UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ ANGELA MARIA RIBEIRO UMA APLICAÇÃO DOS CUSTOS DA QUALIDADE EM UMA PEQUENA INDÚSTRIA Taubaté - SP 2008 Livros Grátis http://www.livrosgratis.com.br Milhares de livros grátis para download. UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ ANGELA MARIA RIBEIRO UMA APLICAÇÃO DOS CUSTOS DA QUALIDADE EM UMA PEQUENA INDÚSTRIA Dissertação apresentada para obtenção do título de Mestre pelo curso de Mestrado Profissional de Engenharia Mecânica do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade de Taubaté. Área de concentração: Produção Orientador: Prof. Álvaro Azevedo Cardoso, PhD Taubaté - SP 2008 ÂNGELA MARIA RIBEIRO UMA APLICAÇÃO DOS CUSTOS DA QUALIDADE EM UMA PEQUENA INDÚSTRIA UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ, TAUBATÉ, SP Data: 06/05/2008 Resultado: _________________ BANCA EXAMINADORA Prof. Álvaro Azevedo Cardoso, PhD UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ Assinatura ______________________________________ Prof. Dr. Carlos Alberto Chaves UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ Assinatura ______________________________________ Prof. Dr. Ubirajara Rocha Ferreira UNIVERSIDADE ESTADUUAL PAULISTA FACULDADE DE ENGENHARIA DE GUARATINGUETÁ Assinatura ______________________________________ Dedicatória Especial Foram tantas noites e tardes de sábados e domingos que ficamos a sorrir e se encantar com sua beleza, bondade, doçura e energia. Com sua inocência, em pequenos gestos e respostas inteligentes pode mostrar que em uma lição de verdadeira formação de mestre, está na forma como conduzimos o tempo, a atenção e como conduzimos um ser humano para vida e para a sabedoria. Dedico este trabalho a mais bela e preciosa “lição” de minha vida . Minha filha JÚLIA AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por tudo. Ao Prof. Álvaro Azevedo Cardoso, PhD, que soube orientar e conduzir este trabalho como educador. Ao professores Dawilmar Guimarães de Araújo e Carlos Alberto Chaves pelo apoio e importantes contribuições para a finalização do trabalho. Aos professores da Banca Examinadora pelas valiosas contribuições que vieram aprimorar o resultado final. Ao colega em especial Hélio Massaharu Ujihara pela confiança e oportunidade de crescer. A todas as pessoas e instituições que colaboraram para a realização deste trabalho de conclusão. RESUMO O objetivo desta dissertação é aplicar um roteiro para implementação e mensuração dos custos da qualidade, visando conhecer através de uma situação real, as quatro categorias de custos da qualidade. Para atingir esse objetivo efetuou-se uma análise de uma empresa, buscando conhecer a sua estrutura, política e seu programa de qualidade de maneira a verificar como são gerenciados os seus processos. As áreas de negócio da Empresa X que serviu de ambiente para estudo foram: Processo de injeção plástica, Linha de montagem, Ferramentaria, Projeto, Processo mecânico, Planejamento, Compras e Engenharia da qualidade. A partir da adaptação do roteiro supracitado, realizou-se a compilação das planilhas de dados, procurou-se identificar os registros das quatro categorias dos custos da qualidade e interpretar os mesmos a partir de tratamentos estatísticos. O estudo identificou que 31% dos custos da qualidade são provenientes de falhas internas enquanto que 24% foi investido em prevenção e 45% em avaliação. Pelos dados levantados e de acordo com a literatura, a empresa estudada está com avaliação (inspeção) na ordem de 50% e os custos das falhas internas 40%, do total dos custos da qualidade. Os investimentos em prevenção e avaliação provocaram redução nas falhas internas na ordem de 67%. Conclui-se que a identificação de custos da qualidade, conforme mencionado fornece dados para melhoria da qualidade, obtendo mais visibilidade dos seus processos, reduzindo os custos de falhas interna (re-trabalhos e desperdícios), inclusive a redução do custo de avaliação decorrente de inspeção em excesso, com aumento nos lucros, tornando a empresa mais competitiva. Palavras-chave: Qualidade, competitividade, lucratividade, custos, custos da qualidade. ABSTRACT AN APPLIED QUALITY COSTS IN A SMALL INDUSTRY The objective of this work is to introduce a methodology to implement the measurement of quality costs, looking for a real application of the four categories of quality costs. To reach this objective, an analysis of the small industry of plastic injection was undertaking looking, for the structure, politics and their quality processes. The organization processes studied is as follows: Plastic injection process, Assembly line, Tooling, Design, Mechanical process, Planning, Quality process, Procurement and Quality engineering. From the developed methodology, it was accomplished the compilation of the data spreadsheets, with the identification of the following costs: prevention, evaluation, internal failure, and expresses the data with statistical treatments. The study identified that 31% of the quality costs are coming of internal failure, while 24% were invested in prevention and 45% in evaluation. In conformity with literature and data obtained, the company studied has evaluation (inspection) around 50% and internal failure costs with 40%, per quality costs total. The investments in prevention and evaluation reduced internal failure near 67%. The conclusion is that the identification of the quality costs provides data for improvement of quality, with more understanding and visibility of the processes, reducing the internal failure. In this way, it is possible to the identify also evaluation costs in excess, showing a path for improvement of the profits, turning the industry more competitive. Key words: Quality, competitivity, profitability, costs, quality cost. UMA APLICAÇÃO DOS CUSTOS DA QUALIDADE EM UMA PEQUENA INDÚSTRIA LISTA DE FIGURAS Figura 1 – A divisão dos custos em fixos e variáveis 32 Figura 2 – Áreas do Custo da Qualidade 52 Figura 3 – Modelo Juran do custo da qualidade 61 Figura 4 – O modelo tradicional do custo da qualidade 63 Figura 5 – Modelo tradicional do custo da qualidade com ajustes refletidos pelas críticas à TQM 64 Figura 6 – Modelo de Juran, custo ótimo da qualidade 66 Figura 7 – Resultados do aumento do esforço de prevenção e de avaliação de erros 67 Figura 8 – Conscientização da qualidade: evolução dos custos de prevenção, avaliação e falhas totais 68 Figura 9 – Exemplo de cartão de tempo, utilizando codificação do Quadro 2 79 Figura 10 – Estrutura e relacionamentos dos macro-processos 92 Figura 11 – Política da qualidade e objetivos da qualidade da Empresa X 93 Figura 12 – Etiqueta de não-conformidade 98 Figura 13 – Modelo de documento de registro de treinamento 100 Figura 14 – Exercício de treinamento executado pela Equipe CQ 105 Figura 15 – Gráfico dos custos da qualidade por categoria 111 Figura 16 – Gráfico de Pareto dos custos da qualidade por categoria 112 Figura 17 – Zona do Ótimo no Modelo do Custo da Qualidade 113 LISTA DE QUADROS E TABELAS Quadro 1 – Definição da qualidade 18 Quadro 2 – Código das contas dos custos da qualidade 74 Quadro 3 – Categorias dos custos de qualidade 75 Quadro 4 – Critérios para escolha de uma empresa para objeto de pesquisa 83 Quadro 5 – Bases de medição para os custos da qualidade 86 Quadro 6 – Exemplo de planilha de classificação de custos por área 96 Quadro 7 – Planilha preliminar dos itens das quatro categorias dos custos da qualidade 106 Tabela 1 – Integrantes da Equipe CQ por área 90 Tabela 2 – Planilha utilizada para coleta para aos itens de custos de prevenção 99 Tabela 3 – Planilha de dados da categoria falha interna da área Processo de injeção plástica 102 Tabela 4 – Faturamento Bruto da Empresa X 103 Tabela 5 – Custos da qualidade – Processo de Injeção Plástica 107 Tabela 6 – Custos da qualidade – Montagem 107 Tabela 7 – Custos da qualidade – Ferramentaria 108 Tabela 8 – Custos da qualidade – Projeto 108 Tabela 9 – Custos da qualidade – Processo Mecânico 109 Tabela 10 – Custos da qualidade – Compras 109 Tabela 11 – Custos da qualidade – Engenharia da Qualidade 109 Tabela 12 – Resultados dos custos da qualidade Empresa X 110 Tabela 13 – Percentual de custos e participação de cada categoria 111 Tabela 14 – Categoria falha interna / faturamento 113 Tabela B.1 – Planilha utilizada para coleta de dados referentes aos itens de custos de qualidade para a categoria de custos de avaliação 133 Tabela B.2 – Planilha utilizada para coleta de dados referentes aos itens de custos de qualidade para a categoria de custos de falhas internas 135 Tabela B.3 – Planilha utilizada para coleta de dados referentes aos itens de custos de qualidade para a categoria de custos de falhas externas 136 Tabela C.1 – Planilha de dados da area de negócio: Processo de Injeção Plástica – Prevenção 137 Tabela C.2 – Planilha de dados da área de negócio: Processo de Injeção Plástica – Falha interna 138 Tabela C.3 – Planilha de dados da área de negócio: Ferramentaria – Prevenção 139 Tabela C.4 – Planilha de dados da área de negócio: Ferramentaria – Falha interna 140 Tabela C.5 – Planilha de dados da área de negócio: Linha de Montagem – Prevenção 141 Tabela C.6 – Planilha de dados da área de negócio: Linha de Montagem – Falha interna 142 Tabela C.7 – Planilha de dados da área de negócio: Processo Mecânico – Prevenção 143 Tabela C.8 – Planilha de dados da área de negócio: Processo Mecânico – Falha interna 144 Tabela C.9 – Planilha de dados da área de negócio: Projeto – Prevenção 145 Tabela C.10 – Planilha de dados da área de negócio: Projeto – Falha interna 146 Tabela C.11 – Planilha de dados da área de negócio: Compras – Prevenção 147 Tabela C.12 – Planilha de dados da área de negócio: Engenharia da Qualidade – Prevenção 148 Tabela C.13 – Planilha de dados da área de negócio: Engenharia da Qualidade – Avaliação 149 Tabela C.14 – Planilha de dados da área de negócio: Engenharia da Qualidade – Falha interna 150 Tabela C.15 – Planilha de dados da área de negócio: Engenharia da Qualidade – Falha externa 151 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ABC – Activity Based Cost (Custeio Baseado em Atividade) CQ – Custos da Qualidade CEP – Controle Estatístico de Processos COQ – Cost of Quality (Custos da Qualidade) DOE – Design of Experiments (Projeto de Experimentos) ERP – Entreprise Resource Planning (Planejamento de Recursos Empresariais) IOB – Informações Objetivas ISO – International Standardization Organization (Organização Internacional padronização) NBR – Norma Brasileira QT – Qualidade Total QFD – Quality Function Deployment (Desdobramento da Função Qualidade) SGQ – Sistema de Garantia da Qualidade TQC – Total Quality Control (Controle da Qualidade Total) TQM – Total Quality Management (Gerenciamento da Qualidade Total) UNITAU – Universidade de Taubaté para SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................13 1.1 Justificativa.........................................................................................................14 1.2 Objetivo ..............................................................................................................15 1.3 Estrutura do trabalho..........................................................................................16 2 REVISÃO DE LITERATURA ..............................................................................17 2.1 Qualidade – aspectos gerais..............................................................................17 2.2 Produtividade e competitividade ........................................................................21 2.3 A contabilidade de custos ..................................................................................25 2.3.1. Conceitos e classificações de custos .............................................................29 2.3.1.1. Quanto a variabilidade.............................................................................32 2.3.1.2. Quanto à facilidade de alocação .............................................................33 2.3.2. Princípios e métodos de custeio.....................................................................34 2.3.2.1. Método do custeio por absorção .............................................................35 2.3.2.2. Método de custeio direto ou variável .......................................................37 2.3.2.3. O método ABC (Custeio Baseado em Atividade) ....................................38 2.4 A inadequação dos sistemas de custos tradicional............................................41 2.5 A metodologia Seis Sigma e os custos da qualidade.........................................43 2.6 Breve histórico dos custos da qualidade............................................................44 2.7 Definições dos custos da qualidade...................................................................47 2.8 Objetivos dos custos da qualidade.....................................................................50 2.9 Classificação dos custos da qualidade ..............................................................54 2.9.1. Custos do controle..........................................................................................56 2.9.2. Custos de falhas no controle ..........................................................................58 2.10 Modelos de custos da qualidade ......................................................................61 2.11 Análises finais do aumento do esforço de prevenção e de avaliação ..............68 2.12 Relação entre desperdício e custos da qualidade............................................70 2.13 Método de levantamento dos custos da qualidade.........................................73 2.14 Mensuração dos custos da qualidade ..............................................................83 2.15 Unidade de medida para os custos da qualidade.............................................85 3 APLICAÇÃO DA METODOLOGIA EM UM CASO REAL NA EMPRESA X.......88 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................106 5 CONCLUSÕES ................................................................................................118 5.1 Futuros trabalhos .............................................................................................119 REFERÊNCIAS.......................................................................................................121 ANEXO A – Boletim de divulgação do grupo de Qualidade da Empresa X ..........139 APÊNDICE A – Material elaborado para a apresentação à diretoria da Empresa X.................................................................................... 140 APÊNDICE B – Exemplos de planilhas de coleta de dados para as quatro categorias dos custos da qualidade............................................................... 145 APÊNDICE C – Planilhas de dados das áreas de negócio da Empresa X para cada categoria dos custos da qualidade...................................... 149 13 1 INTRODUÇÃO Para Nakagawa (1991), o novo paradigma para a produção denomina-se “Manufatura de Classe Mundial”. As empresas estão permanentemente buscando os melhores processos e técnicas de manufatura para que possam competir, ao mesmo tempo, em preço, qualidade, confiabilidade e flexibilidade. Estão procurando constantemente a redução de custos dos seus produtos, através da eliminação de toda a forma de desperdício e buscando continuamente a melhoria da qualidade. Para que haja um verdadeiro gerenciamento em que as melhorias possam ser implementadas, é importante o desenvolvimento de técnicas e métodos para a medição das perdas e desperdícios dentro dos processos produtivos. Quantificar as perdas em valores monetários, de acordo com Robles Junior (2003), é uma forma eficaz de despertar a direção da empresa e os funcionários. Essas técnicas os instigarão a descobrir as causas dos desperdícios e a propor soluções, bem como a empenhar para a melhoria contínua dos produtos e serviços. “medir é entender; entender é ganhar conhecimento; ter conhecimento é ter poder. Desde os primórdios dos tempos, o que distingue os seres humanos dos outros animais é sua capacidade de observar, medir, analisar e usar essas informações para realizar mudança”. (HARRINGTON, 1997, p. 417). A afirmação de Harrington (1997) destaca que a melhoria contínua dos processos deve ser baseada em medições. 14 Alguns destes indicadores concentram-se em medições como satisfação dos clientes, custos da qualidade, defeitos de produção, reclamações de clientes. A utilização de medidas eficazes para qualidade torna-se necessária para garantir o sucesso de programas de melhoria. Reforça Coral (1996), ao afirmar que os investimentos em qualidade e programas de melhoria devem trazer retorno financeiro para se justificarem. Para tanto, o processo de gestão da qualidade demanda meios capazes de gerar informações que subsidiem ações de aperfeiçoamento dos processos, objetivando a eliminação dos desperdícios, redução dos custos e o incremento da qualidade. Desta forma, os custos da qualidade são a melhor maneira que a empresa possui para medir os sucessos da implementação de ações de melhoria da qualidade (CROSBY, 1999). Os custos da qualidade constituem a base por meio dos quais os investimentos em programas de melhoria podem ser avaliados em termos de melhoramento de custos, aumento da lucratividade e outros benefícios (FEIGENBAUM, 1994). 1.1 Justificativa A pesquisa de doutorado de Galhano Junior (2004) realça a relação do fenômeno do analfabetismo funcional com a queda de produtividade das organizações. Em estudos realizados pelas agências norte-americanas National Alliance of Business e National Institute for Literacy revelam que somente nos Estados Unidos o analfabetismo funcional - como é tratada a deficiência - resulta em aproximadamente US$ 60 bilhões de perdas em produtividade por ano. No Brasil, estima-se que esse número é da ordem de US$ 6 bilhões. Como o estudo é algo 15 novo no país, fica difícil ter parâmetros de comparação em relação a outras empresas, mas Galhano Junior (2004) assegura que se “em uma multinacional, na qual investem milhões em treinamentos de pessoal, o resultado foi assustador, imagine nas outras empresas”. A situação das empresas mostrada por Galhano Junior (2004) pode ser modificada propagando-se mais conhecimento a respeito, seja mediante pesquisas científicas que requeiram a participação das empresas, seja pela divulgação de programas de qualidade por parte das entidades envolvidas com a qualidade (equipes ou grupos da qualidade). Dessa forma, ratifica-se a necessidade de novos ou contínuos estudos que possam disseminar e propagar a importância do planejamento, mensuração e controle dos custos da qualidade, uma vez que perdas e desperdícios estão fortemente citados. Independentemente da sua forma, são indiscutíveis os benefícios que podem provir da mensuração dos custos da qualidade, devendo ser reconhecido que há uma vasta literatura defendendo sua utilização pelas empresas (COLLAZIOL, 2006b). 1.2 Objetivo Diante do exposto, a presente dissertação tem como objetivo aplicar um roteiro para implementação e mensuração dos custos da qualidade, visando conhecer através de um caso real, as quatro categorias de custos da qualidade: prevenção, avaliação, falha interna e falha externa. 16 1.3 Estrutura do trabalho Este trabalho está estruturado em cinco capítulos, sendo que no Capítulo 1o, Introdução, apresenta-se o contexto do trabalho, justificativa e objetivo. No Capítulo 2º, empreende-se uma revisão bibliográfica do assunto em questão, apresentando as principais fontes e comentando as mais recentes contribuições que permitam caracterizar e mensurar os custos da qualidade, que enfatizem o método exposto nesta pesquisa em sua forma peculiar. No Capítulo 3º, uma elaboração mais detalhada acerca dos custos da qualidade é apresentada, a fim de contribuir com a literatura, discutem-se mais especificamente os modelos apresentados na literatura e métodos de coleta. No Capítulo 4º, desenvolve-se a proposta metodológica, definindo de forma bastante particular a operacionalização do roteiro de implementação e mensuração dos custos da qualidade em suas etapas. Apoiado pelos conceitos chave da revisão dos Capítulos 2o e 3o, este capítulo trata de um método de implementação, ainda em estágio de amadurecimento e validação, que será oportunamente discutido no Capítulo 5o, a partir de uma aplicação em um caso real de estudo e referido em sugestões na seção de Futuros trabalhos no Capítulo 6o de Conclusões. No Capítulo 5º são apresentados e discutidos: em um primeiro momento, os resultados da implementação e mensuração dos custos da qualidade, objeto de investigação desta pesquisa; os modelos e resultados de trabalhos correlatos encontrados na literatura; e em seguida os cuidados tomados com a metodologia utilizada nesta pesquisa. Finalmente, o Capítulo 6º dá as conclusões e as recomendações gerais do trabalho, no que se refere à sua aplicabilidade, na forma que esta autora discute. 17 2 REVISÃO DE LITERATURA Neste capítulo são abordados os assuntos mais relevantes em relação ao estudo dos custos da qualidade. Seguem-se em suas partes os conceitos gerais da qualidade, descrevendo algumas de suas interpretações ao longo dos anos, evoluindo para o tema de custos da qualidade, categorias, relações entre as categorias que sustentam o discurso e direcionam no sentido de alicerçar a proposta desta dissertação. 