UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE BIBLIOTECONOMIA CURSO DE BIBLIOTECONOMIA Carlos André Cruz Bezerra DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: CASO DO PROJETO CATÁLOGO VIRTUAL DA CARNAÚBA DO NÚCLEO TEMÁTICO DA SECA E DO SEMIÁRIDO DA UFRN Orientadora: Profª. Msc. Monica Marques Carvalho NATAL, RN 2010 CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: CASO DO PROJETO CATÁLOGO VIRTUAL DA CARNAÚBA DO NÚCLEO TEMÁTICO DA SECA E DO SEMIÁRIDO DA UFRN Monografia apresentada à Disciplina Monografia, ministrada pelas Profª. Maria do Socorro de Azevedo Borba e Renata Passos Filgueira de Carvalho, para fins de avaliação e como requisito parcial para conclusão do curso de Biblioteconomia, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Orientadora: Profª. Msc. Monica Marques Carvalho NATAL, RN 2010 C574d Bezerra, Carlos André Cruz. Digitalização como alternativa para a preservação documental: caso do projeto catálogo virtual da carnaúba do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido da UFRN / Carlos André Cruz Bezerra. – Natal, RN, 2010. 54 f. il. Orientadora: Monica Marques Carvalho. Monografia (Bacharelado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais aplicadas. Departamento de Biblioteconomia. 1. Sociedade da Informação – Monografia. 2. Tecnologia da informação – Monografia. 3. Digitalização – Monografia. 4. Preservação documental – Monografia. I. Carvalho, Monica Marques. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título. RN/UF/DEBIB CDU 005.922.52:004.932 CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: CASO DO PROJETO CATÁLOGO VIRTUAL DA CARNAÚBA DO NÚCLEO TEMÁTICO DA SECA E DO SEMIÁRIDO DA UFRN Monografia apresentada à Disciplina Monografia, ministrada pelas profª Maria do Socorro de Azevedo Borba e Renata Passos Filgueira de Carvalho, para fins de avaliação e como requisito parcial para conclusão do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. MONOGRAFIA APROVADA EM 11/ 12 /2010 __________________________________________________________ PROFª. MSC. MONICA MARQUES CARVALHO ORIENTADORA __________________________________________________________ PROFª. MSC. RENATA PASSOS FILGUEIRA DE CARVALHO MEMBRO __________________________________________________________ PROFª. MSC. JACQUELINE APARECIDA DE SOUZA MEMBRO Dedico a minha família pelo carinho e a força que sempre depositaram em mim. Ao meu amor que está sempre ao meu lado me mostrado os melhores caminhos da vida. Aos meus amigos que deixei na minha terra natal e os amigos que conquistei aqui na terra dos Potiguares. AGRADECIMENTOS A Deus por esta sempre ao meu lado mostrando-me os melhores caminhos para seguir de forma digna e com responsabilidade. Aos meus pais, que são base do desenvolvimento do meu caráter e da minha personalidade. Sempre estiveram buscando o melhor para minha felicidade e apoiando-me nas minhas escolhas. Ao meu irmão, que proporcionou a minha vinda para esta terra de Potiguares que acolheu-me muito bem e me trouxe muita alegria de viver. A Larissa, o meu amor, que esta sempre ao meu lado apoiando-me incondicionalmente no meu crescimento por meio do seu carinho, companheirismo e amizade. A minha sogra, sogro e cunhado que me trata com muito carinho, torcem pelo meu crescimento e a minha felicidade. Aos meus amigos que deixei na minha terra natal, que sempre torceram pelas minhas conquistas. Aos os amigos que aqui conquistei. Onde posso dizer que ganhei novos irmãos. Aos Docentes do Curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte que fazem parte do alicerce do meu crescimento como pessoa e profissional. A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido. Não na vitória propriamente dita. Mahatma Gandhi RESUMO Na sociedade atual a informação tem se constituído um recurso muito valioso. Portanto se faz necessário o desenvolvimento de estratégias que garantam seu controle, organização, preservação e disseminação. Nesse sentido, essa pesquisa visa em geral analisar as praticas da Digitalização realizadas no Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido do Rio Grande do Norte abordando-se o caso da coleção do Catálogo Virtual da Carnaúba. Especificamente visa averiguar como se encontra a questão da preservação documental no contexto atual, enfocando-se a digitalização como pratica de resgate e restauro documental, identifica a forma de tratamento documental da coleção da carnaúba do referido núcleo, propõe um fluxo de trabalho em torno da digitalização desta coleção bem como um produto para a divulgação do conteúdo digitalizado da mesma. A metodologia utilizada foi a de pesquisa de campo no referido local e bibliográfica através do uso de recursos informacionais bibliográficos, eletrônicos. São abordados assuntos tais como Gestão Documental (GD), do Gerenciamento Eletrônico de Documentos (GED) e da Tecnologia da Informação (TI) entre outros. Considera ao final que a informação deve ser produzida, disseminada na perspectiva de funcionamento do 4º setor da economia, que é gerado e movimentado por este recurso. Infere que torna-se necessário que as Unidades de Informação saibam atrelar as novas tecnologias a favor da socialização da informação com vistas a transformação desta em conhecimento fazendo com que haja evolução em todas as esferas da sociedade. Palavras-chave: Sociedade da informação. Tecnologia da informação. Digitalização. Preservação Documental. LISTA DE ILUSTRAÇÔES Imagem 1: Fluxo do GED ................................................................................ 29 Imagem 2: Catálogo da carnaúba, parte 1 ...................................................... 35 Imagem 3: Catálogo da carnaúba, parte 2 ...................................................... 35 Imagem 4: Artigo de Jornal (impresso) ........................................................... 36 Imagem 5: Artigo de Jornal (Digital) ................................................................ 36 Imagem 6: Artigo de Revista (impresso) ......................................................... 36 Imagem 7: Artigo de Revista (Digital) .............................................................. 36 Imagem 8: Bibliográfico (impresso) ................................................................. 37 Imagem 9: Bibliográfico (Digital) ..................................................................... 37 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ADF: Alimentador Automático de Folhas CD: Centro de Documentação CCSA: Centro de Ciências Sociais Aplicada CEDISA: Centro de Documentação e Informação da Seca e do Semi-árido DVD: Digital Versatile Disk GD: Gestão Documental GI: Gestão da Informação GED: Gerenciamento Eletrônico de Documentos GESA: Grupo de Estudos e Pesquisa da Seca e Semi-árido do RN LIBER: Laboratório de Tecnologia da Informação NUT-SECA:Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido do Rio Grande do Norte OCR: Reconhecimento Ótico de Caracteres PDF: Portable Document Format SIABI: Sistema de Automação de Bibliotecas SI: Sociedade da Informação TI: Tecnologia da Informação TICs: Tecnologia de Informação e Comunicação UFRN: Universidade Federal do Rio Grande do Norte SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 10 2 SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO ................................................................. 13 2.1 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ............................................................ 18 3 GESTÃO DA INFORMAÇÃO ....................................................................... 21 3.1 GESTÃO DOCUMENTAL .......................................................................... 24 3.2 GERENCIAMENTO ELETRÔNICO DE DOCUMENTOS .......................... 26 4 CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO ................................................................. 30 4.1 NÚCLEO TEMÁTICO DA SECA E DO SEMI-ÁRIDO DO RIO GRANDE DO NORTE (NUT-SECA) ....................................................................................... 32 4.2 COLEÇÃO DA CARNAÚBA ....................................................................... 33 4.2.1 Digitalização .......................................................................................... 37 4.2.2 Rotina da Digitalização da Coleção da Carnaúba do NUT-SECA ..... 39 5 PRESERVAÇÃO .......................................................................................... 43 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 49 REFERÊNCIAS ............................................................................................... 51 CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: caso do Projeto Catálogo Virtual da Carnaúba do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido da UFRN 10 1 INTRODUÇÃO Na era em que o mundo está interligado por uma rede mundial de computadores. Nesse sentido percebemos que o setor que mais cresce é aquele relacionado à informação, denominado de quarto setor. Diante desse fato a informação sendo a matéria-prima do conhecimento, transformou-se em um fator primordial para o desenvolvimento de uma sociedade. A produção e o recebimento de documentos que acontece diariamente nas Unidades de Informações, crescem desproporcionalmente em relação à capacidade dessas Unidades de obterem um controle maior sobre as informações produzidas ou recebidas. Essas Unidades também demonstram dificuldades de organizarem a massa documental para tornar possível a recuperação das informações existentes nos documentos. Diante dessa situação, a solução encontrada pelas Unidades de Informações para resolver o problema da contínua acumulação de documentos, foi o uso dos conceitos e procedimentos inerentes à Gestão de Documentos, o uso do Gerenciamento Eletrônico de Documentos e da Tecnologia da Informação. Mas, qual a importância de ter informações organizadas? Na denominada Sociedade da Informação ou da globalização, o mundo esta fazendo cada vez mais uso da rede mundial de computadores, a fim de possibilitar uma rápida transferência da informação, já que essa sociedade (re)produz, dissemina a informação na perspectiva de funcionamento do 4º setor da economia, esse gerado e movimentado pela informação. Para que a