INCLUSÃO ESCOLAR: REALIDADE OU UTOPIA?
Inclusão Escolar
Marli Cornélio
Marivania Miranda da Silva
Profª Ms. Renata Ferraz Prado Telles Medeiros
LINS - SP
2009
INCLUSÃO ESCOLAR: REALIDADE OU UTOPIA?
Inclusão Escolar
Resumo
A inclusão escolar é a política que promove o direito de toda criança a freqüentar a escola,
independente de suas condições físicas, mentais ou sociais. O presente trabalho visa
verificar se a inclusão já é uma realidade no contexto escolar ou ainda uma utopia. A
prioridade do processo de inclusão, não reside nos recursos materiais, mas na filosofia da
escola, na existência de uma equipe multidisciplinar e professores eficientes, preparados,
capacitados e experientes. A pesquisa descreve o trabalho frente ao processo de inclusão
escolar e a capacitação profissional, como também a opinião dos profissionais que nela
atuam. Após, levantamento bibliográfico, ficou evidente que os professores estão
apresentando dificuldades, que não tiveram no currículo de graduação, que se sentem
inseguros e despreparados para assumir essa responsabilidade. Conclui-se que para o
processo de inclusão escolar é uma verdadeira utopia que esta longe de se concretizar,
caso reestruturações não sejam logo revistas.
Palavras chave: Inclusão. Inclusão escolar. Necessidades educacionais especiais
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INTRODUÇÃO A inclusão escolar é a política que promove o direito de toda criança a
freqüentar a escola regular, independente de suas condições físicas, mentais ou sociais. A
educação escolar e as políticas públicas voltadas para esta população têm sido alvo de
intenso debate. Na segunda metade do século XX surgem as “escolas especiais” e mais
tarde as classes especiais dentro das escolas comuns. Desta forma, a educação é vista
como uma aberração pedagógica, pois pela separação das classes discriminava as crianças
com deficiências das ditas normais. Nos anos 90, a integração é substituída pela inclusão,
que propõe colocar estas crianças “diferentes” em classes comuns, buscando assim não
mais rotular e discriminar as crianças com necessidades educacionais especiais. Inclusão
pressupõe uma escola com uma política participativa e uma cultura inclusiva, onde todos os
membros da comunidade escolar são colaboradores entre si, ou seja, apóiam-se
mutuamente e aprendem uns com os outros a partir da reflexão sobre as práticas docentes.
Desta forma, a escola tem encontrado barreiras para cumprir seu papel, pois este modelo
assenta-se em pressuposto irrealizável, ao exigir que todos os alunos se enquadrem ás
suas exigências. OBJETIVO: Verificar se a inclusão já é uma realidade no contexto escolar
ou ainda um sonho a ser realizado. MATERIAL: Será realizada uma revisão bibliográfica
sobre inclusão escolar, baseada nas linhas teóricas dos seguintes autores: Padilha (2004);
Singer (2007); Almeida; Anjos (2007); Salgado (2009). A pesquisa abrangerá o período de
2003 a 2009. DESENVOLVIMENTO: A inclusão implica em celebrar a diversidade humana
e as diferenças individuais como recursos existentes nas escolas e que devem servir ao
currículo escolar para contribuir na formação da cidadania. Diversidade e diferenças
constituem uma riqueza de recursos para a aprendizagem na sala de aula, na escola e na
vida.
As pessoas concordam que inclusão, necessariamente, pressupõe a formação
contínua de professores para usarem estratégias de ensino mais diversificadas e mais
dinâmicas.
Assim como suas necessidades e carências, não sejam ignoradas e
negligenciadas pelo professor ou pela escola, mas seja parte integrante da vida escolar.
Inclusão pressupõe uma escola com uma política participativa e uma cultura inclusiva, onde
todos os membros da comunidade escolar são colaboradores entre si, ou seja, apóiam-se
mutuamente e aprendem uns com os outros a partir da reflexão sobre as práticas docentes.
