a mussarela Ao queijo MUSSARELA das pizzas Queijo é um alimento sólido feito a partir do leite de vacas, cabras, ovelhas, búfalas e outros mamíferos. O queijo é produzido pela coagulação do leite. Isso é realizado, em uma primeira etapa, pela acidificação com uma cultura bacteriana e, em seguida, empregando uma enzima, a quimosina (coalho ou substitutos) para transformar o leite em “coalhada e soro”. A bactéria correta e o processamento da coalhada desempenham um papel na definição da textura e sabor da maioria dos queijos. Alguns queijos apresentam também bolores, tanto na superfície externa como no interior. Queijo: historia, lendas e fábulas A fabricação e o consumo do queijo estão intrinsecamente ligados à história da alimentação humana. O aparecimento dos queijos data de um passado remotíssimo e coincide com o início do desenvolvimento da agricultura, ocorrido há cerca de 10 mil anos a.C., em um período conhecido como mesolítico. Tudo indica que foi nesta época que, na Mesopotâmia, os homens domes- 28 PIZZAs&massas Nº 3 - 2012 ticaram os primeiros animais. Tratava-se de um tipo de ovelha que vivia ao pé das montanhas. Tanto as primeiras ovelhas (Ovis orientalis aries) quanto as primeiras cabras (Capra aegagrus hircus) começaram a ser domesticadas cerca de 10.000 anos atrás na Ásia do Oeste. O gado (Bos taurus) e o gado zebu, (Bos taurus indicus ou Bos primigenius indicus) foram domesticados desde 10.500 anos atrás, também na Ásia do Sudoeste. No caso do gado, a espécie original foi o auroque (Bos primigenius), mas outras espécies foram domesticadas também, tais como o Bos javanicus, Bos javanicus f. domestica, Bos gaurus f. frontalis, Bos gaurus (o gauro) e o Bos mutus f. Grunniens, mais conhecidos como iaque. Os homens desse tempo viviam da caça, dos cereais selvagens e do leite das ovelhas, cabras ou vacas. Mas o leite, de sabor agradável e muito nutritivo, possuía infelizmente um período de conservação limitado. Sua coagulação não tardava a alterar seu gosto e a transformar a própria estrutura do líquido, com a separação do soro. Como ele era bastante essencial num período de tanta escassez, o aproveitamento da coalhada e a criação dos primeiros queijos frescos deve ter sido logo realizada. A descoberta do coalho natural para a transformação do leite em queijo deve ter ocorrido pelo hábito deles utilizarem estômago de animais para estocar líquidos. Assim, a renina foi também o primeiro e até hoje utilizado, coalho natural para o fabrico de queijos. É bom lembrar que o coalho natural, chamado renina, é uma enzima proteolítica secretada pela mucosa gástrica do 4o estômago dos bezerros antes do desmame. Esta secreção é produzida na forma de um precursor inativo, a prórenina, que em meio neutro não tem atividade enzimática, mas em meio ácido transforma-se rapidamente em renina ativa. O coalho possui duas enzimas: a quimosina e a pepsina. A primeira é o componente principal, a qual, após o desmame, tem sua produção reduzida, passando a pepsina a ser o componente majoritário. A atividade proteolítica do coalho é exercida principalmente sobre a caseína e em menor grau sobre as outras proteínas. 2012 - Nº 3 PIZZAs&massas 29 a mussarela De lá pra cá, o produto evoluiu em todas as partes do mundo. Pode-se dizer que cada país tem seu queijo original, que difere dos queijos produzidos em outros países por variáveis, como por exemplo, tipo de fêmea animal utilizado, clima, tipo de pastagens, processos de fabricação, etc. Contrariando a simples definição apresentada pelo dicionário, o queijo possui uma vasta história, onde abundam os detalhes. Assim, as lendas e histórias são muitas e passaremos, a seguir, a mencionar algumas delas. Verdadeiras ou não, fazem parte da pequena história do queijo! Em épocas pré-históricas, antes que o homem pudesse ler ou escrever, um legendário mercador viajante da Arábia, atravessando uma agreste secção montanhosa da Ásia, já cansado, depois de uma áspera subida sob sol causticante, fez uma pausa para restaurar suas forças e se alimentar. 30 PIZZAs&massas Nº 3 - 2012 Tinha trazido como alimento tâmaras secas e, dentro de um cantil feito de estômago seco de carneiro, certa quantidade de leite de cabra. Mas, quando ele levou aos lábios o cantil para sorver o leite, somente um líquido fino e aquoso escorreu de seu interior. Curioso, Kanana, o lendário viajante, cortou o cantil e viu, para sua surpresa, que o leite tinha se transformado numa coalhada branca, não muito desagradável ao paladar de um homem faminto. O coalho existente no estômago parcialmente seco do carneiro havia coagulado o leite, e o resultado dessa operação química foi o queijo. Isso se passou há milhares de anos, e ainda hoje, faz-se o queijo exatamente de modo semelhante: coagulando o leite com coalho oriundo de estômago de bezerros. Em tempos idos, as planícies verdejantes do Norte e Oeste da Ásia Central eram povoadas por tribos nômades chamadas arianas (indo-europeias), que migraram da Ásia Central para a zona geográfica em que atualmente existe o Irão no segundo milénio antes de Cristo. A língua persa e outros idiomas iranianos emergiram destas tribos arianas que se dividiram em dois grandes grupos, os persas e os medes, tendo-se mistuado com povos indígenas, tais como os elamitas. Esses arianos alimentavamse principalmente dos produtos de seus rebanhos e foram, provavelmente, uma das primeiras raças que domesticaram o gado e que procuraram as melhores terras de pastagens do mundo então conhecido. Como o pastoreio não oferecia dificuldades nas planícies infindáveis da Ásia, exceto na locomoção de um local para outro, eles passaram a industrializar matérias-primas procedentes de rebanhos bovinos e se dedicaram à arte de fazer queijos. Sendo nômades por natureza e sempre na procura de novas e verdejantes terras de pastagens, essas tribos errantes, eventualmente, chegaram à Europa levando consigo seus rebanhos e a arte do fabrico de queijos. Com uma relação profunda com a mitologia e com as divindades, quer o leite quer o queijo entraram na alimentação diária dos camponeses e aldeões vendo a sua área de abrangência começar na antiga Suméria, passando pelas civilizações Babilônica e Hebraica, e acabando na Antiga Grécia e civilização Romana. Como seria de esperar, os queijos sofreram evoluções de sabores, bem como o aparecimento de algumas variedades diretamente relacionadas com o recurso de plantas aromáticas. A Bíblia é rica em referências às vacas e ao leite, e os hebreus do Antigo Testamento louvavam com frequência o queijo como um dos alimentos mais nutritivos. Passagens bíblicas registram o queijo como um dos alimentos da época. Entre as provisões que o pequeno David levou para o exército antes que ele desafiasse e matasse o gigante filisteu Golias, havia dez queijos. Grande parte da vida de David foi passada em contato com rebanhos, e naqueles longínquos dias o guardador de gado gozava da confiança e do respeito da comunidade. Quando Jacob e seus filhos foram expulsos pela fome da terra de Canaã e acharam refúgio no Egito, onde José, o filho perdido, havia se tornado um homem poderoso, eles se dirigiram ao Faraó nestes termos: “A ocupação destes teus servos tem sido cuidar de gado desde nossa mocidade até agora; não somente nós, mas nossos pais