2.1 Qualidade – aspectos gerais Qualidade não se define em uma frase. Tanto é que diferentes conceitos são encontrados complementando-se a partir de diferentes abordagens ou visões. O conceito da qualidade não é nada novo, mas cuja preocupação com a questão tem indícios em épocas antigas, embora não houvesse naquele período uma noção muito clara do que fosse qualidade. Esta noção foi evoluindo ao longo do tempo, em função das especificidades que cada período apresentou na história do desenvolvimento humano (PALADINI, 1995). Já Garvin (1992) prefere, em vez de um conceito, adotar diversas dimensões da qualidade. Identificou, então, oito categorias: Desempenho, Características, Confiabilidade, Conformidade, Durabilidade, Atendimento, Estética e Qualidade Percebida. Afirma que cada categoria é estanque e distinta, pois um produto ou serviço pode ser bem cotado em uma dimensão, mas não em outra, estando em muitos casos inter-relacionadas. Enfatiza também que, como conceito, a qualidade 18 existe há muito tempo, porém apenas recentemente passou a ser utilizada como uma forma de gestão. Deming (1990) diz que qualidade é a perseguição às necessidades dos clientes e homogeneidade dos resultados dos processos organizacionais. Juran e Gryna (1991) dizem que a qualidade consiste nas características do produto que vão ao encontro das necessidades dos clientes e dessa forma proporcionam a satisfação em relação ao produto (bens, software e serviços). Já Kotler (2000) entende que qualidade é a totalidade dos atributos e características de um produto ou serviço que afetam sua capacidade de satisfazer necessidades declaradas ou implícitas dos clientes. Campos (1992) vê um produto ou serviço de qualidade como aquele que atende perfeitamente, de forma confiável, de forma acessível, de forma segura e no tempo certo às necessidades do cliente. Portanto: a) Que atende perfeitamente = projeto perfeito; b) de forma confiável = sem defeitos; c) de forma acessível = baixo custo; d) de forma segura = segurança do cliente; e) no tempo certo = entrega no prazo, no local e na quantidade certa. Além disso, expõe que o verdadeiro critério da boa qualidade é a preferência do consumidor. No entendimento de Toledo (1987), qualidade é a palavra-chave mais disseminada no meio empresarial e, simultaneamente, existe pouco entendimento sobre o que é a qualidade. Toledo (1987) também afirma que os próprios teóricos da área reconhecem a dificuldade de se definir, precisamente, o que seja o atributo 19 qualidade de um produto. Dificuldade que existe principalmente porque a qualidade pode assumir distintos significados para diferentes pessoas e situações. De acordo com Crosby (1999), qualidade não custa dinheiro, embora não seja um dom, é gratuita. Custa dinheiro as coisas desprovidas de qualidade. Esse mesmo autor diz ainda que a qualidade é não só gratuita, como realmente lucrativa. Cada centavo que se deixa de gastar não se repetindo erroneamente alguma coisa, ou usando-se alternativas, torna-se centavo ganho. Quadro 1 - Definição da qualidade TRANSCENDENTE PRODUTO USUÁRIO X SHEWART X JURAN X X VALOR X DEMING ISHIKAWA PRODUÇÃO X X X CROSBY X TAGUCHI X X FEIGENBAUM X CAMPOS CERQUEIRA X ISSO X TEBOUL X McCAMUS X AURÉLIO X X Fonte: Robles Junior (2003, p. 23) Para Robles Junior (2003), as definições dos diversos autores podem ser classificadas de acordo com as visões de Garvin (ROBLES JUNIOR apud GARVIN, 2003), conforme Quadro 1 a seguir. Entendendo um pouco mais o Quadro 1, na visão Transcendente tem-se a definição da Qualidade como sinônimo de “excelência inata”; a baseada no Produto, enxerga a Qualidade como uma variável precisa e mensurável; a baseada no Usuário parte da premissa de que a Qualidade “está diante dos olhos de quem 20 observa”; a Produção encara Qualidade como conformidade às especificações; e por fim a do Valor define Qualidade em termos de custos e preços (GARVIN, 1992). Corroborado por Robles Junior (2003), provavelmente as visões definidas de cada autor foram influenciadas por suas formações profissionais. A fim de evitar divergências de enfoques em áreas diferentes dentro de uma empresa, é salutar e desejável um esforço em equalizar estas visões da Qualidade. Apesar dessas diferentes visões, a tendência das empresas é adotar a visão de Valor, considerando o preço também como um indicador de ótima Qualidade se não houvesse compradores dispostos a incorrer em um sacrifício financeiro para consumi-lo. Coral (1996) diz que os investimentos em qualidade devem trazer retorno para a organização para se justificarem. Assim, os programas de qualidade devem ser guiados por medidas que forneçam suporte para transformar perdas em ganhos de produtividade e lucratividade. Portanto, dando condições às empresas de competir. Hoje, cada vez mais é evidente que as empresas motivam-se a prestar serviços de qualidade devido à acirrada e crescente concorrência, pois os clientes têm mais opções e as empresas que ficarão no mercado serão as que fidelizarem seus clientes por meio de produtos e serviços de qualidade (ALMEIDA, 2001). Para este trabalho o conceito de qualidade está atrelado a custos, onde para a empresa é necessário ter em termos monetários os valores para ter um produto com qualidade e quanto se gasta com retrabalhos, inspeção etc. 21 2.2 Produtividade e competitividade A relação entre qualidade e produtividade é muito próxima, por um motivo bastante simples: a qualidade é a característica inerente ao produto ou ao serviço, enquanto a produtividade é a medida da eficácia do uso dos recursos para produzir este produto ou processar este serviço. As empresas que não têm qualidade em seus produtos ou serviços tendem a desaparecer. E também sem produtividade ou eficiência do processo produtivo, dificilmente uma empresa irá competir no mercado (SEBRAE, 2007). Costa Neto (2007) apresenta que “diversas conceituações podem ser encontradas para a competitividade, mas em essência, uma empresa é competitiva se tem, conserva ou amplia a fatia do mercado para seus produtos ou serviços, estando apta a enfrentar a atuação dos seus concorrentes”. Para isso existe a necessidade, cada vez mais, de eliminar atividades que não agregam valor ao produto ou serviço, reduzindo custo e tendo diferencial em relação aos concorrentes. De acordo com IOB (2005), as vantagens competitivas indispensáveis à sobrevivência da empresa moderna só são conseguidas por duas vias: a) a via da inovação diferenciadora, que permite a uma determinada empresa oferecer ao mercado um produto original, sem similar e, portanto sem concorrência; ou b) a via da redução de custos (a via da produtividade), que permite à empresa vencer os seus concorrentes por meio da prática de preços mais vantajosos para o cliente. Dessa maneira, a menos que se disponha de um produto sem similar, protegido por uma exclusividade de natureza técnica ou legal, o caminho da 22 competitividade passará obrigatoriamente pela contenção de gastos, e pelo aumento da produtividade. Isto talvez seja o motivo em que a produtividade é hoje um dos temas prediletos dos comentaristas e conferencistas que se ocupam de assuntos econômicos e administrativos. Ainda IOB (2005), a produtividade é, particularmente, importante para economias jovens como a do Brasil, pois, sem melhoria da sua eficiência (sinônimo de produtividade), essas economias não têm como vencer desafios. Todos os recursos utilizados pela empresa permitem a busca de maior eficiência e, conseqüentemente, maior produtividade, seja custos de produção, administração ou comercialização (PADOVEZE, 2006). Para Barsa (2001) apud Tertuliano (2003) a produtividade pode ser definida como a relação entre a quantidade de produto alcançada e a quantidade do fator indispensável à sua obtenção. No entanto, seu conceito estará incompleto se a significação econômica das quantidades relativas de fator e de produto não forem levadas em consideração, pois, a simples relação física entre um e outro não possui significado econômico e sim apenas técnico. Deming (1990) demonstra a relação entre a qualidade e a sobrevivência de uma organização, ao dizer que a melhoria da qualidade produzia custos menores, em razão de menos retrabalho, menos erros, menos atrasos e menos obstáculos, menos uso de tempo/máquina e insumos. Estes elementos são essenciais à produtividade, que leva a conquista de mercados com melhor qualidade e preços menores, motivando a manutenção dos negócios e conseqüentemente do mercado de trabalho. 23 “Produtividade é produzir cada vez mais e/ou melhor, com cada vez menos”. (CAMPOS, 1992). Para Campos (1992) qualidade, produtividade e competitividade são conceitos que traduzem a prática do dia-a-dia das organizações em uma relação de estreita dependência. Aumentar a produtividade de uma organização humana significa agregar o máximo de valor, ao menor custo possível. E esta agregação de valor é realizada pela satisfação da necessidade do cliente. A competitividade de uma empresa pode ser definida, num sentido mais amplo, como a sua capacidade de desenvolvimento e sustentabilidade das vantagens competitivas, as quais lhe permitam enfrentar a concorrência. E esta capacidade competitiva empresarial é condicionada por um vasto conjunto de fatores internos (decisões estratégicas, através das quais são definidas suas políticas de investimentos, tecnológica, marketing, financeira, etc) e externos a empresa (taxa de inflação, taxa de juros, estrutura tributária, política salarial, etc) (NAKAGAWA, 2001). Para entender produtividade em função de qualidade e custos, algumas mudanças devem ser realizadas aos conceitos da produtividade apresentadas por esses autores. A adequação dos termos qualidade e custos realiza-se então entendendo que: a produtividade pode ser representada como o quociente entre o que a empresa produz (“Output”) e o que ela consome (“Input”), Eq. (1) (CAMPOS, 1992): Pr odutividade = Output Input Eq. (1) Contudo, para atender às necessidades dos clientes as empresas produzem produtos/serviços. E estes devem ser projetados, especificados e fabricados de tal maneira a terem valor, ou melhor, é preciso que o cliente almeje e ambicione este 24 produto. Em função deste valor o preço. Porém, se a empresa agregar mais valor por um custo mais baixo, ela então atenderá os clientes. Desta forma, é possível substituir a Eq. (1) onde, substituindo Output por Valor Produzido e Input por Valor Consumido, a produtividade também pode ser expressa pela Eq. (2) (CAMPOS, 1992). Pr odutividade = Valor Pr oduzido Valor Consumido Eq. (2) Para que haja um aumento da produtividade de uma empresa, é necessário que se agregue o máximo de valor ao menor custo. Aumentar a quantidade produzida não é o bastante, é preciso que o produto possua valor e que atenda às necessidades dos clientes. Quanto maior for a produtividade de uma empresa, mais útil ela é para a sociedade na qual ela está inserida sendo que, o seu lucro nada mais é do que uma recompensa que a sociedade paga pelo bom serviço prestado. Assim, na Eq. (2), pode-se substituir respectivamente os termos “Valor Produzido” e “Valor Consumido” pelos termos “Qualidade” e “Custos” e obter a Eq. (3): Pr odutividade = Qualidade Custos Eq. (3) Segundo Padoveze (2006), na produção os principais vetores para aumento da produtividade são: a) utilização máxima da capacidade de produção, com todos os turnos de trabalho possíveis, incluindo, eventualmente, horas-extras; 25 b) adoção de modelos de gestão mais adequados aos produtos e processos produtivos (just-in-time, Teoria das Restrições, etc); c) identificação de melhores processos de produção, minimizando os tempos necessários de mão-de-obra e utilização dos equipamentos; d) melhores lay-outs e logística de operação e distribuição; e) melhor aproveitamento dos insumos, buscando a redução de quebras e desperdícios; f) utilização de equipamentos mais eficientes, com a tecnologia adequada para os produtos e os processos utilizados; g) utilização de sistemas de informação integrados, etc. A produtividade é um dos melhores caminhos para obtenção e manutenção da competitividade empresarial, pois são ganhos que, depois de obtidos, tendem a ser mantidos e, assim, passiveis de serem repassados aos clientes pela redução dos preços de venda dos produtos e serviços, provavelmente gerando maior volume de vendas e melhor imagem da empresa no seu mercado de atuação. 2.3 A contabilidade de custos Nos dias atuais, mais do que nunca, conhecer contabilidade de custos contribui para adicionar valor às empresas. Utilizando a cadeia de valor e as informações a respeito de custos de atividade, as organizações têm condições de identificar vantagens estratégicas no mercado em que estão inseridas. “Se uma empresa puder eliminar atividades que não agregam valor, poderá reduzir custos sem ter de reduzir sua margem de lucratividade” (FERREIRA, 2007). 26 Segundo Martins (2003), até a revolução industrial quase só existia a contabilidade financeira nas empresas comerciais, que “consistia em levantar os estoques iniciais em termos físicos, adicionando as compras e subtraindo os estoques finais, o que resultava nos custos das mercadorias vendidas”, servindo de apuração do resultado no período. Já com o advento das empresas industriais surgiu a contabilidade de custos, que passou a ser uma forma de resolver os problemas de mensuração monetária dos estoques e do resultado, não fazendo dela um instrumento de administração. Assim Martins (2003) descreveu que “a contabilidade de custos passou a ser encarada como uma eficiente forma de auxílio no desempenho dessa nova missão, a gerencial”. Atualmente, em decorrência do crescimento das empresas e do aumento da complexidade do processo produtivo, Bornia (2002) ressalta que as informações fornecidas pela contabilidade de custos passam a ter um considerável valor como apoio gerencial, pois propiciam às empresas elementos úteis e precisos, que podem servir para promover ações de melhoria. A contabilidade de custos é uma atividade que se assemelha a um centro processador de informações, recebe dados, acumula-os de forma organizada, analisa-os e interpreta-os, produzindo informações de custos para os diversos níveis gerenciais (LEONE, 2000). Para Padoveze (2006) a contabilidade de custos é o segmento da ciência contábil especializada na gestão econômica do custo e dos preços de venda dos produtos e serviços oferecidos pelas empresas. Ainda citando Padoveze (2006) a contabilidade de custos tem duas grandes áreas, sendo: uma para custo contábil, cujos conceitos e técnicas estão voltados a 27 apuração do custo dos produtos e serviços, com o objetivo de atender as necessidades legais e fiscais e outra para custo gerencial, onde os conceitos e técnicas são voltados a gestão econômica dos produtos e serviços da empresa, envolvendo as necessidades de controle, avaliação de desempenho e tomada de decisão. Também Oliveira e Perez Junior (2005) afirmam que a implantação e manutenção de um sistema de controle, contabilização e apuração dos custos dos produtos fabricados e serviços prestados em uma empresa decorrem, basicamente, de duas grandes necessidades: a) Gerencial – na qual os controles poderão ser totalmente extracontábeis e não existe a preocupação de atender aos princípios contábeis geralmente aceitos e muito menos às diversas regulamentações legais e fiscais; b) Fiscal e societária – existente em função das exigências das autoridades fiscais, pela Legislação Comercial e Societária, bem como pelos princípios contábeis. A empresa deve manter uma contabilidade de custos integrada e coordenada com o restante da escrituração mercantil. Segundo Nakagawa (1991), a melhoria da produtividade e da qualidade, associada a redução de custos, através da eliminação de todas as formas de desperdícios, vêm exigindo a geração de dados, bem como informações precisas e atualizadas, que auxiliem os gestores a tomarem as decisões corretas, tanto em nível de atividades relacionadas com suas áreas funcionais, como também em nível de investimentos. Para Brimson (1996) as informações de custos devem estimular a excelência empresarial, onde os desperdícios não devem ser tolerados, sendo que os produtos devem ser projetados para otimizar o desempenho dos processos empresariais. 28 Para Martins (2003) a contabilidade de custos tem duas funções relevantes: primeira, o auxílio ao controle proporcionando padrões de custos, orçamentos e outras formas de previsão; segunda, posteriormente acompanhar e analisar o acontecido comparando com valores anteriormente definidos. Perez Junior et al. (1999) concordam com Martins (2003) e dizem que inicialmente “as empresas precisam conhecer seus custos, para então poder controlá-los e compará-los com o previsto, aplicando o sistema de custeio que melhor convir para os interesses estratégicos da empresa”. Portanto, através da contabilidade de custos, a empresa tem a possibilidade de conhecer as receitas, os custos e as despesas distribuídas ou apropriadas por unidade produtora, por departamento, por seção ou por produto, e ainda poderá saber quais são os resultados obtidos em cada segmento operacional da empresa e que produtos estão a causar prejuízo, para que possa tomar as medidas, na redução de custos e despesas. Hoje a contabilidade deixa de ser somente a ciência que se preocupa com o estudo, registro e controle do patrimônio para ser uma ciência gerenciadora de informações, com uma visão sistêmica de gestão empresarial; deixando de ser vista apenas como despesa administrativa das organizações, e sim como uma otimizadora de seus resultados (LEONE, 2000). Assim, o profissional da contabilidade deve preocupar-se com: - a automação dos registros contábeis das transações da empresa; - Informatização integrada dos diversos sistemas de forma que o sistema contábil receba os dados automaticamente, ficando a contabilidade com o papel de análise e controle das informações; 29 - A contabilidade como um poderoso e confiável banco de dados permanentemente atualizado; - Diagnosticar, estudar alternativas e gerar relatórios de elevado grau de entendimento para a alta administração dos negócios da empresa; entre outras ações. 2.3.1. Conceitos e classificações de custos É necessário conceituar e classificar os custos porque estes são diferentes de acordo com as finalidades gerenciais. Leone (2000) afirma que existem vários tipos de custos, tantos quantas forem as necessidades gerenciais e que isto explica a premissa de que existem custos diferentes para atender finalidades diferentes. Para que haja comunicação da informação entre pessoas, é necessário que elas tenham em mente conceitos que possuam um mesmo significado. Martins (2003) explica que desde que duas pessoas resolvam comunicar-se é absolutamente necessário que passem a dar aos objetos, conceitos e idéias, o mesmo nome, sob pena de, no mínimo, reduzir-se o nível de entendimento. Quando mensagens não são compreendidas pelos empregados, podem acarretar em danos e prejuízos para a organização, tais como produtos com defeitos, perdas de materiais, hora trabalhadas, retrabalho etc e conseqüentemente aumento nos custos. ”Isso acontece porque os trabalhadores não entendem sinais de aviso de perigo, instruções de segurança, instruções ao longo de um processo produtivo, de embalagem ou embarque de produtos, etc causando erros e acidentes no local de trabalho ou danos nos equipamentos” (GALHANO JUNIOR, 2004). 30 Para que dentro da empresa haja comunicação da informação entre pessoas, é necessário que elas tenham em mente conceitos que possuam um mesmo significado. No caso deste trabalho é necessário entendimento da terminologia de custos para que não venham existir conflitos em relação à descrição dos custos da qualidade. Portanto, alguns conceitos fazem-se necessários neste trabalho a fim de orientar para as próximas etapas. Gasto: é a compra de um produto ou serviço qualquer, que gera sacrifício financeiro para a entidade (desembolso), sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro) (MARTINS, 2003). Para Leone (2000), gasto é o termo usado para definir as transações financeiras em que há a diminuição do disponível ou a assunção de um compromisso em troca de algum bem de investimento ou bem de consumo. O que desse modo, o gasto pode ser imediatamente classificado como gasto de investimento (aquele que deve ser ativado) ou como gasto de consumo, que será logo apresentado como uma despesa. Desembolso: Pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço (MARTINS, 2003). Investimentos: são os gastos necessários às atividades produtivas, de administração e de vendas, que irão beneficiar períodos futuros. Portanto, ativos de caráter permanente e de longo prazo que, por meio de depreciação ou amortização, irão tornar-se custos ou despesas, dependendo de sua origem e natureza (BERNARDI, 1996). Despesa: é o valor dos insumos consumidos com o funcionamento da empresa e não identificados com a fabricação. São atividades fora do âmbito da 31 fabricação. A despesa é geralmente dividida em administrativa, comercial e financeira. Portanto, as despesas são diferenciadas dos custos de fabricação pelo fato de estarem relacionadas com a administração geral da empresa. (BORNIA, 2002). Perdas: no entendimento de Padoveze (2006), são os fatos ocorridos em situações excepcionais, que fogem à normalidade das operações da empresa. São considerados não-operacionais e não devem fazer parte dos custos de produção. São eventos econômicos negativos ao patrimônio empresarial, não habituais e eventuais, tais como deteriorização anormal de ativos, perdas de créditos excepcionais, capacidade ociosa anormal, etc. Desperdício: é a perda a que a sociedade é submetida devido ao uso de recursos escassos. Esses recursos escassos vão desde o material, mão-de-obra e energia perdidas, até a perda de horas de treinamento e aprendizado que a empresa e a sociedade sofrem devido, por exemplo, a um acidente de trabalho (ROBLES JUNIOR, 2003). A distinção entre perda e desperdício é que este é mais abrangente, engloba as perdas, que são as anormalidades involuntárias, e ainda todas as ineficiências do processo. A perda para Martins (2003) é o bem ou serviço consumido de forma anormal ou involuntária. Para desperdício, Bornia (2002) diz que é o esforço econômico que não agrega valor ao produto da empresa nem serve para suportar diretamente o trabalho efetivo. Custo: é o gasto relativo ao bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. Sendo também um gasto para a fabricação de um produto ou execução de um serviço, conforme Martins (2003). Segundo Leone (2000), refere-se a custos o valor dos fatores de produção consumidos por uma firma para produzir ou distribuir produtos ou serviços, ou ambos. Já para Sá (1995), é tudo o que se investe 32 para conseguir um produto, serviço ou uma utilidade. Ainda para Sá (1995), a maioria dos mestres entende por custos as aplicações, para mover a atividade, seja direta ou indiretamente, feita na produção de bens de vendas. Bornia (2002) adiciona ao custo a palavra gerencial e diz que o custo gerencial é formado pelo custo de fabricação e pelas despesas. E que este custo gerencial é o valor dos insumos (bens e serviços) utilizados pela empresa. Portanto, os custos gerenciais englobam os custos de fabricação e as despesas. A diferença entre esses conceitos pelas empresas é de fundamental importância para que elas possam mensurar a ocorrência desses fatos em seu próprio âmbito. Para compreender melhor a terminologia de custos, costuma-se classificá-los de diversas maneiras que variam de acordo com as necessidades ou finalidades gerenciais. Muitas classificações são possíveis para se diferenciarem os custos, dentre elas destacam-se a classificação pela variabilidade e a classificação pela facilidade de alocação. 2.3.1.1. Quanto a variabilidade De acordo com Bornia (2002), a classificação dos custos considerando sua relação com o volume de produção divide-os em custos fixos e variáveis. Os termos fixos e variáveis são geralmente usados para descrever como o custo reage às mudanças na atividade. O custo variável é proporcional ao nível de atividade e o custo fixo é constante no total, na faixa de volume relevante de atividade a ser considerada. (LEONE, 2000). 33 Dentre as várias formas de classificação dos custos, Martins (2003) afirma que a classificação usual (e a mais importante que todas as demais) é aquela que leva em consideração a relação entre o valor de um custo e volume de atividade numa unidade de tempo. A identificação dos níveis de variabilidade dos custos é importante no momento em que tais custos serão mensurados dentro da organização. Na Figura 1 observa-se a divisão entre custos fixos e varáveis, onde se verifica claramente a relação dos custos variáveis com o volume de produção, ao contrário do que ocorre com os custos fixos, que independem da mesma. A divisão dos custos em fixos e variáveis Custos variáveis $ Custos fixos Volume de produção Figura 1 - A divisão dos custos em fixos e variáveis Fonte: Bornia (2002) 2.3.1.2. Quanto à facilidade de alocação A facilidade de alocação dos custos está relacionada basicamente com a relação e a identificação dos mesmos com um determinado produto, processo, centro de trabalho ou qualquer outro objeto. Esta facilidade separa então os custos em diretos e indiretos, sendo importante tal separação para a tomada de decisões (BORNIA, 2002). 34 Os custos diretos são aqueles que possuem uma relação direta com os produtos, setores ou processos, desta forma são facilmente apropriados a eles pelo seu próprio volume consumido. São exemplos de custos diretos a matéria-prima e a mão-de-obra direta. Os custos indiretos são mais dificeis de serem alocados aos produtos, setores ou processos, por serem utilizados ou consumidos em mais de um deles. Portanto, os custos indiretos necessitam de métodos de custeio ou de rateio para serem alocados de forma mais coerente. Para Bornia (2002), as alocações causam a maior parte das dificuldades e deficiências dos sistemas de custos, pois não são simples e podem ser feitas por vários critérios. E acrescenta que a problemática da alocação dos custos indiretos aos produtos e análise dos mesmos dá origem ao que denomina métodos de custeio. 