ILDA BASSO (Org.)
JOSÉ CARLOS RODRIGUES ROCHA (Org.)
MARILEIDE DIAS ESQUEDA (Org.)
II SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO
LINGUAGENS EDUCATIVAS:
PERSPECTIVAS INTERDISCIPLINARES NA ATUALIDADE
BAURU
2008
S6126 Simpósio Internacional de Educação (2. : 2008 : Bauru, SP)
Anais [recurso eletrônico] / 2. Simpósio Internacional de
Educação / Ilda Basso, José Carlos Rodrigues Rocha,
Marileide Dias Esqueda (organizadores). – Bauru, SP :
USC, 2008.
Simpósio realizado na USC, no mês de junho de 2008,
tendo como tema : Linguagens educativas – perspectivas
interdisciplinares na atualidade.
ISBN 978-85-99532-02-7.
1. Educação – simpósios. 2. Linguagens educativas. I.
Basso, Ilda. II. Rocha, José Carlos Rodrigues. III. Esqueda,
Marileide Dias. VI. Título.
CDD 370
HORA DE TRABALHO PEDAGÓGICO: desafio e controvérsias
Luciana Nóbrega*
Talita Mariane Casavechia**
RESUMO
A hora de trabalho pedagógico coletivo (HTPC) é o tempo estabelecido pelas escolas das
redes municipal e estadual de ensino, com o intuito de reunir professores e professorescoordenadores para a discussão, análise e proposição de soluções que possam atender as
necessidades educacionais coletivas apresentadas periodicamente. Este tempo está incluído na
carga horária semanal dos profissionais, que devem participar a fim de atender aos objetivos
próprios de uma reunião de hora de trabalho pedagógico coletivo. Assim sendo, o presente
artigo tem como objetivo discutir como estas reuniões estão sendo desenvolvidas realmente
nas escolas da rede. Para tanto, será analisado um questionário, realizado em duas escolas:
uma de educação infantil da rede municipal da cidade de Jaú; e em uma de ensino
fundamental da rede estadual da cidade de Bauru. Este questionário é de cunho quantitativo e
qualitativo, e estará abordando como as horas de trabalho pedagógico coletivo têm sido
produtivas ou não nas escolas, observando a participação e o interesse por parte dos
educadores e demais profissionais envolvidos, as vantagens e as controvérsias das reuniões,
bem como o despreparo profissional, a freqüência, os temas abordados, as diferentes situações
ocorridas, o aproveitamento e demais fatos freqüentes que possam intervir na realização de
uma reunião de má qualidade. Tais pontos serão analisados pelas diferentes considerações dos
profissionais das redes de ensino citadas, avaliadas por meio do questionário mencionado,
sendo consideradas as opiniões de profissionais com idades, tempo de serviço, salas e escolas
diferentes. Também será analisado como as reuniões podem ser produtivas e obter qualidade
em suas execuções, visando avaliar e discutir como as horas de trabalho pedagógico coletivo
podem atender seus objetivos sem perder o foco das pautas previstas. O artigo também
pretende esclarecer a real função do coordenador pedagógico que exerce atividade
fundamental de agente mediador numa reunião pedagógica, bem como o papel dos docentes
como colaboradores e ainda a importância da presença do diretor da unidade escolar para
garantir o bom andamento dos trabalhos. Para tanto será discutido o que é trabalho em equipe,
o que define uma reunião e quando e como dirigi-la sem perder o foco pré-determinado. Além
disso, será abordada a posição de quem dirige as reuniões e qual deve ser o comportamento
mais assertivo durante a mesma. Portanto, tendo como base a realidade vivenciada nas
escolas, o artigo pretende auxiliar os profissionais envolvidos, contribuindo assim, para a
melhoria do ensino, por meio de sugestões e levantamentos sobre o tema, que levem os
profissionais a reflexão sobre como o HTPC pode obter bons resultados.
Palavras-chave: tempo; práticas; educador; educação.