também”. O queijo, nos obscuros e distantes dias ancestrais, teve um desenvolvimento lógico e inevitável, pois era o único meio pelo qual os elementos nutritivos do leite podiam ser preservados. Os egípcios estão entre os primeiros povos que cuidaram do gado e tiveram, no leite e no queijo, fonte importante de sua alimentação. Isso foi possível porque o fértil vale do Nilo possuía pastagens cheias de gado. Tão importante era o bovino para os egípcios que a simbologia desse povo eternizou sua importância colocando chifres de vaca sobre a cabeça da deusa Hathor. Era ela que velava pela fertilidade do solo e causava o transbordamento do Nilo, tornando fecundas as terras áridas. Quando o rio transbordava, era celebrado o festival de Osíris e, nessa solenidade, uma vaca bem escovada e lustrosa era carregada em procissão cerimonial. O leite de ovelha era também largamente usado pelos antigos egípcios na fabricação de queijos, mas as incompletas páginas da história não nos deixaram registros dos métodos usados por eles. Queijos feitos de leite de vaca, de cabra e de ovelha foram encontrados em muitas tumbas egípcias. A mais antiga evidência arqueológica da produção de queijo foi encontrada nas pinturas de uma tumba egípcia, datando de cerca de 2.000 a.C. Os antigos gregos reverenciaram o queijo como um alimento dos deuses e, com impressionantes cerimônias e súplicas, apresentavam queijos como oferendas no Monte Olímpio. Segundo a lenda, o queijo teria sido descoberto por um dos filhos de Apolo, Aristeu, Rei da Arcádia. A fabricação de queijos na Grécia já era bem conhecida no tempo de Homero, embora o país, devido ao seu terreno montanhoso, não fosse abundante em terras de pastagens. A Odisséia de Homero (século VIII a.C.) descreve o Ciclope fazendo e armazenando queijo do leite de ovelha e cabra: "Nós logo alcançamos sua caverna, mas ele estava fora cuidando das ovelhas, então entramos e fizemos um levantamento de tudo que pudéssemos ver. Sua prateleira estava lotada com queijos, e ele tinha mais cordeiros e cabritos do que seus currais podiam conter...Quando ele terminou, sentou-se e ordenhou suas ovelhas e cabras, tudo em seu devido tempo e, em seguida, levou cada uma delas para junto de suas crias. Ele coalhou metade do leite e colocou-o de lado em peneiras de vime.” Hipócrates, em seus escritos, refere-se ao queijo feito de leite de égua e, também, de leite de cabra, o que podia indicar que esses dois animais eram mais apropriados para viverem em terrenos montanhosos. O pastoreio parece ter sido objeto de muita controvérsia entre os criadores de gado até que os Estados gregos fizessem tratados, repartindo equitativamente, pedaços úteis de terra e, além disso, encorajando a fabricação de queijo. Não somente os Gregos, como também os Romanos apreciavam o queijo, do qual fabricavam inúmeras variedades e cujas virtudes conheciam, pois utilizavam-no na alimentação dos soldados e atletas. Durante o reinado dos Césares, a fabricação do setor de queijos e o desenvolvimento de laticínios estendeu-se ra- Etimologia A origem da palavra queijo parece ser do latim popular caseu - a fonte mais antiga é provável da raiz proto-indo-europeia kwat -, que significa “fermentar, tornar ácido”. Em português, a moderna palavra queijo surgiu por intermédio do espanhol queso, no ano 980, documentado em português sob a forma queso em 1188. Os derivados requesón e requeijão surgem no século XVI. No século XIX, por via culta, usou-se do elemento regular, de composição casei -, nos neologismos caseína, caseiforme, caseoso, etc. A palavra malaia/ indonésia keju (emprestada da portuguesa ‘queijo’), a romena cas e a italiana cacio são também de origem latina. Na língua inglesa, a moderna palavra cheese vem de chese (em inglês médio) e ciese ou cese (em inglês antigo). Palavras similares são compartilhadas por outras línguas germânicas ocidentais - frísio ocidental tsiis, neerlandês kaas, alemão Käse, alto alemão antigo chasi - todas elas provavelmente vindas da raiz germanoocidental kasjus, que por sua vez é anteriormente derivada do latim. A raiz celta que forma a palavra irlandesa cáis e a galesa caws são também relacionadas. Quando os romanos iniciaram a produção de queijos duros para o suprimento de seus legionários, uma nova palavra começou a ser usada: formaticum, do latim caseus formatus, ou “queijo moldado”. É a partir dessa palavra que derivou a palavra francesa fromage, a italiana formaggio, a catalã formatge, a bretã fourmaj e a provençal furmo; até o século XV, em francês era formage e, somente depois passou a ser fromage! 2012 - Nº 3 PIZZAs&massas 31 a mussarela pidamente por toda a Europa e tornou-se uma importante indústria agrícola onde quer que se estendessem as pastagens abundantes. Roma, brilhante centro da civilização antiga, era um rico mercado para queijo. Foram os responsáveis pela maior divulgação dos queijos pelo mundo. Na expansão de seu Império, eles levaram vários tipos à Roma; os queijos chegavam a capital de todas as províncias italianas, mas também de outras terras mais distantes, como Nimes (uma cidade do Sul da França), Sabóia1 e regiões atualmente da Suíça, importava-se o Caseus helveticus para Roma. Tanto nos gregos quanto nos Romanos o queijo era considerado como um produto de luxo, acessível exclusivamente as classes privilegiadas que, na ânsia de provar sabores diferentes, começaram a introduzir ervas aromáticas no processo de confecção. Assim, elevaram o nível do queijo, transformando-o de simples alimento para uma iguaria indispensável nas pródigas e fartas mesas de banquetes dos dignitários romanos. Por esta altura, os romanos já tinham descoberto a prensa, a qual foi um aperfeiçoamento da técnica do escoamento do coalho, processo que permitia obter queijos de pasta comprimida, sendo exportado até a Grã-Bretanha. Muitas alusões ao queijo são encontradas nas obras de Plínio, Paládio e Sêneca, inclusive, alguns dados técnicos sobre a fabricação de queijos. Lucius Junius Moderatus, de apelido ou alcunha Columela, foi um escritor agronômico romano. Nascido na Bética, tal como Sêneca, de quem foi amigo, esteve algum tempo no exército romano e foi tribuno na Síria no ano 35 d.C. Mudou-se para Roma, onde se dedicou à agricultura em grande escala, pondo em prática os seus conhecimentos. Na capital do Império Romano formou parte dos círculos sociais mais elevados. Da sua obra escrita chegaram-nos De re 1 A Saboia ou Savoia é um departamento da França localizado na região Ródano-Alpes. Sua capital é a cidade de Chambéry. O seu nome deriva do termo latinosapaudia (ou sabaudia) que significa “território de pinheiros”, nome que teria derivado em Sabaudia, Sabogla, Saboia, Savogia et enfin Savoie. 