Montemor- o -Velho Acessível Manual de Orientações Técnicas Acessibilidade e Mobilidade Ficha Técnica Título Montemor-o-Velho Acessível Manual de Orientações Técnicas Acessibilidade e Mobilidade Coordenação de Conteúdos Paula Teles Propriedade Câmara Municipal de Montemor-o-Velho mpt®_mobilidade e planeamento do território, lda. Coordenação Geral Paula Teles Pedro Ribeiro da Silva Coordenação Operacional Adelino Ribeiro Jorge Gorito Câmara Municipal de Montemor-o-Velho Executivo Luís Marques Leal, Presidente Abel Oliveira Girão, Vereador Equipa Técnica Adelino Caridade Cristina Aguiar Hélio Dias Gonçalo Cristo Miguel Figueira Tânia Duarte Equipa Técnica Adriana Sá Ana Silva Conceição Teixeira Daniel Geada Daniela Teixeira ISBN 978-989-8427-17-5 Depósito Legal Design Gráfico Sofia Ferreira Soraia Sousa 2 | Montemor-o-Velho Acessível Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 3 Índice Prefácio / Introdução 14 1. Espaço Público 18 1.1. Metodologia Orientadora 19 1.2. Tipologias de Barreiras 22 1.2.1. Barreiras Urbanísticas e Arquitetónicas 23 1.2.1.1. Abrigos de transportes coletivos 23 1.2.1.2. Armários 23 1.2.1.3. Árvores 24 1.2.1.4. Ausência de passeio ou passeio subdimensionado 25 1.2.1.5. Bandeira / Floreira (Poste com) 26 1.2.1.6. Boca-de-incêndio 26 1.2.1.7. Bola, Prumo ou Meco 27 1.2.1.8. Cabina telefónica 28 1.2.1.9. Caldeira de árvore 28 1.2.1.10. Candeeiro de iluminação pública 29 4 | Montemor-o-Velho Acessível 1.2.1.11. Cicloparque 30 1.2.1.12. Contentor do lixo 30 1.2.1.13. Degrau / Escada 31 1.2.1.14. Floreira 32 1.2.1.15. Gradeamento 32 1.2.1.16. Marco do correio 33 1.2.1.17. Mupi 34 1.2.1.18. Papeleira 34 1.2.1.19. Parquímetro 35 1.2.1.20. Passadeira 36 1.2.1.21. Passadeira mal dimensionada 36 1.2.1.22. Passadeira a terminar em estacionamento 37 1.2.1.23. Pavimento degradado 38 1.2.1.24. Placa toponímica 38 1.2.1.25. Quiosque 39 1.2.1.26. Rampa 40 1.2.1.27. Rebaixamento de passeio 40 1.2.1.28. Sinalização de trânsito (inclui semáforos) 41 1.2.1.29. Estacionamento para pessoas com mobilidade reduzida 42 1.2.2. Barreiras Móveis|Temporárias 43 1.2.2.1. Estacionamento abusivo 43 1.2.2.2. Iluminação de festas e romarias 44 Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 5 1.2.2.3. Obra ou tapume de obra 44 1.3.1.19. Parquímetro 61 1.2.2.4. Obstáculo comercial 45 1.3.1.20. Passadeira 62 46 1.3.1.21. Dimensionamento de Passadeira 62 47 1.3.1.22. Passadeira a terminar em estacionamento 63 1.3. Orientações Para a Eliminação de Barreiras Urbanísticas 1.3.1. Barreiras Urbanísticas e Arquitetónicas 1.3.1.1. Abrigos de transportes coletivos 47 1.3.1.23. Pavimento confortável e acessível 64 1.3.1.2. Armários 48 1.3.1.24. Placa toponímica 64 48 1.3.1.25. Quiosque 65 1.3.1.3. Árvores 1.3.1.4. Passeio confortável e acessível 49 1.3.1.26. Rampa 66 1.3.1.5. Bandeira / Floreira (Poste com) 50 1.3.1.27. Rebaixamento de passeio 67 1.3.1.6. Boca-de-incêndio 51 1.3.1.28. Sinalização de trânsito (inclui semáforos) 69 1.3.1.7. Bola, Prumo ou Meco 51 1.3.1.29. Estacionamento para pessoas com mobilidade reduzida 70 1.3.1.8. Cabina telefónica 52 1.3.1.9. Caldeira de árvore 54 1.3.2.1. Estacionamento abusivo 71 1.3.1.10. Candeeiro de iluminação pública 54 1.3.2.2. Iluminação de festas e romarias 72 1.3.1.11. Cicloparque 55 1.3.2.3. Obra ou tapume de obra 72 1.3.1.12. Contentor do lixo 56 1.3.2.4. Obstáculo comercial 73 1.3.1.13. Degrau / Escada 57 1.3.1.14. Floreira 58 1.4.1. Percurso acessível 74 1.3.1.15. Gradeamento 59 1.4.2. Perfis Tipo de Rua 78 1.3.1.16. Marco do correio 59 1.4.2.1. Ruas com Perfil Inferior a 5,15m 79 1.3.1.17. Mupi 60 1.4.2.2. Ruas com Perfil entre 5,15m e 5,40m 80 1.3.1.18. Papeleira 60 1.4.2.3. Ruas com Perfil médio entre 5,40m e 8,40m 81 6 | Montemor-o-Velho Acessível 1.3.2. Barreiras Móveis 71 1.4. Generalidades 74 Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 7 1.4.2.4. Ruas com Perfil médio entre 8,40m e 9,60m 82 2.3.3.4. Escada 105 1.4.2.5. Ruas com Perfil Superior a 9,60m 83 2.3.3.5. Rampa 107 2.3.3.6. Ascensores 109 2.3.3.7. Plataforma Elevatória 111 2. Edificado 87 2.1. Metodologia Orientadora 88 2.2. Tipologia de Barreiras 89 2.3.4.1. Soleira / Degrau 113 2.3. Propostas de Sistematização e Correção do Edificado 90 2.3.4.2. Porta 113 90 2.3.4.3. Acesso ao Tanque de Piscinas (Caso Específico) 115 2.3.1. Acesso Exterior ao Edifício 2.3.4. Acesso a Dependências e Instalações 113 2.3.1.1. Estacionamento 90 2.3.1.2. Canais de circulação pedonal / Mobiliário urbano 92 2.3.5.1. Balcões de Atendimento / Zonas de Alcance 116 2.3.1.3. Pavimento Confortável 92 2.3.5.2. Instalações Sanitárias / Vestiários para pessoas com mobilidade reduzida 117 2.3.5.3. Organização do Mobiliário/Pisos 121 2.3.5.4. Salas de Espetáculos (Caso Específico) 122 2.3.2. Acesso ao Edifício 94 2.3.2.1. Degrau / Escada 94 2.3.5. Dependências 116 2.3.2.2. Rampas 96 2.3.2.3. Soleiras 99 2.3.2.4. Porta de entrada 100 3.Transportes 126 2.3.2.5. Pisos 102 3.1. Metodologia Orientadora 128 103 3.2. Sistematização de Problemas e Propostas de Correção de Infraestruturas 2.3.3. Distribuição do Edifício 2.3.3.1. Átrio 103 2.3.3.2. Corredor 104 2.3.3.3. Corredor em Edifícios Escolares e de Formação 105 8 | Montemor-o-Velho Acessível 2.3.6. Sinalética 124 de Apoio a Transporte Coletivo 130 3.2.1. Plataforma de acesso 130 3.2.2. Localização de Abrigos e / ou postiletes 131 3.2.3. Acesso ao interior do Abrigo 133 Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 9 3.2.4. Lugares para acomodação de cadeira de rodas no abrigo 134 4.2.4. Espaçamento entre Linhas 158 3.2.5. Informação 134 4.2.5. Texto e Imagens 159 3.2.6. Sinalização de Paragens Reservadas a Autocarros 136 4.2.6. Formulários 160 3.2.7. Design dos Abrigos 138 4.2.7. Margens 160 3.2.8. Mobiliário Urbano (desenho universal) 139 4.2.8. Impressão 161 3.2.9. Faixas tácteis de acesso aos veículos paralelas à guia e conjugação com faixas tácteis de direção 3.2.10. Bilheteiras acessíveis a pessoas com deficiência física ou de baixa estatura Transporte Coletivo 162 140 4.3.1. Tamanho de letra 162 141 4.3.2. Contraste 163 4.3.3. Espaçamento entre Linhas 164 142 4.3.4. Texto e Imagem 164 3.3. Sistematização de Problemas e Propostas de Correção de Veículos de 4.3. Casos Práticos de Aplicação das Orientações Efetuadas 3.3.1. Acessos ao interior do veículo 142 4.3.5. Formulários 165 3.3.2. Corredores 143 4.3.6. Impressão 165 3.3.3. Lugares Reservados 144 3.3.4. Espaços de Acomodação de Cadeiras de Rodas e Carrinhos de Bebé 145 5. Infoacessibilidade 166 3.3.5. Botões de Paragem e Apoios 147 5.1. Metodologia Orientadora 168 3.2.6. Informação Disponível Sobre os Serviços 148 5.2. Recomendações para a acessibilidade de conteúdos internet 170 5.2.1. Legendagem de imagens 171 4. Comunicação 150 5.2.2. Tamanhos das Letras dos Textos 172 4.1. Metodologia Orientadora 152 5.2.3. Comprimento do texto na página ajustado à janela 172 4.2. Recomendações gerais para elaboração de documentos de comunicação 154 5.2.4. Identificação dos Campos dos Formulários 173 4.2.1. Tipos de Fonte e Estilos 155 5.2.5. Navegação através do Teclado 173 4.2.2. Tamanho de Letra 157 5.2.6. Garantir textos compreensíveis fora do contexto 174 4.2.3. Contraste 157 5.2.7. Forma simples de contato com o responsável da página 175 10 | Montemor-o-Velho Acessível Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 11 5.2.8. Utilização de ferramentas automáticas de análise da acessibilidade 175 5.3.3.3. Leitor de Ecrã 184 5.2.9. Afixar o símbolo de acessibilidade em páginas Web 176 5.3.3.4. Linha de Braille 184 5.2.10. Sítios de Referência (Nacionais e Internacionais) 177 5.3.3.5. Impressora Braille 185 178 5.3.3.6. Braille n´Speak 185 5.3. Recomendações para a acessibilidade em Espaços de acesso à Informação 5.3.1. Sítios de Referência (Nacionais e Internacionais) 179 5.3.1.1. Ponteiro da Cabeça 179 Bibliografia 5.3.1.2. Teclado no Ecrã 179 Fontes das Figuras 5.3.1.3. Tracker 180 5.3.1.4. TrackBall 180 5.3.1.5. Joystick 181 5.3.2. Produtos orientados para a Deficiência Auditiva 5.3.2.1. Legendagem 181 5.3.2.2. Conversores de texto para Língua Gestual 182 5.3.3. Produtos orientados para a Deficiência Visual 183 5.3.3.1. Monitor de Grande Dimensão 183 5.3.3.2. Software de Ampliação 183 12 | Montemor-o-Velho Acessível 85, 125, 149, 165, 185 181 186 MAIS MOBILIDADE MAIS CIDADANIA Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 13 Territórios com Acessibilidade e Mobilidade para Todos 14 | Montemor-o-Velho Acessível Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 15 ... a nossa cidade só fará sentido quando todos a Introdução percorrermos livremente, cada um com as suas diferenças de capacidade de mobilidade... Pensar a Acessibilidade de forma estratégica implica intervir em de Montemor-o-Velho por considerarmos estas regras essenciais na construção de um diferentes áreas sectoriais, designadamente: município mais acessível. É ainda, um instrumento que aponta soluções para os problemas • Espaço público; diagnosticados em matéria de acessibilidade e mobilidade para todos de forma descritiva e • Edificado; ilustrativa através de bons e maus exemplos. Os exemplos figurados neste manual surgem • Transportes; através de fotografias, fotomontagens e desenhos tendo por base várias bibliografias • Informação e Comunicação; referenciadas no final do manual. Todas as soluções apontadas têm como fonte o Decreto-Lei • Infoacessibilidade – tecnologias da informação. 163/2006 de 8 de agosto, descritas de forma sucinta e clara, tornando a sua consulta mais eficaz e direta. A abordagem apresentada neste manual é fundamental para consolidar estratégias e democratizar os espaços e lugares das cidades e vilas O caderno técnico prevê soluções nas mais diversas áreas, revelando-se um instrumento que a todos pertencem, uma vez que, a acessibilidade e mobilidade é essencial na construção de territórios democráticos. Apresenta-se de forma simples, de fácil um direito de todos, como forma inequívoca de liberdade. leitura mas, no nosso entendimento, eficaz, sendo útil a técnicos, a políticos e ainda a qualquer cidadão comum que se interesse por estas matérias. A elaboração de um Manual de orientações técnicas tem o objetivo de ajudar e orientar todos os projetos desenvolvidos para o município 16 | Montemor-o-Velho Acessível Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 17 Espaço Público, um Lugar de Encontro 18 | Montemor-o-Velho Acessível 1 Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 19 ... ele é o palco de todas as mobilidades, (...) pelo que 1. Espaço Público representa a mais importante estrutura das acessibilidades... pensado em conformidade com a importância que têm. Os problemas geralmente associados ao espaço público prendem-se com a má organização do mobiliário urbano, deficiente qualidade e conforto dos pavimentos, ou mais grave ainda, a ausência de rebaixamentos ou má execução dos mesmos nos atravessamentos, impedindo a continuidade pedonal. 1.1.Metodologia Orientadora Aliando estes problemas à falta de civismo e ao incumprimento da lei, refletidos sobretudo no O espaço público e o modo como o mesmo se tem desenvolvido, centra, leque diferente de atividades (obras, comércio, etc.) e ao modo como a falta de articulação e neste ponto, uma importante reflexão na medida em que se verifica que coordenação entre serviços (obras, ambiente, fiscalização) gera novas barreiras, concluímos o mesmo, sendo de todos, é polvilhado de elementos e situações que que estamos perante um desafio que tem de ser encarado de fundo. estacionamento abusivo, à forma desregrada e desordenada como o espaço é ocupado por um potenciam a exclusão. De facto, são muitas as imobilidades que existem nas nossas cidades e vilas, impedindo um número muito significativo No entanto, existem soluções. Formas de abordar estes problemas que aos poucos vão de pessoas de vivenciarem espaços que também lhes pertencem. sendo sistematizadas, testadas e assumidas por toda a Europa e um pouco pelo nosso país. Impõe-se, pois, que exista vontade de encarar este problema como ele tem de ser assumido, As barreiras, urbanísticas e arquitetónicas ou móveis (como veremos reequacionando-o como uma prioridade no sentido de dar mais qualidade à forma como se adiante), assumem-se como um fator muito relevante na forma como vive cada cidade ou vila. as cidades e vilas propiciam ambientes e experiências mais ou menos 20 agradáveis, seja a quem a vive, a quem lá trabalha ou a quem a visita. Ao longo das páginas seguintes é abordado o leque de barreiras (e os problemas inerentes) Por exemplo os passeios são a base da circulação pedonal do espaço que pontuam o espaço público, apresentando, para cada uma delas a solução de boa prática público e, no entanto, são raras as vezes em que o seu tratamento é adequada. | Montemor-o-Velho Acessível Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 21 1.2.Tipologias de Barreiras De forma sistematizada, subdividem-se as barreiras em Urbanísticas, Arquitetónicas e Móveis. Entenda-se por barreiras urbanísticas e arquitetónicas as fixas, e, por barreiras móveis aquelas que se caracterizam por uma mudança incerta de posição e local, como são os automóveis em cima dos passeios, as esplanadas e objetos comerciais colocados de forma anárquica, ou mercadorias junto à entrada dos estabelecimentos comerciais. De facto, ao passo que as barreiras fixas se assumem, muitas vezes, como tendo uma resolução difícil, por – eventualmente – poderem implicar um trabalho mais profundo, e um esforço financeiro mais significativo, as barreiras móveis afiguram-se como as mais complexas, tendo em conta a constante variação da sua localização. Esta característica, dificulta o reconhecimento por parte das pessoas portadoras de deficiência ou incapacidades, na habituação ao percurso que de resto, deve ser tendencialmente intuitivo. No entanto, simultaneamente, são as mais fáceis de remover, caso haja vontade por parte da sociedade civil. Contudo, o que importa sublinhar é que, no fundo, toda esta problemática tem a ver, obviamente, com a indevida organização do espaço: por um lado, a deficiente gestão do espaço público, por outro, o incumprimento eficaz das leis. Muitas vezes, as (i)mobilidades são o reflexo da ausência total de planos estratégicos definidores das principais orientações, do que se 1.2.1. Barreiras Urbanísticas e Arquitetónicas Os 1.2.1.1. Abrigos de transportes coletivos abrigos de transportes coletivos são obstáculos muito específicos em função das suas características dimensionais e da sua função. Assim, sendo elementos de envergadura considerável, são peças com um conjunto muito significativo de problemas associados: a sua localização em sítios sem passeios ou com passeios subdimensionados, a sua colocação a obstruir o próprio percurso pedonal acessível, tornando difícil a utilização do passeio e do próprio abrigo, o design agressivo com arestas vivas e/ou elementos projetados, ou a colocação Figura 1: Percurso inacessível. de elementos associados ao abrigo, como placas e postes informativos, a impedir a circulação no passeio e o acesso ao próprio abrigo. pretende realmente para o território. Esta total ignorância abre brechas à desorganização, à criação de um território não pensado, não desejado, enfim, à construção de um não-território. Com o diagnóstico dos problemas associados a cada barreira e com as soluções propostas para cada uma, pretende-se criar uma metodologia que contrarie o referido anteriormente, de forma a criar cidades e vilas para todos. 22 | Montemor-o-Velho Acessível 1.2.1.2. Armários A problemática inerente aos armários de infraestruturas reside essencialmente na sua localização. De facto, sendo equipamentos cuja localização tem de permitir o seu uso fácil sempre que necessário, são, por esse motivo, colocados sem critério assumindo-se muitas Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 23 vezes como barreiras à mobilidade pedonal. De facto, há situações em que as árvores ocupam o passeio de forma a tornar a circulação Como agravante, estes equipamentos têm pedonal impossível. Outra situação, em que não é a árvore (tronco) a obstruir o passeio, geralmente grandes dimensões, ocupando são os seus ramos que se projetam sobre os passeios a uma altura inferior ao aconselhado uma parte substancial dos passeios, muitas (aspeto particularmente preocupante em árvores com folhas pontiagudas, como as palmeiras). vezes reduzidos demais para abarcarem tais elementos. Há ainda situações particularmente críticas, em que existem autênticas hiper-ilhas de armários o que, para além de obstruírem Do ponto de vista da acessibilidade e mobilidade significativamente os percursos pedonais, para todos, os passeios têm essencialmente provocam um aspeto visual muito negativo na imagem das vilas e cidades. 1.2.1.4. Ausência de passeio ou passeio subdimensionado quatro problemas principais que se assumem Figura 2: Percurso inacessível. como barreiras graves e muito comuns à mobilidade e acessibilidade pedonal: a sua 1.2.1.3. Árvores inexistência; o seu estado de degradação/ irregularidade; o seu subdimensionamento; Associadas às árvores observa-se, e a má colocação de uma imensa variedade de essencialmente, duas situações, em matéria mobiliário urbano. Todos estes aspetos revelam- de acessibilidade, – árvores e caldeiras de -se causadores de desconforto e insegurança árvores - que têm inerentes um conjunto de à problemas diferentes. mobilidade da generalidade dos peões e criando circulação pedonal descontinuidades impossibilitando urbanas que a prejudicam No caso específico das árvores, regra geral, as a vivência nas cidades e vilas. Os passeios mesmas constituem um problema em termos são a essência do conforto e segurança da de acessibilidade devido à sua localização, circulação pedonal e a base sobre a qual se sendo resolvido com a colocação das referidas caldeiras. 24 | Montemor-o-Velho Acessível Figura 3: Percurso inacessível. Figura 4: Ausência de passeio. desenvolvem ações múltiplas e onde pontuam os vários elementos de mobiliário urbano. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 25 1.2.1.5. Bandeira / Floreira (Poste com) A localização incorreta é o caso mais recorrente, pois estes elementos assumem- Na generalidade das situações estes elementos encontram-se “soltos” pelos passeios, constituindo-se como autênticas armadilhas para os mais distraídos ou para pessoas com dificuldades visuais. se como obstáculos por se localizarem dentro do corredor que devia ser exclusivo à circulação pedonal (corredor acessível). Outro problema associado a estas peças de mobiliário urbano tem a ver com a altura a que estes elementos são colocados. De facto, por terem elementos salientes ou projetados sobre o espaço de circulação, a sua colocação a uma altura inferior a 2.40m conduz à ocorrência frequente de acidentes, sendo que, no caso dos postes com floreiras, para além do vaso ou floreira, são muitas vezes as plantas lá colocadas que “pingam” sobre os espaços de circulação. 1.2.1.7. Bola, Prumo ou Meco Elementos como pilaretes, bolas, prumos, mecos e/ou grades e floreiras (utilizadas muitas vezes como pilarete), são muito frequentes nas nossas vilas e cidades, sendo altamente condicionadores da mobilidade e acessibilidade. São elementos que aparecem, muitas vezes, em zonas manifestamente de 1.2.1.6. Boca-de-incêndio circulação pedonal, como nos passeios ou nos acessos às passadeiras, criando situações Relativamente a este tipo de equipamento, de grande incómodo para todos os peões. De o problema reside – uma vez mais – na sua facto, são amiúde as situações em que estes colocação. Mesmo sendo, indubitavelmente, elementos com peculiar importância elementos são causadores de acidentes devido na à sua errada colocação e ao seu design errado segurança do espaço onde se encontram e (muitas vezes até agressivo): de baixa altura, tendo de estar localizados de forma a facilitar com arestas, com bicos ou mesmo as simples o seu uso sempre que necessário, impõe-se esferas que se vão espalhando pelo espaço que a sua localização não seja descurada de público de forma generalizada. forma a evitar que se constituam como mais uma barreira à circulação. 26 | Montemor-o-Velho Acessível Figura 6: Percurso inacessível. Figura 5: Percurso inacessível. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 27 vezes pelo crescimento abrupto da própria árvore e raízes que se ramificam pelos passeios. 