ANÁLISE GENOTÓXICA EM Hoplias lacerdae (ERITHRYNIDAE),
APÓS CONTAMINAÇÃO TRÓFICA COM CHUMBO II (21 µg/g) E
NANOPARTÍCULA DE DIÓXIDO DE TITÂNIO (TiO2).
Helyandra de Lurdes Schicora Gonçalves - Iniciação Científica PIBIC/CNPq
Profª. Dra. Marta Margarete Cestari/Taynah Vicari
INTRODUÇÃO
Para preservar e manter a qualidade do ambiente aquático,
estudos sobre a toxicidade de substâncias estão sendo
realizadas para avaliar possíveis danos causados aos
organismos que nele habitam.
O chumbo, metal conhecidamente tóxico é importante em
diversas atividades humanas. Já os nanomateriais, pouco
conhecidos, são muito utilizados em produtos industrializados.
Quando associados, os nanomateriais podem carrear metais
para dentro das células, devido ao aumento na capacidade de
absorção à superfície.
Para avaliar a genotoxicidade dessas substâncias em peixes,
a análise pode ser realizada através dos biomarcadores
genéticos, como o Ensaio Cometa e o Teste de Micronúcleo
Písceo e as alterações morfológicas nucleares.
OBJETIVOS
Através da análise genotóxica em Hoplias lacerdae
(Erithrynidae), após contaminação trófica com Chumbo II (21
µg/g) e Nanopartícula de Dióxido de Titânio (TiO2), avaliar
resposta ao agente xenobionte através da aplicação do Teste
de Micronúcleo Písceo corado com Giemsa e do Ensaio
Cometa em tecido renal.
MÉTODOS
Bioensaio realizado com peixes da espécie Hoplias lacerdae
expostos as concentrações de 0,1µg/g, 1µg/g e 10µg/g de
nanopartículas de Dióxido de Titânio e 21µg/g de chumbo II,
via trófica, durante um período de 70 dias (14 ciclos de
alimentação), através da alimentação com exemplares vivos
de Astyanax sp. à cada cinco dias, o mesmo foi realizado com
controle negativo (sem adição do contaminante).
A análise de células eritrocitárias foi realizada pelo Teste de
Micronúcleo Písceo (CARRASCO et. al., 1990) e a análise
dos nucleóides de tecido renal pelo Ensaio Cometa (SINGH et
al.,
1988), com análise cega. Os dados foram submetidos à análise estatística
para dados não paramétricos de Kruskal-Wallis e Student Newman Keuls,
com nível de significância de 5% (p<0,05).
RESEULTADOS
Com 15 espécimes de Hoplias lacerdae para cada grupo (controle e
expostos), os grupos foram divididos em controle positivo, controle
negativo, exposto ao chumbo II (21 µg/g), exposto as doses de
nanopartículas TiO2 (0,1 µg/g, 1µg/g e 10µg/g) e exposto com associação
entre as doses de nanopartícula TiO2 e a de chumbo II.
No teste de micronúcleo písceo, entre todas as comparações realizadas,
houve aumento na frequência para a alteração notched. Nos resultados
para o ensaio cometa de tecido renal, o aumento na frequência se deu nos
grupos controle negativo e controle positivo, o que era esperado devido à
exposição ao contaminante pelo grupo controle positivo e, o aumento na
frequência entre o grupo com associação de chumbo e nanopartícula (0,1
µg/g) comparado com o controle positivo e entre a associação de chumbo e
nanopartícula (1 µg/g) com o controle positivo.
CONCLUSÃO
A partir deste experimento foi possível identificar a transferência de
nanopartículas, juntamente com metais, ao longo da cadeia alimentar,
através do peixe Astianax sp. para Hoplias lacerdae, podendo assim, se
concentrar em organismos consumidores de níveis tróficos maiores e
consequentemente causar possíveis efeitos genotóxicos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARRASCO, K. R.; TILBURY, K. L.; MYERS, M.S. Assessment of the
piscine micronucleus test as an in situ biological indicator of chemical
contaminant
effects.
Canadian
Journal
of
Fisheries
and
AquaticSciences., v. 47, p. 2123 -2136, 1990.
SINGH, N.P.; McCOY, M.T.; TICE, R.R.; SCHNEIDER, E.L.A simple
technique for quantification of low levels of DNA damage in individual cells.
Experimental Cell Research, v. 175, p. 184-191, 1988.
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