32 PIZZAs&massas Nº 3 - 2012 rustica (Os trabalhos do campo) e Liber de arboribus (Libro das árvores). Na primeira destas obras, dividida em doze volumes, e inspirando-se em obras anteriores de Catão, o Velho, Marco Terêncio Varrão e outros autores latinos, gregos ou cartagineses, trata sobre todos os trabalhos do campo no mais amplo sentido do termo: desde a prática da agricultura, pecuária e apicultura, até à cura de animais, passando pela elaboração de distintos produtos e conservas, tal como o fabrico de queijo utilizando a coagulação do leite pelo coalho, separação do soro, salga e maturação. A obra de Columella é considerada o reportório mais extenso e documentado sobre agricultura romana. A Naturalis Historia (77) de Plínio dedica um capítulo (XI, 97) para descrever a diversidade de queijos consumidos pelos romanos do início do Império. Ele afirmou que os melhores queijos vinham das aldeias perto de Nîmes, mas não tinham longa durabilidade e precisavam ser consumidos frescos. Os queijos dos Alpes e Apeninos eram notáveis por suas variedades, assim como ocorre hoje em dia; fala do Caseus Helveticus, ou seja, queijo dos helvéticos, uma das tribos da região que é agora a Suíça. O queijo lígure era apreciado por ser feito apenas de leite de ovelhas e alguns queijos produzidos nas vizinhanças eram muito pesados. O queijo de leite de cabra era um gosto recente em Roma, aperfeiçoados com o “sabor medicinal” dos queijos similares da Gália através da defumação. Dos queijos de regiões fora do Império, Plínio dava preferência àqueles da Bitínia, um reino antigo que se tornou uma província romana na parte setentrional da Ásia Menor (corresponde à moderna Turquia Asiática). Quando houve o declínio de Roma e o comércio de longa distância diminuiu, o queijo na Europa ganhou uma maior diversificação, com vários locais desenvolvendo suas próprias técnicas de produção e de produtos. A Câmara Britânica de Queijos alega que a Grã-Bretanha possui aproximadamente 700 locais distintos de produção de queijos; a França e a Itália têm talvez 400 cada. Um provérbio francês diz que há um tipo diferente de queijo francês para cada um dos dias do ano, e Charles de Gaulle, ex-presidente da França, uma vez perguntou: “Como você pode governar um país no qual existem 246 tipos de queijo?”. Ainda assim, o avanço da arte da produção do queijo na Europa foi lento durante os séculos que se seguiram à queda do Império Romano. Nos anos que se seguiram à queda de Roma, a Igreja começou a tomar parte cada vez mais importante e crescente na economia da Europa Ocidental. A maioria das indústrias estava sob a direção de ordens religiosas e a de fabricação de queijos não fazia exceção. Os camponeses eram virtualmente escravos dos proprietários de terras e a única fonte de saber e orientação eram os mosteiros. Ali os monges e frades ensinavam aos servos alguns rudimentos de agricultura e de outras artes relativamente pouco conhecidas, tais como o fabrico de queijos. Mostraram aos camponeses como manter os animais saudáveis, ensinaram-lhes a conservar o leite e a curar o queijo. No século VIII, Carlos Magno descobriu os queijos com manchas esverdeadas, antepassados do Roquefort, durante uma viagem a Rueil-en-Brie. A partir da Idade Média, a fabricação de queijos finos fica- ria restrita aos mosteiros católicos, com novas receitas desenvolvidas por seus monges. Certas ordens religiosas ganharam reputação por causa da qualidade dos seus queijos, devido às rígidas regras de higiene em sua manufatura. Alguns autores especulam que o nome queijo deriva do termo medieval formatium, ou “queijo colocado na forma”. Muitos dos queijos mais conhecidos hoje em dia foram pela primeira vez registrados no final da Idade Média ou depois dela, queijos como cheddar por volta de 1500, Parmesão em 1597, Gouda em 1697, Camembert em 1791, Port-du-Salut (hoje Port-Salut) em 1795, Trappe Échourgnac em 1868, etc. John Heywood (1497-1580), escritor inglês, poeta, dramaturgo e colecionador de provérbios escreveu, em 1546, em Proverbs que “a lua é feita de queijo verde”. (Verde pode não estar referindo-se aqui a cor, como muitos atualmente pensam, mas ao fato de ser novo ou imaturo).. Variações deste sentimento foram por muito tempo repetidas. Embora algumas pessoas presumam que esta era uma crença no período anterior à exploração espacial, é mais provável que Heywood tenha cometido um disparate. Até a sua propagação moderna juntamente com a cultura europeia, o queijo era quase desconhecido das culturas orientais, inexistente nas Américas pré-colombianas e de uso apenas limitado na África submediterrânea, sendo generalizado e popular apenas na Europa e nas áreas fortemente influenciadas por suas culturas. Mas, com a disseminação, inicialmente através do imperialismo europeu, e mais tarde da cultura e alimentação euro americano, o queijo tem aos poucos tornado-se conhecido e cada vez mais popular em todo o mundo, embora ainda raramente sendo considerado parte das cozinhas étnicas locais fora da Europa, do Oriente Médio e das Américas. A primeira fábrica para a produção industrial de queijo começou a funcionar na Suíça em 1815, mas foi nos Estados Unidos da América onde a produção em larga escala teve pela primeira vez real sucesso. O crédito normalmente vai para Jesse Williams, um produtor norte americano de laticínios de Rome, NY, que em 1851 começou a produzir queijo em forma de linha de produção usando o leite de fazendas vizinhas. Em poucas décadas existiam centenas dessas associações de produtos lácteos. Na década de 1860, iniciou-se a produção em massa do coalho e na virada do século cientistas estavam produzindo culturas microbióticas puras. Até então, a bactéria da produção do queijo provinha do meio ambiente ou da reutilização de parte de uma quantidade anterior de soro; as culturas puras significaram um meio mais padronizado de produção do queijo. 2012 - Nº 3 PIZZAs&massas 33 a mussarela O queijo industrializado ultrapassou a produção artesanal de queijo no período da Segunda Guerra Mundial e desde então, as fábricas tem sido as maiores fontes da maioria dos queijos na América e Europa. Atualmente, os estadunidenses compram mais queijo processado do que “real”, industrializados ou não. O queijo no Brasil Hoje, devido à globalização, o queijo está presente em todo o mundo, podendo ser apreciado até mesmo por povos que culturalmente eram praticamente privados de conhecê-lo, como os africanos e asiáticos. A produção está diretamente ligada a condições de clima, disponibilidade de solo, pastagens, nível cultural e social e, até mesmo, políticas econômicas. O maior produtor de queijos no mundo, hoje, é os Estados Unidos, que desenvolveu uma indústria queijeira de alta tecnologia dedicada em grande parte à produção de queijos com alto índice de artificialismo. No entanto, seus queijos não têm o sabor refinado dos queijos franceses, que até hoje fazem sucesso internacionalmente. Na América Latina, a Argentina se apresenta como a maior produtora de queijos de qualidade. O Brasil, em termos de volume de produção se apresenta bem, mas possui um dos menores índices per capita do mundo. A indústria brasileira apresenta, no entanto, alguns sinais de evolução e 34 PIZZAs&massas Nº 3 - 2012 já encontramos bons queijos inspirados em similares europeus. O Brasil é o sétimo maior produtor mundial de queijos. A moderna indústria de queijos e de laticínios advém do primeiro ciclo industrial do Brasil no final do século 19, quando surgiram as primeiras fábricas com máquinas e tecnologia importadas da Europa. Para pesquisar a rica história dos queijos no Brasil, o jornalista e escritor brasileiro João Castanho Dias, é a maior autoridade no que tange ao assunto. O seu livro Uma longa e deliciosa viagem, a primeira história do queijo no Brasil, é referência na matéria. As informações a seguir