1.2.1.8. Cabina telefónica Sendo as árvores elementos fundamentais na qualidade do espaço, as mesmas não podem assumir-se como problema. A falta de proteção das suas caldeiras, origina frequentemente Sendo uma peça de mobiliário urbano muito particular devido às suas acidentes com os transeuntes, uma vez que sem a referida proteção, se constituem como características buracos/desníveis que são autênticas armadilhas. dimensionais e funcionais, os problemas inerentes às cabines telefónicas prendem-se precisamente com a sua errada localização, ocupando a quase totalidade dos passeios. O outro aspeto problemático destes equipamentos tem a ver com o design – com arestas vivas ou com elementos projetados – particularmente perigoso para invisuais e distraídos. Sendo ainda que, a própria função que desempenham, exige que estejam junto ao passeio, mas não de 1.2.1.10. Candeeiro de iluminação pública Os candeeiros de iluminação pública, sendo Figura 7: Percurso inacessível. fundamentais na qualidade do espaço público, assumem-se muito frequentemente como forma a perturbar a intimidade inerente a um elementos condicionadores da circulação telefonema. pedonal. De facto, encontram-se muitas vezes localizados no meio dos passeios, sendo que várias vezes são estes elementos que – 1.2.1.9. Caldeira de árvore devido à sua localização centrada no passeio – interrompem um percurso que poderia ser A propósito de caldeiras de árvores, são vários acessível. Outro aspeto, comum a barreiras os problemas que lhes estão associados, deste carácter, tem a ver com a altura a que se nomeadamente a incorreta localização, a falta encontram os elementos projetados. Também de grelhas ou separador de proteção, ou ainda preocupante é a sua localização nas zonas de a danificação de pavimento envolvente, muitas 28 | Montemor-o-Velho Acessível Figura 8: Percurso inacessível. Figura 8: Percurso inacessível. percurso natural no acesso às passadeiras. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 29 faz com que os contentores bloqueiem por completo o percurso dos peões. Verificam-se, 1.2.1.11. Cicloparque inclusivamente, situações em que alguns contentores ou ilhas ecológicas se localizam ao As nossas vilas e cidades, ao contrário de algumas cidades europeias, só começam agora a implementar a cultura da bicicleta. Contudo, esta nova atitude, traz consigo elementos de mobiliário urbano novos e específicos, como são os cicloparques. Esse facto tem levado à longo dos passeios com acesso através de degraus dificultando, ainda mais, a utilização por parte de quem possui mobilidade reduzida. Por fim, são muito poucos os equipamentos com indicações em Braille. implementação destes novos elementos no espaço público dessas mesmas cidades e vilas, no entanto a sua localização nem sempre é a mais adequada. De facto estes elementos não são 1.2.1.13. Degrau / Escada obstáculo apenas por si só. Ou seja, para além das situações em que os próprios cicloparques são barreiras urbanísticas, interrompendo a circulação nos percursos pedonais, são várias as Nas vilas e cidades portuguesas são muitas situações em que os cicloparques estão arrumados mas quando se lhes atrelam as bicicletas, as situações em que, por um motivo ou outro, são estas que se tornam um obstáculo à acessibilidade e mobilidade urbana. a mobilidade é impedida pela existência de degraus, escadas e/ou escadas em rampa mal posicionadas, mal dimensionadas ou não assinaladas, sendo este também um 1.2.1.12. Contentor do lixo fator que se aplica no acesso aos edifícios (e como uma rampa mal dimensionada se São muito frequentes as situações em que os constitui um obstáculo idêntico a um degrau, contentores de lixo ocupam espaço urbano claramente retirado aos peões. o mesmo se aplica às rampas). De facto, a Sendo forma completamente deficiente como estes elementos que, por questões funcionais, elementos surgem no espaço (geralmente sem têm de estar localizados perto dos canais alternativa) faz com que ainda hoje se associe de circulação automóvel, o que se verifica é sempre a questão das barreiras aos degraus. que os mesmos são colocados junto ao lancil Um simples degrau facilmente se assume do passeio o que, devido ao seu tamanho e à dimensão muitas vezes reduzida do passeio, 30 | Montemor-o-Velho Acessível Figura 11: Percurso inacessível. Figura 10: Percurso inacessível. como barreira intransponível a alguém com mobilidade condicionada. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 31 serem elementos de vedação e/ou condutores, os gradeamentos se assumem como barreira 1.2.1.14. Floreira urbanística impedindo a mobilidade pedonal, pela forma como ocupam o espaço destinado ao peão, obrigando-o, muitas vezes, a utilizar o espaço destinado ao automóvel. O que se torna Tal como os pilaretes, também as floreiras se praticamente impossível no caso de pessoas com mobilidade reduzida. assumem como elementos que frequentemente são condicionadores da mobilidade e acessibilidade pedonal. O problema principal 1.2.1.16. Marco do correio reside, uma vez mais, na sua errada localização e/ou no seu design não inclusivo. De facto, o Os marcos do correio constituem-se como mais comum é encontrar-se estes elementos elementos inevitáveis nas nossas cidades ao eixo dos passeios ou em zonas estratégicas devido à função a que se destinam. Esse de acesso a passadeiras. Sendo que o facto Figura 12: Percurso inacessível. mesmo facto leva a que tenham de estar de se encontrarem em espaço destinado aos em locais de proximidade relativamente aos peões, aliado ao já referido design agressivo é utilizadores. No entanto, o que muitas vezes altamente potenciador de acidentes. se verifica é que, para estarem expostos, estes elementos são colocados no canal de circulação pedonal, assumindo-se como um 1.2.1.15. Gradeamento problema à mobilidade. No caso dos marcos do correio é também amiúde vê-los no meio Os gradeamentos são relativamente frequentes dos passeios, sendo que há ainda a agravante em algumas cidades e vilas portuguesas, de, nalgumas situações, a boca de entrada do sendo – na generalidade dos casos – utilizados correio estar a uma altura demasiado alta. Figura 14: Percurso inacessível. como forma de vedação ou como barreira condutora (por exemplo, em passadeiras junto a cruzamentos). Contudo, verificam-se situações problemáticas em que, mais do que 32 | Montemor-o-Velho Acessível Figura 13: Percurso inacessível. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 33 papeleiras colocadas de forma suspensa que, para além de mal localizadas, são mais difíceis 1.2.1.17. Mupi de detetar pelas ponteiras das bengalas dos peões cegos, causando também acidentes com transeuntes mais distraídos. São ainda frequentes, os casos de papeleiras localizadas de Os mupis, como elementos orientadores ou forma a obstruir o canal natural de circulação inerente ao atravessamento das passagens publicitários, povoam muitos passeios das de peões. Por outro lado, outra questão fundamental é o seu design não inclusivo, patente nossas cidades e vilas, facto inerente ao num leque muito significativo de papeleiras existentes atualmente no mercado. São, de facto, conceito da sua função principal. No entanto, vários os modelos com arestas vivas e elementos projetados. e como problema principal – gerado pela própria função que desempenham – estes elementos estão geralmente localizados ao longo dos passeios, impedindo ou dificultando a circulação pedonal segura e confortável. Figura 15: Percurso inacessível. 1.2.1.19. Parquímetro A par dos marcos do correio, também os Outro aspeto problemático que se verifica tem parquímetros se assumem como elementos a ver com o seu design, nem sempre compacto muito presentes, sobretudo nas nossas cidades e, regra geral, com “recortes” na base, sendo e vilas. Esse mesmo facto leva a que tenham de esta mais estreita que o corpo do mupi, o que estar em locais de proximidade relativamente se revela particularmente problemático para aos utilizadores. No entanto, mais uma vez, crianças e invisuais. são elementos que, para serem visíveis e incentivarem a sua utilização, são colocados num espaço que deveria ser de uso exclusivo 1.2.1.18. Papeleira (o percurso acessível) dos peões. São ainda elementos que, por norma, têm um design Em matéria de acessibilidade, as papeleiras agressivo com elementos pontiagudos e/ou têm como problema principal a sua incorreta arestas vivas, estando muitas vezes colocados localização, uma vez que são frequentemente colocadas no canal de circulação. São várias as 34 | Montemor-o-Velho Acessível Figura 16: Percurso inacessível. Figura 17: Percurso inacessível. a uma altura inadequada dificultando a utilização por pessoas em cadeira de rodas. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 35 muitos casos – a dimensão da passadeira ser 1.2.1.20. Passadeira insuficiente levando os peões a atravessar fora dela. As passadeiras assumem-se como elementos fundamentais na forma como as pessoas percorrem o espaço urbano. De facto, neste item, o problema reside na falta de passagens de peões de superfície, em locais onde a sua existência, de acordo com as 1.2.1.22. Passadeira a terminar em estacionamento normas regulamentares, é imperativa. A falta de passadeiras em locais de cruzamento ou entroncamento de vias é, regra geral, fundamental para que se garantam as desejadas continuidades urbanas, salvaguardando a segurança dos automobilistas e, acima de Figura 19: Percurso inacessível. Outro problema inerente às passadeiras, tem Figura 18: Percurso inacessível. tudo, dos peões enquanto percorrem o espaço público. a ver com o facto de ser comum verificaremse casos em que as mesmas terminam em lugares de estacionamento. Este aspeto é problemático a vários níveis: assume-se como fator condicionante das continuidades urbanas; põe em risco a segurança e conforto 1.2.1.21. Passadeira mal dimensionada dos peões; constitui-se como ponto de conflito entre automóveis e peões; potencia acidentes No seguimento do que foi referido no ponto anterior, verificam-se também situações em na realização de manobras de estacionamento que foram criados atravessamentos pedonais sem que os mesmos obedecessem aos – uma vez que os carros se apropriam do princípios básicos inerentes à sua conceção. A situação mais frequente, para além da falta de espaço dos peões. Em suma, uma barreira rebaixamentos abordada adiante, tem a ver com o indevido dimensionamento das passagens que tem uma série de problemas complicados de peões, por norma subdimensionados. Inerente a este aspeto, está o problema de – em associados. 36 | Montemor-o-Velho Acessível Figura 20: Percurso inacessível. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 37 o design – são muitos e muito diversificados 1.2.1.23. Pavimento degradado os modelos no mercado – que por vezes se caracteriza por apresentar arestas vivas em Sendo a essência da circulação pedonal no vez de se caracterizar pela suavidade de espaço público, os passeios apresentam, muitas formas que minimizem o risco de acidentes vezes, acentuadas condições de degradação, que ocorrem de forma amiúde com cegos definindo-se como barreiras urbanísticas que, e amblíopes, pessoas distraídas ou outras frequentemente, se assumem como autênticas pessoas com dificuldade de locomoção. armadilhas para os peões, sobretudo para os mais idosos, devido à forma como estes se deslocam. Buracos, desníveis, elementos soltos, são alguns dos problemas inerentes a esta tipologia de barreira, acentuados – muitas vezes – nas zonas de mudança de material no pavimento. Figura 21: Percurso inacessível. 1.2.1.25. Quiosque Figura 22: Percurso inacessível. Sendo também peças de mobiliário urbano com uma função muito particular, os quiosques apresentam uma dimensão muito considerável, o que faz com que sejam vários os casos em 1.2.1.24. Placa toponímica que estes elementos ocupem facilmente toda a largura do passeio. A este problema associa- Os problemas relacionados com as placas toponímicas assentam essencialmente, em três se muitas vezes um outro, a altura deficiente de aspetos: localização, altura livre e design. A localização incorreta é o caso mais recorrente, toldos e elementos projetados. Existem ainda pois estes elementos assumem-se como obstáculos por se localizarem dentro do corredor vários casos em que, mesmo estando o quiosque que devia ser exclusivo à circulação pedonal (corredor acessível). Outro problema associado a “arrumado” relativamente ao passeio, a forma estas peças de mobiliário urbano tem a ver com a altura a que estes elementos são colocados. como se faz a aproximação ao mesmo faz com De facto, por terem elementos salientes ou projetados sobre o espaço de circulação, a sua que sejam os seus utilizadores a “obstruir” o colocação a uma altura inferior a 2,40m conduz à ocorrência frequente de acidentes. Por fim, canal de circulação. 38 | Montemor-o-Velho Acessível Figura 23: Percurso inacessível. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 39 exemplo, utilização de guias de encosto). Refira- 1.2.1.26. Rampa se ainda que, neste seguimento, também a falta de rebaixamento das ilhas separadoras centrais As rampas serão, eventualmente, o elemento se assume como um problema com o mesmo que, em termos leigos, mais facilmente se associa grau de importância e dificuldade. à resolução de questões de acessibilidade. No entanto, são muito frequentes as situações em que são as próprias rampas a assumir-se como uma barreira à mobilidade, constituindo-se elas próprias inultrapassáveis barreiras urbanísticas. Uma rampa mal posicionada, mal dimensionada ou não assinalada, facilmente se transforma Figura 24: Percurso inacessível. num problema. Aliás, uma rampa com estas características, não só não resolve um problema de acessibilidade como acaba por criar outro. A ter ainda em conta, as inúmeras rampas que, tendo uma inclinação reduzida, não têm corrimãos e/ou patamares de descanso. 1.2.1.27. Rebaixamento de passeio 1.2.1.28. Sinalização de trânsito (inclui semáforos) A sinalização de trânsito, tal como muitos outros elementos urbanos, Figura 25: Percurso inacessível. são fundamentais à organização das cidades e vilas. Contudo, tratam-se, também, de elementos fortemente condicionadores da circulação pedonal, sendo uma das barreiras mais frequentes. O problema principal incide em duas situações: a primeira, tem a ver com Independentemente da gravidade associada aos problemas relacionados com as passadeiras a sua localização errada, geralmente centrada que foram abordados anteriormente, o maior dos problemas inerentes às passagens de peões no passeio ou no canal natural de circulação de superfície tem a ver com a ausência de rebaixamentos dos passeios para a passadeira, no atravessamento de passadeiras; a segunda, dificultando a acessibilidade a estas. A ausência destes rebaixamentos é uma das barreiras tem a ver com a sua altura livre, facto que mais frequentes nas nossas cidades e vilas impedindo a deslocação de peões com mobilidade gera acidentes frequentes com pessoas mais condicionada, uma vez que nos casos de falta de rebaixamento o atravessamento se torna uma distraídas, sendo uma armadilha ainda mais barreira intransponível, sucedendo o mesmo quando o rebaixamento é mal executado (por evidente para as pessoas com limitação visual. 40 | Montemor-o-Velho Acessível Figura 26: Percurso inacessível. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 41 1.2.1.29. Estacionamento para pessoas com mobilidade reduzida Num documento deste tipo não é possível deixar de fazer referência a algo que se assume de inadequado e à morfologia antiga de alguns com mobilidade condicionada vivem nas territórios leva a que o estacionamento cidades e vilas: os lugares de estacionamento abusivo seja uma das mais frequentes que lhes estão reservados. Sabendo-se que, barreiras das nossas cidades e vilas. A forma em muitas das situações é impossível definir como os carros se apropriam dos espaços dos percursos acessíveis que percorram e liguem peões, faz com que as continuidades pedonais todos os espaços fundamentais das cidades e sejam vilas, o acesso automóvel é a única forma de mobilidade reduzida, distribuídos criteriosamente pela cidade ou vila. Começa, felizmente, a ser uma constante a existência de lugares de estacionamento reservado a pessoas com mobilidade condicionada, constantemente interrompidas, retirando qualidade de vida aos transeuntes garantir esse acesso. Como tal, é fundamental com 1.2.2.1. Estacionamento abusivo A falta de civismo associada a um desenho muita importância na forma como as pessoas a existência de lugares destinados a pessoas 1.2.2. Barreiras Móveis | Temporárias Figura 27: Percurso inacessível. e perturbando a imagem das cidades e vilas. A ocupação dos passeios pelos automóveis torna-se um obstáculo particularmente difícil Figura 28: Percurso inacessível. para pais com carrinhos de bebés e pessoas em cadeiras de rodas, uma vez que não têm alternativas de circulação. contudo, nem sempre esses estacionamentos possuem as características necessárias à forma de melhor servir os seus utilizadores. 42 | Montemor-o-Velho Acessível Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 43 1.2.2.2. Iluminação de festas e romarias Mesmo que, de forma sazonal ou periódica, é muito frequente a colocação de elementos de iluminação relacionada com festas e romarias bem como de elementos de publicidade e muitos tapumes são barreiras que simplesmente bloqueiam os percursos destinados aos peões sem qualquer alternativa. Outro problema associado aos tapumes tem a ver com a sua própria altura ou com a altura do percurso alternativo (quando existe), uma vez que por norma são sempre inferiores aos 2,40m obrigatórios. divulgação de eventos ao longo dos canais de circulação. Este tipo particular de elementos assumem-se como obstáculos à circulação e mobilidade pedonal sobretudo por se localizarem nos canais de circulação e por possuírem um design agressivo e peças pontiagudas projetadas sobre esses mesmos canais. 1.2.2.4. Obstáculo comercial Os obstáculos comerciais são frequentes nas nossas cidades e vilas, condicionando bastante 1.2.2.3. Obra ou tapume de obra a mobilidade pedonal. Muitas das vezes estes obstáculos são barreiras móveis, colocados apenas em determinadas horas do dia, e, como As obras seus tal, barreiras que – com bom senso – facilmente tapumes são um tipo de barreira peculiar se podem evitar. Estas barreiras “móveis” são porque, geralmente, são barreiras móveis facilmente reconhecidas por todos, uma vez que e/ou temporárias, e – por esse facto – a na maior parte das situações são estruturas sua implementação na via pública é muitas para colocação de jornais ou revistas, caixas vezes realizada de forma despreocupada. com fruta e legumes, mostruários de roupa e Na resolução destas barreiras, considera-se vestuário, ou, simplesmente, uma esplanada. fundamental ter o mesmo tipo de preocupação Aliás, as esplanadas são elementos que que se teve com todas as outras barreiras, geralmente se dispõem no espaço público sem critério, sendo particularmente grave, em independentemente da sua maior ou menor função da dimensão considerável que as esplanadas costumam ter quando comparadas com permanência e, essencialmente, no espaço os público, dado que podem ser um obstáculo tão ou mais intransponível como outro qualquer. De facto, 44 | Montemor-o-Velho Acessível Figura 29: Percurso inacessível. Figura 30: Percurso inacessível. a generalidade das peças de mobiliário urbano e com o modo como as mesmas vão alterando a sua disposição em função de várias situações (o clima, disposição solar, a forma como os utilizadores as dispõem, etc.). Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 45 1.3. Orientações para a Eliminação de Barreiras Urbanísticas As barreiras consoante as suas características podem: • Ser removidas de forma simples, sem obra, usando os recursos existentes nas autarquias, por exemplo, para relocalizar um sinal de trânsito. 1.3.1. Barreiras Urbanísticas e Arquitetónicas 1.3.1.1. Abrigos de transportes coletivos 1.Remover ou relocalizar os abrigos nos locais ondeimpeçamalarguralivredopasseio(1,20m) e reparar o pavimento onde estava localizado • Necessitar de pequenas empreitadas para remoção devido à sua dimensão de implantação no inicialmente, ajustando se necessário, as espaço público, e/ou pela ligação a infraestruturas de água, eletricidade, gás ou telecomunicações. ligações elétricas à nova localização; 2.Colocar novos abrigos garantindo um Figura 31: Percurso acessível. • Necessitar de um desenho urbano mais profundo para a sua remoção, caso existam mínimo de 0,80m de largura para entrada no locais onde as extensões de ausência de passeio e/ou passeios subdimensionados sejam mesmo, partindo do princípio que o percurso significativas. acessível está garantido pela parte de trás do abrigo com 1,20m; • Apresentar-se em forma de cruzamentos, entroncamentos e praças onde existe uma 3.Evitar a colocação dos topos do abrigo quando não for possível garantir o percurso acessível e o confluência de larguras de vias diferentes (locais de geometria variável) sendo necessário uma abordagem específica – caso a caso. Existem princípios e normas que devem ser aplicados em função da realidade e das peculiaridades de cada local. O cruzamento das explicações, escritas e desenhadas apresentadas, com os levantamentos de cada local são as ferramentas necessárias à elaboração de soluções que, indubitavelmente, serão capazes de melhorar as cidades e vilas. acesso ao abrigo com a dimensão mencionada anteriormente; 4.Aplicar o conceito de “design inclusivo” ao mobiliário urbano, devendo ser compacto, sem arestas ou elementos salientes; 5. A informação (linhas, paragens, horários) deve ser colocada a uma altura inferior a 1,40m, ter uma dimensão acessível a utentes com baixa capacidade visual e podem ser dotadas de informação Braille, ou formas de comunicação áudio, permitindo uma maior abrangência de disseminação da informação; As orientações deste manual têm como base a aplicação direta do DL 163/2006 de 8 de Agosto, 6. A paragem deve estar sinalizada com o sinal de trânsito H20a – Paragem de Veículos de a que acrescem algumas considerações práticas, resultantes da experiência e do trabalho que Transporte Coletivo de Passageiros, ou sinal de proibido estacionar, criando lugares se tem desenvolvido no terreno com a colaboração de pessoas com mobilidade reduzida. 