Aula-7 Teoria da Relatividade Os Postulados i) Postulado da relatividade: As leis da física devem ser exatamente as mesmas se descritas por observadores em diferentes referenciais inerciais. Não existe um referencial inercial privilegiado (referencial absoluto). Os Postulados ii) Postulado da velocidade da luz: A velocidade da luz no vácuo tem o mesmo valor em todas as direções e em todos os referenciais inerciais ( a velocidade da luz é independente da velocidade da fonte). Esta é a velocidade máxima com que qualquer tipo de informação pode ser transmitida. Os postulados • A noção de tempo e espaço está ligada ao conceito de evento. Um evento é algo que ocorre e ao qual se atribui uma posição (espaço) e um instante (tempo). • Diferentes observadores em diferentes referenciais atribuem diferentes posições e instantes a um mesmo evento. •Espaço e tempo são interligados: Espaço – tempo Simultaneidade A relatividade da simultaneidade • A simultaneidade não é um conceito absoluto mas sim relativo, que depende do movimento do observador. • Dois observadores em movimento relativo, em geral não concordam quanto a simultaneidade de dois eventos. A relatividade do tempo O relógio de luz MOVIMENTO 1 D c t0 2 2 c t 1 2 L v t D 2 2 2 relógios 2 A relatividade do tempo 2 v 2 2 t 1 2 t0 c 2 t onde o fator de Lorentz é dado por: 1 1 2 v c Dilatação temporal 2 c t 1 2 L2 v t D 2 2 t0 1 v 2 c 2 t0 Transformações de Lorentz • As noções de espaço e tempo, como entes independentes, não têm mais sentido; o que temos é um ente único: o espaço-tempo. •As transformações de Lorentz são equações que ligam as variáveis espaço – tempo entre dois referenciais diferentes As transformações de Lorentz • Se, no referencial S, dois eventos estão separados por uma diferença de coordenada ; e ocorrem em dois instantes de tempo separados por , no referencial S’ (que está em movimento) teremos: x (x vt ) ; v t ( t 2 x ) c • Podemos também inverter as transformações acima: x ( x vt ) ; v t ( t 2 x ) c 1 1 2 v c As Transformações de Lorentz e Simultaneidade • Se dois eventos ocorrem no mesmo instante no sistema S’, mas em pontos distantes, temos: S´ : t ' 0 e v S : t ( t x ) 2 c x' 0 v t 2 x c Eventos que são simultâneos em S’ não são simultâneos em S , se ocorrem em pontos distintos. As Transformações de Lorentz e Dilatação do Tempo • Vamos supor que dois eventos ocorram no mesmo local em S’, mas em tempos diferentes, então: S´ : x' 0 e v S : t ( t x ) 2 c Dilatação temporal t ' 0 t t v 0,8 c A relatividade do tempo • Quando dois eventos ocorrem no mesmo ponto, em um referencial inercial, o intervalo de tempo entre os eventos, medido neste referencial, é chamado intervalo de tempo próprio ou tempo próprio. •O intervalo de tempo em qualquer outro referencial é sempre maior que o tempo próprio. As Transformações de Lorentz e Contração das Distâncias • Se uma régua está em repouso no sistema S’ o seu comprimento próprio é L0 = ∆x’. No sistema S a régua passa com uma velocidade v , e o seu comprimento ∆x é determinado pela posição dos seus dois extremos num mesmo instante, então: t 0 x ( x vt ) 1 1 2 v c x x' L0 Relatividade das Distâncias comprimento próprio (ou comprimento de repouso), L0 , o comprimento no • Definimos como referencial em que o corpo encontra-se em repouso. • Logo, o comprimento medido em um referencial em relação ao qual o corpo esteja se movendo (na direção da dimensão que está sendo medida), é sempre menor que o comprimento próprio, L0. A relatividade das velocidades Vimos que: x ( x vt ) Portanto: dx ( dx vdt ) v t ( t 2 x ) c v dt ( dt 2 dx ) c dx u x v Logo: ux dt 1 v u x c2 Na transformação clássica de Galileu teríamos (v << c): dx ux ux v dt • Se: ux c teremos: ux v ux c v ux 1 2 c A transformação está portanto coerente com o fato da velocidade da luz ser a mesma em todos os referenciais, e que nenhuma velocidade pode excedê-la. Exemplo – relatividade da velocidade : Uma espaçonave cujo comprimento próprio é 350 m está se movendo com uma velocidade de 0,82c em um certo referencial. Um micrometeorito, também com velocidade de 0,82c neste referencial, cruza com a espaçonave viajando na direção oposta. Quanto tempo o micrometeorito leva para passar pela espaçonave, do ponto de vista de um observador a bordo da espaçonave ? L0 = 350 m y L0 v = 0,82c v ux = - 0,82c Velocidade do meteorito em relação à nave: ux v x ux v vu 1 2x c u 2,94 10 m/s ´ x S 8 L0 350 m t 0 ' 1,19 s 8 ux 2,94 10 m/s A relatividade do tempo (Exemplos) a) Decaimento dos Múons • Tempo de vida dos múons em laboratório (estacionários) : • Estes múons também são criados na alta atmosfera, pelo bombardeio de raios cósmicos, chegando à superfície da Terra com uma velocidade vµ= 0,998 c ( 2,994×108 m/s). Sem a relatividade diríamos que eles seriam capazes de percorrer apenas : • Entretanto, considerando a relatividade, teremos: L t v t 