FÍSICA Prof. Raphael Fracalossi 1. (Epcar (Afa) 2013) Uma pequena esfera de massa m é mantida comprimindo uma mola ideal de constante elástica k de tal forma que a sua deformação vale x. Ao ser disparada essa esfera percorre a superfície horizontal até passar pelo ponto A subindo por um plano inclinado de 45° e, ao final dele, no ponto B, é lançada, atingindo uma altura máxima H e caindo no ponto C distante 3h do ponto A, conforme figura abaixo. Considerando a aceleração da gravidade igual a g e desprezando quaisquer formas de atrito, pode-se afirmar que a deformação x é dada por a) 3 mgh 5 k b) 2 1 2 c) h2 k mg 5 mgH 2 k H2k d) 3 mg 1 2 1 2 2. (Ita 2011) Duas partículas idênticas, de mesma massa m, são projetadas de uma origem O comum, num plano vertical, com velocidades iniciais de mesmo modulo v 0 e ângulos de lançamento respectivamente e em relação a horizontal. Considere T 1 e T2 os respectivos tempos de alcance do 2 ponto mais alto de cada trajetória e t1 e t os respectivos tempos para as partículas alcançar um ponto comum de ambas as trajetórias. Assinale a opção com o valor da expressão t 1T1 + t2T2. a) 2v02 tg tg / g2 b) 2v 02 / g2 c) 4v 02 sen / g2 d) 4v 02 sen / g2 e) 2v02 sen sen / g2 3. (Fuvest 2011) Os modelos permitem-nos fazer previsões sobre situações reais, sendo, em geral, simplificações, válidas em certas condições, de questões complexas. Por exemplo, num jogo de futebol, a trajetória da bola, após o chute, e o débito cardíaco dos jogadores podem ser descritos por modelos. Trajetória da bola: quando se despreza a resistência do ar, a trajetória da bola chutada, sob a ação 2 2 da gravidade (g = 10 m/s ), é dada por h d tg 5 d² / v 02 (1 + tg ), em que v0 é a velocidade escalar inicial (em m/s), é o ângulo de elevação (em radianos) e h é a altura (em m) da bola a uma distância d (em m), do local do chute, conforme figura abaixo. 1 Débito cardíaco (DC): está relacionado ao volume sistólico VS (volume de sangue bombeado a cada batimento) e à frequência cardíaca FC pela fórmula DC = VS x FC. Utilize esses modelos para responder às seguintes questões: a) Durante uma partida, um jogador de futebol quer fazer um passe para um companheiro a 32 m de distância. Seu chute produz uma velocidade inicial na bola de 72 km/h. Calcule os valores de tg necessários para que o passe caia exatamente nos pés do companheiro. b) Dois jogadores, A e B, correndo moderadamente pelo campo, têm frequência cardíaca de 120 batimentos por minuto. O jogador A tem o volume sistólico igual a 4/5 do volume sistólico do jogador B. Os dois passam a correr mais rapidamente. A frequência cardíaca do jogador B eleva-se para 150 batimentos por minuto. Para quanto subirá a frequência cardíaca do jogador A se a variação no débito cardíaco (DC final – DCinicial) de ambos for a mesma? 4. (Fuvest 2009) O salto que conferiu a medalha de ouro a uma atleta brasileira, na Olimpíada de 2008, está representado no esquema ao lado, reconstruído a partir de fotografias múltiplas. Nessa representação, está indicada, também, em linha tracejada, a trajetória do centro de massa da atleta (CM). Utilizando a escala estabelecida pelo comprimento do salto, de 7,04 m, é possível estimar que o centro de massa da atleta atingiu uma altura máxima de 1,25 m (acima de sua altura inicial), e que isso ocorreu a uma distância de 3,0 m, na horizontal, a partir do início do salto, como indicado na figura. Considerando essas informações, estime: Desconsidere os efeitos da resistência do ar. a) O intervalo de tempo t1, em s, entre o instante do início do salto e o instante em que o centro de massa da atleta atingiu sua altura máxima. b) A velocidade horizontal média, VH, em m/s, da atleta durante