Mesa refrigeradora Frio Arca de gelados Arca congeladora Compressor de cerveja Dentro desta categor ia, f oi possível analisar cinco arcas de gelados (Figura 10). 03LV(58ls) 08A(41ls) 04LV(38ls) 10M(22ls) 09M(12ls) Consumo (kWh/ano) 7000 6000 5000 4000 3000 2000 1000 0 EcoCafés Figu r a 1 0 – Con su mo da s a r ca s de g el ad o s d os Ec oC af és A arca do estabelecimento 08A apresent a um consumo muito superior aos restantes, 6105 kW h/ano (média dos restantes é de 1504 kWh/ano). Este f acto é justif icado por esta arca ser um modelo em que a zona de abert ura é menos isolante, o que leva a maiores trocas térmicas com o exterior. As restantes dif erenças de consumos das restantes arcas será devido ao maior númer o de aberturas da arca. 7.2.3. Outros Tabela 7 - Tipo de equipamentos da cate goria Frio presentes nos EcoCafés Categoria Tipo de equipamento Máquina registadora Termoacumulador Outros Extractor de fumos Secador de mãos Máquina de tabaco Insectocutores Depurador de água Laminador Exaustor (WC) Analisou-se, ainda, os consumos de três máquinas de tabaco, que se encontram metade dos estabelecimentos ( Figura 11) Consumo (kWh/ano) 200 150 100 50 0 10M(22ls) 08A(41ls) 03LV(58ls) EcoCafés Figu r a 1 1 – Con su mo s d a s má qui na s de t a ba co do s E coC af és . Das três máquinas de tabaco medidas, a que se enc ontra no EcoCaf é 03LV é a que apresenta menor consumo , sendo também a que apresenta o menor tempo de ut ilização , dado que o propriet ário a desliga à noit e. A máquina que apresenta um consumo mais elevado (10M) tem uma potência consideravelmente super ior ás restantes (1400 W para 30 W ), o que se deverá ao f acto de ter um maior número de canais (para escolha do tabaco a comprar) , implicando um consumo superior de energia . 8. Análise de consumos globais Analisaram -se os consumos globais realizando leituras de contadores. de electricidade, gás e água, 8.1. Electricidade 10000 8000 6000 4000 2000 03LV(58ls) 08A(41ls) 04LV(38ls) 01LV(32ls) 02LV(30ls) 10M(22ls) 06A(22ls) 05A(16ls) 09M(12ls) 0 07A(12ls) Consumo (kWh/mês) Foram registadas as leituras dos contadores de electricidade em todos os EcoCaf és. Na Figura 12 apresenta-se os valor es médios dos consumos de electricida de nos EcoCaf és. EcoCafés Consumo (kWh/mês) Consumo da fabrica (kWh/mês) Média (kWh/mês) Figura 12 - Consumo médio de electricidade (kWh/mês) no EcoCafés O EcoCaf é 02LV apr esenta o consumo total de electr icidade mais elevado, por ter f abrico próprio de pastelar ia. O s consumos de electricidade da f ábrica de pastelar ia e de caf é são medidos por contador es independentes, ver if icando-se que o maior consumo é para o f abrico de pastelar ia. Para o cálculo do consumo de electr icidade, ut ilizaram -se apenas os valores da parte do caf é, de f orma a comparar co m a actividade dos restantes caf és. Considerando apenas o consumo da ár ea de caf é verif ica -se que este tem um consumo inf erior à média. O consumo médio de electricidade dos EcoCaf és é, assim, de 3048 kW h/mês, variando entre 710 e 6120 kW h/mês . De acordo com a Figura 12, o consumo de electr icidade não está relacionado com o número de lugares sentados . Ver if ica- se, sim, uma relação com o tipo de actividade desenvolvida no estabelecimento: Os EcoCaf és que apresentam maiores consumos de electricidade (04LV, 05A, 08A e 10M) são os que tam bém utilizam de f orma mais f requente o f orno ; Os consumos dos restantes estabelecim entos encontram -se abaixo da média. No entanto, podemos agrupar os estabelecim entos de acor do com o tipo de actividade e consumo. Assim, verif ica -se que os EcoCaf és 01LV e 03LV que conf eccionam ref eições apr esentam consumos um pouco mais elevados. O estabeleciment o 06A apresenta um valor próximo destes, mesmo não conf eccionando ref eições, mas tem associada uma mercearia; Os EcoCaf és , 07A e 09M, apresentam os consumos mais baixos, sendo que o pr imeir o não ser ve ref eições e o segundo , apesar de f ornecer este ser viço, as ref eições são conf eccionadas noutr o local. 