Um maior envolvimento entre a família e a escola e entre a escola e a comunidade, onde
todos buscam uma educação de qualidade para todas as crianças. A educação inclusiva
significa assegurar a
todos os estudantes, sem, exceção, independentemente da sua
origem sociocultural e da sua evolução psicobiológica, a igualdade de oportunidades
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educativas, para que, desse modo, possam usufruir de serviços de qualidade,
conjuntamente com outros apoios complementares, e possam beneficiar-se igualmente da
sua integração em classes etariamente adequadas perto da sua residência, com objetivo
de serem preparados para uma vida futura, a mais independente e produtiva possível, como
membros de pleno direito da sociedade, segundo Bos e Vaughn ( 1994), Clark, Dyson e
Millward ( 1998) apud Fonseca ( 2007). Celedón ( 2009), acredita que a inclusão é ato ou
efeito de incluir, isto é, de compreender ( entender alguém, aceita-lo como é), abranger
(conter em si, mas também, apreender, perceber, entender, alcançar, atingir); em estudos
da linguagem, inclusivo se diz da 1 pessoa do plural, que inclui o falante e o ouvinte. No
século XX, começa a chamada segregação, mais pessoas tem acesso à escola, porem
dificilmente se misturam com os alunos representantes da classe dominante. Na segunda
metade do século surgem as “escolas especiais” e mais tarde as classes especiais dentro
das escolas comuns. Surge assim uma aberração pedagógica, a separação de dois
sistemas educacionais, por um lado a educação comum e do outro a educação especial. Já
na década de 70, aparece a integração. As escolas comuns aceitavam alguns alunos, antes
rejeitados ou marginalizados que poderiam freqüentar classes comuns desde que
conseguissem adaptar-se. Nos ano 90, e com eles a inclusão, os primeiros movimentos que
apontavam para o surgimento da inclusão escolar do final da década de 80. Assim, só há
um
tipo
de
educação,
e
ela
é
para
todos
sem
restrição
sem
separação.
(Celedón, 2009). A inclusão começou como um movimento de pessoas com deficiência e
seus familiares na luta pelos seus direitos de igualdade na sociedade, visualiza-se as
diversas noções, concepções e sentimentos, vinculados a realidade inclusiva. Observa-se
que a inclusão instiga sentimentos diferentes em cada sujeito. A família é a primeira
unidade, ao qual a criança com necessidades especiais virá a fazer parte. E qual não é a
surpresa, ao se deparar com o nascimento de um filho diferente do esperado ou ao longo de
uma vida saudável,
com tal situação, que interrompe projetos de vida, sonhos e a
continuidade de uma família.
As instituições escolares no Brasil, ao reproduzirem
constantemente o modelo tradicional, não tem demonstrado condições de responder aos
desafios da inclusão escolar e do acolhimento ás diferenças nem de promover
aprendizagens necessárias à vida em sociedade, particularmente nas sociedades
complexas do século XXI. A escola não tem conseguido cumprir seu papel, pois este
modelo assenta-se em pressuposto irrealizável, ao exigir que todos os alunos se enquadrem
ás suas exigências. Essa escola, não tem, dessa maneira, conseguido se configurar como
espaço educativo de apresentarem ou não necessidades denominadas como educacionais
especiais. É um dever não cumprido averiguar se, aos alunos com necessidades
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educacionais especiais, está sendo garantida, além do acesso á escola, o acesso à
educação, aqui compreendida como “processo de desenvolvimento da capacidade física,
intelectual, e moral da criança e do ser humano em geral, visando sua melhor integração
individual e social”. A legislação, tanto nacional como internacional, garante ao portador de
deficiência, direitos e deveres, como a acessibilidade, trabalho, educação, saúde, isenções
fiscais e financiamento e direito ao passe livre. A declaração de Salamanca, foi estabelecida
devido a incremento no envolvimento de governos, grupos de advocacia, comunidades e
pais, e em particular de organizações de pessoas com deficiências, na busca pela melhoria
do acesso à educação para a maioria daqueles cujas necessidades especiais ainda se
encontram desprovidas; e reconhecendo como evidência para tal envolvimento a
participação ativa do alto nível de representantes e de vários governos, agências
especializadas, e organizações inter-governamentais. A educação especial é uma
modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, etapas e modalidades, realiza o
atendimento educacional especializado, disponibiliza os serviços e recursos próprios desse