informação não se perca com o passar dos anos, e que as futuras gerações possam também ter o privilegio de se informar sobre um determinado assunto é importante ter em mente uma política de preservação e conservação documental. O uso da digitalização, da política de preservação e conservação tem tornado-se serviços pertinentes para o processo de disponibilização da informação de forma mais rápida. Com o intuito de atingir não apenas o ambiente onde ela esta armazena, mais a disponibilização para o CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: caso do Projeto Catálogo Virtual da Carnaúba do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido da UFRN 11 mundo todo. Ou seja, o eixo da digitalização é transformar o material informacional impresso para um formato digital e assim dar visibilidade maior da riqueza das informações que o acervo possui na Unidade de Informação. No processo de controle da informação, tornou-se necessário as Unidades de Informação saber lhe dar e utilizar a Gestão da Informação e a Tecnologia da Informação visando à eficácia e a eficiência dos serviços e produtos oferecidos aos seus usuários, que possibilita uma produtividade e qualidade nas atividades de obtenção, seleção, organização e disseminação da informação. Diante dessas colocações, a pesquisa visa em geral analisar as praticas da digitalização realizada no Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido do Rio Grande do Norte (NUT-SECA) abordando o caso da coleção da Carnaúba. Especificamente visa averiguar como se encontra a questão da preservação documental no contexto atual, enfocando a digitalização como pratica de preservação documental, identificar a forma de tratamento documental da Coleção da Carnaúba do NUT-SECA, propor um fluxo de trabalho em torno da digitalização desta Coleção bem como elaborar um produto para a divulgação do conteúdo digitalizado da mesma. A escolha pelo assunto da pesquisa foi por se tratar de um tema novo, assim, surgiu à vontade de pesquisar sobre o assunto e por ter contato com a massa documental existente no NUT-SECA. E principalmente por sentir a necessidade de deixar uma contribuição acadêmica para o Núcleo, essa oportunidade se concretiza através dessa monografia. A metodologia utilizada foi uma pesquisa bibliográfica através do uso de recursos informacionais: bibliográficos, eletrônicos. Foi realizada uma pesquisa de campo a fim de abordar o caso da Digitalização da Coleção da Carnaúba do NUT-SECA da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Portanto, para uma organização dos assuntos a serem abordados, a pesquisa esta dividida em capítulos. Inicialmente será tratado a questão da Sociedade da Informação, abordando sua evolução até a era da Tecnologia da CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: caso do Projeto Catálogo Virtual da Carnaúba do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido da UFRN 12 Informação. Em seguida, são feitas considerações sobre a Gestão da Informação, Gestão Documenta, Gerenciamento Eletrônico de Documentos. Após isso são relatadas informações acerca do NUT-SECA, da Coleção da Carnaúba e sua digitalização que promoverá a preservação e a disponibilização do seu acervo. Ao final as últimas considerações. Todos esses conteúdos deram subsídios para a construção do que será exposto a seguir. CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: caso do Projeto Catálogo Virtual da Carnaúba do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido da UFRN 13 2 SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO Antes de entender o que vem a ser Sociedade da Informação (SI) é importante uma breve apresentação a respeito da evolução da própria sociedade, suas fases e a compreensão do que vem a ser a Sociedade baseada em informação. O homem desde sua origem busca representar seu cotidiano através da representação de fatos, de sua realidade e estes quando bem organizados geram informações como forma de expressão de uma sociedade. As informações produzidas e posteriormente utilizadas passam a gerar um fluxo de produção e uso da informação, assim, gerando a denominada Sociedade da Informação, essa que gera e é gerada pelo 4º setor da economia. A sociedade evolui de acordo com eras distintas. Inicialmente temos a Era Agrícola, nesta época os recursos mais valorizados eram, sobretudo os ligados ao cultivo da terra com vistas a garantir subsistência da população. Nesse sentido, todo o esforço humano era voltado para aquisição de informações sobre técnicas de subsistência agrícola, a população era essencialmente rural e os modos de produção eram artesanais. Havia a valorização das técnicas de produção manual dos bens de consumo. Em seguida surge a Sociedade Industrial que atrelava seu funcionava com uma dependência em torno das maquinas que eram aplicados ao processo da produção de bens de consumo em massa. Vemos, portanto que a sociedade industrial caracterizou-se essencialmente pela aplicação e criação de tecnologia, maquinário para a racionalização das operações para a produção em larga escala de artefatos de consumo. Atualmente vivemos na era da informação. Isso deve-se ao fato de que a informação hoje é considerada um recurso importante. Mas o que vem a ser a informação? CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: caso do Projeto Catálogo Virtual da Carnaúba do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido da UFRN 14 Para Wurman (1991, p. 42), “a informação tornou-se a palavra mais importante [...], o sustento da nossa vida e do nosso trabalho”. Assim, o uso da informação de forma bem estruturada gera uma relação de produção e uso responsável pela movimentação do novo setor da economia. De acordo com Le Coadic (2004, p. 4), A informação é um conhecimento inscrito (registrado) em forma escrita (impressa ou digital), oral ou audiovisual, em um suporte. A informação comporta um elemento de sentido. É um significado transmitido a um ser consciente por meio de uma mensagem inscrita em um suporte espacial-temporal: impresso, sinal elétrico, onda sonora, etc. Inscrição feita graças a um sistema de signos (a linguagem), signo este que é um elemento da linguagem que associa um significante a um significado: signo alfabético, palavra, sinal de pontuação. Portanto, vemos que a informação é materia prima para a geração do conhecimento, sendo capaz de agregar valor, por comportar um elemento de sentido. A informação passa a ser caracterizada como força motriz do desenvolvimento humano, sendo capaz de criar, gerar, desenvolver e agregar valor as atividades, desenvolvendo e mantendo como já mencionado, o 4º setor. Mas, como surgiu essa Sociedade? A partir de que década surgi o termo SI? Ainda no século XIX, o uso da literatura científica e a explosão bibliográfica após a II Guerra Mundial gerou os fatos que desencadearam a caracterização da Sociedade como utilizadora de informação, no entanto nesse momento histórico Araújo (1996) afirma que o termo Sociedade da Informação ainda não era utilizada. Portanto, Sociedade da Informação pode ser conceituada como a: CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: caso do Projeto Catálogo Virtual da Carnaúba do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido da UFRN 15 Etapa no desenvolvimento da civilização moderna que é caracterizada pelo papel social crescente da informação, por um crescimento da partilha dos produtos e serviços de informação no PIB e pela formação de um espaço global de informação. (GLOSSÁRIO, 2005, p. 78) Assim, pode-se entender que a SI, tem como objetivo principal o desenvolvimento da Sociedade através de mecanismos que possibilitem o aprendizado, o conhecimento, o envolvimento, a ligação em rede, a cooperação e a igualdade dos cidadãos. De acordo com Castells (2000 apud WERTHEIN, 2000, p. 72), as características fundamentais da SI baseadas no uso da informação com o auxilio da Tecnologia da Informação (TI) pode ser entendida como: A informação é sua matéria-prima: as tecnologias se desenvolvem para permitir o homem atuar sobre a informação propriamente dita, ao contrário do passado quando o objetivo dominante era utilizar informação para agir sobre as tecnologias, criando implementos novos ou adaptando-os a novos usos. Os efeitos das novas tecnologias têm alta penetrabilidade porque a informação é parte integrante de toda atividade humana, individual ou coletiva e, portanto todas essas atividades tendem a serem afetadas diretamente pela nova tecnologia. Predomínio da lógica de redes. Esta lógica, característica de todo tipo de relação complexa, pode ser, graças às novas tecnologias, materialmente implementada em qualquer tipo de processo. Flexibilidade: a tecnologia favorece processos reversíveis, permite modificação por reorganização de componentes e tem alta capacidade de reconfiguração. Crescente convergência de tecnologias, principalmente a microeletrônica, telecomunicações, optoeletrônica, computadores, mas também e crescentemente, a biologia. O ponto central aqui é que trajetórias de desenvolvimento tecnológico em diversas áreas do saber tornam-se interligadas e transformam-se as categorias segundo as quais pensamos todos os processos. Desta forma, pode-se compreender que a SI ao utilizar a TI, passa a disponibilizar de mecanismos de disponibilização da informação, fazendo com CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: caso do Projeto Catálogo Virtual da Carnaúba do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido da UFRN 16 que um maior número de pessoas possam ter acesso e usufruir das informações num menor intervalo de tempo. Fritz Muchlup destaca-se por ser um dos primeiros estudioso da SI, assim, ele deteve suas pesquisas no setor da produção do conhecimento. Ao estudar esse setor nos Estados Unidos da América (EUA) ele percebeu que era um campo novo, “o campo da produção do conhecimento.” (ARAÚJO, 1996, p. 2). A SI e caracterizada por uma nova forma de organização da economia e da sociedade, que entendida como um estágio de desenvolvimento social, caracterizada pela capacidade de obter e compartilhar informações. O desenvolvimento da SI traz consigo mudanças na estrutura e na relação do homem com o seu meio, onde ele passa a buscar uma interação