8.2. Gás Consumo (m3 GN (n) / mês) Apenas 1/3 dos EcoCaf és utilizam gás. À semelhança dos consumos de electricidade, o estabelecimento que apr esenta maior consumo de gás é o 02LV, por ter associada uma f ábrica de pastelar ia ( Figura 13). Por este motivo, o valor de consumo deste caf é não f oi utilizado para o cálculo da média de consumo deste tipo de energia. 140 120 100 80 60 40 20 0 02LV(30ls) 04LV(38ls) 03LV(58ls) EcoCafé Figura 13 - Consumo médio de gás (m3 GN (n) /mês) no EcoCafés Numa comparação entre os consumos dos rest antes est abelecimentos, ver if ica-se que o Eco Caf é 03LV apresenta consumos um pouco super iores. Pode-se justif icar este valor dado o número mais elevado de lugares sentados deste estabelecimento, o que pode resultar a um número mais elevado de ref eições servidas. 8.3. Consumo energético global 03LV(58ls) 08A(41ls) 04LV(38ls) 01LV(32ls) 02LV(30ls) 10M(22ls) 06A(22ls) 05A(16ls) 09M(12ls) 35 30 25 20 15 10 5 0 07A(12ls) Consumo total (GJ/mês) O consumo global de energia (gás e electricidade) f oi calculado em Joules, unidade que se utiliza para agregar valores de energia eléctrica (kW h) e gás (m 3 (n) GN) (Figura 14). EcoCafés Figura 14 - Consumo global de energia dos EcoCafés Verif ica-se que o consumo global de energia tem a mesma tendência que o consumo de electricidade, isto é varia de acordo com a actividade do caf é, não sendo, portanto , signif icat ivo o cont ributo do consumo de gás para o consumo global de energia. Este f acto pode justif icar -se pelo baixo número de equipamentos que utilizam este tipo de energia. Assim, tal como se justif icou no capítulo Electr icidade, verif ica-se que o consumo de energia está relaci onado com o tipo de actividade do estabeleciment o. Assim, o EcoCaf é que apresenta um consumo global mais elevado é o que tem f abrico própr io de pastelaria (02LV). Dado à elevada discr epância que existe no consum o deste caf é relativamente aos restantes, não se considerou o valor do consumo deste para o cálculo da média. Os EcoCaf és que apresentam um consumo super ior à média têm uma utilização do f orno intensiva (04LV, 05A, 08A e 10M). Dos restant es que se encontram abaixo da média de consumo, 01LV e 03LV, têm consum os um pouco mais elevados porque conf eccionam ref eições. O EcoCaf é 06A, apesar de não conf eccionar ref eições, apresenta um valor próximo destes, pois tem uma mercearia associada. Por f im, justif ica -se os baixos consumos dos es tabeleciment os 07A e 09M, por o pr imeiro apenas ser ve bebidas e o segundo por servir r ef eições conf eccionadas noutro local, tal como acontece no consumo de electricidade. 8.4. Água 140 120 100 80 60 40 03LV(58ls) 08A(41ls) 04LV(38ls) 01LV(32ls) 02LV(30ls) 10M(22ls) 06A(22ls) 05A(16ls) 09M(12ls) 20 0 07A(12ls) Consumo (m3/mês) Analisaram -se, também os consumos de água dos vár ios estabelecimentos. À semelhança dos resta ntes consumos o consumo de água do EcoCaf é 02LV é o mais elevado. EcoCafés 3 Figura 15 - Consumo médio de água (m /mês) nos EcoCafés Contrar iament e ao consumo de energia o consumo de água é muito semelhante entre os vár ios EcoCaf és. No entanto, é possíve l agrupar -se o consumo dos estabelecimentos de acordo com a sua t ipologia . Desta análise resulta que os est abeleciment os com consumos mais elevados são os que servem ref eições De ref erir a excepção do estabelecimento 09M, que apesar de ser vi r ref eições tem uma área inf erior aos r estantes , e o 01LV cujos propr iet ário s apresentam um nível elevado de sensibilização para a racionalização de consumos . Realizou-se ainda uma análise da relação entre o consumo de água e o número de lugares sentados (Figura 16). Nesta análise não se consi derou o consumo do EcoCaf é 02LV (com f ábrica de pastelaria), por ter um consumo bastante m ais elevado que os r estantes. Esta discr epância deve