atendimento e orienta os alunos e seus professores quanto a sua utilização nas turmas
comuns do ensino regular. O atendimento educacional especializado disponibiliza
programas de enriquecimento curricular, o ensino de linguagem e códigos específicos de
comunicação e sinalização, ajudas técnicas e tecnológicas assistida, dentre outros. Ao longo
de todo processo de escolarização, esse atendimento deve estar articulado com a proposta
pedagógica de ensino comum. Para atuar na educação especial, o professor deve ter como
base de sua formação, inicial e continuada, conhecimentos gerais para o exercício da
docência e conhecimentos específicos da área. Essa formação possibilita a sua atuação no
atendimento educacional especializado e deve aprofundar o caráter interativo e
interdisciplinar da atuação nas salas comuns do ensino regular, nas salas de recursos, nos
centros de atendimento educacional especializado, nos núcleos de acessibilidade das
instituições de educação superior, nas classes hospitalares e nos ambientes domiciliares,
para a oferta dos serviços e recursos de educação especial. A formação de professores que
atuam diretamente na inclusão escolar, sempre se constituiu numa grande problemática
com relação ao atendimento do aluno com necessidades especiais. Tudo é muito novo,
desafiador e ate mesmo um sonho. Pois, nem sempre este sonho é real. E isto, infelizmente
ainda é uma barreira para que a inclusão se efetive, com alicerce suficiente para se
sustentar. Para atender às demandas dos alunos, cada professor deveria estar apto a
elaborar, incrementar e programar situações de ensino que favorecessem a construção dos
conceitos mais primários aos mais complexos. É importante que o professor organize seu
planejamento de maneira que não passem despercebidos, pelas situações de ensino,
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conceitos que podem parecer “simples”, mas que na verdade são pré-requisitos para o que
se pensa ser o “mais importante”. Contudo, não são poucos os casos em que as situações
acabam sendo apresentadas de forma restrita, sem pertinência aos alunos que participam
da ação inclusiva. O cotidiano de sala de aula requer, na atualidade, a efetivação de ações
didáticas flexíveis, porém contextualizadas; a adequação de recursos, sem depreciar a
capacidade e a imagem do aluno com o qual interagimos; uma reformulação das dinâmicas
em sala de aula que possibilite a participação efetiva de todos. Muitos recursos, muitas
vezes, são pouco explorados ou até mesmo desconsiderados pelo professor, com o passar
dos níveis propostos pelo sistema de educação. No entanto, quando o professor é o agente
mediador de um contexto educacional, no qual a diversidade está mais complexa devido às
demandas que um tipo de necessidade educativa especial pode gerar, é essencial que ele
não “perca de vista” a validade de determinados recursos diante da construção de conceitos
mais elaborados ou abstratos. Zimmermann (2008 ) destaca que a instituição escolar
precisa redefinir sua base de estrutura organizacional destituindo-se de burocracias,
reorganizando grades curriculares, proporcionando maior ênfase à formação humana dos
professores, e afinando a relação família–escola , propondo uma prática pedagógica
coletiva, dinâmica e flexível , para atender esta nova realidade educacional. A educação
inclusiva tem força transformadora, e aponta para uma nova era não somente educacional
mas, para uma sociedade inclusiva. Para Carmo (2000): a inclusão é um assunto que deve
ser refletida e investigada com muita precisão, já que a sociedade pode estar criando uma
nova modalidade: a de excluídos dentro da inclusão, podemos assim concluir nessa reflexão
para que haja o processo de ensino-aprendizagem nos alunos portadores de necessidades
educacionais especiais, o professor terá que se capacitar para atender a proposta desta
nova face da educação brasileira, ele terá que tentar conciliar as teorias sobre o assunto
com sua pratica e a realidade da sala de aula. Pois, só assim, a inclusão do aluno portador
de necessidades educacionais especiais será bem sucedida e gerando bons resultados no
futuro. Assim, a inclusão deste tipo de aluno requer novas posturas tanto aos professores
quanto ao sistema educacional brasileiro levando em consideração que todos nós
estaremos ganhando. Lembrando também, que este processo de aprendizagem requer a
reciprocidade das experiências entre o aluno com necessidades educacionais especiais, o
professor e os demais alunos. Um processo de aprendizagem onde todos participam, a
aquisição do conhecimento ocorrerá com mais facilidade.