46 | Montemor-o-Velho Acessível reservados para os veículos de transporte junto das plataformas. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 47 1.3.1.2. Armários 3. Remover a árvore deve ser a última alternativa, procedendo-se posteriormente à reparação do pavimento onde esta estava colocada; 1. Remover ou relocalizar estas estruturas dos 4. Plantar novas árvores preferencialmente em corredores de infraestruturas, de forma a locais onde não é respeitada a largura livre do facilitar a utilização do passeio, ou em locais onde a árvore e respetiva caldeira respeitem passeio (1,20m) e ajustar as ligações as dimensões mínimas do passeio – 1,20m. de eletricidade, comunicações, gás, à nova localização do armário; 2. Colocar estas estruturas preferencialmente em corredores de infraestruturas, de forma a facilitar a utilização do passeio, bem como o manuseamento do próprio equipamento; 1. Criar Figura 32: Percurso acessível. um acessível) 3. Colocar estes armários junto às fachadas 1.3.1.4. Passeio confortável e acessível corredor de pelo livre (percurso menos, 1,20m ou 1,50m (em função da hierarquia da via); 2.Colocar o mobiliário urbano em locais ou muros, quando não existam corredores de infraestruturas. onde estes não se assumam como barreiras urbanísticas, sempre que possível em 1.3.1.3. Árvores corredores de infraestruturas; 3. O material de revestimento dos pavimentos deve ser estável, durável, firme e contínuo, de 1. Alargar o passeio deve ser uma prioridade de forma a acentuar os pressupostos de forma a garantir um canal de circulação segurança e conforto. Figura 34: Percurso acessível. pedonal que cumpra o disposto na lei; 2. Relocalizar a árvore que impede a existência de um corredor pedonal quando não for possível o alargamento do passeio; 48 | Montemor-o-Velho Acessível Figura 33: Percurso acessível. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 49 1.3.1.5. Bandeira / Floreira (Poste com) 1.3.1.6. Boca-de-incêndio 1. Remover ou relocalizar estas estruturas dos 1. Colocar em corredores de infraestruturas, locais onde impedem a largura livre do passeio (1,20m) e reparar o pavimento onde bem como o manuseamento do próprio estava colocado inicialmente o poste; de forma a facilitar a utilização do passeio, equipamento; 2. Remover ou relocalizar os postes com floreira, 2. Remover estas estruturas dos locais onde onde não é cumprida a dimensão mínima se constituem como barreira devido à sua associada à altura livre do percurso acessível localização errada e/ou devido ao design (2,40m) e reparar o pavimento onde estava colocado inicialmente o poste; à nova localização da boca-de-incêndio, 3.Colocar os postes preferencialmente em manuseamento da própria floreira ou barreira; bandeira; 4. As plantas localizadas nas floreiras devem estar podadas de forma a garantir Figura 36: Percurso acessível. estrutura, de forma a não criar uma nova facilitar a utilização do passeio, bem como o bem como a reparação do pavimento onde estava colocada originalmente a infra- corredores de infraestruturas, de forma a e fazer o ajuste das ligações de saneamento 1.3.1.7. Bola, Prumo ou Meco a já referida altura livre mínima (2,40m). 1. As normas de boas práticas desaconselham a utilização destes elementos; Figura 35: Percurso acessível. 2.Colocar preferencialmente em corredores de infraestruturas, de forma a facilitar a 50 | Montemor-o-Velho Acessível utilização do passeio; Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 51 3. Remover estes elementos dos locais onde •Uma zona livre que permita a aproximação impedem que seja cumprida largura livre frontal, ou lateral com os intervalos definidos na lei (alcance); •O equipamento manuseável (telefone) da do passeio (1,20m) bem como a reparação do pavimento inicialmente onde os foram mecos ou colocados elementos cabina deverá estar a uma altura do piso similares; 4. Aplicar o conceito de “design inclusivo” ao mobiliário urbano, devendo ser compacto, afunilamentos junto ao piso que provoquem o impacte com os peões que circulam na via pública e com uma altura mínima de 0,70m. Figura 37: Percurso acessível. 1.3.1.8. Cabina telefónica como ajustar as ligações onde estava | Montemor-o-Velho Acessível •Utilizar números do teclado com referência táctil (alto-relevo e Braille); •Colocação preferencial em corredores de estar localizada junto a um corredor colocada 2. Os novos elementos devem ter as seguintes 52 (não obstante estas orientações, deverá de acessível); •Devendo ainda a sua localização ser escolhida em locais resguardados, para originalmente a cabina telefónica; características: 0,65m; e manutenção do próprio equipamento localização da cabina telefónica e reparar pavimento utilização do passeio, bem como o acesso eletricidade e telecomunicações à nova o •Estar suspenso, de modo a possuir uma infraestruturas, de forma a facilitar a respeitam a largura livre do passeio (1,20m), bem 0,70m e uma altura ao piso não inferior a 1.Remover estas estruturas quando não compreendida entre 1,00m e 1,30m; zona livre com uma largura não inferior a sem arestas ou elementos salientes, sem garantir uma maior privacidade no ato do Figura 38: Cabina acessível. telefonema e, simultaneamente, em zonas de fluxos consideráveis de pessoas. Figura 39: Cabina acessível. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 53 1.3.1.9. Caldeira de árvore passeio (1,20m), com o inerente ajuste das ligações de eletricidade, à nova localização 1. Colocar grelhas de proteção (sem elementos do candeeiro bem como a reparação do projetados, com espaçamento máximo de 0,02m e com espaços perpendiculares ao 3. Colocar em corredores de infraestruturas, movimento de circulação pedonal); pavimento que foi alvo de intervenção; de forma a facilitar a utilização do passeio, 2. Colocar resinas compactadas, desde que a bem como o manuseamento do próprio superfície das resinas seja totalmente equipamento (substituição de lâmpadas, por exemplo); nivelada com a cota do pavimento Figura 40: Caldeira regulamentar. envolvente; 3.Ou, ainda, criar separadores, tipo muretes, com um mínimo de 0,30m de altura, de (1,20m), prevendo-se a reparação do pavimento onde foi colocada inicialmente a caldeira de árvore; 5.Colocar as árvores e respetivas caldeiras sempre que possível em corredores de infraestruturas, de forma a facilitar a utilização do passeio. 1.3.1.10. Candeeiro de iluminação pública 1. Colocar estes equipamentos fora do canal de circulação pedonal e nunca nas zonas de acesso a passadeiras, devendo no entanto estar sempre junto às mesmas; 2. Remover estas estruturas dos locais onde impedem que seja cumprida a largura livre do 54 estar localizados a 2.40m de altura. Figura 41: Candeeiro regulamentar. forma a serem facilmente detetáveis podendo também servir como bancos; 4. Remover as caldeiras de árvore dos locais onde não é cumprida a largura livre do passeio 4. Os candeeiros situados nas fachadas devem | Montemor-o-Velho Acessível 1.3.1.11. Cicloparque 1. Remover os cicloparques que impedem que seja cumprida a largura livre do passeio (1,20m) e fazer a respetiva reparação do pavimento onde estava colocado inicialmente o cicloparque; 2. Colocar os novos cicloparques em corredores de infraestruturas de forma a facilitar a utilização do passeio, bem como o manuseamento do próprio mobiliário Figura 42: Percurso acessível. urbano por parte dos ciclistas; Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 55 3.Aplicar o conceito de “design inclusivo” ao mobiliário urbano, devendo ser compacto, sem arestas ou elementos salientes; 4. Localizar as ciclovias tendo em conta a colocação das bicicletas, para que estas não se assumam como obstáculo em termos de acessibilidade e mobilidade pedonal. 1. Largura dos lanços, patins e patamares das escadas ≥ 1,20m; 2. Os patamares, superior e inferior devem ter uma profundidade, medida no sentido do movimento ≥ 1,20m, e uma faixa de aproximação constituída por um material e 1.3.1.12. Contentor do lixo 1.3.1.13. Degrau / Escada textura diferente e cor contrastante com o restante piso; 3.Os degraus devem cumprir uma das Altura (espelho) Comprimento (cobertor) 0,10m 0,40m a 0,45m 0,125m 0,35m a 0,40m seguintes relações dimensionais: 1. Remover estes elementos quando impedem que seja cumprida a largura livre do 0,125m a 0,15m 0,75m 0,15m 0,30m a 0,35m passeio (1,20m) propondo-se a deslocação dos mesmos para locais adequados 4. Se os desníveis a vencer, forem superiores (contentores); a 2,40m, as escadas deverão possuir patins intermédios com uma profundidade 2.Colocar os novos elementos ao longo dos canais dedicados a infraestruturas, de forma a permitir a existência de um Figura 43: Percurso acessível. igual ou superior a 0,70m; 5.Os elementos constituintes das escadas percurso acessível, facilitando a limpeza e não devem apresentar arestas vivas ou recolha de resíduos, uma vez que estão mais próximos da rua; extremidades projetadas perigosas; 3.Caso não existam canais de infraestruturas, a colocação dos contentores deve facilitar 6.Em desníveis superiores a 0,40m devem a utilização do passeio, bem como a sua própria utilização, devendo o seu acesso estar existir corrimãos de ambos os lados ou direcionado para o passeio e não para a via rodoviária; um duplo corrimão central, se a largura 4. Aplicar o conceito de “design inclusivo” ao mobiliário urbano, devendo ser compacto, sem 56 Figura 44: Percurso acessível. da escadaria for superior a 3,00m; arestas ou elementos salientes. Complementar o design inclusivo com indicações em 7. Se a largura da escadaria for superior a 6,00m terá corrimãos de ambos os lados e um Braille para que a utilização do contentor seja mais acessível. | Montemor-o-Velho Acessível duplo corrimão central; Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 57 8. Para as escadarias em rampa, os troços em rampa devem ter uma inclinação nominal não superior a 6% e um desenvolvimento, medido entre o focinho de um degrau e a base do degrau seguinte, não inferior a 0,75 m ou múltiplos inteiros deste valor; 9. A projeção horizontal dos troços em rampa entre patins ou entre troços de nível não deve ser superior a 20 m; 10.De referir, por fim, que também os corrimãos a instalar deverão satisfazer as condições previstas na referida lei. 1.3.1.15. Gradeamento 1.Remover estes elementos dos locais onde impedem que seja cumprida a largura livre do passeio (1,20m); 2. Colocar os gradeamentos fora do percurso pedonal, de forma a facilitar a utilização do passeio e, em determinadas situações, servir de auxílio ao encaminhamento de 1.3.1.14. Floreira peões de forma segura e confortável. Figura 46: Percurso acessível. 1.Colocar as floreiras em canais de infra estruturas, juntamente com o restante mobiliário urbano, de forma a não interferir com a circulação pedonal e a facilitar a sua 1.Remover manutenção. Na ausência de corredores de impedem que seja cumprida a largura infraestruturas, as mesmas deverão 1.3.1.16. Marco do correio estes elementos quando livre do passeio (1,20m) e a consequente localizar-se fora do percurso acessível; reparação do pavimento onde estava 2. Aplicar o conceito de “design inclusivo” ao mobiliário urbano, devendo ser compacto, 2. Colocar os novos elementos num canal de sem arestas ou elementos salientes, minimizando possíveis acidentes; Figura 45: Percurso acessível. localizado inicialmente o marco do correio; infraestruturas ou então fora do espaço de circulação pedonal, garantindo um Figura 47: Percurso acessível. 3.Remover as floreiras dos locais onde percurso acessível; impedem que seja cumprida a largura livre do passeio (1,20m), devendo prever-se a 3. Aplicar o conceito de “design inclusivo” ao mobiliário urbano, devendo ser compacto, reparação do pavimento onde inicialmente estava colocada a floreira. 58 | Montemor-o-Velho Acessível sem arestas ou elementos salientes, minimizando possíveis acidentes. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 59 1.3.1.17. Mupi 3. Aplicar o conceito de “design inclusivo” ao mobiliário urbano, devendo ser compacto, sem 1.Remover ou relocalizar estes elementos arestas ou elementos salientes, minimizando possíveis acidentes. dos locais onde impedem que seja cumprida a largura livre do passeio (1,20m), com reparação do pavimento onde o mesmo 1.3.1.19. Parquímetro estava localizado e o ajuste das ligações de 1.Remover e relocalizar estas estruturas dos eletricidade à nova localização; locais onde impedem que seja cumprida 2.Colocar os mupis de forma a facilitar a a largura livre do passeio (1,20m) com a utilização necessária reparação do pavimento e o do passeio, bem como a visualização do próprio Mupi publicitário ou informativo; Figura 48: Percurso acessível. localização do parquímetro; 3. Aplicar o conceito de “design inclusivo” ao mobiliário urbano, devendo ser compacto, sem ajuste das ligações de eletricidade, à nova arestas ou elementos salientes e de design monobloco, minimizando possíveis acidentes. 2. Colocar os novos parquímetros em corredores de infraestruturas de forma a facilitar a utilização do passeio, bem como o manuseamento do próprio equipamento. Na 1.3.1.18. Papeleira ausência de um corredor de infra-estruturas deve existir uma área livre de aproximação 1.Retirar as papeleiras dos locais onde ao equipamento (percurso acessível), com impedem que seja cumprida a largura livre acesso pelo passeio, colocado a uma altura do passeio (1,20m), com a necessária que possibilite a sua utilização por todos os reparação do pavimento; utilizadores. 2.Colocar novas papeleiras sempre que possível, em corredores de infraestruturas, de forma a facilitar a utilização do passeio, bem como a utilização da papeleira; 60 | Montemor-o-Velho Acessível Figura 50: Percurso acessível. Figura 49: Percurso acessível. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 61 1.3.1.20. Passadeira 4. Os materiais a aplicar deverão ser estudados e adaptados ao tipo de pavimento pré-existente 1.Marcar e assinalar as passadeiras, com para que não dê origem a situações de impacto sinalização vertical e horizontal, devendo a zebra ser de cor branca sobre fundo em cor contrastante; visual ao nível urbanístico. 2.A largura das passadeiras deve ter entre 4,00m ou 5,00m, acompanhada dos rebaixamentos de passeio que lhe dão acesso; 3. Prever uma correta manutenção e Figura 51: Percurso acessível. Figura 52: Percurso acessível. conservação da zebra, assim como do contraste com o fundo e adequar os materiais a aplicar consoante o tipo de pavimento pré-existente. 1.3.1.21. Dimensionamento de Passadeira 1.3.1.22. Passadeira a terminar em estacionamento 1.Remover o estacionamento do local de atravessamento de peões e área envolvente, devendo (também e sobretudo em novas 1.Redimensionar a passagem para uma largura mínima compreendida entre 4,00m ou situações) ser garantidos 5,00m livres antes da passagem de peões para que a 5,00m, acompanhada dos rebaixamentos de passeio que lhe dão acesso; 2. Apenas em caso de restrições físicas inultrapassáveis se recomenda que estas possam ter larguras mais reduzidas, nunca sendo inferior a 2,50m; visibilidade da passagem de peões pelos automobilistas não seja impedida. Prever a construção do passeio no local onde 3. O rebaixamento do passeio adjacente à passagem de peões deverá acompanhar toda a sua existia estacionamento, para que o percurso largura, para que o percurso pedonal tenha a continuidade necessária, sendo que o mesmo pedonal tenha a continuidade necessária; deverá ser rebaixado na área de acesso à passagem de peões (em toda a sua largura) e, se possível, possuir uma guia para cegos de cor contrastante; 62 | Montemor-o-Velho Acessível Figura 53: Percurso acessível. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 63 2.Ter uma largura mínima compreendida entre 4,00m ou 5,00m, acompanhada de igual 2. Colocar as novas placas preferencialmente em fachadas dos edifícios e a uma altura modo da largura dos rebaixamentos de passeio que lhe dão acesso; 3. Ter passeios rebaixados na área de acesso à passagem de peões e, se possível, possuir uma guia para cegos de cor contrastante; particulares exige-se a autorização dos 4.Contemplar materiais que tenham sido estudados e adaptados ao tipo de pavimento superior a 2,40m (no caso de edifícios pré-existente para que não se dê origem a situações de impacte visual ao nível urbanístico. proprietários); 3.Aplicar o conceito de “design inclusivo” ao mobiliário urbano, devendo ser compacto, sem 1.3.1.23. Pavimento confortável e acessível arestas ou elementos salientes, minimizando possíveis acidentes. Figura 55: Percurso acessível. 1.Exige-se assim que os pavimentos que apresentem condições de degradação sejam reparados ou, quando tal não for possível, substituídos por materiais que cumpram os seguintes requisitos: • Continuidade • Segurança • Conforto 1.3.1.25. Quiosque 1.Colocar os novos equipamentos de forma Figura 54: Percurso acessível. a facilitar a utilização do passeio, bem como a visualização do próprio quiosque publicitário ou informativo; 2. Aplicar o conceito de “design inclusivo” ao mobiliário urbano, devendo ser compacto, 1.3.1.24. Placa toponímica 1. Remover e relocalizar as placas dos locais onde impedem que seja cumprida a largura livre do passeio (1,20m), bem como à sua altura livre (2,40m) e reparar o pavimento onde a mesma existia inicialmente; 64 | Montemor-o-Velho Acessível sem arestas ou elementos salientes, minimizando possíveis acidentes; 3.Todos os elementos projetados, devem estar a uma altura não inferior a 2,40m; Figura 56: Percurso acessível. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 65 4. Remover os quiosques dos locais onde impedem que seja cumprida a largura livre do passeio (1,20m) e altura livre (2,40m) do passeio, fazendo o respetivo ajuste das ligações de eletricidade, à nova localização e a reparação de todos os buracos no pavimento 1.3.1.27. Rebaixamento de passeio • Exemplo 1 1. Em passeios com largura igual ou superior onde estava inicialmente localizado o quiosque. a 3,00m o rebaixamento deve ter uma inclinação inferior a 8% na direção da 1.3.1.26. Rampa passagem de peões e 10% na direção do 1.As rampas devem satisfazendo uma das lancil do passeio ou caminho de peões; seguintes situações: 2. Para orientação de peões cegos deve existir • Ter uma inclinação não superior a 6%, uma guia desde a fachada dos edifícios até vencer um desnível não superior a 0,60m ao rebaixamento, com pelo menos, 0,80 m de e ter uma projeção horizontal não largura; 3. O rebaixamento não deve interferir com o • Ter uma inclinação não superior a 8%, superior a 10,00m; vencer um desnível não superior a 0,40m e ter uma projeção horizontal não canal de circulação pedonal, nem ser Figura 57: Rampa acessível. superior a 5,00m; obstruído com mobiliário urbano ou outros obstáculos; 4. No rebaixamento deverá existir uma faixa, 2.As rampas em curva deverão ter o raio de curvatura superior a 3,00m, medido no que acompanhe toda a extensão da perímetro interno da rampa, e a inclinação inferiora 8%; passadeira e respetivo rebaixamento; Figura 58: Percurso acessível. 3.As rampas devem possuir uma largura não inferior a 1,20m, devendo ainda possuir 5. O canal de circulação pedonal deve ser sempre corrimãos de ambos os lados, exceto nas situações salvaguardadas por lei; desimpedido quer em largura (pelo menos 1,20 m ou 1,50 m) quer em altura (2,40 m); 4. O revestimento de piso das rampas, no seu início e fim, deve ter faixas com diferenciação de 6. A largura mínima de 0,80 m para a guia de indicação de aproximação de passadeira é justificada pela largura média do passo humano (± 0,71 m) sendo assim garantido que a guia é sempre pisada e nunca passará despercebida. 66 textura e cor contrastante relativamente ao pavimento adjacente. | Montemor-o-Velho Acessível Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 67 • Exemplo 2 1.Os rampeamentos devem ter uma inclinação inferior a 6% na direção da circulação pedonal; 2. Na zona rebaixada, o desnível deve ser igual ou inferior a 0,02m relativamente à rua, sendo preferencialmente à mesma cota; 3. Para orientação rebaixamentos de deve peões ser cegos utilizado nos o Figura 60: Percurso acessível. pavimento táctil, preferencialmente pitonado e em cor bordeaux, atravessando o passeio de forma perpendicular até à passadeira uma guia com, pelo menos, 0,80m de largura no mesmo material e cor. Figura 59: Percurso acessível. 