harmônica com o meio ambiente a fim de atingir seus objetivos e interesses de forma clara. Assim, a cada dia o uso da informação passa a ser vista e entendida como ferramenta capaz de mudar sua forma de vida, gerando novas perspectivas quanto ao desenvolvimento de seu espaço. Esse processo evolutivo se percebe no desenvolvimento das sociedades primitivas que através de uma simples descrição em pedras passaram a comunica-se e se socializar e a entender o que aquela mensagem significava; depois ocorreu um período em que o homem era diferenciado por uma raça, ou seja, o período da escravidão onde se iniciou a luta pelos direitos iguais de liberdade; em seguida ocorreu o surgimento do capitalismo, que com o passar dos anos provocou as Revoluções Industriais. E por meio dessas revoluções a busca pelo poder e com isso, o surgimento da tecnologia tornando uma sociedade cada vez mais mecanicista. Dessa forma, como afirma Ribeiro (2005, p.1), “o homem produz e é produto da sua obra”. A partir desse período em que a sociedade se tornou tecnológica, surge uma nova forma de integração das sociedades, quebra de barreiras e diferenças, ou seja, surge a Era Global. A partir desse momento começa a si fala do termo Sociedade da Informação que surge do conceito do que vem a ser Globalização, para Macdonald (2006, p.1), “é um dos processos de CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: caso do Projeto Catálogo Virtual da Carnaúba do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido da UFRN 17 integração econômica, social, cultural dos meios de comunicação dos países do mundo do final do século XX.” Desse modo, é o momento em que a sociedade passou a não possuir barreiras no processo de comunicação tornando-se mais fácil a recuperação da informação. Já segundo Vilas (1999, p.23), “a globalização é uma dimensão do processo multissecular de expansão do capitalismo desde suas origens mercantis em algumas cidades da Europa nos séculos XIV e XV.” Portanto, trata-se de um modo de organização econômica e social baseado na exploração e desenvolvimento dos seres humanos. Segundo Ianni (1995, p.13), diz que: A globalização desenha o novo mapa do mundo, na realidade e no imaginário, e propõe mapear as principais teorias que descortinam em termos de integração e fragmentação novas perspectivas para a interpretação do presente, a releitura do passado e a imaginação do futuro. A globalização é refletida no desenvolvimento das TI de um país, a era em que a sociedade encontra-se interligada por uma rede mundial de computadores, desta forma, a Internet, é vista como uma ferramenta das novas Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) que permite o acesso e a transferências de dados e informação. E é por meio dessa nova perspectiva que encontramos uma nova humanidade conhecida como a Sociedade da Informação. Com essa nova forma de lhe dar com a informação através do uso das tecnologias defende-se a existência de um novo paradigma de Sociedade, uma que busca a melhor forma de transmissão e recuperação da informação. Para Gouveia (2004 apud ANTUNES, 2008, p.3): O conceito de Sociedade da Informação surgiu nos trabalhos de Alain Touraine (1969) e Daniel Bell (1973) sobre as influências dos avanços tecnológicos nas relações de poder, identificando a informação como ponto central da sociedade contemporânea. A definição de Sociedade da Informação, deve ser considerada tomando diferentes perspectivas […]. CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: caso do Projeto Catálogo Virtual da Carnaúba do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido da UFRN 18 Segundo Takahashi (2000, p. 5), O advento da Sociedade da Informação é o fundamento de novas formas de organização e de produção em escala mundial, redefinindo a inserção dos países na sociedade internacional e no sistema econômico mundial. Portando, pode-se inferir que a SI sustenta-se na informação organizada e essa e capaz de mudar a realidade de uma determinado ambiente, desde que uso a informação de modo consciente. Dessa forma, esse novo tipo sociedade é a que busca esta interligada com o mundo todo para que possa se desenvolver os setores: econômico, político, social e intelectual gerando uma harmonia no fluxo da informação. A seguir nos deteremos mais a respeito da questão da tecnologia da informação. 2.1 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO A tecnologia da informação (TI) tem se tornado cada vez mais importante para o desenvolvimento de uma Organização ou um Unidade de Informação como também para enriquecimento do individuo. Já que se trata de uma forma de lhe darcom o tratamento da informação. Por isso, é importante reconhecer o papel e entender a TI. De acordo com Campos Filho (1994, p. 34): A tecnologia da informação refere-se a um conjunto de hardware e software que tem, como função, o processamento das informações, que implica coletar, transmitir, estocar, recuperar, manipular e exibir dados, tarefas que podem estar incluídas em microcomputadores, conectados a redes ou não, mainframes, scanners (leitoras) de códigos de barra, estações de trabalho, softwares como planilhas eletrônicas ou banco de dados, além de outros. CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: caso do Projeto Catálogo Virtual da Carnaúba do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido da UFRN 19 Já de acordo com o Albertin (1996, p. 62), define a “tecnologia da informação como tudo aquilo com que se pode obter, armazenar, tratar, comunicar e disponibilizar a informação”. Dessa forma, existem alguns pontos relevantes para o uso TI nas organizações, de acordo com o mesmo autor. proporciona a inovação de muitos produtos e serviços e viabilizado o surgimento de importantes capacidades dentro das organizações como, por exemplo: entrega online de informação; acesso eletrônico a serviços; habilidade de solicitar e obter serviços específicos; pagamento e apresentação eletrônica de contas e habilidade de utilizar vários produtos de software, sem que seja preciso realimentar os dados; trata-se de uma das maiores e mais poderosas influências no planejamento das organizações, podendo inclusive colaborar com a estratégia competitiva das empresas por oferecer vantagens competitivas; diferenciar produtos e serviços; melhorar o relacionamento com clientes; facilitar a entrada em alguns mercados; possibilitar o estabelecimento de barreiras de entrada, auxiliar a introdução de produtos substitutos e permitir novas estratégias competitivas com o uso de sua própria tecnologia; é responsável pelo armazenamento de dados provenientes do ambiente externo. A ferramenta mestra para esta função é o banco de dados - repositório central de todas as informações pertinentes ao relacionamento de uma empresa com seus clientes e/ou fornecedores. Essa nova forma de lhe dar com a informação proporciona um acesso a ela de forma a garantir uma eficiência e uma eficácia, pois a tecnologia permite um processamento rápido na busca e recuperação da informação. A tecnologia surgiu entre as décadas de 60 e 70 no período da Guerra Fria, onde o exercito americano desenvolveu um sistema para que os seus computadores pudessem trocar informação entre si. A sua primeira denominação foi ARPANET, no período da guerra esse sistema permitiu a integridade da informação caso as bases norte-americanas sofresse qualquer ataque dos inimigos. Ao terminar a guerra essa ferramenta passou a ser utilizadas nas universidades com o intuito de criar uma rede de informação para melhorar as pesquisas cientificas. A partir de então esse sistema só melhorou o seu desempenho por meio da ajuda brilhante Tim Berners-Lee que criou a World Wide Web, um sistema que permitisse a utilização da internet CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: caso do Projeto Catálogo Virtual da Carnaúba do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido da UFRN 20 como forma de transmissão da informação. Na década de 90 esse sistema deixa de estar apenas nos ambientes universitários e passar a fazer parte de uma rede coletiva onde todos passaram a ter acesso e a se comunicar mundialmente. A compressão tempo-espacial ocasionada pela globalização, trouxe consigo necessidades informacionais que antes não existia, fazendo surgi um volume incalculável de literatura, a fim de sanar as necessidades de informação, no entanto, ao contrário do que esperavam, o volume de informação fez surgir outra necessidade, a de acessar a informações em tempo hábil, com isso pode-se observar o desenvolvimento de novos sistemas de comunicação e informação, que foram desenvolvidos no sentido de formar uma verdadeira rede, onde pessoas podem comunicar-se e trocar informações em tempo real sem que para isso seja necessária a presença física em um mesmo ambiente. A TI proporciona a interação entre as pessoas, gerando uma nova forma de relacionamento e transmissão de informação, assim proporcionando a integração entre as pessoas, por meio do uso de mecanismos capazes de proporcionar interação em tempo real, como o e-mail, o chat, o fórum, comunidades virtuais. A seguir será abordada a temática da Gestão da Informação, bem como a Gestão Documental e o Gerenciamento Eletrônico de Documentos. CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: caso do Projeto Catálogo Virtual da Carnaúba do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido da UFRN 21 3 GESTÃO DA INFORMAÇÃO A Informação em uma Unidade de Informação assume o papel de principal produto oferecido. Diante desse fato a informação, matéria-prima do conhecimento, transformou-se em um fator que estimula o desenvolvimento de uma sociedade. Na atualidade observa-se que o saber lhe dar e trabalhar a informação é primordial para um bom desenvolvimento no processo da disseminação. Através do uso da Gestão da Informação tornou-se possível criar estratégias que dá apoio ao gestor na tomada de decisões. Nesse processo onde as mudanças são contínuas, os responsáveis pelas unidades de Informação visam à eficácia e a eficiência dos serviços oferecidos aos seus usuários, dispondo a informação com qualidade, fidedignidade e com a quantidade adequada no momento certo possibilitando a produtividade, obtenção, seleção, organização e