Mantoan (2003) acredita que
recriar um novo modelo educativo com ensino de qualidade, que diga não á exclusão social,
implica em condições de trabalho pedagógico e uma rede de saberes que se entrelaçam e
caminham no sentido contrário do paradigma tradicional de educação segregadora. É uma
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reviravolta complexa, mas possível, basta que lutemos por ela, que nos aperfeiçoemos e
estejamos abertos a colaborar na busca dos caminhos pedagógicos da inclusão. Pois nem
todas as diferenças necessariamente inferiorizam as pessoas. Ela tem diferenças e
igualdades, mas entre elas nem tudo deve ser igual, assim como nem tudo deve ser
diferente. Santos apud MANTOAN (2003), "é preciso que tenhamos o direito de sermos
diferentes quando a igualdade nos descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a
diferença nos inferioriza." Assim a luta pela escola inclusiva, embora seja contestada e
tenha até mesmo assustado a comunidade escolar, pois exige mudança de hábitos e
atitudes, pela sua lógica e ética nos remete a refletir e reconhecer, que se trata de um
posicionamento social, que garante a vida com igualdade, pautada pelo respeito às
diferenças. Apesar das iniciativas acanhadas da comunidade escolar e da sociedade geral,
é possível adequarmos a escola para um novo tempo. Precisamos estar imbuídos de boa
vontade e compromisso, enfrentarmos com segurança e otimismo este desafio,
enxergarmos a clareza e obviedade ética da proposta inclusiva, e contribuirmos para o
desmantelamento dessa máquina escolar enferrujada. Bartalotti (2006) acredita que nos
dias atuais, frente ao processo de inclusão como uma possibilidade, embora ainda não
como uma realidade; há um grande caminho a ser percorrido. Pois se olharmos em nossa
volta, para cada ser humano que nos rodeia, verá o quanto ainda temos que caminhar para
a construção de uma sociedade verdadeiramente inclusiva. Exclui-se apenas com o olhar,
com palavras, quantas vezes menosprezamos o outro por ele ter um gosto, uma crença
religiosa, situação financeira, cor de pele, estatura e peso corporal, diferente por nos
aceitos. E sem a menor preocupação decidimos que esta ou aquela pessoa não serve para
estar junto de nós, de nossos filhos, freqüentar nosso clube, casa ou templo religioso. Nos
mesmos já nos sentimos excluídos e rejeitados, em diferentes situações, nos sentimos
olhados como diferentes, indesejáveis, estranhos, certamente essa não é uma sensação
agradável, quem já passou por ela não deseja repetir a experiência. Para que a inclusão
ocorra, é necessário que a sociedade passe pelo aprimoramento das relações sociais, pela
compreensão de que o verdadeiro pensamento inclusivo é aquele que não categoriza ou
rotula as pessoas por ordem de valor, valor esse atribuído muitas vezes através de
estereótipos, estigmas, conhecimentos instituídos; pensar inclusivamente é aprender a olhar
cada pessoa e buscar nela seu real valor, construído nas relações cotidianas, nos seus
sonhos e expectativas e nas suas ações concretas no mundo. Acredita, também, que muitas
vezes, fala-se que a inclusão é uma utopia; muitos não acreditam que a sociedade seja
capaz desse movimento. Inclusão é sim possibilidade, assim como é possibilidade a
construção de uma sociedade mais digna para todos, com ou sem deficiência.