o salto. c) O intervalo de tempo t2, em s, entre o instante em que a atleta atingiu sua altura máxima e o instante final do salto. NOTE E ADOTE: Desconsidere os efeitos da resistência do ar. 5. (Ufg 2009) O Comitê Olímpico se preocupa com alguns fatores aparentemente “irrelevantes” na realização das provas, como a velocidade do vento, o tempo chuvoso, a altitude etc., os quais podem influenciar os resultados e recordes mundiais. Por exemplo, na prova de salto em distância, a atleta brasileira Maurren Maggi ganhou a medalha de ouro em Pequim com a marca de 7,04 m, enquanto a medalha de prata foi obtida com a marca de 7,03 m. Tipicamente, o ângulo de projeção para este tipo de prova varia entre 15° e 25°. Considerando que em Pequim o salto de Maurren Maggi foi realizado com um ângulo de 22,5°, a) qual o módulo da velocidade da atleta no momento do salto? b) Se esse salto fosse realizado em outro local, cuja aceleração da gravidade fosse 1% menor, qual seria a marca atingida por Maurren Maggi? Dados: Considere a 2 1,408 Aceleração da gravidade g = 10 m/s 2 GABARITO: Resposta da questão 1: C Pela conservação da energia mecânica, calculemos a velocidade inicial (v0) do lançamento oblíquo no ponto B: Einicial mec 2 m g h k m 2 v0 k x m v 02 2 k x2 2 EB mec k x2 m gh m v 02 2 m gh I Calculando as componentes horizontal e vertical da velocidade inicial do lançamento oblíquo: v 0x v 0 cos 45 v0 v 0x v 0 sen45 v0 2 2 2 2 Como o ângulo de lançamento é de 45°, até o ponto de lançamento os catetos oposto e adjacente são iguais, isto é, até o ponto de lançamento, a distância horizontal percorrida no plano inclinado é igual à altura h. Assim, o alcance horizontal do lançamento oblíquo é: D 3 h h D 2 h. A figura ilustra a situação. Mas o alcance horizontal é igual ao produto da componente horizontal da velocidade, que se mantém constante, pelo tempo de voo (tv). 4 h 4 2 h 2 D v ox t v 2 h v0 tv tv 2 2 v0 2 v0 tv 2 2 v0 h. II Apliquemos a função horária do espaço no eixo y, com referencial no ponto O e trajetória orientada para cima. a 2 2 g 2 y y0 v 0y t t y h v 0y t t . 2 2 2 Quando a pequena esfera atingir o ponto C, y = 0. O tempo é o tempo de voo (tv), dado em (II). Então: 0 v 02 h v0 4 g h. 3 2 2 2 h 2 v0 g 2 2 h 2 v0 III Substituindo (III) em (I): 3 2 0 h 2 h 4 g h2 v 02 x m k x 10 m g h. 3 k 2 m g h k 4 gh 3 4 m gh 3 k x 2 m gh k IV No ponto mais alto da trajetória, a componente vertical da velocidade é nula (vy = 0). Aplicando a equação de Torricelli a essa situação: v 2y 2 v 0y 2 g 2 g H h y 1 2 v0 . 2 0 2 2 v0 2 2 g H h V Substituindo (III) em (V): 2 g H h 1 4 gh 2 3 2 g H h 3 H. VI 4 Finalmente, substituindo (VI) em (IV): 10 m g x 3 k 2 g h 3 H h h 3 h 5 m gH 2 k x 3 H 4 1 2 x 5 m gH 2 k . Resposta da questão 2: B A figura a seguir ilustra a situação. – O tempo de subida (tS) é dado por: tS = T1 v 0y g T2 v 0 sen g v 0 sen g (I); (II). – A função horária para eixo das abscissas é: x = vox t Nos instantes t1 e t2 as abscissas são iguais. Então: t2 vo cos t1 = v0 cos t2 – A função horária para eixo das ordenadas é: y voy t g 2 t 2 Nos instantes t1 e t2 as ordenadas são iguais. Então: g 2 v0 sen t1 t1 v 0 sen t 2 2 4 cos t1 (III) . cos g 2 t 2 (IV) 2 H 4 h 3 – Substituindo (III) em (IV), vem: v 0 sen g t1 2 g 2 t1 2 t1 cos2 1 cos v0 2 g cos2 cos2 t1 2 cos 2 v0 g cos2 2 cos2 t1 sen cos cos t12 sen sen cos sen cos cos sen 2v 0 cos g t1 cos cos v 0 sen (V) . cos2 cos2 2v 0 cos g sen – Fazendo (I) (V), vem: v 0 sen g T1 t1 = T1 t1 = 2v 02 sen( 2 g ) sen 2 cos cos2 (VI). 