disseminação da informação. Antes de entender o que vem a ser Gestão da Informação (GI) é importante uma breve resgate do que é informação e gestão. Para Barreto (1994, p.2), “a informação, quando adequadamente assimilada, produz conhecimento, modifica o estoque mental de informações do indivíduo e traz benefícios ao seu desenvolvimento e ao desenvolvimento da sociedade em que ele vive.” Dessa forma observa-se que o entendimento e o uso da informação permitem que indivíduo adquira conhecimento sobre um determinado assunto e consiga usar e repassar para outros. De acordo com Mello (2005, p. 111), a Gestão pode ser entendida como “período durante o qual a diretoria de uma empresa ou instituição exerce os atos administrativos.” CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: caso do Projeto Catálogo Virtual da Carnaúba do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido da UFRN 22 Desse modo, entende-se que a Gestão é o processo de tomada de decisão que permite exercer e executar as ações necessárias para o desenvolvimento de uma organização. Segundo Zorrinho (1995 apud BRAGA, 1996, p. 2), afirma que: Gerir a informação é, assim, decidir o que fazer com base em informação e decidir o que fazer sobre informação. É ter a capacidade de selecionar um repositório de informação disponível aquela que é relevante para uma determinada decisão e, também, construir a estrutura e o design desse repositório. Dessa forma, analisando-se os conceitos apresentados pode-se inferir que Gestão da Informação significa o ato de administrar a informação em qualquer suporte em que a mesma se apresente. As unidades de informação não são entidades isoladas. Elas interagem com o meio onde habita, obtendo desse modo, informações tanto de fonte interna e externa. Isso deve-se ao fato dessas unidades estabelecerem “[...] continuamente relações de troca e parceria com as outras entidades que cohabitam o seu ecossistema” (RAMOS, 1996, p.15). O resultado dessa relação de permuta é a chegada nas unidades de informação, de um grande volume de informações. Isso leva-nos a considerar que essa grande quantidade de informações é um importante recurso que precisa ser gerido. Para gerir toda informação obtida, Reis (1993, p. 22) ressalta que: [...] se estabeleçam um conjunto de políticas coerentes que possibilitem o fornecimento de informação relevante, com qualidade suficiente, precisa, transmitida para o local certo, no tempo correto, com um custo apropriado e facilidades de acesso por parte dos utilizadores autorizados. Os principais objetivos da GI são: apoiar a política da organização, tornando mais eficiente o conhecimento e a articulação entre os vários subsistemas que a constituem; apoiar os gestores na tomada de decisão; CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: caso do Projeto Catálogo Virtual da Carnaúba do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido da UFRN 23 tornar mais eficaz o conhecimento do meio envolvente; apoiar à evolução da estrutura organizacional a qual se encontra em permanente adequação às exigências de mercado; ajudar a formar uma imagem da organização, dos seus projetos e dos seus produtos através da implantação de uma estratégia de comunicação interna e externa. Diante do exposto, percebe-se que a Gestão da Informação é compreendida como a gestão eficaz de todos os recursos de informações relevantes que serão disponibilizadas aos seus usuários. De acordo com Moraes e Escrivão Filho (2006, p. 125) diz que, para os autores (McGEE e PRUSAK, 1994; STAIR, 1998; CASSARRO, 1999; DAVENPORT, 2002; MARCHIORI, 2002; REZENDE, 2002; ALBUQUERQUE, 2004; CARVALHO, 2004), O processo de Gestão da Informação ocorre por etapas: Determinação da necessidade de informação: implica compreender as fontes e os tipos de informações necessárias para um bom desempenho do negócio, bem como suas características, fluxos e necessidades; Obtenção: inclui as atividades relacionadas à coleta dos dados; Processamento: compreende atividades de classificação (define o melhor modo de acessar as informações necessárias) e de armazenamento (seleciona o melhor lugar e os recursos para o arquivamento) das informações obtidas; Distribuição e apresentação: envolve escolher entre diferentes metodologias, qual pode ser mais adequada para se apresentar a informação, disponibilizando-a aos usuários por diferentes formas, fontes e estilos; Utilização: após a apresentação da informação, inicia-se a utilização da mesma pelas pessoas da empresa que a incorporará às etapas de elaboração, execução e avaliação da estratégia empresarial, auxiliando assim o processo de gestão estratégica. Sendo assim, percebe-se que a área de GI gera agregação de valor às informações e inicia-se com a demanda de informação e o processo de atendimento a essa demanda. Inclui habilidades como: análise; condensação; interpretação; representação e estratégias de busca e apresentação da informação disponibilizada. CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: caso do Projeto Catálogo Virtual da Carnaúba do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido da UFRN 24 A seguir será abordado dois processos, a Gestão Documental e o Gerenciamento Eletrônico de Documentos que permitem o desenvolvimento de uma Unidade de Informação por meio das tomadas de decisões com relação ao uso e a disponibilização das informações. 3.1 GESTÃO DOCUMENTAL Diariamente, as Unidades de Informações recebem um número elevado documentos que podem ser produzidos ou recebidos para diversos fins. Essa crescente produção documentária (que teve inicio após a II Guerra Mundial com o desenvolvimento da ciência e da tecnologia) provoca um aumento quantitativo do acervo, e conseqüentemente, obriga as Unidades a buscarem soluções para o grande volume de documentos que se amontoam de maneira desordenada, obstruindo a recuperação das informações contidas nesses documentos. Uma maneira de garantir às organizações públicas ou privadas a obtenção de um maior controle sobre as informações produzidas ou recebidas durante o exercício de suas funções, de desenvolver com eficiência e eficácia suas atividades e de atender corretamente clientes, utiliza-se de conceitos e técnicas da Gestão de Documentos (GD). A Gestão Documental por meio do uso de metodologias permite oferece condições de avaliação da massa documental que a Unidade de Informação possui levando sempre em consideração as necessidades das suas clientelas. E por meio da avaliação tornará possível classificar as informações para que possa identificá-las e disponibilizá-las. De acordo com a Lei Federal n.º 8.159, que versa sobre a política nacional de arquivos: CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: caso do Projeto Catálogo Virtual da Carnaúba do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido da UFRN 25 Considera-se a gestão de documentos o conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à sua produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente. Diante dessa afirmativa, pode-se perceber que a GD envolve três fases: a primeira é a produção dos documentos, a segunda é a utilização dos documentos, e a terceira e a análise documental, que objetiva determinar se os documentos serão eliminados ou guardados. Para Fonseca (1998 apud CALDERON, et. al., 2004, p. 101) as principais atividades e funções para as etapas são: Produção: concepção e gestão de formulários, preparação e gestão de correspondências, gestão de informes e diretrizes, fomento de sistemas de gestão da informação e aplicação de tecnologias modernas a esses processos; Utilização e conservação: criação e melhoramento dos sistemas de arquivos e de recuperação de dados, gestão de correio e telecomunicações, seleção e uso de equipamento reprográfico, análise de sistemas, produção e manutenção de programas de documentos vitais e uso de automação e reprografia nestes processos; Destinação: a identificação e descrição das séries documentais, estabelecimento de programas de avaliação e destinação de documentos, arquivamento intermediário, eliminação e recolhimento dos documentos de valor permanente às instituições arquivísticas. Sendo assim, as etapas que fazem parte do ciclo documental de uma Unidade de Informação permite o processo de melhoramento da disponibilização da informação. Benedon (2002, p. 42), afirma que: A gestão documental oferece o alicerce aos sistemas de gerenciamento da informação. Ela proporciona os melhores princípios que regem a criação, o processamento, a manutenção e a disponibilização dos documentos de arquivo. Dessa forma, a GD proporciona condições para tratamento da massa documental, por meio da avaliação, arquivamento, organização, aplicação de métodos e técnicas, destinação e acessibilidade à informação. CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: caso do Projeto Catálogo Virtual da Carnaúba do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido da UFRN 26 De acordo com Heredia Herrera (1993 apud CALDERON, et. al., 2004, p. 101) afirma que: Na prática, a gestão de documentos pode representar o desenvolvimento das seguintes tarefas: estudo da tipologia documental, seu valor, vigência, classe e qualidade de sua informação; normalização de documentos para simplificação de etapas administrativas, inclusive as repetitivas, e de formulários para remessa e estatísticas (investigação, empréstimo); Informatização de processos de tramitação documental; coordenação e colaboração entre organismos produtores e arquivo; regulamentação das transferências que possibilitam a reclamação dos produtores em caso de não se fazer fazerem as remessas nos prazos estabelecidos; estudo da classificação em cada caso, materializada na adoção de um quadro, resultando de um organograma estabelecido; eleição da ordenação mais adequada, segundo as séries, nas organizações e em áreas de uma informação mas efetiva e rápida; estudo dos descartes e suas listas, com o conseqüente estabelecimento de acordos para evitar a remessa de séries descartáveis aos arquivos centrais; incorporação de fundos e manutenção da informação atualizada; preparação de informações mediante a solicitação para o estudo de qualquer tema ou preparar qualquer projeto; elaboração de índices e de tesauros; planejamento para informatização. Portanto, pode-se inferir que a Gestão Documental é ferramenta capaz de proporcionar subsídios para a organização da massa documental, gerando uma posterior disseminação e uso da informação. 