COMISSÕES A Comissão de Segurança e a Lei nº 12.334 Reportagem: CLÁUDIA RODRIGUES BARBOSA A Comissão Técnica Comissão de Nacional/ Segurança de que a legislação possa ser plenamente aplicada”, explica Fabio De Gennaro Castro, coordenador da CT-2. Barragens (CT-2) é uma das mais Enquanto isso, o Termo de Referência vigente diz antigas do Comitê Brasileiro de respeito à atualização do Guia Básico de Segurança de Barragens (CBDB) e possui caráter Barragens do CBDB. O manual, produzido pelo Núcleo permanente. Há mais de 30 anos ela lidera a luta Regional de São Paulo em 1999, reuniu as experiências de por uma legislação específica para a segurança das técnicos e suas empresas na área. barragens brasileiras. Foi assim que, após três décadas, “Havia tanta qualidade naquele trabalho que ele a Lei nº 12.334 de 21/09/2010 chegou ao patamar de passou a ser utilizado na íntegra pelo Ministério da poder ser sancionada. Integração”, conta Castro. Para ele, é necessário que Para atingir este objetivo, o CBDB coordenou uma se faça uma revisão no manual “com eventuais ajustes ação conjunta entre todas as associações técnicas do decorrentes da própria Lei” para retomar sua posição de País para pressionar o poder público a sancionar a Lei vanguarda”. de Segurança de Barragens - nº 12.334. Atualmente, a Comissão de Segurança tem atuado para que o processo de regulamentação seja concluído. “É o que falta para A Comissão de Segurança é integrada pelos seguintes técnicos, indicados por seus núcleos regionais: Lucia Miranda • Rio Grande do Sul Rogério Ruiz • Santa Catarina Marcos Soares • Paraná Selmo S. Kuperman • São Paulo Gilson Furtado • Minas Gerais Celso Pires • Rio de Janeiro Carlos Henrique Medeiros • Bahia Ricardo Barbosa • Pernambuco Vanda Teresa C. Malveira • Ceará O Guia Básico de Segurança de Barragens deve ser ajustado à Lei nº 12.334 * Pelo fato de ser uma comissão antiga, muitos profissionais colaboram há anos, como Ferdinand Budweg, Hamilton de Oliveira, Ciro Humes, João Francisco da Silveira, Clovis Leme, Felipe Pierre, Ronaldo Rocha, entre muitos outros. COMISSÕES Castro (esquerda) e o grupo de trabalho com o chairman Andy Zielinski (centro) em uma das reuniões executivas em Brasília, em maio de 2009 A CT-2 e o cenário internacional O presidente da Comissão de Segurança (CT-2), Fabio De Gennaro Castro, é também integrante do Comitê Técnico Internacional - Comissão DAM SAFETY, da Associação Internacional de Grandes Barragens (ICOLD na sigla em inglês). A seguir, ele faz uma análise da relação entre ambas e do trabalho desenvolvido fora do Brasil. CBDB – Qual a relação entre a CT-2 e a Comissão CBDB – Como funciona a estrutura do ICOLD? DAM SAFETY, do ICOLD? Castro – Atualmente são 35 comitês nominados pelas Fabio Castro – Por tratar de temas técnicos que letras do alfabeto. Embora aparente que tal critério permanentemente evoluem, a CT-2 também deve de denominação não tenha ‘vingado’, a DAM SAFETY acompanhar o cenário mundial e adequar em seus corresponde a letra G, com mandato vigente de 2012 a documentos o que se fizer necessário. Isto se aplica tanto 2015. Ela possui 35 membros oficiais que representam para as novas barragens, como para as já existentes. seus países. Os indicados para a função são aprovados Como representante do CBDB, é justamente esta ligação na Assembleia Geral, que ocorre anualmente, ao final entre o nacional e o internacional que eu faço. de cada reunião executiva. COMISSÕES Para consulta (Fonte: ICOLD) CBDB – Os encontros ocorrem com que frequência? Castro – Anualmente, com um esquema bastante formal, acontecem as chamadas reuniões executivas e, Termos de referência vigentes no ICOLD: no seu programa, ocorrem as reuniões das comissões técnicas. Eu participo da Dam Safety desde a reunião 1 Keep in contact with Chairmen of other ICOLD Committees in order to insure coherent works and publications concerning dam safety. 2 In support of Term 1 develop and implement a formal internal process for reviewing all relevant dam safety aspects addressed in reports and bulletins submitted for approval at General Assemblies. 3 Liaise with international agencies and Committees of ICOLD member countries, according to the needs. 4 Prepare guidance on management of dam safety for all phases of life cycle preceding the operations phase. 5 Review of the current state of dam safety legislation and regulation in ICOLD countries. 6 Review of current practices of risk assessment and management for dams. 7 Information collection on dam failures. Assessment of consequences or hazard potential resulting from dam failure. executiva de Santiago do Chile, em outubro de 1996, quando foi feita a transição de Ferdinand Budweg para mim. A partir da executiva de Nova Delhi, em 1998, passei a ir oficialmente e tenho comparecido em quase todos os encontros. Os trabalhos são produzidos no intervalo das reuniões, com muita troca de e-mails. CBDB – E o conceito de segurança? Castro – A DAM SAFETY tem tido até agora um foco bastante amplo e visando novas tecnologias - com ampla análise de risco e suas consequências. O conceito de segurança vem sendo abordado ao máximo, bem como a questão do valor da vida humana, considerado como uma fatalidade. Porém, em algumas situações, como algo tolerável, assim como o conceito ‘as low as reasonable practible’ (Alarp na sigla em inglês). O Bullettin 130 Risk Assessment in Dam Safety detalha todos esses conceitos. O Bullettin 154 Dam Safety Managemen - Operational phase of dam life cycle, publicado recentemente, além do texto em inglês, também tem versão em espanhol disponível no site da ICOLD.