SOFTWARES EDUCACIONAIS NO ENSINO DE CIÊNCIAS Caroline Cargnin Faculdade Três de Maio/SETREM Leandro Sieben Faculdade Três de Maio/SETREM Ms. Roque Ismael da Costa Güllich Faculdade Três de Maio/SETREM Maria Cristina Pansera-de-Araújo UNIJUI RESUMO A consciência ambiental é um traço de personalidade, que vai além de conceitos biológicos discutidos na escola. Neste sentido sabe-se que se faz necessário conhecer os seres vivos para aprender a respeitá-los, estes processos de aprendizagem e de sensibilização/conscientização precisam ser ensinados/aprendidos desde as séries iniciais. Para que este ensino não se dê de forma tradicional, e extremamente tecnicista desenvolveu-se através de um estudo acerca do ensino de ciências/biologia, a criação de cartoons com conteúdos do currículo de zoologia na educação básica, que foram analisadas conceitualmente e transformadas em softwares de apresentação, com animação, som e conteúdo escrito.Foram produzidas até o momento 10 histórias. O estudo contou com conceitos da área de informática e ciências. Os softwares estão sendo disponibilizados para as escolas da região e aplicados em turmas de alunos através de projetos de extensão. Notou-se uma grande aceitação por parte de docentes e discentes, pois, o trabalho roda no computador e é interativo. Outro aspecto relevante é que em escolas de difícil acesso para aulas de campo/práticas o material simula a realidade sensibilizando os estudantes quanto à necessidade de preservar e conservar a vida na Terra. Os softwares também estão facilitando a compreensão dos estudantes acerca dos ambientes estudados de forma a contribuir para formação de um pensamento científico sobre a paisagem e não de caráter ingênuo. Palavras-chave: ciências, softwares. INTRODUÇÃO Visando abordar diferentes ângulos de leitura, conduzir um novo caminhar voltado para a utilização do computador através de softwares educacionais no ensino de ciências, não como diversão, mas como uma ferramenta no processo de produção do conhecimento, tanto na escola, como em casa. Enfim no dia-a-dia, e em busca da valorização do ensino de ciências como centro de estudo e de pesquisa, expressão corporal, linguagem gestual, verbal. Aposta no ensino de Ciências através da informática educativa, destacando o senso de liberdade de expressão do educando do século XXI. É demonstrando a amplitude do universo da ciência, relacionando-a com a informática de forma clara, objetiva, acessível, dinâmica, criativa, inovadora, espontânea e prazerosa que vem se ramificando à prática pedagógica de todos nós. Educar o homem, como já havia sido abordado, é a tarefa que inclui a conscientização de mundo como um todo para que as partes não percam seu sentido. Assim, faz-se necessário uma visão holística à sensibilidade no pensar, no falar, no agir, no olhar, no ouvir, enfim no ato de expressar-se. A informática vem tomando cada vez mais espaço na sociedade moderna. Assim como na revolução industrial, essas mudanças causam grande transtorno até serem aceitas pela maioria, o qual exige dos governos e da população meios eficazes de adaptação, planejamento e reciclagem de formas e conhecimentos para que as mudanças não se tornam radicais. Dos governantes necessitamos a consciência de que de nada adianta encher as escolas de computadores, sem antes ter uma proposta pedagógica clara. A utilização dos recursos tecnológicos é um caminho sem volta, às vezes, se leva tempo para dominá-los cometendo vários equívocos. As escolas têm equipamentos, mas não sabem como utilizá-los. Antes de adquirir os computadores é necessário criar consciência tecnológica. METODOLOGIA Através do Núcleo de Pesquisa em Educação da SETREM – NUED, dentro do Grupo de Pesquisa em Tecnologia Educacional sobre softwares no ensino de ciências, temos desenvolvido um estudo voltado tanto ao desenvolvimento de softwares quanto a análise da mediação que se desenvolve em ambientes de simulação da realidade. Assim sendo, temos desenvolvido softwares educacionais envolvendo a discussão de conceitos biológicos, tais como: Zoologia, Botânica e Ecologia. Além da discussão conceitual temos considerado razões métricas, escrita, proporção, condições de som, imagem entre outros, para que a tecnologia educacional esteja empregada a serviço do ensino de ciências como um instrumento facilitador do ensino. EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA A fobia tecnológica que encarna o quadro docente das escolas é de longa data, pois fomos criados com medo da tecnologia, ouvindo de nossos pais coisa como: “Não mexe no botão da TV”, sem dúvida à próxima geração de educadores deverá ter mais facilidade com a informática e quem não conseguir, vai ficar à margem dos próprios alunos, uma vez que, eles dominam a tecnologia. Com isso, se exige do professor