3.2 GERENCIAMENTO ELETRÔNICO DE DOCUMENTOS Na Sociedade da Informação ou Sociedade da Tecnologia observa-se que a busca por mecanismos que melhore o processo de tratamento e disponibilização da informação é constante. Com a popularização da CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: caso do Projeto Catálogo Virtual da Carnaúba do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido da UFRN 27 Tecnologia da Informação tornou-se mais fácil entender e manusear os mecanismos tecnológicos. Com isso, empresas de informática passaram a desenvolver e a utilizar esses recursos para a criação de softwares que ajudem no processo da Gestão da Informação nas Unidades de Informação, que ocorre através do uso do Gerenciamento Eletrônico de Documentos (GED), que traz consigo propostas de melhorias e disponibilizações das informações de modo eficiente. Segundo Sprague Jr. (1995, apud SILVA, F., 2001, p. 22), O Gerenciamento Eletrônico de Documentos é uma solução que faz uso de novas tecnologias, para agilizar o fluxo de documentos representados na forma de papel, aumentar a velocidade na troca de informações, e tornar os processos de negócios mais rápidos. De acordo com o mesmo autor o GED permite gerar um acervo e controla o seu conteúdo, dessa forma permitindo que seja um bom sistema e que englobar todos os preceitos do Gerenciamento de Documentos. Sendo assim, o GED pode ser entendido também através da definição das palavras: Gerenciamento: criação, armazenamento, organização, transmissão, consultas, manipulação, atualização, e eventual disposição de documentos para preencher um propósito organizacional. Eletrônico: uso de tecnologias de informação. Documento: um conjunto de informações pertinentes a um tópico, estruturado para a compreensão humana, representado por uma variedade de símbolos, armazenado e manuseado como uma unidade. (SPRAGUE JR., 1995, apud SILVA, F., 2001, p. 22) Pode-se compreender que o GED é uma associação do uso das modernas ferramentas da Tecnologia da Informação com a Gestão de Documentos, permitindo um fluxo de trabalho mais rápido que ajudará na transmissão das informações para os usuários. Como o conceito sobre o que vem a ser Gerenciamento Eletrônico de Documentos já foi abordado, cabe agora destacar qual a razão de implementar em uma Unidade de Informação esse sistema. Baldam, Valle e Cavalcanti CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: caso do Projeto Catálogo Virtual da Carnaúba do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido da UFRN 28 (2002, p.37) destacam quatro perspectivas que respaldam a necessidade desse processo, são eles: Para o usuário e o cliente Redução do tempo de processamento e manuseio do papel; Aumento de satisfação do usuário; [...]. Para a gestão documental Melhor controle dos documentos; Redução do espaço físico armazenado; [...]. Para o pessoal de TI (tecnologia da informação) Integração com outros sistemas e tecnologias; Facilidade adicional para implementar empresa virtual; [...]. Para a redução e proteção de investimentos Redução de custos com novos escritórios / depósitos /equipamentos; Proteção do patrimônio; [...]. Desse modo, observa-se que através dos mecanismos do GED implementado de forma correta acarretará benefícios tanto para a Unidade de Informação como também para sua comunidade de usuários. Para tornar o entendimento mais claro com relação ao tratamento documental, por meio do uso do GED, faz-se necessário mostrar os elementos básicos que contribui para implantação do sistema. Por meio de uma infraestrutura capaz de unir todas as tecnologias envolvidas de forma integrada e assim permitir atingir a eficiência e a eficácia do processo. Para Baldam, Valle e Cavalcanti (2002, p.40), os mecanismos que envolvem o desenvolvimento do processo são: Documento: pode estar em papel ou nativamente digital. Escâner: equipamento usado para digitalizar o documento, ou seja, obter uma imagem do documento e ser armazenada eletronicamente. Processador: normalmente os sistemas GED são instalados em um ou mais computadores, normalmente servidores, em rede para facilitar a distribuição da informação. CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: caso do Projeto Catálogo Virtual da Carnaúba do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido da UFRN 29 Rede: meio de comunicação entre os diversos componentes do sistema. Armazenamento: pode ser no próprio servidor de imagem ou outro ambiente computacional. Impressora: sempre usada quando da necessidade de obter uma cópia física do documento. Estação de trabalho: computador para acesso ao servidor que pode permite consultar, criar novos documentos, cadastrar documentos existentes, etc. Com a utilização desses passos tornam-se possível a execução de uma rotina de trabalho que permitirá o desenvolvimento do processo e assim atingir os objetivos almejados pela Unidade da Informação. Logo abaixo encontra-se representado por meio de imagem todo o fluxo. Imagem 1: Fluxo do GED FONTE: Baldam, Valle e Cavalcanti, 2002, p. 40 Em seguida será abordado o objeto de estudo dessa pesquisa, que tratará a respeito do que vem a ser um Centro de Documentação levando em consideração NUT-SECA. CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: caso do Projeto Catálogo Virtual da Carnaúba do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido da UFRN 30 4 CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO Com o surgimento da escrita, o ser humano passou a registrar informações em algum tipo de suporte que oferecesse condições de guarda e recuperação do registro para as gerações futuras. Devido ao grande acúmulo de informações registradas surgem ambientes que são responsáveis pela guarda, organização e tratamento dessa informação, para posterior disponibilização a qualquer pessoa. Um desses ambientes de guarda e disseminação da informação são os Centros de Documentação (CD). De acordo com Tessitore (2003, p.15): Os Centros de Documentação extrapolam o universo documental das Bibliotecas, embora possam conter material bibliográfico (que será sempre e unicamente aquele relacionado à temática na qual o Centro é especializado), e aproximam-se do perfil dos arquivos, na medida em que recolhem originais ou reproduções de conjuntos arquivísticos. Dessa forma, podemos entender que o centro de documentação é uma mescla de biblioteca com arquivo, no entanto, o seu acervo está direcionado para uma temática especifica. Como forma de diferenciar os Centros de Documentação das bibliotecas, museus e arquivos, serão apresentadas a seguir algumas características especificas que promovem a sua identidade, segundo Tessitore (2003, p.14): Possuir documentos arquivísticos, bibliográficos e/ou museológicos, constituindo conjuntos orgânicos (fundos de arquivo) ou reunidos artificialmente, sob a forma de coleções, em torno de seu conteúdo; Ser um órgão colecionador e/ou referenciador; Ter acervo constituído por documentos únicos ou múltiplos, produzidos por diversas fontes geradoras; CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: caso do Projeto Catálogo Virtual da Carnaúba do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido da UFRN 31 Possuir como finalidade o oferecimento da informação cultural, científica ou social especializada; Realizar o processamento técnico de seu acervo, segundo a natureza do material que custodia. Na criação de um centro de documentação é importante que os gestores desenvolvam competências relativas ao processo da disseminação da informação, tais como: Reunir, custodiar e preservar documentos de valor permanente e referências documentais úteis ao ensino e à pesquisa em sua área de especialização; Estabelecer uma política de preservação de seu acervo; Disponibilizar seu acervo e as referências coletadas aos usuários definidos como seu público; Divulgar seu acervo, suas referências e seus serviços ao público especializado; Promover intercâmbio com entidades afins. (TESSITORE, 2003, p.15) Após a definição das características e das competências, também “[...], é preciso definir qual a natureza do acervo”. (TESSITORE, 2003, p.18) Fundos de arquivo: conjuntos de documentos acumulados no exercício das funções de entidades ou pessoas (um arquivo que passou a conviver com outros semelhantes ao ser transferido para o Centro de Documentação); Coleções: conjuntos de documentos reunidos, de forma artificial, em torno de temas, funções, entidades, pessoas ou até mesmo de um tipo ou gênero de documento; Material hemerográfico: jornais, revistas e boletins; Material bibliográfico: livros, teses e folhetos; Objetos tridimensionais: de acordo com a área do Centro; Bancos de dados: sobre temas específicos, referências sobre as atividades e o acervo de entidades afins. Com o entendimento a respeito do que é um Centro de Documentação, suas características, competências e a natureza do seu acervo, a seguir apresentaremos o NUT-SECA, uma Unidade de Informação especializada na temática seca. CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: caso do Projeto Catálogo Virtual da Carnaúba do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido da UFRN 32 4.1 NÚCLEO TEMÁTICO DA SECA E DO SEMI-ÁRIDO DO RIO GRANDE DO NORTE (NUT-SECA) O Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido do Rio Grande do Norte (NUT-SECA)1 é considerado um Centro de Documentação e Informação, pois o seu acervo proporciona aos pesquisadores não apenas a satisfação da pesquisa mais a produção de um novo trabalho com base no referencial informacional que o centro possui. O NUT-SECA foi criado no ano de 1980, sendo um núcleo de estudos e pesquisas interdisciplinares, com o objetivo de estudar as conseqüências advindas da seca como os fenômenos físico, sociais, econômicos e políticos. Em busca desse processo de investigação a respeito da problemática da seca, o Núcleo teve um novo aprendizado sobre esses fenômenos, ou seja, um Serviço de Documentação Especializado sobre o assunto, que serve de suporte bibliográfico e documental para estudiosos e pesquisadores com interesse nessa problemática. Surge também uma proposta metodológica de elaboração do saber, do conhecimento, capaz de favorecer uma articulação sistemática entre as variadas dimensões desses fenômenos. Em 1992, o NUT-SECA foi institucionalizado passando a ser um órgão suplementar ao Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA). Com a institucionalização houve a implantação de duas bases de pesquisas que tinham como temática o Grupo de Estudos e Pesquisas da Seca e Semi-Árido do RN (GESA) – que busca uma interpretação interdisciplinar dessa realidade complexa em termos teóricos e práticos e Centro de Documentação e Informações da Seca e do Semi-Árido (CEDISA) – que busca organizar um Sistema de Recuperação da Informação sobre essa temática, tornando disponível a documentação coletada e produzida no Núcleo. 