UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CONTABILDADE APLICAÇÃO DO CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADE E TEMPO (TDABC) EM LABORATÓRIOS DE ANÁLISES CLÍNICAS NERIAN JOSÉ CARDOSO BLUMENAU 2008 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) NERIAN JOSÉ CARDOSO APLICAÇÃO DO CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADE E TEMPO (TDABC) EM LABORATÓRIOS DE ANÁLISES CLÍNICAS Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Ciência Contábeis do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Regional de Blumenau, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Ciências Contábeis. Orientador: Prof. Nelson Hein, Dr. BLUMENAU 2008 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) APLICAÇÃO DO CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADE E TEMPO (TDABC) EM LABORATÓRIOS DE ANÁLISES CLÍNICAS NERIAN JOSÉ CARDOSO Esta dissertação foi julgada adequada para obtenção do grau de Mestre em Ciências Contábeis área de concentração Controladoria, e aprovada em sua forma final pelo Programa de Pós-Graduação e, Ciências Contábeis da Universidade Regional de Blumenau. Profª. Ilse Maria Beuren, Dra. Coordenadora do PPGCC/FURB Banca examinadora: _______________________________________________ Presidente: Prof. Dr. Nelson Hein ______________________________________________ Membro: Prof. Dr. Osmar Coronado _______________________________________________ Membro: Prof. Dr. Jorge Scarpin BLUMENAU 2008 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) Dedico minha dissertação à minha esposa Ilse (in-memoriam) pela dedicação, amor que proporcionou nos 27 anos de casado, aos meus filhos Nerian Junior; Christian; Susan; Lorraine que compreenderam a minha ausência, Aos meus pais Atahir (in-memoriam) e Izaildes pelo amor, dedicação e carinho , pelos ensinamentos que me proporcionaram. A Deus pai todo poderoso pela saúde, pela disposição. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus, pelo dom da vida, luz, água, mar, ventos, natureza, saúde, lucidez, clareza de raciocínio, me inspirando nas horas de angústia. Por ter me conduzido com sua luz até o final deste empreendimento, garantindo a conclusão de mais uma etapa de minha vida. Ao meu orientador professor Prof. Dr. Nelson Hein, pela seriedade com que me conduziu nesta etapa, generoso, dedicado no trabalho de orientação do desenvolvimento desta dissertação e também por sua motivação e encorajamento quando da qualificação. Ao meu amigo professor Dr. Jorge Eduardo Scarpin, neste momento representado os demais professores que com dedicação e carinho conduziram os créditos por nós concluídos. À Professora Dra. Ilse Maria Beuren, pela seriedade, competência, dedicação, carinho com que vem se dedicando ao Mestrado da Instituição. Não poderia deixar de aqui homenagear e agradecer o Laboratório de Análises Clínicas, através de sua Sócia Janete Medeiros, que gentilmente abriu as portas de sua empresa para que esta dissertação fosse desenvolvida. Agradecer a todos os funcionários pela dedicação e o carinho que tiveram por mim nestes dias que lá estive. Aos meus colegas, amigos que os considero: Josiane, Julien, Marines, Elza, Eder, Gilton, em particular ao meu grande amigo Roberto Navarro. Que nas horas difíceis em que me encontrava sempre tinha o apoio amigo, uma palavra de carinho para que nossa jornada se tornasse menos difícil. À atenciosa e competente secretária, Kátia Regina Maba Ziehlsdorff, que com amor, carinho, dedicação que nos orientou nos cobrou, nos incentivado para o termino deste empreendimento. Não poderíamos deixar de agradecer em especial aos serviçais da instituição que sem medir esforços nos atenderam com carinho, amor e muito respeito. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) RESUMO CARDOSO, Nerian José. Aplicação do Custeio Baseado em Atividade e Tempo (TDABC) em Laboratórios de Análises Clínicas. 2008. Dissertação (Mestrado em Ciências Contábeis) – Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Universidade Regional de Blumenau, Blumenau, 2007. A investigação tem por objetivo aplicar o método de custeio ABC/TDABC nas atividades de recepção, coleta e análise em laboratórios de análises clínicas. A pesquisa está baseada sobre dados colhidos em um laboratório de análises clínicas e em seus balancetes contábeis. Foram analisados os setores de recepção e coleta e da análise propriamente dita. Foram usados dados de 25.536 análises realizadas em nove meses de acompanhamento. Partiu-se das premissas de que era possível efetuar os levantamentos de tempos, métodos e materiais de todos os procedimentos de recepção, coleta e análise laboratorial em um LAC; adaptar o método de custeio ABC/TDABC aos procedimentos de recepção, coleta e análise laboratorial em um LAC; e que os custos de recepção e coleta não são desprezíveis frente aos custos laboratoriais. Como método de custeio foi utilizado o Time-Drive Activity-Based Costing, que é um método derivado do método Activity-Based Costing (custeio baseado em atividade). O método baseia-se (i) na obtenção do custo unitário de fornecer capacidade e (ii) no tempo necessário para realizar uma operação, ou uma atividade. Este método de custeio assume que não há interrupções ou tempo ocioso, em um período de tempo. Quando o método é usado, produtos são contados, recursos usados e não usados. Essa influência para o desenvolvimento ótimo das células e padronizações leva em consideração os custos de oportunidade dos recursos não usados. Entretanto, o método não segue a maior exigência do ABC, também não esclarece quais as causas dos custos e não fornece detalhes de custos adequados dos produtos. Ele é baseado em simples premissa de que o custo será reduzido como resultado de menor ciclo de tempo. Esse método se ajusta melhor quando os produtos usam todas as máquinas da célula numa mesma quantidade de tempo, possuindo tempos de configuração e são homogêneos com respeito aos custos de fabricação, modos homogêneos em relação ao consumo de recursos despendidos na produção. Como resultado obteve-se os esquemas de custos unitários por minuto nos setores de coleta/recepção e laboratório, inicialmente em separado e depois conjunto, onde ambos aparecem em sobreposição. Por fim foram elaboradas as equações de tempos de procedimentos e validadas suas performances no desempenho quanto estimativa dos custos. Palavras chaves: Actitvity-Based Costing (ABC). Time-Drive Activity-Based Costing (TDABC). Laboratório de Análises Clínicas (LACs). Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) ABSTRACT CARDOSO, Nerian José. Aplicação do Custeio Baseado em Atividade e Tempo (TDABC) em Laboratórios de Análises Clínicas. 2008. Dissertação (Mestrado em Ciências Contábeis) – Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Universidade Regional de Blumenau, Blumenau, 2007. The objective of this investigation was to apply the ABC/TDABC cost method in activities of reception, collection and analysis in laboratories of clinical analysis. The research is based on data collected from a laboratory of clinical analysis and its accounting balance statements. The areas of reception, collection and analysis were analyzed. Data from 25, 536 analyses made along the course of nine months were analyzed. Beginning with the premises that it was possible to gather together times, methods and materials from all the reception, collection and laboratory analysis procedures in an LAC adapt the ABC/TDABC cost method to the reception, collection and laboratory analysis procedures in an LAC, and that the costs of reception and collection are not slight in light of laboratory costs. Time-Drive Activity-Based Costing, which is a method derived from the Activity-Based Costing method (costing based on activity). The method is based on (i) obtaining from the unitary cost of providing capacity and (ii) the time necessary for realizing an operation or an activity. This method of costing assumes that there are no interruptions or unaccounted time, in a period of time. When the method is used, products are counted as used and non-used resources. This influence towards the good development of components and standards takes into consideration the opportunity costs of resources not used. However, the method does not follow the greatest requirement of ABC, as it does not clarify the causes of costs and does not provide details on costs adequate to the products. It is based on the simple premise that cost will be reduced as a result of a reduced time cycle. This method adjusts itself better when products used all the machines of the cell in the same amount of time, having configuration times that are homogenous in respect to manufacturing costs, homogenous modes in relation to the consumption of resources used up in production. As a result, the schemes of unitary costs per minute in the collection/reception and laboratory sectors were obtained. Initially separate and put together later, where both appear super-imposed. Equations were designed for procedure times and their performances validated in regard to estimated costs. Key words: Actitvity-Based Costing (ABC). Time-Drive Activity-Based Costing (TDABC). Laboratory of Clinical Analysis (LACs). Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Visão sistêmica da empresa.................................................................................. 45 Figura 2 – Custos unitários do setor de recepção e coleta de material biológico (setor-1)...... 51 Figura 3 – Custos unitários das análises do material biológico (setor-2) ............................... 52 Figura 4 – Custos unitário do LAC (setor-1 e setor-2) .......................................................... 54 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Especificação dos custos por setor de recepção, coleta e análise ......................... 48 Quadro 2 - Número de funcionários na recepção, coleta e higienização e o custo por minuto do setor. ................................................................................................ 50 Quadro 3 - Número de funcionários na análise e higienização e o custo por minuto do setor 53 Quadro 4 - Número de funcionários na recepção, coleta e análise e o custo por minuto da soma dos setores ................................................................................................ 53 Quadro 5 - Duração média dos procedimentos de recepção, coleta e análise laboratorial de material biológico .............................................................................................. 55 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS AMB Associação Médica Brasileira CH Unidade de Referência LAC Laboratorio de Analise Clinica LIS Sistema de Informação Laboratorial BPLC Boas Práticas de Laboratório Cínico ISSO International Organization for Standadization ME Micro Empresa PNCQ Programa Nacional de Controle de Qualidade SBAC Sociedade Brasileira e Análises Clínicas SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas ABC Activity Based Costing ABM Activity Based Management BSC Balanced Scorecard CTS Cost-To-Serve ICM Interorganizacional Cost Management TDABC Time-Drive Activity- Based Costing Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO............................................................................................................... 12 1.1 TEMA DE PESQUISA .................................................................................................. 14 1.2 O PROBLEMA DA PESQUISA .................................................................................... 16 1.3 PRESSUPOSTOS .......................................................................................................... 17 1.4 OBJETIVO DA PESQUISA .......................................................................................... 17 1.4.1 Objetivo geral ............................................................................................................ 17 1.4.2 Objetivos específicos.................................................................................................. 18 1.5 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO ................................................................................... 18 1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO................................................................................... 19 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................. 20 2.1 CONTABILIDADE DE CUSTOS ................................................................................. 20 2.2 SISTEMA DE CUSTOS E MÉTODO DE CUSTEIO .................................................... 23 2.2.1 Custeio por absorção............................................................................................... 24 2.2.2 Custeio variável – custeio direto ............................................................................... 25 2.2.3 Unidade de esforço de produção ............................................................................... 25 2.2.4 Custeio baseado em atividades (Activity Based Costing) .......................................... 28 2.3 TIME-DRIVE ACTIVITY-BASED COSTING (TDABC)............................................. 32 3 METODOLOGIA DA PESQUISA ............................................................................... 35 3.1 DELINEAMENTOS DA PESQUISA ............................................................................ 35 3.2 OBJETO DE ESTUDO E ELEMENTOS DE ANÁLISE .............................................. 36 3.3 INSTRUMENTO DE PESQUISA................................................................................. 36 3.4 POPULAÇÃO E AMOSTRAGEM................................................................................ 38 3.5 COLETA DE DADOS ................................................................................................... 38 3.6 LIMITAÇÕES DA PESQUISA .................................................................................... 39 3.7 A APLICAÇÃO DO TDABC ........................................................................................ 40 4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS ............................................................. 42 4.1 O LABORATÓRIO CLÍNICO....................................................................................... 42 4.2 A APLICAÇÃO DO TDABC ....................................................................................... 46 4.3 ANÁLISE PELO MÉTODO DE CUSTEIO (TIME-DRIVE ACTIVITY-BASE COSTING) ........................................................................................................................... 47 5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ...................................................................... 57 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 5.1 CONCLUSÕES ............................................................................................................ 57 5.2 RECOMENDAÇÕES .................................................................................................... 60 REFERÊNCIAS................................................................................................................. 62 ANEXOS ............................................................................................................................ 68 ANEXO A - CUSTO DOS EXAMES ELABORADOS FORA DA EMPRESA................... 69 APÊNDICES ...................................................................................................................... 71 APÊNDICE A - EXAMES REALIZADOS NO DIA 14/01/08 PELA EMPRESA ............... 72 APÊNDICE B - EXAMES REALIZADOS NO DIA 14/01/08 POR LABORATORIOS CONVENIADOS................................................................................................................. 