uma preparação e atualização com intuito de fornecer as ferramentas para motivar o aluno e ajudá-lo a produzir seu conhecimento. O contato com essas novidades amplia o horizonte dos educadores e acena com novas possibilidades pedagógicas no ensino de ciência como forma de explorar ambientes desconhecidos pelo educando. Segundo Silva: A sala de aula interativa seria o ambiente em que o professor interrompe a tradição do falar/ditar, deixando de identificar-se com o contador de histórias, e adota uma postura semelhante a do designer de software interativo (SILVA, 2001, p. 23). Ele constrói um conjunto de territórios a serem explorados pelos alunos e disponibiliza co-autoria e múltiplas conexões, permitindo que o aluno também faça por si mesmo. Isso demonstra que o professor passa a ser um estimulador da aprendizagem. O aluno passa de expectador passivo a ator de um mundo a ser descoberto com mediações interativas com o computador. O software educativo pode ajudar o professor a preparar melhor a sua aula, a ampliar as formas de lecionar, a modificar o processo de avaliação e de comunicação com o aluno e com os seus colegas. O professor não deve pensar que irá perder seu emprego por conta da informática e sim utilizar com meio para melhorar a qualidade de ensino com essa ferramenta. O papel do professor é mostrar ao aluno para que serve o conhecimento. Ele precisa enxergar-se com apenas uma parte do processo de aprendizado. UMA GUISA QUASE FINAL As possibilidades da Informática Educativa no ensino estão apenas começando, como afirma Oliveira (2002): A entrada de computadores na educação, provavelmente, será propulsora de uma nova relação entre os professores e alunos, uma vez que a chegada desta tecnologia sugere ao professor um novo estilo de comportamento em sala de aula (p.92): Para que esta nova relação entre professores e estudantes seja estabelecida, os professores não poderão seguir esta trilha sozinhos. Serão necessários administradores escolares abertos para estratégias que garantam ao professor capacitar-se de forma competente e preparar-se para utilizar o computador na produção de saberes. A Informática Educativa contemplará todas as áreas da Ciência e será ótima para professores inquietos, atentos a novidades, que desejam atualizar-se, comunicarse mais. Mas ela será um tormento para o professor que se acostumou a dar aula sempre da mesma forma, que fala o tempo todo, que impõe um único tipo de avaliação. Esse professor, provavelmente, achará a informática muito complicada. Esse tipo de professor continuará limitado antes e depois da informática. A Informática Educativa com a interação das Ciências não é mágica, mas mostra a possibilidade fascinante de tornar o ensino e a aprendizagem de um processo aberto, flexível, inovador, contínuo, que exige uma excelente formação e atualização continua do professor que dela faz sua prática pedagógica. Assim, faz-se necessário uma visão holística a sensibilidade no pensar, no falar, no agir, no olhar, no ouvir. Enfim no ato de expressar-se. Não podemos, nós educadores, em pleno século XXI esperar das redes eletrônicas a solução mágica para modificar profundamente a relação pedagógica, mas vão facilitar como nunca antes a pesquisa individual e grupal, o intercâmbio de professores com professores, de alunos com alunos, de professores com alunos. Portanto, vale salientar que a informática é apenas um meio e não um fim como muitos educadores pensam. Os softwares estão sendo disponibilizados para as escolas da região e aplicados em turmas de alunos através de projetos de extensão. Notou-se uma grande aceitação por parte de docentes e discentes, pois, o trabalho roda no computador e é interativo. Outro aspecto relevante é que em escolas de difícil acesso para aulas de campo/práticas o material simula a realidade sensibilizando os estudantes quanto à necessidade de preservar e conservar a vida na Terra. Os softwares também estão facilitando a compreensão dos estudantes acerca dos ambientes estudados de forma a contribuir para formação de um pensamento científico sobre a paisagem e não de caráter ingênuo. REFERÊNCIAS: AFONSO, Carlos. Professores e Computadores. São Paulo: Edições Asa, 1993. COSTA, Sandra. A máquina das crianças: repensando a escola na era da Informática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994. LOLLINI, Paolo. Didática & computador, quando e como a informática na escola. Rio de Janeiro: Edições Loyola, 1991. PIERRE, Levy. A Tecnologia da Inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: Editora 34, 1993. PERRENOUD, Philippe. As competências para ensinar no século XXI. Porto Alegre: Artmed, 2002. OLIVEIRA, Ramon. Informática Educativa. 7. ed. São Paulo: Papirus, 2002. SILVA, Marco. Sala de aula interativa. 2. ed. Curitiba: Quartet, 2001.