1.3.1.28. Sinalização de trânsito (inclui semáforos) 1. Remover os sinais de trânsito dos locais onde impedem que seja cumprida a largura livre do • Exemplo 3 passeio (1,20m) e a altura (2,40m), com a 1. Nestas situações, o atravessamento deve ser nivelado com a cota do lancil e do passeio; 2. A orientação de peões cegos mantém-se, com a criação do T da seguinte forma: deve existir uma 2.Colocar os novos sinais em corredores guia, em material de textura e cor contrastante, desde o lado mais afastado do passeio em relação à passadeira com, pelo menos, 0,80m de largura e uma faixa ao longo da largura percurso pedonal, de forma a facilitar a consequente reparação do pavimento; destinados ao mobiliário urbano, ou fora do da passadeira no mesmo material e cor e com os mesmos 0,80m de largura (estes utilização do passeio, bem como a ser visíveis pelos automobilistas; elementos criam o T previamente referido); Figura 61: Percurso acessível. 3. A aproximação à passadeira não deve interferir com o canal de circulação pedonal, nem ser 3.Em áreas históricas, estes elementos deverão ser colocados nas fachadas dos edifícios uma vez que os perfis de rua obstruído com mobiliário urbano ou outros obstáculos; 4. O material referido atrás, deve ser, mais uma vez, pavimento pitonado de cor contrastante. 68 | Montemor-o-Velho Acessível subjacentes a esse tipo de núcleos correspondem, na sua maioria, a uma largura reduzida. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 69 1.3.1.29. Estacionamento para pessoas com mobilidade reduzida 1.3.2. Barreiras Móveis 1. Lugar com dimensão mínima de 2,50m de 1.3.2.1. Estacionamento abusivo largura por 5,00m de comprimento; 2. Possuir uma faixa de acesso lateral com, pelo menos, 1,00m de largura; 1. Reforçar a fiscalização no espaço público do 3.Contemplar uma rampa para o passeio, sempre que necessário; município; 2. Colocar prumos ou floreiras, de “design 4. Estar devidamente sinalizado e identificado, inclusivo” (compacto, sem afunilamentos com sinal modelo H1a com placa adicional Figura 63: Percurso acessível. junto ao piso, livre de arestas ou elementos salientes), e de preferência em corredores de modelo M11d e pintura do sinal universal infraestruturas, como forma de impedir o estacionamento de veículos sobre o passeio, de acessibilidade no seu centro, em cor sendo que a própria criação de corredores de infraestruturas com mobiliário urbano contrastante, e com dimensões de 1,00m por 1,00m; 3. Criar corredores verdes ou arbóreos nos mesmos moldes dos corredores de infra- 5.As rampas de acesso ao passeio deverão ter em atenção as caraterísticas expostas estruturas por forma a evitar o estacionamento abusivo nos passeios; 4. É ainda fundamental que se criem espaços destinados ao estacionamento de proximidade, onde na lei relativamente a largura, inclinação, cor e textura, tal como explicitado no ponto diverso serve de barreira aos carros; sejam salvaguardados os lugares para pessoas com mobilidade reduzida; 5. Fazer campanhas contra os automóveis mal estacionados. 1.3.26. do presente capítulo. Figura 62: Percurso acessível. 70 | Montemor-o-Velho Acessível Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 71 1.3.2.2. Iluminação de festas e romarias 1.Remover estas estruturas dos 1.3.2.4. Obstáculo comercial 1. Colocar estas estruturas fora do percurso locais acessível; 2.Prever fiscalização frequente para garantir onde impedem que seja cumprida a largura livre do passeio (1,20m) e a altura livre (2,40m) do percurso acessível, fazendo 3.Remover os objetos comerciais: como o ajuste das ligações de eletricidade, à nova localização das iluminações e a Figura 64: Percurso acessível. reparação do pavimento onde foi colocada inicialmente a estrutura; os canais de circulação obrigatórios; esplanadas, mostruários de artigos e vestuário, dos locais onde impedem que seja cumprida a largura livre do passeio (1,20m); Figura 65: Percurso acessível. 2. Localizar estes elementos de forma que não interfira com o percurso acessível e o seu 4. Quando não é possível garantir um percurso design não coloque em risco quem circula ao longo dos passeios; acessível no passeio, a sua colocação deve 3. A altura mínima a que os mesmos devem ser colocados sobre os passeios é de 2,40m. ser feita dentro dos estabelecimentos interrompam ou dificultem o percurso 1.3.2.3. Obra ou tapume de obra 1. Os tapumes e/ou vedações de obras devem sempre garantir um percurso alternativo de circulação acessível e seguro; 2. Substituir os tapumes quando impedem a passagem na via pública com dimensão mínima associada à altura (2,40m) e largura (1,20m) livre do passeio; comerciais ou em espaços que não acessível; 5. Aplicar o conceito de “design inclusivo” ao mobiliário urbano ou objetos comerciais, devendo ser compacto, sem arestas ou elementos salientes, minimizando possíveis acidentes; 6. Criar regulamentos municipais de ocupação da via pública e/ou esplanadas que garantam o percurso acessível e a organização do espaço público. 3. As proteções de obras devem ser livres de arestas ou elementos salientes e devem ainda conter sinalização com cores contrastantes; 4. No final da obra deve sempre garantir-se que os locais onde estes elementos se situavam são alvo de reparação do pavimento. 72 | Montemor-o-Velho Acessível Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 73 1.4.Generalidades pontos relevantes da sua estrutura ativa de qualquer área urbanizada, estes factos estão deveras implícitos. 1.4.1. Percurso acessível Assim, associado a este conceito de percurso acessível, ser é definido de forma mais clara e objetiva o que são os servidas por uma rede de percursos corredores de infraestruturas, resultado inevitável da aplicação da legislação na obrigatoriedade de deixar • As áreas urbanizadas devem pedonais, designados de acessíveis, que proporcionem o acesso seguro exclusivamente para os peões o espaço que lhes é e confortável das pessoas com mobilidade condicionada a todos os pontos relevantes da sua estrutura ativa (…). destinado. A criação de passeios devidamente dimensionados e organizados é possível de várias formas, no entanto • A rede de percursos pedonais acessíveis deve passar pela criação de um corredor livre (percurso deve ser contínua e coerente, abranger acessível) de, pelo menos, 1,20m ou 1,50m (em função toda a área urbanizada e estar articulada com as atividades e funções urbanas realizadas tanto no solo público como no solo privado. Figura 67: Percurso acessível. da hierarquia da via) e pela colocação do mobiliário Figura 66: Percurso acessível. A criação, e consequente definição, pela legislação do percurso acessível, assumiu-se como um importante “instrumento legal”, que potencia e salvaguarda os propósitos inerentes aos conceitos de acessibilidade e mobilidade para todos e o que vem sendo referido a propósito de cada uma das urbano no que se designa de “corredor de infraestruturas”. O canal mais afastado das vias de circulação automóvel – eventualmente mais próximo das construções, caso existam – é estritamente dedicado à circulação pedonal sendo que o canal mais próximo da rua serve para a colocação de todo o mobiliário urbano, da sinalização, árvores, no que até aqui temos designado de “corredor de infraestruturas”. barreiras urbanísticas e móveis atrás abordadas. De facto, com a criação da “figura” do percurso Os referidos canais possibilitam a correta colocação de uma variedade múltipla de peças acessível surge a definição de que os objetos e elementos no espaço público têm de ter um espaço de mobiliário urbano, de infraestruturas e de opções de desenho urbano. Na imagens estão próprio e organizado que, seja simples, claro e ainda, intuitivo. Ao definir-se este conceito como contemplados alguns desses elementos, sendo vasto o leque que pode fazer parte desta uma rede de trajetos acessíveis que garantem o acesso cómodo de todas as pessoas a todos os forma de criar/organizar passeios capazes de satisfazer as necessidades de circulação e 74 | Montemor-o-Velho Acessível Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 75 mobilidade atuais. De facto, nos corredores No desenho de um percurso acessível deve ser de infraestruturas são vários os elementos equacionada a introdução de um pavimento que podem ser colocados – a título de com orientação para cegos, através de exemplo – como floreiras, candeeiros de marcações tácteis, de forma a melhorar a iluminação pública, contentores do lixo, potencialidade do percurso acessível. Estas sinais árvores, marcações devem incluir guias de orientação obstáculos comerciais e armários tipo EDP. no eixo do percurso, afastadas das fachadas Este leque de elementos é diversificado, para que nada impeça a orientação por motivos sendo que aqui poderiam perfeitamente ser de colocação de obstáculos, assim como uma colocados semáforos, abrigos de transportes marcação diferenciada para mudanças de de trânsito, papeleiras, públicos, pilaretes, marcos do correio, bocas- Figura 68: Percurso acessível. direção e aviso de perigo/paragem. Figura 70: Percurso acessível. -de-incêndio, cicloparques, etc., dependendo da capacidade dimensional do perfil da rua. Esta opção de desenho urbano permite resolver – sobretudo no caso de desenho de novas vias ou requalificação de vias existentes – a generalidade dos problemas associados a cada uma das barreiras urbanísticas referidas, sendo a garantia de cidades e vilas mais seguras, confortáveis e – principalmente – mais inclusivas. Figura 69: Percurso acessível. 76 | Montemor-o-Velho Acessível Figura 71: Percurso acessível. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 77 1.4.2. Perfis-tipo de Rua 1.4.2.1. Ruas com Perfil Inferior a 5,15m Vários são os paradigmas que definem e orientam o desenho urbano. As cidades e vilas vão • São várias as ruas, nas nossas vilas e sofrendo inevitáveis mutações na sua forma. Contudo, em função da idade e do modo como cidades, cujo perfil médio se situa abaixo dos se estruturaram muitas das nossas cidades e vilas, a morfologia que hoje apresentam não se 5,15m de largura, designadamente nas zonas coaduna com um dos principais paradigmas da sociedade dos nossos dias, nomeadamente a mais antigas dos núcleos urbanos. Acessibilidade e Mobilidade para Todos. Um perfil com estas dimensões não permite Assim, no presente documento, propõe-se a adoção de cinco Perfis-tipo definidos de acordo a existência de passeios com as dimensões com os princípios e normas legais em vigor, capazes de se adaptar às nossas vilas e cidades. De mínimas, de 1,20m, estabelecidas por lei. salientar, o facto de serem, como se refere, Perfis-tipo. A sua adoção obriga, como é evidente, à interpretação à luz da dimensão da rua onde se vai intervir, ponderando as especificidades no desenho de cada rua, de forma a manter o percurso acessível. Estes Perfis-tipo são balizados por intervalos de dimensões, de acordo com as figuras e as notas seguintes. Assim sendo, para esta tipologia de rua a solução passa por uma situação de partilha da rua nivelada. Neste caso, há a partilha da mesma entre o peão e o automóvel. Contudo o peão tem prioridade em toda a extensão da rua Figura 73: Ruas com Perfil Inferior a 5,15m. e pode circular no centro da mesma. Relativamente à estereotomia do pavimento, a proposta apresentada remete para a que mais facilita, visualmente, os propósitos da Acessibilidade e Mobilidade para Todos. Tanto a estereotomia, como a escolha do material para os pavimentos, deve resultar das necessidades e especificidades de cada situação. Na imagem apresentada, a rua partilhada tem o desenho da faixa de circulação pedonal, ao centro da via, e em material diferenciado e mais confortável. Figura 72: Perfis-tipo 78 | Montemor-o-Velho Acessível Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 79 1.4.2.2. Ruas com Perfil entre 5,15m e 5,40m 1.4.2.3. Ruas com Perfil médio entre 5,40m e 8,40m • Utilizando a medida de referência deste • No seguimento da introdução feita no ponto ponto, torna-se importante explicar o porquê anterior, constatamos também que muitas desta definição. Assim, considerando-se as são as ruas que possuem um perfil onde medidas entre os 2,75m e os 3,00m para a circulam automóveis em ambos os sentidos, circulação automóvel e os 1,20m a medida sacrificando-se mínima para um passeio de dimensões legais pedonal, uma vez que os passeios ficam com e confortáveis, temos 1,20m + 2,75m + 1,20m = dimensões exíguas. para isso a mobilidade 5,15m e 1,20m + 3,00m + 1,20m = 5,40m para ruas de um sentido de trânsito e passeios de Assim, ambos os lados. compreendido entre 5,40m e 8,40m propomos para ruas com perfil médio a reformulação desta, estruturando a rua com Como tal, em ruas cujo perfil é inferior a este valor e uma vez que não faz sentido existir passeio apenas de um dos lados, julga-se apenas um sentido automóvel, passando a Figura 74: Ruas com Perfil entre 5,15m e 5,40m. como sensata, a opção do Perfil-tipo 1. Figura 75: Ruas com Perfil médio entre 5,40m e 8,40m. denominar esta tipologia de ruas de Perfil 3. Os sentidos automóveis são aspetos que se manterão caso estes já se verifiquem ou a alterar quando as ruas sejam de dois sentidos, reformulando-se, também, os sentidos das ruas Neste segundo Perfil-tipo (Imagem 74), em que a dimensão média da rua se aproxima das envolventes - se necessário - a fim de potenciar a fluidez de tráfego. medidas referidas, optamos por definir corredores laterais de pelo menos 1,20m de largura, em material confortável para circulação pedonal. Apesar do nivelamento do pavimento que se É, contudo, ponto assente que os passeios devem existir sempre que possível e a existir devem propõe também para este perfil, é feita a diferenciação entre as áreas de circulação automóvel dar uma resposta total ao seu propósito de servir os peões, independentemente da sua maior e o fluxo pedonal, através da utilização de materiais distintos. ou menor capacidade de mobilidade. Refira-se, mais uma vez que, nestas situações, as ruas deverão ter um carácter partilhado com prioridade ao peão. 80 | Montemor-o-Velho Acessível Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 81 1.4.2.4. Ruas com Perfil médio entre 8,40m e 9,60m • Nas ruas cujo perfil médio se situa no intervalo imediatamente surge a • Sendo o valor 9,60m o valor referência máximo que foi dos perfis mencionados anteriormente, onde se contemplam mencionado no ponto anterior, ou seja, todas as situações mais frequentes, resulta assim um existir, de forma confortável a possibilidade valor marco a partir do qual os elementos se estruturam e de ter passeios de ambos os lados, possuindo desenvolvem de forma tranquila, no que diz respeito ao bom também duas faixas de rodagem de 3,00m desenho urbano. possibilidade acima de referido, 1.4.2.5. Ruas com Perfil Superior a 9,60m concretizar o (Imagem 76), sendo que se mantivermos este valor e o perfil se aproximar dos 9,60m De facto, a partir de 9,60m as possibilidades são imensas, é-nos permitido ter passeios com dimensões uma vez que são inúmeras as opções em termos de desenho superiores aos mínimos. A partir dos 9,60m urbano sendo ainda que – mediante o perfil médio destas existem várias possibilidades, no entanto este ruas – se podem conciliar soluções. Assim, apresentamos de valor de referência surge devido ao facto de seguida três possibilidades, exemplificando possibilidades somarmos aos 8,40m (atrás explicados) mais de intervenção. 1,20m de largura mínima de uma possível ilha central. Estas soluções podem, como se referiu atrás, estruturar-se em conjunto. A referência à ilha central surge do enquadramento que esta merece na legislação específica de Acessibilidade e Mobilidade para Figura 76: Ruas com Perfil médio entre 8,40m e 9,60m. Todos e, pelo facto, de ser uma opção constante A primeira possibilidade (Imagem 77) surge como ilustração ao que é referido no fim do ponto anterior, rua de dois sentidos com passeios de ambos os lados e ilha central. nas ruas centrais e mais recentes de muitas das nossas cidades e vilas. Assim, imaginando a possibilidade de ilha – abordada e ilustrada anteriormente – ser contemplada, o valor de 9,60m estabelece o mínimo do intervalo deste Perfil-tipo. 82 | Montemor-o-Velho Acessível Figura 77: Ruas com Perfil Superior a 9,60m. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 83 Fontes das Figuras do Capítulo de Espaço Público: O conjunto de Perfis-tipo apresentados são capazes de responder à generalidade das situações presentes nas ruas das vilas e • TELES, PAULA [2009], Cidades de Desejo entre Desenhos de Cidades: cidades portuguesas. A sua adaptação à Figuras 1, 2, 3, 4, 5, 6, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, realidade não é sobre o princípio de receita 29, 30, 31, que se aplica de forma instantânea a qualquer 32, 33, 34, 37, 40, 41, 42, 43, 44, 45, 47, 48, 49, 50, 51, 52, 54, 57, 58, 59, 60, 61, 62, 65, 66, situação. Deve antes ser vista e interpretada 68, 69, como uma matriz orientadora que alerta 70, 71. para situações existentes e considerá-las no • Guia Operacional de Acessibilidade para Projetos de Desenvolvimento Urbano 1: desenho do espaço público, nomeadamente Figura 39. em elementos que, inevitavelmente, são • mpt® [2010]: definidores da forma como vivemos e Figuras 7, 18, 19, 35, 36, 38, 46, 53, 55, 56, 63, 64, 67, 72, 73, 74, 75, 76, 77. percorremos as cidades e vilas, como são efetivamente as ruas. As ilustrações devem ser entendidas à luz da especificidade e particularidade de cada local, seja em termos técnicos, estéticos e/ou construtivos. Figura 78: Ruas com Perfil Superior a 9,60m. 84 | Montemor-o-Velho Acessível Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 85 Edifícios Acessíveis, um direito para Todos 86 | Montemor-o-Velho Acessível 2 Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 87 Os problemas encontrados no edificado são verificados segundo o Decreto-Lei n.º 163/2006 de 8 de agosto que regula a promoção da acessibilidade como elemento essencial na qualidade de vida das pessoas. 2. Edificado 2.2.Tipologia de Barreiras O edificado é analisado segundo a sua estrutura, sendo ao nível do rés-do-chão ou desenvolvido em vários pisos. Assim as várias barreiras encontradas principalmente no exterior próximo e interior dizem respeito: • Ao subdimensionamento das portas de entrada/saída para o edifício; • À falta de design dos puxadores; 2.1.Metodologia Orientadora • Às soleiras de portas que excedem a altura e dificultam o acesso; A metodologia do edificado consiste na análise dos vários problemas encontrados em cada equipamento. • Aos acessos horizontais onde os corredores são subdimensionados; • Aos acessos verticais onde as características das escadas não cumprem as devidas dimensões, à falta de equipamentos elevatórios e/ou subdimensionamento dos próprios para aceder aos As propostas de sistematização e correção do edificado estão divididas vários pisos; em 6 pontos distintos e que compõe a estrutura de um edifício: • Ao subdimensionamento da Instalação Sanitária dirigida a pessoas com mobilidade reduzida e Acesso Exterior Acesso Distribuição ao Edifício ao Edifício do Edifício falta de equipamento ou mesmo da sua inexistência; • À disposição incorreta do mobiliário no interior das dependências travando o percurso e dificultando manobras; • À falta dos devidos materiais antiderrapantes e sem textura facilitando o percurso; • À falta de estacionamento dirigido a pessoas com mobilidade reduzida e/ou falta de Acesso a Sinalética Depedências Depedências e Instalações 88 | Montemor-o-Velho Acessível dimensionamento e sinalização; • À falta de rampas, escadas/degraus, pavimentos degradados e mobiliário urbano, todos indevidamente aplicados ou dimensionados, já caracterizados no capitulo anterior referente ao Espaço Público. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 89 2.3.Propostas de Sistematização e Correção do Edificado 2.3.1. Acesso Exterior ao Edifício 2.3.1.1. Estacionamento • Deve ser previsto um número específico de lugares de estacionamento para pessoas com mobilidade reduzida de acordo com o número total de lugares existentes, tal como indica a tabela seguinte: Número de lugares de Lugares de estacionamento para estacionamento gerais pessoas com mobilidade reduzida ≤ 10 1 11 a 25 2 26 a 100 3 101 a 500 4 Por cada 100 lugares em 1 Figura 79: Estacionamento não regulamentar. Figura 80: Estacionamento regulamentar. espaços com mais de 500 • O lugar de estacionamento deve ter uma largura ≥ 2,5 m, comprimento ≥ 5,00m, com faixa de acesso lateral com uma largura útil não inferior a 1,00m, devem estar localizados ao longo do percurso acessível mais curto até à entrada do equipamento a servir, os seus limites devem ser demarcados por linhas pintadas contrastantes com a da restante superfície; devem conter um sinal horizontal pintado em cor contrastante com o símbolo internacional de acessibilidade de dimensão não inferior a 1,00m e um sinal vertical. A faixa de acesso Figura 81: Estacionamento regulamentar. lateral pode ser partilhada por dois lugares de estacionamento. 