AVALIAÇÃO E TRATAMENTO NÃO-FARMACOLÓGICO DA DOR EM NEONATOS INTERNADOS EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: REVISÃO DE LITERATURA. INTRODUÇÃO: A dor é uma sensação desagradável acompanhada por experiências emocionais e sensoriais, podendo também sofrer influência de fatores culturais. É um mecanismo protetor para o corpo que sinaliza quando o tecido corporal é lesado ou está em risco de sofrer lesão. Em neonatos esta sensação foi ignorada por muitos anos. A afirmativa que o recém-nascido (RN) não era capaz de sentir dor baseava-se no conhecimento sobre a imaturidade neurofisiológica nestes indivíduos. Hoje se sabe que os componentes das vias a nociceptivas estão completos por volta da 28 semana de gestação, sendo assim os RNs, mesmo prematuros, experimentam a sensação álgica. A partir disso, a dor no neonato vem despertando interesse de estudiosos e profissionais da área de saúde, evidenciando a necessidade de avaliação e tratamento corretos da dor para que a assistência neonatal seja integral, humanizada e de qualidade. OBJETIVO: Sistematizar o conhecimento acerca da avaliação e tratamento não-farmacológico da dor em neonatos. MÉTODOS: Foi realizada uma revisão sistemática de literatura. Foram selecionados artigos originais indexados nos bancos de dados Medline e Lilacs, nos últimos dez anos, que abordavam a avaliação e tratamento não farmacológico da dor no neonato. Os artigos foram discutidos em três seções: avaliação da dor neonatal, tratamento não-farmacológico da dor e atitudes dos profissionais de saúde frente a dor no recém-nascido. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Dos 39 artigos selecionados, 18 foram excluídos, restando 21 artigos para serem analisados. Destes 13 (62%) estavam em língua inglesa; 11(52%) foram publicados nos últimos 5 anos; 8 (38,1%) versavam sobre avaliação da dor; 6 (28,6%) abordavam o tratamento não-farmacológico e 7 (33,3%) descreviam a percepção dos profissionais de saúde acerca da dor nos recém-nascidos. A avaliação da dor é realizada por meio da observação de parâmetros fisiológicos e comportamentais, sendo mais registrados aumento da frequência cardíaca, aumento da sudorese, redução da saturação de oxigênio, alterações no padrão de sono-vigília, expressões faciais e movimentos corporais característicos. Em relação ao tratamento não-farmacológico o posicionamento parece não interferir na resposta do RN à dor, enquanto técnicas como sucção não nutritiva, administração de solução adocicada, contato materno e hidroterapia se mostram válidos na redução dos sinais de dor. Os profissionais de saúde demonstram pouco conhecimento em relação às escalas de avaliação de dor e pouca aplicabilidade dos métodos de tratamento durante a realização de procedimentos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os dados apontam para a necessidade de intervenção na prática dos profissionais, incluindo adoção de protocolos padronizados de avaliação, campos para registro da dor em prontuários e capacitação dos profissionais de saúde para a melhoria da assistência prestada ao recém-nascido em cuidados intensivos.