se à existência de uma f ábrica d e pastelaria. Consumo (m3/mês) R2 = 0,9814 40 35 30 25 20 15 10 5 0 0 10 20 30 40 50 60 70 Número de lugares sentados Figura 16 - Consumo de água em função do número de lugares sentados Esta análise permit iu -nos af erir que há uma tendência para um aumento do consumo de água quando o número de lugares sentados, também, é super ior. 9. Emissões de GEE vs Consumo de Energia A avaliação das em issões de gases com ef eito estuf a (GEE) pode ser realizada a partir dos consumos de ener gia, uma vez que est es parâmetros estão relacionados. Realizou-se a análise de emissões de GEE par a os vár ios EcoCaf és (Figura 17), tendo como ref erência os valores de emissões de Dióxido de Carbono (CO 2 ), dado que este é o gás que mais contribui par a o ef eito de estuf a. O cálculo das emissões f oi f eito com base no f actor de emissões de CO 2 para a produção de electricidade , realizados pela Quercus, para o ano de 2007. Este valor f oi obtido através dos dados of iciais do mix energético para a produção de e lectricidade, result ando num f actor de emissão de 481 gCO 2 /kW h. No caso das emissões de gás natural, ut ilizou -se a f órmula de cálculo do PNALE. 5000 Emissões (kg CO2/mês) 4500 4000 Emissões relativas ao consumo de gás natural 3500 3000 Emissões relativas ao consumo de electricidade 2500 2000 1500 Média de emissões relativas ao consumo de electricidade 1000 500 03LV(58ls) 08A(41ls) 04LV(38ls) 01LV(32ls) 02LV(30ls) 10M(22ls) 06A(22ls) 05A(16ls) 09M(12ls) 07A(12ls) 0 EcoCafés F i g u r a 1 7 - E m i s s õ e s d e d i ó x i d o d e c a r b o n o ( K g CO 2 / m ê s ) d o s E c o C a f é s As emissões CO 2 relat ivas ao consumo de electricidade dos vár ios EcoCaf és são em m édia de 1.485 kgCO 2 /mês. No cálculo deste valor não se considerou as em issões realizadas pelo estabelecim ento 02LV, devido à elevada discrepância que exist e no consumo deste caf é relativamente aos restantes, como ref erido anteriormente. Para ter um termo de comparação pode -se dizer que este valo r corresponde à existência de 18 lâmpadas de 60W ligadas 8 horas por dia durante um ano. À semelhança do verif icado no capítulo 8.3 Consumo energético global , o consumo de gás nat ural tem um baixo contributo nas em issões de CO 2 . . 10. Avaliação do potencial de poupança Este programa tinha por objectivo avaliar o potencial de poupança no consumo energético de estabelecimentos da área da restauração . Vários f actores conduziram a que não f osse possível quantif icar o potencial de poupança nestes estabeleciment os , como inicialmente previsto . Os principais motivos f oram: não f oi possível f azer a caracter ização de grande parte dos equipamentos, porque a potência é mu ito elevada para o Energy Check poder medir ; existência de equipamentos ligados directamente à corrente, ou com tomadas de dif ícil acesso; as marcas de caf és e gelados que f ornecem os equipamentos aos caf és, mas não entregam os manuais , não sendo possível obt er os dados técnicos dos aparelhos; a et iqueta de ef iciência energética , nomeadamente nos equipamentos de f rio, só se aplica ao sector doméstico , sendo que estes equipamentos têm uma presença signif icativa nestes estabeleciment os. Por caf é existem , em média, 5 equipamentos de f rio. Verif icou-se também já existir em comportamentos correctos, do ponto de vista de ef iciência energética, nos EcoCaf és, o que conduziu a que praticam ente não se tenham ident if icado áreas onde actuar. Assim, os EcoCaf és já apli cam as s eguintes medidas: Utilização predominante de lâmpadas f luorescentes compactas, sendo as lâmpadas de halogéneo , apenas, ut ilizadas nos balcões e expositores em que estas já vêm integradas; Apenas um estabelecimento (01LV) possui lâmpadas incandescent es na zona da sala, no entanto, estas encontram -se em menor número e têm uma baixa potência (25W ); Utilização pref erencial de iluminação nat ural; Apesar da maioria