73 APÊNDICE C - EXAMES NO LABORATÓRIO PRÓPRIO NO PERÍODO DE 01/01.07 A 30/09/07........................................................................................................................... 74 APÊNDICE D - LABORATÓRIOS CONVENIADOS ........................................................ 76 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 1 INTRODUÇÃO Os recursos escassos, os recursos consumidos pelas atividades empresariais possuem um valor econômico e requerem que sejam utilizados de forma eficientes. Da mesma forma, os serviços gerados, por atenderem a necessidades ambientais possuem um valor econômico. A continuidade da empresa requer, portanto, que o valor econômico dos serviços gerados (receitas) seja suficiente para repor, no mínimo, o valor econômicos (custos) dos recursos consumidos para a realização de suas atividades. Os resultados econômicos das empresas determinam se a atividade deve ou não ser continuada, refletindo seus níveis de eficácia , que se referem ao comprometimento com a missão da empresa. As empresas (LACs) estão atentas às concorrências, e ao desenvolvimento tecnológico, às várias exigências governamentais, às condições macroeconômicas (inflação, taxas de juros elevados, entre outros), ao comportamento dos consumidores de serviços, aos novos focos de doenças cada vez mais variados. Esse conjunto vem determinando o investimento em equipamentos modernos para atendimentos das solicitações medicas. Outros fatores, como aspectos físicos, mercadológicos, financeiros, patrimoniais, vêem a cada momento se mostrando de forma que o empresário fique atento às mudanças. A sobrevivência da empresa é preocupação do empresário que vêem seu investimento a todo o momento sofrendo com às concorrências às políticas econômicas um tanto quanto vulnerável a situações macroeconômicas donde sofremos influências diretas do mercado externo. A sobrevivência da empresa é um pressuposto intrínseco a sua própria natureza. Ao ser constituída, já se pressupõe sua continuidade, mesmo que por determinado período. Entretanto, para garantir sua sobrevivência, é necessário que a empresa mantenha uma capacidade de adaptação e mudanças em relação a seu mundo exterior. CATELLI (2001, p. 40). Para a empresa manter-se no mercado o empresário tem que agir de forma austera e ter em mente e agir de forma a responder rapidamente as mudanças de mercado. A capacitação de seus funcionários a valorização isto tem um valor primordial quando se trata da sobrevivência de um negocio, pois às mudanças são muito rápidas e a adaptação com eficiência a certas situações é fundamental para a continuidade do negócio. Com a tecnologia sendo implantada nos laboratórios, houve um maior custo na contratação de novos profissionais. Os novos equipamentos exigem treinamento de Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 13 profissionais já existentes e a contratação de novos, o que vem aumentando o custo laboratorial, daí a necessidade de seus administradores conhecerem seus custos para tomada de decisões. Os LACs têm se preocupado com a qualidade de seus serviços e estão em busca de certificações como a ISO, BPLC e mais recentemente a Acreditação Laboratorial. Estes não são mais um diferencial e sim um objetivo perseguido pela maioria dos laboratórios. Aos gestores de LACs cabe definir, analisar e promover as mudanças necessárias visando o aprimoramento, implantação de novas tecnologias em longo prazo. Decisões tomadas em favor do longo prazo em muitas vezes retornam com o aumento de qualidade nos serviços prestados, seja na rapidez da obtenção dos resultados, ou na eliminação do erro sistemático, o que é percebido na satisfação do cliente (MOUNTAIN, 1996 p. 647-644; LAMB,1997 p. 192-195). Com efeito, a mudança organizacional influência no ambiente e ela ocorre em um dos seguintes aspectos que configuram a atividade empresarial: na sua estrutura, na tecnologia utilizada ou no comportamento de seus dirigentes (FERREIRA, 2001, p. 66-67). As mudanças no ambiente laboratorial com a implantação de novas tecnologias vêem influenciando substancialmente outros aspectos dentro da organização, que são a estrutura e o comportamento. Com a implantação de novos equipamentos, o perfil dos profissionais que trabalham nos LACs difere dos de décadas passadas. Pois, com a sofisticação das metodologias e a complexidade dos equipamentos, os profissionais de nível técnico, que no passado realizavam as análises laboratoriais menos complexas estão sendo substituídos por profissionais de nível superior, com maior preparo para a execução das tarefas. Além dos profissionais especialistas em análises clínicas, como o farmacêuticobioquímico, o médico patologista clínico e o biomédico, que tradicionalmente prestam serviços nos LACs, outros profissionais dividem e fazem parte do corpo de profissionais devido à complexidade e à diversidade, acabam compondo o quadro funcional do laboratório prestando seus serviços. São eles: analistas de sistemas, técnicos de informática, engenheiros, advogados, contadores, profissionais de propaganda, marketing entre outros (MARKIN, 1992 p. S3-S10). Com a mudança do perfil dos colaboradores dos LACs, motivado pelos avanços tecnológicos, também os profissionais tiveram que ser treinados e em muitos casos substituídos por elementos de maior grau de conhecimento. Estas mudanças ocasionaram um aumento substancial em suas despesas (custos), pois, com colaboradores especializados o valor da remuneração mensal aumentou, bem como toda a rede de impostos que envolvem Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 14 esta remuneração. As empresas têm em seu planejamento um aliado. O planejamento aprimorado advém da necessidade óbvia, não causada pela escassez dos recursos disponíveis no mercado, mas sim de seu elevado custo financeiro. O planejamento de capital deve ser bem estimado para que o investimento reverta em condições lucrativas à empresa (BUTROS, 1997 p. 410-408). A preocupação com os custos elevados dos recursos para aplicação no negócio tem gerado por parte dos gestores dos LACs, iniciativas que vem de encontro ao conhecimento de seus custos possibilitando desta forma novos investimento. Estes investimentos são de valores elevados quando se trata na aplicação em equipamentos e até mesmo na contratação de novos colabores. Quer na contratação de novos contratos de comodatos de equipamentos sofisticados, compra de equipamentos, quer na mão-de-obra especializada. A reorganização dos LACs leva ao aumento dos custos, seja no valor da mão de obra empregada, nas exigências do mercado, no programa de qualidade ou na mudança tecnológica (FARWELL,1995 p. 411-420). Os LACs tem sua atividade na prestação de serviços na forma de apoio à diagnose. Matematicamente, o aumento da qualidade é diretamente proporcional aos custos. Contudo, o volume e o uso de novas metodologias podem reduzir esta proporcionalidade, ou seja, reorganizando o fluxo de trabalho, fazendo uma reavaliação dos equipamentos, do uso de reagentes, do funcionamento dos equipamentos, dos contratos de terceirização e comodatos. A aquisição de novos equipamentos e/ou contratos de comodatos de equipamentos modernos, possibilita a redução de custos e o aumento da produtividade bem como da qualidade dos serviços prestados pelo LAC. O treinamento de funcionários é outro meio de redução de custos e aumento de qualidade nos serviços prestados. 1.1 TEMA DE PESQUISA O estudo que se apresenta, usou como referência um LAC localizado na cidade catarinense de Balneário Camboriú. O departamento de custo desta LAC está sendo alvo de reestruturação, em conseqüência o conhecimento dos custos tornou-se também imperativo. À inovação e a sofisticação na área de saúde é de custo elevado obrigando a empresa, a admitir profissionais especializados para exercerem suas funções dando origem a vários custos, alguns conhecidos, outros nem tanto. Fato é que o conhecimento dos custos é parte importante Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 15 na tomada de decisão gerencial. É neste ambiente que ocorre a pesquisa que se descreve. Como uma empresa prestadora de serviço, o que se apresenta é uma dificuldade para o levantamento de custos na recepção e coleta de material, onde um mesmo funcionário executa vários serviços que dão origem a uma série de exames, comprometendo-se desta forma o cálculo de custos por exames. Sob este enfoque trata-se de custos conjuntos, que, pela sua própria natureza, é de difícil avaliação para apropriação de custos. Sannazzaro (1999) inclui na classificação dos custos as despesas de gerenciamento que, sob o ponto de vista da literatura revisada, deveriam ser classificadas de outra maneira, já que despesas são diferentes de custos. Na questão laboratorial propriamente dita, o problema se desdobra em quase trezentos exames. Cada qual com suas características, procedimentos de coleta e análise específicos. A determinação dos custos de cada um deles é o cenário da pesquisa. Isto caracteriza o viés da não-trivialidade da pesquisa. Análise generalizada de um LAC compreendendo sua recepção, coleta e análise configuram o viés de originalidade da pesquisa. Por último e não menos importante, está a contribuição científica que a pesquisa carrega, visto que será tratada a luz da teoria de custos modernamente aceita. Contudo, a pesquisa irá optar por método de custeio. A palavra método advém da origem grega: meta (resultado que se quer alcançar) e hodós (caminho). O método de custeio a ser trabalhado é Activity Based Costing em sua variação Time-Drive Activity-Based Costing. A variação Time-Drive Activity-Based Costing (TDABC) do método ABC original é justificado por Kaplan, (2007, p. 1) nas seguintes palavras: “o tradicional modelo ABC tem sido de difícil execução para muitas organizações, devido ás elevadas despesas de execução na entrevista de pessoas, para o inquérito inicial do método ABC” (2007, p. 1). Surge assim uma variação do método que exige apenas dois parâmetros: (a) custo por unidade de tempo da capacidade e (b) o tempo necessário para realizar uma operação ou de uma atividade. O TimeDrive Activity-Based Costing torna-se uma ferramenta poderosa uma vez que usa apenas dois parâmetros e o baixo custo em sua aplicabilidade é uma ferramenta da qual os gestores poderão lançar mão e obter os custos dos serviços e ou produtos. Segundo Kaplan (2007, p. 9) “o TDABC... é mais simples, mais barato e muito mais poderoso que o método ABC convencional”. Kaplan ainda explica que o TDABC simplifica o processo de custeio ao eliminar a necessidade de pesquisas e de entrevistas com os empregados, para a alocação de custos dos recursos às atividades, antes de direcioná-los para os objetos de custos. O modelo, segundo Kaplan (2007, p. 9) “atribui os custos dos recursos diretamente aos objetos de custos, por meio de um referencial simples que exige apenas dois Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 16 conjuntos de estimativas”. Kaplan (2007) ainda agrega que nenhum deles é de difícil obtenção, sendo elas: primeiramente, os custos de fornecimento de capacidade de recursos, que no caso desta dissertação se configura no recebimento do material. Nesse passo inicial o modelo TDABC calcula os custos de todos os recursos – pessoal, supervisão, ocupação equipamentos e tecnologia. Esse custo total é dividido pela capacidade, que é o tempo disponível dos empregados que efetivamente executam o trabalho. Em segundo momento o TDABC usa a taxa do custo da capacidade para distribuir os custos dos recursos departamentais entre os objetos de custos, estimando a demanda de capacidade de recursos por cada objeto de custos, tipicamente tempo. É importante salientar que o modelo exige apenas uma estimativa do tempo necessária para processar determinado pedido de clientes, contudo não exige que todos os pedidos sejam iguais, permitindo que a estimativa de tempo varie em função das características específicas de cada caso. Kaplan (2007) ainda agrega que o modelo TDABC usado em empresas “é capaz de abarcar complexidade, em vez de ser forçada a adotar o modelo ABC simplificado e inexato para refletir a complexidade dos negócios”. Como nos LACs os procedimentos adotados nas análises de material biológico é complexo por natureza, o método parece adequado aos objetivos no trabalho. O tema da pesquisa revela-se no uso do método de custeio, com as atividades de recepção, coleta e análise de exames na referida LAC, com vista á determinação de um modelo padrão para o setor de análises clínicas, respeitadas as especificidades de cada qual. 1.2 O PROBLEMA DA PESQUISA Segundo Fange a melhor definição para o vocábulo problema é “situação desnorteante” (1971, p. 120). Uma vez que um problema envolve uma situação desnorteante, ele é algo novo para a experiência, portanto criativo por natureza, pode-se defini-lo como uma situação que exige criatividade. Nesta pesquisa, dada a dificuldade de se obter o conjunto de custos que operam nos LACs, número de exames distintos a serem elaborados e quantidade de recursos (lâminas, reagentes, equipamentos eletrônicos, centrífugas, recipientes, etc.), pergunta-se: Qual o custo por atividade nos procedimentos de recepção, coleta e análise de material biológico em Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 17 LACs? 1.3 PRESSUPOSTOS A pesquisa parte dos seguintes pressupostos: a) É possível apurar os tempos, métodos e materiais de todos os procedimentos de recepção, coleta e análise laboratorial em um LAC; b) É possível aplicar o método de custeio Time-Drive Activity-Based Costing (TDABC) aos procedimentos de recepção, coleta e análise laboratorial em um LAC; c) Os custos de recepção e coleta não são desprezíveis frente aos custos laboratoriais. 1.4 OBJETIVO DA PESQUISA Todo problema (exceto o do tipo de exercícios restritivos) envolve tantas numerosas incógnitas quanto numerosos detalhes conhecidos. Segundo Fange, (1971, p. 122), “no plano traçado para a solução de problemas, devemos não nos esquecer que estamos tentando encontrar apenas uma idéia”. Com efeito, as duas fases “investigar” e “avaliar”, relacionadas sucessivamente em alguns planos mais comuns, tem provocado a falsa idéia sobre a tarefa criativa da pesquisa, ou seja, de serem distintas. É fato, que investigar e avaliar são exatamente “uma única fase da solução de problemas” (FANGE, 1971, p. 122). Por conseqüência pode-se inferir que ambas atuam em conjunto para desenvolver a compreensão de como resolver melhor. 1.4.1 Objetivo geral Aplicar o método de custeio baseado em atividades TDABC Time-Driven Activity- Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 18 Based Costing (TDABC) nas atividades de recepção, coleta e análise em laboratórios de análises clínicas. TDABC 1.4.2 Objetivos específicos Do objetivo geral surgem alguns objetivos específicos: a) Apurar os custos de material, envolvidos nas etapas de recepção, coleta e análise de material biológico em LACs; b) Apurar os custos de pessoal (salários e encargos), envolvidos no conjunto operacional de procedimentos em LACs; c) Mensurar os tempos das atividades envolvidas na recepção, coleta e análise de material biológico; d) Desenvolver um modelo de custeio TDABC em LACs, determinando o custo por unidade de capacidade e o tempo necessário para realizar uma operação. 