2.3.2. Princípios e métodos de custeio A análise de um sistema de custos pode ser efetuada sob dois pontos de vista. O primeiro estabelece se o tipo de informação gerada pelo sistema é conveniente às necessidades da empresa. Analisando o sistema sob este enfoque, identifica-se o princípio de custeio. O segundo ponto de vista está relacionado ao método operacional do sistema, ou seja, como são processadas e geradas as informações. Analisando o sistema sob este enfoque, identificam-se os métodos de custeio (BORNIA, 2002). Existem vários métodos de custeio que foram desenvolvidos a partir da necessidade gerencial das empresas. Para este trabalho aborda-se os mais 35 relevantes: Método do Custeio por Absorção, Método de Custeio Direto ou Variável, Custeio Baseado em Atividades (ABC). Os métodos de custeio possuem seus aspectos positivos e limitações, cabendo a empresa que pretende utilizá-los, averiguar qual se adapta melhor às necessidades informativas e às peculiaridades das operações executadas. Martins (2003) afirma que “é absolutamente incorreto dizer-se que um método é, por definição, melhor que o outro. Na realidade, um melhor do que outro em determinadas circunstâncias, para determinadas utilizações etc”. Esses métodos podem ser aplicados em qualquer um dos sistemas de acumulação de custos, ou seja, por Processo e por Ordem de Produção. 2.3.2.1. Método do custeio por absorção É normalmente usado para atribuir valor aos estoques dos produtos elaborados pelas empresas. É o método aceito pela legislação fiscal. Respeita os princípios fundamentais de contabilidade e é, comumente chamado de método tradicional. Para Martins (2003), o custeio por absorção é o método derivado da aplicação dos princípios de contabilidade geralmente aceitos. Consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção; todos os gastos relativos ao esforço de produção são distribuídos para todos os produtos ou serviços feitos. O método de custeio por absorção é o método legal e fiscal que utiliza, para formar o custo unitário dos produtos e serviços, apenas os gastos da área industrial. 36 Ele é consistente como o modelo oficial de apuração dos resultados das empresas (PADOVEZE, 2006). Santos (1995) propõe que a metodologia de custeamento pelo método por absorção seja considerada como básica para avaliação de estoques pela contabilidade financeira, para fins de levantamento de balanço patrimonial, e de Resultados, com a finalidade de atender a exigências fiscais e societárias, entre outras. Uma desvantagem desse método de custeio é que os custos indiretos fixos tem um comportamento variável em relação à quantidade produzida, quando, na realidade, não o são. Isso poderá levar a empresa a tomar decisões erradas de formação de preço do produto. Também poderá levá-la a achar que está sendo influenciada pelo rateio realizado. Isto acontece justamente e é mencionado por Beulke e Bertó (2006), pois na atualidade, os custos e despesas fixas assumiram proporções bem mais significativas dentro da estrutura do custo dos produtos, das mercadorias e dos serviços. Ainda Beulke e Bertó (2006): existem circunstâncias, como situação de produto único, comportamento competitivo monopolista, novos produtos, plena ocupação com mercados alternativos e liderança de preços, em que o Custeio por Absorção se justifica e pode ser utilizado. Pode-se concluir que alguns autores mencionados mostram que existem problemas no uso desse tipo de custeio para a tomada de decisão, visto que os critérios de rateio empregados são arbitrários, devido ao fato de que, para um mesmo produto, dependendo do tipo de critério utilizado, os custos unitários gerados serão diferentes. 37 2.3.2.2. Método de custeio direto ou variável No custeio variável, ou direto, apenas os custos variáveis de produção são alocados aos bens ou serviços produzidos, o que compreende todos os custos variáveis, diretos ou indiretos e os custos fixos são considerados diretamente como despesas do período, não sendo, portanto, incluídos nos custos de produção dos bens e serviços (OLIVEIRA; PEREZ JUNIOR, 2005). O uso gerencial da margem de contribuição é o objetivo dessa metodologia e isso se dá pelo fato da empresa poder obter o resultado econômico específico, como, por exemplo, de cada segmento individualmente. A margem de contribuição é formada pela diferença entre as receitas e os custos diretos ou variáveis que foram identificados aos produtos ou às linhas de produtos. Sua utilização é limitada à contabilidade para efeitos internos da empresa, visto que não atende aos princípios contábeis geralmente aceitos e não é aceito pelas autoridades fiscais (OLIVEIRA; PEREZ JUNIOR, 2005). Sendo motivo para não ser utilizado sozinho nas empresas. Esse método tem se mostrado útil em decisões de curto prazo. Para Bornia (2002), “o custeio variável está relacionado com a utilização de custos para o apoio a decisões de curto prazo, onde os custos variáveis tornam-se relevantes e os custos fixos não”. Em relação a este método de custeio, são vantagens: i) Identificar os produtos mais rentáveis através da margem de contribuição; 38 ii) a demonstração contábil reflete os custos fixos do período e sua influência no lucro, com maior clareza que o custeio por absorção em que os custos fixos são rateados e compõem o estoque de produtos, dando a falsa impressão de lucro; iii) pode ser utilizado facilmente em orçamentos flexíveis. E como desvantagem, tem-se que o método de custeio variável não deve substituir outros critérios de custeio em decisões de longo prazo, porque os custos fixos podem se comportar de forma diferente (por degraus) em função da faixa de volume. A separação dos custos em fixos e variáveis pode ser dispendiosa para a empresa, por isso, ela deve fazer sempre uma análise de custo/benefício. 2.3.2.3. O método ABC (Custeio Baseado em Atividade) O custeio ABC (do original Activity-Based Costing) surgiu "em meados da década de 80 com o objetivo de suprir a necessidade de informações precisas sobre o custo da necessidade de recursos de produtos, serviços, clientes e canais específicos" (KAPLAN; COOPER, 1998). Continua obtendo sucesso porque proporciona melhor gerenciamento dos custos da empresa para manter a competitividade num mercado cada vez mais ocupado por concorrentes locais e, com a globalização mundial. Para Nakagawa (2001), o modelo ABC é uma metodologia desenvolvida para facilitar a análise estratégica de custos relacionados com as atividades que mais impactam o consumo de recursos de uma organização. A quantidade, a relação de causa e efeito e a eficiência e eficácia com que os recursos são consumidos nas 39 atividades mais relevantes de uma empresa constituem o objetivo da análise estratégica de custos do modelo ABC. Kaplan e Cooper (1998) afirmam que o modelo ABC é um mapa econômico das despesas e da lucratividade da organização baseada na atividade organizacional. Referir-se a ele como um mapa econômico baseado na atividade, e não como um sistema de custeio, talvez esclareça seu propósito. Esse sistema de custeio relaciona despesas relativas a recursos com atividades e usa geradores de custo da atividade para relacionar custos da atividade a objetos. Esse sistema tem como propósito a redução das distorções provocadas por outros sistemas tradicionais de custeio, conforme exposto por Martins (2003). Tendo seu foco voltado principalmente para os custos indiretos, que vem aumentando gradativamente devido ao avanço tecnológico e ao aumento da complexidade dos sistemas de produção se comparados com os custos diretos. Martins (2003) propõe as seguintes etapas para a implementação do sistema de custeio ABC: Etapa 1 - Identificação das atividades relevantes: uma atividade é uma ação que utiliza recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros para se produzirem bens e serviços. É composta por um conjunto de tarefas necessárias ao seu desempenho. As atividades são necessárias para a concretização de um processo, que é uma cadeia de atividades correlatas, inter relacionadas. Ainda de acordo com o mesmo autor, num departamento são executadas atividades homogêneas, onde o primeiro passo é identificar quais destas são relevantes. Etapa 2 - Atribuição dos custos às atividades: afirma que a atribuição dos custos às atividades deve ser feita da forma mais criteriosa possível, de acordo com a seguinte ordem de prioridade: 40 Alocação direta - faz-se quando existe uma identificação clara, direta e objetiva de certos itens de custos com certas atividades. Pode ocorrer com salários, depreciação, material de consumo etc. Rastreamento - é uma alocação com base na identificação da relação de causa e efeito, entre a ocorrência da atividade e a geração dos custos. Essa relação é expressa através de direcionadores de custos de primeiro estágio, também conhecidos como direcionadores de custos de recursos (isto é; de recursos para as atividades). Rateio - é realizado apenas quando não há possibilidade de utilizar nem a alocação direta nem o rastreamento; porém deve-se ter em mente que, para fins gerenciais, rateios arbitrários não devem ser feitos. Etapa 3 - Identificação dos direcionadores de custos: direcionador de custos é o fator que determina o custo de uma atividade. Como as atividades exigem recursos para serem realizadas, deduz-se que o direcionador é a verdadeira causa de seus custos (MARTINS, 2003). Existem dois tipos de direcionadores de custos, os direcionadores de custos de recursos e os direcionadores de custos de atividades. Os direcionadores de custos de recursos identificam a maneira como as atividades consomem recursos e servem para custear as atividades, ou seja, demonstram a relação entre os recursos gastos e as atividades (MARTINS, 2003). Os direcionadores de custos de atividades identificam a maneira como os produtos “consomem” atividades e servem para custear produtos (ou outros custeamentos), ou seja, indicam a relação entre as atividades e os produtos (MARTINS, 2003). 41 Etapa 4 - Atribuição dos custos das atividades aos produtos: “A última fase de implementação consiste em custear os produtos ou serviços prestados, uma vez que os custos, as despesas e as atividades relevantes já foram identificados, bem como seus direcionadores de recursos e direcionadores de atividades (MARTINS, 2003)”. O método ABC é o método que mais auxilia na resolução do problema, porque permite a identificação dos problemas das não conformidades e dos desperdícios, bem como de qualquer outra ineficiência, dentro de cada processo ou atividade. Kaplan e Cooper (1998) mencionam que custos para tomada de decisão são informações geradas para apoiar o processo decisório da empresa, como: terceirização, retirada de produtos do mercado, compra de equipamentos, entre outros. Os custos para tomada de decisão são separados considerando a sua relevância para uma determinada tomada de decisão. Custos relevantes são aqueles que sofrem alteração dependendo da decisão e os não relevantes são aqueles que independem da tomada de decisão. 2.4 A inadequação dos sistemas de custos tradicional Ao longo dos anos, os sistemas de custeio foram se tornando inadequados à realidade das empresas e desenquadrando-se do contexto de competição atual. As críticas aos sistemas tradicionais sugerem que eles se tornaram incapazes de assumir o seu papel, principalmente, no que se refere à competitividade das empresas, que tem, atualmente, de ser world class, com elevados níveis de desempenho no negócio e um esforço de melhoria contínua, satisfazendo as necessidades e preferências dos clientes (FERREIRA, 2007). 42 Em Andersen (1995), Bornia (1995), Coral (1996) e Robles Junior (2003), encontram-se afirmações a respeito da inadequação da apuração do sistema de custos tradicional, existente na maioria das empresas, possuindo um enfoque meramente histórico, com o principal objetivo de atender a parte contábil e fiscal. Bornia (1995) complementa que os sistemas tradicionais de custos mostramse inadequados para oferecerem informações vitais para o efetivo auxílio a este processo de melhoramento contínuo. Das informações necessárias para o efetivo auxílio ao controle e avaliação da empresa moderna, sem dúvida a mensuração das perdas e das atividades que não agregam valor aos produtos é das mais importantes, não sendo discutida em sua plenitude pelos usuários dos "novos" sistemas de custos. O sistema de custeio moderno que auxilie na obtenção da capacidade competitiva de uma empresa terá que reunir várias características tais como (FERREIRA, 2007): Fornecer informação sobre aquilo que realmente interessa ao cliente, assim como ser capaz de medir a rentabilidade dos produtos e clientes; Apresentar um custo compensador e ser fácil de utilização; Gerar informação que suporte a melhoria contínua dos produtos e processos; Identificar os custos dos diferentes objetos de custos relevantes; Refletir o comportamento do custo ante aos diferentes fatores que o influenciam; identificar as atividades que não agregam valor para o cliente; e Evidenciar a estrutura de custos e seu desempenho. 43 É importante mencionar que independente de qual sistema de custeio a empresa venha a adotar, o mais importante é que: “o cuidado com a administração dos custos é uma medida salutar para a economia da empresa, que evitará os desperdícios, combaterá as falhas e, assim disporá de maior volume de recursos para outras aplicações” (BARRETO, 2008). 2.5 A metodologia Seis Sigma e os custos da qualidade No intuito de entender a relação da metodologia Seis Sigma e os custos da qualidade, torna-se necessário definir Seis Sigma. “O Seis Sigma é uma metodologia rigorosa que utiliza ferramentas e métodos estatísticos para definir os problemas e situações a melhorar, medir para obter as informações e os dados, analisar a informação coletada, incorporar e empreender melhorias no processo e, finalmente, controlar os processos ou produtos existentes, com a finalidade de alcançar etapas ótimas, o que por sua vez gerará um ciclo de melhoria contínua” (ROTONDARO, 2006, p.18). Para Mickel Harry et al. apud Rotondaro (2006), Seis Sigma é um processo de negócio que permite às organizações incrementar seus lucros pela otimização das operações, melhoria da qualidade e eliminação de defeitos, falhas e erros. 44 De acordo com Rotondaro (2006), quando o Seis Sigma é implementado, a organização usa medidas financeiras com o intuito de selecionar projetos para melhoria e para determinar os resultados. Este autor afirma para que isso seja possível, a contabilidade de custos das empresas deve oferecer os custos da qualidade e os seus impactos nos lucros. A metodologia Seis Sigma tem como objetivo a melhoria dos processos e a busca da redução dos custos da não qualidade, aumentos da produtividade e redução de custo dos produtos, melhoria contínua (FARIA; CARDOSO; CHAVES, 2006). Em síntese, obtendo os valores dos custos da qualidade a empresa terá condições de verificar o quanto poderá investir em melhoria do processo, respondendo a pergunta: Até que ponto é viável economicamente investir na melhoria do processo? (ROTONDARO, 2006). Na prática as organizações usam técnicas sofisticadas para medir retornos em investimentos, mas somente poucas medem o retorno dos investimentos em qualidade. Para tanto ocorre igualmente ao se apostar no modelo de melhoria Seis Sigma. E necessário mensurar financeiramente os impactos e investimentos do modelo mesmo que estimados. 2.6 Breve histórico dos custos da qualidade Este item apresenta um breve histórico dos custos da qualidade, definições, categorias e suas relações, aplicação, modelos e a implementação dos custos da qualidade. 45 Muitas organizações utilizam-se da identificação dos custos envolvidos no desempenho das várias funções, tais como o desenvolvimento de produtos, a produção, o marketing etc. Conforme Juran e Gryna (1991), até os anos 50, este conceito não se estendia à função qualidade, com exceção das atividades realizadas pelo setor de testes e inspeções. Certamente, existiam inúmeros outros custos que se relacionavam à qualidade, porém, eles estavam dispersos entre várias contas, principalmente as relativas às despesas gerais. Conforme o autor na década de 50 surgiram numerosos departamentos com equipes voltadas para a qualidade, os quais tinham por tarefa “vender” suas atividades para os gerentes da companhia. Como o dinheiro era a principal linguagem destes gerentes, surgiu então o conceito de custos relacionados à qualidade, ou custos da qualidade, como meio de comunicação entre os departamentos de Controle de Qualidade e os gerentes da companhia. Ao longo do tempo, enquanto os especialistas aprofundavam seus estudos, alguns aspectos relacionados aos custos da qualidade vieram à tona (JURAN e GRYNA, 1991): (i) os custos relacionados à qualidade eram maiores que os apresentados nos relatórios contábeis gerados; em algumas empresas, estes custos oscilavam entre 20% e 40% das vendas; (ii) os custos da qualidade não eram simplesmente o resultado da operação da empresa; as operações de apoio também contribuíam, de forma acentuada, para a sua composição final; (iii) a maior parte dos custos era na realidade resultado da má qualidade, onde apesar de serem incorporados ao custo-padrão, eram evitáveis; (iv) ao mesmo tempo em que os custos da má qualidade eram evitáveis, não havia nenhuma responsabilidade pela ação de reduzi-los. Não existia também uma abordagem formalmente estruturada com este fim. 46 Em um primeiro momento, o conceito de custos da qualidade abordava apenas o total geral dos custos evitáveis da qualidade. À medida que o tempo passava, o conceito evoluiu englobando todos os custos necessários para se obter qualidade, além dos custos das falhas externas e internas. O conceito de custos da qualidade evoluiu para englobar todos os custos necessários para obter a qualidade requerida, não somente os custos evitáveis da qualidade, como foi elaborado inicialmente (SILVA, 2003). Feigenbaum (1994) foi um dos primeiros autores a enfatizar a importância de medidas para a qualidade, registrando em seu livro Controle da Qualidade Total um capítulo dedicado aos custos da qualidade. O autor classifica os custos da qualidade em quatro categorias: prevenção, avaliação, falhas externas e falhas internas. Tal classificação tem sido utilizada até os dias de hoje pela maioria dos autores que aplicam e discutem os conceitos dos custos da qualidade e será utilizada neste trabalho, como guia para os levantamentos de dados. Ao final da década de 70, os custos da qualidade começaram a ganhar maior atenção de gerentes e contadores, preocupados com o sucesso dos programas de qualidade de suas organizações. Em 1987, o Instituto de Contadores Gerenciais Americano publica “Medindo, Planejando e Controlando os Custos da Qualidade”, onde são apresentadas informações detalhadas de como implementar um sistema formal de relatórios de custos da qualidade. Desta forma, no início da década de 90, com o aumento da competitividade global, inicia-se uma tendência nas empresas, de controlar e gerenciar seus custos, juntamente com seus programas de qualidade. Por isso, novos sistemas de custeio surgiram para contornar a imprecisão dos sistemas de custo tradicionais. Com isso, passa a ser primordial a mensuração dos custos da não-qualidade, bem como a 47 expansão do sistema contábil para quantificar-se os custos da não-qualidade, demonstrando-os de uma forma clara ao nível gerencial (JURAN e GRYNA, 1991). Coral (1996) aborda que os custos da qualidade começaram a ganhar maior atenção das empresas em função do aumento da competitividade mundial no início da década de 90, e surgiram para substituir a obsolescência e imprecisão dos sistemas de custos tradicionais. Empresas atualmente consideradas líderes em seus setores reconhecem que um processo bem definido, um mecanismo forte de controle e ferramentas e metodologias apropriadas servem de âncora para um programa de redução de custos da qualidade. Organizações bem sucedidas são aquelas que relacionam seus objetivos à economia de capital, com um foco bem claro e definido para todos os envolvidos neste processo. É fundamental que todos estejam engajados no mesmo resultado e utilizando um método planejado e alinhado às estratégias da organização, conforme NASON e PLUMRIDGE (2002) apud BRITO (2007). Após o histórico dos custos relacionados à qualidade ter sido apresentado, no próximo item será apresentado os conceitos dos custos da qualidade, de acordo com alguns autores, buscando um alinhamento dos conceitos. 2.7 Definições dos custos da qualidade Juran e Gryna (1991) afirmam que os custos da qualidade são aqueles custos que não existiriam se o produto fosse fabricado perfeito na primeira vez, estando associados com as falhas na produção que levam a retrabalho, desperdício e perda de produtividade. 48 Para Crosby (1999), os custos da não-qualidade estão relacionados com a conformação ou falta de conformação aos requisitos definidos na especificação do produto. Para ele o custo da qualidade é o catalisador que leva a equipe de melhoria da qualidade, bem como a gerência, à plena percepção dos custos totais do produto ou serviço, pela identificação dos custos da não-qualidade. Desta forma, a falta de qualidade gera prejuízos, pois quando um produto apresenta defeitos, a empresa gasta novamente para corrigir tais defeitos e o custo de produção de uma peça defeituosa pode até dobrar. Os custos provenientes de falhas no processo produtivo fazem parte dos custos da má qualidade, e servem para medir o desempenho dos programas de melhoria nas organizações. Sakurai (1997) diz que custo da qualidade pode ser definido como o custo incorrido por causa da existência, ou da possibilidade de existência, de uma baixa qualidade. Por esta visão, o custo da qualidade é o custo de se fazer as coisas de modo errado. Sá (1995) afirma que “Custo da Qualidade Total é a aplicação de capital no sentido de oferecer ao produto que se elabora um caráter distintivo que lhe atribui condições para a plena satisfação do cliente, quer quanto à utilização quer quanto ao preço”. Bergamo Filho (1991) menciona as seguintes definições, no sentido de melhor entendimento do que são custos da qualidade: (i) Função qualidade: é o conjunto de todas as atividades, em todos os departamentos da empresa, através dos quais se obtém produtos adequados ao uso, ou em conformidade com as especificações; (ii) Custos da qualidade: representam a quantia de recursos gasta pela Função qualidade. 49 Esta afirmação contribui para a compreensão de que os custos da qualidade não são apenas responsabilidade do departamento de controle da qualidade, pelo contrário, a maior parcela dos custos da qualidade está fora deste departamento. E num sentido mais amplo e técnico, os custos da qualidade são definidos como quaisquer despesas de fabricação ou de serviço que ultrapassem as que teriam ocorrido se o produto tivesse sido feito ou o serviço tivesse sido prestado com perfeição, da primeira vez (IOB, 2006). O conceito do custo de qualidade é que são os custos incorridos dentro do projeto, implementação, operação e manutenção de um sistema de gerenciamento de qualidade, de recursos consumidos pelas ações de melhoria contínua, falhas de produtos e serviços e todos os outros custos necessários as atividades que não adicionam valores exigidos para se alcançar uma qualidade do produto ou serviço (SCHIFFAUEROVA ; THOMSON, 2006). Não há consenso em uma única definição de custos de qualidade (LOPES 2006). Entretanto, custo da qualidade é normalmente compreendido como a soma de custos de conformidade mais não-conformidade onde; custos para conformidade são o que se gasta por prevenção de qualidade baixa (por exemplo, inspeção e avaliação de qualidade) e custo de não-conformidade é o custo de baixa qualidade causada por Falha de produto e serviço (por exemplo, retrabalho e devolução). Para este trabalho é utilizado o conceito de Feigenbaum (1994), onde os custos da qualidade incluem aqueles gastos associados à definição, criação e controle da qualidade. Incluem, também, os gastos necessários para avaliação e feedback de conformidade, em sintonia com as exigências do cliente. Por último, deve-se também considerar os gastos associados com as conseqüências 50 provenientes de falha em atendimento a essas exigências, tanto em nível interno como externo. 