foram extraídas desta obra. A primeira queijaria brasileira foi fundada em 1581, na Bahia. Animais, inexistentes no Brasil, as vacas, foram introduzidas no país em 1532 pelos portugueses. Portanto, só a partir daquele ano a indústria de queijos seria possível no país e a nossa primeira queijaria surgiu em 1581 no colégio dos jesuítas em Salvador, na Bahia. As barreiras da atividade eram várias e imensas: a escassez na colônia de sal, ingrediente básico dos queijos, a medíocre produção de leite das vacas, o alto índice de mortes delas por cobras, morcegos, onças, a dificuldade para a obtenção do coalho sem o qual não se faz queijos. Hoje, se usa coalho industrial, mas na época ele era retirado das vísceras de capivaras, antas, tatus e de outros animais selvagens. A vinda da corte joanina “europeizou” a gastronomia nacional. Então, uma mistura da cozinha negra e índia com seus pratos à base de mandioca, milho, feijão e carne de porco, a culinária do Brasil a partir de 1808 seria outra, mais sofisticada nos aparatos de mesa - pratos, talheres, toalhas - e na comida em si com receitas de doces e salgados de origem luso-frances, nas quais não faltavam cremes de leite, queijos e manteiga. Quem saiu ganhando com isso foi a incipiente indústria nacional de laticínios que ressurgiu com toda força, sobretudo, no Sul de Minas Gerais para abastecer a enorme demanda de lácteos que se verificou na época no mercado do Rio de Janeiro. A moderna indústria brasileira de queijos e de laticínios em geral é fruto do primeiro ciclo industrial do Brasil no final do século 19, quando surgiram no país as primeiras fábricas do gênero com máquinas e tecnologia importadas da Europa. E também com técnicos de lá. Os dinamarqueses foram mais efetivos na difusão no país dos lendários queijos finos europeus, lançando grande variedade deles, como o francês roquefort, o italiano gorgonzola, o holandês gouda. Foram eles que criaram o queijo prato que recebeu esse nome porque tinha o formato de um prato de comida, depois alterado para o formato retangular para ser usado em fatias nos sanduíches. A maioria das queijarias montadas pelos dinamarqueses no Sul de Minas Gerais a partir de 1920 foi vendida para multinacionais na década de 1970. Os dois visionários pioneiros do queijo no Brasil, ambos do século 19, foram Carlos Pereira de Sá Fortes e Antonio José Sampaio. Em 1888, antes mesmo de Palmyra ser reconhecida como município (hoje Santos Dumont), foi instalada ali a primeira fábrica de laticínios da América do Sul. O proprietário era o médico Carlos Pereira de Sá Fortes, neto de Carlos Sá Fortes, primeiro importador de gado Holandês na região. Nascido em Barbacena em 1850, seu sonho era produzir queijos com a mesma qualidade dos europeus. Para isso, foi à Europa visitar laticínios e importou da Alemanha e da Holanda maquinário para montagem de um laticínio, a Companhia de Laticínios da Mantiqueira, erguida às margens do Rio Pinho. Junto com as máquinas vieram os técnicos que iniciaram a fabricação de um queijo semelhante ao prato e ao Edam. A princípio, o resultado não foi satisfatório, porém, os técnicos retornaram à Europa para um aperfeiçoamento e aprendizado de novas técnicas. No retorno, houve a separação da equipe. Em 1903, foi fundada a Fábrica de Laticínios Borboleta, de propriedade de Alberto Boeke, Joug & Cia. A sua fábrica principal ficava situada em Palmira, e as outras, no município de Barbacena, em União, Dores do Paraibuna, e em Rosário, município de Juiz de Fora. A fábrica de Palmira era acionada por um motor a gás da força de 40 cavalos e recebia diariamente, nas suas fábricas, mais ou menos, 14.000 litros de leite. Fabricava por dia, 250 quilos de manteiga, que eram levados ao mercado em latas de ½ a 10 quilos, e 400 queijos Edam, exportando ainda leite, por dia, para o Rio de Janeiro. Na Exposição Nacional de 1908, os produtos Borboleta, marca registrada da firma, foram premiados com o Grande Prêmio; outro grande prêmio foi alcançado na Exposição Internacional de Turim. A empresa ocupava cerca de 90 operários. Os sócios da firma eram Alberto Boeke e Antonio Rodrigues Ladeira, fundadores da fábrica, e José Joaquim de Almeida e Gaspar de Joug. Alberto Boeke, sócio-gerente, era holandês, nascido em Groningen; chegou ao Brasil em 1887 por conta de uma companhia de laticínios (vide acima Companhia de Laticínios da Mantiqueira), para exercer o cargo de gerente técnico. Aí esteve empregado durante 10 anos. Depois, com Antonio Rodrigues Ladeira, brasileiro, fundou a empresa de que se trata. Gaspar de Jougera, também holandês, estava no Brasil há cerca de 20 anos. Era proprietário e mantinha-se na direção de uma das fábricas. O sócio, José Joaquim de Almeida, era brasileiro e tinha a seu cargo a direção da casa filial no Rio de Janeiro. A história do queijo brasileiro está apenas começando, já que o país é o quinto maior produtor de leite do mundo e como tem fartura de matéria-prima pode crescer muito mais no setor. Hoje, o Brasil é o sétimo maior produtor mundial de queijos. Mas tem um grave problema, que é o medíocre consumo interno. São 3,4 kg per capita/ano contra 12 kg na Argentina e 15 kg nos Estados Unidos. O cerne da questão é o baixo poder aquisitivo do brasileiro. A fabricação do requeijão do Sertão foi difundida por escravos africanos. Imigrantes dinamarqueses desenvolveram e lançaram no mercado o queijo prato. O que é queijo? Queijo é um alimento sólido feito a partir do leite de vacas, cabras, ovelhas, búfalas e outros mamíferos. O queijo é produzido pela coagulação do leite. Isso é realizado, em uma primeira etapa, pela acidificação com uma cultura bacteriana e, em seguida, empregando uma enzima, a quimosina (coalho ou substitutos) para transformar o leite em coalhada e soro. A bactéria correta e o processamento da coalhada desempenham um papel na definição da textura e sabor da maioria dos queijos. Alguns queijos apresentam também bolores, tanto na superfície externa como no interior. Existem centenas de tipos de queijos produzidos em todo o mundo. Diferentes estilos e sabores de queijo são o resultado do uso do leite de vários mamíferos ou com diferentes teores de gorduras, empregando determinadas espécies de bactérias e bolores, e variando o tempo de envelhecimento e outros tratamentos de transformação. Outros fatores incluem a dieta animal e a adição de agentes aromatizantes, tais como ervas, especiarias, ou defumação. Se o leite for pasteurizado pode também afetar o sabor. O amarelo e o vermelho usados para colorir muitos queijos é o resultado da adição de colorau. Os queijos são consumidos puros ou fazendo parte dos ingredientes de vários pratos; a maioria dos queijos derrete ao serem aquecidos. Para alguns queijos, o leite é coalhado acrescentando ácidos, como o vinagre ou sumo de limão. A maioria dos queijos, no entanto, é acidificada, em menor grau, por 2012 - Nº 3 PIZZAs&massas 35 a mussarela bactérias, que transformam os açúcares do leite em ácido láctico, seguido pela adição de coalho para completar a coagulação. O coalho é uma mistura de enzimas obtida tradicionalmente a partir do revestimento do estômago de bovinos jovens, mas agora também produzida em laboratório. Estão disponíveis alternativas vegetarianas para o coalho, a maioria delas obtida pela