_________________________________________________________________________
* Professora de Ensino Fundamental – Ciclo I, da Rede Estadual de São Paulo, formada em Psicologia pela
Unesp – Bauru, e graduanda do curso de Pedagogia da Universidade do Sagrado Coração – Bauru
** Professora de Educação Infantil Municipal - Jaú, e graduanda do curso de Pedagogia da Universidade do
Sagrado Coração – Bauru
ABSTRACT
The collective pedagogical working hours –CPWH- is the time established by the municipal
and state schools, in order to gather teachers and coordinators for the discussion, analysis and
proposal of solutions that can take into consideration collective educational necessities
presented periodically. This time is included in the weekly working hours of the professionals
who must participate in order to meet the objectives of a meeting of collective pedagogical
working hours. Thus, the present article has the aim to discuss how these meetings are being
developed at the schools. So, a questionnaire applied in two schools: one in them is a
municipal children education school from Jaú; and the other one is a state elementary school
from Bauru. It is a quantity and quality questionnaire and approaches how the collective
pedagogical working hours have been productive or not at these schools, observing the
participation and the interest of the teachers and other professionals involved, the advantages
and the controversies of the meetings as well as the professional untretaredness, the
frequency, the approached themes, the different situations occurred, the improvement and
other frequent facts that can intervene in the achievement of a bad quality meeting. Such
issues will be analysed by the professionals of the school types mentioned above, assessed by
the mentioned questionnaire, considering the professional´s opinions according to different
working time, classrooms and different schools. On the other hand, how the meetings can be
productive and get higher quality will be analised, aiming to assess and discuss how the
collective pedagogical working hours can meet their objectives without losing the focus of the
foreseen subjects. The article also intends to clarify the real role of the pedagogical
coordinator who is the mediator agent in a pedagogical meeting as well as the teachers role
collaborators and still the importance of the presence of the school principal to assure the
good performance. Therefore, we will be discussing a team workis, what defines a meeting
and when and how to conduct without losing the pre-determined focus. Moreover, the
position of who conducts the meetings and which is the most correct behavior during them
will be approached, based on the schools reality this article intends to assist the involved
professionals, contributing to the teaching improvement, through suggestions and surveys
about the theme that leads the professionals to a reflection over how the CPWH can obtain
good results.
Keywords: time; pratice; teachers; education.
INTRODUÇÃO
Diante a importância da formação continuada dos professores e a fim de promover a
junção entre teoria e prática pedagógica, há nas escolas municipais e estaduais, tanto na
educação infantil como no ensino fundamental, a Hora de Trabalho Pedagógico Coletivo
(HTPC), realizada semanalmente nas unidades de ensino com duração de duas horas.
Neste tempo os educadores se reúnem e recebem orientações de um profissional,
geralmente o coordenador pedagógico. A finalidades destas reuniões é abordar
acontecimentos ocorridos em sala de aula, problemas com alunos, práticas pedagógicas, além
de propostas de ensino que possam ser reavaliadas e replanejadas, tendo em vista as diretrizes
comuns que a escola pretende imprimir ao processo ensino aprendizagem. O intuito desta
proposta é auxiliar a prática pedagógica e orientar os profissionais visando à melhoria
educacional e o relacionamento professor e aluno.
A HTPC tem como objetivo principal promover a troca de experiência profissional,
possibilitando assim a reflexão sobre a prática docente para que seja viável e se torne concreto
o aperfeiçoamento individual e coletivos dos educadores.
No entanto, o despreparo profissional dos coordenadores e o desinteresse dos
educadores tem tornado a HTPC, em momento de discussões inadequadas, conversas
paralelas e outras situações que diferem de seu real objetivo.
DESENVOLVIMENTO
Entende-se por reunião um agrupamento de pessoas, interessadas na discussão de um
determinado assunto, visando à satisfação dos interesses individuais, coincidentes com os
interesses da organização ( BRASIL, Formação continuada gestores de educação, 2002).
Tomando tal definição como base para análise das reuniões de horário de trabalho
pedagógico, podemos refletir sobre a maneira que estes encontros estão sendo utilizados.
De acordo com a Portaria nº 01 de 1996, as HTPCs, devem ser desenvolvidas na
Unidade Escolar pelos professores e pelo professor-coordenador pedagógico e tem como
finalidades: articular os diversos segmentos da escola para a construção e implementação do
trabalho pedagógico, fortalecer a Unidade Escolar como instância privilegiada do
aperfeiçoamento de seu projeto pedagógico e (re)planejar e avaliar as atividades de sala de
aula, tendo em vista as diretrizes comuns que a escola pretende imprimir ao processo ensinoaprendizagem (Portaria CENP nº 01/96; LC nº836/97 BRASIL).
Sendo assim, as reuniões devem servir para estimular o desenvolvimento das
atividades coletivas da Unidade Escolar.
De acordo com a Portaria da Coordenadora de Estudos e Normas Pedagógicas - CENP
nº. 01/96; LC nº836/97, BRASIL os objetivos da HTPC são:
-Construir e implementar o projeto pedagógico da escola;
-Articular as ações educacionais desenvolvidas pelos diferentes segmentos da
escola, visando a melhoria do processo ensino aprendizagem;
-Identificar as alternativas pedagógicas que concorrem para a redução dos índices de
evasão e repetência;
-Possibilitar a reflexão sobre a prática do professor;
-Favorecer o intercâmbio de experiências;
-Promover o aperfeiçoamento individual e coletivo dos educadores;
-Acompanhar e avaliar, de forma sistemática, o processo ensino-aprendizagem.
No entanto, a educação tem sofrido grandes desfalques no ensino devido ao
despreparo profissional do corpo docente. Esta inadequada
formação profissional de
coordenadores e educadores, somados ao desinteresse de ambos tem tornado a HTPC em
momento mal aproveitado, em que muitos docentes não valorizam esses encontros e não
fazem o uso deste espaço para discutir problemas e apontar soluções para os mesmos.
As reuniões podem ser conduzidas a partir de dois conceitos que a princípio podem
parecer iguais, mas têm suas particularidades. Uma reunião é eficiente quando tem critérios
visando resultados. “A eficiência (do latim efficientia, ação, força, virtude de produzir), é o
critério econômico que revela a capacidade administrativa de produzir o máximo de
resultados com o mínimo de recursos, energia e tempo” (SANDER, 1995, p43).
Transportando esse conceito para as HTPCs, encontramos uma reunião a qual utiliza
religiosamente o tempo pré-determinado (duas horas aula), utilizando-o quase que
exclusivamente para leitura de textos, avisos, palestras, e outros, sem a preocupação da
pertinência das atividades planejadas ou simplesmente agendadas, para auxiliar as atividades
coletivas da escola.
De acordo com Motta (1997), outro tipo de reunião é uma reunião eficaz, na qual a
idéia principal das relações humanas é a de aumentar a produtividade por meio da redução dos
custos oriundos de conflitos internos da empresa.
Portanto, uma reunião de HTPC pode ser eficiente sem ser eficaz. Uma reunião
somente eficiente ocupa o horário previsto, cumpre a pauta elaborada, mas não tem reflexos
depois, é simplesmente ato burocrático, pois não teve organização cujas finalidades não estão
centradas no desenvolvimento das atividades coletivas da escola.
Uma reunião eficaz, ao contrário pode ou não ocupar o tempo de duas horas, mas tem
planejamento prévio centralizado em ações visando a melhoria do trabalho coletivo na escola,
e conseqüentemente refletindo nas ações discentes, que por sua vez interferem no processo
ensino-aprendizagem, tornando-o melhor e mais rico.
Se as reuniões forem pautadas nas necessidades e interesses do coletivo da escola
cumpririam seus objetivos, e não necessariamente um ato meramente burocrático. Para uma
reunião ser eficaz ela precisa ser planejada pelo conjunto dos professores, sob a orientação do
Diretor e de professor-coordenador e de acordo com a Portaria CENP nº 01/96; LC nº836/97
BRASIL, deve acontecer de forma que:
-Identifique o conjunto de características, necessidade e expectativas da comunidade
escolar;
-Aponte e priorize os problemas educacionais a serem enfrentados;
-Levantem os recursos materiais e humanos disponíveis que possam subsidiar a
discussão e a soluça dos problemas;
-Proponham alternativas de enfrentamento dos problemas levantados;
-Proponham um cronograma para a implementação, acompanhamento e avaliação
das alternativas selecionadas.
Além disso, ainda de acordo com a Portaria CENP nº 01/96;LC nº836/97, BRASIL é
necessário que sistematicamente as reuniões sejam registradas pela equipe de professores e
coordenação através de livro ata, com o objetivo de orientar o grupo quanto ao
replanejamento e a continuidade do trabalho.
Acreditamos que o professor-coordenador, bem como todos os participantes da HTPC,
devem ter em mente que as reuniões são importante instrumento de trabalho e integração de
equipe, e que sendo assim ela se torna meio de obtenção de resultados através de trabalho
conjunto.
Alguns questionamentos ainda podem prevalecer: como envolver os docentes no
horário de trabalho pedagógico? Como tornar tais reuniões mais atrativas e participativas?
Como garantir que o coletivo da escola se beneficie com as reuniões da HTPC?
Esta parece ser missão árdua e complexa, entretanto executar, acompanhar e avaliar as
ações previstas no projeto pedagógico da escola, fazem parte das funções do professorcoordenador. (LC nº444/85, de 27/12/85 - artigos 6º e 21º ; LC nº35/00 – BRASIL Professor
Coordenador – Escolha e designação).