2.8 Objetivos dos custos da qualidade O objetivo do controle do custo da qualidade é o de fazer com que a adequação para o uso do produto ou serviço seja conseguida ao mínimo custo possível. Isso pode ter significado importante para a saúde financeira e econômica de uma empresa, tornando-a mais competitiva, aumentando a sua participação no mercado e propiciando maiores lucros ou, pelo menos, prejuízos menores (IOB, 2006). Ainda de acordo com IOB (2006), há três objetivos principais na implantação do controle do custeio da qualidade. O primeiro é saber a sua natureza e o montante desses custos. De posse dessas informações, o empresário passa a ter consciência de seus problemas e poderá aperfeiçoar o seu processo produtivo. O segundo é a preparação de relatórios que correspondam às avaliações de desempenho departamental e da empresa como um todo, em relação ao assunto. Esses relatórios fornecerão à administração subsídios para uma ação corretiva, sendo, portanto, fundamentais para melhorar seu desempenho. O terceiro é que o custeio da qualidade pode melhorar a produtividade e a lucratividade da empresa através de um controle orçamentário mais efetivo. Já para Sakurai (1997), o objetivo do custo da qualidade é fabricar um produto com alta qualidade ao menor custo possível. O custo da qualidade busca esse objetivo apurando os custos das falhas de conformidade às especificações. Para ressaltar sua importância, Sakurai (1997) relata que nos EUA, onde o custeio 51 da qualidade é utilizado em larga escala, os custos chegavam a 20% do valor das vendas, enquanto que no Japão essa porcentagem era de 2,5% a 4%. Como meta mais importante do custeio da qualidade em empresas americanas foi reduzir essa percentagem para 2,5%. Robles Junior (2003) destaca os objetivos e questões cuja mensuração dos custos da qualidade visa atender: • Avaliar os programas de qualidade por intermédio de quantificações físicas e monetárias; • Conhecer na realidade o quanto a empresa está perdendo pela falta de qualidade. Visto que essa informação, quando passada aos diferentes níveis da organização, ajuda na sensibilização e compromisso de enfrentar o desafio da melhoria da qualidade; • Conhecer a distribuição dos custos pelas diferentes categorias de custos da qualidade, o que possibilita o direcionamento dos investimentos de acordo com os projetos de melhoria da qualidade; • Tornar a qualidade um dos objetivos estratégicos para a empresa. Para tanto a alta administração através do conhecimento efetivo das quantificações físicas e monetárias, realmente assume o compromisso com a qualidade; • Melhoria da qualidade acarreta um acréscimo nos lucros; • Aumento da produtividade através da qualidade; • Integrar, através dos relatórios de custos da qualidade, numa única informação, vários outros relatórios de desempenho; 52 • Revelar o impacto financeiro das decisões de melhoria da qualidade, permitindo a adequada destinação de recursos, visando a uma provável redução de custos; • Facilitar a elaboração do orçamento de custos da qualidade, permitindo a adequada destinação de recursos, visando ou não a uma provável redução de custos; • Conhecer o quanto a empresa deveria investir nas diferentes categorias de custos da qualidade; • Permitir que a sistemática formal de custos da qualidade, entre outras atividades, acompanhe a efetivação em pedidos das amostras fornecidas e que não se convertem em pedidos, devido a sua qualidade. Levar ainda à investigação do motivo da não-aceitação por parte dos clientes; • Facilitar o estabelecimento de rotinas e procedimentos para acumulação de dados de custos da qualidade. Em relação a sua utilização dados da pesquisa de campo realizada por Santos e Silva (2005), Collaziol, Souza e Damacena (2006), aponta-se que apesar de toda a ênfase que é dada pela literatura que trata da mensuração dos custos da qualidade, assim como da recomendação presente na norma ISO 9004:2000, a adoção desse procedimento por parte das empresas é ainda inexpressiva. Pesquisas e evidências da utilização de sistemas de custos de qualidade em pequenas e médias empresas no país são praticamente inexistentes. Este é um campo que deve ser desenvolvido nos próximos anos, com a questão da qualidade ganhando maior relevância também nessas empresas, que necessitam ser competitivas para poderem sobreviver. O sistema de custo da qualidade pode em 53 muito auxiliar a competitividade e sobrevivência de tais organizações, principalmente por apontar deficiências na gestão da qualidade, podendo contribuir para as ações de melhoria contínua em todo o sistema produtivo da empresa (FERNANDES; OLIVEIRA E TACHIBANA, 1999). Acrescentando Rospi (2006) em seu trabalho a respeito da gestão dos custos da qualidade em pequenas e médias empresas do setor industrial, relata há ainda um relativamente grande desconhecimento da problemática dos custos da qualidade e de como controlá-los e algumas dessas empresas realizam o controle dos custos da qualidade de maneira indireta, ou seja, elaboram alguns indicadores, porém sem quantificar monetariamente tais índices. As empresas que possuem o certificado NBR ISO 9001:2000 são as que pelo menos ouviram falar a respeito dos custos da qualidade (ROSPI, 2006). Duarte e Barbalho (2003) em estudo de caso do setor eletro-eletrônico do Pólo industrial de Manaus, constataram que devido ao baixo nível de investimentos nos custos voluntários (prevenção e avaliação) os itens mais relevantes na pesquisa foram os relacionados às falhas externas, oferecendo suporte às tomadas de decisão e de controle no sentido de otimizar os investimentos dos recursos da empresa, na busca do crescimento operacional e financeiro, pois trata-se de uma ferramenta eficaz que verifica os benefícios oriundos da implantação dos programas de qualidade, bem como direcionar as ações de melhorias implementadas. Para Gomes et al. (2003), à medida que a empresa desenvolve seu sistema de gestão da qualidade e combate a redução desses custos, o retorno financeiro será cada vez mais percebido. Merecendo destaque o incremento no faturamento empresarial, onde todos têm a ganhar com a implantação desse sistema: a empresa 54 (sócios, funcionários e acionistas) e principalmente o cliente. Uma vez diminuídos os refugos e desperdícios em geral, a empresa se torna mais competitiva. Em síntese conclui-se que o objetivo do sistema de custos da qualidade é fornecer informações suficientes para identificar as falhas e direcionar ações corretivas em áreas com problemas, de maneira a se conseguir a redução dos custos da qualidade. 2.9 Classificação dos custos da qualidade Referente a classificação dos custos da qualidade, Feigenbaum (1994) detalha que os custos da qualidade são classificados de forma a incluir duas áreas principais: custos do controle (sub-classificados em custos de prevenção e custos de avaliação) e custos de falhas no controle (sub-classificados em custos das falhas internas e custos das falhas externas), conforme demonstrado na Figura 2. Custos do Controle Custos de Prevenção Custos de Avaliação Custos das Falhas Internas Custos das Falhas no controle Custos das Falhas Externas Figura 2 – Áreas do Custo da Qualidade Fonte: Feigenbaum (1994, p.23) Os custos do controle são mensurados sob duas abordagens diferenciadas (FEIGENBAUM, 1994): 55 - Custos da prevenção, que evitam a ocorrência de defeitos e não- conformidades, compreendendo gastos com a qualidade para evitar produtos insatisfatórios. Envolvem áreas como engenharia da qualidade e treinamento dos colaboradores para a qualidade; - Custos da avaliação, que abrangem custos de manutenção dos níveis da qualidade da empresa através de análises formais da qualidade do produto. Envolvem áreas como inspeção, ensaio, confirmação externa, auditorias da qualidade e despesas similares. Os custos provenientes de falhas no controle são igualmente medidos sob dois focos: - Custos de falha interna, que incluem custos da qualidade insatisfatória internamente à empresa, tais como material refugado, danificado e retrabalhado. Além disso, os custos de falhas internas envolvem também os custos de logística, envolvendo desde os gastos do recebimento da matéria-prima até a entrega do produto final ao cliente (custos de suprimento e de distribuição); - Custos de falha externa, que abrangem custos da qualidade insatisfatória situados na parte externa da empresa, tais como falhas provenientes do desempenho do produto e reclamações dos clientes. Para Carvalho e Paladini (2005), os custos da qualidade são classificados de diferentes maneiras por diferentes autores. Estes custos podem ser classificados sob o ponto de vista do processo, dividindo-os como custos de conformidade e não conformidade. Outra classificação, a mais adotada, divide-os em prevenção, avaliação e falhas. 56 2.9.1. Custos do controle Fazem parte dos custos do controle os custos de prevenção e os custos de avaliação. Custos de prevenção: são gastos com atividades a fim de assegurar que produtos, componentes ou serviços insatisfatórios ou defeituosos não sejam produzidos. Compreendem tanto investimento quanto demais dispêndios, que objetivam evitar a geração de unidades e componentes defeituosos bem como a prestação de serviços insatisfatórios (ROBLES JUNIOR, 2003). Podem ocorrer os seguintes custos relacionados com a prevenção (ROBLES JUNIOR, 2003): equipamentos; tecnologia; engenharia da qualidade; treinamento para a qualidade; círculos da qualidade; administração da qualidade; projeto e planejamento das avaliações da qualidade; manutenção preventiva dos equipamentos; revisão e atualização das instruções, especificações e procedimentos; pesquisas relacionadas com a garantia dos produtos; treinamento de pessoal; desenvolvimento de sistemas da qualidade; suporte técnico para vendedores; identificação das necessidades de marketing e exigências dos clientes; 57 desenvolvimento de projetos de produtos; relações com fornecedores; validação e planejamento da qualidade nas operações; planejamento da inspeção e dos testes dos componentes comprados; inspeção e controle dos moldes e ferramentas; auditoria da eficácia do sistema da qualidade; e relações com inspeções de clientes. Para Sakurai (1997), do ponto de vista financeiro, ”tais custos são mais investimentos do que despesas, ou seja, investimentos para evitar futuros custos”. Custos de avaliação: são os gastos com as atividades realizadas para identificar unidades ou componentes defeituosos antes da remessa para os clientes (internos ou externos). Podem ocorrer os seguintes custos relacionados com avaliação (ROBLES JUNIOR, 2003): equipamentos e suprimentos utilizados nos testes e inspeções; avaliação de protótipos; novos materiais; testes e inspeções nos materiais comprados; testes e inspeções nos componentes fabricados; métodos e processos; inspeções e auditoria das operações de manufatura; planejamento das inspeções; testes e inspeções nos produtos fabricados; verificações efetuadas por laboratórios e organizações externas; auto-inspeção pelos operadores; avaliação dos produtos dos concorrentes; 58 inspeção do desempenho do produto nas condições e ambientes do cliente; mensurações visando ao controle de qualidade do processo; auditoria no estoque de produtos acabados; avaliação da deterioração das matérias-primas e componentes de estoque; regulagem e manutenção dos equipamentos de inspeção da qualidade; testes dos ambientes de produção; supervisão das áreas de inspeção; custo da área de inspeção; depreciação dos equipamentos de testes; e testes de confiança. 2.9.2. Custos de falhas no controle São causados por materiais e produtos que não estão em conformidade com as especificações. Esses custos decorrem de erros cometidos pela empresa e são dispendiosos, pois nem todas as atividades foram realizadas corretamente, gerando produtos não-conformes. Os custos provenientes deste tipo de falha são igualmente medidos em duas partes (FEIGENBAUM, 1994): a) Custos de falhas internas, que incluem custos da qualidade insatisfatória dentro da empresa, tais como custos de produtos refugados e retrabalhados, bem como os custos de logística, envolvendo desde a recepção da matéria-prima até a entrega do produto final ao cliente; b) Custos de falhas externas abrangem os custos da qualidade insatisfatória situados na parte externa da empresa, tais como custos decorrentes de falhas 59 provenientes do não desempenho insatisfatório do produto e reclamações dos consumidores. Custos das falhas internas: são aqueles associados às atividades decorrentes de falhas internas, como: falhas de projetos, compras, suprimentos, programas e controle da produção e falhas na própria produção. As falhas internas são constatadas antes do despacho dos produtos aos clientes (ROBLES JUNIOR, 2003). Podem ocorrer os seguintes custos das atividades relacionadas com as falhas internas: retrabalho; redesenhos; refugos e sucatas; tempo perdido devido à deficiência do projeto; tempo perdido devido à compra de materiais defeituosos; compras não planejadas; descontos nos preços de venda de produtos com pequenos defeitos; atrasos na produção e entrega gerando multas e penalidades; não-aplicação de reajustes de preços de novas tabelas; inspeção de lotes retrabalhados; manutenção corretiva; horas-extras para recuperar atrasos; tempo de análise das causas das falhas; e custo financeiro do estoque adicional para suprir eventuais falhas. Custos de falhas externas: são aqueles associados a atividades decorrentes de falhas externas. Como falhas externas, são classificados os custos 60 gerados por problemas ocorridos após a entrega do produto ao cliente, ou seja, os associados às devoluções, queixas e reclamações dos clientes (ROBLES JUNIOR, 2003). Podem ocorrer os seguintes custos: administrativos; expedição e recepção; multas; refaturamento; garantias; retrabalhos; bem-estar do cliente; vendas perdidas; assistência técnica fora da garantia; reposição para manter a imagem; e custos do departamento de assistência técnica. Hansen e Mowen (2001) afirmam que os custos mais difíceis de mensurar estão relacionados aos custos com falhas externas, muitos deles relativos a custos de oportunidade, observando, ainda, que tais custos podem ser significativos e devem ser estimados. De acordo com Thomaz (2001) apud Maldaner (2003), dentro dos custos de controle, necessários à manutenção da qualidade, os custos de prevenção, estão relacionados aos ocorridos para evitar falhas. Para ele, são custos que resultam de treinamentos, investimentos em equipamentos, dentre outros. Para Coral (1996), são custos que objetivam o controle da qualidade dos produtos, de forma a evitar gastos provenientes de erros no sistema produtivo. 61 Bornia e Wernke (2000) afirmam que a importância em termos de potencial informativo e pelas possibilidades de redução de gastos, a atenção do gestor deve ser direcionada à mensuração dos custos da qualidade, principalmente com as falhas (internas e externas), dada a sua participação, geralmente elevada, no total dos custos da qualidade. De acordo com Wernke (2000), no que tange às falhas externas, são custos associados às atividades decorrentes de falhas identificadas fora do ambiente interno da empresa, normalmente o cliente final. Para Sakurai (1997), os custos de prevenção e de avaliação são voluntários, pois podem ser controlados por decisão da empresa e os custos das falhas, internas ou externas, são involuntários. As falhas nos produtos podem comprometer os resultados e a imagem da empresa (ALMEIDA; IDROGO, 2004). É importante no momento do levantamento dos dados em uma empresa, que as categorias de custo sejam estudadas e definidas de acordo com o tipo do negócio analisado. As listas apresentadas anteriormente servem, assim, de base para que empresas possam organizar e definir suas próprias listas de eventos geradores de custos nas diversas categorias. 2.10 Modelos de custos da qualidade Diferentemente da literatura, onde unanimemente é apresentado como diferentes modelos de custos da qualidade, nesta dissertação discute-se que os modelos de custos da qualidade são os mesmos, entretanto o que existe são diferentes interpretações que evoluíram essencialmente em função da identificação 62 do ponto de equilíbrio ou ponto de minimização do custo total da qualidade e da diferenciação entre as duas principais abordagens: tradicional e da ótica da Qualidade Total (QT). Partindo das formulações geometricamente expressas por suas curvas de conformidade (ou custos de prevenção mais avaliação) e de não-conformidade (ou custos de falhas internas e externas), conforme Figuras 3 (a) e (b), pode-se levantar então, basicamente estas interpretações para o modelo original de Juran. O modelo de Juran traduz que os investimentos direcionados a custos de prevenção e avaliação (custos da conformidade), reduzem os custos de falhas internas e externas (custos da não-conformidade). A soma desses custos resultaria nos custos totais da qualidade, conforme apresenta a Figura 3 (a). Analisando-a é possível constatar que, segundo o modelo proposto por Juran, o nível ótimo de qualidade é alcançado antes de se atingir 100% de conformidade, onde algumas falhas continuam a ocorrer. (a) Figura 3 – Modelo Juran do custo da qualidade Fonte: Juran e Gryna (1991, p.114) (b) 63 Também tem-se que, conforme a proposta de Juran, os recursos investidos em qualidade retornam na forma de incremento da produtividade e na melhoria da satisfação dos clientes. No entanto, após um determinado valor de investimento, os recursos despendidos em qualidade passam a não resultar em economia para a empresa. Desta forma, cada empresa deve encontrar o seu ponto ótimo de investimento em qualidade. A busca pelo ponto ótimo requereu diferentes entendimentos, o que levou ao entendimento de que o ponto ótimo dado pela conseqüência natural do investimento em prevenção e avaliação na busca da conformidade de 100% reduziria o custo de falhas a zero, o que traria o custo total da qualidade ao custo de prevenção e avaliação. Tal raciocínio é resumido na Figura 3(b). O modelo de Juran serviu de base para produção de diferentes interpretações. Na administração tradicional da qualidade, conforme Slack et al. (1999), admite-se que os custos de falhas reduzem à medida que o dinheiro gasto em avaliação e prevenção aumente. Além disso, diz-se que há um valor considerado ótimo de esforço de qualidade a ser aplicado em qualquer situação que minimize o custo total da qualidade. Esta interpretação utiliza como argumento que deve haver um ponto pelo qual deve-se partir para haver uma diminuição no retorno, isto é, o custo de melhoria da qualidade fica maior do que os benefícios alcançados. A Figura 4 expressa esta idéia e identifica este ponto (ponto ótimo). À medida que o esforço de qualidade aumenta, proporcionalmente aumentam os custos envolvidos. No entanto, o tempo, o custo dos erros, produtos com defeito, etc, diminuem, pois passam a ocorrer em menor número. 64 Figura 4 – O modelo tradicional do custo da qualidade Fonte: Slack et al. (1999, p.513) Redobrar os esforços de qualidade quer dizer, se não dobrar os recursos investidos nela, certamente um considerável aumento nos custos ocorrerá. Pode-se notar que isso não é correto. Na definição do TQM (Total Quality Management) reside a idéia de que cada um tem uma responsabilidade pela própria qualidade individual e é capaz de “fazer certo da primeira vez”. Isto significa incorrer em algum custo de treinamento, instrumentos de medição, ou outra tentativa que auxilie na prevenção do aparecimento de erros, porém não a íngreme curva de custos mostrada na Figura 4 (SLACK et al., 1999). A curva de “custo dos erros” sofre do problema oposto, ou seja, ela subestima os seus custos reais, custos estes que, geralmente, incluem os custos de retrabalho de partes ou lotes com defeito, os custos de partes que foram refugadas, ou mesmo os custos de garantia se produtos com defeito chegarem até o cliente. Todos esses elementos são os verdadeiros custos da não-qualidade, no entanto, não se pode esquecer um dos mais importantes: os custos relacionados às perturbações que os 65 erros ocasionam. Os custos reais de não se ter qualidade deveriam incluir todo o tempo gerencial dispendido, da organização do retrabalho à retificação. Após a realização destas duas correções no cálculo do ponto “ótimo” de esforço de qualidade, verifica-se que a Figura 4 ficará diferente, conforme mostrado na Figura 5. Se há um ponto “ótimo”, ele está muito mais à direita, na direção da colocação de mais esforço (mas não necessariamente custos) da qualidade. Figura 5 – Modelo tradicional do custo da qualidade com ajustes refletidos pelas críticas à TQM Fonte: Slack et al. (1999, p.515) Quando são alocados mais recursos na prevenção e avaliação de falhas, há um efeito positivo e significativo nos custos de falhas internas, seguido de redução dos custos de falhas externas e, quando é restabelecida confiança, reduzem-se também os custos de avaliação, este efeito pode ser observado na Figura 5. Mesmo os custos de prevenção sendo reduzidos em termos absolutos, embora a prevenção continue sendo um custo considerável em termos relativos, a 66 Figura 5 mostra essa idéia, onde inicialmente o custo total da qualidade pode aumentar à medida que investimentos em alguns aspectos de prevenção aumentam. Embora a perfeição seja objetivo a longo prazo, ela não é o maior objetivo econômico a curto prazo. Não se aplica igualmente a todas as situações. Ter o ponto ótimo em um nível mínimo de custo total da qualidade conforme ilustra a Figura 3 (b) ainda está distante de 100% de conformidade, o que se justifica pelas variáveis envolvidas no ambiente levando o ponto ótimo a um referencial dinâmico e temporal tais como relações humanas, adoção de tecnologias, etc. A Figura 6 expressa três regiões (zonas) de interpretação para a região do ponto ótimo, que segundo Juran pode ser traduzida por uma zona de melhoria como aquela em que os custos das falhas é superior a 70% do custo total da qualidade, ao passo que o custo de prevenção corresponde a menos de 10% do custo total da qualidade. Já na zona de operação, os custos das falhas e de prevenção corresponderiam a aproximadamente 50% e 10% dos custos totais da qualidade. E na zona de perfeccionismo, a relação de avaliação seria superior a 50%, e a de falhas inferior a 40%. 67 Figura 6 – Modelo de Juran, custo ótimo da qualidade Fonte: Juran e Gryna (1991) Contudo não há uma fórmula genérica, ou um modelo único de custos da qualidade que possa ser aplicado em todas as organizações. As empresas necessitam analisar seus custos e definir qual o modelo ótimo para elevar o seu nível de qualidade, detectando e eliminando as causas dos custos da má qualidade. É importante que o modelo adotado seja consistente com as estratégias e metas da empresa, que leve em consideração o nível de maturidade da empresa e seja inteiramente compreendido e apoiado pela alta administração. 