fermentação do fungo Mucormiehei, mas outras foram extraídas do cardo (C. cardunculus spp. flavescens), do gênero Cynara. O queijo tem servido como uma barreira contra a fome e é um bom complemento alimentar. É valioso por ser de fácil transporte, ter longa durabilidade e alto teor de gordura, proteína, cálcio e fósforo. O queijo é uma forma mais compacta de nutrição e tem uma validade mais longa do que a do leite, do qual ele é feito. Os produtores de queijos podem instalar-se próximos ao centro de uma região leiteira e beneficiarem-se do rápido acesso ao leite fresco, dos preços mais baixos do leite e das despesas menores com o transporte. A longa durabilidade do queijo faz com que o produtor possa armazená-lo e vendê-lo quando os preços estiverem altos ou quando necessitar de dinheiro. É provável que os primeiros queijos tenham sido bastante ácidos e salgados, similares em textura ao rústico queijo cottage ou feta, um farelento, e saboroso queijo grego. O queijo produzido na Europa, onde o clima é mais frio do que do Oriente Médio, requer uma menor quantidade de sal para a sua preservação. Nas condições de menor quantidade de sal e acidez, o queijo torna-se um ambiente propício para uma grande variedade de micróbios benéficos e mofos, que são o que dão aos queijos mais velhos seus sabores característicos. Os queijos, de forma geral, apresentam em sua composição água, proteínas, gordura, cloreto de sódio (sal), lactose, ácido lático, sais minerais e vitaminas. Nas versões curadas, à medida que o queijo envelhece, há uma redução do teor de água, além da transformação da lactose, proteínas e gorduras através do metabolismo das bactérias lácteas usadas na fabricação, proporcionando sabores, odores e texturas distintos. Entre os benefícios nutricionais do seu consumo, destaca-se, de maneira geral, alta digestibilidade, graças ao perfil de aminoácidos que compõe suas proteínas; presença reduzida de lactose, principalmente nas versões curadas, quando sua quantidade chega a ser apenas 1/3 da lactose inicial contida no leite; presença de vitaminas (A, D, E, B) e minerais (zinco, iodo, selênio, potássio e fósforo); e alto teor de cálcio, importante para a formação e manutenção de ossos e dentes, prevenção da osteoporose, e diferentes funções orgânicas. orgânicas. A Tabela 1 ao lado apresenta os valores nutricionais de alguns tipos de queijos. A mussarela A palavra italiana mozzarella, possui grafia diferenciada em Portugal e no Brasil. No Brasil, embora seja popularmente escrito como mussarela, encontra-se dicionarizado como “muçarela” (Houaiss, Michaelis, Aurélio) ou “mozarela” (Houaiss, Aurélio). No Dicionário da Academia Brasileira de Letras, constam as formas mozarela, muçarela e muzarela. Trata-se de uma variedade de queijo de origem italiana, da comuna de Aversa, região da Campania, província de Caserta, feito de leite de búfala. É um queijo de massa filada. Sua receita tradicional indica o uso exclusivo de leite de búfala, 36 PIZZAs&massas Nº 3 - 2012 produzindo o queijo em formato de bolotas conservadas em soro, brancas e bem macias. Na Itália, apenas esse tipo de queijo é reconhecido oficialmente como mozzarella, recebendo o selo de certificação de origem. São produzidas, em média, 33 mil toneladas deste queijo por ano em território italiano. Hoje, por ser muito utilizada na culinária mundial, a musarela também é produzida a partir do leite de vaca, apresentando aspecto amarelado e consistente, em peças retangulares - neste caso, a massa utilizada também é filada. Esta é a receita mais consumida em países como o Brasil, onde são produzidas, em média, 182 mil toneladas de queijo por ano. Tecnicamente, deve-se chamar esse queijo de tipo mussarela, já que não segue a receita original que usa leite de búfala. Normalmente, esse queijo tipo mussarela, feito a partir de leite de vaca é chamado Fior de latte. Sabor, aroma e textura são, obviamente, distintos. Nos Estados Unidos é fabricada em grande quantidade com leite de vaca, sobretudo, e é chamada de pizza cheese. O nome de mozzarella é derivado do verbo italiano mozzare (cortar), referindose ao corte executado na massa filada, com o polegar e o indicador, a fim de formar a forma do queijo em si. A denominação de origem protegida Mozzarella di Bufala Campana, registrada pelo Regulamento da Comissão Economica Europeia (1107/96) agrega o termo campana para claramente se referir ao uso de leite de búfala; a mussarela feita a partir de leite de vaca, mais comum, não é um produto protegido pela legislação europeia. A origem da mussarela, portanto, coincide com a introdução dos búfalos na Itália. Segundo alguns historiadores, esses animais de origem asiática teriam sido introduzidos no Centro-Sul da Itália pelos gregos no século IV a.C.; segundo outros, a chegada dos búfalos na península ocorreu na época da chegada dos reis normandos na Sicília, em torno do ano 1.000 d.C. São as áreas pantanosas litorâneas do Mar Tirreno, no território central e do Sul da Itália, as mais adequadas para a criação de búfalos. Um primeiro documento a respeito deste queijo muito especial remonta ao século XII, quando os monges da abadia de São Lourenço de Cápua, na província de Caserta, ofereciam o queijo para os peregrinos que os visitavam. A mussarela era uma versão menos refinada da provola e que não podia ser conservada por muito tempo; provavelmente por esse motivo sua difusão era, inicialmente, limitada ao Sul da Itália. No século XVI, mais precisamente em 1570, apareceu outro documento, a Opera dell’arte del cucinare, do famoso chefe renascentista Bartolomeo Scappi (1500-1577), cozinheiro dos papas Pio IV e V, no qual faz-se menção da mussarela no elenco dos queijos servidos ao papa. Mesmo se a mussarela já era comumente comercializada na província de Caserta no século XVI, foi somente a partir do século XVIII que ocorreu sua maior divulgação na Itália. É nessa época que um sítio pertencente ao Conde de Acerra, no Sul de Cápua, foi adquirido pelo Rei Carlos de Bourbon e transformado no Castelo Real de Carditello. Nessa propriedade, com mais de 1.000 hectares, rica em faisões, javalis e lebres, foi desenvolvida uma criação de cavalos e búfalos, com boa estrutura de captação e processamento de leite de búfalas. Mussarela de búfala A mussarela de búfala é um queijo de massa filada, de textura bem cremosa e cor TABELA 1 - VALORES NUTRICIONAIS DOS QUEIJOS (VALORES CORRESPONDENTES À PORÇÃO DE 30 G) Queijo Cottage Minas frescal light Cream cheese Requeijão cremoso Ricota fresca Minas frescal Fondue Processsados Valor energético 25 a 50 kcal 40 a 60 Kcal 50 a 60 Kcal 70 a 85 Kcal 60 a 100 Kcal 70 a 100 Kcal 70 a 80 kcal 54 a 85 Kcal Cálcio cerca 20 mg 190 a 250 mg 30 mg 40 mg 100 a 180 mg 170 a 250 mg 120 a 190 mg 97 a 220 mg 4 a 7,5 g 2a8g 2a3g 3a4g 3,7 a 6 g 4a5g 3,5 a 5,5 g 3 a 4g 0 a 1g 1g 0,5 a 1g cerca de 1 g cerca de 1 g 1a2g 0 a 1,5 g 1 a 5,8 g 1a 1,5 g 1,5 a 2,5 g 6g 5a8g 3 a 7g 4 a 7g 5a7g 3,5 a 7,7 0,5 a 0,9 g 1 a 1,5 g 3a4g 3,5 a 5 g 1,5 a 3,5 g 3 a 4,5 g 3 a 4,5 g 2,2 a 4,5 Proteínas Carboidratos Gorduras totais Gorduras saturadas Gorduras trans não contêm não contêm não contêm não contêm não contêm não contêm não contêm não contêm Fibra alimentar ñ significativa ñ significativa ñ significativa ñ significativa ñ significativa ñ significativa ñ significativa ñ significativa Queijo Mussarela Mussarela de búfala Minas padrão Prato Camembert Provolone Gorgonzola Parmesão Valor energético 90 a 110 kcal 90 kcal 100 a 120 kcal 90 a 110 kcal 90 a 100 kcal 90 a 100 kcal 95 a 110 kcal 120 a 150 Cálcio 200 a 300 mg 80 a 210 mg 200 a 300 mg 210 a 300 mg 100 a 130 mg 200 a 230 mg 145 a 170 mg 130 a 330 mg 7a8g 6 a 7g 6 a 7g 6,5 a 8,5 g 6 7a8 6a7g 8 a 10 g 0,5 a 1,5 g 0 a 0,8 g 0,5 a 1,2 g 0a1g 0 0 a 0,5 0 0,5 a 1,5 Gorduras totais 6a8g 7a8g 7a9g 6,5 a 8,5 g 7g a 8 g 6a8g 8a9g 8 a 10 Gorduras saturadas 4a6g 4a5g 4a6g 4 a 7g 4 a 5g 4 a 6g 4a6g 4 a 7g Proteínas Carboidratos Gorduras trans não contêm não contêm não contêm não contêm não contêm não contêm não contêm não contêm Fibra alimentar ñ significativa ñ significativa ñ significativa ñ significativa ñ significativa ñ significativa ñ significativa ñ significativa Fonte: ABIQ – Associação Brasileira da Indústria do Queijo 2012 - Nº 3 PIZZAs&massas 37 a mussarela branca brilhante. Seu sabor é lácteo, fresco e ligeiramente adocicado. A mussarela feita com leite de búfala apresenta sabor, aroma e textura inigualáveis. Sua apresentação mais tradicional é em bolas acondicionadas em soro, mas pode apresentar-se na forma de tranças, palitos, nozinho, bola recheada, cerejinha, mauta defumadas, drenadas e também em blocos para fatiar. O leite de búfala (Bubalusbubalis) apresenta inúmeras propriedades biológicas, destacando a concentração (1,77%) de ácido linoléico conjugado (CLA), um intermediário do processo de biohidrogenação do ácido linoléico por bactérias ruminais, podendo também ser sintetizado endogenamente pela ação da enzima Δ-9 dessaturase, sendo o isômero cis-9, trans-11 reconhecido por sua capacidade anticarcinogênica e prevenção de doenças cardiovasculares, o que permite incluí-lo 38 PIZZAs&massas Nº 3 - 2012 no grupo denominado alimento funcional, de grande e crescente demanda pelos consumidores. Outra característica do leite de búfala é sua propriedade em conferir maior opacidade à micelade caseína, somado a um maior teor de proteínas coloidais, cálcio e fósforo. Os níveis elevados de proteína (3,91% a 4,55%) e de gordura (6,87% a 8,59%) em relação ao leite de outras espécies, permitem que seu uso seja uma alternativa economicamente mais favorável para a produção de queijos concentrados do soro e outras variedades de produtos lácteos, conforme a Food Agriculture Organization. A presença de maiores quantidades de componentes de atividade biológica que contribuem para a imunidade da glândula mamária das búfalas, tais como imunoglobulinas, lactoferrinas, lisozimas, lactoperoxidases, assim como de bactérias bifidogênicas, fazem com que este leite seja mais aconselhado em relação ao de origem bovina, para a obtenção de produtos lácteos de boa qualidade, para a indústria e para o consumo humano. A composição química do leite de búfala em comparação ao leite de vaca mostra maiores níveis de vitamina A e cálcio no leite de búfala. Os ácidos graxos presentes no leite de búfala em maior concentração são os cáprico, mirístico, palmítico, esteárico, palmitoléico e linoléico e, em menos concentração, os ácidos graxos butírico e oléico em relação ao leite de vaca. A gordura do leite de búfala apresenta valores mais elevados para os ácidos graxos saturados (64,35%) do que os insaturados (35,69%). A Tabela 2 apresenta uma comparação entre os componentes do leite de búfala e do leite bovino. A utilização do leite de búfala na preparação de derivados tem sido muito pesquisado em diferentes regiões do mundo, por possuir em sua composição elevados teores de gordura, sólidos totais, proteínas, cálcio e fósforo, consequentemente, elevando os rendimentos na fabricação de queijos e produtos fermentados. O queijo tipo mussarela tem um rendimento de 20% a 25%, em função do seu elevado teor em extrato seco total. Sua obtenção é realizada pela filagem da massa com água quente, a qual é desmineralizada em função do pH, permitindo a formação de fios e moldagem. Como forma de diferenciar o produto e torná-lo mais atrativo, são adicionadas ao queijo algumas substâncias aromatizantes e saborizantes que se dividem nos grupos das substâncias que produzem um sabor especial ou aroma, tal como ervas ou especiarias, e o grupo das substâncias que possuem um valor nutritivo próprio (presunto, verduras, etc.). TABELA 2 - COMPONENTES DO LEITE BÚFALA BOVINO Proteínas 4,00% 3,50% Lipídios 8,00% 3,50% Lactose 4,90% 4,70% Água 82,00% 87,80% Colesterol total 214mg% 319mg% Processo de produção da mussarela É um queijo de massa filada, macio e relativamente úmido. O queijo acabado apresenta, em média, de 43% a 46% de umidade; 22%a 24% de gordura; teor de sal variando entre 1,6% a 1,8%; e pH entre 5,1 e 5,3. As etapas que envolvem o processo de produção do queijo mussarela incluem: pasteurização, preparo do leite para coagulação, tratamento da massa, agitação e cozimento da massa, filagem, enformagem e resfriamento, salga, embalagem, e armazenamento. A Tabela 3 apresenta um resumo das etapas do processo de produção do queijo mussarela. Você sabia... Pasteurização O leite é um alimento nutritivo e susceptível a contaminação por microorganismos, que podem ocasionar defeitos no queijo e, principalmente, causar doenças. Por esse motivo, antes de iniciar sua fabricação, é necessário realizar a pasteurização. A pasteurização deve ser feita para garantir que o leite fique isento de microorganismos contaminantes (bactérias, fungos) prejudiciais à saúde. Como durante a pasteurização também ocorre a destruição de microorganismos favoráveis à produção de queijo, é necessário repor essa perda por meio da adição de fermento. A realização da pasteurização exige muitos cuidados higiênicos para evitar a recontaminação do leite. A pasteurização pode ser feita por dois processos: lento e rápido. A pasteurização lenta consiste no aquecimento do leite até 65ºC, mantendo-o nessa temperatura por 30 minutos, resfriando-a em seguida até 34ºC, temperatura necessária para a fabricação do queijo. Para grandes volumes de leite, é recomendável a aquisição de um pasteurizador de placas, no qual o leite é aquecido de 72°C a 75°C, durante 12 a 15 segundos, sendo imediatamente resfriado até atingir 34°C. Esse é o chamado processo rápido. Preparo do leite para a coagulação Nessa etapa, são feitos os procedimentos necessários para coagular a caseína (proteína do leite), dando origem à massa do queijo (coalhada). Para proceder a coagulação, é preciso adicionar fermento ao leite. O fermento é uma cultura láctica selecionada, que deve ser adicionada ao leite para a fabricação de queijos. O fermento possui como finalidades produzir ácido lático e, consequentemente, reduzir o crescimento de microorganismos indesejáveis, o que pode ocorrer pela diminuição do pH; desenvolver pequena acidez, que aumentará o poder de coagulação do coalho; e melhorar a consistência do coágulo e auxiliar na etapa de retirada do soro. Para a fabricação de queijo mussarela, é utilizado um fermento composto pelas bactérias (microorganismos) Lactococcus lactis e Lactococcus cremoris. Esses microorganismos são classificados como mesófilos, ou seja, crescem bem na faixa de temperatura compreendida entre 30°C e 37°C. A quantidade a ser