Para
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Tessaro (2007) existe todo um discurso pró à inclusão em vários segmentos da sociedade,
dentre os quais no ambiente escolar. A inclusão é algo que vem se efetivando, mesmo que
a duras penas, buscando superar toda uma história de isolamento, discriminação e
preconceito. Tem provocado muitos questionamentos, principalmente no meio acadêmico,
tais como: O que é inclusão escolar? Por que incluir? Qual é a opinião dos alunos com
deficiência e dos professores sobre inclusão? A escola possui infra-estrutura adequada para
participar da inclusão escolar? Os alunos deficientes se sentem bem com a inclusão
escolar? Os professores estão capacitados para educação inclusiva? Araujo (2008) relata a
opinião do (s) professor (a) sobre a inclusão escolar, enfatizando com veemência que a
inclusão escolar do aluno portador de necessidades educacionais especiais é um assunto
muito interessante e delicado, e levantaram a conscientização desse aluno sobre o direito
deste freqüentar o ensino regular, no entanto, essa inclusão na visão deles está
acontecendo de forma errônea. Pois os professores da rede regular de ensino em sua
quase totalidade, não estão preparados para lidar com esta nova fase da educação
brasileira. A inclusão só é possível onde houver respeito à diferença e, conseqüentemente,
a adoção de práticas pedagógicas que permitam às pessoas com deficiência aprender e ter
reconhecidos e valorizados os conhecimentos que são capazes de produzir, segundo seu
ritmo e na medida de suas possibilidades. Limaverde (2009) enfatiza que no Brasil está
acontecendo um grande movimento pró-inclusão que tem sido fortalecido a partir da
sistematização do que se trata o Atendimento Educacional Especializado. Existem
realidades muito próximas em relação ao atendimento desses alunos, mas ainda tem muitas
compreensões equivocadas sobre a inclusão de alunos com deficiência. Alguns municípios
brasileiros pensam que fazem inclusão, mas, na verdade, eles têm feito integração.
Percebe-se alunos que freqüentam escolas comuns, salas comuns de ensino, mas não
participam efetivamente das aulas ou das atividades realizadas, e essas escolas alegam
que esses alunos não têm condições de fazer as atividades e que, por isso, eles fazem
outras atividades diferenciadas. Desta forma, não ocorre à inclusão. Isso é uma integração,
porque o aluno está integrado na sala de aula comum, mas ele não participa das atividades
realizadas pelos demais colegas. Muitos municípios brasileiros que estão em processo de
transição, ou seja, eles estão implantando o atendimento educacional especializado de
caráter complementar e, ao mesmo tempo, estão ainda com problemas relacionados à
inclusão desses alunos como, por exemplo, a manutenção de classes especiais. Temos um
cenário muito diverso se for falar da inclusão no Brasil. A partir da formação de 2007 pra cá,
os municípios têm se reorganizado para Atendimento Educacional Especializado, mas ainda
é uma realidade muito diferenciada. Souza & Silva, (2009). Temos que pensar que para que
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a inclusão se efetue não basta estar garantido na legislação, mas demanda modificações
profundas e importantes no sistema de ensino. Essas mudanças deverão levar em conta o
contexto sócio. econômico, além de serem gradativos, planejadas e contínuas para garantir
uma educação de ótima qualidade. (Bueno, 1998 apud Pereira, 2009). Pereira (2009)
acredita que a inclusão depende de mudança de valores da sociedade e a vivencia de um
novo paradigma que não se faz com simples recomendações técnicas, como se fossem
receitas de bolo, mas com reflexões dos professores, direções, pais, alunos, equipe
multidisciplinar e a comunidade. Essa questão não é tão simples assim, pois, devemos
levar e m conta ás diferenças. Como colocar no mesmo espaço demandas tão diferentes e
específicas são muitas vezes nem a escola especial consegue dar conta desse atendimento
de forma adequada.