68 2.11 Análises finais do aumento do esforço de prevenção e de avaliação Alguma redução do custo total pode, rapidamente ocorrer conforme se observa na Figura 7. Figura 7 - Resultados do aumento do esforço de prevenção e de avaliação de erros Fonte: Slack et al. (1999, p. 516) A maior vantagem que se busca no uso de um modelo de custos da qualidade é a simplicidade na compreensão e a praticidade de seus conceitos pela organização usuária do mesmo e considerada iniciante no processo de implementação dos custos da não-qualidade. Ainda pode-se dizer, que ele é de fácil utilização na sensibilização da alta administração da empresa com relação à importância da implantação de um sistema de custos da qualidade, sendo conduzido de forma simples e promovendo, desta forma, melhorias pela quantidade de treinamentos realizados, preocupação que os funcionários passam a ter com a redução das sucatas e retrabalhos nos processos da empresa. Isto por si só pode justificar a aplicação do método na fase inicial de levantamento de custos da 69 qualidade. No entanto, para aprofundamento nesses conceitos o método pode ser considerado falho, principalmente quando se refere ao levantamento dos custos que não agregam valor ao produto. Esse tipo de custo é de difícil identificação e mensuração, e se o sistema utilizado para coleta for insuficiente ou inadequado, é provável que o sistema de custos da qualidade conseqüentemente será inadequado (BRITO, 2007). Figura 8 – Conscientização da qualidade: evolução dos custos de prevenção, avaliação e falhas totais Fonte: OAKLAND (1994) apud BRITO (2007, p. 63) Oakland (1994) apud Brito (2007) demonstra que quando a conscientização da qualidade é baixa, os custos totais referentes à qualidade são altos, com predominância dos custos de falhas (Momento 1, na Figura 8). Quando a conscientização dos custos das falhas para a organização é iniciada por meio de um investimento inicial em treinamento, em geral observa-se um aumento nos custos de avaliação. Em vista dos custos de avaliação aumentados provocarem investigações e mais conscientização, novos investimentos são feitos em prevenção, para melhorar aspectos do projeto, processos e sistemas (Momento 2, Figura 8). Na 70 medida em que a ação preventiva se torna eficaz, os custos das falhas e da avaliação são reduzidos e os custos totais diminuem (Momento 3 e 4, na Figura 8). Portanto, para um Momento 05, se a empresa tiver os custos de falhas sob controle, ela poderá reduzir o custo total ainda mais, com a redução dos custos de prevenção. Desta forma, a conceito que deve permanecer é conscientização sobre os custos da qualidade. A conscientização da qualidade é diferente para cada empresa e está relacionada às suas estratégias. 2.12 Relação entre desperdício e custos da qualidade Segundo Wernke (1999), um ponto que merece ser comentado é quanto à classificação dos desperdícios em termos dos custos da qualidade. Analisadas as definições de desperdício em conjunto, poder-se-ia incorrer no erro de considerar que, das categorias tradicionais de custos da qualidade, talvez a que melhor enquadraria o conceito de desperdício seria a das Falhas. Huge (1988) apud Nakagawa (1991) contribui com essa visão ao afirmar que, devido às falhas internas e externas, que são as causas da má qualidade dos produtos, os manufaturadores tradicionais têm incorrido em desperdícios da ordem de 20% a 40% do custo total de produção. Ao eliminar tais desperdícios, a abordagem que tem sido usada é “fazendo as coisas corretas na primeira vez”, o que é conhecido como Total Quality Control (TQC), tendo como premissas básicas: (i) Qualidade significa satisfazer às necessidades dos consumidores; (ii) consumidores tanto podem ser os usuários 71 finais dos produtos acabados, como as pessoas das operações seguintes, dentro do processo total de manufatura (NAKAGAWA, 1991). Porém, o conceito de desperdício é muito mais abrangente que o das falhas internas, superando-o em termos de informações gerenciais ao englobar, por exemplo, os custos relacionados com processos ineficientes. Os custos de processos ineficientes também se constituem em fonte inequívoca de desperdício, mas não seriam enquadrados como custos da não-qualidade nas classificações tradicionais citadas. Shingo (1996) ao tratar da questão do desperdício afirma que vários são os exemplos de melhoria positiva, permanente, real. Mas quando se discute sua implementação, na maioria das vezes a resposta é “nossos métodos podem não agregar valor, mas sem eles seria impossível realizar o trabalho, de maneira que não temos escolha. Eles são um mal necessário”. Em relação a respostas como estas, Shingo (1996) acrescenta que infelizmente, à medida que o tempo passa, o “mal” é esquecido e apenas o “necessário” permanece. É por isso que tanta perda permanece oculta por trás dos processos e das operações. A capacidade de eliminar a perda na produção é desenvolvida a partir do momento em que se deixa de acreditar que “não há outra maneira” de executar uma dada tarefa. É inútil dizer: “Isso tem de ser feito deste jeito”, ou “Isso é inevitável” (SHINGO, 1996). Para Bornia (2002), de uma forma geral, os esforços da empresa podem ser divididos em trabalho e desperdícios. Onde o trabalho pode ser dividido em: a) trabalho que agrega valor ou trabalho efetivo – compreende as atividades que realmente aumentam o valor do produto, dentro da ótica do consumidor. 72 b) trabalho que não agrega valor ou trabalho adicional – compreende as atividades que não aumentam o valor do produto, mas propiciam suporte para o trabalho efetivo (preparação de máquinas e manutenção). E os desperdícios propriamente ditos não adicionam valor aos produtos e também não são necessários ao trabalho efetivo (produção de itens defeituosos, a movimentação desnecessária, a inspeção de qualidade e a capacidade ociosa). Shingo (1996) classifica os desperdícios em sete tipos: 1. Desperdícios por superprodução: refere-se à produção de itens acima do necessário ou antecipadamente. São considerados como sendo os mais importantes por Taichi Ohno, porque mascaram os outros desperdícios. 2. Desperdícios por transporte: refere-se basicamente às atividades de movimentação de materiais, as quais usualmente não adicionam valor ao produto. 3. Desperdício no processamento: estes correspondem às atividades de transformação desnecessárias para que o produto adquira suas características básicas de qualidade, ou seja, consistem em se trabalhar fazendo peças, detalhes ou transformações desnecessárias no produto. 4. Desperdícios por fabricação de produtos defeituosos: estes têm sua origem na confecção de itens fora das especificações de qualidade. Este é o mais fácil dos desperdícios, no que diz respeito a sua identificação. 5. Desperdícios no movimento: relaciona-se a movimentação inútil na consecução das atividades, ou seja, à ineficiência da operação propriamente dita. 6. Desperdício por espera: são formados pela capacidade ociosa de trabalhadores e instalações paradas. 73 7. Desperdício por estoque: são todos os itens de custos relacionados a estoques. Custos financeiros de manutenção de estoques, custos devidos à obsolescência dos itens estocados, são alguns dos exemplos. Bornia (2002) também acrescenta mais um tipo de desperdício - desperdício de matéria-prima: matéria-prima despendida acima do normal ou acima do necessário a confecção do produto. Historicamente é possível que tenha sido considerado pelas empresas, por causa da facilidade em ser localizado e trabalhado por meio da comparação de padrões com o realmente ocorrido. Por outro lado, tais desperdícios poderiam ser enquadrados. Todas as formas citadas de desperdícios, de uma forma ou outra, contribuem para redução da lucratividade das organizações. Entretanto, mesmo sabendo da sua existência, esses desperdícios não costumam ser devidamente mensurados, causando perdas para as empresas e conseqüentemente para os clientes (WERNKE, 1999). Nakagawa (1991) afirma que o princípio da eliminação de desperdícios implica reconhecer que o desperdício é algo que não adiciona qualquer valor ao produto, sob a ótica do consumidor. Para melhor entendimento deste princípio, define Valor como sendo algo que se adiciona à matéria-prima e/ou materiais/partes obtido de terceiros, seja externos ou internos. 2.13 Método de levantamento dos custos da qualidade Embora seja escolhido um sistema de coleta, é imperativo dedicar tempo e energia na análise e correção na categoria de custos de falha. Como Juran discutiu em 1950, o “Ouro da Mina,” ainda há muito a “explorar”. Esta “mineração” deveria 74 ser considerada um investimento a longo prazo, uma vez que os custos de falha normalmente constituem 65–70% dos custos da qualidade das empresas, custos de avaliação normalmente é 20–25% e prevenção é 5%. Segundo Zimak (2000), no 54º Congresso Anual da Qualidade foram propostos quatro metodologias distintas para levantamento de custos da qualidade: O Método Tradicional (Traditional Method), Método de coleta de documentos de defeitos (Defect Document Collection Method); o Método de coleta de tempo e serviço (Time and Attendance Collection Method) e o Método de Taxação (Assessment Method). As designações antecedentes foram escolhidas de forma que melhor reflita as funções dos respectivos métodos em uma tentativa de fazer uma comparação de sistemas de coleta de COQ (Cost of Quality) de forma fácil a seguir, conforme descrito abaixo: 1- Método tradicional O método de coleta tradicional é um dos mais utilizados e é modelado a partir dos artigos de Juran. Este método usa dados que já existem dentro de uma organização, através dos registros contábeis e financeiros. Estas informações podem ser obtidas de relatórios de despesa, ordens de compra, registros de retrabalho, de sucata ou outro tipo semelhante de relatórios. Embora este possa ser um dos métodos mais fáceis de implementar, exige planejamento e acompanhamento para uma implementação próspera. Os passos seguintes deveriam ser seguidos se um método tradicional for usado: • Primeiro, como em qualquer programa de melhoria de qualidade, a alta administração deve estar disposta a apoiar o programa. Especialistas de controle de qualidade podem estimar os custos da qualidade total da organização com dados 75 contábeis e financeiros disponíveis. Com esta informação em mão, a alta administração vê oportunamente o “ouro” que está disponível para ser explorado e permitirá o começo de nova “garimpagem”. • Uma vez que a alta administração esteja certa do “ouro” a ser “minerado”, determine o tipo, quantidade e qualidade dos dados existentes. Isto varia de organização para organização e depende do nível como os custos estão distribuídos. • Organize ou classifique por categoria de custo. Usando as definições das categorias de custos da qualidade, conforme Quadro 2 e 3. É aconselhável a utilização inicial dos custos de falha a menos que a organização tenha um programa de qualidade desenvolvido. • Registre os dados de categoria de custo em uma base semanal ou mensal. Quadro 2 – Código das contas dos custos da qualidade Conta Descrição Conta Descrição 11xx 12xx 13xx .. 1xxx Planejamento Evolução Fornecedor Treinamento 21xx 22xx 23xx ... 2xxx Inspeção Calibração Inspeção de produtos fornecidos 31xx 32xx 33xx ... Refugo Retrabalho Re-inspeção 41xx 42xx 43xx ... Gasto com garantia Gasto com pós-garantia Serviços customizados 3xxx Falha interna 4xxx Falha externa Prevenção Fonte: Adaptado de Zimak (2000) Avaliação 76 Quadro 3 – Categorias dos custos de qualidade Falha interna: Estes são custos que desapareceriam se nenhum defeito existisse antes de remessa ao cliente. Estes custos incluem retrabalho, refugo, reinspeção, e outros como defeitos. Falha externa: Estes também são custos que desapareceriam se nenhum defeito existisse no produto depois de remessa para o cliente. Estes custos incluem garantia e custos de conserto, responsabilidade de produto, e retrabalho de produto. Avaliação: Estes são custos incorridos enquanto executando inspeções, verificação, teste, ou outras atividades planejadas para assegurar certa exigência. Estes custos incluem inspeção pela primeira vez, conferência e outros custos como estes. Prevenção: Estes são os custos relacionados a todas as atividades para impedir defeitos de acontecer e manter avaliação e reduzir falhas ao mínimo. Estes custos incluem treinamento, projeto de melhoria, estudo de confiabilidade e outros. Fonte: Zimak (2000) Vantagens: • O método tradicional provavelmente é o mais fácil de todos os métodos ao começar um sistema de coleta de custo da qualidade. Isto porque a maioria das organizações já tem contabilidade e departamentos financeiros que coletam a maioria dos dados. Por exemplo, treinamento, qualidade, segurança, retrabalho, custos de garantia normalmente são coletados e usados em ordens de serviço ou alguma outra forma de sistema de coleta. • O método tradicional pode ser usado em pequenas ou grandes empresas, universidades, fabricantes de software, ou qualquer outro tipo de negócio. • Este método oferece uma visão rápida do custo total de qualidade da organização. • Muito pouca manutenção requerida. Desvantagens: • É difícil de coletar custos que não agregam valor usando este método. A contabilidade normalmente não coleta este tipo de dados. O conceito de um iceberg que tem a maior parte do gelo (custo de falha) debaixo da água. Esta é uma boa 77 analogia de como a maioria de custos de falha podem ser perdidos usando o método tradicional. • Se for decidido que um sistema de coleta existente será usado, e este for inadequado, então o custo de sistema de qualidade também será inadequado. 2- Método de coleta de documentos de defeitos Este método algumas vezes é usado em conjunto com o método tradicional proposto por Juran, adapta-se bem às empresas onde a cultura de levantamento de defeitos e não-conformidade no processo já é pré-existente. Conforme Zimak (2000) são apresentados os passos para a implantação deste método: a) Em primeiro lugar determinar como os defeitos são coletados nesta empresa. Se coletados por meio de um sistema informatizado, então é de fácil implementação, ao contrário, é necessário definir critérios para coleta destes dados, estratificando-os por tipo de ocorrência; b) Logo que o sistema de coleta de dados estiver adequado, determina-se o custo médio por defeito ocorrido. Esta operação pode ser simples, dependendo da complexidade da empresa. Passos sugeridos para a determinação do custo médio por defeito ocorrido: (i) forneça uma planilha contendo todos os defeitos que serão pesquisados e treine os funcionários para medir o tempo gasto na correção de cada defeito; (ii) proceda da mesma forma em todas as áreas onde estão ocorrendo os defeitos, para que os critérios de levantamento de custos sejam idênticos; (iii) elabore, se preferir, uma ficha de acompanhamento do defeito, medindo o tempo gasto em cada diferente estágio envolvido na resolução ou conserto do mesmo; c) Logo que o custo médio por defeito ocorrido seja calculado, multiplica-se o número de defeitos pelo custo do tempo de reparo do mesmo. Assim, obtém-se o custo total da falha ocorrida; 78 d) Se a empresa tem um bom controle do número de defeitos e dos custos de cada um deles, elabora-se uma matriz contendo as duas informações e obtém-se uma boa visão dos custos totais das falhas em outro documento; e) Em um painel, recomenda-se a divulgação das informações diariamente ou semanalmente dos custos decorrentes dos defeitos ocorridos por diferentes áreas da organização. Feito isso, com o entendimento de todos os funcionários envolvidos no processo sobre os custos dos defeitos produzidos, e envolvendo a gerência e líderes do processo quanto à importância destas informações para a tomada de decisões, a implementação do sistema de custos da qualidade tende a alcançar resultados e retornos significativos para a empresa. Vantagens: • Promover o gerenciamento sobre a ótica dos dados relativos aos defeitos produzidos na empresa; • Utilizar um sistema existente de levantamento de defeitos para detectar outras informações; • Requisitar uma mínima quantidade de tempo para levantamento das informações necessárias; • Ser utilizada como fonte de divulgação da importância da implementação de um sistema de custos da qualidade para os gestores. Desvantagens: • A exemplo do método tradicional, este método tem dificuldade para coletar custos que não agregam valor ao produto no decorrer do processo produtivo; • Se utilizado individualmente, serve apenas para coleta de dados de custos de falhas; • Além do mais, ele mensura apenas os custos diretos das falhas internas. 79 3- Método de coleta de tempo e serviço Em seguida são apresentados os passos sugeridos para a implantação deste método, de acordo com (ZIMAK, 2000): a) Assim como em outros métodos, o suporte da alta gerência é fundamental para o sucesso deste método. Contudo, é exigido comprometimento o tempo todo da alta administração no amparo do processo; b) Determine o tipo de sistema de coleta de tempo. Para empresas desprovidas de um sistema automático de coleta, o método então prevê o uso de um cartão conforme mostrado na Figura 9, contendo todas as informações sobre o tempo que será coletado. Experiências têm demonstrado que este método possui flexibilidade para os funcionários envolvidos na coleta de dados, permitindo que os mesmos realizem esta função no horário mais conveniente. O cartão permite colocar informações sobre a categoria de custo, o tipo de custo (sucata, retrabalho, refugo, etc), o setor que está coletando a informação e na informação adicional, pode ser reservado para inserir o tempo consumido para realizar a atividade em análise. c) Desenvolver uma lista manejável de códigos de qualidade para que os empregados usem enquanto estão documentando seus tempos. Esta lista poderá conter informações referentes aos códigos utilizados na Figura 9 sobre as categorias de custos, os tipos de custos e os setores da empresa; d) Treinar funcionários sobre as diversas categorias de custos para que os mesmos saibam utilizar o cartão mostrado na Figura 9; e) Adquirir ou desenvolver um sistema de coleta de dados para coletar os tempos das atividades dispendidas em cada categoria de custos. 80 Figura 9 – Exemplo de cartão de tempo, utilizando codificação do Quadro 2 Fonte: Zimak (2000) Vantagens: • Fornecer um significado para a coleta de todas as categorias de custos da qualidade; • Os empregados adquirem maior conhecimento sobre os custos da qualidade; • Permitir aos empregados que eles conheçam o que executam como uma tarefa importante relacionada aos custos da qualidade; • Permitir que os empregados se envolvam mais com o processo; • Fornecer dados mais acurados se os funcionários forem treinados e monitorados adequadamente. Desvantagens: • Requer mais comprometimento dos gestores seniores do que em outros métodos; • Requer treinamento do todos os empregados em “como” utilizar adequadamente os custos da qualidade; • Requer um time de pessoas mais qualificadas para iniciar a implementação do método; 81 • Requer um responsável para manter o banco de dados e auditar o sistema, garantindo a acuracidade dos custos coletados; • Este método também avalia apenas os custos diretos das falhas internas avaliadas. 4- Método de taxação O último método descrito para coleta de dados dos custos da qualidade é o método de taxação. A seguir são apresentadas as etapas para implantação deste método: a) Como os outros métodos, esse também requer a participação dos gestores seniores; b) Determine em que estágio do processo da qualidade a empresa se encontra. Se a empresa está no estágio inicial, então ela deverá focar sua atenção no levantamento de custos de falhas internas e externas. No entanto, se a organização está em estágio de maior maturidade, deverá seguir três passos: (i) determine os custos de falhas internas e externas, com ênfase em custos de desperdícios e custos que não agregam valor ao produto; (ii) então compare os custos referentes às falhas com os custos de avaliação; (iii) adicione os custos de prevenção às outras três categorias de custos da qualidade; c) Determinado o estágio em que a empresa se encontra, selecione os membros da equipe que conduzirão a taxação. Os membros da equipe deverão ser indivíduos que conheçam as operações, as atividades e os processos do departamento que está sendo pesquisado (taxado); d) Treine então todos os participantes. O treinamento não é limitado aos assessores, mas também aplicado para todos os gerentes das áreas que serão avaliadas. Uma vez incluída a taxação, é muito importante que os gestores saibam 82 interpretar os resultados e propor ações de melhorias para reduzir os custos detectados; e) Selecione a área correta e o número correto de setores a serem avaliados. Se muitos setores forem selecionados e o trabalho não for corretamente concluído do início ao fim, incluindo ações de melhorias, isto se tornará um desperdício de tempo. Então, o planejamento correto das metas a serem atingidas e os setores a serem trabalhados é importantíssimo para o bom andamento do método; f) Obter informações, sendo as técnicas mais utilizadas a inspeção e entrevistas. Ambas as avaliações usadas são úteis, percebe-se que a entrevista com as pessoas que forneceram e participaram da coleta de dados oportunizam melhores resultados, pelo envolvimento e oportunidade de participação no processo decisório; g) Relatar as informações conseguidas, organizando os resultados por categoria de custos da qualidade. Vantagens: • O método foca o desenvolvimento do trabalho em uma área por um tempo determinado. Em outros métodos, pela falta de foco, poderá haver dados levantados de forma incorreta, sendo que neste método há possibilidade de maior acuracidade dos dados coletados; • Também é considerada uma vantagem o fato de que depois que as melhorias são implementadas em uma área, a taxação em outra área é facilitada quanto à sua implementação bem sucedida; • Um grande número de empregados é requisitado para os treinamentos; • Não é necessário desenvolver um sistema formal de coleta de informações. Desvantagens: 83 • Esse método, pelo tempo consumido, é substancialmente mais caro para ser aplicado em toda a empresa; • A realização de inspeções nas áreas nem sempre é o método mais adequado; • Esse método também privilegia apenas os custos diretos de falhas; • Alguns funcionários se sentem intimidados para levantar os dados referentes aos seus departamentos ou setores. 2.14 Mensuração dos custos da qualidade Antes de se tratar a mensuração dos custos da qualidade, torna-se conveniente conceituar o termo mensuração. Conceitualmente a mensuração é uma atribuição de números a objetos ou eventos de acordo com regras, especificando o objeto a ser medido, a escala a ser usada e as dimensões da unidade (GUERREIRO, 1989). Portanto, mensurando-se o valor econômico dos objetos ou eventos, estes serão convertidos para um padrão monetário, o que possibilita seu registro na contabilidade. Beuren (1998) lembra que a complexidade do processo de mensuração está na identificação dos atributos ou eventos que se pretende mensurar e no sistema relacional numérico a ser aplicado para representar a inter-relação entre os mesmos. A designação de um conjunto de números, sem uma conveniente análise das relações entre os objetos ou eventos de interesse de medição, pode resultar em um processo de informação inadequado. 84 A mensuração dos custos da qualidade deve ser utilizada como ferramenta gerencial, para prover informações que auxiliarão a gerência no planejamento e controle da qualidade (BAUM; GRIESANG, 2004). Com planejamento e dedicação dos envolvidos será possível, com base nos custos da qualidade, o estabelecimento de programas de curto e longo prazo com impactos importantes nos custos e nos níveis de qualidade, com conseqüente melhoria na imagem da empresa e junto aos clientes. Mensurar e rastrear os custos da não-qualidade pode auxiliar a empresa em manter os custos baixos e descobrir onde há capacidade de reduzir mais ainda, garantindo uma vantagem competitiva para a empresa nessas duas dimensões (ALMEIDA; IDROGO, 2004). Conforme Santos e Silva (2005), para que o sistema de custos da qualidade seja implementado de forma simplificada e ofereça confiança, sugere-se que a empresa deva atender aos critérios descritos no Quadro 4. Quadro 4 - Critérios para escolha de uma empresa para objeto de pesquisa Critério de escolha do objeto Justificativa da escolha de pesquisa Certificada pela ISO 9001:2000 A existência de um SGQ ajuda na implementação de um sistema de custos da qualidade Possuir um sistema de custos Um sistema de custos implantado facilita a implantado obtenção dos valores necessários para o cálculo do CQ Possuir registros históricos dos Além de um sistema de custos, é necessário que custos relacionados à esse sistema redija relatórios de custos e os qualidade mantenha atualizados Interesse em implementar um A empresa deve ter o interesse para implantação sistema de custos da desse método, já que o comprometimento da alta qualidade como parte direção e da gerência é fundamental integrante do SGQ Fonte: Santos e Silva (2005) 85 O real valor de um sistema de mensuração dos custos da qualidade está em sua habilidade em contribuir para a satisfação dos clientes e para a máxima eficiência operacional da organização (BRITO, 2007). Os investimentos em qualidade e os programas de melhoria devem trazer retorno financeiro para a empresa, caso contrário não justificariam (CORAL, 1996). Foi observado por Lopes (2006) que a maioria das empresas não utilizam nem possuem conhecimento suficiente sobre os custos gerados pela qualidade. Isso se deve, em maioria, à falta de divulgação no meio empresarial, desse tema, para revelar a sua importância, como fonte de informação para mensuração da qualidade da empresa. O conceito de registro de dados de custo da qualidade não é praticado pelas empresas dentro de qualquer ramo e em diferentes partes do mundo (SCHIFFAUEROVA; THOMSON, 2006). Também foi objeto de observação de Gregori; Lopes e Ceretta (2004) que existe a falta de informação até em empresas que possuem a certificação IS0 9000 e no meio empresarial sobre os custos da qualidade na literatura especializada. Estas empresas declaram que quando encontram sistemas de custos da qualidade, estes são pouco claros em seus exemplos, estabelecendo dificuldades de interpretação para as empresas implementá-los. Diante disso, o uso dos custos da qualidade como suporte de informações para a melhoria dos programas de qualidade fica prejudicada, e com pouca utilização. 