dos estabelecimento possuir equipamentos de climatização (apar elhos de ar condicionado), a utilização é realizada apenas quando necessár io; A utilização cont í nua de equipament os f az-se, apenas, naqueles em que é necessário, como as arcas congelador as e os f rigoríf icos. A maior ia dos equipamentos presentes nestes estabeleciment os é desligada dur ante o per íodo em que o caf é se encontra f echado, como máquinas r egistadoras, máquinas de caf é, entre outros. No ent anto, no capítulo seguinte serão apontadas as recom endações que podem tornar ainda os EcoCaf és mais ef icientes. É necessár io haver mais in f ormação relat iva aos consumos de equipamentos, bem como regulamentação da ef iciência energética dos mesmos, para haver uma maior consciencialização dos consumos dos equipamentos e possibilitar a opção por alternativas mais ef icientes. 11. Recomendações Verif icou-se no decorrer do projecto que os EcoCaf és já tinham vár ias preocupações com o seu consumo de energia . No entanto , assinalam -se aqui mais algumas medidas a tomar par a uma maior ef iciência energética . Equipamentos de Frio Descongelar periodicament e as arcas congeladoras (quando estas já t iver em apr oximadamente 5 m m de gelo). De acor do com dados obtidos no projecto EcoFam ílias 5, o descongelamento periódico deste tipo de equipamentos permite uma poupança de 23% no consumo do equipamento . Não encher demasiado o f rigoríf ico/ar ca congeladora; a cer ca de ¾ da capacidade é possível obt er uma maior ef iciência destes equipamentos; Regular a temperatura de congelação/r ef rigeração apenas para o máximo recomendado pelo HACCP 6, pois uma diminuição desta temper atura apenas contribui para um gasto super ior de energia; Relativamente à localização dos equipamentos de f rio deve - se ter em atenção as seguintes indicações: o o o o Af astar os equipamentos de f ontes de calor, como janelas com sol, f ornos, f ogões, esquentadores ; Evitar locais pouco arejados; Af astar os equipamentos da par ede, cerca de 5cm; Manter a grelha lim pa e sem obstáculos à circulação de ar. Iluminação 5 Subst ituir as lâmpadas de halogéneo, sempre que possível, por lâmpadas f luor escente s compactas com o me smo f ormato; Instalar detector es de presença e m zonas com uma ut ilização esporádica; Pr oj ec t o d a Q u er c us de a va l i aç ã o d os c o ns um os e n erg é tic os d o s ec t or dom és t ic o, e de im pl e m e ntaç ã o d e m ed i das c om v is t a à re d uç ã o d e c o ns um os . 6 H a zar d An a l ys is Cr it i c a l Co ntr o l P o i nts (H A CC P) é um s is t em a pr e ve n ti v o q u e bus c a a pr o d uç ã o d e a l im ent os i n óc u os . Es t e pr i nc í p i o es t á s us te nt ad o n a ap l ic aç ã o d e pr i nc í p io s t éc n ic os e c i e nt íf ic o s n a pr od uç ã o e m an u s eam en t o d os a lim e nt os d es d e o c a m po a té a m es a d o c o ns um i dor . Manter as lâmpadas e os bolbos ou pr otectores bem limpos para que a energia gasta seja apr oveitada na totalidade. Preparação de ref eições Sempre que possível, manter a panela tapada enquanto cozinha; Deve-se, também baixar a chama ao m ínimo necessário; A chama ou placa eléctrica não deve ser maior que a panela; Para manter o rendimento, deve manter os bicos de gás, as placas e o f orno limpos. 12. Conclusões Este traba lho teve por objectivo avaliar os consumos energéticos e determinar áreas de redução de consumos de pequenos est abelecimentos comerciais da área da restauração. Ao longo da realizaçã o deste pr ojecto sentiram -se dif iculdades na medição de equipamentos, em grande parte devido à potência máxima que os equipamentos de medição – Energy Checks – permitem obter (3000W ). A existência de equipamentos ligados directam ente à cor rente, ou com tomadas de dif ícil acesso, são f actores que também contribuíram par a um número reduzido de medições de equipamentos. Para ultrapassar estas dif iculdades, realizaram -se