1.5 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO O novo cenário da economia mundial vem obrigando as empresas a conhecerem novos métodos e técnicas de apropriação de custos que visam proporcionar maior lucratividade e por conseqüência sobrevida do negócio. Este conhecimento possibilita às empresas, aqui em particular os laboratórios de análises clínicas, conhecerem os seus custos. Os laboratórios de análises clínicas vêm, na última década, sofrendo com a influência da concorrência de multinacionais. Atualmente já apresentam uma evolução no que diz respeito aos conhecimentos de seus custos, vindo desta forma concorrer diretamente com os laboratórios brasileiros. Há com isso um constante aumento de laboratórios menores sendo incorporados por estas multinacionais e os que resistem ao mercado têm a necessidade de conhecimento e aprimoramento sobre sua gestão. O conhecimento dos custos, sua composição, seu rateio, que compõem a fase pré-laboratorial, a laboratorial e a póslaboratorial é mister na formação do preço por exame e como parâmetro frente á concorrência Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 19 cada vez mais acirrada. Pretende-se demonstrar, uma vez atingidos os objetivos já elencados, o quanto, o como e onde os custos ocorrem nos LACs. Estabelecidas as relações de custos, entre recepção e coleta com a parte mais técnica (que é o exame propriamente dito) a empresa poderá incrementar sua participação em novos projetos, ou mesmo suspender outros (romper contratos de terceirização, renovar ou não equipamentos, etc.), ou seja, efetivamente participar do mercado com valores ajustados ao tamanho e capacidade próprias, possibilitando menor valor na formação de preços, mantendo qualidade em seu atendimento e serviços de análises e informações de resultados. 1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO A pesquisa compõe-se em conjunto de cinco capítulos distintos. A introdução que agrega uma síntese do problema a ser trabalhado, os pressupostos seus objetivos, divididos e geral e específico, sua justificativa, sua estrutura. No segundo capítulo elabora-se um mapeamento teórico da pesquisa, onde serão estudados tópicos que compõem a teoria dos custos. Neste capítulo são trabalhados autores que justifiquem em quantidade e nível os procedimentos que serão aplicados na consecução dos objetivos do trabalho. O terceiro capítulo apresenta a metodologia empregada, delineando a pesquisa, o objeto de estudo e elementos de análise, o instrumento de pesquisa, população e amostra, a coleta de dados e a classificação dos custos envolvidos, obtidos na pesquisa. O capítulo quarto apresenta a análise e interpretação dos dados, apoiada nos procedimentos descritos no capítulo anterior. No sexto capítulo são apresentados os resultados alcançados pela pesquisa, explicando e justificando o alcance dos objetivos alcançados. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O desenvolvimento do presente capítulo enseja a busca por literatura nacional e estrangeira, na forma de livros, artigos, tese e dissertações, objetivando a descrição do que existe de referencial teórico suficiente à pesquisa, referente à teoria de custos e métodos de custeio. 2.1 CONTABILIDADE DE CUSTOS A contabilidade de custos é parte integrante da administração de uma empresa e de acordo com Pizzolato (2000, p. 137), no Brasil, a popularização da contabilidade de custos nas empresas industriais ocorreu na década de 70, durante a fase conhecida como milagre brasileiro, quando volumes enormes de créditos subsidiados foram distribuídos, especialmente pelo BNDES. Entretanto, uma das condições estabelecidas para uma empresa ter acesso ao credito era, justamente, a de possuir algum sistema de contabilidade de custos. Desse modo, muitos sistemas foram desenvolvidos às pressas e, caso desejado, o próprio BNDES assessorava as empresas na implantação do sistema. Neste período a oferta de capital para novos investimentos em equipamentos, ampliação das empresas, novos empreendimentos, ocasionaram uma corrida por sistemas que pudessem satisfazer as necessidades das empresas e conseqüentemente atendesse as exigências bancarias com objetivo da liberação de recursos. Com a busca por informações e dados originados da produção viriam atender as necessidades dos gestores para tomadas de decisões. Para Maher (2001, p. 38) define a Contabilidade de Custos como sendo o ramo da contabilidade que mede, registra e relata informações sobre custos. A informação fornecida pela contabilidade de custo proporciona aos gestores informações para tomada de decisões tanto em relação a novos investimentos em equipamentos com para com outras medidas como, por exemplo, a contratação de novos funcionários, ampliações de empresa e outros. A informação gerada pela contabilidade de custo proporciona ao gestor condições para elaboração e informações em preços de produtos e ou serviços por ele produzido. Leone (2006, p. 19-20) cita que a Contabilidade de Custos que se destina a produzir informações para os diversos níveis gerenciais de uma entidade, como auxílio às funções de Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 21 determinação de desempenho, de planejamento e controle das operações e de tomada de decisões. O autor entende que: a) á Contabilidade de Custos coleta classifica e registra os dados operacionais da atividade da entidade, denominados de dados internos, bem como, algumas vezes, coleta e organiza dados externos. b) os dados coletados podem ser tanto monetários como físicos. A Contabilidade de custos demonstra todo o potencial quando da combinação de dados monetários e físicos resulta em indicadores gerenciais de grande poder informativo. c) A Contabilidade de Custos acumula, organiza, analisa e interpreta os dados operacionais, físicos e os indicadores combinados no sentido de produzir, para os diversos níveis de administração e de operação, relatórios com as informações de custos solicitadas. d) Outra particularidade da Contabilidade de Custos é que ela trabalha dados operacionais de vários tipos: os dados podem ser históricos, estimados (futuros), padronizados e produzidos. Aqui reside, também, uma das fortes vantagens da Contabilidade de Custos. Ela pode fornecer informações de custos diferentes para atender a diversas necessidades gerenciais. São varias as necessidades gerenciais., entre elas: informações que servem para a determinação da rentabilidade e do desempenho das diversas atividades da entidade, informações que auxiliam a gerencia a planejar, a controlar e administrar o desenvolvimento das operações, informações para a tomada de decisões. Nos LACs as mudanças se fazem necessárias, face aos novos equipamentos informatizados o que não significa necessariamente uma despesa, e sim um investimento que irá gerar benefícios na qualidade dos serviços apresentados. Segundo Martins, (2006, p. 3): “Gasto é o sacrifício financeiro que a entidade arca para a obtenção de um produto ou serviço qualquer ou seja, é o valor dos bens e serviços adquiridos pela empresa. Em toda atividade a análise de custos é fundamental. A opção por um novo investimento está atrelada ao conhecimento prévio de seus custos, donde qualquer decisão levará em conta um ou vários parâmetro técnico. Independentemente de como for classificado o custo (investimento, despesa, desperdício ou perda) ele deve gerar algum benefício, não necessariamente imediato, para isso a análise do custo-benefício destina-se a avaliar a viabilidade econômica de projetos sociais Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 22 em que o investimento de recursos financeiros é no capital humano (UGÁ, 1995, p. 209-226). Os custos podem ser classificados em dois grupos, separados por categoria, a saber: diretos e indiretos, e variáveis e fixos. Os custos diretos são os que incidem diretamente sobre a produção ou a venda de um bem ou serviço. Custos indiretos são os que, embora não incidam diretamente sobre a produção, venda ou serviços, é a parte integrante como resultante da participação das atividades de apoio ou auxiliar ao processo de transformação, produção e comercialização de um bem ou serviço. Custo fixo, por sua própria natureza, é o que não varia, seja qual for á quantidade produzida (bens ou serviços) em determinado período. Os custos variáveis são os que, a qualquer variação da quantidade produzida, vendida ou serviço acompanha essa mesma variação (NASCIMENTO, 2001, p. 27-28). De acordo com Martins (2003, p. 197-198), os custos fixos existem independentes da fabricação ou não, de determinado produto, pois são necessários para o funcionamento da indústria, já que não têm vínculo com nenhum produto específico. Assim, os custos fixos podem ser rateados segundo algum critério estipulado pelo gestor, não havendo nenhuma forma adequada e específica, ou seja, cada caso deve ser tratado individualmente. Os rateios utilizados para distribuir estes custos aos produtos podem ser alterados, dependendo do critério de rateio utilizado para os custos fixos. Fato é, que os custos fixos para serem distribuídos dependem do volume de produção, pois o custo do produto pode variar em função da quantidade produzida. Mandarino (1991, p. 15-17) argumenta que, as dificuldades de defesa e sobrevivência, os perigos enfrentados a todo instante, levou o homem a reunir-se em bandos. Nesse estágio, ocorreu significativa alteração no processo econômico-social modificando-se o fenômeno dos custos. Com a necessidade de se resguardar das intempéries e incertezas leva-o a produzir não só para o consumo imediato, mas também para os dias futuros. Ocorrem assim, os primeiros investimentos em bens de consumo, com a produção maior reduziram-se os custos unitários. A subsistência humana depende da satisfação de necessidades e essas dependem do consumo de bens previamente produzidos e distribuídos. O controle dos custos no LAC é necessário para a sobrevivência frente à concorrência, desencadeada por instituições que possuem tecnologias de ponta para efetuar os atendimentos dos procedimentos, a seus clientes. Estes controles permitem a determinação dos preços. A eficiência nos controles é fundamental para com que a empresa possa caminhar e se desenvolver adequadamente neste processo de globalização do mundo moderno, da tecnologia, dos novos implementos tecnológicos a disposição das empresas. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 23 2.2 SISTEMA DE CUSTOS E MÉTODO DE CUSTEIO O aumento significativo da competitividade, entre empresas nos diversos ramos de atividade quer na indústria, no comércio e ainda nos serviços prestados, fez com que as empresas se vissem diante de outra realidade que é o conhecimento de seus custos para tomada de decisões. A competitividade já não permite que as empresas apliquem os preços de acordo com os custos incorridos e sim com base nos preços praticados no mercado em que atuam. Segundo Cassaro (1999, p. 5), o conceito de sistema no campo empresarial, é o seguinte: sistema é um conjunto de funções logicamente estruturadas, com a finalidade de atender a determinados objetivos. De acordo com Guerreiro (1984 apud DIAS FILHO, 2000 p. 2), sistema de custo é: um conjunto de elementos interdependentes que interagem na consecução de um objetivo comum, coletando, processando e gerando informações derivadas do desempenho das operações das operações. Esse autor explica que os objetivos específicos de um sistema de custos dependem fundamentalmente dos modelos decisórios dos usuários das informações contábeis. Martins (2001, p. 28) afirma que, devido às necessidades de dados para controle e decisão, além da avaliação de estoques, é comum ver empresas adotarem sistemas de custos repentinamente, acreditando em resultados imediatos. Talvez acreditem que isso constitua uma panacéia, que seja sua solução. Ainda para Martins (2001, p. 41), custeio significa método de apropriação de custos. Assim, existem: custeio por absorção, unidade de esforço de produção, custeio variável-direto, custeio padrão, RKW, ABC e outros. Santos (1998, p. 66) define método de custeio “como o critério utilizado por uma unidade, para apropriar os custos dos fatores de produção às entidades objeto de custos. Um método de custeio deve fornecer um tratamento adequado para identificar os custos de produção”. O método de custeio quando utilizado dever fornecer informações para agregar valor ao produto em produção. A agregação de valores a produtos ou tarefas realizadas na produção de um bem ou serviço é um fator, que oferece ao administrador informações preciosas para tomada de decisões. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 24 2.2.1 Custeio por absorção O custo por absorção tem como sua principal preocupação com os custos indiretos, os quais são rateados na maioria das vezes pela mão de obra direta ou matéria-prima, arbitrariamente. Novos métodos se sobressaíram a partir do final dos anos 80 e prosseguindo pelos anos 90 (COGAN, 2002, p. 43). De acordo com Oliveira e Perez Jr. (2000, p. 166), nessa época, as empresas se viram com a necessidade aprimorar seus processos e produtos diante da concorrência, investindo em robotização, automação e informatização. Com essa nova tecnologia em funcionamento a mão de obra que era direta, abundante e barata no mercado passa a ser indireta, cara e escassa, sendo brutalmente reduzida. Os custos indiretos antes irrelevantes, hoje têm uma atenção especial sendo alvo de discussão, pois os antigos critérios de rateio podem distorcer os resultados e o custo total de uma unidade de produto. O custeio por absorção surgiu no Brasil devido a uma preocupação maior com os custos no início do século XX até os anos 40. Na sua primeira fase, quando os custos eram voltados para a engenharia; e na segunda fase, dos anos 40 aos 80, quando houve a distinção entre custo fixo e variável e o surgimento do custeio direto (COGAN, 2002, p. 20-23). Esse método, segundo Oliveira e Perez Jr. (2000, p. 116), “foi derivado do sistema desenvolvido na Alemanha no início do século XX, conhecido como Reichskuratorium fur Wirtschaftlichtkeit (RKW)”. O custeio tradicional ou por absorção difere dos acumulados ou não por funções ou departamentos antes do rateio. Antes, os valores dos custos diretos eram relevantes e as distorções causadas pelos rateios dos custos indiretos não afetavam os custo total (OLIVEIRA; PEREZ JR., 2000, p. 116). Por este método todos os custos incorridos no processo de fabricação são absorvidos pelos produtos fabricados. Na apuração dos custos dos produtos e ou serviços serão alocados tanto os custos diretamente vinculados aos produtos, como os custos indiretos de fabricação, tanto os custos variáveis (que só existem quando cada unidade é fabricada) quando os custos fixos (que independem da fabricação das unidades, estando relacionados com a criação das condições de se produzir). O Custeio por Absorção leva em consideração os Princípios Fundamentais de Contabilidade aplicados aos custos, tais como: Materialidade, Realização, Confrontação, Custo Histórico como Base de Valor, Consistência, etc. O método de custeio por absorção é recomendado pela legislação brasileira para a valorização dos estoques e apuração de resultados do exercício (Lei n°. 6.404/76 e Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 25 Decreto-lei n°. 1598/77). 2.2.2 Custeio variável – custeio direto COGAN, (2002, p. 23) custeio variável ou direto surgiu por volta dos anos 40 até aos anos 80. Este distinguiu o custo fixo do variável, possibilitando o cálculo da margem de contribuição e a análise do custo-volume-lucro. Este critério é o contraposto ao custeio por absorção. Iudícibus (1998, p. 179) afirma que existe um método de custeamento da produção que aloca à produção apenas os custos variáveis, considerando todos os custos fixos como custos do período. Esse método é denominado custeamento variável ou direto. A premissa dessa concepção é que o volume de produção independe dos custos fixos (dentro de certos limites), e não tem sentido alocar tais custos à produção. Leone (2000, p. 405) explica que “o Custeio Variável ou Direto é um método de custeio que carrega os produtos somente com os custos que variam diretamente com o volume”. O custeamento direto segue o princípio de não distribuir aos produtos e ou serviços ás parcelas de custos fixos. Nesse caso, os valores de custos fixos são levados direto à conta de resultados do exercício, não sendo computados, portanto, como custos integrantes aos diversos produtos produzidos pela empresa. De acordo com Silva (1980, p. 36-38), custeio variável e custeio direto não são iguais, embora o custeio direto não seja bem distinguido do custeio variável. O custeio direto deveria admitir apenas os custos facilmente identificáveis com o produto, fossem variáveis e ou fixos. A lógica desse critério seria de que apenas os custos facilmente identificáveis com o produto, fossem variáveis e/ou fixos. A lógica desse critério seria de que apenas o custo indireto aos produtos existiria de qualquer maneira, independentemente da produção á curto prazo. 