adicionada ao leite é de 1% a 1,5% em relação ao volume de leite TABELA 3 - ETAPAS DO PROCESSO DE PRODUÇÃO DO QUEIJO MUSSARELA 1 Pasteurização 2 Preparo do leite para coagulação 3 Tratamento da massa 4 Agitação e cozimento da massa 5 Filagem 6 Enformagem e resfriamento 7 Salga 8 Embalagem 9 Armazenamento Que cerca de 7% de todo o leite consumido no mundo é de búfalas? Que, não contendo caroteno, mas sim a própria vitamina A, o leite de búfalas é totalmente branco, diferente do bovino, levemente amarelado? Na Índia, segundo país mais populoso do mundo, com apenas 30% da população de bovídeos, os búfalos produzem 70% de todo o leite consumido? Que o leite de búfala é mais doce, mais nutritivo e com menor teor de colesterol do que o leite bovino? Que após o acidente nuclear em Chernobil, na antiga União Soviética, o leite de búfala foi o alimento que mais rapidamente eliminou os resíduos de radioatividade, a ponto de ser considerado alimento estratégico para o caso de catástrofes nucleares? Que o leite de búfala contém mais proteínas e maior teor de vitaminas A, D e B2 (riboflavina) do que o leite bovino? utilizado na fabricação de queijos. No mercado, existem fermentos que podem ser adicionados diretamente ao tanque de fabricação, os quais são conhecidos por cultura DVS (Direct-Vat-Set, ou seja, direto ao leite). Para grandes produções, esse tipo de fermento é bastante útil graças a sua facilidade de uso. A etapa seguinte do processo de coagulação é o coalho. O coalho é o agente que vai promover a coagulação do leite, formando a massa do queijo. Esse método é denominado de coagulação enzimática, pois o coagulante é formado por uma enzima, que é uma proteína com propriedades específicas. Antes de acrescentá-lo ao leite, deve-se fazer sua diluição em água limpa (fervida ou filtrada). Durante a adição do coalho, deve-se ficar atento a temperatura do leite, que deve estar entre 32ºC e 34ºC, que é a faixa de temperatura ótima para a atuação do coalho; deve-se adicionar aos poucos e sempre sob agitação, devendo essa 2012 - Nº 3 PIZZAs&massas 39 a mussarela operação levar no máximo três minutos; o leite deve ficar em absoluto repouso até o momento do corte; é sempre o último ingrediente a ser adicionado; e não deve ser acrescentado em quantidade superior a àrea recomendada, para não desenvolver sabor amargo. A coagulação do leite tem início após a adição do coalho. Em geral, o tempo Os búfalos Os búfalos são animais domésticos da família dos bovídeos, de origem asiática, utilizados para produzir carne e leite para consumo humano. São classificados na subfamília Bovinae, gênero, sendo divididos em dois grupos principais: o Bubalus bubalis com 2n=50 cromossomos, também conhecidos como River Buffalo ou búfalo-do-rio, e o Bubalus bubalis var. kerebau ou Carabao com 2n=48 cromossomos, composto por apenas uma raça, conhecida como Swamp Buffalo ou búfalo-do-pântano. O búfalo doméstico nada tem a ver com as espécies selvagens e agressivas do bisão ou búfalo americano, Bos bison bison com 2n=60 cromossomos, nem com o Búfalo Africano, Syncerus caffer caffer, com 2n=52 cromossomos, o qual pertence ao grupo dos Big Five i.e. os cinco mamíferos selvagens de grande porte mais difíceis de serem caçados pelo homem (leão, elefante, leopardo, búfalo-africano e rinoceronte negro). O per íodo de gestação dos bubalinos pode variar de 278 a 311 dias, mais ou menos 9 a 10 meses, dependentes da região e da raça considerada. Os búfalos chegaram ao Brasil no fim do século XIX, trazidos da Ásia, e 50% do rebanho atual encontra-se na Ilha de Marajó, exatamente por onde eles entraram. No Brasil, são reconhecidas pela Associação Brasileira de Criadores de Búfalos quatro raças: Mediterrâneo, Murrah, Jafarabadi 40 PIZZAs&massas Nº 3 - 2012 necessário para que ocorra essa etapa é de cerca de 45 minutos. O ideal é que a coagulação seja feita em tanque de aço inoxidável, por causa da facilidade de limpeza e por ser um material inerte. Tratamento da massa A partir do momento em que é iden(búfalo-do-rio) e Carabao (búfalo-do-pântano). Os animais da raça Mediterrâneo têm origem italiana, possuem aptidão tanto para produção de carne quanto de leite, têm porte médio e são medianamente compactos. A raça Murrah, de origem indiana, apresenta animais com conformação média e compacta, cabeças leves e chifres curtos, espiralados enrodilhando-se em anéis na altura do crânio. Jafarabadi, também indiana, é a raça menos compacta e de maior porte, apresenta chifres longos e de espessura fina, com uma curvatura longa e harmônica. A raça Carabao é a única adaptada às regiões pantanosas, e está concentrada na ilha de Marajó, no Pará; teve sua origem no norte das Filipinas, apresenta pelagem mais clara, cabeça triangular, chifres grandes e pontiagudos, voltados para cima, porte médio e capacidade para produção de carne e leite, além desses animais serem bastante utilizados como força motriz. tificado o final da coagulação, inicia-se o tratamento da massa. O final da coagulação é determinado pela identificação do ponto de corte da coalhada. Nesse momento, a massa sofre fragmentação para promover a retirada do soro. É importante determinar corretamente esse ponto, pois se a massa for cortada antes do tempo, haverá perda de caseína Os bubalinos têm temperamento dócil, o que facilita sua criação e manejo e se adaptam bem às condições ambientais úmidas. Como sua pele é preta com poucos pêlos também pretos, sofrem muito quando estão sob a luz do sol e, o que agrava ainda mais é a dificuldade que os bubalinos têm de dissipar o calor extracorpóreo, em função do reduzido número de glândulas sudoríparas. Por esse motivo, em seu ambiente criatório, ele necessita de açude ou lago para ficar mergulhado nas horas mais quentes do dia, tendo ainda como coadjuvante para a sua perfeita regulação térmica corpórea, áreas de sombra.O búfalo vive em média de 20 a 25 anos. A industrialização do leite de búfalas no Brasil é uma realidade. Além da mussarela, diversos laticínios montados por produtores de búfalos já vem elaborando, vários derivados deste precioso leite, que entre outras características apresenta baixo teores de colesterol e elevados teores de vitaminas e proteínas, gerando produtos reconhecidos por sua alta qualidade e sabor especial. Queijarias especializadas em produzir mussarela fazem o leite de búfala valer cerca de quatro vezes o preço do litro do leite de vaca. Isso, porque o leite industrializado de búfala rende muito mais do que o de bovino, sendo necessários cerca de 3,5 kg de leite para cada um quilo do queijo frescal e 6,5 kg de leite para cada quilo de mussarela. e gordura, o que pode ser observado quando o soro fica leitoso. Se for cortada depois, a massa ficará dura, prejudicando a retirada do soro. Quando o corte é feito no momento certo, o soro tem um aspecto verde amarelado. O corte é feito com a lira, um utensílio formado por lâminas ou fios cortantes, dispostos paralelamente e igualmente distantes entre si. Para efetuar o corte, são utilizadas uma lira vertical e uma horizontal. É importante que os cubos tenham tamanho bem aproximado, para que a retirada do soro seja homogênea, caso contrário, há risco de perda de qualidade do produto. A fragmentação irregular da massa reduz o rendimento e pode ocasionar