1 Disponível em: http://www.ntuseca.ufrn.br CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: caso do Projeto Catálogo Virtual da Carnaúba do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido da UFRN 33 O Centro de Documentação NUT-SECA tem em seu acervo uma vasta riqueza a respeito da temática seca. Esse material se encontra dividido em quatro grandes coleções: A Universidade e a Questão Nordestina, Seca e Semi-Árido, Carnaúba e a do Vale do Assú ou Projeto Baixo-Assú. Nessas coleções há a presença de variados suportes tais como livros, periódicos, índices, glossários, bibliografias, CDs e DVDs, entre outros. Ao longo de sua historia, o Núcleo sempre teve iniciativas para o tratamento dos itens de informação com vistas a organizá-los para socializar a informação sobre a temática abordada. Nesse intuito foram feitos vários projetos que visavam propor a publicação de bibliografias, levantamento de informação em bibliotecas do estado, entre outras incitativas. Na fase atual os projetos concentram-se no aspecto da socialização da informação através do uso da Tecnologia da Informação. Com esse intuito, criou-se um projeto de digitalização do seu acervo, nesse processo de transformação, o acervo vai deixar de existir apenas em formato impresso e passará a apresentar-se também em formato digital, que no final do processo será disponibilizado na rede mundial de computadores (internet). A coleção que estar passando por esse processo de transformação de suporte papel para o digital é Coleção carnaúba. 4.2 COLEÇÃO DA CARNAÚBA A Coleção da Carnaúba faz parte de uma das riquezas informacionais que o NUT-SECA possui, foi coletada ao longo de anos pela professora Terezinha de Queiroz Aranha, fundadora e colaboradora do núcleo. “O presente projeto representa a primeira fase do processo de socialização do estoque de informação sobre o tema, coletadas pelo Núcleo a partir de 1977.” (ARANHA, 2008, p. 9). Com o objetivo de mostrar à comunidade acadêmica as informações sobre carnaúba criou-se um projeto que deu respaldo para a elaboração de CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: caso do Projeto Catálogo Virtual da Carnaúba do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido da UFRN 34 catálogo online, que foi lançado no ano de 2008 e encontra-se disponível na pagina do NUT-SECA (www.ccsa.ufrn.br/nutseca), sobre a temática. Esse projeto teve como colaborador de acordo com Aranha (2008, p.9): O Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste – ETENE, do Banco do Nordeste do Brasil – BNB, ao desenvolver um diagnóstico sócio-econômico sobre a carnaúba nos Estados do Piauí e Rio Grande do Norte, verificou a quase inexistência de informações sobre a carnaúba no RN; apenas poucos dados referentes à produção municipal de cera, pó e fibra, contabilizada pelo IBGE, no período 1990-2003. Desse modo, diante da necessidade de se ter informações sobre a carnaúba foi feita essa pasceria BNB com NUT-SECA e obtive resultados bastante animadores tanto para o Centro de Documentação como para a comunidade acadêmica e todos os que se interessaram por essa fonte informacional. A coleção é composta por material bibliográfico, artigos de revistas e artigos de jornais que estão armazenados em caixas arquivo. As informações registradas nesses matérias tratam a respeito dos aspectos históricos, agronômicos, sócio-econômicos, culturais, botânicos, ecológicos, químicos, distribuição geográfica das carnaubeiras, questões pertinentes à tecnologia, a deterioração dos preços de cera nos mercados externos, políticas para o setor, sua dicionarização, as variadas aplicações em nível nacional/internacional e até suas sucessivas crises. Com o intuito de atingir um número maior de usuário e que esses possam usufrui dessa riqueza, o material em suporte papel encontra-se no processo transformação para o suporte digital por meio do uso do Gerenciamento Eletrônico de Documentos através do processo da Digitalização. Todo esse trabalho de transformação do acervo impresso para o digital esta sendo realizado pelo o Laboratório de Tecnologia da Informação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LIBER) sob a Coordenação das CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: caso do Projeto Catálogo Virtual da Carnaúba do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido da UFRN 35 professora Mônica Marques Carvalho e Renata Passos Filgueira de Carvalho do Departamento de Biblioteconomia da UFRN. De acordo com Aguiar (2005, p. 4), “o objetivo do Laboratório Líber/UFRN é a realização de trabalhos voltados à digitalização com o intuído de promover o acesso remoto às informações contidas nos materiais impressos.” O Líber/UFRN é um laboratório voltado para a formação de parcerias com instituições de ensino e pesquisa. O LIBER utiliza o espaço do NUT-SECA para facilitar o processo da Digitalização. As rotinas são desenvolvidas por estagiários de biblioteconomia, com supervisão das professoras com o intuito de promover aos alunos do Curso um aprendizado na prática sobre as Tecnologias de Informação e assim promover a disponibilização desse acervo. A seguir, serão expostas as imagens dos materiais informacionais no formato impresso e digital da Coleção Carnaúba. Imagem 2: Catálogo da carnaúba, parte 1 Imagem 3: Catálogo da carnaúba, parte 2 FONTE: Catalogo da Carnaúba FONTE: Catalogo da Carnaúba CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: caso do Projeto Catálogo Virtual da Carnaúba do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido da UFRN Imagem 4: Artigo de Jornal (impresso) Imagem 5: Artigo de Jornal (Digital) FONTE: Coleção da Carnaúba Imagem 6: Artigo de Revista (impresso) FONTE: Coleção da Carnaúba FONTE: Coleção da Carnaúba Imagem 7: Artigo de Revista (Digital) FONTE: Coleção da Carnaúba 36 CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: caso do Projeto Catálogo Virtual da Carnaúba do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido da UFRN Imagem 8: Bibliográfico (impresso) Imagem 9: Bibliográfico (Digital) FONTE: Coleção da Carnaúba FONTE: Coleção da Carnaúba 37 A seguir será abordado a respeito do que vem a ser digitalização, já que é o processo capaz de transformar o material impresso em digital, gerando os objetos digitais, que permitem o acesso aos conteúdos de forma remota. 4.2.1 Digitalização O uso da Digitalização nas Organizações tem se tornado um serviço pertinente para o processo de disponibilização da informação de forma mais rápida. Com o intuito de atingir não apenas o ambiente onde ela esta armazena, mais a disponibilização para o mundo todo. De acordo com Garcia (2009, p. 4), a Digitalização pode ser entendida como a: CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: caso do Projeto Catálogo Virtual da Carnaúba do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido da UFRN 38 Conversão de um suporte físico de dados (papel, microfilme, etc) para um suporte em formato digital visando dinamizar o acesso e a disseminação das informações, mediante a visualização instantânea das imagens a multi-usuários. O eixo da Digitalização é transformar o material informacional impresso para um formato digital, que poderá ser disponibilizado na rede mundial de computadores (internet), e assim dar visibilidade maior da riqueza das informações que o acervo possui na Unidade de Informação. De acordo com Conway (2001, p. 13): A tecnologia de formação de imagens digitais é mais do que simplesmente outra opção de reformatação. A formação de imagens implica a transformação dos muitos conceitos acerca do formato; é mais do que gerar uma imagem precisa de um livro, documento, fotografia ou mapa sobre um suporte diferente. [...] O universo digital transforma os conceitos da preservação tradicional: em vez de garantir a integridade física do objeto, passa a especificar a geração e a manutenção do objeto cuja integridade intelectual é sua característica principal. [...] ao invés de simplesmente tornar possível o envio de mensagens de um ponto a outro [...], as tecnologias de formação de imagem digital geram uma forma inteiramente nova de informação. A utilização dessa nova forma de disseminar informação proporciona algumas vantagens para a Organização, que são: redução no tempo de recuperação da informação, rapidez para atualização dos dados, o acesso por mais de um usuário e manter cópias de segurança. No entanto, a organização não pode deixar de lado as desvantagens que a tecnologia pode causar que são: as constantes mudanças de mídia, a obrigatoriedade da existência de equipamento e software para recuperação do dado e principalmente a inexistência de valor jurídico. Nesse caso, é necessário que a organização fique atenta para tentar diminuir essas desvantagens e consegui o máximo de desempenho no seu processo de Digitalização do seu acervo. Para que a Digitalização ocorra de forma satisfatória é necessário que se utilize uma rotina nesse processo de transformação do acervo. CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: caso do Projeto Catálogo Virtual da Carnaúba do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido da UFRN 39 4.2.2 Rotina da Digitalização da Coleção da Carnaúba do NUT-SECA O Centro de Documentação e Informação do NUT-SECA está ultrapassando os muros da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, através dos progressos tecnológicos e científicos