0 v 2,200s 1 (0,998)2 v 34,80 s 2,994.108 m / s 10,4 km A relatividade do tempo (Exemplos) b) Relógios Macroscópicos •Em 1977 J. Hafele e R. Keating transportaram quatro relógios atômicos, portáteis, duas vezes em volta da terra, em aeronaves convencionais. Confirmaram a dilatação do tempo, conforme as previsões das teorias da Relatividade (Restrita e Geral), dentro de uma margem de erro de 10% . Alguns anos mais tarde, um experimento mais preciso foi realizado e a confirmação ocorreu dentro de uma margem de erro de 1% . Relógio atômico Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Um relógio atômico usa como contador o padrão a frequência de oscilação da energia do átomo. Como um pêndulo de relógio, o átomo pode ser estimulado externamente (no caso por ondas eletromagnéticas) para que sua energia oscile de forma regular. Exemplo: a cada 9.192.631.770 oscilações do átomo de césio-133 o relógio entende que se passou um segundo. Os elementos mais usados: hidrogênio, rubídio e, principalmente, césio. Funcionamento não é simples. Deve-se conhecer a frequência máxima com que o átomo libera energia. Os mecanismos do relógio estimulam os átomos por meio de microondas e ondas magnéticas, até atingir essa frequência, que é interpretada como tempo de acordo com os padrões já conhecidos. 1º. relógio atômico: 1949 nos Estados Unidos. Aprimorada por Louis Essen em 1955 no Reino Unido - átomo de césio-133. Desde 1967 isto tornou-se uma definição internacionalmente aceita acerca do segundo baseada no tempo atômico. É usada em relógios, satélites e aparelhos de última geração. No SI: 1 segundo = 9.192.631.770 ciclos de radiação do átomo de césio133. 2004: Cientistas do NIST (National Institute of Standards and Technology ) relógio atômico do tamanho de um chip, consumindo apenas 75mW, tornando possível sua utilização em aparelhos movidos a pilhas ou baterias. O Brasil possui, no Observatório Nacional dois relógios de átomos de Césio 133. As agências nacionais responsáveis pelos horários oficiais zelam pela manutenção de uma precisão de 10−9 segundo por dia (isto é, 0,000 000 001 segundo ou ainda, um bilionésimo de segundo). • No efeito Doppler do som é necessário distinguir as situações em que ele é causado pelo movimento da fonte ou do observador. Isto, porque o som propagase no ar, e ambos podem ter velocidades relativas a este. •Já para a luz, que propaga-se no vácuo, importa apenas a velocidade relativa entre a fonte e observador. O efeito Doppler da luz Ondas eletromagnéticas (luz) não precisam de meio para propagar. O efeito Doppler depende apenas da velocidade relativa entre a fonte e o detector em relação ao ar. Observador e fonte se afastando Observador e fonte se aproximando O efeito Doppler na astronomia • Vamos supor que uma estrela se afasta da Terra com uma velocidade relativamente pequena, <<1 . Em termos dos comprimentos de onda, temos: • Se v > 0 a estrela está se afastando: > 0 •Se v < 0 a estrela está se aproximando: < 0 Deslocamento da luz para o vermelho Deslocamento da luz para o azul Problema efeito Doppler: Uma espaçonave está se afastando da Terra a uma velocidade de 0,20c. Uma fonte luminosa na popa da nave parece azul ( = 450 nm) para os passageiros. Determine: (a) o comprimento de onda e (b) a cor (azul, verde, amarela...) da luz emitida pela nave, do ponto de vista de um observador terrestre. • Efeito Doppler da luz (se afastando): c c 1 1 1 f f 1 a) 1/ 2 1 1 0,20c 1/ 2 1,2 450 nm 0,8 551nm 700 b) Luz "verdeamarelada": v= 1/ 2 600 500 400 nm Dinâmica relativística Dinâmica relativística Na mecânica Newtoniana temos dp , onde o momento linear é definido por: F dt F 0 p const. p mv Procuramos um análogo relativístico desta expressão que tenha as seguintes propriedades: a) O momento relativístico deve ser conservado em sistemas isolados, assim como na mecânica Newtoniana. b) A expressão obtida deve se reduzir à forma newtoniana no limite . Momento linear relativístico p mv não nos fornece uma expressão para o momento linear que seja invariante pelas Transformações de Lorentz, pois Momento linear relativístico Entretanto, pode-se mostrar que teremos uma quantidade conservada definindo: p mv A massa depende da velocidade m m0 m0 1 v 2 c 2 onde m0 é a massa do corpo no referencial em que ele se encontra em repouso. A força é, então, dada por Energia relativística Etotal K m0c 2 Energia cinética Mas Energia de repouso Etotal m0c mc 2 2 Portanto: Conservação da massa é equivalente à conservação de energia. Relação energia-momento linear Usando que p mv temos E 2 m 2c 4 2 m02c 4 Como E 2 m02 c 4 c p 1 2 2 c E 4 2 mc v p 2 c 2 1 1 ( v / c) 2 c p v E 2 obtemos: E m c p c 2 Se m0 = 0 2 4 0 2 2 E pc • Lembrando que a radiação eletromagnética transporta momento linear p U / c, podemos imaginá-la como composta por corpúsculos de massa zero ( fótons ), como veremos mais adiante.