90 | Montemor-o-Velho Acessível Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 91 2.3.1.2. Canais de circulação pedonal / Mobiliário urbano • O revestimento do piso de espaços não encerrados ou onde exista água devem garantir uma boa aderência, boas qualidades de drenagem e de secagem; • O canal de circulação pedonal deve ser organizado para que os equipamentos • Se existirem grelhas, buracos ou frestas no piso, os espaços existentes devem ter dimensão urbanos e infraestruturas estejam todos inferior a 0,02m; num mesmo corredor e que não travem o percurso, mantendo um canal de circulação • Ao nível do pavimento devem existir guias de orientação para cegos diferenciando-se com 1,20m livres de obstáculos; quer ao nível da textura, quer ao nível da cor. • O mobiliário urbano quer no espaço exterior público, quer privado, deve estar direcionado para um design inclusivo, não deve ter arestas vivas e elementos salientes que se Figura 82: Percurso acessível. revelem perigosos; • As caldeiras das árvores devem ser revestidas por grelhas de proteção ou assinaladas com um separador de altura não inferior a 0,30m que permita a sua identificação por pessoas com deficiência visual. 2.3.1.3. Pavimento • Os pisos devem ser estáveis, não se deslocando quando sujeitos à ação mecânica, devem ser duráveis, firmes e contínuos, sem juntas com profundidade superior a 0,005m, devem ter uma inclinação inferior a 5% na direção do percurso e não superior a 2% na direção transversal; 92 | Montemor-o-Velho Acessível Figura 83: Pavimento confortável. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 93 2.3.2. Acesso ao Edifício • Possuir patamares superiores e inferiores com profundidade igual ou superior a 1,2m; • Possuir patamares intermédios com profundidade igual ou superior a 0,70m, sempre que a altura 2.3.2.1. Degrau/Escada • Alguns dos problemas a vencer seja superior a 2,40m; • Os degraus devem ter uma profundidade (cobertor) não inferior a 0,28m e uma altura associados normalmente à existência de degraus ou (espelho) não superior a 0,18m e as suas dimensões devem ser constantes ao longo de cada lanço. As arestas devem ser arredondadas e possuir faixas antiderrapantes e de escadas no acesso ao edifício é a ausência de corrimãos e a má configuração dos mesmos, com alturas não recomendadas e com formas que são geralmente consideradas perigosas • A escada e todos os seus constituintes não devem apresentar elementos salientes, para os utilizadores. A existência de degraus elevados e da largura da conta aquando do escada subdimensionada também são fatores a ter em sinalização visual, encastradas junto ao focinho e de profundidade não inferior a 0,04m. diagnóstico Figura 84: Entrada não acessível. ou não • Escadas que vençam mais de 0,4m de altura têm que apresentar corrimãos de ambos os lados; para além do último degrau, quer no topo da escada, quer na base. No entanto, o prolongamento do corrimão na base deve manter a inclinação da escada, enquanto regulamentar, que no topo deve ser paralelo ao piso. Os corrimãos não devem ter interrupções, devem sempre segundo o Decreto-Lei 163/2006 arestas vivas ou extremidades projetadas perigosas; • Os corrimãos têm que estar a uma altura entre 0,85m e 0,90m e devem prolongar-se 0,30m e que influenciam na designação de ser regulamentar Entre o plano do cobertor e do espelho não deve existir elementos proeminentes; de 8 de agosto. ser contínuos ao longo dos vários lanços; • Não devem existir degraus isolados, nem escadas com menos de três degraus, contados pelo Características a ter em conta para a realização de uma escada/degrau regulamentares: • Largura dos lanços e patamares igual ou 94 superior a 1,20m; | Montemor-o-Velho Acessível número de espelhos. Quando não for possível esta situação, no caso de existirem degraus com estas características, estes devem ser claramente assinalados e diferenciados com um material de revestimento de textura diferente e cor contrastante em relação ao pavimento; • Recomenda-se como boa prática a não existência de escadas, contudo, quando numa Figura 85: Entrada acessível. mudança de nível for inevitável, estas devem ser complementadas por rampas, ascensores ou plataformas elevatórias. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 95 2.3.2.2. Rampas • Devem existir plataformas horizontais de descanso na base, no topo de cada lanço • Alguns dos problemas associados normalmente à existência de rampas no acesso e quando existe uma mudança de direção, ao edifício é a ausência de corrimãos e a má configuração dos mesmos, com alturas respeitando a projeção horizontal específica não recomendadas e com formas que são geralmente consideradas perigosas para os para cada inclinação. Estas plataformas utilizadores e acima de tudo a existência de inclinações excessivas, são fatores a ter em devem ter a largura da rampa ou superior conta aquando do diagnóstico e que influenciam na designação de ser regulamentar ou não (≥ 1,20m) e ter um comprimento ≥ 1,50m; regulamentar, sempre segundo o Decreto-Lei 163/2006 de 8 de agosto. • Quanto aos corrimãos, estes devem existir de ambos os lados e ser duplos quando Características a ter em conta para a realização de uma rampa regulamentar: a inclinação for superior a 6%. Contudo • Quanto à inclinação deve ser a menor possível e satisfazer uma das seguintes situações: existem exceções, se o desnível a vencer Figura 86: Rampa acessível. for ≤ 0,20m pode não existir corrimãos e se Inclinação Desnível a vencer Projeção Horizontal o desnível a vencer estiver compreendido ≤ 6% ≤ 0,60m ≤ 10,00 m entre 0,20m e 0,40m e com inclinação ≤ 8% ≤ 0,40m ≤ 5,00m • Prevêem-se outras inclinações, superiores a 8%, apenas em edifícios sujeitos a obras de alteração ou conservação e quando não existe espaço para dar lugar a uma rampa nas condições anteriores. Nestes casos as inclinações devem satisfazer uma das seguintes situações: ≤ 6% pode existir corrimão apenas num dos lados. Os corrimãos, tal como nas escadas devem prolongar-se 0,3m para além do topo e da base da rampa, paralelos ao piso da rampa. Se o corrimão tiver apenas um elemento preênsil, este deve estar a uma altura compreendida entre 0,85m e 0,95m. Se o corrimão for duplo o primeiro elemento preênsil deve estar a uma altura compreendida entre 0,70m e 0,75m e o Projeção Horizontal Inclinação Desnível a vencer ≤ 10% ≤ 0,20m ≤ 2,00m ≤ 12% ≤ 0,10m ≤ 0,83 m Largura ≥ a 1,20m, excepto se a projeção horizontal for ≤ 5,00m ou se existirem duas rampas para o mesmo percurso, podendo nestes casos ter largura ≥ a 0,90m; 96 | Montemor-o-Velho Acessível segundo elemento preênsil deve estar a uma altura compreendida entre 0,90m e 0,95m, medida verticalmente; • O piso das rampas no seu início e fim deve ser revestido com faixas antiderrapantes, com diferenciação de textura e cor contrastante; Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 97 • Quando uma rampa ou plataforma horizontal tiver um desnível superior a 0,10m 2.3.2.3. Soleiras relativamente ao piso adjacente e vencer um desnível maior que 0,30m deve conter elementos de proteção; tais como rebordos laterais (≤ 0,05m), muretes ou paredes contínuas, guardas com elementos verticais distanciados a menos de 0,30m, extensão lateral do pavimento da rampa para lá do corrimão até 0,30m. Características a ter em conta para a realização de uma soleira regulamentar: • Com uma altura não superior a 0,005m não necessitam de tratamento no bordo; • Com uma altura até 0,02m necessitam de ter o bordo boleado ou chanfrado com inclinação ≤ 50%; • Em mudanças de nível com desníveis Figura 87: Rampa acessível. 98 | Montemor-o-Velho Acessível Figura 88: Soleira regulamentar. superiores a 0,02m, estas devem ser vencidas por uma rampa ou dispositivo mecânico de elevação. Figura 89: Soleira regulamentar. Figura 90: Soleira não regulamentar. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 99 2.3.2.4. Porta de entrada As portas normalmente são subdimensionadas • Os puxadores / fechaduras / trincos devem e muitas vezes os puxadores não são os mais ter resistência mínima, forma fácil de adequados a pessoas com mobilidade reduzida. agarrar com uma mão, não requerer pressão firme ou rodagem do pulso e devem Características a ter em conta para a realização ser em forma de alavanca e não de maçaneta. de uma porta regulamentar: Devem ainda estar situados entre 0,80m e • Do lado exterior das portas de acesso aos edifícios deve existir um espaço que permita 1,10m e a mais de 0,05m do bordo exterior da porta; inscrever uma zona de manobra que • As portas de batente devem ter uma barra horizontal fixa a uma altura do piso situada possibilite a uma pessoa de cadeira de rodas fazer uma rotação de 360º, num plano não entre 0,80m e 1,10m e de extensão não inferior a 0,25m; inclinado ou de inclinação inferior a 2%; Figura 92: Porta acessível (automática). • As portas de entrada/saída dos edifícios • As portas com grandes superfícies envidraçadas devem ter marcas de segurança bem devem ter uma largura útil não inferior a 0,87m. Esta medição deve ser feita entre a face da folha da porta quando aberta a 90º e o batente ou guarnição do lado oposto; Figura 91: Porta acessível. • As portas devem ter uma altura útil não inferior a 2,00m; visíveis situadas a uma altura entre 1,20m e 1,50m; • No caso de existirem portas de movimento automático, a velocidade do seu fecho deve poder ser controlada, devem ser ativadas por detetores de movimento ou dispositivos de operação, devem possuir sensores verticais e horizontais e estar programadas para ficarem abertas até a zona de passagem estar totalmente desimpedida. • Quando existem portas giratórias, molinetes ou torniquetes deve existir uma porta ou passagem acessível alternativa e contígua em uso; • Em portas com duas folhas, pelo menos um delas deve satisfazer a largura útil definida anteriormente (0,87m); 100 | Montemor-o-Velho Acessível Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 101 2.3.2.5. Pisos • Os pisos devem ser estáveis, não se deslocando quando sujeitos à ação mecânica, devem ser duráveis, firmes e contínuos, sem juntas com profundidade superior a 0,005m, devem ter uma inclinação inferior a 5% na direção do percurso e não superior a 2% na direção transversal; 2.3.3. Distribuição do Edifício 2.3.3.1. Átrio Características a ter em conta para a realização de um átrio regulamentar: • O revestimento do piso de espaços não encerrados ou onde exista água devem garantir • Os átrios devem ser amplos, com espaço que permita inscrever uma zona de manobra que uma boa aderência, boas qualidades de drenagem e de secagem; possibilite a uma pessoa em cadeira de rodas fazer uma rotação de 360º, num plano de nível; • Se existirem grelhas, buracos ou frestas no piso, os espaços existentes devem ter dimensão • Para completar estas especificações deve existir uma zona livre para o acesso e permanência inferior a 0,02m; de uma pessoa em cadeira de rodas (0,75x1,20m). • A inclinação dos pisos e seus revestimentos deve ser inferior a 5% na direção do percurso, excluindo as rampas, e, não superior a 2% na direção transversal ao percurso. • Equacionar a introdução de orientações para cegos nos pisos e seus revestimentos, através de marcações tácteis, de forma a melhorar a potencialidade do percurso acessível, incluindo guias de orientação no eixo dos percursos e marcas diferenciadas nas mudanças de direção, assim como para o aviso de perigo/paragem. Figura 93: Piso regulamentar. 102 | Montemor-o-Velho Acessível Figura 94: Percurso Acessível. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 103 2.3.3.2. Corredor 2.3.3.3. Corredor em Edifícios Escolares e de Formação • Deve possuir uma largura não inferior a • Os edifícios e instalações escolares e de formação devem ter as passagens exteriores entre 1,20m; • Podem existir troços de largura igual ou superior a 0,90m se o seu comprimento for edifícios cobertas e a largura dos corredores não deve ser inferior a 1,80m. 2.3.3.4. Escada inferior a 1,50m e se não permitir acesso a • Largura dos lanços e patamares igual ou superior a 1,20m; portas laterais de espaços acessíveis; • Os patamares superiores e inferiores devem possuir profundidade ≥ 1,20m; • Se os corredores ou galerias tiverem uma dimensão inferior a 1,50m, deve existir, a cada 10,00m, uma zona de manobra • Possuir patamares intermédios com profundidade igual ou superior a 0,70m, sempre que a altura Figura 95: Corredor não regulamentar. que permita uma rotação de 360º ou uma a vencer seja superior a 2,40m; mudança de direção a 180º; • Se existirem corrimãos devem ter um diâmetro compreendido entre 0,035m e 0,05m. Se estiverem junto a uma parede não devem ter um espaço entre eles e a parede inferior a 0,035m, não devem possuir superfícies abrasivas, arestas vivas e extremidades projetadas e devem ser colocados a uma altura do piso de 0,90m e quando interrompidos ser curvados na direção do suporte. 104 | Montemor-o-Velho Acessível Figura 96: Corredor regulamentar. Figura 97: Escadas não regulamentares devido a ausência e má configuação de corrimãos, assim como pela existência de degraus vazados. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 105 • Degraus: • Não devem existir degraus isolados, nem escadas com menos de três degraus, contados • Profundidade (cobertor) igual ou superior pelo número de espelhos. E se existirem, estes devem ser claramente assinalados e a 0,28m; diferenciados com um material de revestimento de textura diferente e cor contrastante em • Altura (espelho) igual ou inferior a 0,18m; relação ao pavimento; • Dimensões constantes ao longo de cada lanço; • Arestas arredondadas; • Faixas antiderrapantes encastradas junto • Recomenda-se como boa prática a não existência de escadas, contudo, quando numa ao focinho e de profundidade não inferior a mudança de nível for inevitável, estas devem ser complementadas por rampas, ascensores ou plataformas elevatórias. 0,04m; • A escada e todos os seus constituintes não • A inclinação deve ser a menor possível e satisfazer uma das seguintes situações: devem apresentar elementos salientes, arestas vivas ou extremidades projetadas perigosas; • Escadas que vençam mais de 0,40m de altura 2.3.3.5. Rampa têm que ter corrimãos de ambos os lados; Projeção Horizontal Inclinação Desnível a vencer ≤ 6% ≤ 0,60m ≤ 10,00m ≤ 8% ≤ 0,40m ≤ 5,00m • Prevêem-se outras inclinações, superiores a 8%, apenas em edifícios sujeitos a obras de • Os corrimãos devem estar a uma altura entre alteração ou conservação e quando não existe espaço para dar lugar a uma rampa nas 0,85m e 0,90m e prolongar-se 0,30m para condições anteriores, satisfazendo uma das seguintes situações: além do último degrau, quer no topo (paralelo ao piso) da escada, quer na base (manter a inclinação da escada) e ser contínuos ao longo dos vários lanços; Figura 98: Escada regulamentar. 106 | Montemor-o-Velho Acessível Inclinação Desnível a vencer Projeção Horizontal ≤ 10% ≤ 0,20m ≤ 2,00m ≤ 12% ≤ 0,10m ≤ 0,83 m • Largura ≥ a 1,20m, exceto se a projeção horizontal for ≤ 5,00m ou se existirem duas rampas para o mesmo percurso, podendo nestes casos ter largura ≥ a 0,90m; Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 107 • Devem existir plataformas horizontais de descanso na base, no topo de cada lanço e 2.3.3.6. Ascensores quando existe uma mudança de direção, respeitando a projeção horizontal específica para cada inclinação. Estas plataformas devem ter a largura da rampa e ter um comprimento • Diante da porta deve existir um patamar que permita inscrever uma zona de manobra que ≥ 1,50m; possibilite a uma pessoa de cadeira de rodas fazer uma rotação de 360º, num plano com • Quanto aos corrimãos, estes devem existir de ambos os lados e ser duplos quando a inclinação inferior a 2% e desobstruído de degraus ou outros obstáculos impeditivos de passagem inclinação for superior a 6%. Contudo existem exceções, se o desnível a vencer for e manobra de uma cadeira de rodas; ≤ 0,20m pode não existir corrimãos e se o desnível a vencer estiver compreendido entre 0,20m e 0,40m e com inclinação ≤ 6% pode existir corrimão apenas num dos lados. Os corrimãos, tal como nas escadas devem prolongar-se 0,30m para além do topo e da base da rampa, paralelos ao piso da rampa. Se o corrimão tiver apenas um elemento • A dimensão da cabine deve ser ≥ a 1,10m de largura por 1,40m de profundidade; • A precisão de paragem relativamente ao piso dos patamares deve ser ≤ a 0,02m; • O espaçamento entre os patamares e o piso das cabines deve ser inferior a 0,035m; preênsil, este deve estar a uma altura compreendida entre 0,85m e 0,95m. Se o corrimão for duplo o primeiro elemento preênsil deve estar a uma altura compreendida entre 0,70m e 0,75m e o segundo elemento preênsil deve estar a uma altura compreendida entre 0,90m e 0,95m, medida verticalmente; • O piso das rampas no seu início e fim deve ser revestido com faixas antiderrapantes, com diferenciação de textura e cor contrastante; • Quando uma rampa ou plataforma horizontal tiver um desnível superior a 0,10m relativamente o piso adjacente e vencer um desnível maior que 0,30m deve conter elementos de proteção; tais como rebordos laterais (≤ 0,05m), muretes ou paredes contínuos, guardas com elementos verticais distanciados a menos de 0,30m, extensão lateral do pavimento da rampa para lá do corrimão até 0,30m. Figura 99: Ascensor acessível. 108 | Montemor-o-Velho Acessível Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 109 • Deve ter pelo menos uma barra de apoio interior com altura compreendida entre 0,875m e 0,925m e a uma distância da parede entre os 0,035m e 0,05m; • Não devem existir no seu interior decorações projetadas a uma espessura superior a 0,015m; • As portas devem correr horizontalmente, ter movimento automático e possuir uma largura igual ou superior a 0,80m; Figura 101: Dispositivos de comando acessíveis (Contém cor contrastante, Braille, informação sonora, informação visual, botão de alarme e de paragem de emergência). • Os dispositivos de comando devem estar 2.3.3.7. Plataforma Elevatória situados a uma altura compreendida entre 0,90m e 1,20m quando localizados nos patamares, e entre 0,90m e 1,30m quando • As dimensões de uma plataforma devem localizados no interior das cabines; permitir a sua utilização por um adulto • Deve existir nos dispositivos de comando em cadeira de rodas, ou seja, nunca deve informação visual do comando registado, braille e informação sonora, proporcionando • Deve existir uma precisão de paragem em melhor comunicação visual a pessoas com deficiência visual. Deve ainda existir um botão de alarme e outro de paragem de emergência localizados no interior da cabine. 110 | Montemor-o-Velho Acessível Figura 100: Ascensor acessível. medir menos que 0,75mx1,00m; relação ao patamar do piso não superior 0,02m, tal como nos ascensores; Figura 102: Cadeira elevatória rebatível não acessível (largura útil da escada: ≤ 1,2m). • À entrada e saída da plataforma elevatória devem existir zonas livres com profundidade não inferior a 1,20m (de preferência 1,50m) e de largura nunca inferior à da plataforma; Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 111 2.3.4. Acesso a Dependências e Instalações 2.3.4.1. Soleira/Degrau • Possuir altura não superior a 0,005m não necessitam de tratamento no bordo; • Possuir altura até 0,02m necessitam de ter o bordo Figura 103: Cadeira elevatória rebatível acessível (largura útil da escada: ≤ 1,2m). boleado ou chanfrado com inclinação ≤ 50%; • Em mudanças de nível com desníveis superiores a 0,02m, • Se o desnível a vencer for superior a 0,75m, a estas devem ser vencidas por uma rampa ou dispositivo plataforma deve contemplar portas ou barras de mecânico de elevação. proteção que possam ser acionadas manualmente Figura105: Soleira não regulamentar. pelo utente; • A plataforma deve possuir anteparos em todo o seu 2.3.4.2. Porta perímetro com uma altura não inferior a 0,10m; • As portas devem ter uma largura útil não inferior a 0,77m, medida entre a face da folha da porta • No caso de as plataformas estarem instaladas em escadas, devem ser rebatíveis para permitir quando aberta a 90º e o batente ou guarnição do lado oposto; • As portas devem ter uma altura útil não inferior a 2,00m; um utilização de toda a largura da escada quando a plataforma não está em uso, devendo deixar • Quando existem portas giratórias, molinetes ou torniquetes deve existir uma porta ou passagem livre pelo menos 1,20m de largura útil (dimensões • Em portas com duas folhas, pelo menos um delas deve satisfazer a largura útil definida regulamentares da largura de uma escada); • Os botões de controlo da plataforma devem ser visíveis e estar colocados a uma altura de forma a poder ser utilizado por um utente sentado na plataforma. 