e promovendo manutenção da pesquisa de ponta. Como NUT-SECA está transformando o seu rico acervo informacional da Coleção Carnaúba impresso para o formato digital, que proporciona a ele uma visibilidade e entendimento por parte dos usuários com relação a sua linha de pesquisa. Para que esse processo da digitalização ocorra é necessário passar por algumas etapas que irá facilitar no andamento das atividades: 1ª) A organização e armazenamento documental do material impresso para que se possa da inicio ao processo da digitalização; 2ª) Escolha dos equipamentos tanto hardware como software a serem utilizado no processo, ou seja, o uso da Tecnologia da Informação; 3ª) Organizar o acervo digital de acordo com impresso para facilitar a busca do material em loco; 4ª) Criar possíveis descritores que os usuários usarão para busca e a recuperação da informação; 5ª) Disponibilização desse material na rede mundial de computadores. Dessa forma, com a utilização das etapas e a sistematização do processo devem ser seguidas para facilitar a execução e padronização das tarefas. A necessidade também da elaboração de uma rotina que contribuirá na digitalização e na busca e recuperação do material. A seguir será demonstrada a rotina promovida pelos os estagiários do LIBER da UFRN. CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: caso do Projeto Catálogo Virtual da Carnaúba do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido da UFRN Início da rotina; Procurar o material no local armazenamento; Seleção do material; Identificação cronológica do material; Digitalização; Verificar se o documento está em bom estado de conservação: 40 SIM: Se o documento possui um bom estado e suas folhas estão soltas; Usa o Alimentador automático de folhas – ADF. NÃO: Possui folhas unidas, se for fotos, ou se o documento esta danificado; Usa a mesa do Scanner. Escolher o programa de acordo com a finalidade da digitalização; O documento terá OCR: SIM: Com OCR; Usar o ABBYY FineReader ou Adobe Acrobat 7.0 Standart; Transferir e tratar os documentos no Word; Transformar o documento em PDF para diminuir o tamanho. NÃO: Sem OCR; Usar Adobe Photshop 7.0 Standard ou o Adobe Acrobat 7.0 Standart; Cria a imagem; Trata a imagem. Criar cronologia por tipo de material; Armazena no computador servidor um back-up do processo realizado com o documento; Tratamento técnico do documento no Software SIABI; Disponibilizar os documentos tratados digitalmente aos usuários; Termino da rotina. Para representa melhor a rotina da Digitalização e da busca e recuperação da Coleção Carnaúba do NUT-SECA observe o Fluxograma. CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: caso do Projeto Catálogo Virtual da Carnaúba do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido da UFRN INÍCIO Procurar o material no local armazenamento. 41 Identificar a cronológica dos materiais. Selecionar o material. Digitalizar Se o documento possui um bom estado e suas folhas estão soltas. S Verificar se o documento está em bom estado de conservação Usa o Alimentador automático de folhas – ADF. N Possui folhas unidas, se for fotos, ou se o documento esta danificado. Usa a mesa do scanner. FIM Escolher o programa de acordo com a finalidade da digitalização. Com S Usar o ABBYY Fine Reader ou o Adobe Acrobat7.0 Standard Transferir e tratar os documentos no Word . Transforma o documento em PDF para diminuir o tamanho. O documento terá OCR? Disponibilizar os documentos tratados digitalmente aos usuários. N Sem Usar o Adobe Photoshop Standard ou Adobe Acrobat 7.0. Cria imagem Trata a imagem Tratamento técnico do documento no Software SIABI. Armazenar no computador servidor o back-up do processo realizado com o documento. Criar cronologia por tipo de material. Fonte: representação do processo de Digitalização criada pelo autor. O uso dessas etapas e rotinas devem ser seguidas para que se consiga atingir os objetivos da disponibilização do material no menor tempo possível e assim promover a satisfação de toda a comunidade de pesquisadores que buscam por essa temática especifica. CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: caso do Projeto Catálogo Virtual da Carnaúba do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido da UFRN 42 Após as explicações sobre o que vem a ser Digitalização e todas as implicações sobre o tratamento da informação, faz-se necessário explicar a importância de preservar a informação para que se possa acessar as informação no presente e no futuro distante. CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: caso do Projeto Catálogo Virtual da Carnaúba do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido da UFRN 43 5 PRESERVAÇÃO Como vimos anteriormente, o NUT-SECA tem procurado promover o resgate do seu patrimônio informacional sobre a temática da carnaúba, com o uso da tecnologia objetivando dar visibilidade dessas informações para os pesquisadores interessados na temática. Assim, surge um questionamento de até quando as informações registradas nesse meio impresso e no meio digital podem sobreviver ou estar disponível ao acesso para que futuras gerações usufruir desses conteúdos. Já que, são através desses registros que os indivíduos, comunidades e nações constroem e preservam a sua memória e a sua identidade. Para que informação não se perca com o passar dos anos, e que as futuras gerações possam também ter o privilegio de se informar sobre um determinado assunto é importante ter em mente uma política de Preservação Documental. Nesse sentido, a Preservação se constitui como uma alternativa estratégica para a perpetuação da memória coletiva. Torna-se necessário entender exatamente o que significa a preservação. Sendo assim, Costa (2003, p.3) define a Preservação como sendo “um conjunto de medidas e estratégias de ordem administrativa, política e operacional que contribuem direta ou indiretamente para a proteção do patrimônio”. Já de acordo com Conway (2001, p. 15) a “preservação é a aquisição, organização e distribuição de recursos afim de que venham a impedir posterior deterioração ou renovar a possibilidade de utilização de um seleto grupo de materiais.” Desse modo, pode-se observa que na perspectiva dos autores, a essência da Preservação é adquirir uma política de medidas e estratégia promovendo uma organização e uma distribuição de forma que se possa preservar o patrimônio informacional e assim desenvolver novas formas que possibilite o acesso a informação. CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: caso do Projeto Catálogo Virtual da Carnaúba do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido da UFRN 44 Quando em uma Unidade de Informação se aplica uma política de preservação em paralelo a essa estratégia observa-se também uma política de conservação, que de acordo com (COSTA, 2003, p.3), a Conservação é “um levantamento, estudo e controle das causas de degradação, permitindo a adoção de medidas de prevenção. É um procedimento prático aplicado na preservação.” Dessa forma, observa-se que quando ocorre uma estratégia conservação, o acervo continuará a disposição para ser consultado e com isso ocasionando um retardo na intervenção de reparos nos documentos. E assim proporcionar o desenvolvimento da política de preservação. Em um Centro de Documentação a Preservação é primordial para a sobrevivência do seu material informacional, já que, o seu acervo é composto por informações especificas. A aplicação dessa política tem tonado-se mais fácil devido os avanços tecnológicos. Com o uso da tecnologia tornou-se possível implementar a conversão ou transformação de documentos analógicos, gerando assim um documento digital que permitirá o acesso a informação evitando assim a necessidade de se manusear diretamente os documentos originais. A principal vantagem da Preservação é garantir o acesso das gerações atuais e futuras as informações promovendo assim a satisfação do pesquisador. Para que essa política de preservação aconteça de forma efetiva e consiga trazer um beneficio para a Unidade de Informação é necessário observa alguns pontos importante, que segundo Sarmento (2003, p. 3): Para que as ações de preservação sejam, efetivamente, tomadas deve haver uma conscientização do pessoal, do profissional que atua no centro de informação; seguidas de uma conscientização dos administradores e usuários do centro. Desse modo, torna-se necessário que se siga rigorosamente os procedimentos acima citados para que no final consiga-se implantar uma política de Preservação de forma adequada e assim conserva a riqueza informacional do documento. CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: caso do Projeto Catálogo Virtual da Carnaúba do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido da UFRN 45 Como foi relatados nos capítulos anteriores o Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido do Rio Grande do Norte, para expor a sua riqueza informacional sobre a Carnaúba utiliza o processo do Gerenciamento Eletrônico de Documentos através do uso da Digitalização, com objetivo de preservar seu acervo impresso e principalmente disseminar essas informações não apenas localmente mais para todo o mundo. Com a transformação das informações sobre a Carnaúba do suporte impresso para um objeto digital acarretara obrigatoriamente ao Centro de Documentação e Informação NUT-SECA agora uma política de preservação não apenas do impresso mais primordialmente do digital, pois, é por meio desse novo formato que conseguirá atingir o maio número de usuário a curto, médio e a longo prazo. No mundo do século XXI, a era da Tecnologia da Informação, tem se observado que a cada dia as organizações tem se tornado dependente das informações digitais que produzem. Por isso, a necessidade de uma implantação de técnicas e políticas no intuito de garantir a acessibilidade a essa nova forma de transmissão da informação. Esse tipo de preservação ocorrem em meio digital, a chamada Preservação Digital. Sendo assim, de acordo com o Ferreira (2006, p. 19), No domínio digital, todo o tipo de material tem obrigatoriamente de respeitar as regras de um determinado formato. Isto permite que as aplicações de software sejam capazes de abrir e interpretar adequadamente a informação armazenada. À medida