2.15 Unidade de medida para os custos da qualidade As bases para medição, segundo Feigenbaum (1994), constituem-se de parte importante dos custos operacionais da qualidade e devem ser escolhidas com muito 86 cuidado. Complementa ainda que, na seleção das bases de medição devem ser avaliadas questões como: • sensibilidade quanto aos aumentos e decréscimos nos programas da produção; • a influência da mecanização e a decorrente redução dos custos com mão-de-obra direta; • se são influenciadas pela sazonalidade das vendas dos produtos; • sua sensibilidade às flutuações de preço de materiais. Feigenbaum (1994) também justifica sua preocupação quanto às questões acima nos casos em que a atividade sofre influências como essas, pois as bases devem ser escolhidas a fim de refletir relações correntes. Pela possibilidade de ocorrência dessas influências futuramente, o que tornaria os dados obsoletos, aconselha escolher mais de uma base para medição. Sugere a seleção de bases como mão-de-obra, custo da produção, vendas e unidades produzidas. Somente valores monetários não irão suprir suas necessidades de informação, faz-se necessário a comparação desses valores com alguma base de medição, o que proporciona informes mais completos, facilitando nas decisões. Conforme Juran e Gryna (1991) é melhor introduzir um trabalho de mensuração de custos da qualidade com várias bases e com o tempo, à medida que os gestores se familiarizarem com os relatórios gerados pela sistemática, manter somente as mais significativas. Ao escolher uma base deve-se ter o cuidado de revisar essas bases, uma vez que os processos de produção sofrem alterações, mudanças em preços, automação de processo, etc. 87 O Quadro 5 apresenta uma síntese de algumas bases mais utilizadas, juntamente com as vantagens de desvantagens de cada uma. Quadro 5 – Bases de medição para os custos da qualidade Base Vantagens Desvantagens Hora de mão-de-obra Prontamente Pode direta disponível e compreendido maneira drástica pela automação Custo da mão-de-obra Disponível e direta compreendida; reflete ser influenciando de Pode ser influenciado de maneira drástica pela automação os efeitos da inflação Custo da fabricação Mais estabilidade Inclui custos diversos, fixos e Padrão do que os acima variáveis Valor adicionado É útil quando os custos Inútil para comparar vários tipos de processamento de departamentos de fabricação são importantes Vendas, em Chama a atenção As vendas podem ser valor monetário da administração influenciadas pelas mudanças de superior preços de custo de marketing, demanda, etc Unidades de Simplicidade produto Não é apropriado quando são fabricados produtos diferentes, a menos que um item “equivalente” possa ser definido Fonte: Juran e Gryna (1991, p. 125) 88 3 APLICAÇÃO DA METODOLOGIA EM UM CASO REAL NA EMPRESA X O presente capítulo apresenta a aplicação do roteiro de implementação e mensuração dos custos da qualidade: prevenção, avaliação, falha interna e falha externa. A pesquisa realizada nesta dissertação é orientada a construção de conhecimentos dirigidos a busca de interesses específicos da empresa em estudo, sendo assim, classificada como pesquisa de natureza aplicada. Do ponto de vista da abordagem, a pesquisa é quantitativa com ênfase em análises numéricas com uso de estatísticas básicas. Como a pesquisa visa estabelecer um método de implementação de custos da qualidade melhor aplicável à empresa em estudo, bem como quantificar os custos por ele levantados em valores monetários, aprofundando o conhecimento da realidade dos custos da qualidade e não-qualidade a partir da apresentação de suas causas, conclui-se que o método de trabalho adotado na pesquisa segue uma lógica indutiva. Gil (1991) apud Menezes e Silva (2000) afirmam que a indução é o método pelo qual se obtém conclusões, a partir de um conjunto sistemático de observações. Assim, buscou-se identificar os custos de avaliação, prevenção, falhas internas e externas na organização em estudo, utilizando procedimentos de pesquisa observacional participativa, com o objetivo de propor resultados clássicos deste tipo de objeto em estudo (implementação e mensuração dos custos da qualidade) com alternativas de minimização ou eliminação dos custos da não-qualidade, possibilitando a redução dos custos totais da produção de produtos industriais. 89 O roteiro adotado neste trabalho para a implementação e mensuração dos custos da qualidade foi estabelecido em decorrência das pesquisas efetuadas sobre o tema e tal seqüência exposta sintetiza as etapas, assim: 1. Apresentação do “Custos da Qualidade” para a administração. 2. Definição dos integrantes da equipe de apoio ao CQ. 3. Análise da Empresa X (entender a organização interna, seus processos, políticas, layout, mix de produtos, carteira de clientes, quadro de funcionários, matérias-primas necessárias, etc). 4. Seleção e definição dos elementos dos custos da qualidade (por área, produto, cliente, etc). 5. Estabelecimento das fontes de dados. 6. Elaboração de planilhas e impressos, junto aos departamentos envolvidos. 7. Treinamento dos envolvidos no preenchimento das planilhas e impressos. 8. Levantamento dos dados por um período e efetuar ajustes, se necessários, com os envolvidos (coleta efetiva). 9. Definição das medidas relativas para os custos da qualidade. 10. Emissão e análise dos documentos resultantes. A seguir as etapas são comentadas. 1a. Etapa – Apresentação dos custos da qualidade à diretoria A primeira etapa teve seu início em junho de 2007, onde foi apresentado à diretoria o propósito de implementar e mensurar os custos da qualidade (Apêndice A). A necessidade de envolvimento e comprometimento dos gestores para que o levantamento dos custos da qualidade simplesmente não fosse mais um controle, mas uma ferramenta de gestão com intuito de ampliar a visibilidade dos negócios, 90 fortalecer os programas de qualidade e tornar mais competitiva. Nesta reunião participaram o diretor da empresa, gerentes, chefias de departamentos e funcionários da contabilidade, qualidade, vendas, compras e supervisores de produção. Também foi apresentada as quatro categorias dos custos da qualidade (prevenção, avaliação, falha interna e falha externa) e o método proposto para o levantamento na Empresa X. A diretoria da empresa em estudo mostrou interesse em conhecer os custos da qualidade, divulgando a todos os funcionários por meio de um informativo interno (Boletim Sistema de Gestão da Qualidade – SGQ, volume 1, edição 1 de 01/07/2007, disponível no Anexo A). Evidenciando o início do estudo dos custos da qualidade e a importância de saber não só o quanto gasta em termos monetários com prevenção, avaliação, falha interna e falha externa, mas o que pode incrementar no lucro aos reduzir tais custos. 2 a. Etapa – Definição dos integrantes da Equipe de CQ Com a apresentação aos gestores da Empresa X, as demais etapas foram definidas. Foi proposta a criação de uma Equipe de CQ (grupo especialmente definido para atuar nas etapas de implementação do método de mensuração dos custos da qualidade). Os integrantes da Equipe de CQ foram definidos pelo gerente industrial juntamente com a área de qualidade. 91 A Tabela 1 mostra o número de integrantes, da Equipe de CQ, por área de negócio (Processo de injeção plástica, Linha de montagem, Processo mecânico, Ferramentaria, Projeto e Compras) e área de apoio (Engenharia da qualidade) da Empresa X. Tabela 1 – Integrantes da Equipe CQ por área Integrantes da Equipe de CQ da Empresa X Área de negócios e apoio da Empresa X Número de integrantes Processo de injeção plástica 02 Linha de montagem 03 Ferramentaria 01 Projeto 01 Processo mecânico 02 Compras 01 04 Engenharia da qualidade TOTAL 16 Apesar da área de contabilidade participar da reunião, onde foram apresentados os custos da qualidade, a mesma não fez parte da equipe de CQ. Esta decisão veio por parte da própria gerência de qualidade e do diretor da empresa. Os membros da equipe de CQ receberam treinamentos sobre os custos da qualidade e coleta de dados, no período de junho a agosto de 2007, utilizando material didático (apostila e planilhas de exercícios). Procurou-se contemplar nos exercícios itens das categorias de prevenção, avaliação, falha interna e falha externa, com mais ocorrência na empresa. Os exercícios elaborados foram aplicados no final dos treinamentos, como uma forma de averiguar o entendimento dos integrantes da equipe, conforme Figura 14 inserida nos resultados. A partir deste treinamento a equipe de CQ foi utilizada como multiplicadora para os demais funcionários, atuando em suas respectivas áreas, construindo uma 92 cultura entre os mesmos que passaram a se tornar parte do grupo de coleta de dados no processo de qualidade envolvendo-os e buscando comprometimento. 3a. Etapa - Análise da Empresa X Para análise da empresa procurou-se, através de entrevistas, manual da qualidade e visitas, conhecer a estrutura da empresa, sua política, seu programa de qualidade total de maneira a verificar como são gerenciados os seus processos. A empresa em estudo foi fundada em 1985, é uma empresa de capital 100% nacional, localizada no eixo Rio-São Paulo, região do Vale do Paraíba. Atuando no segmento de contadores, fabrica diversos modelos mecânicos e eletromagnéticos aplicáveis a máquinas industriais, máquinas de vendas automáticas, máquinas de entretenimentos, entre outras. Também é uma empresa voltada para prover soluções em serviços, atuando em estamparia, solda a ponto, solda mig/mag, montagem de componentes, injeção plástica, projetos e ferramentaria. É missão da empresa buscar a qualidade total nos produtos e serviços e ser competitiva nas exigências do mercado, respeitando o compromisso assumido com os clientes, fornecedores e colaboradores. Em relação aos custos, a empresa utiliza o sistema de custeio por absorção. A empresa ainda não dispõe de informações de custos através de sistema ERP (Enterprise Resource Planning). Os cálculos dos custos atuais são feitos através do uso de planilhas, o que são chamadas de custo estimativo, onde são inseridos os valores de matéria-prima, impostos, mão-de-obra, despesas e margem de lucro 93 (para esse estudo não será avaliado como os custos são calculados, o que não é objetivo do trabalho) para chegar-se ao valor de custo de cada produto. A Figura 10 traz a visão dos macro-processos da Empresa X. Visão dos macro-processos da Empresa X Figura 10 – Estrutura e relacionamentos dos macro-processos 1. Determinação de requisitos relacionados ao produto 10. Verificação do produto adquirido 11. Acionamento da Produção 2. Análise de crédito do cliente 12. Requisição do produto p/ produção 3. Aprovação de crédito 13. Plano de sustentação a produção 4. Planejamento dos itens necessários 14. Envio do produto para Expedição para o produto 15. Entrega ao cliente 5. Tecnologia do produto 16. Emissão da nota fiscal ao cliente 6. Relação da programação de compras 17. Recebimento pelo financeiro do valor 7. Processo de aquisição 8. Informação para pagamento 9. Processo de recebimento pago pelo cliente 18. Satisfação do cliente 94 Escopo do sistema de gestão de qualidade da Empresa X O sistema de qualidade da Empresa X possui um manual de qualidade, sendo este um documento normativo que estabelece as diretrizes e procedimentos do sistema de qualidade em conformidade com a norma NBR ISO 9001:2000. O escopo do Sistema de Gestão da Qualidade é: - Projeto, desenvolvimento e fabricação de contadores eletromagnéticos e mecânicos; - Projeto, desenvolvimento e fabricação de ferramentas para estamparia e para injeção plástica; e - Prestação de serviços em estamparia e injeção plástica. A Figura 11 mostra os objetivos da política da qualidade da Empresa X. Política da qualidade e objetivos da qualidade da Empresa X Política da qualidade Objetivos da qualidade A Empresa X tem como compromisso: ♦ Oferecer produtos e serviços profissionais de alta qualidade para a satisfação dos clientes; ♦ Aprimorar o Sistema de Gestão da Qualidade por meio da conscientização Objetivo: oferecer produtos e serviços de alta qualidade Método de medida: índices de não-conformidade e de perdas Objetivo: satisfação dos clientes Método de medida: pesquisa dos colaboradores; ♦ Promover a melhoria contínua dos processos. Objetivo: melhorar a eficácia do SGQ Método de medida: auditorias internas da qualidade Objetivo: oferecer produtos e serviços de alta qualidade Método de medida: índices de não-conformidade e de perdas Figura 11 - Política da qualidade e objetivos da qualidade da Empresa X 95 A política da qualidade é comunicada a toda a organização para o seu entendimento. Também é analisada criticamente pela diretoria em reuniões periódicas para que seja mantida a sua adequação. Estes objetivos são desdobrados em objetivos para os processos/produtos e que são estabelecidos nas funções e nos níveis pertinentes da organização. Os objetivos para os processos/produtos do Sistema de Gestão da Qualidade são definidos pelos respectivos responsáveis dos processos. Os processos do Sistema de Gestão da Qualidade são monitorados e medidos pelos respectivos responsáveis através dos objetivos de processo definidos. Quando o processo não é eficaz, o responsável pelo processo providencia ações. 4 a. Etapa - Selecionar e definir os elementos dos custos da qualidade Com a diretoria comprometida e a equipe de CQ definida e após a análise da empresa, buscou-se a identificação dos custos por categorias de custos da qualidade por área, produto e cliente, através de consultas aos arquivos da empresa, entrevista ao pessoal técnico e operacional e observações nas atividades e processos disponíveis na empresa. A partir de reuniões com a equipe de CQ, observações e consultas bibliográficas, chegou-se aos itens que comporiam cada categoria de custos da qualidade (prevenção, avaliação, falha interna e falha externa), tanto para áreas de negócios e área de apoio. 96 Uma planilha preliminar (Quadro 7, capítulo 4) foi desenvolvida juntamente com a Equipe CQ, nas reuniões realizadas a fim de estabelecer quais os itens que a empresa apresentava das quatro categorias de custos da qualidade. Desta planilha preliminar pode-se definir as planilhas de coleta de dados para todas as áreas estabelecidas para estudo da Empresa X em suas quatro categorias de custos, cuja estrutura e classificação dos grupos dos custos podem ser conhecidas no Apêndice C. A quantificação dos custos por categorias, dentro de cada área feita através de consultas aos arquivos de custos, acompanhamento operacional/amostragens, desde a solicitação de compras de insumos até a expedição do produto, a partir de metodologia definida, juntamente com o corpo técnico da empresa para que não onerasse as atividades a serem avaliadas. A quantificação dos custos por categorias está apresentada de forma exemplificada na Quadro 6. Foram identificadas as quatro categorias de custos (prevenção, avaliação, falha interna e falha externa), seguindo-se a classificação de Juran e Gryna (1991), suportados por planilhas customizadas a partir de (PRADO FILHO, 2004). 97 Quadro 6 – Exemplo de planilha de classificação de custos por área A- Custo de Prevenção Planejamento da Qualidade do Produto Elaboração de folhas de inspeção Elaboração de instruções de Setup Planejamento Avançado da Qualidade do Produto Projetos de melhorias da qualidade Planejamento de Controle de Processo Elaboração de folhas de processo Avisos rápidos de não conformidades e paradas Análise Crítica do Projeto Estudos de confiabilidade Análise de vida do produto Desdobramento da Função Qualidade – QFD Análise de tolerâncias Planejamento de Experimentos - DOE Verificação e validação do projeto Treinamento da Qualidade Controle estatístico de processo – CEP Motivação para a qualidade ISO 9000 Requisitos específicos de mercado e cliente As 7 ferramentas da qualidade entre outras Utilização de equipamentos de medição, etc Projeto de dispositivos de medição B- Custo de Avaliação Inspeção de recebimento Mão-de-obra incluindo salário e benefícios Produtos químicos utilizados para o recebimento, corpos-de-prova Elaboração de relatórios Emissão de Nota Fiscal no caso de devolução Atualização de folhas de inspeção, planos de controle Depreciação dos equipamentos usados no laboratório Laboratório de Ensaio de Aceitação Mão-de-obra (salário e encargos) Terceirização do ensaio Desenvolvimento de laboratórios de calibração e ensaios Inspeção em Processo e final Preparação de relatórios Análise de cartas de controle Análise de capacidade do processo Avaliação do produto em estoque Avaliação do produto em processo Auditorias da Qualidade Auditorias internas Auditoria de certificação (incluindo estada, pré, etc) Auditorias de produto Auditorias de processo Custo para marcas de conformidade (ex.: CE Mark, Inmetro, etc) 98 Quadro 6 – Exemplo de planilha de classificação de custos por área (cont.) C- Falha interna Retrabalho Corrigir os defeitos para torná-los adequados ao uso Refugo Matéria-prima Tempo de reprocessamento Mão-de-obra Problemas no processo Teste em equipamento Verificação do setup Setup Perdas durante as fases de fabricação D- Custo de Falha Externa Processamento de reclamações de clientes Mão-de-obra para a análise Necessidade de ação corretiva e para produtos ação preventiva Retrabalho de campo não planejada Horas-extras de inspeção Processamento não planejado Recalls Transporte Reposição Desmontagem Despesas repassadas pelo cliente, etc (difícil contabilizar a imagem) Fornecedor causando retrabalho ou refugo NQA Fase adicional no processo para material aceito com desvio Atividade do comitê de análise crítica de material Mão-de-obra para análise do produto não conforme Análise para verificar a necessidade de ação corretiva ou se somente correção Reinspeção ou reteste Mão-de-obra Material consumível Processamento de produtos/materiais retornados Processo opcional Alteração nas fases de produção Tempo para solucionar métodos alternativos Garantia Todas as despesas geradas pela substituição de componentes Todas as despesas geradas pela substituição de produtos defeituosos Mão-de-obra 99 5 a. Etapa – Estabelecimento das fontes de dados O estabelecimento das fontes de dados ocorreu após a finalização da etapa anterior. As fontes de coleta de dados deste trabalho utilizadas foram: sistemas de custos, contabilidade, fichas técnicas dos produtos, controles internos de produção, planilhas da qualidade e observação direta em campo, etc. A Figura 12 traz um dos tipos desses documentos citados. ETIQUETA DE NÃO-CONFORMIDADE Identificação do produto Lote: Modelo/desenho/código: RI: Fase: ( ) recebimento Doc.de origem: Revisão: Qtde: OP: ( ) processo ( ) produto acabado Identificação da não-conformidade: Responsável: Tratamento da não-conformidade: ( ) retrabalho ( ) concessão ( ) refugo = ( ) reciclar ou ( ) destruir Anotações: Responsável: Reverificação: ( ) OK? Data: Data: ( ) não OK – descrever a não-conformidade: Responsável: Data: Os efeitos ou potenciais efeitos da NC afetam os produtos entregues? ( ) não ( ) sim – descrever as ações: Responsável: Data: Figura 12 – Etiqueta de não-conformidade Fonte: Empresa X 6 a. Etapa – Elaboração de planilhas e impressos Nesta etapa as planilhas foram customizadas para cada área, produto e cliente nas diferentes categorias dos custos da qualidade. 100 A Tabela 2 apresenta os itens de custos da respectiva categoria priorizados para o levantamento dos custos de prevenção, para a produção de contadores modelos mecânicos e eletromagnéticos, estruturados em uma planilha de coleta de dados. Tabela 2 – Planilha Exemplo utilizada para coleta para aos itens de custos de prevenção CUSTOS DA QUALIDADE - COLETA DE DADOS CódigoA- Custo de Prevenção A1 A1.1 A1.2 A1.3 A1.4 A2 A2.1 A2.2 A3 A3.1 A3.2 A3.3 A3.4 A3.5 A3.6 A4 A4.1 A4.2 A4.3 A4.4 A4.5 A4.6 A5 A5.1 A5.2 A5.3 A5.4 A5.5 Planejamento da Qualidade do Produto UN Elaboração de folhas de inspeção Elaboração de instruções de Setup Planejamento da Avançado da Qualidade do Produto Projetos de melhorias da qualidade Planejamento de Controle de Processo Elaboração de folhas de processo Avisos rápidos de não conformidades e paradas Análise Crítica do Projeto Estudos de confiabilidade Análise de vida do produto Desdobramento da Função Qualidade – QFD Análise de tolerâncias Planejamento de Experimentos - DOE Verificação e validação do projeto Treinamento da Qualidade Controle estatístico de processo – CEP Motivação para a qualidade ISO9000 Requisitos específicos de mercado e cliente As 7 ferramentas da qualidade entre outras Utilização de equipamentos de medição, etc. Projeto de dispositivos de medição Desenvolvimento de passa-não-passa Desenvolvimento de “jig’s” de ensaios Dispositivos à prova de erros Análise do sistema de medição (R%R, tendência, etc.) Padrões visuais, etc. ASSINATURA DO RESPONSÁVEL: Fonte: Prado Filho (2004) MÊS: Quantidade (h/pç) SETOR: VALOR UNITÁRIO R$ VALOR TOTAL / (h) R$ DATA: 101 7 a. Etapa – Treinar os envolvidos no preenchimento das planilhas O treinamento foi dado a partir do trabalho dos multiplicadores (Equipe de CQ), com a orientação da pesquisadora e do gerente da qualidade. A Figura 13 apresenta o modelo de documento de registro utilizado para o controle dos treinamentos. R.T. REGISTRO DE TREINAMENTO Documento de Origem: Nº: Folha : Título: Local: Registro Nome Instrutor: Data: Carga Horária: Assinatura Responsável: Figura 13 - Modelo de documento de registro de treinamento Fonte: Empresa X 8 a. Etapa – Levantamento dos dados e ajustes (coleta efetiva) Esta fase de coleta de dados foi desenvolvida entre agosto e novembro de 2007, pela Empresa X. Foram coletados dados referentes às áreas de Processo de injeção plástica, Linha de montagem, Ferramentaria, Projeto, Processo mecânico, Compras e Engenharia da qualidade, e visando a identificação dos custos da qualidade de prevenção, avaliação e das falhas internas e externas, foram realizadas: 102 i) observação direta, feita pelos supervisores de setor e o responsável pela área de qualidade. Essas observações foram discutidas em reuniões e analisadas; ii) observação participante, com a interação entre os funcionários, no intuito de descobrir o que gerava custo e neste sentido a própria equipe descobria condições de efetuar melhorarias a fim de evitar custos; iii) análise em documentos. Buscou-se com a observação direta, observação participativa e a análise dos documentos, o preenchimentos das planilhas dos dados, das quatros categorias: Prevenção, Avaliação, Falha Interna e Falha Externa. As planilhas para coletas dos dados estão disponíveis em ambiente de rede interna da empresa, onde são alimentadas pelos responsáveis por cada setor. A periodicidade de digitação nas planilhas é mensal. O acesso só é permitido mediante senha. Os responsáveis pelo preenchimento tiveram treinamento e são orientados pela equipe de CQ. Na Tabela 3 é apresentado o exemplo de planilha preenchida após coleta de dados. As demais planilhas utilizadas encontram disponíveis no Apêndice C. 103 Tabela 3 – Planilha de dados da categoria falha interna da área Processo de injeção plástica CUSTOS DA QUALIDADE - COLETA E MENSURAÇÃO DOS DADOS Código C- Falha interna C1 Retrabalho C1.1 Retrabalho C2 Refugo C2.1 Matéria prima Tempo de C2.2 reprocessamento Problemas no C3 processo Produtos NãoC3.4 Conforme VALOR VALOR VALOR VALOR VALOR TOTAL VALOR ∑ ∑ MENSAL VALOR (ANUAL) MÉDIO MENSAL ∑ MENSAL ∑ MENSAL U/M AGOSTO (Horas) TOTAL SETEMBRO (Horas) TOTAL OUTUBRO (Horas) TOTAL NOVEMBRO (Horas) TOTAL UNITÁRIO 2007 (ANUAL) 123 4 123 4 123 4 123 4 ∑ 7.585,51 h 0 0 0 4.143 4143 4.143,00 0 0 0 1983,25 1983,25 1983,25 0 0 0 603,5 603,51 603,5 0 0 0 855,75 # 855,8 1 7.585,51 ∑ 3.755,20 pçs 0 0 0 1.100 1099,83 1.099,83 0 0 0 2565,66 2565,66 2565,6602 0 0 0 74,3 74,299 74,3 0 0 0 15,41 # 15,41 1 3.755,20 pçs 0 0 0 4.283 4282,75 4.282,75 0 0 0 6008,015 6008,02 6008,015 0 0 0 6108 6108,3 6108 000 0 ∑ 0 0 0 9.526 9525,58 9.525,58 0 0 0 10556,93 10556,9 10.556,93 0 0 0 6786 6786,1 ##### 0 0 0 871,16 ASSINATURA DO RESPONSÁVEL: 0 0 # 871,2 ∑ 16.399,09 1 16.399,09 27.739,80 104 9 a. Etapa – Definir as medidas relativas para os custos da qualidade Para esta dissertação foi utilizada a base do valor das vendas, pela facilidade de obtenção da informação e também por despertar interesse aos gestores, justamente por afetar o resultado da empresa (lucro/prejuízo). No valor do faturamento bruto da empresa é considerado o total de vendas de produtos e subprodutos e prestações de serviços, incluindo todos os impostos e não excluindo as devoluções de produtos e os abatimentos concedidos em desacordo com o pedido (MARION, 2003), dentro dos períodos contábeis analisados: agosto, setembro, outubro e novembro de 2007. A Tabela 4 apresenta o valor das vendas do período de agosto a novembro de 2004, da Empresa X. Tabela 4 – Faturamento Bruto da Empresa X Meses Agosto Setembro Outubro Novembro TOTAL Faturamento Bruto (R$) 1.445.613,60 1.604.051,55 1.762.992,03 1.576.357,56 6.389.014,74 10 a. Etapa – Emissão e análise de documentos dos resultados. E por fim, na etapa 10, foram gerados e analisados os documentos decorrentes do estudo efetuado. Para Juran e Gryna (1991) a apresentação dos resultados dos assuntos específicos requer decisão, que incluem: - Formato (tabelas, gráficos e descrições); 105 - Freqüência: as emissões de relatórios para a administração superior podem ser trimestrais ou mensais e para os demais níveis administrativos geralmente são com maior freqüências; - Distribuição: Todos os níveis da administração recebem relatórios, mas os dados de cada relatório são diferentes para cada nível da administração; - Responsabilidade da divulgação: A contabilidade juntamente com a área de qualidade executam melhor este item. Geralmente a responsabilidade pela coleta dos dados básicos sobre o custo é da contabilidade, bem como processamento dos dados e a preparação dos resumos, de maneira a fornecer maior credibilidade aos dados, justamente porque a contabilidade a apresenta de forma imparcial. 