Inseridas nas funções citadas acima, segundo a legislação, o professor-coordenador
precisa buscar alcançar outros objetivos, a fim de que, tanto seu trabalho quanto as reuniões
de HTPC, possam ser efetivamente positivos no processo educacional:
Quadro 1: Funções do professor coordenador
FUNÇÕES DO PROFESSOR COORDENADOR
Auxiliar a direção da escola na coordenação dos diferentes projetos, inclusive os de reforço da aprendizagem;
Integrar a equipe escoar no desenvolvimento do processo pedagógico da escola;
Assessorar a direção na articulação das ações pedagógicas desenvolvidas pela Unidade Escolar;
Garantir a integração curricular nos ensinos fundamental e médio;
Articular o trabalho entre a escola, as equipes de Supervisão e a Oficina Pedagógica da Diretoria de Ensino;
Assessorar a direção da escola na relação escola/comunidade;
Subsidiar os professores no desenvolvimento de suas atividades;
Potencializar e garantir o trabalho coletivo na escola, organizando e participando das HTPCs.
Quadro 1 : Funções do professor coordenador. Adaptada da LC nº444/85, de 27/12/85 - artigos 6º e 21º ; LC
nº35/00 – Professor Coordenador – Escolha e designação.
Tornar as reuniões da HTPC eficazes é meta a ser atingida, para que esta, seja uma das
ferramentas para o professor avaliar, refletir e melhorar sua prática docente.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A pesquisa foi realizada com profissionais da Rede Municipal e Estadual de Ensino,
para a comparação e compreensão das ocorrências de uma reunião de Hora de Trabalho
Pedagógico Coletivo, desenvolvida em escolas de Educação Infantil e Séries Iniciais, em
escolas da rede pública de ensino - uma estadual e outra do município de Jaú. Foram
entrevistadas 20 (vinte) professoras, sendo 10 (dez) de cada escola.
A pesquisa foi de cunho quantitativo e qualitativo constando assim, questões de
múltipla escolha e questões subjetivas sobre as reuniões da HTPC.
Os questionários foram entregues às professoras, cuja resposta foi elaborada
individualmente sendo que cada educador o devolveu um ou dois dias depois.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Dos professores que responderam à pesquisa, todos eram do sexo feminino com idades
entre 20 e 70 anos, cujo tempo de profissão varia de 1 a 40 anos.
Nesta pesquisa, foram abordadas questões sobre a freqüência nas reuniões de HTPC,
sua importância, seus objetivos, qual a satisfação dos professores em relação a elas, o que
poderia ser melhorado e outras.
As reuniões ocorrem semanalmente, tendo duração de duas horas. No entanto, os
profissionais que possuem duas turmas freqüentam as reuniões duas vezes por semana, com o
mesmo tempo de duração.
Tabela 1: Objetivos da reunião de Hora de Trabalho Pedagógico Coletivo:
Opções de
Respondentes
resposta
Objetivos
1
2
*
*
Planejamento
*
*
Estudos
*
*
Troca de
experiência
3
*
4
5
6
7
8
9
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
10
11
12
13
14
15 16 17
18
19
20
Total
*
*
*
*
*
*
*
*
*
17
*
*
*
*
12
*
*
*
*
*
*
7
Resolução de
*
problemas
*
Interação
*
*
Palestras
*
*
*
*
*
6
*
*
5
*
1
De acordo com a tabela 1, na opinião das professoras os objetivos das reuniões de HTPC
são: troca de experiência; planejamento de aulas, trabalhos e projetos; estudos pedagógicos;
resolução de problemas; palestras e; interação entre o corpo docente.
Tabela 2: Motivos pelos quais os respondentes julgam as reuniões aproveitadas ou não.
Opções de resposta
Motivo
Respondentes
1
2
3
4
*
*
*
*
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
Total
Falta de
aproveitamento por
*
5
cansaço
Aproveitamento por
ser o único tempo para
*
*
2
o planejamento.
Falta de
*
aproveitamento
*
2
Falta de
aproveitamento por
motivo de conversas
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
10
paralelas e discussão
de outros assuntos.
Aproveitamento, pelo
assuntos abordados
*
serem de grande
1
importância para a
pratica pedagógica.
Falta de
aproveitamento por
motivo de má
*
*
2
orientação.
Das vinte pessoas que responderam a pesquisa, treze não têm aproveitado bem a
reunião, e três raramente aproveitam. Esse resultado mostra a insatisfação apresentada pela
grande maioria que julga as reuniões mal aproveitadas, por serem realizadas semanalmente no
final do expediente. De acordo com a tabela 2, as professoras alegam a falta de
aproveitamento por motivos de conversas paralelas que atrapalham nas discussões de temas
pedagógicos e demais necessidades escolares.