que o software vai evoluindo, também os formatos por ele produzidos vão sofrendo alterações. Ainda sobre o entendimento a respeito do assunto, o autor afirma que: A preservação digital consiste na capacidade de garantir que a informação digital permanece acessível e com qualidades de autenticidade suficientes para que possa ser interpretada no futuro recorrendo a uma plataforma tecnológica diferente da utilizada no momento da sua criação. (FERREIRA, 2006, p. 20) CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: caso do Projeto Catálogo Virtual da Carnaúba do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido da UFRN 46 Dessa forma, como foi abordado pelo autor, não basta apenas ter um objeto digital e não se preocupar como essas informações serão acessada futuramente, já que a tecnologia encontra-se em constante transformação. Por isso, é importante se preocupar em deixar em uma plataforma que sempre haverá acesso. Para se entender o que vem a ser Objeto Digital, K. Thibodeau (2002, apud, FERREIRA, 2006, p.21), “pode ser definido como todo e qualquer objecto de informação que possa ser representado através de uma seqüência de dígitos binários”. O Objeto Digital pode ser apresentado de duas formas, por meio das informações que já são registradas digitalmente ou pelas as que passam por um processo de transformação através do uso de hardware e software. Como os documentos eletrônicos ou Objeto Digital dependem da interação de hardware e software e as formas de armazenamento para guarda dos documentos é importantíssimo que as informações possam apresentar um conteúdo acessível, utilizável e disponível. E assim permitir que os documentos estejam em formato compatível e sempre disponível para uma tecnologia mais avançada. A Preservação Digital encontra-se dividido em três momentos a física, lógica e intelectual. De acordo com o entendimento de Borba (2009, p.46), diz que: A preservação física se refere às mídias magnéticas em que estão armazenados os conteúdos. A preservação lógica se refere às tecnologias utilizadas para a geração dos conteúdos, ligados a hardware e software utilizados e a preservação intelectual está relacionada com a integridade e autenticidade dos conteúdos, neste caso a mais importante condição de ser preservada. Quando se trata da preservação digital é importante observar a obsolescência tecnológica com relação às questões de relacionamento entre os hardware e software, os referentes autores Castro, Astréa; Castro, Andresa; Gasparian (2007, p. 114) devem ser analisados os seguintes pontos: CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: caso do Projeto Catálogo Virtual da Carnaúba do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido da UFRN 47 A natureza da plataforma especifica e a patente dos vários aplicativos do software, assim como, a probabilidade de sua disponibilidade contínua; O custo da manutenção do acesso a formatos obsoletos, incluindo o sistema operacional e taxas de licenciamentos para um sistema que não está mais em uso; A estimativa de vida útil (física e comercial) dos meios onde os documentos digitais e seus respectivos metadados estão armazenados; A disponibilidade a longo prazo do hardware e das plataformas do sistema operacional necessários ao acesso dos documentos armazenados em meios diferentes. Dessa forma, é fundamental que se busque prever essas questões no início do processo de transformação dos dados. E assim, prover a preservação dos documentos através de estratégias no momento do Gerenciamento Eletrônico de Documentos para evitar futuras barreiras de acesso à informação. Segundo Arellano (2004, p.15), “a aplicação de estratégias de preservação para documentos digitais é uma prioridade, pois sem elas não existiria nenhuma garantia de acesso, confiabilidade e integridade dos documentos a longo prazo”. Sendo assim, a não utilização de estratégia acarretará perdas na disponibilização do documento. Na tomada de decisão de como será as estratégias a serem utilizada na Preservação do Objeto Digital requer o entendimento de alguns pontos como mostra Beagrie; Greenstein (1998, apud, ARELLANO, 2004, p.18), algumas precauções devem ser tomadas para reduzir o perigo da perda dos materiais digitais: armazenar em ambiente estável e controlável; implementar ciclos de atualização (refreshment) para cópia em nova mídia; fazer cópias de preservação (assumindo licenças e permissões de copyrights); implementar procedimentos apropriados de manuseio; transferir para uma mídia de armazenamento padrão. CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: caso do Projeto Catálogo Virtual da Carnaúba do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido da UFRN 48 Com o comprimento dessas estratégias será possível promover e desenvolver uma política de preservação digital de forma que satisfaça as necessidades da disseminação da informação. No NUT-SECA vem sendo observado uma tendência na busca por estratégias de preservação e conservação na tentativa da redução na perda dos materiais que estão sendo transformados da media impressa para o digital. Com relação à armazenagem do conteúdo, procura-se deixar gravado um arquivo no computado onde estar sendo realizado para os fins da digitalização por meio da utilização hardware e software de fácil controle. Procura-se ainda observar a atualização de formatos que garantam a usabilidade dos objetos digitais a sua acessibilidade durante a busca pela informação, bem como o armazenamento em DVD como forma de backup do material. Assim, a preservação desenvolvida no NUT-SECA visa também o armazenamento da informação com o intuito de promover a socialização de todas as comunidades de pesquisadores. E para que essa satisfação ocorra se faz necessário difundir em meio eletrônico o seu rico acervo informacional. Desta forma, o NUT-SECA procura a cada dia novas formas de mostrar seu acervo ao mundo e ao mesmo tempo mantê-lo preservado e conservado para a posteridade. CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: caso do Projeto Catálogo Virtual da Carnaúba do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido da UFRN 49 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Pode-se inferir ao final da pesquisa que diante de um mercado cada vez mais globalizado e competitivo, faz-se necessário que os responsáveis pelas Unidades de Informação utilizem a Gestão da Informação e da Tecnologia da Informação como instrumento essencial no processo do tratamento, busca e recuperação da informação. Com o intuito de atingir o máximo possível da eficiência e eficácia, que garantirão a sobrevivência da instituição e a sua valorização informacional perante aos seus pesquisadores reais e potenciais. Observou-se ao longo da pesquisa que a Sociedade da Informação é uma sociedade baseada no elemento informação. Esta responsável pela criação e manutenção do 4º setor da economia. Com o aumento no uso da informação surge a necessidade de utilizar a tecnologia da informação, pois essa representa um conjunto de Hardware e software responsáveis pelo processamento e transmissão das informações. No entanto, para que a informação seja repassada com qualidade para o usuário é necessário que as unidade de Informação usem estratégias de organização da massa documental através das ferramentas da Gestão Documental. Após a organização da massa documental, a Unidade de Informação torna-se apta a utilizar as tecnologias do Gerenciamento Eletrônico de Documentos na tentativa de aumentar a velocidade na disponibilização de informações. Ao analisar o Centro de Documentação do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido do Rio Grande do Norte, percebeu-se que o mesmo segue rumo a digitalização da Coleção da Carnaúba na tentativa de possibilitar uma maior visibilidade ao acervo bem como gerar a preservação do documento impresso e do digital para que gerações futuras possam acessar as informações sem perda de conteúdo. CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: caso do Projeto Catálogo Virtual da Carnaúba do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido da UFRN 50 De acordo com que foi acima explanado, o gerenciamento da documentação constitui-se como um processo mais eficaz e eficiente a ser utilizada pelas Unidades de Informação para que sua massa documental tornese facilmente acessada, localizada e recuperada. No entanto, para agilizar o processo de busca, localização e uso do objeto procurado, faz-se pertinente a utilização de um sistema de Gestão Eletrônica de Documento, para que o tempo do pesquisador seja reduzido e o material torne-se acessivo com mais facilidade. Assim, o Gerenciamento Eletrônico de Documentos realizado na Coleção da Carnaúba por meio do uso da digitalização, promoverá a visibilidade da massa documental e consequentemente proporcionará o reconhecimento dos usuários perante o Centro de Documentação do NUTSECA. Assim, recomenda-se para estudos futuros que esse assunto da preservação documental e digitalização de documentos seja abordado aplicando-se a outros caso específicos para que a produção científica sobre o assunto amplie-se fazendo com que haja uma evolução do saber nessa área. CARLOS ANDRÉ CRUZ BEZERRA DIGITALIZAÇÃO COMO ALTERNATIVA PARA A PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL: caso do Projeto Catálogo Virtual da Carnaúba do Núcleo Temático da Seca e do Semi-árido da UFRN 51 REFERÊNCIAS AGUIAR, Andréa Vasconcelos Carvalho de. Projeto de implantação do laboratório de tecnologia da informação LIBER/UFRN. Natal: UFRN, 2005. ALBERTIN, A L. Aumentando as chances de sucesso no desenvolvimento e implementação de sistemas de informações. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v.36, n.3, 1996, p.61-69, jul/ago/set. ANTUNES, Ana. Sociedade da informação. Coimbra: [S.n.], 2008. Disponível em: http://www4.fe.uc.pt/fontes/trabalhos/2008007.pdf. Acesso em: 09 set. 2010. ARANHA, Terezinha de Queiroz. Apresentação. In: FIGUEIRÊDO, Gildete Moura de; ALMEIDA, Raimunda Gonçalves de; BEZERRA, Sílvio José. Catálogo da Coleção Carnaúba: do Núcleo Temático da Seca e Semi-Árido da UFRN Parte I. Natal: [s.n.], 2008. p. 1-98. Disponível em: <http://www.ccsa. ufrn.br/nutseca>. 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