106 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Neste capítulo estão os produtos da aplicação do roteiro dos custos provenientes da 2ª e 4ª etapas do roteiro descritas no Capítulo 3 da metodologia, bem como os resultados dos números provenientes deste mesmo roteiro de mensuração das quatro categorias dos custos da qualidade. Após os treinamentos foram aplicados exercícios para averiguar o entendimento dos integrantes da equipe CQ. A Figura 14 apresenta um exemplo de exercício aplicado. Figura 14 – Exercício de treinamento executado pela Equipe CQ Fonte: Elabora pelo autor a partir de Prado Filho (2004). Para Galhano Junior (2004), os treinamentos são necessários para que procedimentos sejam executados nas organizações e para isso é importantíssimo averiguar se os funcionários têm o mesmo entendimento a respeito dos assuntos pertinentes ao que está sendo executado, pois a adoção de uma mesma linguagem, dentro da empresa evita erros. 107 Como parte dos resultados do estudo dos custos da qualidade foi elaborado uma planilha preliminar, apresentada na Quadro 7. Quadro 7– Planilha preliminar dos itens das quatro categorias dos custos da qualidade Os números obtidos dos meses de agosto a novembro, da mensuração, referente as quatro categorias dos custos da qualidade, das áreas da Empresa X são apresentados de maneira sumarizada, nas Tabelas de 5 a 12. 108 Para a área de Processo de injeção plástica, Tabela 5, os custos de prevenção nos meses de agosto a novembro provocaram redução na categoria falha interna, na ordem de 90%. Tabela 5 – Custos da qualidade – Processo de Injeção Plástica Processo de Injeção Plástica Ano Base 2007 CUSTOS DA QUALIDADE ago set out TOTAL nov Valores em Reais A- Custo de prevenção B- Custo de avaliação C- Custo de falha interna D- Custo de falha externa Total Custo da Qualidade 1.055,00 9.525,58 2.000,00 10.556,68 - 1.115,00 6.786,13 - 10.580,58 - 12.556,68 1.050,00 871,16 5.220,00 27.739,55 - 7.901,13 - 1.921,16 32.959,55 A empresa optou por apontar os custos de avaliação de todas as áreas, na área de Engenharia da qualidade. Isto explica a ausência de custos de avaliação não contabilizados aqui. Entretanto isto contradiz a metodologia mostrada no Quadro 6. Na área de negócio Montagem (Tabela 6) os custos das falhas internas apresentaram crescimento de agosto a outubro. Em novembro houve uma redução de praticamente 100%. Como também não foram incluídos os custos de avaliação e por apresentar os custos de prevenção sem nenhuma relação, somente com uma apuração mais detalhada poderia explicar os números. Tabela 6 - Custos da qualidade – Montagem Linha de Montagem Ano Base 2007 CUSTOS DA QUALIDADE ago TOTAL set Out nov Valores em Reais A- Custo de prevenção B- Custo de avaliação C- Custo de falha interna D- Custo de falha externa Total custo da qualidade mês 895,00 770,11 1.665,11 1.974,86 1.974,86 590,00 3.770,35 4.360,35 1.199,31 28,18 1.227,49 2.684,31 6.543,50 9.227,81 109 Na Tabela 7, as falhas internas reduziram de agosto para novembro na ordem 50%. Os custos de prevenção foram mantidos constantes. Tabela 7 – Custos da qualidade – Ferramentaria Ferramentaria Ano Base 2007 CUSTOS DA QUALIDADE A- Custo de prevenção B- Custo de avaliação C- Custo de falha interna ago out nov Valores em Reais 200,00 958,12 D- Custo de falha externa Total Custo da Qualidade TOTAL set 150,00 617,83 1.158,12 200,00 642,83 767,83 250,00 474,27 842,83 800,00 2.693,05 724,27 3.493,05 Na Tabela 8, no mês de outubro o item falha interna apresentou custo de R$ 275,00, referente a custos da atividade de análise crítica de material e de correção de erros no projeto (Tabela C.10, do Apêndice C). Os investimentos em prevenção nesta área mantiveram praticamente os mesmos valores de agosto a outubro. No mês de novembro houve redução na ordem de 85%, em relação ao mês anterior. Tabela 8 – Custos da qualidade – Projeto Projeto Ano Base 2007 CUSTOS DA QUALIDADE A- Custo de prevenção B- Custo de avaliação C- Custo de falha interna D- Custo de falha externa Total Custo da Qualidade ago TOTAL set out nov Valores em Reais 375,00 375,00 400,00 400,00 375,00 275,00 650,00 50,00 50,00 1.200,00 275,00 1.475,00 Na Tabela 9, observa-se que as falhas internas de agosto para setembro tiveram aumento na ordem de 200%, o que não reflete nenhuma melhora em relação ao investimento feito em prevenção. Em outubro houve um investimento em prevenção e uma redução na ordem de 75% nas falhas internas para novembro. 110 Tabela 9 – Custos da qualidade – Processo Mecânico Processo Mecânico Ano Base 2007 ago CUSTOS DA QUALIDADE out TOTAL nov Valores em Reais A- Custo de prevenção B- Custo de avaliação C- Custo de falha interna 975,00 295,79 D- Custo de falha externa Total Custo da Qualidade set 937,97 - 590,00 511,95 - 1.270,79 937,97 134,31 1.101,95 1.565,00 1.880,02 134,31 3.445,02 Constata-se na Tabela 10 que somente houve investimentos em prevenção. Embora não havendo registro algum em falhas, o investimento em prevenção reduzse na ordem de 75%, mantendo-se como um dos menores valores de prevenção de todas as áreas estudadas. Tabela 10 – Custos da qualidade – Compras Compras Ano Base 2007 CUSTOS DA QUALIDADE ago set out nov TOTAL Valores em Reais A- Custo de prevenção B- Custo de avaliação C- Custo de falha interna D- Custo de falha externa 277,50 - 275,00 - 25,00 - 50,00 - 627,50 - Total Custo da Qualidade 277,50 275,00 25,00 50,00 627,50 Na Tabela 11, os custos aqui apontados não são pertinentes à área de Engenharia da qualidade. A empresa tomou esta iniciativa mesmo sendo orientada a inserir esses custos nas respectivas áreas de negócio, das quais os mesmos pertenciam, visto que a área de Engenharia da qualidade é uma área de apoio. Tabela 11 – Custos da qualidade – Engenharia da Qualidade Engenharia da Qualidade Ano Base 2007 CUSTOS DA QUALIDADE ago TOTAL set out nov Valores em Reais A- Custo de prevenção B- Custo de avaliação C- Custo de falha interna D- Custo de falha externa 5.615,00 15.656,00 1.050,00 - 4.872,50 11.011,00 50,00 225,00 3.587,50 14.631,00 150,00 - 6.325,00 15.943,50 200,00 - 20.400,00 57.241,50 1.450,00 225,00 Total Custo da Qualidade 22.321,00 16.158,50 18.368,50 22.468,50 79.316,50 111 A partir das Tabelas 5 a 11 obteve-se a Tabela 12 sintetizando o total dos custos da qualidade da Empresa X, das quatro categorias: prevenção, avaliação, falha interna e falha externa. Tabela 12 – Resultados dos custos da qualidade Empresa X TOTAL DOS CUSTOS DA QUALIDADE Ano Base 2007 CUSTOS DA QUALIDADE ago TOTAL set out nov Valores em Reais A- Custo de prevenção 9.392,50 7.697,50 6.482,50 7.725,00 31.297,50 B- Custo de avaliação 15.656,00 11.011,00 14.631,00 15.943,50 57.241,50 C- Custo de falha interna 12.599,60 14.137,33 12.136,27 2.907,23 41.780,44 D- Custo de falha externa - 225,00 - - 225,00 37.648,10 33.070,83 33.249,77 26.575,73 130.544,44 Custo da Qualidade Com a sumarização dos dados de todas as áreas, em uma só tabela (Tabela 12) permitiu-se fazer uma análise macro, o que não foi possível isoladamente, visto que alguns custos não foram adequadamente alocados, como por exemplo os custos de avaliação que foram totalmente alocados na área de Engenharia da qualidade. Na categoria falha externa alguns itens de custos não foram mensurados, pois são difíceis de serem medidos, como por exemplo, insatisfação do cliente e custos relacionados com o comprometimento da imagem da empresa, devido à complexidade das variáveis e falta de informações suficientes. Isto vem ao encontro ao que é afirmado por Hansen e Mowen (2001) onde os custos mais difíceis de mensurar estão relacionados aos custos com falhas externas, muito deles relativos a custos de oportunidade. Na Tabela 13 são apresentados os resultados em termos percentuais das quatro categorias para os meses de agosto a novembro. 112 Tabela 13 – Percentual de custos e participação de cada categoria Ano base 2007 Agosto Setembro Outubro Novembro Categoria [%] A - Prevenção 25 23 19 29 B-Avaliação 42 33 44 60 C-Falha Interna 33 43 37 11 - 1 - - D - Falha Externa Observa-se que nos meses agosto, outubro e novembro onde teve investimento em avaliação e prevenção, as falhas internas reduziram, ou seja, em agosto os custos de avaliação e prevenção totalizaram 67% e as falhas internas 33%, e com o investimento, avaliação e prevenção passam a ser 89% e as falhas internas foram reduzidas para 11% em novembro. Isto acompanha a idéia do modelo de Juran e Gryna (1991) o qual traduz que os investimentos direcionados a custos de prevenção e avaliação (custos da conformidade), reduzem os custos de falhas internas e externas (custos da não-conformidade). Com base no total dos custos da qualidade, das quatros categorias, apresentados na Tabela 13 foi elaborado a Figura 15, onde torna-se possível observar que 31% dos custos da qualidade são provenientes de falhas internas enquanto que 24% foi investido em prevenção e 45% em avaliação. C u s t o s p o r c a t e g o ri a 0% 24% 31% A -P re v e n ç ã o B - A v a lia ç ã o C - F a lh a I n t e r n a 45% D - F a lh a E x t e r n a Figura 15 – Gráfico dos custos da qualidade por categoria 113 Para uma melhor visualização dos resultados dos custos da qualidade por categoria utilizou-se o gráfico de Pareto, conforme demonstrado na Figura 16. O propósito do diagrama de Pareto é classificar as categorias dos custos da qualidade em ordem decrescente (SLACK, 1999). Distribuição dos Custos da Qualidade 50% 45% 40% Participação 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% Avaliação Falha interna Prevenção Falha externa Categoria Figura 16 – Gráfico de Pareto dos custos da qualidade por categoria Com base nos dados da Figura 15 (melhor visualizado na Figura 16), e utilizando-se da classificação estabelecida por Juran e Gryna (1991), verifica-se na Figura 17, que a empresa encontra-se na zona de altos custos de avaliação. Nota-se que, os custos de avaliação aproximam dos 50%, enquanto os custos de falhas internas estão abaixo dos 40%. Neste caso existe também oportunidade para a redução de custos, uma vez que existe um ponto ótimo a ser alcançado. 114 Figura 17 – Zona do Ótimo no Modelo do Custo da Qualidade Fonte: Juran e Gryna (1991, p. 116) A Tabela 14 apresenta a categoria falha interna em relação ao faturamento. Tabela 14 – Categoria falha interna / faturamento Descrição Vendas Falhas internas Falhas Internas / vendas Agosto 1.445.614 12.600 1% Meses Setembro Outubro 1.604.052 1.762.992 14.362 12.136 1% 1% Novembro 1.576.358 2.907 0% Fonte: Dados internos da empresa Na categoria falha interna, o percentual em relação ao faturamento da Empresa X é de 1%, para cada um dos meses de agosto, setembro e outubro. Como não foi encontrado nenhum parâmetro para comparação em empresas brasileiras, torna-se difícil analisar a qualidade deste indicador (falha interna), se é relevante ou 115 não este percentual. Mas por outro lado, representa redução no lucro da empresa, pois trata de desperdícios que podem ser eliminados, e dependendo do ocorrido em falha externa, a empresa poderá vir a perder o cliente. Tanto Juran e Gryna (1991) quanto Wernke (2000) afirmam que o entendimento em relação ao significado do custo da qualidade depende dos interesses e estratégias da organização. De acordo com Juran e Gryna (1991) em muitas companhias americanas os custos da qualidade oscilavam entre 20 e 40% das vendas. Para ratificar esses dados em dias atuais torna-se necessário um estudo detalhado, atualizando os valores dos custos da qualidade praticados em empresas brasileiras, conforme constatado por Ribeiro et al. (2007), no trabalho efetuado em empresa de usinagem, sobre falha interna. A contabilidade não foi envolvida no processo de implementação, registro e análise dos custos da qualidade, na Empresa X. Em pesquisa de campo feita por Sá e Miranda (2004), Collaziol (2006a) e Rospi (2006), constatou-se baixo envolvimento da contabilidade. Corroborando com esses autores, acrescenta-se que, dependendo da materialidade dos valores envolvidos, a falta dessa informação pode conduzir os gestores das empresas a não privilegiarem as melhores decisões para o sucesso dos negócios. Diante disso, estaria a contabilidade deixando de cumprir sua missão de transparência e produção de informações úteis ao processo decisório das organizações, que segundo Crosby (1999) a falta de envolvimento deste setor nos cálculos acarretam a não garantia da integridade das operações. Como dificuldade na revisão bibliográfica destaca-se a escassa bibliografia relativa à aplicação dos custos da qualidade em indústrias brasileiras e a 116 antiguidade das referências disponíveis em Ambrosini (2004), também constatado neste trabalho. Em relação ao método utilizado para mensuração dos custos da qualidade adotado neste trabalho foi considerado benéfico para a equipe de CQ e pela direção da Empresa X, isto conforme os resultados obtidos, confirmando com Ribeiro et al. (2007), que um sistema consistente para levantamento desses custos traz informações importantes para as tomadas de decisões e principalmente para apontar os relacionamentos entre custos e causas e assim identificar áreas para melhorias. Dada a situação apresentada nas Figuras 15 e 16, aconselha-se investimento em prevenção e em relação aos custos de avaliação, deverá ser analisado alguns detalhes, como por exemplo: se os padrões de qualidade são realistas em relação a adequação ao uso; ver se é possível reduzir o volume de inspeção por meio de amostragens com base no conhecimento da capacidade do processo e ordem de fabricação; e verificar a possibilidade de evitar, caso haja a duplicidade de inspeção. Vale ressaltar que a empresa em estudo está apenas no início do controle dos custos da qualidade; portanto, o processo de mensuração desses custos deverá ser revisto, melhorado e acompanhado para se obter a certeza que o mesmo está sendo feito de forma correta. 117 4.1 Proposta de melhoria para a Empresa X Visto que os custos não foram adequadamente alocados por área, o que inviabilizou uma análise mais criteriosa dos custos da qualidade, conforme foi abordado na metodologia, sugere-se: - envolvimento da contabilidade; - que a metodologia seja mais cuidadosamente seguida; - que os custos sejam alocados corretamente nas suas devidas áreas; - fazer a empresa entender o papel da área da engenharia da qualidade. 118 5 CONCLUSÕES O roteiro de implementação e mensuração dos custos da qualidade apresentado atingiu os resultados esperados, podendo verificar, na forma como proposto e com base nos resultados obtidos com a aplicação que o mesmo permite afirmar sua eficiência e consistência, confirmando o objetivo desta dissertação. A dificuldade da mensuração dos custos da qualidade está relacionada à: falta de uma estrutura mais completa dos sistemas de custos; envolvimento das áreas contabilidade, de custos e dos processos produtivos; abertura dos dados da área de contabilidade. Consequentemente dificultou o processo de apuração e análise nas respectivas etapas relacionadas a esta pesquisa. Os custos mais difíceis de mensurar estão relacionados aos de falhas externas tais como insatisfação de clientes e os custos relacionados com o comprometimento da imagem da empresa. Para obtenção de tais custos necessitase de instrumentos mais apropriados que fogem ao escopo do roteiro de mensuração apresentado nesta dissertação. Também devido a complexidade de variáveis envolvidas e falta de informações suficientes. Os investimentos em prevenção (treinamentos, reuniões da qualidade) e avaliação (inspeção, medições) acarretaram redução nos custos das falhas internas na ordem de 67% no período analisado, ressaltando a necessidade de mais períodos de estudos para confirmar o comportamento dos resultados destes custos. A empresa X encontra-se com excesso de custos de avaliação (inspeção), na ordem de 50% dos totais dos custos da qualidade. 119 Os custos da qualidade, das categorias falhas internas e falhas externas representam algo em torno de 1% do faturamento, evidenciando-se que existem desperdícios que podem ser eliminados. A falta de um parâmetro dos custos da qualidade em empresas nacionais, não inviabiliza a empresa em estudo de construir seus próprios (com base em dados históricos, por exemplo) e usá-los como indicadores de melhorias dos programas de qualidade e eliminação de desperdícios. O cumprimento inadequado, por parte da empresa, acerca de parte das etapas da metodologia, impossibilitou obtenção de melhores e mais acurados resultados da apuração dos custos da qualidade e sua análise. O grande benefício da implementação e mensuração dos custos da qualidade para a Empresa X é proporcionar mais uma ferramenta para tomada de decisão, controle e de melhoria. 5.1 Futuros trabalhos A proposta de uma aplicação dos custos da qualidade apresentada nesta dissertação alcançou seus resultados propostos, uma vez que alguns destes foram discutidos na seção do Capitulo 4. Entretanto trata-se de um experimento em sua versão inicial cujo formato leva a necessidade de algumas providências no sentido de validar e ampliar sua aplicabilidade. Assim, uma versão do modelo proposto de mensuração só se validará a partir de uma sistemática aplicação em outros casos, podendo arrebanhar informações, colecionar resultados que sejam suficientes para sua garantia e cujos efeitos que, potencialmente, já amplamente demonstrou possuir. 120 Outra proposta é que sejam realizadas pesquisas em empresas brasileiras, por segmento e obtenção de percentuais dos custos da qualidade, para que forneçam parâmetros sobre estes custos no cenário nacional. Em função do pouco entendimento do papel da Engenharia da qualidade e da deficiência na alocação de alguns itens de custos da qualidade nas áreas estudadas pressupõe uma investigação acerca do analfabetismo funcional. 121 REFERÊNCIAS ALMEIDA, S. Ah! Eu Não Acredito: Como Cativar Clientes Através de um Fantástico Atendimento. Salvador: Casa da Qualidade, 2001. ALMEIDA, T.A. N.; IDROGO, A. A necessidade de mensuração dos custos da qualidade na estratégia competitiva de liderança nos custos. 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Acesso em 03 de janeiro de 2008. 128 ANEXO A – Boletim de divulgação do grupo de Qualidade da Empresa X 129 APÊNDICE A – Material elaborado para a apresentação à diretoria da Empresa X 130 131 132 133 134 APÊNDICE B – Exemplos de planilhas de coleta de dados para as quatro categorias dos custos da qualidade Tabela B.1 – Planilha utilizada para coleta de dados referentes aos itens de custos de qualidade para a categoria de custos de avaliação CUSTOS DA QUALIDADE - COLETA DE DADOS MÊS: Código B- Custo de Avaliação B1 Inspeção de recebimento B1.1 Mão de obra incluindo salário e benefícios B1.2 Produtos químicos utilizados para o recebimento, corpos de prova B1.3 Elaboração de relatórios B1.4 Emissão de Nota Fiscal no caso de devolução B1.5 Atualização de folhas de inspeção, planos de controle B1.6 Depreciação dos equipamentos usados no laboratório B2 Laboratório de Ensaio de Aceitação B2.1 Mão de obra (salário e encargos) B2.2 Terceirização do ensaio B2.3 Desenvolvimento de laboratórios de calibração e ensaios B3 Inspeção em Processo e final B3.1 Preparação de relatórios B3.2 Análise de cartas de controle B3.3 Análise de capacidade do processo B3.4 Avaliação do produto em estoque B3.5 Avaliação do produto em processo B4 Auditorias da Qualidade B4.1 Auditorias internas B4.2 Auditoria de certificação (incluindo estada, pré, etc.) B4.3 Auditorias de produto B4.4 Auditorias de processo B4.5 Custo para marcas de conformidade (ex.: CE Mark, Inmetro, etc.) U/M QUANT Valor Unit Valot Ttl 135 Tabela B.1 – Planilha utilizada para coleta de dados referentes aos itens de custos de qualidade para a categoria de custos de avaliação (cont.) CUSTOS DA QUALIDADE - COLETA DE DADOS MÊS Código B – Custo de Avaliação B5 Calibração e Ajuste B5.1 Despesas geradas pela calibração interna B5.2 Despesas geradas pela calibração externa B6 Equipamento de Inspeção e Ensaios B6.1 Desenvolvimento dos equipamentos e dispositivos de medição B6.2 Manutenção dos equipamentos e dispositivos de medição B7 Teste de campo B7.1 Mão de obra incluindo salário e benefícios B7.2 Consumo de material e produto B7.3 Montagem de teste no cliente B8 Aprovação laboratorial B8.1 Custos de ensaios em laboratórios acreditados (RBLE) ASSINATURA DO RESPONSÁVEL: UM Quant Valor Unit Valor Ttl SETOR: DATA: 136 Tabela B.2 – Planilha utilizada para coleta de dados referentes aos itens de custos de qualidade para a categoria de custos de falhas internas CUSTOS DA QUALIDADE - COLETA DE DADOS MÊS: Código C- Falha interna C1 Retrabalho C1.1 Custo para corrigir os defeitos para torná-los adequados ao uso C2 Refugo C2.1 Matéria prima C2.2 Tempo de reprocessamento C2.3 Mão de obra C3 Problemas no processo C3.1 Teste em equipamento C3.2 Verificação do set-up C3.3 Set-up C3.4 Perdas durante as fases de fabricação C4 Fornecedor causando retrabalho ou refugo C4.1 NQA C4.2 Fase adicional no processo para material aceito com desvio C5 Atividade do comitê de análise crítica de material C5.1 Mão de obra para análise do produto não conforme C5.2 Análise p/ verificar a necessidade de ação corretiva ou se somente correção C6 Reinspeção ou reteste C6.1 Mão de obra C6.2 Material consumível C7 Reclassificação C7.1 Desconto dado para o mercado alternativo C7.2 Seleção deste produto num lote C7.3 Desconto dado ao cliente quando aceito mediante concessão ASSINATURA DO RESPONSÁVEL: U/M Quanti Valor Unit Valor Ttl SETOR: DATA: 137 Tabela B.3 – Planilha utilizada para coleta de dados referentes aos itens de custos de qualidade para a categoria de custos de falhas externas CUSTOS DA QUALIDADE - COLETA DE DADOS MÊS: Código D- Custo de Falha Externa D1 Processamento de reclamações de clientes D1.1 Mão de obra para a análise D1.2 Necessidade de ação corretiva e p/outros produtos ação preventiva D2 Retrabalho de campo não planejada D2.1 Horas extras de inspeção D2.2 Processamento não planejado D3 Recalls D3.1 Transporte D3.2 Reposição D3.3 Desmontagem D3.4 Despesas repassadas pelo cliente, etc.