Ainda de acordo com a tabela 2, outro ponto que torna as reuniões mal aproveitadas é
a falta de conduta do coordenador em orientar a HTPC. Esta falta de preparo torna as reuniões
cansativas, pois não seguem uma pauta, e por isso, acaba-se desviando assuntos, e tornando
assim, as reuniões inacabadas.
Tabela 3: Fatos ocorridos em uma reunião de HTPC
Opções de resposta
Situações
Respondentes
1
2
3
4
5
6
7
8
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
Comemorações
*
*
Facilidades pessoais
*
Colegiado
*
9
10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Total
Troca de
experiência
*
*
*
*
*
*
15
*
*
*
*
*
*
13
*
*
*
11
*
12
profissional
Troca de idéias
Discussão de
atividades
Projetos e
atividades
*
*
*
*
*
Planejamento de
aulas, atividades,
7
etc.
Discussão sobre
alunos
Elaboração de
projetos
Recados e
comunicados
Atendimento aos
pais
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
19
*
*
*
*
*
8
*
*
4
*
*
12
*
*
12
*
*
12
*
*
16
*
*
*
*
*
*
*
Palestras
*
*
*
*
*
*
*
Assuntos internos
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
18
12
Ao serem questionadas sobre o que acontece numa reunião de HTPC, as professoras
relataram que existem trocas de experiências, idéias e atividades, discussões sobre alunos,
entretanto também há discussões referentes a colegiados (Associação de Pais e Mestre e
Conselho de Escola), atendimento a pais, palestras, assuntos internos e transmissão de avisos
e recados, sendo que este é a maior queixa das professoras pesquisadas.
Tabela 4: Formas de Reuniões Sugeridas
Opções de resposta
Respondentes
Sugestões
1
Mensalmente
*
Melhorar o
planejamento .
Quinzenal
Em período letivo
2
3
4
5
6
7
8
9
10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Total
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
2
*
*
*
*
*
12
3
1
Para 16 (dezesseis) delas as reuniões poderiam ser melhor aproveitadas e, de acordo
com a tabela 4, isso poderia ocorrer se fossem melhor planejadas com temas específicos a
serem abordados, se realizassem quinzenalmente ou até mensalmente. Uma delas sugeriu que
fossem feitas como as reuniões de planejamento, colocada dentro do calendário escolar.
Identificamos através do questionário que as reuniões de HTPC são, em sua grande
maioria, encontros que priorizam a transmissão de recados, discussão sobre assuntos internos
e discussões sobre alunos. É um tempo em que a obrigação de se cumprir o horário de HTPC
é necessária para a remuneração dos professores.
As professoras respondentes relatam a importância do HTPC, como espaço de troca de
experiências, idéias e assuntos referentes à prática pedagógica, entretanto este horário não está
sendo usado para tal, muitas vezes se limitando a conversas paralelas e atividade que nada
tem a ver com a prática docente e discente.
CONCLUSÃO
As reuniões de HTPC estão presentes em todas as escolas da rede pública de ensino,
tanto na séries iniciais na rede municipal, quanto no ensino fundamental da rede estadual,
fazendo assim parte da carga horária dos educadores e professores-coordenadores.
Segundo a análise do questionário, as HTPC são compreendidas por todos os
educadores que têm conhecimento de seus objetivos e de como elas realmente deveriam
acontecer.
Todavia, as reuniões têm sido motivo de descontentamento para a grande maioria dos
profissionais, que alega as HTPCs como sendo momentos cansativos, insignificantes, e mal
aproveitados.
Geralmente, a falta de preparo dos coordenadores que orientam as reuniões, tem sido o
grande problema da insatisfação dos educadores, pois não estão conseguindo atingir os
verdadeiros objetivos de uma reunião. Conseqüência disso, são desgastes físicos e
psicológicos que geram debates sutis para o âmbito profissional, tornando assim as HTPCs
momentos obrigatórios de cumprimento de hora e não de crescimento profissional.
Portanto, a HTPC precisa ser retomada como espaço exclusivo de assuntos referentes à
pratica escolar, para que cumpra seus objetivos e contribua para a construção de uma
instituição escolar compromissada com a educação.
REFERÊNCIAS
BITTENCOURT, A. B. e JÚNIOR, W. M. de O. Estudo, pensamento e criação. Campinas:
UNICAMP, 2005.
BRASIL. Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas (CENP). Portaria nº 01 de 1996.
BRASIL. Secretaria de Estado da Educação. Formação continuada gestores de educação.
Circuito Gestão. SÃO PAULO, 2002.
SINDICATO DE ESPECIALISTAS DE EDUCAÇÃO DO MAGISTÉRIO OFICIAL DO
ESTADO DE SÃO PAULO. Cadernos Udemo 7 - Legislação. São Paulo, 2006.
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