2 cos cos2 cos – Substituindo (V) em (III), temos: cos2 cos2 sen 2v 0 cos g t2 sen 2v 0 cos g cos cos t2 cos2 (VII) . cos2 – Fazendo (II) (VII), vem: 2v 02 sen( T2 t2 = sen 2v 0 cos g v 0 sen g T2 t2 = 2 cos2 ) sen 2 g cos2 cos 2 cos cos (VIII) – Fazendo (VI) + (VIII): T1 t1 + T2 t2 = T1 t1 + T2 t2 = 2v 02 sen cos sen 2v 02 sen 2 cos2 g 2v 02 sen 2 g cos cos 2 cos sen2 2 g sen T1 t1 + T2 t2 = T1 t1 + T2 t2 = T1 t1 + T2 t2 = 2v 02 2v 02 cos 2 cos cos2 sen2 2 2 cos 2v 02 2 sen cos2 2 sen g 1 cos2 cos sen sen sen2 cos2 cos2 cos2 cos2 g2 cos2 cos2 T1 t1 + T2 t2 = 5 2v 02 g2 cos2 . cos cos sen cos2 1 cos 2 cos2 sen sen cos2 cos2 cos cos cos2 cos2 g2 cos2 cos cos 2 cos2 cos2 = cos Resposta da questão 3: a) Dados: h = 32 m; v0 = 72 km/h = 20 m/s; [ h 2 5 d² / v 02 (1 + tg )]. d tg Como a bola cai exatamente no pé do companheiro, h = 0. Substituindo esses valores na expressão dada: 322 0 32 tg 5 1 tg2 0 32 tg 202 12,8 tg2 32 tg 12,8 12,8 1 tg2 0. Dividindo por 12,8, vem: 2 – 2,5 tg + 1 = 0. tg Resolvendo a equação do 2º grau: tg A b) Dados: FCinicial 2,52 2,5 4 1 1 2 FCBinicial =150 bpm; FCB DCBfinal Como as variações são iguais e VS A FCBinicial DCBinicial tg 1 tg 2 2. 1 . 2 4 VSB 5 150 bpm ; VS A Calculando a variação do débito cardíaco de B: DCBfinal DCBinicial VSB FCBfinal A variação do débito cardíaco de A é: A A DCfinal DCinicial 2,5 1,5 2 tg VSB 150 120 30 VSB . A A VSA FCfinal FCinicial A VSA FCfinal 120 . 4 VSB , temos: 5 4 A VSB FCfinal 120 30 VSB 5 A FCfinal 157,5 batimentos . minuto A FCfinal 30 5 120 4 Resposta da questão 4: Altura máxima atingida = 1,25 m Posição horizontal da altura máxima atingida = 3 m Alcance do salto = 7,04 m Durante o voo a atleta está sujeita apenas à força gravitacional (visto que desprezamos os efeitos de 2 resistência do ar). Então é verdadeira a aplicação por Galileu que y = y0 + v0y.t – gt / 2 e x = x0 + vx.t e Torricelli com 2 2 2 2 vy = v0y – 2.g.(y – y0) Desta última: vy = v0y – 2.g.(y – y0) 2 2 0 = v0y – 2.10.(1,25) v0y = 25 v0y = 5 m/s Então: 2 y = y0 + v0y.t – gt / 2 2 y – y0 = v0y.t – gt / 2 1,25 = 5.t – 5.t 2 2 5.t – 5.t + 1,25 = 0 2 = 1 – 4.1.0,25 = 1 – 1 = 0 6 2 t – t + 0,25 = 0 t = (1 0) / 2 = 0,5 s Como x = x0 + vx.t o que responde a questão (a). x – x0 = vx.t 3 = vx.0,5 O alcance do salto foi x = 7,04 m, então Descontado o tempo de subida vx = 6 m/s 7,04 = 6.t 1,17 – 0,5 = 0,67 s O que responde a questão (b) t = 7,04/6 = 1,17 s o que responde a questão (c) Resposta da questão 5: 2 a) Dados: 2 1,408 ; g = 10 m/s ; = 22,5°; D = 7,04 m. Caso o estudante não se lembre da expressão do alcance horizontal (D) para o lançamento oblíquo, vamos deduzi-la. Da figura: vox = v0 cos e v0y = v0 sen . Calculemos o tempo de subida (ts), lembrando que no ponto mais alto a componente vertical da velocidade é nula (vy = 0). Da função horária da velocidade: vy = v0y – g t, vem: v sen 0 = v0 sen – g ts ts = 0 g Como o tempo de descida (td) é igual ao de subida, o tempo total (tT) é a soma dos tempos. Assim: v sen tT = 2 ts tT = 2 0 . g A componente horizontal da velocidade se mantém constante (v x = v0x). Assim, no eixo x o movimento é uniforme: x = vox t. Quando x = D, o tempo é o tempo total. Então: v sen v2 D = v0x tT D = vo cos 2 0 D = 0 2sen cos . (Não vem ao caso aqui, mas essa expressão g g permite concluir que, para ângulos complementares, o alcance horizontal é o mesmo, pois eles têm senos e cossenos trocados). Continuando nossa dedução, lembremos que: 2sen cos sen(2 ) . Finalmente: D= v 02 sen(2 ) . Colocando os valores dados, vem: g 7,04 v 02 sen(2 22,5) 10 v 02 7,04 10 sen45 70,4 1,408 2 70,4 0,704 100 v0 = 10 m/s. b) A nova aceleração da gravidade (g’) é 1% menor, ou seja, 99% de g. Assim: 2 g’ = 0,99 g = 0,99(10) = 9,9 m/s . Aplicando novamente a expressão deduzida, o novo alcance horizontal (D’) será: v2 102 70,4 (0,704) = D’ = 0 sen(2 ) D’ = D’ = 7,11 m. 9,9 g' 9,9 7 v0 = 100