defeitos nos queijos, pois, enquanto os grãos pequenos estão em ponto de enformagem, os grãos maiores estão ainda no processo de retirada do soro. Para fabricar o queijo mussarela, devese cortar os grãos com tamanho aproximado de um grão de milho (cerca de1,0 cm de aresta). Agitação e cozimento da massa A agitação é feita para evitar que os cubos venham a se precipitar ou fundir entre si, o que dificultaria a retirada do soro. Devese tomar cuidado para que, no início da agitação, sejam feitos movimentos lentos, evitando, dessa forma, o rompimento dos cubos que ainda estão frágeis e, consequentemente, evitando a perda de massa. Quando os grãos ficarem mais firmes, a agitação poderá ser intensificada. O cozimento é feito com o objetivo de complementar a retirada de soro iniciada pelo corte e pela agitação. Em média, essa etapa tem início 20 minutos após a agitação. O procedimento consiste em aumentar a temperatura em 1°C a cada dois minutos, até atingir a temperatura de 42°C (massas semicozidas). Deve-se ter o cuidado de não ultrapassar esse limite para evitar a destruição do fermento. Essa temperatura é mantida até atingir o ponto de massa. Normalmente, são utilizados tanques de parede dupla, que permitem a circulação de água quente ou vapor para realizar o aquecimento. Entretanto, existe outra forma simples e eficiente, que consiste em retirar 20% a 30% de soro, colocando, em seu lugar, água quente. O final do cozimento, denominado ponto de massa, pode ser determinado de forma bem prática, pegando, com a mão, um pouco de massa e comprima-a até formar um aglomerado. Estará no ponto quando esse aglomerado se quebrar sob a pressão dos dedos e formar pequenos grãos que se desagregam com facilidade. Filagem A etapa da filagem consiste em sovar a massa do queijo para que ela ganhe uma textura alongada, lembrando fibras. Após a retirada do soro, a massa deve compactar-se por alguns instantes. Em seguida, a massa é cortada em fatias e mantida em repouso, em local com temperatura entre 15°C e 20°C, durante 15 a 24 horas. Essas condições são necessárias para favorecer a redução do pH (sob o efeito do ácido lático formado pelo fermento), para que ocorra a filagem. O valor do pH ideal da massa é de 5,2, podendo variar entre 5,1 e 5,4. Atingido o ponto de filagem, a massa é cortada em pequenos pedaços, que são em seguida colocados em água, à temperatura de 80ºC a 85°C; a massa é sovada até que se torne elástica, permitindo a formação de fios compridos. Em pequenas produções, a filagem pode ser feita com uma colher de pau. Em produção industrial, utilizamse equipamentos que executam todo o trabalho. Enformagem e resfriamento A enformagem tem a função de conferir ao queijo sua forma característica. Para esse procedimento, as fôrmas de plástico são ideais, por permitirem fácil manuseio e limpeza. Deve ser colocado um retirador de soro na fôrma, para evitar que a massa do queijo venha a se prender na parede e, também, para facilitar a saída do soro durante a prensagem. O queijo mussarela tem, tradicionalmente, o formato de um paralelepípedo. Terminada a filagem, a massa é colocada na fôrma e, em seguida, submersa em água gelada para ser resfriada. 2012 - Nº 3 PIZZAs&massas 41 a mussarela Mussarela Scala Salga É o sal que garante o desenvolvimento do sabor, o controle da umidade e a conservação do produto. A salga é feita em salmoura, à temperatura de 10°C a 15°C. Embora temperaturas superiores possam diminuir o tempo de salga do queijo, elas favorecem o crescimento de microorganismos contaminantes, como bactérias e fungos. A concentração da salmoura deve ficar entre 18% e 20%. Acima de 20%, podem ocorrer rachaduras no queijo, decorrentes do excesso de desidratação; por sua vez, a concentração abaixo de18% oferece condições para o crescimento de microorganismos contaminantes. O tempo a ser gasto pode ser calculado, pois sabe-se que, para 1 kg de queijo, são necessárias 24 horas para ocorrera salga. Para evitar que o queijo flutue, deve ser colocada uma tela ou outro utensílio sobre ele, para mantê-lo submerso. Outro cuidado indispensável é fazer periodicamente 42 PIZZAs&massas Nº 3 - 2012 O Laticínio Scala, um dos líderes de mercado na produção e venda de mussarela na região Sudeste, está no mercado desde 1963 produzindo queijo mussarela com alto padrão de qualidade. A mussarela Scala é ideal para uso em pizzas. Além do sabor pronunciado e único, que lhe é característico, possui bom derretimento, espalha sobre a pizza e não libera óleo. O tempo adequado de maturação impede que fique “borrachudo” ao esfriar. Outro fator importante é a presença marcante do seu sabor, que permite um bom rendimento, pois necessita utilizar uma menor quantidade para dar sabor a pizza. O processo de fabricação da mussarela Scala segue moldes italianos, com fabricação de fermento próprio e tempos adequados de maturação. É produzida em instalações modernas, conduzidas por queijeiros experientes, que tem como principal função manter o padrão de qualidade reconhecido e consagrado há 49 anos. A localização da indústria, na região da Serra da Canastra, permite que seja utilizado um leite de excelente qualidade, o qual é selecionado para a fabricação da mussarela, o que influencia diretamente no sabor e qualidade do produto final. A versão light é fabricada com leite com 25% de redução de gordura. Na mussarela light são adicionadas proteínas lácteas, com a finalidade de conferir textura fina e cremosa, com baixo teor de gordura. Esse produto oferece sabor muito próximo ao do produto tradicional. a agitação da salmoura para equilibrar a concentração de sal ao redor do queijo. temperatura baixa inibe o crescimento de microorganismos contaminantes, além de proteger contra a poeira e o ataque de insetos e roedores. Para pequenas produções, pode-se utilizar a geladeira doméstica. Para as grandes, devem ser utilizadas câmaras de armazenamento refrigeradas. Embalagem Alguns queijos, como o parmesão, que têm casca muito dura, dispensam o uso de embalagem. Porém, para queijos de casca macia, como o queijo mussarela, é recomendável que seja utilizada uma embalagem protetora. Antes de embalar, é preciso constatar se a superfície do queijo está seca. Normalmente, o queijo mussarela recebe uma embalagem de plástico a vácuo (cryovac), que impede o aparecimento de fungos. Não sendo possível a aquisição de um equipamento a vácuo, pode-se embalar o queijo em sacos de plástico. Não é aconselhável o queijo sem a proteção de uma embalagem. Armazenamento O queijo mussarela deve ser armazenado em ambiente refrigerado, a fim de aumentar seu tempo de validade, pois a Conclusão O queijo mussarela é um ingrediente fundamental para pizzas e contribui para as características organolépticas do produto final. Sua capacidade para satisfazer as necessidades esperadas como ingrediente está relacionada com suas propriedades funcionais. Os parâmetros de funcionalidade do queijo mussarela incluem capacidade de derretimento e formação de óleo. As características de derretimento do queijo são os fatores principais na determinação do fermento apropriado de pizzas. A lubrificação excessiva, ou a tendência de formar óleo excessivo sobre fusão, é um defeito que prejudica a aparência do queijo derretido sobre a pizza e alimentos afins.