2.2.3 Unidade de esforço de produção Segundo Wernke (2006, p. 61) “o método Unidade de Esforço de Produção (UEP) é Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 26 uma forma de custeamento específica para empresas industriais. Foi idealizada por Georges Perrin, à época da II Guerra Mundial, e depois aprimorado por Franz Allora, que começou a utilizá-lo no final da década de setenta”. Na concepção desse método, os custos unitários dos produtos são formados pelos: (a) custos das matérias-primas consumidas e pelos (b) custos de transformação. O valor referente às matérias-primas consumidas por produto costuma ser determinado pelas fichas técnicas, lista de componentes físicos de cada produto, multiplicando a quantidade utilizada dos materiais pelos respectivos custos de aquisição. Quantos aos custos de transformação, estes englobam todos os esforços despendidos para fabricar o produto, ou seja, todos os gastos das áreas fabris utilizados para produzir uma unidade, exceto os materiais de embalagens que são comprados de terceiros (WERNKE, 2006, p. 61). De acordo com Bornia (1997, p. 57-68), o método da Unidade de Esforço de Produção (UEP) baseia-se na unificação da produção para facilitar o processo de controle de gestão. Em empresas de fabricação única a alocação dos custos é bastante simples e feita com base na quantidade produzida. Já, em empresas multiprodutoras, com produção diversificada, é necessário identificar os diferentes produtos por meio de uma medida única, com a finalidade de unificar a produção. A unificação da produção, neste método, parte do conceito teórico de esforço de produção: todo esforço despendido no sentido de transformar a matéria-prima em produtos acabados, ou seja, tudo o que se relaciona com a produção da empresa gera esforço de produção. Os focos concentradores de esforços de produção na empresa incluem todas as atividades diretamente envolvidas na produção. A fábrica é dividida em "postos operativos", que são conjuntos formados por uma ou mais operações, podendo ser diferentes de um posto de trabalho ou máquina. Eles são semelhantes para todos os produtos que passam pelo posto, diferindo somente no tempo de passagem. Cada, posto operativo desenvolve capacidade de gerar esforço de produção, a qual se denomina potencial produtivo. Medido em UEP/h, o potencial produtivo é a quantidade de esforço de produção gerada pelo posto operativo, quando em funcionamento por uma hora. A mensuração dos esforços de produção é deveras complicada. O método trabalha com informações de custo para determinar os esforços de produção. Para cada posto operativo são definidos índices de custos (custo por hora) para todos os itens relevantes, de forma diferente dos sistemas de custos usuais. O índice de custo para cada posto operativo representa os custos realmente incorridos no funcionamento típico do posto. Ao passar pelo posto, o produto absorve esforços de produção. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 27 Segundo Bornia (1997) a implantação do método da UEP consta de cinco procedimentos básicos: a) Divisão da fábrica em postos operativos através deste procedimento procura-se fazer o posto operativo coincidir com a máquina, com a finalidade de facilitar a visualização e a determinação dos índices de custo. Uma máquina comporta dois ou mais postos operativos, caso as operações executadas nos produtos sejam significativamente diversas, do mesmo modo que um posto operativo pode unir duas ou mais máquinas, caso as operações nos produtos sejam praticamente homogêneas; b) Cálculo dos índices de custos trata de determinar os custos horários dos postos operativos, denominados foto-índices. Estes índices são calculados tecnicamente, de acordo com o real consumo de insumos por parte dos postos operativos em funcionamento, exceto matérias-primas e despesas de estrutura. c) Escolha do produto base o produto-base serve para amortecer as variações individuais dos potenciais produtivos, representando a estrutura produtiva da empresa. De posse dos tempos de passagem do produto-base pelos postos operativos e dos foto-índices, calcula-se o custo do produto-base naquele instante, denominado foto-custo-base e medido em unidades monetárias. Este custo serve de base de comparação para determinar as relações desejadas. d) Cálculo dos potenciais produtivos diz respeito à divisão dos foto-índices pelo fotocusto-base. e) Determinação dos equivalentes dos produtos os produtos, ao transitarem pelos postos operativos, absorvem os esforços de produção, de acordo com os tempos de passagem. O equivalente em UEP é o somatório dos esforços absorvidos pelo produto em todos os postos operativos. A vantagem principal do método (UEP) é a simplicidade de operacionalização. Os cálculos periódicos se tornam rápidos e fáceis, além, disso o método permite a mensuração de seu desempenho, através de medidas físicas, simples, fáceis de empregar e interpretar. Uma de suas desvantagens, reconhecida por Bornia (1997), é que o método não fornece a parcela de custo devida às perdas. Uma outra desvantagem do método ocorre com relação às despesas. Ao se trabalhar com transformação dos produtos, as despesas são rateadas aos produtos, o que as aumenta significativamente. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 28 2.2.4 Custeio Baseado em Atividades (Activity Based Costing) Na década de 80, à contabilidade gerencial sofreu duras críticas, por Johnson e Kaplan (1991). Os autores não mais concordavam com a forma que a contabilidade gerencial estava prestando informações para seus usuários para a tomada de decisões. A partir do início da década de 1990, diversas novas práticas de contabilidade gerencial começaram a surgir visando justamente superar as limitações destacadas por Johnson e Kaplan (1991), destacando-se as seguintes: Activity Based Costing (ABC), Balanced Scorecard (BSC), Activity-Based Management ou Gerenciamento Baseado em Atividade (ABM), Cost-to-Serve (CTS) e Interorganizacional Cost Management (ICM). A classificação dos custos por atividade, consagrada como Activity Based Costing (ABC), de autoria de Cooper e Kaplan, professores da Havard Busines School, é um enfoque que analisa e classifica os custos por atividade, fixando relações entre a aplicação de recursos no consumo de bens e serviços e na produção de um novo bem ou serviço, independentemente de sua classificação por centro de custo ou departamento. O sistema de custeio ABC (Activity Based Costing – Custeio Baseado em Atividades) é um sistema de custeio que se baseia nas atividades dos processos de produção. É um método que permite medir o custo e o desempenho das atividades e dos objetos de custo. Nesse sentido, fundamenta-se em três premissas básicas: a) os produtos requerem atividades; b) as atividades consomem recursos; c) os recursos custam dinheiro. Pode-se dizer que o ABC identifica um conjunto de objetos de custo, reconhecendo que cada um deles cria a necessidade de determinadas atividades, que, por sua vez, criam a necessidade de recursos. O critério de Custeio ABC (Activity Based Costing – Custeio Baseado em Atividades) surgiu neste momento e difere do absorção pela maneira como acumula os custos (COGAN, 2002, p. 43). Oliveira e Perez Jr. (2000, p. 165) cita que: O ABC é um sistema fundado na análise das atividades desenvolvidas na empresa. Seu interesse baseia-se nos gastos indiretos ao bem ou serviço produzido, uma vez que os custos primários (matérias-primas e mão-de- Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 29 obra) não representam problemas de custei em relação ao produto. A metodologia desse método parte do principio de que todos os custos incorridos numa empresa acontecem na execução de atividades, como: contratar mão-de-obra, comprar matéria-prima, pagar salários e fornecedores etc. Para Cogan (2002, p. 43), “os custos são atribuídos às atividades baseadas no uso dos recursos, depois atribuídos aos objetos dos custos, tais como produtos ou serviços baseados no uso das atividades”. Neste critério, os recursos e as atividades geram custos, enquanto no custeio por absorção os produtos é que geram custos. Esse método busca identificar os direcionadores de custos para custear as atividades através da mensuração do custo e do desempenho do processo relativo às atividades e aos objetos dos custos. De acordo com Ostrenga (1997), o custeio baseado em atividades é uma técnica para se calcular custos de “objetos”. Os objetos em questão podem ser produtos, linhas de produtos, serviços, clientes, segmentos de clientes, canais de distribuição ou qualquer outra coisa do interesse da gerência. Os custos no ABC são calculados de forma que os custos indiretos atribuídos a um objeto reflitam os serviços indiretos realmente executados para esse objeto ou por ele consumido. Para Khoury e Ancelevicz (2000), os objetivos principais do sistema de custeio ABC são o de obter informações mais acuradas dos custos dos produtos e/ou serviços prestados e o de identificar os custos relativos das atividades e as razões de essas atividades serem empreendidas. Com as novas tecnologias e a robótica em muitas atividades, exige-se um menor número de funcionários, porém com custos elevados, o que aumenta conseqüentemente o controle de custos em seus produtos e/ou serviços produzidos. Para Horngreen, Foster e Datar (2000, p. 103) o ABC “evidência o custo das atividades como objetos fundamentais de custo e utiliza o custo das mesmas como base de atribuição a outros objetos de custo, como produtos, serviços ou clientes”. O custeio baseado em atividades pode ser interessante para dar suporte a outros artefatos gerenciais. Na seqüência discorre-se brevemente sobre alguns dos artefatos que podem ter valor das informações produzidas com base no ABC. a) Activity-Based Management ou Gerenciamento Baseado em Atividade (ABM). Para Maud e Pamplona (2003, p. 7-8), é o processo que utiliza as informações geradas pelo ABC para gerenciar a empresa ou um negocio. Empregando a analise de valor ele procura identificar as oportunidades de melhoria das atividades que agregam valor e a redução Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 30 ou eliminação das que não agregam valor. O ABM, por sua vez, é definido como uma disciplina que se concentra na gestão de atividades como o caminho para a melhoria do valor recebido pelo cliente e dos lucros alcançados com o fornecimento desse valor. Ele emprega uma visão de processo e se preocupa com os fatores que fazem com que os custos existam. O ABM permite que a empresa atinja seus objetivos com menos recursos, ou seja, obtenha os mesmos resultados com um custo total menor. O ABM atinge seus objetivos por meio de duas aplicações complementares: o ABM operacional e o ABM estratégico. O ABM operacional tem por objetivo aumentar a eficiência, reduzir os custos e melhorar a utilização dos ativos, enquanto o ABM estratégico tenta reduzir a quantidade processos a fim de aumentar a lucratividade. b) Balanced Scorecard (BSC) Surge no ambiente globalizado de alta competitividade e acirrada concorrência fez que as empresa buscassem novas formas de gerenciamento das operações. O Balanced Scorecard – BSC surge dentro desses cenários econômicos em constantes mutações, sendo utilizado por empresas que busquem aperfeiçoar suas estratégias de curto, médio e longos prazos, melhorando assim sua situação no futuro, revelando-se, ainda, como uma ferramenta capaz de atender às novas exigências de gerenciamento dentro dos cenários econômicos em permanentes mudanças. O BSC complementa as medições baseadas apenas em indicadores financeiros, com outros três componentes chamados perspectivas: a) cliente; b) processos internos e aprendizado; e c) crescimento. Ressalte-se que, à medida que foi sendo utilizado, o BSC deixou de ser um sistema de medição aperfeiçoado para se transformar em um sistema gerencial. O sistema de informação gerencial deve contribuir como suporte às estratégias adotadas para que possam ser acompanhadas e venham a produzir retornos positivos para a empresa (FERREIRA, 2007, p. 333-341). O BSC como ferramenta é um dos meios para gerenciamento e obtenção de dados para tomada de decisões, que em função de sua eficiência tem contribuído para o fornecimento de informações aos gestores, aos responsáveis pela tomada de decisão dentro da empresa. Pela eficiência apresentada no decorrer do tempo vem sendo comprovado de que o método tem contribuído de forma eficaz no atendimento aos gestores para tomada de decisões. c) Cost-to-Serve (CTS) Segundo Helfrich (December 1991, p. 46-50), as indústrias, comercio ou prestadoras de serviços necessitam escoar sua produção através dos vários canais de distribuição Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 31 disponíveis para que esta chegue aos seus consumidores. Sabe-se que diferentes clientes e ou canais de vendas apresentam distintos níveis de exigências, sustendo em grande parte por seu poder de barganha. Surge deste contexto uma série de perguntas a saber: a) O quão eficiente, em termos de custo, a empresa utiliza a sua força de vendas, os canais de distribuição, os serviços pré e pós-vendas e outros aspectos inerentes aos negócios? b) O quão custo-eficiente a empresa é no atendimento dos seus clientes? c) Os clientes atendidos são os corretos? Ou seja, são aqueles que geram a maior lucratividade para a operação? Com o intuído de responder as estes questionamentos, foi desenvolvido o conceito de Custo de Servir (CTS), que procura identificar o quanto custa para uma empresa transacionar com cada um de seus clientes. Para tal, o CTS sustenta-se nos conceitos do ABC, onde os objetivos de custo são os clientes/ canais e as atividades são todas as etapas do processo de venda e distribuição das mercadorias. Esta abordagem é importante pois permite às empresas conhecerem a fundo sua estrutura de custos. Este conhecimento é ainda mais fundamental quando o poder dos clientes é tal que a transferência de atividade para empresa acaba por aumentar sobremaneira os custos operacionais, reduzindo a eficiência total da cadeia de suprimentos. O CTS visa corrigir eventuais distorções na cadeia o que vem de encontro ao nosso caso de LACs com uma diversidade de muitos exames e que o atendimento tem que primar pela qualidade e eficiência. d) Interorganizacional Cost Management (ICM) É o método para aumentar a lucratividade pela gestão e redução de custos em toda as duas dimensões através da coordenação e cooperação entre as organizações de um fornecedor de rede.(Cooper, Slagmulder,2003, p. 14-21). O critério acima esta voltado para o aumento da lucratividade e redução de custos o que é o objetivo de muitas empresas em busca de uma maior eficiência na gestão e tomada de decisões. Uma vez alcançados os objetivos das empresas no resultado de uma maior lucratividade conseqüentemente haverá uma nova motivação no aumento do investimento em novas tecnologias, contratação de novos profissionais de alto padrão tendo como foco principal o bom atendimento ao cliente, isto não é diferente no caso do LAC aqui estudado. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 32 2.3 TIME-DRIVE ACTIVITY-BASED COSTING (TDABC) O TDABC usa o tempo para direcionar os custos dos recursos diretamente aos objetos de custos, como transações, pedidos, serviços e cliente. O uso do tempo como principal direcionador de custo e como critério básico para distribuição de capacidade de recursos permite que o TDABC suprima do método ABC convencional a fase complexa de alocação de custos dos recursos às atividades, antes de direciona-los aos objetos de custos. O TDABC “usa o tempo como principal direcionador de custos, uma vez que a capacidade da maioria dos recursos, como pessoal e equipamentos, pode ser mensurada de imediato” (KAPLAN, 2007, p. 26) pela duração do tempo em que ficam disponíveis para a execução do trabalho. Inicialmente o modelo desenvolve as equações que estimam as demandas de capacidade de recursos expressas em tempo. O ABC convencional direciona os custos das atividades aos produtos pelo critério de quantidade de transações, como número de ajustes, de encomendas por clientes, de solicitações de clientes, de ciclos de produção, de recebimento de materiais, de movimentação de materiais e de pagamento a fornecedores. As equações de tempo são criadas pela igualdade formada entre: Tempo de Processamento = soma da duração de cada atividade. Algebricamente pode-se expressar isto por: n TP β 0 β i X i β 0 β1 X1 β 2 X 2 ... β n X n i 1 Onde 0 é tempo-padrão para a execução da atividade básica, i são os tempos para atividades incrementais e Xi é a quantidade de atividades incrementais. Estas equações de tempo, especificamente para o acompanhamento de material biológico em LACs são extremamente diferentes nos seus dois sentidos em que serão usadas. A saber, na fase da coleta as equações de tempo são pequenas, pois não há muitas variações entre um exame e outro, contudo na fase da análise propriamente dita, elas se tornam maiores, pois o número de procedimentos em cada análise é diferenciado. A análise de material sangüíneo é praticamente toda feita por máquinas, sendo que em alguns casos o bioquímico realiza conferências para checar resultados atípicos, trata-se, contudo de um procedimento técnico interno que obedece a normas impostas a estes tipos de laboratório. A análise de urina é manual levando por volta de 15 minutos, o mesmo ocorre Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 33 com a análise de fezes que leva como 90 minutos e a análise do espermograma leva em torno de 60 minutos, também analisado por um laboratorista. Para tanto o segundo grupo de análise neste trabalho será muito mais completo, contudo o número de exames. Entenda-se “completo” o tamanho da equação, não no seu formato que é tipicamente linear. O que haverá de ser estudado então são os processos no formato de célula, ou seja, exame por exame. No capítulo dedicado aos métodos de pesquisa é que se voltará ao tema para discutir quem são os exames que serão avaliados. Dhavale (1996) descreve três métodos distintos de custeio usando o “time spent in a cell”, ou em uma tradução livre: tempo despendido por unidade, como direcionadores de custo. A unidade de tempo tratada neste método vai desde a chegada da unidade à célula de operações até a sua saída. O custo dirigido é o tempo total da peça na seção ou do ciclo de produção. Este método de custeio assume que não a interrupções ou tempo ocioso, em um período de tempo. Quando o método é usado, produtos são contados recursos usados e não usados. Essa influência para o desenvolvimento ótimo das células e padronizações levam em consideração os custos de oportunidade dos recursos não usados. Entretanto, o método não segue a maior exigência do ABC, como não esclarece quais as causas dos custos e não fornece detalhes de custos adequados dos produtos. Ele é baseado em simples premissa de que o custo será reduzido com o resultado do ciclo de tempo reduzido (DALMÁCIO, 2006). Esse método se ajusta melhor quando os produtos usam todas as máquinas da célula e usa uma mesma quantidade de tempo, possuindo tempos de configuração e são homogêneos com respeito aos custos de fabricação, modos homogêneos em relação ao consumo de recursos despendido na de produção. Outro método usado é o Bottleneck Machine Time Method, que em uma tradução livre, pode ser entendido como método dos tempos em gargalos, que não se ajusta à presente pesquisa. Este método pode ser usado como resultado de uma máquina do bottleneck na capacidade inadequada e não há nenhuma maneira pratica de aumentar a capacidade no futuro próximo ou onde o outsourcing não é uma opção aceitável. O tempo o mais longo do fluxo controla o tempo total do fluxo da pilha. Os custos são alocados aos produtos na base do comprimento de tempo requerido na máquina do bottleneck. Isto não indica necessariamente o custo apropriado do produto para finalidades da mistura do produto. A maneira correta ao abordar o problema da mistura do produto em tal situação deve especificar exatamente o que os custos e os rendimentos unidos a cada produto são junto com o seu convidam os recursos Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 34 limitados e para resolver para a mistura opcional usando um algoritmo confinado do maximisation. Mesmo assim, este método do alocamento de custo destacará de que os produtos estão fazendo exame acima de a maioria de hora no recurso do bottleneck. O método do tempo de processo (process time method) é montante de tempo dispendido por unidade ou batelada em cada máquina. Isto pode ser usado onde não todas as unidades/bateladas usam todas as máquinas na célula. Esses produtos são encaminhados somente para as máquinas que estejam em uso (no momento da produção). Não se incluem custos de oportunidade ou tempos de preparação (MAUD,2003), em conseqüência às distorções de custos associados com o método do tempo da célula pode ser evitado. Esse método trabalha melhor onde produtos são homogêneos em relação ao consumo de recursos despendido na de produção. Dhavale (1996) apresenta os benefícios do uso do método TDABC: a) uso simples e direto; b) as quantidade registradas no livro-razão podem ser usadas sem as etapas de agregação e desagregação requeridas dentro do método ABC; c) não é necessário o ajustamento para relatórios externos; d) são baratos de executar, manter e operar e não requerem a agregação de valores em sua execução; e) fornecem custos exatos dos produtos se as células forem projetadas para possuir padrões de consumo homogêneo para as despesas gerais de fabricação; f) incentivam o uso eficiente das células e a redução do ciclo de tempo e enfatizam o custo de oportunidade da célula de produção. A principal vantagem desses métodos é que são fáceis de usar e incentivam a redução ciclo de tempo. Como última característica, existe a relação da redução de custo e a melhoria continuada. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 3 METODOLOGIA DA PESQUISA Neste capítulo faz-se uma exposição de como foi tratado o problema de pesquisa, frente aos seus objetivos já apontados na introdução deste trabalho. Destaque-se que o trabalho apresenta dados constados em balancetes referente ao período de 02/01/2007 a 09/09/2007 e nos relatórios internos do LAC sobre o número e tipos de exames realizados no mesmo período. Detalhes a respeito dos mesmos serão apresentados a posteriori e seus valores podem ser consultados e verificados no conjunto de anexos do trabalho. 3.1 DELINEAMENTOS DA PESQUISA Na pesquisa que se apresenta, há um problema de classificação quanto aos seus objetivos, ou seja, ela se enquadra como pesquisa exploratória devido à escassez de material bibliográfico a respeito do Time-Drive Activity-Based Costing (TDABC), por ser um método de custeio novo e pouco utilizado ainda. Contudo, pode ser classificada como descritiva quanto à coleta de dados, que existem no LAC analisado, porém não estão organizados para prontamente serem utilizados. Beuren e Raupp (2004, p. 82) escrevem que “quando forem pouco aprofundadas, as pesquisas descritivas aproximam-se dos estudos exploratórios, principalmente quando os assuntos foram pouco explorados”. Quanto aos procedimentos trata-se de um estudo de caso que se pretende generalizar por meio de um modelo matemático. Beuren e Raupp (2004, p. 84) informam que neste tipo de procedimento o pesquisador “tem a oportunidade de verificar in loco os fenômenos a serem pesquisados, podendo ser de grande valia quando bem aproveitados”. A abordagem do problema da pesquisa se classifica como sendo quantitativa. Beuren e Raupp (2004, p. 93), apontam que “a abordagem quantitativa é freqüentemente aplicada nos estudos descritivos, que procuram descobrir e classificar a relação entre variáveis e a relação de causalidade de fenômenos”. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 36 3.2 OBJETO DE ESTUDO E ELEMENTOS DE ANÁLISE O objeto de estudo desta pesquisa é um LAC situado na cidade de Balneário de Camboriú, tratando-se de uma empresa do ramo de prestação de serviços, enquadrada como “simples nacional” e que explora o ramo de atividade de análises laboratoriais. A composição funcional da empresa alvo é de 7 funcionários, sendo dois recepcionistas, dois responsáveis pela coleta de material biológico, contudo em tempo parcial, pois também operam como auxiliares de laboratório. Trabalham dois bioquímicos responsáveis técnicos e um auxiliar de serviços gerais, que atua basicamente na desinfecção e higienização de ambientes e instrumentos. 3.3 INSTRUMENTO DE PESQUISA Diante dos objetivos da pesquisa cabe ao pesquisador buscar o universo a ser pesquisado bem como definir seus instrumentos. Yin (2001, p.107) apresenta algumas fontes de evidências para os estudos de caso, destacando como principais a documentação, registros em arquivos, entrevistas, observação direta, observação participante e artefatos físicos. As características apresentadas da pesquisa (estudo de caso), os instrumentos ou fontes de evidências utilizadas são a documentação, entrevista focalizada e a observação direta ou simples. Yin (2001, p. 119) defende a utilização de várias fontes de evidências para estabelecer a validade e a confiabilidade de um estudo de caso, o que se aplicada nesta pesquisa. A documentação é descrita por Colauto e Beuren (2003, p. 134) “como uma valiosa fonte de coleta de dados nas pesquisas em ciências sociais”. Para Yin (2001, p. 109), “os documentos desempenham um papel óbvio em qualquer coleta de dados, ao se realizar estudos de caso”. Esta pesquisa utilizou-se da documentação como forma de obtenção das informações necessárias ao cálculo dos custos em unidade de tempo, como apregoa o TDABC. Outro instrumento de pesquisa utilizado, neste estudo de caso, é a entrevista focalizada. A vantagem da entrevista focalizada, segundo Selltiz et al. (1995, p. 296), é o fato de “limitar o entrevistado à discussão de problemas a respeito dos quais deseja Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 37 conhecimento”. Gil (1999, p. 120) corrobora esta idéia afirmando que “o entrevistador permite ao entrevistado falar livremente sobre o assunto, mas, quando este se desvia do tema original, esforça-se para a sua retomada”. Já Colauto e Beuren (2003, p. 131) afirmam que “a entrevista é a técnica de obtenção de informações em que o investigador apresenta-se pessoalmente à população selecionada e formula perguntas, com o objetivo de obter dados necessários para responder a questão estudada”. No caso desta pesquisa a entrevista permitiu ao entrevistador obter informações que necessita através de diálogos mantidos com os responsáveis técnicos, que por sua vez são os gestores do LAC alvo. Neste estudo de caso aplicou-se mini-entrevistas durante as visitas de tomada de tempo com o intuito de agregar informações sobre o processo de atendimento aos pacientes, a coleta e principalmente na análise do material biológico. Estas visitas foram realizadas a sede da LAC alvo. Outra fonte de evidências ou instrumento de pesquisa utilizado foi á observação, o que permitiu o conhecimento dos fatos através da visualização dos fatores envolvidos. Conforme Colauto e Beuren (2003), são conceituados três tipos de observação como seguem: a) observação simples, direta ou assistemática; b) observação participante; c) observação sistemática. No caso de nossa pesquisa, utilizou-se a metodologia da observação simples, direta ou assistemática para a obtenção dos dados necessários à consecução estudo. Yin (2001, p. 115) entende que a “observação direta ocorre quando o pesquisador realiza a visita de campo ao local escolhido para o estudo de caso”. Explica ainda que neste tipo de observação incluem-se as observações de trabalho, que aqui devem ser entendidas como de atendimento aos pacientes, da coleta de material biológico e análise destes materiais e outras atividades semelhantes, que emergiram durante a pesquisa, pois os laboratoristas responsáveis atuam também como gestoras do negócio, particionando seu tempo ao laboratório e na administração. Gil (1999, p. 111) entende que a observação simples é “aquela em que o pesquisador, permanecendo alheio à comunidade, grupo ou situação que pretende estudar, observa de maneira espontânea os fatos que aí ocorrem”. A fonte de evidências, aqui descritas permitiu ao pesquisador uma compreensão sobre os fatos relacionados como o objeto deste estudo e ainda proporcionou informações, Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 38 garantindo resultado dados que servem de escopo para o alcance dos objetivos propostos. 3.4 POPULAÇÃO E AMOSTRAGEM A foi realizada tomando como eixo central o conjunto de exames oferecidos pelo LAC. O LAC estudado realiza todos os exames pedidos pelo Sistema Único de Saúde, que totalizam 318 tipos diferentes de análise em contraposição aos 859 oferecidos pelo LAC alvo. 3.5 COLETA DE DADOS Foram acompanhados os tempos de recepção e coleta num período de 12 dias em horário normal de funcionamento, a saber: recepção das 7:00h às 18:00, a coleta de material biológico das 7:00h às 9:30h. Estes valores foram cronometrados e podem ser verificados entre os anexos da pesquisa. A recepção compreende abertura do laboratório para atendimento ao publico e distribuição das senhas, cadastramento do paciente, emissão de autorização dos exames, encaminhamento à coleta e entrega de resultados de exames realizados. Nos casos de exames de urina, fezes e esperma o setor de recepção atua também como coleta de material. As recepcionistas fazem a entrega e o recebimento do material coletado pelos pacientes para os exames (fezes, urina, esperma), sendo neste momento também os coletores de material para análise. As atividades de coleta iniciam com o recebimento da requisição dos exames e sua classificação que basicamente compreendem a coleta de sangue e de material ginecológico. Evidencie-se que os custos de material na coleta de sangue são inferiores quando se tratando de coleta de material ginecológico. Em termos de organização interna, o laboratório sustenta, além da área administrativa, e dos setores de esterilização e almoxarifado, os seguintes setores técnicos: a) Imunologia - presta serviços que abrangem as áreas de virologia, marcadores tumorais, drogas de abuso e drogas terapêuticas, com rotinas diárias para a maioria dos procedimentos; b) Bioquímica - realiza exames de perfil bioquímico, gasometria, eletrólitos, Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 39 reumatologia e hormônios; c) Hematologia - efetua exames na área de hamatologia, imuno-hematologia, coagulação e citofluxo; d) Microbiologia - atua em culturas de diverso materiais; e) Parasitologia/Uroanálise - é a que atua área de análise de urina e divesas provas parasitológicas; O laboratório, além da parte administrativa, há recepção onde é feito o cadastramento dos pacientes e liberação dos exames requisitados pelos médicos. A parte laboratorial consiste na recepção do material coletado onde é preparado para futura análise. Estes procedimentos são realizados pelo grupo de coleta, que a partir desta atividade passa a pertencer ao conjunto de custos do setor de análise. Preparados o material biológico, este é encaminhado ao setor de análise propriamente dito, em que os materiais são submetidos a testes pelo corpo de bioquímicos e que resultam na mensuração procurada inicialmente pelo pedido de entrada. Há uma parte desses exames que são preparados e encaminhados a LACs conveniados para análises. Após a aferição, contagem e checagem dos resultados, estes voltam ao setor de recepção onde aguardarão retirada física ou virtual. Estes procedimentos também foram cronometrados e também compõe alvo de estudo desta pesquisa. 