Se nos deparamos com freqüência com as resistências dos
professores e direções, manifestadas através de questionamentos e queixas ou ate mesmo
com expectativas de que possamos apresentar soluções mágicas, de aplicação imediata
causando certa decepção e frustração, pois ela não existe. O problema se agrava quando
vemos o professor totalmente dependente do apoio ou assessoria de profissionais da área
da saúde, pois neste caso a questão clínica é fundamental e se sobressai e novamente o
pedagógico fica esquecido. Com isso o professor se sente desvalorizado, incapaz e fora do
processo por considerar esse aluno como doente concluindo que não pode fazer nada por
ele, pois ele precisa de tratamento especializado de profissionais qualificados da área da
saúde, desistindo assim de assumir tal tarefa. Desta forma, parece que o professor esquece
seu papel, porem não se considera, o momento do professor, sua formação, as condições
da própria escola em receber esses alunos, que entram nas escolas e continua excluído de
todo o processo de ensino-aprendizagem e social, causando frustração e fracassos
dificultando assim a proposta de inclusão. Por um lado os professores julgam-se incapazes
de dar conta dessa demanda, despreparados e impotentes frente a essa realidade que é
agravada dia-a-dia pela falta de material adequado, de apoio administrativo e recursos
financeiros. CONCLUSÃO: Diante destes resultados, conclui-se então, que a inclusão na
forma que vem se efetivando, está longe de atender a um ideal. È ainda uma grande utopia.
Todo esse processo precisa ser revisto os órgãos ligados diretamente ou indiretamente ao
processo de educação, ao qual se comprometeram com a implantação da educação
inclusiva, deverão rever suas propostas, metas, e maneiras de implantação. O tempo é um
fator indispensável para esta proposta ser realizada, pois isto não pode acontecer
instantaneamente, já faz tempo que isto foi proposto, mas não adianta só propor, tem de
fazer acontecer. E isto só acontecerá realmente, se todos os envolvidos abraçarem a causa
e se unirem, por uma educação de qualidade, planejamento, organização, direção,
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responsabilidade, integridade e acima de tudo capacidade.
É irreal, acreditar que os
professores sozinhos, conseguirão que esta proposta se concretize. É complexo demais,
para que só professores coordenadores e diretores, dêem conta de tantas situações que
somadas, perpetuem na tão sonhada proposta de inclusão. Os alunos especial, precisa de
muito mais, como também sua família, e o processo de aprendizagem. Assim, para que
realmente ocorra o processo de inclusão escolar é preciso que haja uma transformação no
sistema de ensino que vem beneficiar toda e qualquer pessoa, levando em conta a
especificidade do sujeito e não mais as suas deficiências e limitações. Que esta pesquisa
venha proporcionar, reflexão frente à proposta de inclusão, sendo este mais um instrumento
que poderá vir a fazer a diferença amanhã, como também alertar as pessoas direta e
indiretamente envolvidas no processo, para que isso realmente seja revisto.
SCHOOL INCLUSION: REALITY OR UTOPIA?
School Inclusion
ABSTRACT
School inclusion is a policy that promotes the right of every child to attend school, regardless
of their physical, mental or social. This work focuses on whether the inclusion is a reality in
the school context or a utopia. The priority of the process of inclusion does not lie in material
resources, but the school's philosophy, the existence of a multidisciplinary team and effective
teachers, prepared, trained and experienced. The research describes the work regarding the
process of inclusion in school and professional training, but also the opinion of professionals
who work in it. After, bibliography, it became evident that teachers are experiencing
difficulties, which were not in the undergraduate curriculum, which they feel insecure and
unprepared to assume this responsibility. Concluded that the process of school inclusion is a
real Utopia that is far from realization, if restructuring is not just magazines.
Keywords: Inclusion, school inclusion and special educational needs.
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Autores:
Marivania Miranda da Silva – Pós-Graduanda em Educação Especial
[email protected] fone: (14) 35222741
Marli Cornélio – Pós-Graduanda em Educação Especial
[email protected] – fone: (14) 3523 1034
Orientador:
Profª M. Sc. Renata Ferraz Prado Telles Medeiros – Mestre em
Distúrbio da Comunicação Humana - UNIMAR SP.
[email protected] – fone: (14) 3522 4910
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