112 | Montemor-o-Velho Acessível Figura 104: Boas Práticas de Plataformas elevatórias. acessível alternativa e contígua em uso; anteriormente (0,77m); • Os puxadores/fechaduras/trincos devem ter resistência mínima, forma fácil de agarrar com uma mão, não requerer pressão firme ou rodagem do pulso e devem ser em forma de alavanca e Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 113 2.3.4.3. Acesso ao Tanque de Piscinas (Caso Específico) • Deve existir pelo menos um acesso à água por rampa ou meios mecânicos instalados ou amovíveis; • As zonas pavimentadas contíguas ao tanque das piscinas devem ser antiderrapantes; • As bordas das piscinas, degraus de acesso ou Figura 106: Porta não regulamentar. Figura 107: Porta regulamentar. outros elementos devem ser boleados; • As escadas e rampas e acesso aos tanques das piscinas devem ter corrimãos duplos de ambos não de maçaneta. Devem ainda estar situados entre 0,80m e 1,10m e a mais de 0,05m do bordo os lados, situados a uma altura Figura 108: Acesso ao tanque não regulamentar (má configuração dos corrimãos). entre 0,75m e 0,90m. exterior da porta; • As portas de batente devem ter uma barra horizontal fixa a uma altura do piso situada entre 0,80m e 1,10m e de extensão não inferior a 0,25m; • As portas com grandes superfícies envidraçadas devem ter marcas de segurança bem visíveis situadas a uma altura entre 1,20m e 1,50m; • As portas de movimento automático devem ter uma velocidade de fecho que possa ser controlada, devem ser ativadas por detetores de movimento ou dispositivos de operação, devem possuir sensores verticais e horizontais e estar programadas para ficarem abertas até a zona de passagem estar totalmente desimpedida. Figura 109: Acesso ao tanque regulamentar através de cadeira elevatória. 114 | Montemor-o-Velho Acessível Figura 110: Acesso ao tanque regulamentar. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 115 2.3.5. Dependências 2.3.5.1. Balcões de Atendimento / Zonas de Alcance 2.3.5.2. Instalações Sanitárias/Vestiários para pessoas com mobilidade reduzida Instalações Sanitárias Balcões de Atendimento Deve ser constituída pelos respetivos • Deve estar localizado adjacente a um percurso acessível; • Deve existir um espaço livre que permita uma aproximação frontal ou lateral; • Deve ter uma altura compreendida entre 0,75m e 0,85m, numa extensão não inferior a 0,80m. aparelhos sanitários acessíveis, tais como: • Sanita: altura - 0,45m com 2 barras de apoio laterais e rebatíveis ou uma lateral e outra posterior fixas e com um espaço de aproximação lateral; • Lavatório: altura - 0,80m; sob o lavatório altura de 0,70m e profundidade de 0,65m e ainda espaço para aproximação frontal; • Espelho: vertical e fixo com a base inferior situada até 0,90m ou com inclinação Figura 111: Balcão não regulamentar. Figura 112: Balcão regulamentar. regulável com a base inferior situada até 1,10m, o bordo superior do espelho deve estar situado a uma altura ≥ a 1,80m; • Equipamento e controlo de alarme: ligado ao sistema de alerta para o exterior, com Zonas de alcance disparo luminoso e sonoro, com os • O alcance frontal de uma pessoa em cadeira de rodas está situado entre os 0,40m e os 1,20m; terminais de sistema de aviso indicados • O alcance lateral de uma pessoa em cadeira de rodas está situado entre os 0,30m e os 1,40m. 116 | Montemor-o-Velho Acessível para utilização com luz e no escuro Figura 113: Instalações sanitárias não regulamentares. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 117 (auto-iluminação) e com botões de carregar, puxar ou cabos de puxar situados a uma altura do piso entre 0,40m e 0,60m; • Controlos e mecanismos operáveis: de alcance frontal, situados entre 1,20m e 0,40m e com alcance lateral entre 1,40m e 0,30m. As torneiras devem ser do tipo monocomando e acionadas por alavanca e os controlos de escoamento devem de alavanca. Outros equipamentos Figura 114: Porta regulamentar. • Base de duche para utilização de assento: com zona livre localizada ao lado da base, Figura 115: Instalações sanitárias/duche regulamentares. • Urinóis: assentes no piso ou fixos na parede a uma altura do piso ao seu bordo inferior a base deve medir 0,80mx0,80m ou 0,70mx1,10m, com barras de apoio, uma defronte até 0,60m ou 0,65m, com zona de aproximação frontal, comando de acionamento de ao assento distanciada da parede 0,40m e com 0,70m de extensão e outra do lado lateral descarga situado a 1,00m de altura e com barras verticais de apoio distanciados do eixo do esquerdo do assento junta à parede e com 0,70m de extensão todas situadas a uma altura urinol em 0,30m, a uma altura do piso de 0,75, e um comprimento não inferior a 0,70m; entre 0,70m e 0,75m; • Chuveiro tipo telefone, com tubo de comprimento ≥ 1,50m devendo poder ser utilizado como • Base de duche para utilização em cadeira de rodas: com ressalto entre a base e o piso adjacente inferior a 0,02m, inclinação da base ≤ 2% no sentido do escoamento, acesso • O espaço livre que subsiste após a instalação dos diversos equipamentos deve permitir • A porta de acesso às instalações sanitárias deve ser de correr ou de batente abrindo ao interior da base e largura não inferior a 0,80m, de dimensões 0,80x1,50m ou 0,80x1,20m, com barras de apoio, uma frontal de 1,00m de extensão e outra lateral com 0,70m de extensão todas situadas a uma altura entre 0,85m e 0,95m; 118 | Montemor-o-Velho Acessível chuveiro de cabeça fixo ou de mão livre; inscrever uma rotação de 360º não afetada pelo movimento da porta; para fora. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 119 Vestiários 2.3.5.3. Organização do Mobiliário/Pisos • Em cada conjunto de vestiários, deve existir pelo menos um adaptado; • Se a entrada/saída for realizada por uma porta de correr ou de batente deve ser possível inscrever no seu interior uma rotação de 180º e que não se sobreponha ao movimento da porta; • Se a entrada/saída for realizada por uma cortina, o vão deve ter uma largura não inferior a 0,80m e deve ser possível inscrever no seu interior uma rotação de 90º; • É importante a organização das várias dependências ao nível do espaço de manobra para possibilitar uma circulação mais fluida; • Os pisos de todo o edifício devem ser estáveis, não se deslocando quando sujeitos • Deve existir um banco fixo à parede, com 0,40mx0,80m, onde o bordo superior esteja situado à ação mecânica, devem ser duráveis, firmes e contínuos, sem juntas com profundidade a uma altura do piso de 0,45m, com zona livre para permitir a transferência lateral de uma pessoa em cadeira de rodas para o banco e deve ter resistência mecânica, uma superfície antiderrapante assim como uma forma que impeça a acumulação de água no caso de se claros nem demasiado escuros, devem tratar de zonas húmidas; • Se existirem espelho devem ter largura não inferior a 0,45m e altura não inferior a 1,30m; • Em recintos e instalações desportivas deve existir um conjunto de cabides fixos e cacifos localizados ao alcance de uma pessoa em cadeira de rodas. superior a 0,005m. Não devem ser demasiado Figura 117: Dependência desorganizada impedindo a circulação. possuir uma refletância média; • No caso da utilização de tapetes, passadeiras ou alcatifas como revestimento de pisos, devem estar fixos ao pavimento, com um reverso firme e de espessura não superior a 0,0015m. As bordas devem ser fixas ao piso ou com outro tipo de fixação em todo o seu comprimento. Deve ser assegurada possibilidade da superfície não enrugar, de não existir um desnível para o piso superior a 0,005m ou podem ser embutidos no piso; • Se existirem grelhas, buracos ou frestas no piso, os espaços existentes devem ter dimensão inferior a 0,02m. Figura 116: Vestiários regulamentares. 120 | Montemor-o-Velho Acessível Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 121 2.3.5.4. Salas de Espetáculos (Caso Específico) • Estes lugares quando não sejam necessários podem ter cadeiras desmontáveis; • Em obras de alteração ou recuperação e quando é impraticável a sua distribuição por todo o • O número de lugares destinados a pessoas em cadeira de rodas: Número de Lugares para pessoas lugares gerais em cadeiras de rodas ≤ 25 1 26 a 50 2 51 a 100 3 101 a 200 4 201 a 500 2% 501 a 1000 10 + 1% do que exceder os 500 ≥ 1000 15 + 0,1% do que exceder os 1000 recinto, podem-se agrupar estes lugares numa área apenas. • Como boa prática recomenda-se que estas normas se estendam aos restantes espaços dos recintos de espetáculos, tais como bastidores, camarins, palcos, salas de ensaio, instalações sanitárias, entre outros; • Os lugares destinados a pessoas em cadeiras de rodas devem ser distribuídos por vários pontos da sala, em áreas de piso horizontal, com condições de conforto, segurança, visibilidade e acústica equivalente à dos restantes espetadores. Devem ter uma zona livre para permanência superior a 0,80mx1,20m, com margem livre de 0,30m à frente e atrás, devendo também estar recuados 0,30m em relação ao lugar ao lado e com um lado totalmente desobstruído e junto a um percurso acessível; • Deve existir um lugar para acompanhantes sem limitações físicas junto ao lugar para pessoas em cadeiras de rodas; 122 | Montemor-o-Velho Acessível Figura 118: Salas de Espetáculos. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 123 2.3.6. Sinalética • Deve existir sinalização que oriente os utentes para entradas/saídas acessíveis, percursos acessíveis, lugares de estacionamento reservados a pessoas com mobilidade condicionada e instalações sanitárias acessíveis; • Para a sinalética ser acessível deve estar colocada num local visível, de forma a ser facilmente vista, lida e entendida por uma pessoa de pé ou sentada, deve ter uma superfície anti-reflexo, com carateres/símbolos de cores contrastantes com o fundo e que proporcionem um bom Figura 120: Sinalética acessível. entendimento da mensagem; • A identificação do número do piso num edifício deve ser um número arábico, colocado a uma altura do piso de 1,50m e se existir, a uma distância da ombreira não superior a 0,30m e com carateres com uma altura não inferior a 0,06m, saliente do suporte entre 0,005m e 0,007m, tipo negrito e de cor contrastante com o fundo adjacente. Fontes das Figuras do Capítulo de Edificado: • TELES, PAULA [2007], Guia de Acessiblidade e Mobilidade para Todos, Secretariado de Estado Adjunta e de Reabilitação, Lisboa: Figuras 81, 88, 93, 94, 99, 100, 110, 116, 118. • mpt® [2010]: Figuras 79, 80, 82, 83, 84, 85, 86, 87, 89, 90, 91, 92, 95, 96, 97, 98, 101, 102, 103, 105, 106, 107, 108, 109, 111, 112, 113, 114, 115, 117, 119, 120. • http://www.wheelchairaccess.co.uk/platform_lift.html: Figura 119: Sinalética não acessível. 124 | Montemor-o-Velho Acessível Figura 104. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 125 Transportes, redes de Mobilidade 126 | Montemor-o-Velho Acessível 3 Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 127 seus horários. Entre o início e o fim está o percurso efetuado pelo veículo que também ele deve 3. Transportes ser optimizado de maneira a servir mais e melhor os utilizadores. Tendo em conta que todos estes elementos estão interligados, os problemas associados a uma determinada etapa vão contribuir para os níveis de acessibilidade de toda a viagem. No que diz respeito às infraestruturas serão apresentadas orientações para a correção dos problemas associados: as plataformas de acesso; à localização de abrigos e/ou postiletes; ao acesso ao interior do abrigo; à informação disponibilizada; à existência de lugares reservados 3.1.Metodologia Orientadora para acomodação de cadeira de rodas no abrigo; à sinalização de paragens reservadas a A acessibilidade aos transportes tem-se tornado cada vez mais são feitas recomendações para aplicação de faixas tácteis de acesso aos veículos paralelas à indispensável como elemento diferenciador de sustentabilidade. Torna- guia e conjugação com faixas tácteis de direção e a criação ou adaptação de bilheteiras que se assim importante apostar na diferenciação com o objetivo de cada vez sejam acessíveis a pessoas com deficiência física ou de baixa estatura. autocarros; ao design dos abrigos; ao Mobiliário Urbano (design inclusivo). Para além disso mais responder às necessidades das populações. Este manual de boas práticas pretende ser um guia, identificando os principais problemas No que diz respeito aos veículos são apresentados os principais problemas associados: o associados a infraestruturas de apoio aos transportes coletivos e a acesso ao interior do veículo; a dimensão dos corredores no interior dos veículos; a existência veículos, apresentando orientações para correção e adaptação dessas e sinalização de lugares reservados a pessoas com mobilidade condicionada; a existência tipologias de problemas. de espaços de acomodação de cadeiras de rodas e carrinhos de bebé, sistemas de retenção utilizados, e botões de paragem específicos; a utilização de cores contrastantes, adequação Estas orientações fundamentam-se na acessibilidade dos transportes a diferentes alturas e dimensão dos botões de paragem e apoios; a disponibilização de tendo em conta as etapas que constituem uma viagem. Não se pode Informação sobre redes, horários, preços e indicação de paragens seguintes. encarar a “viagem” como sendo apenas e só o transporte de pessoas de um determinado local para outro. A “viagem” tem início no acesso dos Ressalvando que no caso dos veículos, algumas das tipologias de problemas podem ser transeuntes à paragem e tem o seu término assim que o transeunte sai facilmente corrigidas de acordo com as orientações, e outras passam pela substituição das do transporte. A paragem deve ter informação sobre os transportes e frotas, por veículos mais recentes e adaptados. 128 | Montemor-o-Velho Acessível Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 129 3.2. Sistematização de Problemas e Propostas de Correção de Infraestruturas de Apoio a Transporte Coletivo utilidade. De salientar, são também a reduzida dimensão das plataformas não permitindo a • Assim, como boa prática recomenda-se a construção da plataforma, regularização ou criação do 3.2.1. Plataforma de acesso presença de uma cadeira de rodas, e também a colocação de mecos que impedem o acesso às entradas/saídas dos veículos. acesso à plataforma/passeio através da constituição de um percurso pedonal de 1,20m ao As plataformas constituem-se como importantes pontos de acesso ao veículo de transporte, na medida que representam uma ligação que se estabelece longo de todo o passeio que permita chegar junto da paragem. Sendo as soluções possíveis o rebaixamento do lancil ou construção de rampa permitindo o acesso à plataforma localizado junto da paragem. entre o veículo e a paragem, no sentido de tornar • No caso de a plataforma não possuir a dimensão suficiente, deve adaptar-se a sua dimensão cada vez mais acessível e facilitada a utilização do à necessidade de acomodar uma pessoa em cadeiras de rodas assegurando, pelo menos, a transporte por Todos. Se esta não existir de forma dimensão para circulação, estadia e rotação de 90º (1,20mX1,20m). acessível, não adianta o abrigo ou o veículo serem • Deve evitar-se a colocação de obstáculos nas plataformas de forma a não impedir a circulação acessíveis. Ao nível das plataformas encontra-se com frequência dois problemas distintos: a falta de de pessoas e o acesso dos veículos às plataformas de entrada de passageiros. Figura 121: Plataforma inacessível. plataforma e a falta de acesso à plataforma. 3.2.2. Localização de Abrigos e/ou postiletes No primeiro caso a barreira coloca-se na inexistência Os abrigos de transportes coletivos e postiletes utilizados de uma importante infraestrutura de apoio no acesso na sinalização destes serviços aos utentes dos transportes ao transporte, quer pela falta de um piso estável públicos, são muitas vezes localizados nos passeios com dimensão razoável, quer pelo facto de, na impossibilitando a continuidade dos percursos pedonais. sua ausência, alguns dos dispositivos de auxílio ao Estas situações, que obstruem a normal circulação acesso, nomeadamente rampas, se apresentarem pedonal e, em especial, a locomoção de pessoas com com inclinações mais difíceis de vencer. mobilidade reduzida, são mais comuns em paragens No segundo caso a questão coloca-se ao nível das “ilhas” criadas pelas plataformas, que carecem de 130 | Montemor-o-Velho Acessível Figura 122: Plataforma acessível. com Abrigo mas, também, ocorrem na sinalização por postilete. Figura 123: Percurso inacessível. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 131 • A orientação para a localização dos Abrigos 3.2.3. Acesso ao interior do Abrigo “tradicionais” (fechados em um, ou ambos os topos), aponta para a sua utilização apenas A colocação de um abrigo é sem dúvida uma importante contribuição para a utilização do em passeios cuja dimensão possa albergar transporte coletivo, designadamente pelo conforto que proporciona aos utentes. No entanto, conjuntamente o abrigo e o percurso acessível, esse conforto não pode ser conseguido à custa da inacessibilidade ao interior dos abrigos, permitindo a continuidade dos mesmos. pelas pessoas com mobilidade condicionada. • Em passeios de menor dimensão, onde a coexistência entre abrigo e percurso pedonal Deste modo, a colocação de abrigos, de topos laterais fechados, bem como a colocação de se salda pela descontinuidade do último, mobiliário urbano ou caldeiras de árvores junto das entradas, muito próximo dos lancis vai as soluções apresentadas apontam para a Figura 124: Abrigo acessível. impedir o acesso ao interior. utilização de Abrigos em “L” invertido, libertando o passeio dos obstáculos que • A solução para este problema passa pela colocação do abrigo garantindo um mínimo de 0,80m de largura para entrada no mesmo, partindo do princípio que o percurso acessível representam os topos laterais do Abrigo. • A utilização de postiletes de sinalização de paragem, se bem que menos confortável para os utilizadores, é fundamental no caso desta paragem se localizar em passeios de dimensão mínima (1,20m). Este tipo de sinalização constitui-se como barreira à mobilidade quando se localiza obstruindo os passeios (não garantido qualquer das exceções de largura de corredor acessível previstas na lei), ou quando têm afixados painéis informativos (suspensos) que podem interferir com o percurso acessível. está garantido pela parte de trás do abrigo. • Quando esta solução não seja possível pode sempre optar-se pela abertura de um ou ambos os topos do abrigo (abrigo em “L” invertido), já referido anteriormente, garantindo o acesso ao mesmo e, na • A orientação para este caso assenta na colocação dos postiletes preferencialmente junto às eventualidade de o passeio ter a dimensão fachadas dos edificios, ou junto ao lancil do passeio garantido no mínimo um corredor acessível de 0,80m ou 0,90m consoante a extensão em que se prolonguem. Quanto à informação, que acessível. mínima, garantir a continuidade do percurso pode estar associada ao postilete, aconselha-se a sua colocação de forma paralela ao edificado ou lancil do passeio (consoante a localização do postilete e de forma visível). 132 | Montemor-o-Velho Acessível Figura 125: Acesso a abrigo inacessível. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 133 3.2.4. Lugares para acomodação de cadeira de rodas no abrigo Em locais de recolha de passageiros, dos utentes habituais e especialmente dos principalmente nos abrigos, não existem espaços reservados para a permanência de que exista informação nas paragens, sobre cadeiras de rodas. Por boa prática devem ser previstos estes lugares junto a todas as áreas utentes esporádicos. Assim, será importante as linhas que nelas efetuam serviço. • Nas paragens principais/centrais, se nas de espera, permitindo o acesso, fácil de pessoas restantes não for possível, deve existir que se façam deslocar em cadeiras de rodas, às plataformas de embarque. As plataformas também um esquema de rede mais alargado, para que se possam perceber os locais devem possuir as dimensões mínimas para de ligação intermodal, ou de transbordos uma rotação de 90º, isto é 1,20m x 1,20m. Figura 126: Exemplo de boa prática. necessários para realizar os trajetos Figura 127: Exemplo de boa prática. pretendidos. • Sempre que possível, esta informação deve ter uma dimensão que a torne acessível a 3.2.5. Informação Uma rede de transportes rodoviários acessível, só estará completa se as paragens utentes com baixa acuidade visual e não ser colocada a uma altura superior a 1,40m, para permitir que pessoas de baixa estatura, ou pessoas que se deslocam em cadeiras de rodas, possam ter acesso à informação de forma autónoma . apresentarem informação que guie e oriente o utente, relativamente às decisões que tem de • Poderá, também, ser importante que algumas paragens (as mais centrais) sejam, ainda, tomar na escolha de determinado meio de transporte, ou linha a seguir. dotadas de informação noutras linguagens (Braille), ou formas de comunicação (áudio), permitindo uma maior abrangência de disseminação da informação disponível. Nestas • Essa escolha apenas poderá ser efetuada tendo conhecimento de um determinado conjunto de situações, deve-se colocar o sinal internacional de “acessível” para que os utentes possam informações, como sejam os horários, paragens e tarifário praticado. Este tipo de informação decidir por essas paragens em detrimento das que não são acessíveis. deve localizar-se nas paragens, para que a sua consulta seja uma mais-valia na deslocação 134 | Montemor-o-Velho Acessível Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 135 3.2.6. Sinalização de Paragens Reservadas a Autocarros Para que as rampas e pisos rebaixados • Este lugares reservados podem ser paralelos ao passeio e à via, ou ter uma baía de estacionamento própria para o efeito, dependendo esta decisão do perfil do arruamento em questão e do entendimento que a autarquia tenha sobre esta matéria. nos veículos e as plataformas cumpram a sua função, é fundamental que o veículo possa chegar o mais próximo possível destas infraestruturas. É prática corrente encontrar em vários locais, paragens, cujos acessos estão completamente barrados por carros estacionados, independentemente de existirem baías para a paragem dos autocarros, ou mesmo sinalização indicando espaço reservado aos veículos. Este estacionamento em local de paragem de autocarros só é, no entanto, considerado infração, se a paragem estiver sinalizada com o sinal de trânsito H20a – Paragem de Veículos Figura 128: Estacionamento abusivo. de Transporte Coletivo de Passageiros, ou for expressamente proibido estacionar. • Deste modo, a primeira orientação para a solução deste problema passa por sinalizar as paragens, que não estejam em zonas de estacionamento proibido criando lugares reservados para os veículos de transporte junto das plataformas. Figura 129: Exemplos de boa prática. 