3.6 LIMITAÇÕES DA PESQUISA A principal limitação da pesquisa diz respeito ã investigação de um caso único, portanto os resultados do estudo não podem ser generalizados a outros laboratórios clínicos. Porém, os resultados podem ser utilizados para fins comparativos de outras pesquisas. O laboratório que se toma como alvo nesta pesquisa faz a coleta e preparação de material biológico para 859 análises diferentes, contudo nem todos os exames são executados pelo LAC em questão, ou seja, há procedimentos laboratoriais externos na forma de convênio de terceirização. Os custos envolvidos na elaboração do laudo técnico destes exames não foram investigados in loco por motivos técnicos, temporais e de distância envolvidos. Outro fator que não foi considerado é a tabela de preços do Sistema Único de Saúde (SUS), pois não é objetivo da pesquisa avaliar o grau de coerência da tabela praticada junto Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 40 aos LACs brasileiros. 3.7 A APLICAÇÃO DO TDABC O trabalho segue as sugestões apresentadas por Kaplan e Andersen (2007), seguindo o roteiro por eles sugerido: (a) começar pelos processos mais custosos; (b) definir o escopo do processo; (c) determinar os principais direcionadores de tempo; (d) usar variáveis indutoras prontamente disponíveis; (e) começar com simplicidade e (f) envolver o pessoal na construção e validação do modelo. Iniciar o modelo TDABC onde se gasta mais tempo e verificar se incorre em mais custos é a primeira sugestão. Segundo Kaplan “a exata modelagem dos custos desses processos exercerá maior impacto potencial sobre os resultados financeiros” (2007, p. 40). Isto sugere que a pesquisa tenha o bom senso de começar com um modelo que meça como os diferentes segmentos de clientes consomem os recursos dispendiosos de recepção/coleta e análise laboratorial. A definição do escopo do processo nos setores, sob investigação, deixará claro sobre onde inicia e onde acaba o processo. Isto sugere que se deve avaliar inclusive tempo gasto ao telefone, preparação de reuniões e visitas a uma agência dos correios. Para cada atividade deverá ser feita a identificação dos fatores mais significativos e influentes que consomem tempo de recursos (capacidade). Contudo, Kaplan e Andersen (2007) alertam que as empresas não devem adotar novas tecnologias de coleta de dados apenas para alimentar o modelo TDABC. Mas, no caso da falta de dados sobre os processos importantes que consumam alta porcentagem dos custos totais, tais lacunas são justificativas para o desenvolvimento de novos sistemas de coleta de dados sendo que “o investimento mais do que justifica se a falta de informação comprometer e gestão do negócio” (Kaplan, 2007, p. 41). O fator de simplicidade apresentado por Kaplan e Andersen (2007) sugere que se use uma variável indutora na equação. Caso se necessite de mais exatidão, deve verificar-se que dados estão disponíveis para aumentar a acurácia. O envolvimento do pessoal na construção do modelo eleva o nível do modelo, pois como adverte Kaplan “os modelos de custo são apenas tão bons quanto a organização os considere bons” (2007,p. 41). E agrega “quando se ignoram as contribuições do Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 41 departamento, compromete-se à adesão e, em última instância, reduz-se o impacto” (2007, p. 41). É isso que se busca no desenvolvimento da pesquisa. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS Neste capítulo apresenta-se a descrição, análise e interpretação dos dados coletados no laboratório de análises clínicas, objeto de estudo. 4.1 O LABORATÓRIO CLÍNICO Nos primórdios do século XIX, os laboratórios de análises clínicas começaram a ter relevância fundamental de apoio na área de diagnósticos quando a medicina abandona seus procedimentos empíricos e os substitui por métodos científicos. O progresso da ciência médica nos países da Europa deu-se com o desenvolvimento de métodos que viriam auxiliar no diagnóstico, que teve como seu início com estudos de A. Bassi (1773-1857) ao descobrir que a doença do bicho-da-seda (1807-35) era causada pelo Botrytis Paradoxa. Conforme Enciclopédia Barsa (vol.12 p. 144 – 145), Louis Pasteur, cientista francês (Dole, 27 - XII - 1922 – Saint-Cloud, 28 - IX -1895) químico e microbiologista revolucionaram os métodos de combate às doenças infecciosas. Estabeleceu as bases cientificas na área de microbiologia, seguido de Kock (1843-1910), que identificou o bacilo causador da tuberculose, e posteriormente por Ehrlich (1854-1915) que desenvolveu a técnica de coloração biológica. A área da bioquímica fundamentada na química orgânica teve seus métodos desenvolvidos por Millon, Pettekofer e Fehling (principais destaques), o que veio a contribuir com a o apoio em atendimentos hospitalares e a medicina. Millon (1812-1867) desenvolveu a análise da proteína; Pettenkofer (1818-1901) desenvolveu a análise para a bile; Fehling (18121885) contribuiu com a análise do açúcar na urina (CASTIGLIONI, 1947). Anterior as novas técnicas de análise, estas eram realizadas por métodos gravimétricos, técnicas semiquantitativas. Era um processo muito trabalhoso e demorado, além disso, forneciam informações limitadas. Posteriormente, com as novas técnicas introduzidas como a calorimétricas, a partir da descoberta do calorímetro, as análises bioquímicas tiveram avanço considerável dando informações mais precisas e com menor tempo, maior confiabilidade às análises e vindo a colaborar com a diminuição de custos de Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 43 pessoal. À medida que a ciência avançou, várias disciplinas correlacionadas foram desenvolvendo-se e ampliando a capacidade analítica dos laboratórios; o desenvolvimento técnico trouxe o aprimoramento dos métodos, tornando-se mais precisos e rápidos (SANNAZARO, 1993, p. 216). Nos últimos anos às técnicas de análise laboratoriais vêm se desenvolvendo com intensidade o que vem ao encontro de proprietários e pesquisadores da evolução dos métodos de análises. Atualmente, os avanços são percebidos de forma muito visível, para tanto basta acompanhar o volume de exames exigidos por médicos especialistas em suas consultas. Este determinou aos laboratórios uma reestruturação para atendimento com eficiência a seus clientes. Contudo, estas modificações e adaptações geram custos. O volume de exames, cada vez mais sofisticados e precisos, igualmente geram custos. Os exames nos Laboratórios de Análises Clínicas, doravante tratadas LACs, evoluíram em número expressivo o que impôs novos desafios, pois, a capacidade manual já não atendia as necessidades da demanda. Surge por necessidade óbvia a intervenção das máquinas e novas tecnologias. Com a evolução industrial, novos equipamentos surgiram para os laboratórios o que viria ao encontro da redução de mão-de-obra especialmente a não qualificada e a eficiência dos exames veio a ter maior confiabilidade. Ao mesmo tempo em que houve diminuição de mão de obra não qualificada na elaboração dos exames, a evolução tecnológica trouxe aos laboratórios novos avanços o que ocasionou uma nova adaptação à realidade laboratorial. A partir de 1960, surgiram os primeiros analisadores multicanal e os contadores eletrônicos de células, o que veio a facilitar o trabalho de análises. As novas metodologias introduzidas nos LACs melhoraram a qualidade dos resultados produzidos, minimizaram a quantidade e amostra necessária para a realização dos testes, trazendo grandes benefícios para a área (MARKIN, 1992, p. S3-S10). Com o advento da informática e a automação industrial, ocorreram mudanças com a implantação do Sistema de Informação Laboratorial (LIS), que faz a interface entre o equipamento que realiza a análise e o sistema de informação do laboratório. Esta implantação veio evitar os erros na transcrição dos resultados, aumentando a rapidez na obtenção do resultado ao cliente. A robótica, que diante da complexidade dos exames veio contribuir para que houvesse eficiência em exames mais bem elaborados que á condição humana, limitada pela destreza e velocidade, não pode oferecer. A incorporação da robótica, inicialmente em equipamentos Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 44 individuais e depois na integração entre equipamentos foram denominados de estações de trabalho (MC PHERSON,1998, p. 339-346). Com as estações de trabalho houve transformações na rotina do trabalho, mudando conceitos como a departamentalização dos processos dentro do laboratório (SANNAZZARO,1998 p. 292). Entre as várias concepções de laboratório, há a de Sasaki, que transformou o laboratório em um sistema integrado, onde seções e setores deixam de existir e os equipamentos tornam-se interligados uns aos outros através de esteiras, em um processo contínuo desde a fase pré-analítica até a emissão de laudo. A este novo sistema deu-se o nome de laboratório horizontal (MC PHERSON,1998 p. 339-346). Sob o enfoque da Teoria dos Sistemas, a empresa caracteriza-se como um sistema aberto e essencialmente dinâmico, isto é, como um conjunto de elementos interdependentes que interagem entre si para a consecução de um fim comum, em constante inter-relação com seu ambiente. Como um sistema aberto, a empresa encontra-se permanentemente interagindo com seu ambiente. Como um sistema dinâmico, realiza uma atividade ou um conjunto de atividades, que mantém em constante mutação e requerem seja constantemente orientadas ou reorientadas para sua finalidade principal. CATELLI (2001, p. 38–39). A LAC pode ser visualizada como um processo de transformação de recursos (materiais, humanos, financeiros, tecnológicos), em serviços, composto de diversos processos menores, interdependentes, que são suas atividades (Figura 1). Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 45 MERCADO Sócios, concorrentes, governo, sindicatos etc. Acionistas, concorrentes, governo, sindicatos etc. Mercado Consumidor FORNECEDOR Empresa Recursos materiais Recursos humanos Compras de recursos Estoque materiais Exames Serviços Recursos financeiros Recursos de tecnologia Serviços de apoio (exames) Laboratórios tercerizados Finanças Vendas serviços Comprometimento da Missão Recursos de informações Resultado econ Eficiência Continuidade Eficácia Figura 1 - Visão sistêmica da empresa. Fonte: CATELLI, (2001, p. 38-39). Em uma empresa de prestação de serviço (LACs), essas atividades poderiam ser, entre outras, compras de insumos (reagentes), recebimento e estocagem de materiais (frascos, reagentes, agulhas, seringas e outros), consumo de recursos, manutenção de equipamentos, vendas (serviços mão-de-obra), captação e aplicação dos recursos financeiros e outros. Nos LACs e em outras tipos de empresas algumas geram atividades internas geram serviços que objetivam atender as necessidades externas à empresa. No caso do nosso LACs algumas atividades (exames) são terceirizadas com objetivo de uma maior produtividade e eficiência visto que certos equipamentos deveriam ser instalados para atendimento a estes tipos de serviços porém a demanda é pouca ou que não justificaria a aquisição de um equipamento de valor elevado. A atividade da LAC alvo, como já se mencionou, é a prestação de serviços na forma de análise laboratorial, o que compreende basicamente ao atendimento a pacientes que procuram o LAC por solicitação médica. Todos os processos já descritos no capítulo anterior oferecem oportunidade de mensuração dos custos envolvidos, embora que na maioria dos casos isto seja de difícil decomposição, não devido à recepção e coleta, que possuem um conjunto de atividade ínfimo, se comparado ao setor de análises, que possui por orientação da Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 46 ANVISA (Associação Nacional de Vigilância e Inspeção Sanitária) os métodos e meios bem definidos, mas que diante do volume de possibilidades oferecidas torna o rateio de difícil discussão. 4.2 A APLICAÇÃO DO TDABC O trabalho segue as sugestões apresentadas por Kaplan e Andersen (2007), seguindo o roteiro por eles sugerido: (a) começar pelos processos mais custosos; (b) definir o escopo do processo; (c) determinar os principais direcionadores de tempo; (d) usar variáveis indutoras prontamente disponíveis; (e) começar com simplicidade e (f) envolver o pessoal na construção e validação do modelo. Iniciar o modelo TDABC onde se gasta mais tempo e verificar se incorre em mais custos é a primeira sugestão. Segundo Kaplan “a exata modelagem dos custos desses processos exercerá maior impacto potencial sobre os resultados financeiros” (2007, p. 40). Isto sugere que a pesquisa tenha o bom senso de começar com um modelo que meça como os diferentes segmentos de clientes consomem os recursos dispendiosos de recepção/coleta e análise laboratorial. A definição do escopo do processo nos setores, sob investigação, deixará claro sobre onde inicia e onde acaba o processo. Isto sugere que se deve avaliar inclusive tempo gasto ao telefone, preparação de reuniões e visitas a uma agência dos correios. Para cada atividade deverá ser feita a identificação dos fatores mais significativos e influentes que consomem tempo de recursos (capacidade). Contudo, Kaplan e Andersen (2007) alertam que as empresas não devem adotar novas tecnologias de coleta de dados apenas para alimentar o modelo TDABC. Mas, no caso da falta de dados sobre os processos importantes que consumam alta porcentagem dos custos totais, tais lacunas são justificativas para o desenvolvimento de novos sistemas de coleta de dados sendo que “o investimento mais do que justifica se a falta de informação comprometer e gestão do negócio” (Kaplan, 2007, p. 41). O fator de simplicidade apresentado por Kaplan e Andersen (2007) sugere que se use uma variável indutora na equação. Caso se necessite de mais exatidão, deve verificar-se que dados estão disponíveis para aumentar a acurácia. O envolvimento do pessoal na construção do modelo eleva o nível do modelo, pois Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 47 como adverte Kaplan “os modelos de custo são apenas tão bons quanto a organização os considere bons” (2007,p. 41). E agrega “quando se ignoram as contribuições do departamento, compromete-se à adesão e, em última instância, reduz-se o impacto” (2007,p. 41). É isso que se busca no desenvolvimento da pesquisa. 4.3 ANÁLISE PELO MÉTODO DE CUSTEIO (TIME-DRIVE ACTIVITY-BASE COSTING) A seguir são apresentados os custos retirados do balancete de verificação compreendido entre o período de 02/01/2007 a 30/09/2007, perfazendo um total de 189 úteis. Serão analisadas as despesas ocasionadas por salários e encargos, especificamente designados por: pró-labore (sócios bioquímicos), salários (recepcionistas, coletores e sanitarista), INSS, FGTS, contribuição e sindical. Será dissecado do balancete os valores repassados a terceiros e se dará por denominação de outras despesas o conjunto de gastos com: água, energia elétrica, telefone, material de expediente, despesas postais, seguros, manutenção e conservação, aluguéis, fretes e carretos, material para expediente clínico, depreciação, vigilância e segurança, assinaturas e mensalidades, assistência médica, material de consumo e consumo de gás. Os montantes de cada setor podem ser acompanhados pela Quadro 1, que utiliza para a recepção e coleta o termo Setor-1 e para as análises laboratoriais Setor-2. Os custos correspondem aos 20.359 exames internos realizados e dos 5.177 exames enviados a outros laboratórios (externos). Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 48 Especificação Salários e encargos Pró-labore Salários INSS FGTS Cont. Sindical Serviços de Terceiros Honorários Contábeis LACs externos Despesas Administrativas Água Energia elétrica Telefones Material de expediente Despesas postais Seguros Manutenção e conservação Aluguéis Fretes Material clínico Depreciação Vigilância e segurança Assinaturas e mensalidades Assistência médica Material de consumo Gás Soma Setor-1 17.462,58 12.075,83 4.340,68 966,07 80,00 894,56 894,56 21.591,35 220,50 133,50 4.464,89 3.219,20 109,60 357,59 7.377,20 89,13 2.419,25 273,35 709,29 1.975,15 693,49 49,21 40.448,49 Setor-2 47.050,55 29.536,33 7.064,07 8.368,32 1.953,19 128,64 45.905,21 2.410,28 43.494,93 21.934,54 661,50 401,11 496,10 1.072,77 223,35 4.584,80 7.257,92 820,06 472,86 5.925,50 18,55 115.390,30 Soma 64.513,13 29.536,69 19.139,90 12.708,64 2.919,26 208,64 46.799,77 3.304,84 43.494,93 44.525,87 882,00 534,61 4.960,99 3.219,20 109,60 1.430,36 223,35 12.462,00 89,13 9.677,17 1.182,15 7.900,65 693,49 49,21 18,55 155.838,79 Quadro 1 - Especificação dos custos por setor de recepção, coleta e análise. Fonte: balancete de verificação de 02/01/2007 a 30/09/2007. Os valores apresentados foram retirados do balancete jan/set do LAC alvo. Contudo, as despesas administrativas merecem algumas considerações. No caso dos gastos com água e luz, os valores estão separados, pois as atividades dos dois setores já apresentados ocorrem no mesmo prédio, contudo ambos possuem contas separadas, facilitando a análise. Com a conta telefônica ocorre o mesmo. Material de expediente aqui compreende material de escritório: papel, tinta, caneta, lápis, etc. e seu valor foi totalmente discriminado para o Setor-1, o mesmo ocorreu com as despesas postais. O valor do seguro foi rateado com relação aos valores dos equipamentos constantes em cada setor, sendo que o Setor-2 (análise) possui muito mais valor a ser segurado. A aferição de equipamentos do Setor-2 explicam os custo de manutenção naquele espaço. A área do Setor-1 é maior que a do Setor-2, isto justifica a diferença no valor do aluguem pago e dos serviços de vigilância e segurança. Os fretes são totalmente dirigidos pelo Setor-1. Mesmo que seja material do Setor-2, é o Setor-1 que operacionaliza este processo. Os materiais clínicos tem um custo maior no Setor-2 por motivos óbvios, contudo, Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 49 não são desprezíveis os valores associados no Setor-1 que chega próximo dos 25% de sua totalidade. A depreciação se faz sentir mais no Setor-2 devido aos equipamentos, cuja obsolescência tecnológica é mais fortemente sentida. Aos gastos com assinaturas é maior no Setor-2 por se tratar de um lócus que necessita estar permanentemente atualizado com os procedimentos laboratoriais que são adotados por força de lei ou convenção. O gasto com assistência médica advém da necessidade intervenção de profissionais médicos em socorro a clientes que sofrem algum problema durante a fase de coleta. Os custos de material de consumo (bolachas, açúcar, sucos, etc) e gás são inexpressivos, contudo são usados na análise. Para o tratamento do custeio pelo método TDABC, foi necessário á verificação da capacidade de trabalho em cada setor, ou seja, a quantidade de tempo disponível nos setores de recepção e coleta, e análise. O número de análises realizadas no período, limitado pelo balancete foi de 33.053 exames, dos quais 25.713 foram realizados no próprio LAC alvo e 7.340 foram enviados para LACs terceirizados. O número de dias efetivamente trabalhados foi de 189, tomados como referência no balancete. Sabe-se que o LAC investigado trabalha um total de 44 horas semanais, divididas em 5 (cinco) dias de atividade. Contudo o horário de funcionamento do LAC é das 7:00h às 18:00h o que daria semanalmente uma diferença de uma hora, porém aqui não foram computados os tempos de folga nas atividades que ocorrem três vês no período, uma pela manhã, parada para o almoço e uma pausa pela tarde, que devido ás atividades laboratoriais são de difícil controle, por motivos técnicos. Cada funcionário trabalha 9 horas diárias, havendo duas recepcionistas este valor sobe para 18 horas diárias. Dois coletores dedicam duas horas e meia para a coleta, ou seja mais 5 horas de capacidade produtiva. A higienização ocorre no setor de recepção e coleta no início e no final do período, o que acumula mais duas horas de trabalho, totalizando no setor 25 horas de labor. Ao se supor uma ociosidade de 25%, resulta em labor diário do setor 18,75 horas. Num universo de 189 dias haverá uma capacidade de 3543,75 horas, que transformadas em minutos resulta em 212.625 minutos. No setor de análise, a força de trabalho é composta por dois bioquímicos (9 horas cada) e dois auxiliares de laboratório (que são os coletores do setor de recepção e coleta), que trabalham 6,5 horas no setor de análises. Assim, o total de horas trabalhadas perfaz 38 horas. Supondo uma mesma ociosidade de 25%, chega-se em 28,5 horas efetivamente trabalhadas. Em um total de 189 dias haverá uma disposição de 5386,5 horas, ou ainda, 323.190 minutos. Tomando os custos associados no período, R$ 40.448,49 no setor-1 (recepção e coleta) e R$ 115.390,30 no setor-2 (análise), totaliza-se R$ 155.838,70. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 50 No quadro 2 apresenta-se o número de funcionários na recepção, coleta e higienização, bem como o custo por minuto do setor. HORÁRIO FUNCIONÁRIOS RECEPÇÃO FUNCIONÁRIOS COLETA FUNCIONÁRIOS HIGIENIZAÇÃO 7:00 ás 8:00 2 2 8:00 ás 9:30 9:30 ás 17:00 2 2 2 - - 0,27 0,14 17:00 ás 18:00 2 - 1 0,21 1 CUSTO P/ MINUTO R$ 0,34 Quadro 2 - Número de funcionários na recepção, coleta e higienização e o custo por minuto do setor. Fonte: dados da pesquisa. Fazendo uma análise de tempos pode-se inferir que o minuto no setor de recepção e coleta, custa R$ 0,19 e no setor de análise o custo unitário (do minuto) é de R$ 0,36. Porém há uma ressalva a ser feita, pois no período das 7:00 horas até às 9:30 os dois auxiliares de laboratórios atuam como coletores, ou seja, o custo destes dois funcionários durante o período das primeiras duas horas e meia de atividade acumula no setor-1, enquanto que às seis horas e meia restantes, impactam no setor-2 (análise). O custo médio do laboratório (tomados os dois setores) é de R$ 0,62 por minuto. O valor fica mais próximo do custo do setor-2 (análise), pois lá ocorrem os maiores custos, porém lá também há maior capacidade de trabalho. Analisando o tempo médio dos exames realizados, chega-se a um número aproximado de 12min30s por análise realizada. Estes valores, contudo necessitam de uma verificação, pois a distribuição de tempos de exame não é uniforme. Graficamente a variação de custos pode ser acompanhada pelos esquemas apresentados na Figura 1. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 51 0,34 0,27 0,21 5 0,14 4 3 2 0 1 2:30 8 9 Figura 2 – Custos unitários do setor de recepção e coleta de material biológico (setor-1). Fonte: dados da pesquisa. Os valores obtidos nestes esquemas deve-se a utilização de médias ponderadas, pois se sabe que do setor-1 (recepção e coleta) o minuto de trabalho custo R$ 0,19, contudo ele deve ser ponderado, ou seja, na primeira hora de trabalho há 5 funcionários no setor a um custo de R$ 0,34 por minuto. Passada á primeira hora, o responsável pela desinfecção abandona seu posto e vai ao laboratório (setor-2), voltando somente no final do período para nova higienização, neste momento o custo baixa para R$ 0,27 o minuto. Desta primeira hora até a metade da segunda hora ficam no setor-1 quatro funcionários. Depois de passadas duas horas e meia, os coletores seguem para o laboratório onde iniciam a pré-análise (setor-2), ficando apenas dois recepcionistas no setor-1 a um custo de R$ 0,14 o minuto. Ao final do período, com a volta do responsável pela desinfecção volta a um total de três funcionários e o custo volta a R$ 0,21 o minuto. Na Figura 2 evidenciam-se os custos unitários das duas análises do material biológico (setor 2). Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 52 0,51 0,41 0,31 0,21 5 4 3 2 0 1 2:30 8 9 Figura 3 – Custos unitários das análises do material biológico (setor-2). Fonte: dados da pesquisa. De similar modo, o setor-2 (análise) inicia o dia com R$ 0,21 o minuto, momento em que trabalham apenas dois bioquímicos no laboratório. Passada há primeira hora, o setor recebe o funcionário responsável pela higienização, subindo o custo para R$ 0,31 o minuto, com a chegada dos coletores do setor-1, que passam a ser laboratoristas do setor-2, o custo sobe para R$ 0,51 o minuto, baixando ao final do período para R$ 0,41 o minuto, que é quando o responsável pela higienização volta ao setor-1 para terminar seu dia. É importante salientar que o custo dos funcionários é proporcional aos custos do setor, por exemplo, o minuto de higienização no setor-1 vale R$ 0,07, enquanto que no setor-2 vale R$ 0,10 o minuto. O mesmo ocorre com os coletores/laboratoristas, fazendo o custo do minuto variar na mesma escala, conforme demonstrado no Quadro 3. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 53 HORÁRIO FUNCIONÁRIOS RECEPÇÃO FUNCIONÁRIOS COLETA FUNCIONÁRIOS HIGIENIZAÇÃO CUSTO P/ MINUTO R$ 2 2 2 2 2 2 1 1 - 0,21 0,31 0,51 0,41 7:00 ás 8:00 8:00 ás 9:30 9:30 ás 17:00 17:00 ás 18:00 Quadro 3 - Número de funcionários na análise e higienização e o custo por minuto do setor. Fonte: dados da pesquisa. Por sua vez, no Quadro 4 demonstram-se o número de funcionários na recepção, coleta e análise, bem como o custo por minuto da soma dos setores. HORÁRIO FUNCIONÁRIOS RECEPÇÃO FUNCIONÁRIOS COLETA 2 2 2 2 2 2 - 7:00 ás 8:00 8:00 ás 9:30 9:30 ás 17:00 17:00 ás 18:00 FUNCIONÁRIOS HIGIENIZAÇÃO E ANALISE 1 2 3 3 1 2 CUSTO P/ MINUTO R$ 0,55 0,58 0,65 0,62 Quadro 4 - Número de funcionários na recepção, coleta e análise e o custo por minuto da soma dos setores. Fonte: dados da pesquisa. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 54 0,55 0,58 0,65 0,62 2 4 3 0,2 5 0 5 3 4 2 0 1 2:30 8 9 Figura 4 – Custos unitário do LAC (setor-1 e setor-2). Fonte: dados da pesquisa. Organizados os custos por unidade de tempo da capacidade, será apresentada a equação dos tempos, que determinará o tempo despendido em um dia normal de trabalho. O custo unitário por setor agora é somado, sendo que na primeira hora da manhã seu custo é de R$ 0,55 o minuto, da primeira hora até a segunda hora e meia alcança R$ 0,58. Após este período adentra ao maior custo diário chegando em R$ 0,65 o minuto e baixando na última hora do dia para R$ 0,62. Figura 3 pode ser observado o custo unitário (por minuto) do LAC estudado. O custo ocorre de forma discreta, contudo em seu formato contínuo poderia ser entendido como durante o dia de trabalho pela integral das taxas individuais, ou seja: Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 55 60 150 480 540 C 0,55 dt 0,58 dt 065 dt 0,62 dt 0 60 150 480 Ou dissecando os custos entre os setores: 60 150 480 540 Setor-1: C 0,34 dt 0,27 dt 0,14 dt 0,21 dt 0 60 150 480 60 150 480 540 e no Setor-2: C 0,21 dt 0,31 dt 0,51 dt 0,41 dt 0 60 150 480 Onde os valores , , e representam a unidade. Os dias analisados foram denominados de “normais” por não terem sido feitas coletas de tempo em dias que precedem feriados (ou os conhecidos feriadões). Além disso, não foram consideradas as segundas-feiras, que usualmente são mais concorridas em laboratórios e as sextas-feiras, que tipicamente são pouco procuradas. Os tempos obtidos foram apresentados no Quadro 5. Procedimento Duração média do procedimento X1: Recepção do cliente (antes e depois da coleta de 252 segundos = 4,20 minutos material) X2: Coleta de sangue (por cliente) 186 segundos = 3,10 minutos X3: Exame Laboratorial de sangue (por exame) 201 segundos = 3,36 minutos X4: Bioquímico (por exame) 60 segundos = 1 minuto X5: Exame de fezes 90 minutos X6: Exame de urina 15 minutos X7: Espermograma 60 minutos X8: Confecção do relatório (instrumental) 36 segundos = 0,6 minuto X9: Confecção do relatório (manual) 288 segundos = 4,80 minutos X10: Despacho e recebimento de exames externos ao 144 segundos = 2,4 minutos laboratório (média dos grupos) Quadro 5 - Duração média dos procedimentos de recepção, coleta e análise laboratorial de material biológico. Fonte: dados da pesquisa. As equações dos tempos dos procedimentos diários no laboratório ficaram assim descritos matematicamente: TP1(Recepção/Coleta) = 4,20X1 + 3,10X2 + 16 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 56 TP2(Laboratório-instrumental) = 3,36X3 + 1X4{se Bioquímico}+ 0,6X8 + 8 TP3(Laboratório-manual) = 90X5 + 15X6 + 60X7 + 4,80X9 + 4 TP4(Externo) = 4,20X1 + 3,10X2 + 2,40X10 + 24 O valor de 0 médio para cada caso foi o tempo estimado que os atendentes utilizam no atendimento a telefonemas e explicações concernentes aos exames. Trata-se de um grupo de tempos muito difícil de ser ajustado, pois depende de circunstâncias momentâneas. Além disso, a casos em que a coleta e exame necessitam ser refeitos, porém no acompanhamento feito não houve registro do mesmo, contudo em entrevista foi apresentado este problema de re-trabalho. Outro detalhe que merece registro é a questão de exames em que o cliente faz o pagamento direto ao setor de recepção e coleta. Esse procedimento mesmo podendo parecer fácil e rotineiro, tem por característica ser extremamente variável, ou seja, ás vezes é muito rápido, outras vezes bastante demorado. No cômputo geral dos dados o trabalho chegou a um atendimento médio de 32 clientes ao dia com um total de 67 exames a serem confeccionados. Mesmo fugindo do escopo de trabalho, registra-se que ocorre uma ociosidade de mais de 50% no uso do laboratório. Isto causado pelo número de atendimentos, elevado número de atendentes e laboratoristas e ao grande número de exames realizados externos ao laboratório estudado. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES Neste capítulo apresentam-se as conclusões da pesquisa realizada e recomendações para futuros estudos sobre o tema investigado. 