(difícil contabilizar a imagem) D4 Processamento de produtos/materiais retornados D4.1 Processo opcional D4.2 Alteração nas fases de produção D4.3 Tempo para solucionar métodos alternativos D5 Garantia D5.1 Todas as despesas geradas pela substituição de componentes D5.2 Todas despesas geradas pela substituição produtos defeituosos D5.3 Mão de obra ASSINATURA DO RESPONSÁVEL: U/M Quant SETOR: Valor Unit Valor Ttl DATA: 138 APÊNDICE C – Planilhas de dados das áreas de negócio da Empresa X para cada categoria dos custos da qualidade Tabela C.1 – Planilha de dados da área de negócio: Processo de Injeção Plástica – Prevenção CUSTOS DA QUALIDADE - COLETA E MENSURAÇÃO DOS DADOS Cód. A- Custo de Prevenção A1 Planejamento da Qualidade do Produto A1.4 Projetos de melhorias da qualidade Reuniões Programa 5S Reuniões custos da qualidade A4 Treinamento da Qualidade A4.1 Controle estatístico de processo – CEP Politica Objetivos da Qualidade A4.3 ISO9000 Treinamento Interno (Programa 5S) ISO 9001:2000 A4.4 Requisitos específicos de mercado e cliente Atendimento ao Cliente A4.5 As 7 ferramentas da qualidade entre outras VALOR TOTAL VALOR VALOR VALOR VALOR VALOR MENSAL ∑ MENSAL VALOR (ANUAL) MÉDIO ∑ ∑ MENSAL ∑ MENSAL U/M AGOSTO (Horas) TOTAL SETEMBRO (Horas) TOTAL OUTUBRO (Horas) TOTAL NOVEMBRO (Horas) TOTAL UNITÁRIO 2007 (ANUAL) 12 3 4 h 11 4 0 h 00 3 0 h 00 4 2 1 2 3 4 6 3 6 150 75 150 0 0 0 10 0 0 0 3 0 0 0 3 1 2 3 4 # 3 3 250 75 75 0 0 8 0 1 0 5 2 0 0 6 0 8 8 6 200 200 140 1 2 3 4 0 0 0 0 0 0 0 3 4 0 4 3 93,75 0 7 7 0 160 175 # # # 600 525 550 50,00 43,75 295,42 h 00 5 0 5 125 0 0 0 12 # 300 0 0 6 0 6 140 0 2 4 0 6 175 # 725 60,42 h 00 9 1 h 00 5 1 # 6 235 155 0 0 0 8 0 0 0 0 8 # 200 375 0 0 8 0 0 0 6 0 8 6 200 135 0 0 2 2 0 0 10 0 4 10 100 340 # # 750 925 62,50 77,08 h 0 0 12 0 # 165 0 0 0 29 # 725 0 0 4 0 4 100 0 2 2 0 4 100 # 1145 95,42 ∑ 1 1 42 4 # 1055 0 0 0 65 # 2000 1 0 43 2 46 1115 0 6 25 7 38 1050 0 5220,00 A4.6 Utilização de equipamentos de medição, etc. ASSINATURA DO RESPONSÁVEL: 389,17 DATA: 139 Tabela C.2 – Planilha de dados da área de negócio: Processo de Injeção Plástica – Falha interna CUSTOS DA QUALIDADE - COLETA E MENSURAÇÃO DOS DADOS Código C1 C1.1 C2 C2.1 C2.2 C3 C3.4 C- Falha interna Retrabalho Retrabalho Refugo Matéria prima Tempo de reprocessamento Problemas no processo Produtos NãoConforme ASSINATURA DO RESPONSÁVEL: U/M h AGOSTO 123 4 0 0 0 4.143 pçs 0 0 0 VALOR VALOR VALOR TOTAL VALOR ∑ MENSAL ∑ MENSAL VALOR (ANUAL) MÉDIO (ANUAL) SETEMBRO OUTUBRO (Horas) TOTAL NOVEMBRO (Horas) TOTAL UNITÁRIO 2007 12 3 4 123 4 123 4 ∑ 7.585,51 4.143,00 0 0 0 1983,25 1983,25 1983,25 0 0 0 603,5 603,51 603,5 0 0 0 855,75 # 855,8 1 7.585,51 ∑ 3.755,20 1.099,83 0 0 0 2565,66 2565,66 2565,6602 0 0 0 74,3 74,299 74,3 0 0 0 15,41 # 15,41 1 3.755,20 VALOR ∑ MENSAL (Horas) TOTAL 4143 1.100 1099,83 VALOR ∑ MENSAL (Horas) TOTAL pçs 0 0 0 4.283 4282,75 4.282,75 0 0 0 6008,015 6008,02 6008,015 0 0 0 6108 6108,3 6108 000 ∑ 000 9.526 9525,58 9.525,58 0 0 0 10556,93 10556,9 10.556,93 0 0 0 6786 6786,1 ##### 0 0 0 871,16 0 0 0 # 871,2 ∑ 16.399,09 1 16.399,09 27.739,80 140 Tabela C.3 – Planilha de dados da área de negócio: Ferramentaria – Prevenção CUSTOS DA QUALIDADE - COLETA DE DADOS Código A- Custo de Prevenção A1 A1.3 A1.4 A2 A2.1 A2.2 A3 A3.1 A4 A4.1 A4.4 A4.5 Planejamento da Qualidade do Produto Planejamento da Avançado da Qualidade do Produto Projetos de melhorias da qualidade Planejamento de Controle de Processo Elaboração de folhas de processo Avisos rápidos de não conformidades e paradas Análise Crítica do Projeto Estudos de confiabilidade Treinamento da Qualidade Controle estatístico de processo – CEP Requisitos específicos de mercado e cliente As 7 ferramentas da qualidade entre outras ASSINATURA DO RESPONSÁVEL: Agosto setembro Outubro Novembro U/M Qtdd VALOR UNITÁRIO VALOR TOTAL Qtdd VALOR UNITÁRIO VALOR TOTAL Qtdd VALOR UNITÁRIO VALOR TOTAL Qtdd VALOR UNITÁRIO VALOR TOTAL hr 4 25,00 100,0 3 25,00 75,00 4 25,00 100,00 1 25,00 100,00 hr hr 0 0 25,00 25,00 0,00 0,00 0 0 25,00 25,00 0,00 0,00 0 1 25,00 25,00 0,00 25,00 2 0 25,00 25,00 0,00 0,00 hr 2 25,00 50,00 0 25,00 0,00 0 25,00 0,00 0 25,00 0,00 hr 2 25,00 Total: 50,00 200 3 25,00 Total: 75,00 150 3 25,00 Total: 75,00 200 2 25,00 Total: 150,00 250 SETOR: Ferramentaria 141 Tabela C.4 – Planilha de dados da área de negócio: Ferramentaria – Falha interna CUSTOS DA QUALIDADE - COLETA DE DADOS Código C- Falha interna C1 Retrabalho C2 Refugo C2.1 Matéria prima kg 11 21,2 233,12 C2.3 Mão de obra hr 15 35,0 525,00 14 C5 C5.1 Atividade do comitê de análise crítica de material Mão de obra para análise do produto hr não 4conforme 25,0 100,00 C5.2 Análise para verificar a necessidade de ação corretiva ou se somente correção 25,0 100,00 Total 958,12 ASSINATURA DO RESPONSÁVEL: AGOSTO Setembro U/M QTDEVR UNIT VR TOTAL QTDEVR UNIT VR TOTAL hr 4 OUTUBRO QTDE VR UNIT 52,83 1,221 23,6 28,83 35,0 490,00 15,4 35,0 2 25,0 50,00 2 1 25,0 25,00 1 Total 617,83 7,34 7,2 NOVEMBRO VR TOTAL VR UNIT VR TOTAL ANUAL 1,45 23,6 34,27 349,05 539,00 9 35,0 315,00 1869,00 25,0 50,00 3 25,0 75,00 275,00 25,0 25,00 2 25,0 50,00 200,00 Total VR TOTAL QTDE 642,83 Total 474,27 SETOR: Ferramentaria 2.693,05 142 Tabela C.5 – Planilha de dados da área de negócio: Linha de Montagem - Prevenção CUSTOS DA QUALIDADE - COLETA E MENSURAÇÃO DOS DADOS Cód. A1 A1.4 A4 A4.1 A4.2 A4.3 A4.4 A4.5 A- Custo de Prevenção Planejamento da Qualidade do Produto Projetos de melhorias da qualidade Programa de Custo da Qualidade - Follow up das áreas Programa de Custo da Qualidade - Reuniões Reuniões Semanais de Qualidade Treinamento da Qualidade Controle estatístico de processo – CEP Treinamento Interno Motivação para a qualidade Treinamento Interno ISO9000 Treinamento Interno (Programa 5S) Requisitos específicos de mercado e cliente Treinamento Interno Elaboração de Material para Treinamento Interno As 7 ferramentas da qualidade entre outras Treinamento Externo ASSINATURA DO RESPONSÁVEL: U/M AGOSTO 1 2 3 4 7 6 4 ? VALOR (Hor MENSAL as) TOTAL h h h 0 0 0 0 0 1 0 0 0 7 7 4 h 0 0 0 0 0 0 0 1 9,2 10 h 0 0 1 10 h 0 0 0 h h 0 0 3 0 0 0 h ? SETEMBRO 1 2 3 4 ? (Hora s) VALOR MENSAL TOTAL 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 8 5 OUTUBRO 1 2 3 4 105 105 60 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 152,25 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 11 165 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 9 5 12 5 172,5 75 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 6 54 4 60 60 895 0 0 0 0 0 0 0 0 0 ? VALOR (Hora MENSAL s) TOTAL ? (Hor NOVEMBRO as) 1 2 3 4 0 0 0 VALOR UNITÁRI O VALOR TOTAL (ANUAL) 2007 0 0 0 0 0 0 15 15 15 105 225 135 0 0 0 0 15 15 0 197,25 15 255 0 8 5 0 120 75 0 0 0 0 0 0 3 3 0 45 0 0 0 0 0 0 0 0 0 6 0 6 90 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 10 10 150 0 0 0 0 0 0 15 150 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 4 3 4 50 60 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 15 15 0 0 0 0 0 0 0 0 0 9 0 30 0 39 0 590,0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 15 217,5 135 0 60 1485 0 0 0 0 VALOR MENSAL TOTAL 143 Tabela C.6 – Planilha de dados da área de negócio: Linha de Montagem - Falha interna CUSTOS DA QUALIDADE - COLETA E MENSURAÇÃO DOS DADOS CódigoC- Falha interna C1 Retrabalho C1.1 C2 C2.1 C3.4 Custo para corrigir os defeitos para torná-los adequados ao uso Retrabalho Refugo Matéria prima Refugo Perdas durante as fases de fabricação Produtos Não-Conforme ASSINATURA DO RESPONSÁVEL: U/M 1 AGOSTO 2 3 4 ? (Hor as) VALOR MENSAL TOTAL SETEMBRO 1 2 3 4 VALOR ? MENSAL (Horas) TOTAL 0 0 0 300 300 300 0 0 0 15 15 pçs 0 0 0 465 465 464,85 0 0 0 1006 1005,5 1005,54 0 0 0 3298,59 3298,6 3298,59 0 0 0 1199 pçs ? 0 0 0 4,71 4,71 0 953,6 953,57 0 0 0 0 1974 1974,1 953,57 0 0 0 471,76 471,76 1974,11 0 0 0 3770,35 3770,4 471,76 3770,35 0 0 0 0 4,71 769,56 0 0 0 770 0 0 0 0 0 0 NOVEMBRO 1 2 3 4 h 770 15 OUTUBRO 1 2 3 4 VALOR ? MENSAL (Horas) TOTAL 0 0 0 0 0 0 0 0 1199 ? VALOR VA (Hora MENSA LO s) L R ? VALOR TOTAL (ANUAL) 2007 315 0 0 1 315 1199 1199,31 1 5969,09 0 0 1199,31 1 1430,54 7714,63 1199 144 Tabela C.7 – Planilha de dados da área de negócio: Processo Mecânico - Prevenção CUSTOS DA QUALIDADE - COLETA E MENSURAÇÃO DOS DADOS Cód. A- Custo de Prevenção Planejamento da Qualidade do Produto Elaboração de Instruções de Injetoras A1.4 Projetos de melhorias da qualidade Reuniões de Melhoria Contínua U/M A1 Programa de Custo da Qualidade - Reuniões A2 A2.2 A4 A4.1 A4.2 A4.3 A4.4 A4.5 A4.6 Programa Mini Palestras - Treinamento Interno Reuniões Mensais da Qualidade Reuniões Semanais de Qualidade Planejamento de Controle de Processo Avisos rápidos de não conformidades e paradas Treinamento da Qualidade Controle estatístico de processo – CEP Treinamento Interno Motivação para a qualidade Treinamento Interno ISO9000 Treinamento Interno (Programa 5S) Requisitos específicos de mercado e cliente Treinamento Interno As 7 ferramentas da qualidade entre outras Treinamento Interno Utilização de equipamentos de medição, etc. Treinamento Interno ASSINATURA DO RESPONSÁVEL: ? VAL ? VALOR ? VALO (Hora OR (Hor MENSA (Hor R s) MEN SETEMBRO as) L AGOSTO OUTUBRO as) MEN NOVEMBRO ? V VALO (H A R VALOR TOTAL or L UNITÁ (ANUAL) 2007 h 1 2 3 0 0 1 4 1 2 30 1 2 3 0 0 0 4 0 0 0 1 2 3 4 0 0 0 0 0 0 1 2 3 0 0 0 4 0 0 0 15 30 h 0 0 2 1 3 45 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 2 30 0 0 0 0 0 0 15 75 h 0 0 0 8 8 120 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 2 30 0 0 0 0 0 0 15 130 h h h 0 0 0 0 0 2 0 0 0 4 3 5 4 5 5 60 75 75 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 5 0 0 0 8 4 5 8 60 75 120 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 15 15 15 120 150 195 h 0 0 0 8 8 120 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0 3 45 0 0 0 0 0 0 15 165 h 0 0 2 1 3 45 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 4 60 0 0 0 0 0 0 15 105 h 0 0 0 2 2 30 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 15 30 h 0 0 5 3 8 120 0 0 0 0 0 0 0 0 0 5 5 75 0 0 0 0 0 0 15 195 h 0 1 3 4 8 120 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 5 0 0 0 0 0 0 15 135 h 0 0 0 5 5 75 0 0 0 0 0 0 0 0 5 0 5 75 0 0 0 0 0 0 15 150 h ? 0 0 0 4 4 0 0 1 0 0 0 0 # # 40 0 0 0 0 0 0 0 0 15 0 15 590 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 65 60 975 0 0 0 0 1 # 49 75 1565,00 145 Tabela C.8 – Planilha de dados da área de negócio: Processo Mecânico – Falha interna CUSTOS DA QUALIDADE - COLETA E MENSURAÇÃO DOS DADOS Código C- Falha interna C1 Retrabalho C1.1 C2 C2.1 Custo para corrigir os defeitos para tornálos adequados ao uso Retrabalho Refugo Matéria prima Refugo U/M h pçs ∑ ASSINATURA DO RESPONSÁVEL: VALOR VALOR ∑ MENSAL ∑ MENSAL AGOSTO (Horas) TOTAL SETEMBRO (Horas) TOTAL OUTUBRO 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 0 0 0 270 0 0 0 26 270 270 0 0 0 495 25,79 25,79152 0 0 0 443 0 0 0 296 295,8 295,7915 0 0 0 938 495 495 442,97 443 937,97 938 0 0 0 420 VALOR ∑ MENSAL (Horas) TOTAL 1 420 420 0 0 0 91,949 91,95 0 0 0 511,95 511,9 NOVEMBRO 2 3 4 VALOR VALOR TOTAL ∑ MENSAL VALOR (ANUAL) (Horas) TOTAL UNITÁRIO 2007 0 0 0 105 105 105 1 1290 91,949 0 0 0 29,3 29,3 29,3 1 590,02175 511,95 0 0 0 134 134 134 1880,02 146 Tabela C.9 – Planilha de dados da área de negócio: Projeto – Prevenção CUSTOS DA QUALIDADE - COLETA DE DADOS Código A1 A1.3 A1.4 A3 A3.4 A3.6 A4 A4.5 A5 A5.1 MÊS: ago MÊS: set MÊS: Out A- Custo de Prevenção Planejamento da Qualidade do Produto Planejamento da Avançado da Qualidade do Produto Projetos de melhorias da qualidade Análise Crítica do Projeto Análise de tolerâncias Verificação e validação do projeto Treinamento da Qualidade As 7 ferramentas da qualidade entre outras Projeto de dispositivos de medição Desenvolvimento de passa-não-passa ASSINATURA DO RESPONSÁVEL: U/M VALOR QUANTIDADE UNITÁRIO VALOR TOTAL QUA NTID ADE VALOR UNITÁRIO VALOR TOTAL QUAN TIDA DE VALOR UNITÁRIO VALOR TOTAL QUANTIDADE hr 2 25,00 50,00 2 25,00 50,00 #### 25,00 50,00 2,00 hr hr 2 4 25,00 25,00 50,00 100,00 1 4 25,00 25,00 25,00 100,00 #### #### 25,00 25,00 50,00 100,00 - hr 2 25,00 50,00 4 25,00 100,00 #### 25,00 50,00 - hr 5 25,00 Total: 125,00 375,00 5 25,00 Total: 125,00 400,00 #### 25,00 Total: 125,00 375,00 - SETOR: Projeto 147 Tabela C.10 – Planilha de dados da área de negócio: Projeto – Falha interna MÊS: Outubro CUSTOS DA QUALIDADE - COLETA DE DADOS Código C- Falha interna C1 Retrabalho e reparo C1.1 U/M QUANTIDADE Custo para corrigir os defeitos para torná-los adequados ao uso hr 2 R$ 50,00 R$ 100,00 C5 C5.1 Atividade do comitê de análise crítica de material Mão de obra para análise do produto não conforme hr 4 R$ 25,00 R$ 100,00 C5.2 Análise para verificar a necessidade de ação corretiva ou se somente correção hr 3 R$ 25,00 R$ 75,00 R$ 275,00 VALOR UNITÁRIO VALOR TOTAL C5.3 Total ASSINATURA DO RESPONSÁVEL: SETOR: Projeto 148 Tabela C.11 – Planilha de dados da área de negócio: Compras – Prevenção CUSTOS DA QUALIDADE - COLETA E MENSURAÇÃO DOS DADOS Cód. A- Custo de Prevenção A1 Planejamento da Qualidade do Produto A1.4 Follow Up em fornecedores U/M 1 h AGOSTO 2 3 4 2 1,7 2 0 0 0 2 0 ? VALOR ? ? VALOR (Ho MENSA (Ho OUTUBR ras (Ho MENSAL SETEMB ras L RO O ras) TOTAL ) TOTAL ) 1 2 3 4 1 2 3 4 VA LO R ? VALOR ME NOVEM (Ho MENSAL VALOR BRO ras) TOTAL UNITÁRIO NS 1 2 3 4 ? 7,5 25 0 1 0 0 187,5 0 0 4 5 9 0 0 0 0 225 0 1 0 0 1 2 50 A2 Planejamento de Controle de Processo A2.1 Avaliação de Fornecedores VALOR TOTAL (ANUAL) 2007 487,50 25 487,50 ? 140,00 h 0 2 0 1,8 3,6 90 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 25 90,00 h ? 0 0 2 4 0 0 0 2 3,8 11 0 277,5 0 0 0 2 2 0 0 4 7 11 50 275 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 25 0 1 0 0 0 2 0 50 25 50,00 627,50 A2.2 Desenvolvimento de materia - prima ASSINATURA DO RESPONSÁVEL: 149 Tabela C.12 – Planilha de dados da área de negócio: Engenharia da Qualidade – Prevenção CUSTOS DA QUALIDADE - COLETA E MENSURAÇÃO DOS DADOS Cód. A- Custo de Prevenção A1 A1.2 Planejamento da Qualidade do Produto Elaboração de Instruções de Setup Elaboração de Instruções de Injetoras Projetos de melhorias da qualidade Programa de Melhoria Contínua Programa de Melhoria Contínua - Follow up das áreas Reuniões de Melhoria Contínua A1.4 Programa de Custo da Qualidade - Planos de Trabalho Programa de Custo da Qualidade - Follow up das áreas Reuniões áreas (Injetora, Ferramentaria / Projeto, Compras, Qualidade, Mecânica, Programa de Custo da Qualidade Reuniões Programa de Custo da Qualidade Elaboração de Formulários / Planilhas Programa Mini Palestras - Treinamento Interno Programa Mini Palestras - Elaboração de A1.6 A4 A4.3 A4.7 Material Reuniões Mensais da Qualidade Reuniões Semanais de Qualidade Atividades de Processos Internos e Externos Processos Internos e Externos Treinamento da Qualidade ISO9000 Treinamento Interno (Programa 5S) Orientação em Local de Trabalho ASSINATURA DO RESPONSÁVEL: U/M ? VALOR (Ho MENSAL ras) TOTAL AGOSTO 1 2 3 4 h 0 16 4 6 26 h 4 0 0 0 h h 6 0 3 0 4 0 h 1 4 h 0 h SETEMBRO ? (Hor as) 1 2 3 4 650 0 0 0 0 0 4 100 0 0 0 4 1 1 14 1 350 25 0 0 0 0 0 0 0 10 15 375 8 8 8 9 0 0 9 225 0 0 8 0 0 8 200 h 4 4 1 0 9 h 7 5 0 0 12 h 0 0 0 0 h h h 1 0 0 2 0 1 0 0 1 1 2 0 h 11 30 36 h 0 3 0 h ? 5 4 0 39 89 46 VALOR MENSAL TOTAL ? VALOR (Ho MENSAL ras) TOTAL OUTUBRO 1 2 3 4 0 6 2 0 0 8 4 100 0 0 0 10 4 0 4 0 100 0 0 0 0 0 0 0 8 32 800 0 0 0 7,5 7 14,5 362,5 0 0 0 0 0 0 225 0 0 0 0 0 300 0 8 8 7 0 0 0 0 6 4 2 2 100 50 50 0 0 0 0 0 0 0 0 0 30 107 2665 0 3 75 0 9 51 225 225 5615 NOVEMBRO ? (Hor as) VALOR MENSAL TOTAL VALO R VALOR UNITÁ TOTAL RIO (ANUAL) 2007 1 2 3 4 200 5 0 10 30 45 1125 25 1975 10 250 0 0 0 10 10 250 25 700 10 0 10 0 250 0 0 0 0 0 0 0 20 0 20 0 500 0 25 25 1200 25 0 10 10 250 0 0 0 10 10 250 25 1675 0 0 10 10 250 0 0 0 20 20 500 25 1337,5 0 0 0 0 1,5 37,5 0 0 0 0 0 0 25 237,5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 25 225 23 575 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 25 875 6 12 300 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 25 300 2 0 0 2 0 0 50 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 20 0 0 20 0 0 500 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 22 0 0 22 0 0 550 0 25 25 25 150 1100 50 26 18 28 31 103 2585 12 10 20 32 74 1850 25 36 30 35 126 3150 25 10260 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 25 75 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 18 12 20 92 144 0 6325 25 195 0 3587,5 0 69 0 4872,5 0 34 34 58 225 20400,00 Setor: qualidade 30 36 40 147 253 150 Tabela C.13 – Planilha de dados da área de negócio: Engenharia da Qualidade – Avaliação CUST OS DA QUALIDADE - COLET A E MENSURAÇÃO DOS DADOS Cód. B- Custo de Avaliação B1 Inspeção de recebimento Inspeção de recebimento Relatórios Dimensionais Relatórios de Inspeção Apoio Diário Laboratório de Ensaio de Aceitação Medições Inspeção em Processo e final Trilho PSA (Autoliv) Análise de capacidade do processo Trilho PSA (Autoliv) Avaliação do produto em processo Inspeção de processo Avaliação do produto acabado Expedição B1.7 B2 B3 B3.3 B3.5 B3.6 B4 B4.1 B4.2 Auditorias da Qualidade SGQ Fundação Carlos Alberto Vanzolini (12.800 em 3 anos=4.267) U/M ? VALOR (Hor MENSA AGOST O ? VALOR (Hora MENSAL SET EMBRO ? VALOR (Hor MENSAL OUT UBRO ? VALOR VALOR (Horas) MENSAL UNIT ÁR NOVEMBRO VALOR T OT AL (ANUAL) 2007 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 h h h h 11 5 1 8 12 10 1 6 13 8 5 4 27 16 6 10 63 39 13 28 1575 975 325 700 4 2 1 6 5 7 3 7 5 4 2 7 5 2 3 5 19 15 9 25 475 375 225 625 0 6 7 5 20 20 5 9 4 9 3 7 19 8 7 14 59 28 27 29 1475 700 675 725 5 3 4 7 5 5 5 4 5 7 7 6 0 19 19 5 15 34 35 22 375 850 875 550 25 25 25 25 3900 2900 2100 2600 h 50 32 43 87 212 5300 40 45 45 30 160 4000 32 25 24 57 138 3450 26 59 44 63 192 4800 25 17550 h 0 4 0 4 8 200 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 25 200 h 0 5 0 0 5 125 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 25 0 125 h 0 0 0 4 4 100 7 10 10 10 37 925 12 12 11 21 56 1400 7 15 17 27 66 1650 25 0 4075 h 28 17 20 42 107 2675 38 27 28 49 142 3550 24 26 31 65 146 3650 11 30 32 59 132 3300 25 0 13175 h 4 12 83 30 129 3225 0 0 0 4 4 100 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 25 3325 356 0 0 0 356 356 356 0 0 0 356 356 356 0 0 0 356 356 356 0 0 0 356 356 356 1 1424 Apoio Produção (Injetoras) h 0 0 0 4 4 100 0 0 0 0 0 0 0 0 0 44 44 1100 0 0 0 40 40 1000 25 2200 h 0 0 0 5 5 125 0 0 0 0 0 0 0 0 0 40 40 1025 0 0 0 20 20 500 25 h 5 19 0 0 24 600 0 0 0 16,2 16,2 405 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 25 1625 0 1005 B4.7 Necessidade de ação corretiva e ação preventiva Auditorias de processo Setor de Injetoras Auditoria de manutenção FCAV PLANO DE AÇÃO MB h h 0 0 0 0 0 0 5 5 5 4 125 100 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 20 20 20 20 500 500 0 0 0 0 0 1 40 0 40 1 1037 25 25 25 1625 625 B4.8 Reuniões de Análise Crítica h 0 0 0 5 5 125 0 0 0 0 0 0 0 0 5 0 5 125 0 0 0 16 16 400 25 0 650 h 0 0 6 3 9 225 0 0 0 0 0 0 0 0 0 5 5 125 0 0 3 8 11 275 25 625 h 0 0 2 2 4 100 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 2 50 0 0 0 5 5 125 25 0 275 3 7 175 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 5 2 7 175 25 350 10 102 10 102 6 98 7 480,2 33 797 825 11011 6 88 8 10 78 97 14 663 38 954 950 14631 3 58 8 121 11 126 13 673 35 1012 875 15943 25 3625 57241,00 B4.4 B5 B5.1 B5.2 B5.3 Ajuste Calibração Interna Despesas geradas pela calibração externa Calibração Externa Plano de Calibração Equipamento de Inspeção e Ensaios h 0 0 4 B6 B6.3 Ensaios h ? 3 99 15 111 6 173 ASSINATURA DO RESPONSÁVEL: 15 39 975 586 1007 15656 151 Tabela C.14 – Planilha de dados da área de negócio: Engenharia da Qualidade – Falha interna CUSTOS DA QUALIDADE - COLETA E MENSURAÇÃO DOS DADOS Código C1 C2 C2.3 C3 C3.1 C- Falha interna Retrabalho Refugo Mão de obra Problemas no processo Teste em equipamento C3.4 Perdas durante as fases de fabricação C4 C4.1 Fornecedor causando retrabalho ou refugo LFA IQF ASSINATURA DO RESPONSÁVEL: VALOR VALOR ? VALOR ? MENSA ? MENSA ? (Hora MENSAL SETEMBR (Hora L (Hora L NOVEMBR (Hor U/M s) TOTAL s) TOTAL OUTUBRO s) TOTAL as) AGOSTO O O 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 VALOR MENSAL TOTAL VALOR UNITÁR IO VALOR TOTAL (ANUAL) 2007 h 6 3 4 5 18 450 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 25 450 h 0 9 0 0 9 225 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 25 225 h 0 2 3 5 10 250 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 25 250 h h ? 0 0 0 0 0 5 0 0 0 5 1 0 0 0 1 0 0 0 1 1 4 2 4 4 2 0 0 6 0 6 0 8 0 0 8 100 100 200 25 25 2 0 0 0 100 50 150 0 4 0 0 0 4 0 0 42 25 25 50 0 0 4 0 0 0 2 0 6 14 12 10 0 125 1050 0 225 300 1450,00 152 Tabela C.15 – Planilha de dados da área de negócio: Engenharia da Qualidade – Falha externa CUSTOS DA QUALIDADE - COLETA E MENSURAÇÃO DOS DADOS Código D- Falha Externa Processamento de reclamações de clientes D1 Mão de obra para a análise D1.1 U/M 1 2 3 4 h ? ASSINATURA DO RESPONSÁVEL: VALO R ? MENS ? VALOR ? VALOR VALOR (Horas AL SETEMBR (Ho MENSAL OUTUB (Hora MENSAL NOVEMBR MENSAL ) TOTA ras) TOTAL s) TOTAL ? (Horas) TOTAL AGOSTO O RO O 0 0 0 0 0 0 0 0 1 2 3 4 0 0 0 0 0 0 5 4 0 0 5 4 1 2 3 9 9 225 225 0 0 0 0 0 0 VALOR VALOR TOTAL UNITÁRIO (ANUAL) 2007 1 2 3 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 25 225 225,00 153 Livros Grátis ( http://www.livrosgratis.com.br ) Milhares de Livros para Download: Baixar livros de Administração Baixar livros de Agronomia Baixar livros de Arquitetura Baixar livros de Artes Baixar livros de Astronomia Baixar livros de Biologia Geral Baixar livros de Ciência da Computação Baixar livros de Ciência da Informação Baixar livros de Ciência Política Baixar livros de Ciências da Saúde Baixar livros de Comunicação Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE Baixar livros de Defesa civil Baixar livros de Direito Baixar livros de Direitos humanos Baixar livros de Economia Baixar livros de Economia Doméstica Baixar livros de Educação Baixar livros de Educação - Trânsito Baixar livros de Educação Física Baixar livros de Engenharia Aeroespacial Baixar livros de Farmácia Baixar livros de Filosofia Baixar livros de Física Baixar livros de Geociências Baixar livros de Geografia Baixar livros de História Baixar livros de Línguas Baixar livros de Literatura Baixar livros de Literatura de Cordel Baixar livros de Literatura Infantil Baixar livros de Matemática Baixar livros de Medicina Baixar livros de Medicina Veterinária Baixar livros de Meio Ambiente Baixar livros de Meteorologia Baixar Monografias e TCC Baixar livros Multidisciplinar Baixar livros de Música Baixar livros de Psicologia Baixar livros de Química Baixar livros de Saúde Coletiva Baixar livros de Serviço Social Baixar livros de Sociologia Baixar livros de Teologia Baixar livros de Trabalho Baixar livros de Turismo