136 | Montemor-o-Velho Acessível Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 137 3.2.7. Design dos Abrigos Topos integralmente feitos de vidro ou acrílico sem qualquer outro tipo de revestimento, são de difícil deteção pelas pessoas com baixa acuidade visual e mesmo por Os abrigos, tal como já foi mencionado, são algumas pessoas mais distraídas. elementos muito importantes do ponto de vista • A sinalização destes materiais com barras autocolantes de cor contrastante, auxilia do conforto, que proporcionam aos utentes na deteção destas barreiras e, permitem, um reconhecimento mais rápido do dos transportes coletivos. Apesar desse facto, obstáculo que se interpõem no percurso. Assim, é fundamental o design das partes para que sejam seguros, devem cumprir os laterais dos abrigos, pelo que um bom modelo de comunicação e design poderá ser uma princípios do design universal. excelente solução para a resolução este problema que, simultaneamente, se transformará numa excelente oportunidade de comunicação e informação. Existem variadas tipologias de abrigos que apresentam arestas vivas e volumes suspensos não podendo, deste modo, ser considerados como abrigos inclusivos. Os topos laterais Figura 130: Exemplo de abrigo com design inclusivo. 3.2.8. Mobiliário Urbano (desenho universal) de abrigos com partes suspensas não são facilmente detetados pelas pessoas com Entre o mobiliário urbano de apoio às paragens, reduzida acuidade visual, podendo provocar encontramos fundamentalmente bancos e acidentes. papeleiras. Estes elementos deverão estar em conformidade com os princípios do desenho universal. • A orientação consiste na utilização de peças que se constituam num só bloco ou com apoios a uma determinada distância que permita a É frequente encontrar papeleiras suspensas nas entradas dos abrigos, que na maioria das deteção pela bengala de cegos. vezes, além de impedirem a entrada no mesmo, • Outra questão está relacionada com a marcação de materiais translúcidos utilizados nos abrigos. 138 | Montemor-o-Velho Acessível são causadoras de acidentes, quer a indivíduos Figura 131: Exemplo de abrigo com design inclusivo. com baixa capacidade visual, quer ao cidadão Figura 132: Mobiliário urbano inclusivo. mais distraído. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 139 Também os bancos de apoio apresentam debilidades que pelas razões mencionadas no • Aplicar pisos diferenciados para acesso ao abrigo e/ou à plataforma de entrada nos veículos, parágrafo anterior deveriam ser colmatadas. Os bancos suspensos ou com apoios dificilmente detetáveis pelas pessoas com mobilidade condicionada são também um perigo à utilização pessoas com dificuldades visuais, identificam facilmente estes relevos, sendo avisados de dos espaços. criando percursos e sinalizando perigos, utilizando diferentes relevos para marcar o chão. As possíveis barreiras no percurso ou direcionados e orientados, de acordo com o tipo de relevo utilizado. • Bancos e papeleiras monobloco, representam muito menos perigo para todos os utentes, pelo que sugerimos estas opções de design. 3.2.10. Bilheteiras acessíveis a pessoas com deficiência física ou de baixa estatura • Nos locais onde é feita a aquisição de 3.2.9. Faixas tácteis de acesso aos veículos paralelas à guia e conjugação com faixas tácteis de direção bilhetes, de forma automática, em máquinas de auto atendimento, ou em balcões de atendimento, deve existir pelo menos um Embora não seja uma prática corrente, nas equipamento que satisfaça as condições de infraestruturas mais centrais e movimentadas acessibilidade para pessoas de mobilidade deveria ser feita uma aplicação de pisos reduzida ou até mesmo crianças. Estes diferenciados, para acesso ao abrigo e/ou à plataforma de entrada nos veículos. Estes tipos junto a um percurso acessível e com áreas de piso, quando aplicados, criam percursos e lateral. Devem também possuir uma área sinalizam perigos, utilizando diferentes balcões ou guichets devem estar localizados livres que permitam a aproximação frontal ou relevos para marcar o chão. As pessoas com dificuldades visuais, identificam facilmente estes extensão superior a 0,80m e uma altura ao relevos, sendo avisados de possíveis barreiras no piso compreendida entre 0,75 e 0,85m. Os percurso ou direcionados e orientados, de acordo com o tipo de relevo utilizado. 140 | Montemor-o-Velho Acessível Figura 133: Pisos diferenciados em plataformas de embarque. aberta ao público, de atendimento com uma balcões e guichés devem também possuir meios alternativos de comunicação. Figura 134: Exemplos de Bilheteiras de auto-atendimento com altura e localização adequadas. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 141 3.3. Sistematização de Problemas e Propostas de Correção de Veículos de Transporte Coletivo Dado o avultado investimento monetário que as alterações implicam para as operadoras, seria importante criar com estas empresas um compromisso de utilização dos novos veículos a linhas exclusivas. A exclusividade de utilização (que poderia estar afeta às linhas que movimentam maior número de utentes, ou que servem os principais equipamentos) garantiria aos utentes a 3.3.1. Acessos ao interior do veículo presença de veículos com acessos facilitados, eliminando a aleatoriedade que, normalmente, está presente na distribuição dos veículos pelas linhas. As entradas e saídas são os primeiros focos de estudo quando se analisa a acessibilidade de veículos. Os acessos são fundamentais para que se possa permitir o uso autónomo do transporte coletivo. Existem ainda 3.3.2. Corredores Os corredores de circulação nos veículos são inúmeras frotas que apresentam grandes debilidades importantes a vários níveis, já que permitem nomeadamente nos acessos, efetuados recorrendo a não só a deslocação ao longo do veículo (para as degraus. movimentações de entrada e saída) mas, também, porque são os locais onde os passageiros viajam • As soluções para este problema consistem, Figura 135: Acessos aos veículos através de degraus. sempre que possível, na adaptação dos veículos e/ou pela renovação gradual das Os corredores de reduzidas dimensões, limitam a frotas, deslocação das pessoas com mobilidade reduzida, incluindo autocarros de pisos rebaixados e a utilização de rampas operadas manual podendo impedir a utilização dos transportes a estes ou indivíduos. automaticamente. Este tipo de soluções permite, em conjugação com criação de plataformas nas paragens, o acesso mais facilitado às pessoas com mobilidade condicionada. 142 | Montemor-o-Velho Acessível de pé. • Uma vez que corredores mais largos implicam Figura 136: Veículo acessível através de rampas de acesso. Figura 137: Exemplos de Corredores com dimensões reduzidas. normalmente menos lugares sentados, a solução consiste na criação de um corredor mais alargado na primeira metade ou terço do Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 143 veículo (para veículos tamanho standard • Os lugares em questão deverão estar sinalizados e articulados respetivamente). Esta solução de forma inequívoca, por e/ou cor proporcionaria a entrada de pessoas em dísticos ou padrão diferenciado nos assentos, cadeiras de rodas ou com carrinhos de bebé autocolantes (pela porta frontal ou a posterior/central) e identificando a sua deslocação para os locais reservados destinatários. ou a validação e compra de título de claramente por os seus • Devem, ainda, existir botões de paragem ao transporte. alcance dos utentes e apoios à deslocação. • Como última nota refere-se que os desníveis existentes no interior do veículo devem ser A Figura 138: Corredores de dimensões adequadas. localização preferencial destes assentos será junto às portas de nível Figura 140: Identificação diferenciada de lugares reservados. assinalados com faixas de cor contrastante para facilitar a entrada e saída destes (a mais utilizada é a amarela) para permitir a sua mais fácil perceção pelos utentes com passageiros. Se existirem desníveis para o acesso aos assentos, estes devem estar baixa capacidade visual. Devido 3.3.3. Lugares Reservados à dimensão dos assentos e à assinalados em cor contrastante, de acordo com a atual lei em vigor. 3.3.4. Espaços de Acomodação de Cadeiras de Rodas e Carrinhos de Bebé necessidade que alguns utentes têm de viajar sentados, é importante reservar lugares de Às pessoas em cadeiras de rodas ou que transportem carrinhos de bebé, devem ser reservados cedência obrigatória a pessoas com mobilidade espaços adequados à acomodação destes utentes. Estes lugares devem estar localizados em condicionada, em especial: idosos, grávidas, frente aos acessos de nível e ser claramente identificados pelos utilizadores e demais utentes. deficientes e acompanhantes de crianças de • Assume-se como equipamento indispensável, para a segurança de quem viaja em cadeira colo. Figura 139: Sinalização de lugares reservados. de rodas, um sistema de segurança que minimize os movimentos da cadeira composto 144 | Montemor-o-Velho Acessível por um dispositivo de travagem, cinto de segurança e guarda de proteção. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 145 • Além deste sistema de segurança, ou em alternativa, 3.3.5. Botões de Paragem e Apoios podem ser inseridas nos veículos calhas de encaixe das rodas das cadeiras, complementadas com Os apoios à deslocação e os botões de paragem são elementos importantes numa viagem em sistemas de imobilização da cadeira de rodas transporte coletivo rodoviário, sendo muitas vezes impeditivos da utilização deste modo de transporte pelas pessoas com mobilidade reduzida. durante a viagem. • No caso dos carrinhos de bebé, o dispositivo de segurança deve ter como equipamento básico • No interior do veículo devem existir apoios à deslocação bem como botões sinalizadores de um cinto de segurança que permita minimizar os • Relativamente aos apoios à deslocação no interior do veículo, estes devem estar movimentos do carrinho. •Estes lugares devem também ter botões de paragem específicos que sinalizem ao motorista, a necessidade Figura 141: Identificação de Lugares reservados. paragem e pegas de segurança para quem viaja de pé. distribuídos ao longo de todo o veículo e ser de cor contrastante com o interior, permitindo a sua perceção pelos utentes com baixa capacidade visual. de acionar rampas ou outros dispositivos que • Os botões de paragem devem também ter cor contrastante e estar posicionados em locais de permitam a entrada e saída dos ocupantes. fácil acesso ao longo de todo o veículo e/ou próximo das portas. •Estes locais podem ser simultaneamente reservados à • Adicionalmente, podem apresentar inscrições acomodação de deficientes visuais com cães guia em braille, sendo deste modo percecionados devendo para o efeito ter um assento basculante e emitir sinal sonoro e luminoso, permitindo botões de paragem em Braille. táctil e visualmente. Quando acionados, devem a • No exterior, junto das portas com acessos acessíveis, é importante colocar botões que, de forma sua perceção por todas as pessoas independentemente das suas capacidades. automática ou alertando o motorista, acionem • As pegas de segurança para quem viaja de pé, devem estar posicionadas ao longo do veículo esses dispositivos. e apresentar-se em duas alturas distintas, Figura 142: Botões de alerta no exterior do veículo. 146 | Montemor-o-Velho Acessível para permitir que mesmo utilizadores de baixa estatura as possam alcançar. Figura 143: Botões de Paragem com cores contrastantes. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 147 A 3.2.6. Informação Disponível Sobre os Serviços informação disponibilizada no veículo incorporassem um sistema que permitisse a solicitação desses dispositivos do exterior. • O segundo nível de comunicação, passa pela disponibilização de informação relativa a reveste- percursos e paragens no interior do veículo. Neste caso deverá estar afixado, em local -se de particular importância na medida, em que é a linha visível e com dimensão razoável, o mapa do percurso com a identificação de todas orientadora, permitindo a tomada de decisões relativamente as paragens. A utilização de painéis eletrónicos, onde se identifica a paragem seguinte, aos percursos a seguir e transportes a tomar de forma a constituem-se como alternativas aos mais tradicionais mapas de rede e se chegar ao destino pretendido. A estratégia de comunicação da informação assenta em dois níveis: comunicação complementados com avisos áudio, tornar-se-ão mais abrangentes. exterior e comunicação interior do veículo. • O primeiro nível da informação começa Fontes das Figuras do Capítulo Transportes: no exterior do veículo onde devem estar disponíveis informações visíveis em linguagem simples •TELES, PAULA [2009], Cidades de Desejo entre Desenhos de Cidades: Figura 145. e •Manual para la planificación, financiación e implantación de sistemas de transporte urbano, Madrid 2004: acessível, relativamente ao número do percurso e ao destino correspondente. Esta informação deve Figura 144: Informação exterior. Figura 129. ser complementada com avisos áudio para que possa • mpt® [2010]: Figuras 121, 123, 125, 127, 128, 130, 135, 137, 139, 140, 143, 144. • http://www.tfl.gov.uk/assets/downloads/Getting_around_London.pdf: Figura 122. ser compreendida pelos deficientes visuais. • Ainda no exterior, deve haver • http://www.oknation.net/blog/home/blog_data/274/3274/images/ar1.JPG: Figura 124. informação • http://www.transport.qld.gov.au/Home/Assistance_and_services/Access_and_mobility/: Figura 126. relativamente à existência de rampas e/ou pisos rebaixados, para acesso de pessoas • http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=470067 &page=2: Figura 131. com • http://www.mcity.co.il/files_media/3f1b4c16849bf520600c244aafbc0e13.jpg: Figura 132. mobilidade condicionada e em cadeiras de rodas. A comunicação desta informação pode feita com recurso a ilustrações ou a inscrições •http://img195.imageshack.us/img195/2907/album1941.jpg: Figura 133. ser Figura 145: Sistemas de solicitação exterior. identificativas das características do veículo. • Por último, seria também relevante que todos os veículos que possuíssem dispositivos de acesso ao interior, como rampas (manuais ou automáticas) e plataformas elevatórias, 148 | Montemor-o-Velho Acessível •http://images.travelpod.com/users/petrest/areyougermanyet.1204620960.ticket-machine.jpg: Figura 134. •http://www.transport.qld.gov.au/Home/Assistance_and_services/Access_and_mobility/: Figura 136. •http://www.transport.qld.gov.au/Home/Assistance_and_services/Access_and_mobility/: Figura 138. •http://www.transport.qld.gov.au/Home/Assistance_and_services/Access_and_mobility/: Figura 141. •http://www.transport.qld.gov.au/Home/Assistance_and_services/Access_and_mobility: Figura 142. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 149 Comunicação, novos desafios à Acessibilidade 150 | Montemor-o-Velho Acessível 4 Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 151 ... o ato de viajar, qualquer que seja a forma, (...) não admite 4. Comunicação exclusões de pessoas, lugares e modos de observar e comunicar... 4.1.Metodologia Orientadora É comum associar-se a problemática da deficiência à criação de rampas e em geral às limitações relacionadas com a cadeira de rodas (Wagner, prestada, para que seja transmitida mais claramente e a mais pessoas. Será importante referir duas ideias fundamentais: 1992). Porém, hoje em dia a falta de acesso à informação pode ser ainda 1. A adoção de algumas medidas é fácil de implementar, sobretudo sendo incorporadas no mais limitadora do exercício pleno da cidadania. E à medida que se processo de conceção dos documentos; progride na qualidade e diversidade de equipamentos e sobretudo na 2. Este tipo de intervenção beneficia todas as pessoas e não um público-alvo conotado com a quantidade de serviços que dependem das Tecnologias de Informação e deficiência ou incapacidades diversas (preconceito que costuma servir de justificação para Comunicação (TIC), maior se torna o fosso entre as pessoas que têm e as relativizar a importância destas medidas, pelo alegado baixo número de destinatários). que não têm acesso à informação. Não existe pretensão de que toda a informação contida em cada impresso possa ser lida por Assim, serão apresentadas algumas sugestões que permitam todas as pessoas mas, será importante que, aquelas pessoas que não consigam ler ou não melhorar a acessibilidade à informação prestada através dos diversos compreendam o conteúdo do documento, possam nele encontrar alguma referência para que documentos, produzidos pelo município. É, pois, objetivo deste capítulo, possam obter mais informação, seja um número de telefone ou uma referência a um sítio na apresentar medidas no sentido de tornar “mais acessível” a informação internet. 152 | Montemor-o-Velho Acessível Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 153 4.2. Recomendações gerais para documentos de comunicação elaboração de 4.2.1. Tipos de Fonte e Estilos • Evitar fontes complexas, demasiadamente decorativas ou cursivas (cujos carateres As recomendações que se apresentam de seguida têm por base algumas instituições especializadas, nacionais e internacionais, nomeadamente o CERTIC - Centro de Engenharia ênfase a algo, não devendo ser utilizadas em de Reabilitação e Acessibilidade da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, o Trace Center – Wisconsin-Madison University, RNIB - Royal National Institute of Blind People, Lighthouse International, entre outros. Uma vez que falamos de documentos de comunicação, entendeu-se por bem utilizar, surgem ligados). Reservar estas fontes para dar todo o documento; • As fontes não serifadas e serifadas standard, com carateres facilmente reconhecíveis são as mais indicadas; sobretudo, recomendações de instituições com créditos firmados na área da deficiência • O estilo romano, com utilização de maiúsculas visual, não descurando, contudo, a inclusão de instituições especializadas em outros tipos de incapacidade. um estilo itálico ou condensado. Tipos de letra e minúsculas é mais legível do que a utilização de condensados conferem maior dificuldade Assim, serão abordadas regras básicas relativas aos seguintes elementos: 1. Tipos de Fonte e Estilo • Os espaçamentos devem ser largos, utilizando 2. Tamanho de Letra 3.Contraste 4. Espaçamento entre Linhas 5. Texto e Imagens de leitura a pessoas com dificuldades visuais; fontes mono-espaçadas pois são mais legíveis do que Figura 146: Exemplo de tipos de fonte. as que possuem um espaçamento proporcional; • Deve-se procurar uma fonte: 6.Formulários - Em que não se confunda o “L” minúsculo com o “i” maiúsculo, nem com o número “1”; 7.Margens - Em que não se confunda os algarismos 3, 5, 8 e 0; 8.Impressão - Onde os carateres não apareçam desalinhados. 