5.1 CONCLUSÕES No caso específico do laboratório de análises clínicas (LAC) estudado o que preocupava na aplicação do TDABC era o tamanho empresa e suas pequenas transações. Porém, o que determinou o grau de compatibilidade tem menos a ver com tamanho que com outros fatores, como os que seguem: a) Padronização dos processos - quanto mais repetitivos forem os processos, mais fácil será modelá-lo por meio das equações de tempo; b) Diversidade de produtos e clientes - quando se tem apenas poucos produtos ou clientes eles são relativamente semelhantes uns aos outros. Este fator já havia sido mencionado por Kaplan (2007, p. 278), acrescentando que “a acuracidade dos sistemas de custo padrão ou do ABC convencional poder ser suficiente”. Se, contudo, os produtos da empresa forem diversificados, em termos de volumes de vendas, grau de padronização e nível de serviços, os benefícios de um modelo de custeio mais acurado compensam seus custos. c) Custos altos e crescentes - uma pequena empresa, como a estudada, pode beneficiar-se com o modelo TDABC. Isto pela sua magnitude e pela tendência dos custos indiretos verificados na organização. Sem um modelo de custeio exato, mesmo as pequenas empresas tendem a acrescentar muitas variações a seus produtos e serviços e aceitar muitos pedidos especiais de clientes, fatores que acarretam aumento do consumo de recursos. d) Disponibilidade de dados - o modelo TDABC exige dados sobre as transações. Neste trabalho os dados não estavam disponíveis de imediato nem puderam ser recuperados de alguma fonte. Contudo, mesmo o número de exames sendo elevado, ele foi extremamente simplificado pela existência de equipamentos eletrônicos no Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 58 setor de análise, que inicialmente foi imaginado extremamente complexo e cheio de etapas diferenciadas. Sobre as equações de tempo, imaginou-se que com a inclusão de mais características e direcionadores de processo no modelo, fez parecer inicialmente que o TDABC fosse ainda mais complexo que o método convencional. Isto não ocorreu, pois as equações de tempo devem ser compreensíveis e fundamentadas na realidade das operações. Este estuda recomenda não construir equações de tempo com direcionadores que não estejam prontamente disponíveis. Tampouco, sugere-se que desenvolver equações para processos que o pessoal operacional não possa descrever em termos simples. Do mesmo modo, nem todas as equações dos processos exigem o mesmo rigor. No caso dos processos de baixo custo e poucas variáveis, como é o caso da pesquisa que se encerra, as equações de tempo podem ser substituídas por meras estimativas de tempo. Kaplan (2007, p. 279) acrescenta que “o modelador do TDABC expandirá as equações de tempo conforme as necessidades e o fará apenas quando o acesso aos direcionadores adicionais for imediato”. O LAC estudado não usava nenhum método de custeio. Contudo, caso houvesse algum existente, em especial o ABC convencional este poderia ser usado. Pois, com o modelo ABC já estariam definidos os processos básicos e as estruturas das atividades. Kaplan chama atenção ao fato de que o TDABC deve ser realizado em equipe. Inicialmente, a pesquisa se desenvolveu sem efetivamente levar em conta esse enlace. Entrementes, foi observado que as equipes de ambos os setores estudados (Recepção/coleta e laboratório) se comunicavam efetivamente. O modelo TDABC exigiu dados específicos e estes dados se compartilhados afetam decisivamente a elaboração e implantação do exposto, além de tornar a simulação e avaliação do modelo possível. Sobre a simulação e avaliação, que Kaplan denomina de “estudo piloto” (2007, p. 281), agrega-se o fato de que s empresa tiver unidades descentralizadas, recomenda-se que se eleja um “gerente” (ou alguma denominação semelhante) que manifeste entusiasmo quantos aos benefícios potenciais do TDABC. A implementação pode ser gradual, desde que a unidade a ser adicionada execute o “estudo piloto” com garantia de visibilidade no conjunto para demonstrar do impacto e sucesso do modelo. Nesta pesquisa, a presença da academia (e de suas exigências de prazo e método) fez com que as equações de tempo fossem organizadas pelo autor, contudo esta atribuição pode ser delegada a algum líder de equipe da TDABC. Este responsável deverá construir, manter, modificar, adaptar e fazer evoluir o modelo. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 59 Embora os funcionários que executam o mesmo processo possam apresentar diferenças de desempenho, estas variações não influenciam os custos dos exames. Estas variações desaparecem quando são tomados tempos médios. Evidentemente, quanto maior o grupo mais acurado será o tempo estimado para servirem de parâmetros nas equações de tempo. A identificação de variações resultantes do nível de treinamento e de habilidade dos empregados é importante para a melhoria das operações, mas não influenciam os custos usados para gerenciar produtos. Contudo, deve-se monitorar a disponibilidade e desempenho de cada empregado para propósitos de custeio estratégico. Como o modelo TDABC monitora e quantifica sistematicamente a capacidade fornecida, mas não usada, para processamento das transações, para a produção e entrega de produtos e para a prestação de serviços aos clientes. Os praticantes do TDABC também podem identificar desperdícios e examinar as equações de tempo em busca de ineficiências nos processos. Ao fazer entrevistas para estimar os parâmetros a serem incluídos nas equações de tempo, a equipe envolvida no projeto tem condições de avaliar as etapas do processo como agregadoras de valor ou não-agregadoras de valor. Os tempos e em conseqüência, os custos referentes a etapas do processo que não adicionam valor tornam-se alvos das metodologias de gestão enxuta e de melhoria dos processo. Com o exposto pode-se então inferir sobre o problema, objetivos e premissas iniciais da pesquisa. Quanto ao problema da pesquisa (Qual o custo por atividade nos procedimentos de recepção, coleta e análise de material biológico em LACs?), este foi respondido pela quando da construção dos esquemas dos custos de tempo e capacidade. O desenvolvimento destes não foi tarefa simples por exigir o cálculo ponderado dos custos, visto a dinâmica entre os dois setores estudados. O cálculo do tempo necessário para realizar uma operação ou uma atividade foi apresentado pela confecção das equações de tempo: TP1, TP1, TP3 e TP4. Logo, se dá como respondida a questão de pesquisa. A pesquisa partiu de um conjunto de pressupostos que verificáveis, ou seja, os levantamentos dos tempos, métodos e materiais eram suposto como possível e realmente o é, mesmo agregado a isto certo grau de dificuldade foram acompanhados um total de 25.536 exames sendo que 20.359 exames internos e 5.177 exames externos. Contudo, nada disto é intransponível para uma pesquisa acadêmica, mas remove a não-trivialidade do trabalho. O método, mesmo sendo recente na literatura foi aplicado. Mantidas, as devidas proporções, supõe-se que agrega certo grau de originalidade ao trabalho. No terceiro pressuposto é que se encontram as maiores surpresas. De fato os custos de recepção e coleta não são desprezíveis frente aos custos laboratoriais, mas um detalhe que o Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 60 trabalho supunha como óbvio, ou seja, que os procedimentos laboratoriais fossem extremamente mais volumosos e complexos em relação à recepção e coleta se mostrou completamente falsa. A composição e detalhamento do laboratório pode ser classificado como simples, visto que a maioria dos exames é realizada por máquinas, o que desfaz a idéia de que o Setor-2 é mais complexo, mas sim sofisticado. O objetivo geral foi atendido, na medida em que as exigências básicas do modelo TDABC foi atendido, tanto no seu primeiro requerimento (determinação por unidade de tempo) e o segundo (determinação do tempo necessário para realizar um operação). Como não se conhecia o modelo aplicado em LACs na literatura, o viés da cientificidade se mostra alcançado. O objetivo geral foi alcançado, apoiado nos objetivos específicos elencados no início do trabalho. Conforme os mesmos eram alcançados, o objetivo geral se revelava. Assim, foi feito o levantamento dos custos dos materiais envolvidos nas etapas de recepção/coleta e análise material biológico no LAC alvo. Do mesmo modo foram apurados os custos de pessoal (salários e encargos), envolvidos no conjunto operacional de procedimentos do LAC. Mesmo parecendo óbvios estes dois procedimentos apontados como objetivos, eles receberam atenção especial e diferenciada, pois sequer o LAC alvo dispunha de todos os dados organizados e seus registros eram precários para os padrões contábeis na atualidade. A mensuração dos tempos das atividades contou com a presença física do autor. Contudo, nem sempre aferia tempos do processo que observava, ou seja, em verdade simulava uma observação, e aferia alguma próxima. Isto foi feito para evitar erros práticos de leitura por retirar o “nervosismo” do funcionário observado. Estes dados foram acompanhados por 22 oportunidades, do total de 189 dias acompanhados. Ressalta-se que nem sempre os acompanhamentos foram em período integral. A agenda de aferimento seguia interesses diretos associados ao trabalho. Com base nestes dados foi sendo alcançado o último objetivo específico, que era justamente determinar o modelo de custeio TDABC, que foi apresentado. 5.2 RECOMENDAÇÕES Dados as limitações impostas à presente pesquisa, alguns pontos podem ser estudados em trabalhos futuros, como: Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 61 a) comparação do modelo aos custos praticados pelos laboratórios que prestam serviços terceirizados ao LAC alvo; b) inclusão da parte administrativa do LAC alvo ao modelo descrito; c) verificação em LACs que possuem mais de um ponto de coleta e/ou análise, para comparação de equações. Dentre as limitações do trabalho são destacadas pelas perguntas que não foram respondidas na pesquisa, como: a) como se quantificam os desperdícios no TDABC em LACs? b) como os sistemas integrados de gestão existentes têm capacidade para executar o TDABC, no caso de LACs e em outros setores? c) como o TDABC pode ajudar na orientação do crescimento lucrativo do negócio? d) quais os exames laboratoriais podem ser classificados em não-lucrativos pelo TDABC? Frente a isso, o trabalho encontra seu final nestes termos. É notória sua possibilidade de expansão e aprofundamento, sendo tudo uma questão de ampliar o modelo que foi descrito. Tudo isto poder ser melhorado, inclusive na transparência dos custos. Enfim como escreve Jeff Nachowitz (apud KAPLAN, 2007, p. 38): “a transparência dos custos é um conceito ilusório e em geral nas organizações complexas, sempre há ‘ganhadores e perdedores’, introduzindo assim um fator político em todas as metodologias de rateio de custos”. Portanto, basear-se em fatos e dados confiáveis e reconhecíveis é fundamental para convencer os clientes internos da integridade e da confiabilidade do processo em que se está envolvido. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) REFERÊNCIAS ACKOFF, Russel Linconln. Planejamento de pesquisa social. São Paulo: Ed. Da Universidade de São Paulo, 1975. ALMEIDA Rotilde Caciano de Organização do trabalho intelectual. Thesaurus Editora BACKER, Norton e JACOBSEN, Lyle E. Contabilidade de custos: um enfoque para administração de empresas. 2 ed. São Paulo: McGraw-Hill, 1984. BARSA, Enciclopédia Britannica do Brasil Publicações Ltda – ISBN 85-7042-081-1 volume 12 – p.144 – 145. BEULKE, Rolando e BERTÓ, Dálvio J Custo e estratégia de resultado. Porto Alegre – Sagra, 1985 BIO, Sérgio Rodrigues. Sistemas de informações: um enfoque gerencial. São Paulo: Atlas, 1996. BRIMBSON, James. 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Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) ANEXOS Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 69 ANEXO A - CUSTO DOS EXAMES ELABORADOS FORA DA EMPRESA LABORATÓRIOS CONVENIADOS Tipos Exames T3 L T3 T4 T4 L TSH TG TPO A - TG LH FSH Prolactina Testosterona Progesterona Estradiol HCG DHEAS CEA PSA Total PSA T. + PSA L. B12 Folato Ferritina PTH IGE Cortisol Insulina AFP CA 125 Toxo G Toxo M Rub G Bub M HBsAg Anti - HBS Anti - HBC TOTAL Anti - HBC lgM HBEAG Anti - HBE R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ A 5,55 3,37 3,37 3,37 3,37 12,00 12,00 12,00 5,80 5,80 5,80 6,90 6,90 6,50 6,90 8,40 10,00 9,00 14,80 9,90 11,20 8,00 13,00 7,40 6,70 9,20 10,00 12,00 7,80 9,50 8,00 10,50 6,90 9,90 8,00 11,00 10,30 9,00 R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ B 5,58 4,55 4,55 4,55 4,55 18,36 14,08 13,79 7,58 7,66 8,34 8,14 8,92 8,24 8,64 8,54 15,61 14,28 14,57 13,58 15,30 11,28 14,92 8,06 8,65 11,84 10,66 14,99 8,13 10,00 8,06 11,17 7,16 11,18 8,92 13,33 10,30 9,32 R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ C 6,13 4,63 4,63 4,63 4,63 14,04 12,91 14,21 7,58 7,59 8,48 8,11 9,08 8,28 9,22 9,65 10,08 11,86 12,42 13,98 14,96 11,38 13,01 8,13 8,73 15,07 12,91 15,07 9,64 10,73 11,15 15,13 7,98 11,82 10,74 15,61 12,15 12,14 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ D 5,90 3,97 3,97 3,97 3,97 12,30 13,30 12,10 6,00 6,00 6,80 7,30 7,50 7,60 7,80 8,70 8,70 10,90 13,20 12,90 12,90 11,40 15,30 7,70 7,80 10,70 11,90 14,90 6,90 9,80 8,20 11,20 7,10 9,60 9,60 13,30 10,80 10,50 70 HVA IGG HVA IGM HCV CITOM. IGG CITOM. IGM HIV 1-2 R$ R$ R$ R$ R$ R$ 10,50 12,60 13,00 8,00 10,00 8,80 R$ R$ R$ R$ R$ R$ 10,80 14,72 18,67 8,87 14,99 9,21 R$ R$ R$ R$ R$ R$ 12,15 16,92 23,20 10,29 11,87 9,54 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) R$ R$ R$ R$ R$ R$ 10,90 14,50 18,00 9,00 9,40 12,30 APÊNDICES Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 72 APÊNDICE A - EXAMES REALIZADOS NO DIA 14/01/08 PELA EMPRESA EXAMES REALIZADOS NO DIA 14/01/08 NOME EXAMES Acido Urico Albumina Antiestreptolisina "O" Colesterol Creatinina Creatinofosfoquinase (CPK) Fator Rematoide Ferro Fosfatase Alcalina Gama Glutanio Transfera Glicose HDL Colesterol Hemaglobina Glicosilada LDL Colesterol Mucoproteinas Proteina C Reativa Sorologia Para Lues Transaminase Oxalacetica (AST) Transaminase Piruvica (ALT) Triglicerideos Ureia TOTAL QUANTIDADE 2 1 1 7 6 2 2 1 1 1 6 6 3 5 1 2 5 4 3 7 1 67 Obs.: exames elaborados no dia 14/01/08, tendo como tempo 150 minutos. Mais 30 minutos da Bioquimica para preparar amostras. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 73 APÊNDICE B - EXAMES REALIZADOS NO DIA 14/01/08 POR LABORATORIOS CONVENIADOS BETA LABORATORIO DE ANALISES CLINICAS EXAMES NO DIA 14/01/08 SETOR Laboratorio Externo BIOQUIMICA Acido Urico Albumina Antiestreptolisina "O" Colesterol Creatinina Creatinofosfoquinase C Fator Rematoide Ferro Fosatase Alcalina Gama Glutamil Trasnfera Glicose HDL Colesterol Hemoglobina Glicosilada LDL Colesterol Mucoproteinas Proteina C Reativa Sorologia para Lues Transaminase Oxalacetic Transaminase Piruvica Triglicerideos Ureia TOTAL Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 2 1 1 8 7 2 2 1 1 1 11 7 3 5 1 2 8 4 3 8 1 79 74 APÊNDICE C - EXAMES NO LABORATÓRIO PRÓPRIO NO PERÍODO DE 01/01.07 A 30/09/07 BETA LABORATORIOS DE ANALISES CLINICAS EXAMES REALIZADOS PELO LABORATORIO PERIODO DE 01.01.07 A 30.09.07 LABORATORIO PROPRIO - SETOR BIOQUIMICA BETA EXAMES Acido Urico Albumina Amilase Antiestreptolisina O Apolipotroteina B Beta HGG Bilirrubina Total e Fra Calcio Calcio Ionizado Capacidade de Fixacao D Clearence de Creatinina Colesterol Creatinina Creatinofosfoqinase C Curva Glicenica Classic Desidrogenase Lactica Fator Reumatoide Ferro Fosafatase Alcalina Fosforo Gama Glutamil Tranfera Glicose Glicose 1 Hora Após Glicose 2 Hora Após Glicose Pos Prandial HDL Colesterol Hemoglobina Glicosilada LDL Colesterol Magnesio Mucoproteinas Proteina C Reativa Proteinas Tatais e Frac Proteinuria de 24 Horas Saturacao de Transferri Sorologia para Lues Teste Imunologico para Tolerancia A Lactose T Transaminase Oxalacetic Transaminase Piruvica Triglicerideos Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) QTDE 702 40 72 123 1 296 180 770 13 5 54 2113 1749 97 1 33 128 255 327 695 131 2863 13 7 82 1474 263 982 21 35 228 225 70 220 513 49 9 544 1178 1990 75 Ureia Ureia Pos-Dialise Ureia Pre-Dialise VLDL Colesterol TOTAL Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 453 652 652 51 20359 76 APÊNDICE D - LABORATÓRIOS CONVENIADOS BETA LABORATÓRIO DE ANALISES CLÍNICAS LABORATÓRIOS CONVENIADOS PERÍODO DE 01.01.2007 A 30.09.2007 SETOR: BIOQUIMICA LABORATORIO "A" LABORATORIOS "A" "A" "A" "A" "A" "A" "A" "A" "A" "A" "A" "A" "A" "A" "A" "A" "A" "A" "A" "A" "A" "A" "A" "A" "A" "A" "A" "A" "A" "A" "A" TOTAL EXAMES Anti HBC Igg Anticorpo Anti HBC Igm Anticorpo Anti HBC Total Antigeno Prostatico ESP Antigeno Prostatico ESP Beta HCG Quantitativo Chagas IGG Citomegalovirus IGG Citomegalovirus IGM Estradiol (E2) Ferritina HBS Anticorpos Anti HBSAG. Antigeno HCV Anticorpo Anti Hepatite a IGG Hepatite a IGM Hormonio Foliculo Estim Hormonio Luteinizante Hormonio Tiredestimulan Progesterona Prolactina Rubeola IGG Rubeola IGM Tiroxina (T4) Tiroxina Livre (T4 Livr) Toxoplasmose Avidez Toxoplasmose IGG Toxoplasmose IGM Triiodotironinas (T3) Triiodotironina Livre Trypamosana Cruzi IGM Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) QTDE 10 18 9 479 117 2 2 45 46 50 257 279 374 327 8 10 137 78 1521 11 73 73 72 225 591 1 101 101 152 7 1 5177