medições nos disjuntores, utilizando pinças amperimétr icas. Esta técnica também se revelou inef icaz por diversas razões, como: condutores (c abo ou f io) de dif ícil a cesso; disjuntor es mal identif icados; d isjuntores não identif icados; medições r ealizadas num instante, não correspondendo ao perf il normal de consumo. A tipologia de equipamentos, como ser ia de esperar, não var ia muit o entre os vários estabelecimentos , tendo sido identif icados 42 equipamentos dif erentes. At endendo à actividade desenvolvida n estes estabelecimento s, há aparelhos que se encontram na t otalidade dos caf és, como por exemplo, máquinas de caf és, balcões f rigor íf icos, moinhos de caf é, entre outros. Verif icou- se, ainda, que a maior ia dos caf és possui aparelhos de ar condicionado e arcas congeladoras ( 70%), f orno (80%) e microondas (90%). Este estudo permit iu verif icar que a tipologia de estabelecimento (f abrico de pastelaria associado, restauração, bebidas) está directamente relacionada com o consumo de energia (electricidade e gás) . No que diz respeito ao consumo de elect ricidade , a sua relação com o t ipo de act ividade desenvolvida em cada EcoCaf é, traduz -se em dif erenças muito signif icativas, em que o consumo varia entre 710 e 6120 kW h/mês. Relativamente ao consumo de gás, ver if icou -se que este não apresenta um contributo muito sig nif icat ivo no consumo global de energia, dado que a maior ia dos equipamentos ut ilizados nest es caf és são eléctricos. No caso da água, apesar de não haver dif erenças sig nif icat ivas no consumo dos EcoCaf és, ver if ica -se igualmente aqui uma r elação com a tipologia do estabelecimento , mas tam bém com o númer o de lugares sentados. No decorrer das visitas obser varam -se comport amentos correctos do ponto de vist a de consumo racional de ef iciência energética, como: A existência de lâmpadas incandescentes, em apenas um estabeleciment o, que se encontram em baixo número e de baixa potência (25W ); Utilização pref erencial de iluminaçã o nat ural; Utilização racional de equipamentos de ar condicionado, isto é, apenas quando é est ritamente necessário; Utilização em cont inuo de equipament os apenas quando se releva necessário, como arcas congelador as, f rigoríf icos. Os r estantes equipamentos são n a maioria desligados quando o estabelecimento f ica sem ocupação. Embora os comportamentos correct os sejam a maioria, verif icou-se ainda alguns comportamentos que podem ser melhorados. Por exemplo, a maior ia das arcas congeladoras continha gelo, o que implica um gasto de energia desnecessário, que pode chegar a 30% do consumo do equipamento. Ver if icou-se também, que apesar de haver uma utilização racional dos equipamentos de ar condicionado, est es são utilizados com a porta do estabeleciment o aberta, o que também implica um maior consumo de energia para manter a temperat ura interior do estabelecimento constant e. Uma área important e para se poder realizar uma avaliação mais completa do consumo de energia neste sector, e do seu potencial de redução, é o consumo dos electrodomésticos industriais. Aqui, a existência de inf ormação sobre as caracter íst icas deste s equipamentos e a regulamentação de uma et iqueta de ef iciência energética, iria m contribuir para a consciencialização dos consumos e a percepção da existência de alternativas mais ef icientes. Este projecto procurou dar uma primeira percepção do potencial de ef iciência energética no sector da restauração, tendo -se ver if icado exist ir uma da elevada consciencializaçã o com portamental dos proprietár ios dos EcoCaf és nesta área, que não se antevia ser tão expressiva. Esta sit uação poderá dever-se ao peso da f actura da electricidade no orçamento, e/ou à pró-actividade das autoridades locais na sensibilização para as quest ões ambientais. Só um estudo alargado a outras zonas do país poderá indicar qual dos f actores est ará na or igem desta realidade .