154 | Montemor-o-Velho Acessível Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 155 4.2.2. Tamanho de Letra • Apresentam-se alguns exemplos e fontes onde se observam os factos referidos: -Algarismos desalinhados e difícil distinção entre as • O tamanho de letra deverá ser tendencialmente duas primeiras letras: grande para que seja passível de ser lido sem grandes “Corbel”; tamanho 11 – l, I, 1 – 3, 5, 8 e 0 -Difícil distinção das letras mas boa abertura e clareza dos algarismos: “Century Gotic”; tamanho 11 – I, l, 1 – 3, 5, 8 e 0 problemas. Várias instituições recomendam a utilização de tamanhos de letra superiores a 16 pontos, contudo deverá sempre ser tido em conta que cada caso é um caso, e a utilização de tipologias de fontes diferenciadas Figura 148: Exemplo de tamanhos de letra. -Boa distinção dos carateres referidos: levará, “Verdana”; tamanho 11 – l, I, 1 – 3, 5, 8 e 0 tamanhos de letra diferentes. “Arial”; tamanho 12 – I, l, 1 – 3, 5, 8 e 0 • Pode ser efetuado um pequeno teste para conferir se o tamanho de letra que se pensa utilizar é suficientemente legível. Para tal basta verificar se a letra “x” tem uma dimensão mínima de 2 a 2,3mm. tendencialmente, à utilização de 4.2.3. Contraste • Todos os textos deverão ser produzidos com o maior contraste possível entre a cor de fundo e a cor das letras - por exemplo, letras amarelas Figura 147: Exemplo de espaçamento de letras. ou brancas em fundo preto ou azul, utilizando, inclusive, negritos para ajudar a realçar algumas 156 | Montemor-o-Velho Acessível palavras; Figura 149: Exemplo de contraste. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 157 • Sabendo-se que é difícil conseguir um contraste superior ao fornecido pela combinação preto/branco, o uso de cores diferenciadas poderá ser importante por questões 4.2.5. Texto e Imagens estéticas, recomendando-se o uso de tais combinações apenas para texto de grandes • Evitar a utilização de texto sobre imagens, assim como a sua utilização sobre fundos dimensões ou destacados, como cabeçalhos ou títulos. desenhados ou com textura que reduzam o contraste e confundam a legibilidade; • Não contornar imagens com texto, se isso implicar que o texto comece em sítios diferentes. 4.2.4. Espaçamento entre Linhas • Deverão ser utilizados espaçamentos entre 1,5 e 2 vezes a distância entre palavras, ou, utilizando outro critério, utilizar espaçamento entre linhas de, pelo menos, 25% a 30% do tamanho de letra que se está a utilizar. Figura 150: Exemplo de espaçamento entre linhas. 158 | Montemor-o-Velho Acessível Figura 151: Exemplo de texto sobre imagem. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 159 4.2.6. Formulários • Utilizar margens e espaçamento suficiente entre • Criar espaços generosos que permitam albergar texto grande e desalinhado para que manchas de texto; pessoas com visão reduzida ou com falta de destreza manual, própria de crianças, idosos • Evitar utilizar colunas de texto muito estreitas ou próximas ou pessoas com problemas motores, consigam escrever; • É importante que seja identificado de forma clara cada item a preencher. entre si. Figura 153: Exemplo de utilização de margens. 4.2.8. Impressão • Recomenda-se a utilização de papel não brilhante; Figura 152: Exemplo de formulário. • Recomenda-se a utilização de tipos de papel com espessura igual ou superior a 90gr./m2. 4.2.7. Margens • As margens largas junto à lombada são especialmente úteis, porque permitem abrir o volume facilmente e torna-lo plano, facilitando inclusive uma possível digitalização que se necessite fazer; • A utilização de espirais nos documentos é também bastante vantajosa uma vez que permite uma maior abertura do documento tornando mais eficaz a utilização de equipamentos que ajudam as pessoas com baixa visão a ler; Figura 154: Publicação em materiais que prejudicam a leitura. Figura 155: Utilização de papel mate em publicações. • Utilizar alinhamentos à esquerda, evitando a inserção de espaços entre as palavras; 160 | Montemor-o-Velho Acessível Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 161 4.3. Casos Práticos de Aplicação das Orientações Efetuadas 4.3.2. Contraste 4.3.1. Tamanho de letra Figura 157: Proposta de correção para aumento do contraste. 4.3.3. Espaçamento entre Linhas Figura 156: Proposta de correção para o tamanho de letra. Figura 158: Proposta de alteração do espaçamento entre linhas. 162 | Montemor-o-Velho Acessível Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 163 4.3.4. Texto e Imagem 4.3.6. Impressão Figura 159: Proposta de correção para texto sobre imagem. Figura 161: Proposta de correção para publicação impressa em papel sem reflexos. 4.3.5. Formulários Fontes das Figuras do Capítulo de Comunicação: • Adaptado de Lighthouse International: Figura 153. • CERTIC-UTAD: Figuras 146, 147, 148, 149, 150, 151, 152. • mpt® [2010]: Figura 160: Proposta de correção para espaços de preenchimento e identificação. 164 | Montemor-o-Velho Acessível Figuras 154, 155, 156, 161. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 165 Infoacessibilidade, um click para a Acessibilidade 166 | Montemor-o-Velho Acessível 5 Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 167 5. Infoacessibilidade também usado para descrever o grau em que o produto é acessível por tantas pessoas quanto possível. Para além da acessibilidade a conteúdos disponíveis em páginas Web, será importante considerar também a acessibilidade a espaços existentes no município, onde pessoas, das mais variadas idades e condições físicas, possam aceder a espaços que disponham de produtos de 5.1.Metodologia Orientadora A acessibilidade inclui, também, o acesso sem barreiras à informação e esta encontra-se hoje, mais do que nunca, disponível na World Wide Web (WWW). É um direito de todos e, para que seja uma realidade, o conteúdo das páginas Web, deve estar disponível em formatos alternativos ou deve ser complementado com informações auxiliares para que pessoas com as mais diversas limitações funcionais possam aceder ao conteúdo Web. Só assim conseguiremos uma sociedade inclusiva. O termo acessibilidade significa permitir a pessoas com deficiência apoio para acesso à informação bem como a aplicações informáticas específicas e conteúdos digitais. Falamos, claro está, de Espaços Internet, Bibliotecas, Quiosques Informativos, Postos de Turismo, entre outros locais. Este capítulo, de orientações específicas em matéria de infoacessibilidade, será composto por um primeiro ponto direcionado para orientações a ter em conta na construção ou adaptação de sítios Web e um segundo mais direcionado para as tipologias de produtos que poderão existir nestes espaços públicos de acesso à informação. Salienta-se que as orientações aqui apresentadas não incluem todas as regras e boas práticas, cujo conhecimento mais aprofundado requer bastante estudo. Apresentam-se as que se consideram significativamente importantes para merecerem destaque. participar em diversas atividades que podem incluir o uso de certos produtos, serviços ou meios de informação. Porém, acessibilidade Garantir o acesso à informação através das tecnologias da informação e comunicação (TIC) significa também a inclusão e extensão do uso destes mesmos é fundamental em matéria de acessibilidade, principalmente se pensarmos que pode ser a produtos, serviços ou meios de comunicação a todas as pessoas. É única forma de que alguns cidadãos dispõem para contactar com o mundo. 168 | Montemor-o-Velho Acessível Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 169 5.2. Recomendações para conteúdos internet a acessibilidade de 5.2.1. Legendagem de imagens • Colocar legendas em todas as imagens. As recomendações que a seguir se apresentam correspondem a algumas regras básicas a - A implementação desta técnica é simples considerar na elaboração de sítios Web e será estruturada na forma de nove conselhos, tendo sido utilizados, essencialmente três fontes: O manual “Acessibilidade à Web por Cidadãos com bastante elevado. A legendagem serve uma Necessidades Especiais” (2003), o Manual “Tecnologias de Informação sem Barreiras no Local de Trabalho” (2004) e o Kit Acesso/UMIC para profissionais Web (2006). tecnologias como o caso dos motores de e o seu impacto, em termos de acessibilidade, é vasta gama de utilizadores, incluindo algumas busca (Google, Yahoo, etc) e software De forma sucinta, vamos dividir a análise em três grupos onde incluiremos os nove conselhos de indexação, que navegam nas páginas para a acessibilidade de um sítio Web: sem recorrer ao sentido da visão (Acesso/ • Apresentação da Informação - Legendagem de imagens - Tamanhos de letra dos textos - Comprimento de texto na página ajustado à janela - Identificação dos campos dos formulários UMIC, 2006). - É uma medida essencial para botões e Figura 162: Exemplo de imagem com legenda. ligações feitas com recurso a imagens. Só assim um leitor de ecrã utilizado por um cego irá ler o texto alternativo associado à imagem. • Navegação - Navegação através do teclado - Garantir textos compreensíveis fora do contexto • Verificação da Acessibilidade - Forma simples de contacto com o responsável da página - Utilização de ferramentas automáticas de análise da acessibilidade - Afixar o símbolo da acessibilidade em páginas Web 170 | Montemor-o-Velho Acessível Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 171 5.2.2. Tamanhos das Letras dos Textos 5.2.4. Identificação dos Campos dos Formulários • É fundamental garantir que o tamanho do texto possa • Colocar etiquetas em todos os campos do formulário, ser aumentado com recurso às opções do browser identificando a sua funcionalidade. Caso o elemento que estamos a utilizar (Internet Explorer, Mozilla que executa o envio dos dados do formulário seja uma imagem, é necessário, como já foi explanado em ponto anterior, que ela seja também legendada. Firefox, Opera, etc). Figura 165: Exemplo de legendagem em formulários. Figura 163: Exemplo de browser com opções de ampliação. 5.2.3. Comprimento do texto na página ajustado à janela 5.2.5. Navegação através do Teclado • É então fundamental que a página Web possa ser • É importante que seja garantido que os textos navegada com a utilização do teclado. Consoante o tipo existentes se ajustem à dimensão da janela visto ser de deficiência que um cidadão possui, a sua destreza um fator facilitador para a utilização de softwares de para utilizar com eficácia um rato poderá ser diminuta, ou até a capacidade para distinguir, num ecrã, o cursor do rato. ampliação. Figura 166: Ponteiro de cabeça para navegação através de teclado. Figura 164: Exemplo de definições do Magnifier. 172 | Montemor-o-Velho Acessível Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 173 5.2.6. Garantir textos compreensíveis fora do contexto 5.2.7. Forma simples de contacto com o responsável da página • É importante existirem, e serem de fácil localização, os contactos do administrador da página para que possam ser trocadas todo um conjunto de informação com o mesmo, caso haja necessidade. • Os utilizadores sugestões para podem efetuar Figura 168: Exemplo de forma de contacto com o administrador da página. melhoramentos a efetuar no sítio Web, transmitirem Figura 167: Exemplo de utilização de legendagem de ligações. possíveis dificuldades que sentem no acesso aos conteúdos, entre outras questões. • Os textos explicativos de cada ligação devem ser compreensíveis mesmo que o utilizador não esteja completamente no contexto do que está a visualizar. Sem essa explicação é difícil, para um cego, conseguir perceber uma vez que recorrem a um leitor com síntese de fala para substituir a falta de visão. No caso de existirem ligações em que o texto explicativo é “Clique aqui”, não é suficientemente esclarecedor para quem só consegue ouvir apenas a informação da ligação; • Utilizar texto alternativo em cada ligação, para não confundir o utilizador por não perceber exatamente o documento que está a percorrer. 5.2.8. Utilização de ferramentas automáticas de análise da acessibilidade • Monitorizar as condições de acessibilidade dos sítios Web com recurso a ferramentas automáticas de 174 | Montemor-o-Velho Acessível avaliação, disponíveis no sítio do World Figura 169: Exemplo de forma de contacto com o administrador da página. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 175 Wide Web Consortium (W3C) numa lista atualizada dessas mesmas ferramentas. Para as poder consultar basta navegar até ao seguinte endereço: http://www.w3.org/ 5.2.10. Sítios de Referência (Nacionais e Internacionais) WAI/ER/tools/. • Unidade ACESSO – http://www.acessibilidade.gov.pt • Existem ferramentas online que podem fazer este tipo de avaliação de forma automática, • Sítio CERTIC/UTAD – http://www.acessibilidade.net/web mas não são suficientes para efetuar uma avaliação rigorosa dos sítios Web, • Sítio do W3C/Web Accessibility Initiative (WAI) – http://www.w3.org/WAI/ aconselhando-se a utilização de outros meios de avaliação, nomeadamente, ferramentas de avaliação manual. Aconselha-se a utilização da ferramenta “Bobby” para análise da acessibilidade e o emulador de navegador de texto “Lynx Viewer”. • Sítio de Jim Tatcher - http://jimthatcher.com/ • Sítio do SIDAR (Espanha) – http://www.sidar.org • Sítio Maujor: CSS, Padrões Web, Acessibilidade – http://maujor.com • Sítio WebAIM: Web Accessibility in Mind – http://www.webaim.org 5.2.9. Afixar o símbolo de acessibilidade em páginas Web • Utilizar o símbolo de acessibilidade na Web sempre que o sítio Web disponha • Sítio com traduções das diretrizes de acessibilidade ao Conteúdo (WCAG) do W3C: WCAG 1.0 – http://www.utad.pt/wai/wai-pageauth.html WCAG 2.0 – http://www.acesso.umic.pt/w3/TR/WCAG20/ de funcionalidade para cidadãos com necessidades especiais, diferentes ambientes, situações, equipamentos e browsers. • Este símbolo deve incluir a definição ALT=”Símbolo de Acessibilidade na Web” e deverá ser colocado na página de entrada da respetiva página Web. 176 | Montemor-o-Velho Acessível Figura 170: Exemplo de forma de contacto com o administrador da página. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 177 5.3. Recomendações para a acessibilidade em Espaços de acesso à Informação A possibilidade de aceder a espaços públicos onde existam tecnologias de acesso à informação é de extrema importância. Efetivamente, a aquisição deste tipo de equipamentos de acesso poderá ser dispendiosa propondo-se que esta aquisição seja efetuada por entidades com maior capacidade financeira, nomeadamente os proprietários de Bibliotecas, Espaços Internet, Postos de Turismo, disponibilizando, os referidos meios, aos cidadãos em geral. 5.3.1. Sítios de Referência (Nacionais e Internacionais) 5.3.1.1. Ponteiro da Cabeça • Dispositivo em forma de capacete que permite, com o movimento da cabeça, o uso do teclado ou outro dispositivo; • É maioritariamente utilizado por pessoas tetraplégicas ou com paralisia cerebral, mas com Será pertinente identificar o equipamento onde se justifica maior investimento ao nível das boa mobilidade ao nível do pescoço. tecnologias de acesso, estudando, para isso, qual o público-alvo de cada equipamento e ajustando os equipamentos a adquirir, com o público que irá servir. 5.3.1.2. Teclado no Ecrã Devido à complexidade e ao maior número de tecnologias de acesso, deverá ser considerada formação adequada ao nível de utilização e também garantido apoio técnico especializado. • Programa que convencional e permite simular um poderá dispor de variadas a predição nomeadamente teclado Assim, existe uma diversidade de equipamentos (tecnologias de acesso ou ajudas técnicas) funcionalidades, que poderão ser adquiridos, consoante o tipo de incapacidade dos utilizadores. de palavras (com o objetivo de acelerar o Figura 171: Ponteiro de cabeça para utilização do teclado. processo de escrita), simulação do clique do De seguida, e de acordo com o Manual “Tecnologias de Informação sem Barreiras no Local de rato (essencial para pessoas com tendinites, Trabalho” (2004), serão apresentadas algumas Ajudas Técnicas que se agruparão consoante com sejam orientadas para a deficiência motora, a deficiência auditiva ou a deficiência visual. coordenar simultaneamente o movimento do cursor 178 | Montemor-o-Velho Acessível pouca força ou com dificuldade em e o clique do rato) ou o varrimento de teclas (essencial para quem pode apenas segurar um manípulo como por exemplo um botão do rato ou uma tecla). Figura 172: Teclado de ecrã. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 179 5.3.1.3. Tracker 5.3.1.5. Joystick • Esta ajuda técnica permite que uma pessoa sem • Este controlo dos membros superiores possa deslocar o frequentemente em cadeiras de rodas elétricas e poderá ser utilizado como dispositivo apontador ponteiro do rato com movimentos de cabeça; • Este dispositivo encontra-se apoiado sobre o monitor tipo de dispositivo é encontrado num qualquer computador; do computador, segue o movimento de um pequeno • Algumas versões de Joysticks em que as teclas refletor colocado na testa do utilizador. Assim, quando estão o utilizador move ligeiramente a cabeça, o dispositivo facilitar a sua utilização a quem tem dificuldades converte o movimento da cabeça num movimento do de coordenação, como por exemplo, pessoas com ponteiro do rato do computador. apoiadas por saliências de forma a paralisia cerebral. Figura 175: Exemplo de Joystick. 5.3.1.4. TrackBall Figura 173: Exemplo de Tracker. 5.3.2. Produtos orientados para a Deficiência Auditiva • É um periférico convencional que poderá ser uma alternativa a um rato convencional. A bola que controla o movimento está colocada na parte superior e pode ser manipulada com os dedos, com a palma da mão ou com um coto; 5.3.2.1. Legendagem • Existem diversos editores de legendas para conteúdos de vídeo, nomeadamente o MAGpie • É característica desta ajuda técnica a disposição diferenciada das teclas e a possibilidade que existe • Nem todas as tecnologias de vídeo permitem a sincronização de legendas, mas entre as que em as programar. Os utilizadores tetraplégicos com possuem estas funcionalidades merecem referência a tecnologia SAMI (Synchronized movimento residual numa mão beneficiam bastante desta solução. 180 | Montemor-o-Velho Acessível Figura 174: Exemplo de TrackBall. (Media Access Generator), desenvolvido pelo National Center for Accessible Media (NCAM). Accessible Media Interchange) da Microsoft e SMIL (Synchronized Multimedia Integration Language) desenvolvida pela W3C. Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 181 5.3.2.2. Conversores para Língua Gestual de 5.3.3. Produtos orientados para a Deficiência Visual texto 5.3.3.1. Monitor de Grande Dimensão • Existem esforços no sentido de aperfeiçoar as ferramentas de conversão automática de texto para • Um monitor de 19 ou 21 polegadas pode Língua Gestual, contudo as tecnologias necessárias ser para vulgarizar este recurso ainda estão em fase de baixa visão, que estejam a utilizar baixa resolução, alto contraste ou mesmo amadurecimento; • Existem, neste âmbito, dificuldades relacionadas com importante para utilizadores com software de ampliação; a dificuldade de tradução direta de palavras ou frases • Para além disso, é igualmente válido para para o equivalente gestual bem como a qualidade das uma pessoa que esteja a utilizar um expressões faciais de agentes animados em 3D. teclado no ecrã, uma vez que esta ferramenta ocupa parte da área de leitura. Figura 177: Exemplo de monitor de grande dimensão. Figura 176: Exemplo de animação relativa a Língua Gestual. 5.3.3.2. Software de Ampliação • Os softwares de ampliação são úteis para leitura de ecrã, permitindo menor esforço visual em determinadas situações. Figura 178: Exemplo de software de ampliação. 182 | Montemor-o-Velho Acessível Manual de Orientações Técnicas. Acessibilidade e Mobilidade | 183 5.3.3.3. Leitor de Ecrã 5.3.3.5. Impressora Braille • Um leitor de ecrã capta informação de • A impressora Braille é um periférico que permite um computador e envia-a, em tempo real, para um sintetizador de fala ou • Este periférico pode ser utilizado de forma para um terminal Braille; autónoma • Atualmente, os sintetizadores de fala estão sob a forma de software e por cegos na medida em que dispõe de um painel marcado em Braille e Figura 179: Exemplo de leitor de ecrã. comandos com voz digitalizados. Figura 181: Exemplo de impressora Braille. constituem parte integrante do leitor; • Este dispositivo é concebido, essencialmente para utilizadores cegos proporcionando a impressão de textos eletrónicos em Braille; 5.3.3.6. Braille n´Speak acesso às principais aplicações de escritório eletrónico, bem como à internet. • Este dispositivo é um bloco de notas para cegos, e um 5.3.3.4. Linha de Braille dos melhores instrumentos de leitura e escrita, inclusivamente para as crianças; • Apesar de se tratar de um computador, não exige, • Uma linha Braille é um dispositivo • Paralelamente, quando ligado a um computador, composto por uma fila de células Braille ao seu utilizador, conhecimentos de informática; eletrónicas que podem reproduzir o funciona como sintetizador de fala, transmite e recebe arquivos, e poderá ser ligado a uma impressão comum ou Braille para imprimir textos armazenados. texto presente no ecrã do computador; • Poderá ser sintetizadores uma de alternativa fala ou aos Figura 182: Exemplo de Braille n’Speak. um Fontes das Figuras do Capítulo de Infoacessibilidade: complemento destes. Figura 180: Exemplo de linha Braille. • CERTIC-UTAD: Figuras 162, 163, 164, 165, 166, 167, 168, 169, 170, 171, 172, 173, 174, 175, 176, 177, 178, 179, 180, 184 | Montemor-o-Velho Acessível 181, 182. Manual de Orientações Técnicas. 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